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Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó


Professora: Maria Carolina Ferreira
Curso de Fonoaudiologia - Unochapecó
Componente: Introdução à Audiologia

PAINPSE
PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR
NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA ELEVADOS

RESUMO: PAINPSE é a diminuição gradual da acuidade


auditiva, devido exposição continuada a níveis elevados de pressão
sonora, as pessoas com painpse acabam sofrendo dificuldades na
comunicação, interação social e entre demais outras questões, é
um assunto extremamente relevante e necessário, pois, cada vez
mais, está sendo comum pessoas serem “diagnosticadas” com esta
perda auditiva, justamente por falta de instruções, avisos e
conselhos;
PALAVRAS-CHAVE: Painpse; Pressão sonora; Comunicação;
Interação social; Perda auditiva;

Acadêmicas: Edna Karen Block e Sabrina Bernardo

Chapecó-SC, 09 de Novembro de 2023.


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Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó


Professora: Maria Carolina Ferreira
Acadêmicas: Edna Karen Block e Sabrina Bernardo
Curso de Fonoaudiologia - Unochapecó
Componente: Introdução à Audiologia

SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO ………………………………...………………………………………………...3

2.0 PAINPSE O QUE É?...........................................................................................…………………3

3.0 ACHADOS AUDIOLÓGICOS...……………................................................................................4

4.0 EXISTE TRATAMENTO?..............................................................................................................6

5.0 SINTOMAS E SINAIS DA PAINPSE …………………………………………………………6

6.0 CONCLUSÃO..................................................................................................................... 6
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1.0 INTRODUÇÃO

Nesta pesquisa, tivemos a intenção de trazer sobre este assunto, sua real importância, sendo a
perda mais comum, encontrada nos últimos anos, entre os meados de 80 e 90 PAINPSE foi
uma das doenças ocupacionais mais frequentes, e mesmo depois de todas essas décadas, o
desenvolvimento tecnológico criou máquinas cada vez maiores e mais ruidosas, que
contribuíram substancialmente para agravar o problema do ruído, por conta disso, a
existência dessa perda é mais recorrente do que imaginamos, mesmo após a criação de vários
recursos que evitariam essa problemática, a estimativa encontrada de perda decorrente de
exposição a ruídos vem crescendo mais.
Trata-se de uma alteração irreversível dos limiares auditivos, do tipo neurossensorial, com
progressão gradual relacionada ao tempo de exposição ao risco. Compromete inicialmente a
faixa de frequência entre 3 a 6 KHz e, quando cessada a exposição, a perda auditiva não
progride.
“Um dos mais importantes sentidos para o
desenvolvimento psicossocial do ser humano é a
audição, sendo ela de grande relevância no
processo de integração do homem na sociedade;”
(GUIDA, 2007)

A prevenção da perda auditiva é, então, uma forma de proteger qualquer pessoa contra suas
consequências nocivas secundárias. Assim sendo, a redução da exposição a ruídos intensos é
a principal forma de precaução que os profissionais da saúde podem lançar para proteger os
trabalhadores contra a PAINPSE. Na literatura científica, o ruído é apontado não somente
como causador de perda auditiva, mas também como causador de zumbido e intolerância a
sons intensos.
“Salienta-se, ainda, que o ruído é capaz de provocar trauma acústico (a depender da
intensidade) lesando estruturas da orelha (temporária ou definitivamente)”;(MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2006)

2.0 PAINPSE: O QUE É?

Como já falado, PAINPSE, nada mais é, do que uma perda auditiva induzida por níveis de
pressão sonora elevados, que em grande parte dos acometidos pertencem a exames
ocupacionais, de trabalhadores que ficam expostos a ruídos por uma longa quantidade de
tempo, quando o ruído é intenso e a exposição a ele é continuada, acima de 85 dB por 8 horas
por dia e sem proteção, ocorrem alterações estruturais na orelha interna, que determinam a
ocorrência da PAINPSE, estas alterações podem gerar lesões irreversíveis atingindo a cóclea
(orelha interna), que possui células sensoriais ciliadas que transmitem a informação sonora,
através de impulsos elétricos, ao nervo auditivo quando a estimulação será, finalmente,
conduzida até o córtex cerebral, local onde será decodificada. Com a exposição a sons
intensos, as células ciliadas poderão ser lesadas, ao longo dos anos, provocando perda
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progressiva da capacidade auditiva. Basicamente no entanto, o ambiente urbano com todos os


seus ruídos gerados de diversas fontes sonoras, tais como: meios de transporte, atividades de
lazer, de obras, indústrias, etc, causam uma poluição sonora, ou seja, uma sobreposição de
sons indesejáveis que provocam uma perturbação.
Além dos danos causados pelo ruído, como a perda auditiva e zumbido, podem ocorrer
fatores extra auditivos como intolerância a sons intensos, prejuízo cognitivo (principalmente
em crianças), doenças cardiovasculares, distúrbios do sono, irritabilidade e estresse. No
entanto, a população não recebe a devida orientação, e outro fato importante, é o uso
incorreto de fones de ouvido, com o volume alto, pois esse hábito tem aumentado o número
de pessoas com deficiência auditiva.

3.0 ACHADOS AUDIOLÓGICOS

FONTE: Google Fotos

No momento da anamnese, podemos analisar algumas das perguntas respondidas pelo paciente, e ter
uma pré-visualização do que pode estar acontecendo para o mesmo ter adquirido de forma progressiva
a perda. Dentro delas, o intuito é saber sobre seu ambiente de trabalho, o tempo de permanência no
local e como é a questão sonora do lugar diariamente, se o mesmo utiliza os EPI's corretamente e
assim por diante, logo após, feito a audiometria, e juntando os resultados com os fatos, é possível
perceber a existência de Painpse.
Logo a cima, podemos ver a imagem de uma audiometria de 2018, com o resultado de Painpse,
decorrente de um trabalhador de 58 anos, que passou 25 anos de sua vida trabalhando com máquinas
pesadas em uma pedreira, que além de permanecer no ambiente, entre 8 horas por dia, com um alto
nível sonoro, passava por uma trepidação intensa, e não utilizava os EPI's corretamente acelerando
ainda mais sua perda;

● Os valores marcados no gráfico para o possível resultado de PAINPSE, inicia-se com as


frequências de 250, 500 e 1000hz com limiares próximos que 25 dB, já algumas frequências
específicas como 3000, 4000 e 6000 Hz ocorre um aumento da perda auditiva podendo ser
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visualizado no gráfico acima como o formato de “V”, ou melhor, entalhe, estes detalhes são
potencialmente relacionáveis a PAINPSE;
● A perda em 2000 Hz sempre será proporcionalmente inferior a perda em 3000, 4000 e 6000
Hz;
● São alterações predominantemente bilaterais e simétricas;
● A confirmação da Painpse será feita pelo médico do trabalho;

Com objetivo de identificar a diferença desta perda auditiva com as outras, mostraremos abaixo
alguns achados audiológicos encontrados dentro de artigos, para que assim, possamos comparar e
perceber a grande influência que os ruídos e a má proteção e cuidado com nossos ouvidos podem
provocar.

Primeiro artigo científico:

“PERFIL AUDIOMÉTRICO DE INDIVÍDUOS EXPOSTOS AO RUÍDO ATENDIDOS NO


NÚCLEO DE SAÚDE OCUPACIONAL DE UM HOSPITAL DO MUNICÍPIO DE MONTES
CLAROS, MINAS GERAIS”

Neste, é mencionado sobre a questão do rebaixamento auditivo, referindo-se que há perda sugestiva a
PAINPSE quando ocorre, além do rebaixamento, onde os limiares auditivos ficam acima de 25 db
(NA) nas frequências de 3.000hz até 6.000hz, Ademais, as outras frequências estão um pouco
melhores e podem estar comprometidas ou não. Outro fator importante para identificar uma perda
sugestiva de PAINPSE é a diferença de 10 db (NA) no GAP (Diferença entre via aérea e óssea). Esta
perda pode ser unilateral ou bilateral, dependendo do ouvido que mais está exposto ao ruído.
Esta pesquisa foi realizada com pessoas expostas a ruído, como motoristas, trabalhadores em geral,
pedreiros, mecânicos e outros, nos quais, alguns usavam protetores auriculares, outros não, ou faziam
mau uso do mesmo. Nesta pesquisa também foi considerado o tempo de trabalho em determinado
serviço e quanto tempo fica exposto ao ruído durante o dia.
Por fim, como já esperado, dentro das audiometrias realizadas com os entrevistados, foram
encontradas perdas sugestivas de PAINPSE em grande quantidade, possivelmente por conta do mau
uso de epis ou não uso do mesmo.

Segundo artigo:

“CORRELAÇÃO ENTRE O PERFIL AUDIOMÉTRICO, IDADE E O TEMPO DE


ATIVIDADE EM MOTORISTAS DE ÔNIBUS”

Em uma pesquisa realizada com motoristas de ônibus, foi constatado maior perda auditiva
nas frequências de 3.000 hz a 6.000 hz. Ademais, a maior perda auditiva nas frequências
acima, foram encontradas na orelha esquerda, por conta da maior proximidade com o motor
do veículo e ruídos externos.
Vale destacar também que as frequências que foram encontradas com maior perda auditiva
são as de alta frequência, o que já é um indicativo para PAINPSE.
Dentro desta pesquisa também foi levado em consideração a quanto tempo o indivíduo
trabalha com ruído, onde o os dados encontrados foram de 4 a 16 anos, ainda foi observado
um grande tempo de exposição ao ruído diário. Este juntamente com o aumento da idade do
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indivíduo, contribui para a Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados
(PAINPSE).
Por fim, conclui-se que o grande índice de perda auditiva principalmente no ouvido esquerdo
é relacionada a grande exposição ao ruído do trânsito e motor do ônibus que em conjunto
com o avanço da idade, é mais um ponto de gatilho para indicativo de hipoacusia.

4.0 EXISTE TRATAMENTO?

Justamente por ser uma perda irreversível, a PAINPSE, não possui cura, e seu “tratamento”
nada mais é do que a utilização do aparelho auditivo. Geralmente pessoas que possuem a
perda por conta dos ruídos tem também os temidos e irritantes zumbidos, que com a
utilização do aparelho auditivo irão diminuir sua intensidade e serão mais “confortáveis”.

5.0 SINTOMAS E SINAIS DA PAINPSE

● Diminuição da capacidade de ouvir;


● Dificuldade de compreensão;
● Presença de zumbido;
● Intolerância a sons intensos;
● Diminuição da concentração;
● Cefaléia, tontura, insônia e fadiga.
Devemos portanto, evitar a exposição ao som alto, para que não ocorra danos a nossa saúde,
as perdas podem ocorrer em qualquer idade e em qualquer pessoa, e é exatamente por isso
que devemos ter em mente a necessidade do cuidado e das precauções, não é apenas os ruídos
que podem causar as perdas, utilização de fone de ouvido com som muito alto prejudica em
grande escala a audição de muitos jovens, além de festas com um som altíssimo, causando
depois a sensação de ouvido “trancado” de audição cansada, entre isso e muito mais;

6.0 CONCLUSÕES

Partindo para o fim deste trabalho, concluímos que a perda auditiva por PAINPSE é muito
comum e afeta inúmeros trabalhadores, sejam eles motoristas, pedreiros e outros. Além disso,
a perda auditiva muitas vezes é relacionada a falta de cuidados como, o não uso ou, uso
incorreto de EPI 's, sem contar a falta de orientação para esses profissionais, que muitas vezes
nem sabem os direitos que tem em relação a sua saúde auditiva.
Ademais, sabemos que a hipoacusia tem um impacto muito grande na vida das pessoas, seja
na comunicação social, localização e outros fatores, o que torna a prevenção deste sentido
extremamente importante.
Assim finalizamos nosso trabalho, de forma simplificada, porém, tentando especificar cada
parte importante da Painpse, mostrando sua importância, seus perigos, e formas de evitá-la,
que não é brincadeira, e pode prejudicar muitas vidas.
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REFERÊNCIAS

1. CORRELAÇÃO ENTRE O PERFIL AUDIOMÉTRICO, IDADE E O TEMPO DE


ATIVIDADE EM MOTORISTAS DE ÔNIBUS. SCIELO, [S. l.], p. 01-509, 15 mar. 2016.
2. APARELHOS auditivos. Amplich, [S. l.], p. 01-550, 5 jul. 2018.
3. PAINPSE na Audio. Audiologia inteligente, [S. l.], p. 01-40, 23 jun. 2015.
4. PERDA Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados. Audiologia
inteligente, [S. l.], p. 01-80, 26 jun. 2015.
5.. Araújo SA. Perda auditiva induzida pelo ruído em trabalhadores de metalúrgica.
Rev Bras Otorrinolaringol. 2002; 68(1):47-52.
6. Gonçalves CGO, Iguti AM. Análise de programas de preservação da audição em
quatro indústrias metalúrgicas de Piracicaba, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública.
2006; 22(3):609-18.
7. Marques FP, Costa EA. Exposição ao ruído ocupacional: alterações no exame de
emissões otoacústicas. Rev Bras Otorrinolaringol. 2006; 72(3):362-6.

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