conhecimento de forma atualizada e com base científica sobre monitoramento da ototoxicidade para fonoaudiólogos e estudantes de fonoaudiologia, baseado no documento da Academia Americana de Audiologia - AAA (2009).
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INOAUDIO e não é permitido usá-lo de forma indevida ou com fins lucrativos.
Esperamos que esse E-book te auxilie na prática
clínica referente à Audiologia!
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Mayra, Natália e Juliana
@inoaudio @fononati @fga.julianacoutinho @mayra.cursosaudiologia O que é ototoxicidade?
Certas medicações apresentam agentes tóxicos
para o sistema auditivo, como antibióticos e medicações utilizadas no tratamento do câncer, trazendo disfunção coclear ou vestibular. Os prejuízos auditivos que podem ser encontrados são:
Perda auditiva permanente;
Zumbido secundário à degradação
sensorioneural
O documento da Academia Americana de
Audiologia (2009) propõe o monitoramento da ototoxicidade para minimizar o impacto da perda auditiva na população que precisa fazer uso de alguma medicação ototóxica e os pontos principais serão discutidos nesse E-book. O que podemos esperar de
resultados auditivos na
ototoxicidade?
As manifestações clínicas da ototoxicidade
dependem de cada organismo e variabilidade individual, mas podemos encontrar na audiometria tonal perda auditiva bilateral sensorioneural com maior acometimento nas frequências altas, devido a medicação danificar mais facilmente a parte basal da cóclea, onde estão distribuídas as frequências altas, como no exemplo abaixo. Além da perda auditiva, a queixa de zumbido também pode ser constante. Audiometria de altas
frequências
A audiometria de altas frequências ainda é debatida
no Brasil devido algumas questões que envolvem padronização de via aérea, via óssea e medidas de calibração, sendo um instrumento mais utilizado para monitoramento auditivo do que para fins de diagnóstico audiológico.
O documento da AAA (2019) descreve que a
audiometria de altas frequência por abranger de 8.000 Hz até por volta de 20.000 Hz seria uma ferramenta mais adequada para ser utilizada na detecção precoce da ototoxicidade devido ao acometimento das células ciliadas externas na parte mais basal da cóclea, como em casos de medicamentos como aminoglicosídeos e cisplatina que acometem a região das frequências mais altas e que podem não ser detectadas na audiometria convencional.
Há também a limitação da aplicação da audiometria
de altas frequências em pacientes idosos e pacientes com histórico de perda auditiva. eMISSÕES OTOACÚSTICAS
As emissões otoacústicas transientes e produto de
distorção devem ser utilizadas no monitoramento da ototoxicidade devido à sua rapidez para aplicabilidade clínica sem necessitar da resposta do paciente. No documento da AAA (2009) consta que com o uso das medicações ototóxicas, as emissões otoacústicas tendem a desaparecer primeiramente do que os limiares audiométricos ( de 250 a 8.000Hz) apresentarem resultados abaixo da normalidade.
Há discussão no documento de que as emissões
otoacú́sticas por produto de distorção teriam maior sensibilidade para detectar alterações m´´ínimas de audição após o uso da medicação ototóxica devido a sua banda maior de frequências avaliadas na cóclea que podem ser mais afetadas. Diretrizes práticas
De acordo com o documento do AAA (2009), a
combinação emissões otoacústicas + audiometria de altas frequências poderia ser um grande aliado para a detecção precoce de perdas auditivas ocasionadas por medicações ototóxicas. Esse documento estabelece alguns critérios de monitoramento auditivo com base em avaliações audiológicas anteriores e com a escala da National Cancer Institute (NCI) para audiometria em adultos.
Nível 1: Mudança dos limiares auditivos ou perda
auditiva de 15-25 dB em duas ou mais frequências consecutivas ao menos em uma orelha.
Nível 2: Mudança dos limiares auditivos ou perda
auditiva maior que 25-90 dB dB em duas ou mais frequências consecutivas ao menos em uma orelha.
Nível 3: Mudança dos limiares auditivos ou perda
auditiva maior que 25-90 dB dB em três ou mais frequências consecutivas ao menos em uma orelha. eXPOSIÇÃO AO RUÍDO
Segundo o documento da AAA(2019), indivíduos
que estão fazendo administração de medicação ototóxica não devem ser expostos ao ruído de forma elevada durante meses para não aumentar a probabilidade de lesar as células ciliadas externas.
Aminoglicosídeos, como a getamicina podem
estar presentes nas células ciliadas mesmo após meses de ingestão da medicação e a exposição ao ruído pode intensificar o dano nas células ciliadas causado pela ototoxicidade. Sugestão de leitura
Sugerimos e leitura do documento da AAA (2019)
na íntegra devido à sua complexidade e quantidade de informações sobre o monitoramento da ototoxicidade.
Você pode baixar o documento gratuitamente no
site: https://www.audiology.org/practice- resources/practice-guidelines-and-standards/ Esperamos que esse material tenha te ajudado!
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