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AASI

APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL


O manual definitivo e completo para fazer uma perfeita adaptação

Produzido por Julia Valente / Revisado


e Ilustrado por Erica Sitta
INTRODUÇÃO

Desde os primórdios a audição tem papel fundamental na nossa sobrevivência, quando nos
alertava sobre um perigo iminente.

Além da importância para a sobrevivência, a audição é um dos sentidos mais importantes para
os ser humano. É através dela que nos inserimos na sociedade e pela qual a criança aprende a
falar e se comunicar.
INTRODUÇÃO

A partir da vigésima semana, o embrião já começa


a ouvir e já reconhecer vozes.

E diferentemente dos nascidos, onde o som


ouvido é propagado por via aérea, no feto, o
mesmo propaga-se através do líquido da
placenta. Desta forma, o bebê dentro do útero
ouve os sons de forma como se estivéssemos
dentro de uma piscina.
INTRODUÇÃO

E como curiosidade: a cóclea é o único órgão do corpo humano que ao bebê nascer já possui o
tamanho de um adulto (comparada ao tamanho de uma ervilha).

E a partir dos 8 meses a criança já consegue identificar sons do ambiente e as vozes das
pessoas. Isso é um forte fator primordial para o vínculo de relacionamento entre a mãe e o
bebê.
INTRODUÇÃO

ESTE MANUAL TEM COMO OBJETIVO PRINCIPAL SER UM GUIA TEÓRICO PARA A PRÁTICA DA
ADAPTAÇÃO DE APARELHOS AUDITIVOS.

Além disso, também, oferecer respostas às principais dúvidas apresentadas pelos


Fonoaudiólogos que trabalham com AASIs ou um grande norteador de consulta para aqueles
que irão começar agora neste caminho de reabilitação.
AASI
UM BREVE HISTÓRICO
HISTÓRICO

No decorrer dos anos, a evolução tecnológica dos


AASI foi enorme, saindo de uma prótese chamada
de convencional que fazia uso de pilhas AA e
ficavam presas à cintura para chegar em aparelhos
que podem ser colocados dentro do ouvido do
paciente e são praticamente imperceptíveis.
HISTÓRICO

Nos dias atuais, os aparelhos estão cada dia menores


(podendo até ser feito o uso de próteses intra–aurais), que
ficam dentro do ouvido.

Além disso, fazem uso de pilhas pequenas e são


confeccionadas especificamente para esse uso ou possuem
pilhas recarregáveis.
HISTÓRICO

Outra grande evolução são as possibilidade de


conectividade. Hoje é possível conectar os aparelhos que
possuam tal tecnologia à televisão, celular e microfones.

Essas possibilidades fazem com que o uso dos aparelhos


sonoros sejam mais interessantes e inseridos em nosso dia
a dia com mais praticidade.
AASI
DEFINIÇÃO
DEFINIÇÃO

Os aparelhos de amplificação sonora individual (AASI) podem ser definidos como um


dispositivo que amplifica o som e o fornece em uma intensidade mais alta no ouvido do
paciente que apresentam perda auditiva.

Sua função principal é amplificar os sons ambientais e, principalmente, os sons da fala,


aproveitando ao máximo a audição residual do indivíduo.
DEFINIÇÃO

O AASI possui o objetivo de amplificar os sons da forma mais adequada possível. Estes sons
devem abranger tanto os sons da fala e do ambiente , quanto os sons para lazer.

Contudo, além de possibilitar essa amplificação sonora, o aparelho auditivo precisa atender
as necessidades básicas de comunicação social do indivíduo como prioridade.
AASI
O CAMINHO DA PROTETIZAÇÃO
COMO REABILITAR
O PACIENTE COM AASI?
O CAMINHO DA PROTETIZAÇÃO

O Fonoaudiólogo é o profissional responsável pela seleção e adaptação do aparelho auditivo.


Porém, a reabilitação do paciente exige uma atuação interdisciplinar, sendo o
otorrinolaringologista o principal parceiro.

Ambas as atuações devem ocorrer pré e pós adaptação, uma vez que esse acompanhamento
ocorrerá enquanto houver o uso do aparelho auditivo. Portanto, sempre que precisar de
auxílio, encaminhe o seu paciente para este profissional.
O CAMINHO DA PROTETIZAÇÃO

O otorrinolaringologista é o médico responsável pelo cuidado da audição. Ele possui


conhecimento sobre a função biológica da audição e realiza o diagnóstico da patologia que o
paciente possui. Este profissional define as possibilidades terapêuticas para o tratamento do
paciente, que inclui o uso da prótese e o encaminhamento do paciente.

Esse trabalho em conjunto é de grande relevância para a melhor aceitação do paciente ao


tratamento e consequente reflexo de sucesso da reabilitação e do uso contínuo da prótese.
O CAMINHO DA PROTETIZAÇÃO

Na primeira sessão do paciente, o Fonoaudiólogo deve estudar a função social da audição deste
paciente por meio da anamnese e realizar todos os exames que comprovem a deficiência auditiva
e suas especificidades.

Tenho a caracterização da perda auditiva do paciente, este profissional já tem condições de


escolher e indicar o melhor AASI para este tipo de situação. A adaptação deve ser feita de acordo
com as necessidades de cada paciente.

Outra atuação muitas vezes necessária é a realização treinamento auditivo e de leitura orofacial
para alguns protetizados.
IMPORTANTE

O Fonoaudiólogo também realiza campanhas de


promoção à saúde auditiva, de divulgação da
importância do uso do AASI e orientações a
familiares, amigos e ao próprio paciente.
QUEM É CANDIDATO
AO USO DO AASI?
CANDIDATO AO USO DO AASI

Toda criança com perda de audição permanente é candidata ao uso de AASI e deve ser
protetizada o mais cedo possível.

Mesmo em perdas unilaterais, quando o outro lado apresenta audição normal, o lado pior deve
usar aparelho. Isso deve ocorrer pois a criança está em fase de aprendizado, e a audição
unilateral faz com ela perca algumas pistas auditivas e não desenvolva algumas funções auditivas
como a lateralização.
CANDIDATO AO USO DO AASI

No caso de adultos, deve-se avaliar o grau de sofrimento com a perda auditiva, principalmente
nos casos de perdas auditivas muito leves ou unilaterais.

Outra indicação a ser analisada cuidadosamente são os casos de perdas unilaterais profundas ou
muito assimétricas. Muitas vezes a protetização só é valida com o uso do sistema CROSS/
BICROSS (veremos mais a frente).
CANDIDATO AO USO DO AASI

As perdas auditivas flutuantes (normalmente devido à otites), se persistentes, devem ser


protetizadas, mas exigem maior acompanhamento e atualização dos exames auditivos.

Mesmo que só existam resíduos auditivos as próteses deverão ser sempre testadas, pois muitas
vezes conseguem ao menos restabelecer a função de sons de alerta.
CANDIDATO AO USO DO AASI

Qualquer melhora na comunicação do paciente com perda auditiva é sempre bem vinda e trás
benefícios para a melhora da sua qualidade de vida!

Além disso, é importante a avaliação da motivação do paciente em usar um AASI. Caso seja
observada grande resistência, é necessária uma abordagem de convencimento, trazendo
argumentos que mostre todos os benefícios do seu uso.

TODO INDIVÍDUO COM PERDA AUDITIVA É UM CANDIDATO AO USO DO AASI.


COMO ESCOLHER
UM AASI ?
ESCOLHA DO AASI

Os exames audiológicos são fundamentais para a escolha do aparelho auditivo, porém diversos
outros aspectos devem ser considerados.

Esses diversos aspectos devem ser investigados na Anamnese Inicial, que deve ser detalhada e
clara para o paciente. Nesse momento inicia-se o processo de criação de vínculo, onde será
fundamental a confiança do paciente no trabalho a ser realizado.
ESCOLHA DO AASI

Os aspectos a serem avaliados são:

• A aceitação da perda (que deve ser


• As expectativas - que podem ser possíveis
trabalhada desde o início).
de ser atendidas ou não a depender do
• A motivação para o uso do AASI (o
grau da perda auditiva;
processo de adaptação depende do uso
• Estética
constante).
• Aspectos financeiros
• As necessidade de comunicação -
relacionados aos estilo de vida e de
ambientes que o paciente frequenta
(quanto mais desafiador o ambiente, mais
tecnologia é necessária).
IMPORTANTE

Todas essas informações podem ser obtidas através de


uma anamnese estruturada (criada ou não pelo
fonoaudiólogo) ou anamnese com questões abertas
(ficando ao critério do avaliador).
AASI
COMPONENTES
COMPONENTES DO AASI

O conhecimento dos componentes básicos de uma prótese auditiva é fundamental


para o entendimento de como o processo acontece. Esse entendimento é
fundamental para o raciocínio clínico durante o processo de adaptação.

1
Os principais componentes são:

1. Microfone
2
2. Amplificador
3 4 3. Receptor
4. Pilha/bateria
COMPONENTES DO AASI

1 2 3 4
MICROFONE: AMPLIFICADOR: RECEPTOR: PILHAS:
Capta o som do Som (sinal Transforma o É a responsável
ambiente e elétrico) é sinal elétrico em pela
transforma em amplificado e acústico e o transformação da
sinal elétrico modificado fornece ao energia química
conforme usuário em energia
necessário elétrica no uso do
aparelho.
COMPONENTES DO AASI
COMPONENTES DO AASI

MICROFONE
É um transdutor mecâno–elétrico, transformando as ondas sonoras em sinal elétrico equivalente
que será analisando dentro do aparelho.

Podem ser de dois tipo: Direcionais e Omindirecionais:

• Omnidirecionais: são aqueles que captam de forma idêntica sinais vindos de todos os
ângulos (360°). Esse tipo de microfone não consegue priorizar uma fonte sonora, porém
proporciona a audição de todos os sons do ambiente.

• Direcionais: são aqueles que capta de forma variável sons vindos de diferentes
ângulos. Neste tipo de microfone pode mudar a direção da captação (frente, trás,
direita e esquerda) a depender de onde vem a fonte sonora.
COMPONENTES DO AASI

MICROFONE
Os aparelhos podem ter apenas um tipo de microfone ou os dois. Para a escolha, o profissional
deverá levar em consideração o ambiente habitual do paciente.

Os aparelhos que possuem mais tecnologia chegam a ter dois microfones (um para fala e um
para o ambiente). Isso faz com o que indivíduo possa ter a fala priorizada, mas ainda possa ouvir
com clareza os sons do ambientes. Muitos aparelhos com apenas um microfone, para
conseguirem focar na fala, tornam os sons ambientais confusos, muitas vezes semelhantes a
ruído. Porém os AASIs com dois microfones são também os aparelhos que apresentam maior
custo financeiro.
COMPONENTES DO AASI

AMPLIFICADOR
É o processador do aparelho e tem a função de aumentar a amplitude do sinal elétrico, sendo
responsável pelas características de ganho da prótese auditiva.

Esse ganho pode ser alterado por sistemas específicos, que podem ser ajustados durante a
adaptação do paciente. Cada caso irá apresentar diferentes ganhos, podendo ser maior ou
menor este ganho, em cada frequência, de acordo com a deficiência auditiva apresentada e
também pelo nível de conforto ou desconforto de cada paciente.
COMPONENTES DO AASI

RECEPTOR
É um transdutor eletro-mecano acústico (fazendo uma transformação contrária a realizada pelo
microfone). Transforma a energia elétrica já amplificada e modificada em onda sonora e a
transmite à orelha do indivíduo.

A saída máxima gerada por cada receptor é em função de seu tamanho: quanto maior um
receptor, normalmente maior é a saída possível. Por esse motivo, perdas auditivas maiores
necessitam de receptores maiores e consequentemente o tamanho do aparelho auditivo
também aumenta. Uma saída para criação de aparelhos menores foi a invenção de aparelhos
que contenham o Receptor no Canal (vamos comentar mais a frente) pois com essa retirada o
tamanho do aparelho não estará mais condicionado ao tamanho do receptor.
COMPONENTES DO AASI

PILHAS
São fontes de energia para a prótese auditiva. Hoje são utilizadas pilhas confeccionas
especificamente com a finalidade de serem usadas em aparelhos auditivos. Isso é de grande
vantagem, uma vez que elas mantém uma tensão praticamente constante durante sua vida útil.

Ela é do tipo zinco-ar, o que significa que só funciona quando sua superfície entra em contato
com o ar, por isso, as mesmas são armazenadas com um lacre (que só deve ser retirada no
momento do uso) sendo possível armazená-las por mais tempo sem desgaste.

A escolha do tamanho da pilha irá depender do tamanho do aparelho e quanto de potência ele
possui. São divididas em quatros tamanhos: 10, 312, 13 e 675 (ordem crescente de tamanho).
Quanto menos a pilha, menor sua capacidade.
AASI
CARACTERÍSTICAS
ELETROACÚSTICAS
CARACTERÍSTICA ELETROACÚSTICA

As características eletroacústicas então presentes


em todos aparelhos auditivos. Duas delas foram
citadas ao se falar dos componentes dos
aparelhos. Todas elas são passíveis de modificação
durante a regulagem do aparelho auditivo.

As características eletroacústicas são:


• Ganho Acústico
• Resposta de frequência
• Saída Máxima
CARACTERÍSTICA ELETROACÚSTICA

GANHO ACÚSTICO
O ganho acústico pode ser definido com a quantidade de
amplificação fornecida por uma prótese auditiva. O
mesmo também tem como definição, a diferença de
intensidade em decibéis (dB), entre o som que sai e o
som que entra na prótese auditiva. Por este motivo,
apresenta relação direta com o grau da perda auditiva
(quanto maior a perda auditiva, maior será a amplificação
(ganho).
CARACTERÍSTICA ELETROACÚSTICA

GANHO ACÚSTICO
O ganho acústico pode ser definido com a quantidade de amplificação fornecida por uma prótese
auditiva. O mesmo também tem como definição, a diferença de intensidade em decibéis (dB), entre
o som que sai e o som que entra na prótese auditiva. Por este motivo, apresenta relação direta com
o grau da perda auditiva (quanto maior a perda auditiva, maior será a amplificação (ganho). Veja um
exemplo de ganho acústico:

Ganho = 40 dB Fornece ao usuário -> 100dB


Som ambiente = 60 dB

Neste exemplo, conseguimos calcular quanto de intensidade o aparelho auditivo aumentou no som captado. O
som ambiente de 60dB teve o acréscimo de 40 dB (ganho), sendo fornecido ao paciente na intensidade de 100dB.
CARACTERÍSTICA ELETROACÚSTICA

GANHO ACÚSTICO
Algumas queixas relatadas durante o processo de adaptação estão relacionados ao ganho regulado
no aparelho. É por isso que o Fonoaudiólogo precisa conhecer bem as funcionalidades do ajuste,
para que o paciente se sinta confortável utilizando a prótese auditiva em todos os seus momentos
de vida.

Exemplos:
“Parece que tudo está estrondando” –> Ganho alto
“Está a mesma coisa ouvir com e sem AASI” –> Ganho baixo
“O shopping mais parece um campo de guerra” –> Ganho alto nas frequências graves
“Tira isso do meu ouvido que eu não vou aguentar” –> Ganho alto
CARACTERÍSTICA ELETROACÚSTICA

RESPOSTA DE FREQUÊNCIA
Resposta de frequência pode ser definida com a resposta do sistema de amplificação para cada
frequência de amplificação do aparelho.

Aparelhos auditivos que possuem esse recurso possuem um ganho específico para cada frequência
ao invés de apenas um ganho para qualquer frequência captada. Essa característica possui relação
direta com a configuração do audiograma, permitindo um ajuste mais detalhado, levando em conta
cada limiar pesquisada na audiometria.
CARACTERÍSTICA ELETROACÚSTICA

RESPOSTA DE FREQUÊNCIA
As principais queixas relacionadas a resposta de frequência são:

“A voz da minha mãe está parecendo voz de homem” –> ganho alto nas frequências graves

“Como o barulho do papel está forte! Está tudo estalando” –> ganho alto nas frequências agudas

Se o fonoaudiólogo não se atentar a estes tipos de reclamações do paciente, será bem possível o
mesmo não apreciar o uso da nova prótese.
CARACTERÍSTICA ELETROACÚSTICA

SAÍDA MÁXIMA
A saída máxima pode ser definida como o maior nível de pressão sonora que a prótese deve ou é
capaz de produzir. Está relacionado ao quanto de amplificação é necessária para o caso. O
amplificador e o receptor que são os responsáveis por ela.

Além disso, a Saída Máxima possui relação direta com o nível de desconforto do paciente (limite a
partir do qual qualquer som mais forte se torna desconfortável).

O paciente sempre espera o melhor e o mais confortável som com o uso da prótese auditiva e é com
a saída máxima que o Fonoaudiólogo irá propiciar essa boa qualidade.
ATENÇÃO

Paciente com Recrutamento Objetivo de Metz ( aqueles que


possuem perda auditiva sensorioneural) devem ser adaptados
com bastante atenção à sua saída máxima. Para esse tipo de
indivíduo, os sons altos são sentidos como muito mas altos do
que realmente são.

Nestes casos, é orientado colocar no Software de adaptação os


limiares de desconforto para não criar uma experiência
desagradável ao paciente.
CARACTERÍSTICA ELETROACÚSTICA

SAÍDA MÁXIMA
As principais queixas relacionadas à saída máxima são:

“Quando uso o aparelho por muito tempo fico tonto”


“Minha cabeça dói quando estou usando o AASI”
“Quando a tampa da panela cai no chá parece que o mundo vai acabar”
“Nem me chame para uma festa, se tiver muito barulho eu vou sem aparelho”

Todas as queixas são relacionadas à saída máxima muito alta.


AASI
CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DO AASI

Os aparelhos auditivos podem ser classificados de diversas formas, levando em consideração


diversos parâmetros. Ao se conhecer essas classificações, é possível compreender como
determinado aparelho auditivo é e entender os recursos que ele possui. Os aparelhos auditivos
podem ser classificados da seguinte forma:

• Localização aparelhos
• Tipo de transmissão
• Modo de transmissão
• Processamento do sinal
• Tipo de amplificação
CLASSIFICAÇÃO DO AASI

1 2 3
CONVENCIONAIS: RETROAURICULARES: INTRA-AURAIS:
Também conhecidos (BTE)
como caixa Retroauriculares Intra-auriculares
(Miniretroauriculares Intracanal
ou Microcanal
Microretroauriculares)
1 AASI CONVENCIONAL
1 AASI CONVENCIONAL (tipo caixa)

Nestes aparelhos, todos os componentes eletrônicos estão


localizados em uma caixa, geralmente presa na roupa na
altura do peito. A caixa é conectada através de um fio a um
receptor externo, que é acoplado a orelha por um molde
auricular direto. É normalmente usado, hoje em dia, em
casos de adaptações por via óssea, onde o receptor é do
tipo vibrador.

Estes tipos são cada vez menos utilizados.


1 AASI CONVENCIONAL (tipo caixa)

Vantagens Desvantagens Indicação


• Menor risco de • Não permitem localização • Pacientes com perda
realimentação acústica. sonora profunda pordem ter
• Controles externos maiores e • Não possuem resposta de maior ganho.
fáceis de manipular. frequências • Pacientes com
• Pilhas convencionais • Estética indesejável limitações motoras
• Maior durabilidade e podem melhor
resistência. manuseá-los.
AASI CONVENCIONAL

Observações:
É importante lembrar que nesses tipos de aparelhos auditivos
convencionais, o microfone que capta o som, estará localizado

1
junto a caixa, normalmente presa a cintura do usuário. Desta
forma, a localização sonora e a audição (semelhante a normal)
ficam bastante comprometidas. Esteticamente, assemelhasse ao
uso de um walkman.
2 AASI RETROAURICULAR
2 AASI RETROAURICULAR (BTE)

É o tipo de aparelho mais utilizado atualmente, uma vez que


ele permite a adaptação de perdas de grau leve a profundo.

Nesta categoria estão inclusas todas as próteses que ficam


localizadas atrás do pavilhão auricular.

O microfone fica em uma posição equivalente a parte


superior do pavilhão e um tubo contorna a parte frontal
(une o aparelho ao MAE e transmite o som);
2 AASI RETROAURICULAR (BTE)

Vantagens Desvantagens Indicação


• Maiores possibilidade de • Não faz uso da amplificação • Qualquer tipo de perda
adaptações, por comportar e da localização natural do auditiva.
mais componentes internos canal auditivo externo.
(ex.: Antena Wireless). • Perdas auditivas de grau
• Maior ganho (imprescindível maiores necessitam de
para perdas profundas). aparelhos maiores (com
• Mais fácil manipulação exceção dos receptores de
manual devido ao tamanho canais).
do aparelho (pessoas com • Questões estéticas
destreza manual
comprometida).
AASI RETROAURICULAR (BTE)

Observações:
Todos os componentes (microfone, amplificador e
receptor) estão dentro do corpo do equipamento, com
exceção dos receptores de canal. Conforme o tamanho

2
do AASI BTE são referidos como:

• Retroauriculares
• Minirretroauriculares
• Microrretroauriculares
2 AASI RETROAURICULAR (BTE)

TIPOS DE VOZ
Estratégias para soltar o pescoço

Retroauriculares Minirretroauriculares Microrretroauriculares


(pilha 675) (pilha 13) (pilha 312)
3 AASI INTRA-AURAL
3 AASI INTRA-AURAL

Neste aparelho, todos os componentes estão completamente


inseridos dentro do molde auricular do usuário (na área da
concha e meato acústico externo).

Esse tipo pode ser adaptado a graus de perdas leves até


moderadamente severas. Vale ressaltar que paciente com
condutos maiores possibilitam a adaptação para perdas de grau
maiores, uma vez que o tamanho do receptor irá variar de
acordo com a necessidade de amplificação.

Quanto menor for esse aparelho, mais interno no meato


acústico externo ele será inserido, proporcionando maior o
aproveitamento das funções acústicas da orelha, localização do
som e ênfase nas frequências altas.
3 AASI INTRA-AURAL

A B C
TIPOS DE VOZ
Estratégias para soltar o pescoço

Intra-auricular Intracanal Microcanal


(ITE) (ITC) (CIC)
AASI INTRA-AURAL

Intra-auricular (ITE):
Na sua confecção, irão ocupar parte do meato acústico externo e
do pavilhão auricular (concha).

A
São indicadas para perdas de leve à moderadamente severa
(maior espaço para colocação dos dispositivos)
3 AASI INTRA-AURAL - Intra-auricular (ITE)

Vantagens Desvantagens Indicação


• Maior ganho acústico • Estéticamente mais • É indicado para casos
• Maior número de controle aparente. entre perda leve à
interno. • A maior oclusão do MAE severa a depender do
• Minimizam a ocorrência de pode gerar a sensação de tamanho do conduto.
microfoniadevido à maior autofonia.
vedação do conduto auditivo
externo.
AASI INTRA-AURAL

Intra-canal (ITC):
Este tipo, localiza-se inteiramente no MAE, mas sua superfície
externa fica aparente na concha.

Os menores podem ser chamados de minicanal.

B
3 AASI INTRA-AURAL - Intra-canal (ITC)

Vantagens Desvantagens Indicação


• O som é captado na posição • Ainda é estéticamente • É indicado em casos de
natural do pavilhão. aparente. perda auditiva de leve a
• Pelos aparelhos do formato • E por ser de tamanho um moderado.
do ouvido do paciente e ao pouco menor, pode • E vale lembrar que o
mesmo tempo de tamanho apresentar microfonia tamanho do MAE é
relativamente pequeno há interna. imprescindível
facilidade de colocação e
retirada por indivíduos com
dificuldades motoras.
AASI INTRA-AURAL

Microcanal (CIC):
Este tipo localiza-se inteiramente no Meato Acústico Externo
(MAE), com uma colocação mais profunda.

Na sua confecção é necessário a presença de um fio conectado à

C
prótese para facilitar a sua retirada.
3 AASI INTRA-AURAL - Microcanal (CIC)

Vantagens Desvantagens Indicação


• Redução do efeito de • Não possui botão de • Pode ser indicado para
oclusão; programa perdas auditivas leves e
• Facilidade ao uso do telefone • Limitação na dimensão da moderadas.
• Estéticamente praticamente ventilação.
imperceptível. • Limite de ganho acústico.
• Problemas de manipulação
devido ao seu tamanho
muito pequeno.
AASI
MODO DE TRANSMISSÃO
MODO DE TRANSMISSÃO

Os aparelhos auditivos podem transmitir o som amplificado de duas formas: por via aérea ou por
via óssea. O por via aérea é o mais utilizado e é o mais próximo a nossa audição normal. Já o por
via óssea, transmite o som direto a cóclea do paciente, através de um vibrador ósseo. Ele é
indicado em casos específicos de má formações de pavilhão auricular e do contudo auditivo.
TIPO DE ADAPTAÇÃO

Esse aparelho só é utilizado por quem tem má-


formação do MAE. Todos os outros casos a indicação
é por via aérea (próximo à audição natural)
AASI
TIPO DE ADAPTAÇÃO
TIPO DE ADAPTAÇÃO

A adaptação de um aparelho auditivo pode ser binaural (nas duas orelhas) ou unilateral (em
uma orelha apenas). A adaptação binaural é a desejada em todos os casos de perda auditiva nas
duas orelhas. Ela possibilita a reabilitação de funções auditivas, como por exemplo a somação
binaural (a sensação de se ouvir mais alto quando se está ouvindo pelas 2 orelhas) e a localização
sonora.

Já usar apenas um aparelho, é indicado em casos de um lado normal e o outro com perda
auditiva ou um lado com perda auditiva e outro com uma perda auditiva não amplificável (que
não obtém melhora com o uso do AASI). Nesses casos o indicado é o uso do sistemas CROSS/
BICROSS.
TIPO DE ADAPTAÇÃO

Este é um exemplo em que a adaptação


MONOAURAL é indicada, uma vez que a
orelha esquerda está normal, não
necessitando de AASI e a orelha direita
apresenta uma perda auditiva condutiva
passível de adaptação de aparelho
auditivo.
AASI
PROCESSAMENTO
DE SINAL
PROCESSAMENTO DE SINAL

Essa classificação está relacionada a ANALÓGICO


maneira como o som captado,
processado e amplificado. Existem
três tipos de processamento:

HÍBRIDO DIGITAL
* PROCESSAMENTO DE SINAL

1 2 3
TIPOS DE VOZ
Estratégias para soltar o pescoço

Analógico Híbrido Digital


1 PROCESSAMENTO DE
SINAL ANALÓGICO
PROCESSAMENTO DE SINAL

Analógico
Os aparelhos auditivos analógicos utilizam forma analógica (mais
básica) de processamento. Ou seja, o onda sonora é convertida
em sinal elétrico e amplificada apenas em intensidade, não sendo

1
possível nenhuma outra regulagem/alteração.

Esse tipo de processamento utiliza a eletrônica convencional para


converter onda sonora em sinal elétrico.

A regulagem é feita manual, através do Trimmer (chaves que


permitem regular o ganho, saída máxima e amplificação de graves
e agudos), não havendo conexão com o computador.
PROCESSAMENTO ANALÓGICO

TRIMMER

MPO- Controle da saída máxima

L- Controle das frequências baixas

H- Controle das frequências altas


PROCESSAMENTO ANALÓGICO

Como pode-se observar na figura, o som


captado é fornecido ao usuário com as
mesmas características, tendo apenas sua
amplificação aumentada.

Semelhantes
1 PROCESSAMENTO ANALÓGICO

Vantagens Desvantagens Indicação


• Baixo custo • Menor versatilidade de • Para casos de perdas
• Baixo consumo de energia circuito -> adaptação mais auditivas profundas que
difícil. Isto porque folrnece necessitam de grande
menos possibilidade de amplificação e alguns
ajustes. casos de perda auditiva
• Regulagem manual do tipo condutiva.
• “Melhor” para perdas
auditivas condutivas e
mistas
2 PROCESSAMENTO DE
SINAL HÍBRIDO
PROCESSAMENTO DE SINAL

Híbrido
Aparelhos com processamento híbrido utilizam amplificação
analógica e programação digital. O processamento ocorre de
forma analógica e um componente digital realiza a programação

2
de suas características eletroacústicas.

Essa porção digital realiza os ajuste de configurações da


prótese que irão estabelecer a forma de desempenho do
amplificador analógico.

Não existe mais o Trimmer.


PROCESSAMENTO HÍBRIDO

Como pode-se observar na figura, o som


captado é fornecido ao usuário com as
mesma características, tendo apenas sua
amplificação aumentada, porém essa Chip que
programação agora é feita por meio de
precessará
computador de forma mais precisa.
PROCESSAMENTO HÍBRIDO

Este tipo de tecnologia pode ser utilizada em qualquer tipo de perda, uma vez que possui mais
possibilidade de programação.

Os ajustes armazenados são armazenados em memórias e podem ser reprogramados sempre


que necessário. Porém, para que o ajuste aconteça é necessária uma unidade externa de
programação chamada HIPRO. Apesar dessa evolução em relação aos analógicos, com o
desenvolvimento tecnológico, o processamento Híbrido não é mais tão usado.
2 PROCESSAMENTO HÍBRIDO

Vantagens Desvantagens Indicação


• Maior precisão e • Poucas possibilidades de • Casos de perdas
armazenamento de regulagem. auditivas profundas que
regulagem. necessitam de grande
amplificação sonora ou
alguns casos de perda
auditiva do tipo
condutiva.
3 PROCESSAMENTO DE
SINAL DIGITAL
PROCESSAMENTO DE SINAL

Digital:
No processamento digital, depois que o som é transformado em sinal digital,
processado e reconvertido em sonoro, ele é fornecido ao paciente.

Essa transformação do sinal auditivo em um código numérico binário, permite

3
que ele seja modificado, transformado e ajustado a necessidade do paciente.

Com essa tecnologia é possível:


• Realizar divisão e ajuste do sinal em um número quase infinito de
canais (podendo realizar um ajuste específico para cada frequência
com perda auditiva, proporcionando um refinamento na qualidade de
amplificação do som).
• Transpor informações de uma região de frequências para outra
(necessário quando o paciente apresente alguma frequência com
Zona Morta, ende a amplificação não trás mais resultados. Neste caso
o paciente não perderá mais infromaçòes que estão nessa região).
• Fazer processos sofisticados de redução do ruído.
PROCESSAMENTO DIGITAL
Como pode-se observar na figura, o som é captado e transformado em código binário
de computação. Isso permite que o mesmo seja modificado conforme necessidade
antes de ser fornecido ao usuário

Código Binário

Aumento da complexidade de
processamento do sinal
PROCESSAMENTO DIGITAL

Com essa tecnologia é possível realizar uma configuração mais precisa, sendo a
tecnologia mais indicada nos casos de Recrutamento Objetivo de Metz, perdas
auditivas de configurações descendentes ou com baixo índice de reconhecimento de
fala.

Algumas da principais características são:


• Controle automático de feedback
• Controle de ruído – ênfase no sinal de fala
• Ajustes auto adaptativos
• Custo mais elevado
3 PROCESSAMENTO DIGITAL

Vantagens Desvantagens Indicação

• Maior possibilidade de • Preço mais elevado • Qualquer pessoa com


ajustes. • Maior consumo de pilha perda auditiva.
• Sinal mais claro
• Menor tamanho
AASI
TIPOS DE AMPLIFICAÇÃO
TIPOS DE AMPLIFICAÇÃO

Os aparelhos auditivos podem ter dois tipos de amplificação:

a. Amplificação linear
b. Amplificação não linear.

Cada tipo interfere direto no modo como o som é amplificado, sendo a não linear a mais
indicado na maioria dos casos (pois fornece um maior conforto auditivo, principalmente para
quem possui Recrutamento Objetivo de Metz).
TIPOS DE AMPLIFICAÇÃO

Linear:
Neste tipo de amplificação, não importa a intensidade em que o som
for captado, a amplificação será a mesma ( com o mesmo ganho).
Isso acontecerá até que a saída máxima seja atingida.

a
É dito que nestes casos o ganho é fixo. Veja alguns exemplos:
• Som 10 dB + ganho de 40 dB= 50dB de som amplificado.
• Som 50 dB + ganho de 40 dB= 90dB de som amplificado.
• Som 80 dB + ganho de 40 dB= 120dB de som amplificado.

Se o som de entrada variar 1 dB, o som de saída também irá variar.


a AMPLIFICAÇÃO LINEAR

Vantagens Desvantagens Indicação

• Amplificação com mais • Menos precisão de • Casos de perda auditiva


potência. amplificação. profunda e/ou
• Incômodo para pacientes pacientes já adaptados
com Recrutamento Objetivo com a tecnologia antiga
de Metz (usuário de muitos
anos).
TIPOS DE AMPLIFICAÇÃO

Não Linear:
Neste tipo de amplificação, a amplificação (ganho) irá variar de
acordo com a intensidade do som captado. Isso acontecerá até que a
saída máxima seja atingida.

b
É dito que nestes casos o ganho é variável. Veja alguns exemplos:
• Som 10 dB + ganho de 40 dB= 50dB de som amplificado.
• Som 50 dB + ganho de 30 dB= 80dB de som amplificado.
• Som 80 dB + ganho de 20 dB= 100dB de som amplificado.

Isso acontece pois sons mais intensos necessitam de menos


amplificação para serem ouvidos pelo paciente e os mais baixos
precisam de mais . Essa variação no ganho acontece com o uso de
compressão.
b AMPLIFICAÇÃO NÃO LINEAR

Vantagens Desvantagens Indicação

• Adaptação mais precisa (se • Em casos de perdas • Qualquer perda


molda a intensidade do som profundas, pode haver a auditiva.
captado). sensação de falta de
• Não causa desconforto em potência.
pacientes com Recrutamento
Objetivo de Metz
AASI
COMPRESSÃO
COMPRESSÃO

Sistema utilizado para descrever a redução automática do ganho a partir de um determinado


NPS (Nível de pressão sonora) de entrada.

Ganho – sons fracos Sons fracos tem um ganho


maior e sons fortes um ganho
menor.
Ganho – sons fortes
AASI
MOLDES AURICULARES
MOLDES AURICULARES

Os moldes auriculares são confeccionados para fazer ligação do aparelho auditivo com o ouvido
do paciente. Ele tem a função de levar o som amplificado até o conduto auditivo externo.

O segredo de um molde bem feito está na realização de uma boa pré moldagem, uma vez que
são também confeccionadas no formato exato do ouvido do paciente.

Além dos moldes, as cápsulas confeccionadas para os aparelhos intra-aurais também necessitam
de pré-moldagem, pois elas devem ser do tamanho e formato exato do ouvido do paciente.
MOLDES AURICULARES

Esses são alguns dos objetivos dos moldes:

• promover uma vedação acústica satisfatória,


• modificar acusticamente o som produzido,
• ligar acusticamente o aparelho ao ouvido do usuário,
• prover uma vedação acústica satisfatória,
• reter o aparelho no pavilhão auditivo,
• modificar acusticamente o sinal produzido pelo aparelho,
• ser confortável para uso por um longo período de tempo,
• ser esteticamente aceitável pelo paciente,
• ser facilmente manuseado pelo paciente.
PRÉ - MOLDAGEM
PRÉ-MOLDAGEM

A pré-moldagem é a parte de adaptação mais


importante do AASI, pois é a parte do aparelho que
ficará em contato constante com o ouvido do
paciente , além de ser responsável por fornecer o som
já amplificado.
PRÉ-MOLDAGEM

OTOSCÓPIO
Materiais necessários para
o procedimento:
LANTERNA MASSA DE
OTOSCÓPICA PRÉ-MOLDE

OTOBLOK SERINGA
PRÉ-MOLDAGEM

Otoscópio
Inspeção do meato acústico externo com um otoscópio. Esta inspeção tem como objetivo
verificar o tamanho da impressão a ser realizada e se há algum problema que impeça ou dificulte
a realização da pré-moldagem (presença de cerume, infecções, corpo estranho).

Caso seja observada qualquer alteração, o paciente deve ser encaminhado ao


otorrinolaringologista para adequação e posterior retorno ao fonoaudiólogo(a) para confecção
do molde.
O QUE OLHAR?

Os principais pontos a serem avaliados são:

• se a impressão está uniforme e completa;


• se o canal é suficientemente longo para mostrar o início da segunda curva;
• se a porção da hélix está claramente definida na impressão;
• se o trágus está visivelmente nítido, para auxiliar no momento do corte para confecção,
principalmente de próteses intra-aurais; se a concha está completa;
• se há marcas de solda (causadas pelo material de impressão que secou muito rapidamente);
• se estão todas as depressões da concha preenchidas e não pressionadas demais contra a
mesma.
DICAS IMPORTANTES

Atenção especial deve ser dada para o diâmetro e comprimento do canal da impressão, de
acordo com o grau da perda auditiva do paciente:

• Para perdas leves – o canal deve ser curto e alcançar a primeira curva do MAE;

• Para perdas moderadas – o canal deve ir além da primeira curva e o diâmetro deve ser
capaz de acomodar opções acústicas que poderão ser necessárias;

• Para perdas severas e profundas – o canal pode precisar ser alongado e ampliado além
da segunda curva e o diâmetro deve sempre estar completo.
MEATOSCOPIA
PRÉ-MOLDAGEM

Otoblock e Lanterna Otoscópica


Após a inspeção do meato acústico externo, deverá
ser inserido um otoblock (que poderá ser de
espuma ou algodão) com uma lanterna otoscópica
(para melhor visualização). É necessária a inserção
do otoblock para proteger a membrana timpânica e
para limitar o tamanho do conduto no molde.
INSERINDO OTOBLOCK
PRÉ-MOLDAGEM

Massa de Pré-Molde
Para a realização do pré-molde, dois tipos de material podem ser utilizados: um à base de acrílico
e outro à base de silicone. O primeiro consiste de um pó (polímero) e um líquido (monômero), e
o segundo de duas pastas, uma contendo material-base e a outra o catalisador.

A primeira mistura encontra-se em desuso, tendo em vista que o pré-molde final pode sofrer
deformações advindas do calor excessivo ou durante o seu transporte até o laboratório, além do
inconveniente fenômeno de liberar energia térmica dentro do meato acústico externo durante o
seu endurecimento que, em casos extremos, pode causar uma leve queimadura da pele.
MASSA DE PRÉ-MOLDE

O silicone é um material extremamente flexível, estável e hipoalergênico. O catalisador é o


elemento que, se usado em maior ou menor quantidade, dará consistência e rigidez à massa
introduzida no meato acústico externo.

Então, com a utilização da massa de moldagem, o


Fonoaudiólogo deverá realizar a mistura dos
componentes da massa até que ambos formem uma
cor homogênea. Utilize a mistura na mesma
proporção (utilizando as colheres apropriadas) para
obter este resultado.
PRÉ-MOLDAGEM
Seringa
Em seguida, com a ajuda de uma seringa própria para realização da moldagem da orelha é
realizada a inserção da massa no meato acústico externo. Ela deve estar limpa e sem
imperfeições para uma boa pré-moldagem. É importante, que durante esse processo o paciente
não se mexa, para ter uma melhor impressão da orelha, sem a ocorrência de bolhas e
deformidades na pré-moldagem, para não ser necessário repetir o procedimento.

No momento da aplicação da massa é necessário cautela para evitar deformações do meato


acústico externo e pavilhão auricular por pressões desnecessárias e para que a massa preencha
todo o espaço necessário. É a partir do pré-molde que o protético irá confeccionar o molde
definitivo. Os materiais tradicionalmente utilizados na confecção dos moldes auriculares são o
acrílico e/ou o silicone.
UTILIZANDO A SERINGA
ATENÇÃO!

Se o cliente usar óculos ou dentaduras, certifique-se de que


esteja no lugar enquanto toma a impressão. Estes acessórios
podem alterar a forma do MAE. Peça ao cliente para falar e
mastigar depois que o material de impressão for introduzido.
Isto é para assegurar o uso de um molde confortável, que não
se removerá quando os músculos do maxilar comprimirem o
meato acústico. Esta prática geralmente resulta em menos
problemas de microfonia (feedback), fornecendo uma
adaptação mais confortável.
PRÉ-MOLDAGEM

Depois que a massa se enrijece, o pré-molde será retirado,


finalizando a etapa de moldagem.

Lembre-se que o Fonoaudiólogo deverá realizar uma nova


inspeção no meato acústico externo com o otoscópio para
verificar se toda a massa foi retirada, evitando futuros
transtornos.
PRÉ-MOLDAGEM

A partir da moldagem, será confeccionado o molde para o aparelho retroauricular, a cápsula


para o aparelho intra-aural, o micro-molde para as adaptações Open Fit ou as cápsulas para os
RIC.

É importante tomar todos os cuidados necessários neste momento para refletir em uma boa
adaptação do aparelho.

Os moldes devem ser transportados em local adequado – não podem ser pressionados para
que não amassem e deformem
MOLDE
MOLDE

Os moldes podem ser confeccionados com diferentes tipos de materiais, vejam eles:

O acrílico rígido ou metacrilato de metil tem formato definitivo e permite qualquer modificação estética ou
acústica, é de fácil limpeza e tem maior durabilidade. Existe o risco de ocorrerem lesões no pavilhão auricular
ou meato acústico externo quando, sob ação de impactos, eles se quebrarem.

O silicone é macio, hipoalergênico, proporciona maior vedação e maior conforto, mas tem a desvantagem de
ser poroso e de difícil polimento. Os maiores problemas desse material estão relacionados à colocação e
fixação do tubo plástico (no molde invisível) e da arruela (no molde direto), além de ser um material difícil de
ser perfurado. Por essa razão, não é possível realizar neles muitas das modificações estéticas e em especial as
acústicas. Por ser menos rígido e vedar mais o conduto auditivo é o mais utilizado. Mas atenção aos alérgicos!
* MATERIAIS PARA MOLDE

TIPOS DE VOZ
Estratégias para soltar o pescoço

ACRÍLICO RÍGIDO SILICONE


MOLDE

Uma modificação acústica possível de ser feita no molde


é a solicitação de ventilação. A ventilação é uma abertura
feito no molde para que o ar possa circular. Ela é indicada
em casos de limiares em graves preservados, efeito de
oclusão e otites e devem ser evitadas quando os limiares
em graves forem pior que 50 dB, devido ao risco de
microfonia.
TIPOS DE MOLDE

Existem diversos tipos de moldes, podendo MOLDE ABERTO


cada um ser usado em determinadas
•Para perdas auditivas com graves preservados
situações. A escolha do tipo de molde deve
ser baseado na audiometria, a não ser que
exista um comprometimento de destreza MOLDE INVISÍVEL
motora do paciente a qual também deve-se •Para perdas auditivas até 50dB
levar em consideração.

IMPORTANTE: Crianças devem usar, MOLDE MEIA CONCHA


preferencialmente, o molde concha por •Para perdas auditovas moderadas e severas
ajustar melhor e demorar mais para
precisar trocar devido ao crescimento facial. MOLDE CONCHA OU CONCHA COM HÉLIX
•Para perdas auditivas acima de severa
AASI
ADAPTAÇÃO ABERTA
ADAPTAÇÃO ABERTA

Nos últimos anos, a perda auditiva específica em alta frequência tem aumentado muito em
decorrência da exposição ao ruído, presbiacusia, ototoxicidade, ou a combinação desses fatores.
Neste caso, os indivíduos apresentam audição normal nas frequências baixas (250, 500, 1000 Hz)
e perda auditiva somente nas frequências altas (3000 – 8000 Hz).

A adaptação do AASI em perdas auditivas com esta configuração audiométrica, ou seja, com
frequências baixas preservadas pode ser problemática. Em geral, os indivíduos adaptados com
AASI retroauricular convencional (BTE) referem dificuldade de inteligibilidade de fala em
situações de ruído, autofonia e efeito de oclusão.
ADAPTAÇÃO ABERTA

Visando atender, minimizar e suprir as necessidades auditivas destes indivíduos, os fabricantes


de aparelhos auditivos desenvolveram o AASI denominado “open fit” (OTE). Os AASI OTE ou
adaptação aberta são aparelhos auditivos mini-retroauriculares, conectados ao conduto auditivo
externo por meio de um tubo e de um domus de silicone. Sua indicação é restrita a indivíduos
que necessariamente apresentam audição normal para as baixas frequências e perda de grau
leve a moderado nas frequências altas, enfatizando a amplificação especificamente essa região
de frequência.

Os usuários de AASI OTE geralmente referem alto nível de benefício e satisfação, correlacionado
ao fato deste sistema de amplificação apresentar mínimo ou ausente efeito de oclusão, sistemas
de cancelamento de feedback acústico e microfones direcionais para melhora da compreensão
de fala em situação de ruído.
ADAPTAÇÃO ABERTA

A utilização na adaptação aberta tem como:

ü Grande vantagem ser mais discreta e não necessitar de uma pré-moldagem.


ü Desvantagem é ser mais frágil e ter necessidade de mais cuidado no manuseio.

Na adaptação aberta, é colocado um tubo mais fino com uma oliva


na ponta que fará o papel do molde.
TIPOS DE OLIVAS

O tipo da oliva irá variar de acordo com a OLIVA ABERTA


audiometria e o tamanho do diâmetro do •Para perdas auditivas com graves preservados.
ouvido do paciente.
OLIVA TULIPA
Em casos de perdas maiores, é possível
•Para perdas auditivas com graves melhores, porém
colocar um molde menor na ponta do tubo com perdas.
fino para uma melhor vedação, sendo
necessária uma pré-moldagem. OLIVA FECHADA
•Para perdas auditivas planas.

OLIVA FECHADA DUPLA


•Para perdas auditivas planas que necessitam de maior
vedação.
ADAPTAÇÃO ABERTA
AASI
RECEPTOR DE CANAL
RECEPTOR DE CANAL

No modelo de aparelho auditivo Receptor no Canal, também chamado de RIC (Receiver-in-


Canal), o receptor é colocado dentro de uma pequena cúpula no canal auditivo, fora da caixa do
aparelho auditivo.

Uma vez que o receptor não fica mais dentro do aparelho, este tipo de aparelho é
particularmente menor e mais discreto

São indicados para atender pacientes de perda leve a profunda, e visualmente são parecidos
com os modelos BTE (Retroauricular). É um modelo de grande aceitação dentre todas as opções
existentes, justamente por causa do menor tamanho e pela maior potência.
RECEPTOR DE CANAL

No modelo de aparelho auditivo Receptor no Canal, também chamado de RIC (Receiver-in-


Canal), o receptor é colocado dentro de uma pequena cúpula no canal auditivo, fora da caixa do
aparelho auditivo. Uma vez que o receptor não fica mais dentro do aparelho, este tipo de
aparelho é particularmente menor e mais discreto

São indicados para atender pacientes de perda leve a profunda, e visualmente são parecidos
com os modelos BTE (Retroauricular). É um modelo de grande aceitação dentre todas as opções
existentes, justamente por causa do menor tamanho e pela maior potência.

Em alguns modelos nota-se a ausência de controle de volume e botão de programação. Em


alguns modelos podem ser encontrados em uma versão menor ainda, também chamado de Mini
RIC.
RECEPTOR DE CANAL
AASI
REGRAS PRESCRITIVAS
REGRAS PRESCRITIVAS

Próteses auditivas atuais são computadores em miniatura e constantemente ajustam seus parâmetros com
base nos algoritmos programados em sua memória. Um algoritmo é, na prática, uma formula matemática que
controla as operações realizadas pelos computadores. Os diferentes nomes comerciais divulgados pelos
fabricantes de próteses auditivas sobre suas soluções para os problemas de microfonia, ruído ou outros são,
na verdade, nomes comerciais dados às soluções matemáticas usadas por aquele fabricante para resolver o
problema.

Os algoritmos nas próteses auditivas determinam o ajuste das características de amplificação, em todos os
âmbitos possíveis. São fórmulas, baseadas em cálculos, utilizada pelo software para determinar a amplificação
sonora ao qual o paciente usará no aparelho auditivo.

Esse ajuste pode ser constante ou, em aparelhos com maior capacidade de processamento, ativo ou
adaptativo, ou seja, variável de acordo com as características do sinal sonoro no ambiente.
REGRAS PRESCRITIVAS

Praticamente tudo o que fazíamos manualmente no passado pode ser atualmente implementado de forma
automática por meio desses algoritmos, com maior ou menor eficiência, dependendo da qualidade da solução
matemática proposta e da capacidade de processamento do aparelho. Essas operações também são limitadas
por certas barreiras, como as que dizem respeito à manutenção da sincronia entre som e movimento labial na
fala e à duração mínima das baterias dos aparelhos. Não é viável uma solução matemática, por exemplo para
extração da fala do meio do ruído, que demande um processamento tão longo que impeça a manutenção da
leitura orofacial, ou que faça com que a pilha dure menos de 24h.

Os profissionais da área sabem que tudo o que puder ser feito para melhorar a relação sinal/ruído e o conforto
do paciente contribui para o sucesso no uso da amplificação e consequente melhora na comunicação. Várias
estratégias têm sido propostas nesse sentido ao longo do tempo, e os algoritmos atuais têm um papel muito
significativo nesse processo.
REGRAS PRESCRITIVAS

Cada marca de aparelho auditivo possui sua própria regra que possui um algorítmo fechado, ou seja essa regra
não é de conhecimento de todos. Porém, estudos já realizados também criaram regras prescritas de algorítmo
aberto, onde se encaixam em qualquer marca de AASI.

Muitos softwares, além da sua própria regra, também possuem a possibilidade de escolha de uma regra de
algorítmo aberto. Na maioria dos casos, a regra da própria marca é a mais indicada, mas pacientes que já
usavam aparelhos de outra marca ou analógicos, as vezes se adaptam melhor com o uso de uma regra de
algorítimo aberto, baseada na utilização habitual.
AASI
REDUTORES DE RUÍDO
REDUTORES DE RUÍDO

Redutores de ruído também são utilizados para melhora do conforto dos pacientes. Há muitos tipos de
redutor de ruído e dizer que uma prótese auditiva tem essa característica não revela muita coisa além do fato
de que algum tipo de estratégia vai ser utilizado para tentar reduzir a influência do ruído. Pouco é divulgado
pelos fabricantes sobre as estratégias realmente empregadas em seus aparelhos, então sempre permanecem
muitas interrogações sobre o que esses algoritmos estão fazendo na prática.

A maior parte dos redutores de ruído busca detectar se existe provavelmente mais fala ou mais ruído em cada
canal de processamento. Não existe um método de detecção perfeito, mas uma estratégia muito usada é a
verificação da modulação, já que a fala tende a ser mais modulada do que o ruído. Assim, o canal com maior
modulação provavelmente tem mais fala do que ruído (o que não necessariamente é verdade) e, nos canais
onde a (provável) presença de ruído é maior, o ganho é reduzido.
REDUTORES DE RUÍDO

Certos aparelhos com comunicação bilateral podem detectar o lado onde há uma relação sinal/ruído pior e
reduzir o ganho desse lado como um todo, ressaltando o lado com a melhor relação sinal/ruído (IMAGEM).
Outros aparelhos, com transmissão de som bilateral, podem permitir que as informações que chegam a uma
orelha sejam compartilhadas nas duas. Obviamente isso tem consequências na localização do som, pois sem
uma pista visual o usuário não sabe de onde o som vem, mas o paciente pode registrar benefícios em situações
de ruído.

As estratégias de redução de ruído permitem várias reflexões clínicas. Em primeiro lugar, a maioria delas
funciona tanto melhor quanto maior o número de canais da prótese auditiva, pois isso permite uma seleção
mais precisa das regiões de frequência com mais ruído. Além disso, vale ressaltar que nos canais “com mais
fala”, esta não é separada do ruído, mas a diminuição do ganho nos canais “com mais ruído” acaba reduzindo
o aporte de ruído ao usuário, diminuindo a quantidade de informação que precisa ser processada pelo sistema
auditivo e reduzindo o “cansaço” do indivíduo.
REDUTORES DE RUÍDO

A estratégia mais usada pelos redutores de ruído é a


busca da fala pela verificação da modulação. Assim o
ganho pode ser reduzido nos canais com MENOR
modulação já que são AQUELES onde a presença de
ruído é mais provável.

Legenda da Imagem:
R = Ruído
F = Frequência
AASI
AVALIAÇÃO DO
DESEMPENHO
1 VALIDAÇÃO DO
DESEMPENHO
VALIDAÇÃO DO DESEMPENHO

Após o período de adaptação, é possível avaliar se o aparelho está bem adaptado. Para isso,
pode-se usar a validação e a verificação. A validação ocorrer por meio de questionários de auto
avaliação e de anamnese. São avaliados aspectos psicossociais, situações de vida diária,
habilidade de comunicação. É um procedimento rápido, simples, eficiente e sem necessidade de
equipamentos específicos. Avalia a adaptação do indivíduo ao uso da prótese.

Essa validação é subjetiva e está relacionada ao relato do paciente. É a medida do benefício


fornecido pela amplificação, aos quais conseguiram refletir em melhorias na qualidade de vida
do indivíduo.

Alguns exemplos de questionário padronizado: HHIE, HHIE-S, HHIA, APHAB, IOI-HÁ.


Ex.: Questionário de Handicap Auditivo para o Idoso (HHIE)

1 A dificuldade em ouvir faz você utilizar o telefone menos vezes do que gostaria?
2 A dificuldade em ouvir faz você se sentir constrangido ou sem jeito quando apresentado para pessoas desconhecidas?
3 A dificuldade em ouvir faz você evitar grupos de pessoas?
4 A dificuldade em ouvir deixa você irritado?
Cada paciente deverá escolher 5 A dificuldade em ouvir faz você se sentir frustrado ou insatisfeito quando conversa com pessoas de sua família?
apenas uma resposta de cada 6 A diminuição da audição causa dificuldade quando você vai a uma festa ou reunião social?
pergunta, colocando um (x) naquela 7 A dificuldade em ouvir faz você se sentir “tolo” ou inferiorizado diante de outras pessoas?
8 Você sente dificuldade em ouvir quando alguém fala cochichando?
que julgar adequada entre: 9 Você se sente prejudicado ou diminuído devido a sua dificuldade em ouvir?
( ) sim ( ) às vezes ( ) não 10 A diminuição da audição causa-lhe dificuldades quando visita amigos, parentes ou vizinhos?
11 A dificuldade em ouvir faz com que você vá a serviços religiosos menos vezes do que gostaria?
12 A dificuldade em ouvir faz você ficar nervoso?
Algumas perguntas são parecidas, 13 A dificuldade em ouvir faz você visitar amigos, parentes ou vizinhos menos vezes do que gostaria?
mas na realidade têm pequenas 14 A dificuldade em ouvir faz você ter discussões ou brigas com sua família?
diferenças que permitem uma 15 A diminuição da audição causa-lhe dificuldades para assistir TV ou ouvir rádio?
melhor avaliação das respostas. 16 A dificuldade em ouvir faz com que você saia para fazer compras menos vezes que gostaria?
17 A dificuldade em ouvir deixa você de alguma maneira chateado ou aborrecido?
18 A dificuldade em ouvir faz você preferir ficar sozinho?
19 A dificuldade em ouvir faz você querer conversar menos com as pessoas de sua família?
20 Você acha que a dificuldade em ouvir limita de alguma forma sua vida pessoal ou social?
21 A diminuição da audição causa-lhe dificuldades quando você está num restaurante com familiares ou amigos?
22 A dificuldade em ouvir faz você se sentir triste ou deprimido?
23 A dificuldade em ouvir faz você assistir TV ou ouvir rádio menos vezes do que gostaria?
24 A dificuldade em ouvir faz você se sentir constrangido ou menos à vontade quando conversa com amigos?
25 A dificuldade em ouvir faz você se sentir isolado ou “deixado de lado” num grupo de pessoas?
2 VERIFICAÇÃO DO
DESEMPENHO
VERIFICAÇÃO DO DESEMPENHO

Já a verificação é objetiva e quer avaliar se as características projetadas na seleção do aparelho foram


realmente obtidas.

A verificação deve ser realizada após as etapas de avaliação do cliente e seleção das características
eletroacústicas da prótese auditiva. Podem ser comportamentais ou eletroacústicos, tais como:

• Ganho funcional e Teste de Percepção de Fala - comportamentais


• Mensuração in situ – eletroacústicas

Os dois métodos se completam e devem ser utilizados em conjunto para uma boa avaliação.
VERIFICAÇÃO DO DESEMPENHO

GANHO FUNCIONAL: é uma verificação comportamental (realizada pela audiometria), pois avalia o
desempenho do usuário com os AASI e consiste na diferença em decibels entre os limiares obtidos em campo
livre com e sem AASI com o tom Warble , sob as mesmas condições de testagem, onde deve-se assinalar as
respostas e comparar a diferença.

• Adaptação monoaural – orelha do aparelho virada para a caixa


• Adaptação binaural – cabeça de frente para as caixas

A faixa faixa de frequência deve ser de 250 a 4000 Hz, que são as faixas mais efetivas na amplificação do
aparelho. Os dois resultados devem ser marcados no mesmo campo com a seguinte simbologia:

sem AASI com AASI


Lembre-se! Avaliação com e sem o AASI
VERIFICAÇÃO DO DESEMPENHO

TESTE DE PERCEPÇÃO DE FALA (TPF) :

Tem o objetivo de avaliar a habilidade de o indivíduo escutar e reconhecer a fala.

É Importante para avaliar o desempenho social do cliente em situações cotidianas e determinar


de que maneira a prótese auditiva permite ao seu usuário receber as informações acústicas da
fala.

Neste teste serão ditas uma série de palavras balanceadas com e sem aparelho e será analisada a
melhora com o uso do AASI. Todas as palavras são ditas com o cuidado de não serem fornecidas
pistas visuais.
VERIFICAÇÃO DO DESEMPENHO

PERCEPÇÃO DE FALA
Na imagem observamos uma lista de palavras monossílabas
utilizadas para o teste de reconhecimento de fala. Essa lista
poderá conter também palavras trissílabas e polissílabas, caso o
reconhecimento esteja comprometido com as monossílabas.
VERIFICAÇÃO DO DESEMPENHO

MENSURAÇÃO IN SITU:

A mensuração dessa maneira é uma forma objetiva de se avaliar o desempenho do AASI no


usuário. Compara-se a diferença entre NPS (nível de pressão sonora) em um ponto específico do
MAE (meato acústico externo) com uso da prótese e no mesmo ponto sem a prótese.

Esse método leva em consideração tanto as características eletroacústicas do AASI como os


efeitos causados pelas estruturas da orelha, pela cabeça e corpo do indivíduo; além dos efeitos
causados pela inserção do molde.
AASI
SISTEMA
CROSS / BICROSS
SISTEMA CROSS/BICROSS

O sistema CROSS consiste de um microfone/transmissor que é adaptado na


orelha com anacusia (perda total ou parcial da audição) e um receptor no canal
que é adaptado na orelha com audição normal ou com uma perda auditiva, no
qual, o uso do aparelho auditivo é possível.

O sistema funciona com o uso desse microfone/transmissor do lado não


amplificável juntamente com um aparelho auditivo do lado contralateral. Onde
o microfone/transmissor capta o som e transmite para o receptor que está na
outra orelha (melhor). O sinal de áudio a partir da orelha que não pode ser
auxiliada é enviado (sem fio e em tempo real) do microfone/transmissor para o
aparelho auditivo receptor, localizado na orelha melhor.
SISTEMA CROSS/BICROSS

O transmissão captará o sons ambientais do lado que está colocado e enviará para o aparelho
contralateral a informação. O aparelho receberá essa informação, processará do lado captado e
transmitirá para o paciente (conjuntamente) de modo que ele tenha a percepção de audição
binaural.

O sistema Cross/Bicross surgiu como uma alternativa de reabilitação auditiva para os pacientes
que apresentam uma perda auditiva não amplificável unilateralmente. O intuito dessa
protetização é fazer com que se tenha de volta as habilidades auditivas perdidas com um lado
não amplificável.
SISTEMA CROSS/BICROSS

Tanto os sistema Cross, quanto o Bicross apresentam o mesmo mecanismo de funcionamento. A


diferença é que o Cross é usado para pacientes com um lado normal e outro não amplificável,
enquanto o Bicross é usado com um lado com perda auditiva amplificável e outro com perda
auditiva não amplificável.

DIFERENÇA ENTRE CROSS E BICROSS


Pessoas com audição normal (do lado contralateral ao da transmissão) receberão o som sem
amplificação, sendo esse o sistemas Cross. Já indivíduos com perda auditiva amplificável
(contralateral ao transmissor), receberão esse som com amplificação, sendo esse o sistema
Bicross.
SISTEMA CROSS SISTEMA BICROSS
AASI
CONECTIVIDADE
CONECTIVIDADE

A tecnologia wireless, ou sem fio, oferece diversas vantagens à sociedade, pois permite maior flexibilidade nas
formas de comunicação, facilita o cotidiano de seus usuários, proporciona a interligação de equipamentos e,
ainda, amplia as possibilidades de uso e interação. Assim como na comunicação em geral, esse avanço
tecnológico está tomando conta também dos aparelhos auditivos, que, hoje, é considerado pelos portadores
de perda auditiva como um equipamento que facilita o dia-a-dia, assim como celulares e tocadores de MP3,
entre outros.

Atualmente, é possível conectar um aparelho auditivo a outros equipamentos, como os telefones celulares.
Com os aparelhos na orelha e um discreto acessório parecido com um colar, posicionado no pescoço, o usuário
pode escutar músicas de seu tocador de MP3 ou até mesmo falar ao celular sem precisar estar com o
equipamento próximo da orelha. Isso porque o som que sai do equipamento portátil é enviado via bluetooth
para este acessório no pescoço e convertido para outra tecnologia, que transmite as informações para o
aparelho auditivo.
CONECTIVIDADE

Este sinal sonoro é, então, enviado aos aparelhos


auditivos, sem a necessidade de fios. Assim, para atender
ao telefone, por exemplo, basta pressionar um botão no
“colar” para acionar este sistema. O caminho inverso
também acontece, ou seja, a voz do usuário é enviada
para este “colar”, sem fio, e transmitida via bluetooth
para o celular, que pode se encontrar longe, até 10
metros de distância da pessoa.
CONECTIVIDADE
Desta forma, o usuário pode ampliar sua conexão com o
mundo, uma vez que utiliza seu aparelho não só para se
comunicar melhor, mas também para escutar as músicas
de sua preferência ou falar ao celular com seus amigos e
familiares. Todas essas inovações tornam as restrições
causadas pela deficiência auditiva cada vez menores e
mais brandas. Com a evolução tecnológica, um usuário
de auxiliares auditivos pode falar ao celular sem precisar
pegá-lo com a mão, assim como pode ouvir as músicas
de seu tocador de MP3 posicionado no bolso. Esta
interação entre os aparelhos é permitida pela aplicação
da tecnologia sem fio nesta área.
CONECTIVIDADE

A tecnologia sem fio está presente não só nos aparelhos


auditivos usados atrás da orelha (retroauriculares)
como também em alguns modelos usados dentro do
conduto auditivo (intra-aurais).
AASI
EQUIPAMENTOS
AUXILIARES
EQUIPAMENTOS AUXILIARES

Os acessórios são dispositivos que não estão inclusos no aparelho auditivo, porém podem ser
adicionados, de forma a melhorar seu uso.

Muitos destes dispositivos necessitam do uso de conectividade (bluetooth) e por isso, só são
compatível com aparelho que apresentem a conectividade.

Os principais equipamentos auxiliares são:

• Botão de programação
• Controle remoto
• Celular e Televisão
• Sistema FM
BOTÃO DE
PROGRAMA
BOTÃO DE PROGRAMA

O botão de programa é um dispositivo que vem nos aparelhos auditivos ao qual permite ao
paciente realizar pequenas modificações nos ajustes em seus aparelhos ao apertar-los.

O botão de programa está presente na maioria dos retroauriculares e não pode ser adicionado
em aparelhos CIC (pois este modelo é muito pequeno e não apresenta espaço para ter o botão).

Durante a regulagem ele pode ser inativado (em pacientes que não desejam ter a possibilidade
de mexer). Apenas utilizando o botão LIGA/DESLIGA. Também durante a regulagem, pode se
atribuir diversas funções ao botão, através da seleção de multiprogramas tais como: ruído, festa,
telefone acústico e silêncio.
BOTÃO DE PROGRAMA

O Botão de Programa permite ao usuário


realizar modificações pré-estabelecidas a
depender do ambiente em que ele se
encontra
CONTROLE
REMOTO
CONTROLE REMOTO

O Controle Remoto é um dispositivo, que quando pareado com o aparelho, pode ser utilizado para alternar
entre os programas, aumentar ou abaixar o volume ou até ligar e desligar o aparelho. Da mesma forma que o
controle de televisão nos permite mudar parâmetros do que vemos como por exemplo o canal ou a altura do
som, o controle remoto do AASI permitirá que o paciente realize alterações(já pré-autorizadas na hora na
regulagem). Pacientes que apresentam dificuldade na destreza manual para apertar o botão de programa no
aparelho são ótimos candidatos ao uso do controle remoto.

Dependendo da tecnologia utilizada, não é necessária a presença de bluetooth. Existem tecnologias onde o
comando de modificação do aparelho é dado através de um som de alta frequência, muitas vezes inaudíveis ao
ser humano.
CONTROLE REMOTO

O Controle remoto favorece usuários


com dificuldade de destreza manual a
realizar ajustes pré-estabelecidos
através de um equipamento maior e de
fácil manipulação.
CELULAR E
TELEVISÃO
CELULAR

O celular pode ser utilizado como acessório de um aparelho auditivo de algumas formas: em primeiro lugar, o
aparelho tendo a tecnologia, e com o uso de um aplicado, ele pode ser utilizado como controle remoto (em
aparelhos com ou sem conectividade).

Além disso, alguns aparelhos auditivos podem ser conectados via Bluetooth com o celular e então fazer com
que os áudios do celular sejam transmitidos diretos aos aparelhos. Porém, essa tecnologia de conectividade
direta só é possível, atualmente, com o sistema operacional de celulares Iphone (devido a opção de
acessibilidade existente). Demais celulares exigem um dispositivo que faça a comunicação celular e aparelho.
CELULAR

Celulares que não sejam do sistema operacional do


Iphone, necessitam de um dispositivo para realizar
a comunicação entre o AASI e o celular. Veja um
exemplo na imagem ao lado.
TELEVISÃO

A conectividade do AASI com a televisão possui os


mesmos princípios do que o utilizado no celular.

Existem alguns aparelhos que serão capazes de


parear diretamente com a televisão para que o áudio
saia direto nos aparelhos auditivos, já outros
necessitam também de um dispositivo para fazer
essa conexão.
TELEVISÃO

Este dispositivo faz com que o áudio da


televisão seja transmitido diretamente para os
aparelhos auditivos, deixando as informações
mais claras e sem interferências externas.
SISTEMA FM
SISTEMA FM

O sistema FM é um acessório que utiliza Um dispositivo (receptor) deve ser acoplado ao AASI e outro
ondas de rádio para propagação do sinal dispositivo funciona como um microfone e deve ser
sonoro. Sua função principal é melhorar a colocado ao falante ou ao ambiente . O som captado pelo
recepção da mensagem, principalmente em microfone será enviado diretamente ao aparelho auditivo
ambientes ruidosos. (transmissor) sem interferência de todos os sons ambientais,
que eu muitas vezes dificultam o entendimento do que é
O sistema FM compreende: dito.
• Um microfone
• Um transmissor
• Um receptor
SISTEMA FM

O principal uso do Sistema FM é educacional, auxiliando o aluno com perda auditiva e que na maioria das
vezes está em uma sala com condições acústicas ruins. Existe a limitação de que esse sistema só pode ser feito
para sala de aulas pois ele não funciona muito bem em outros locais.

Hoje, com a evolução tecnológica, já existem dispositivos que fazem o mesmo papel do Sistema FM, só que ao
invés de fazer a transmissão sonora via ondas de FM, realiza via bluetooth através da colocação de um
microfone no ambiente. Esses dispositivos podem ser usados além da sala de aula, em reuniões ou até mesmo
junto ao som ou a televisão auxiliando na transmissão do som.
AASI
E O ZUMBIDO
ZUMBIDO

Zumbido é um barulho constante, similar ao som de um apito, chiado, grilo ou panela de pressão. Conhecido
na comunidade científica como tinnitus, o zumbido é um barulho percebido nos ouvidos ou no meio da cabeça
que aparece quando as vias auditivas responsáveis por captar a vibração dos sons gerados em determinado
ambiente e enviá-los, como impulsos elétricos ao cérebro, passam a mandar os mesmos impulsos, sem que
uma fonte sonora seja gerada.

Esta atividade anormal do sistema auditivo afligem milhões de pessoas e pode ser originada por diversos
fatores, como diabetes, pressão alta, hipertireoidismo, colesterol e alteração de musculatura da cabeça,
pescoço e ATM (Articulação Temporomandibular), o que torna o diagnóstico mais difícil. Em cerca de 80% dos
casos, o tinnitus está relacionado às perdas auditivas, incluindo aquelas que ocorrem devido à exposição
prolongada a ruídos intensos.
ZUMBIDO

Com frequência, o zumbido é acompanhado de outros sintomas, como perda auditiva, tontura e intolerância a
sons altos, que também refletem o estado dos ouvidos e prejudicam a vida de quem convive com o zumbido.

É importante estar ciente que não existe um tratamento único para todo mundo. Cada caso precisa ser
avaliado individualmente. Quem tem perda auditiva e sofre com um forte zumbido (superior à sua audição)
precisa adotar o método TRT (Tinnitus Retrainning Therapy) e o aparelho auditivo, com a terapia do
mascaramento. Já as pessoas com audição normal dispensam o uso da amplificação sonora e são tratadas
apenas com o TRT.

Ambas terapias se baseiam na colocação de um ruído específico no ouvido do paciente, através do uso do
aparelho auditivo para redirecionar a atenção do paciente ao novo som oferecendo uma melhora significativa
em relação ao problema.
TRT – TINNITUS
RETRAINNING
THERAPY
TRT – TINNITUS RETRAINNING THERAPY

A TRT é um modelo de tratamento para zumbido baseado no modelo neurofisiológico que visa eliminar a
percepção do zumbido, através do uso da plasticidade do sistema nervoso central. Neste modelo entram em
cena o sistema límbico e o sistema nervoso autônomo como determinantes do incômodo relacionado ao
zumbido. A Terapia de Retreinamento do Zumbido e Hipersensibilidade (TRT) baseia-se na habituação:
capacidade do cérebro ignorar estímulos neutros, sem significado. Segundo o modelo neurofisiológico, as
conexões entre sistema auditivo e o sistema límbico são responsáveis pela reação emocional ao zumbido,
afetando o sistema nervoso autônomo provocando ansiedade, depressão e desordens do son.5

Em resumo, sua proposta se baseia em dois princípios básicos: o aconselhamento terapêutico e o


enriquecimento sonoro. Seu principal objetivo é induzir a habituação da percepção do zumbido e do incômodo
causado por ele.
TRT – TINNITUS RETRAINNING THERAPY

A terapia de TRT acontece através de encontros onde há orientações e conversa sobre o que é o zumbido,
buscando desmistificar conceitos já pré estabelecidos e quebrar o círculo de retroalimentação negativa, onde
quanto mais importância se der ao zumbido, mas ele se torna presente e incômodo.

Junto com essas orientações, é realizada a utilização de um ruído com o intuído de mascarar o zumbido
existente e dessensibilizar o sistema auditivo.

A cada encontro o som utilizado para terapia tem sua intensidade diminuída, com o intuíto de retirá-lo até o
ponto do zumbido não ser mais percebido pelo paciente.

Existe um protocolo para sua realização que determina os assuntos a serem tratados no encontro e quais os
parâmetros utilizados para o a geração do som.
TRT – TINNITUS RETRAINNING THERAPY

As sessões de orientações em relação ao


zumbido (aconselhamento) são de suma
importância para a efetividade da TRT
TERAPIA DO
MASCARAMENTO
MASCARAMENTO

Alguns aparelhos auditivos possuem a opção de gerador de ruído. Com esta opção é possível através da
escolha de um tipo de ruído que será fornecido ao ouvido do paciente (ruído branco, ruído rosa, ondas do mar
e sons modulados como o sons de baleias) mascarando o zumbido original.

O objetivo do uso de mascaramento é colocar uma fonte de energia acústica semelhante à do zumbido, de
modo que deixe de ser percebido pelo sistema nervoso central.

Os aparelhos podem ser adaptados uni ou bilateralmente, de acordo com o caso e devem ser usados quando o
paciente quiser aliviar o seu zumbido. O som gerado pelo aparelho deve encobrir totalmente o zumbido e ser
ajustado toda vez que houver uma modificação no som, relatado pelo paciente.
MASCARAMENTO

Na terapia do mascaramento, um som


gerado no aparelho auditivo irá se
sobrepor ao zumbido, gerando mais
conforto, além de quebrar a relação
negativa criada com o zumbido.
AASI
PROCESSO DE ADAPTAÇÃO
PROCESSO DE ADAPTAÇÃO
A adaptação do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) é o processo que leva o indivíduo a
incorporá-lo em seu cotidiano, na medida em que necessita da informação auditiva e aceita o seu uso. É
importante lembrar que a aceitação para o AASI é um impacto emocional forte, pois é ele quem torna a surdez
visível à sociedade. Cabe ao fonoaudiólogo o papel de explicar ao cliente e sua família a função do AASI, seu
funcionamento e cuidados com o meio.

Muitos pacientes, quando chegam para adaptação não possuem conhecimento do problema que possuem e
da importância da sua reabilitação. Ter esse conhecimento ajuda bastante na motivação e aderência do
paciente ao uso do aparelho e sua adaptação.

A adaptação inicia-se na escolha do aparelho. Essa escolha não pode ser feita apenas levando em conta a
audiometria. Uma anamnese detalha é fundamental para o entendimento da demanda auditiva. Além disso,
fatores a serem considerados, também, são: a questão estética, a motivação do uso, destreza manual e
capacidade de entendimento.
PROCESSO DE ADAPTAÇÃO

Moldes bem ajustados e aparelhos confortavelmente adaptados facilitam o processo de incorporação do


aparelho pelo usuário em seu cotidiano. Entretanto, é muito difícil que um aparelho permita ao usuário obter
ótimo aproveitamento em todas as situações e em todos os ambientes, por melhor que esteja adaptado. Um
dos maiores objetivos é capacitar este indivíduo a ter melhor desempenho na comunicação.

Enfim, toda pessoa com perda auditiva precisa de um trabalho de orientação. Este não inclui somente
orientações quanto ao uso, manuseio e cuidados com o aparelho. Inclui principalmente orientações para que o
mesmo se ajuste à nova situação, melhorando os aspectos comunicativos, psicológicos e outros oriundos das
deficiências auditivas.

Todos esses aspectos devem estar relacionados também à questão financeira, buscando sempre o melhor
custo benefício para o novo usuário de AASI.
PROCESSO DE ADAPTAÇÃO

O processo de adaptação dura no mínimo 03 meses e pode aumentar com o baixo uso e com a idade do
usuário. É necessário o fonoaudiólogo prestar bastante atenção durante esse acompanhamento para escolhe a
melhor orientação e número de retornos.

Lembrando que alguns passos da seleção e adaptação de AASI devem ser considerados:

• Assessoramento: determinação da causa e extensão da perda auditiva, bem como a necessidade de uso da
amplificação com base na história audiológica.
• Planejamento: análise dos resultados da avaliação audiológica e identificação das áreas de dificuldades
auditivas e necessidades específicas.
• Seleção: decisão quanto ao tipo de adaptação (monoaural ou binaural), tipo de aparelho auditivo e suas
características eletroacústicas.
PROCESSO DE ADAPTAÇÃO

• Verificação: constatação de que as características selecionadas são adequadas às necessidades do cliente,


tais como: acústica, aspectos estéticos, conforto auditivo e desempenho do AASI nas diversas situações em
que o indivíduo se encontra durante o uso do mesmo.
• Orientação: aconselhamento quanto ao uso e cuidados com o aparelho auditivo, de acordo com uma
expectativa realista frente às dificuldades características quanto ao tipo e grau de perda auditiva, explorando,
conforme a necessidade, o uso de acessórios e recursos auxiliares.
• Validação: uso de questionários de autoavaliação, escalas de benefícios durante o processo de adaptação
objetivando a satisfação do cliente.

Por fim, outro ponto muito importante são as orientações a respeito do manuseio e da higienização. O
paciente tem que ter confiança no manuseio e saber fazer a higiene para que não venham ocorrer problemas.
Todos esses pontos são de responsabilidade do fonoaudiólogo. A adaptação de um aparelho auditivo vai muito
mais além do que apenas a escolha e a regulagem.
AS PRINCIPAIS
DIFICULDADES
PRINCIPAIS DIFICULDADES

A adaptação é um processo difícil, que piora com a privação da estimulação sonora e com o envelhecimento.
As principais dificuldades da adaptação estão relacionadas aos itens já citados. Entretanto, observamos que os
pacientes com perda auditiva estão mais acostumados a viver no silêncio e a não ouvirem os sons ambientais;
e junta-se a isso, um sistema auditivo que não processa mais os sons de forma adequada devido ao período de
privação; todas essas características podem dificultar o processo de adaptação.

Outra queixa bem comum é de que mesmo com a utilização do aparelho, o usuário não entende os sons. Essa
dificuldade também ocorre devido a uma privação sensorial que tenha sido estabelecida por tanto tempo sem
ouvir e precisa serem feitos estímulos auditivos para que melhore.
PRINCIPAIS DIFICULDADES

Em todos esses casos a orientação é de extrema importância. Só é possível uma boa adaptação com o uso
constante do aparelho auditivo. Neste sentido, os retornos para revisão e novas regulagens são fundamentais.

Em contrapartida, o paciente precisa ir para ambientes sonoros habituais para avaliar quais serão suas
dificuldades apresentadas. Compreendendo isso, os novos ajustes serão adaptados para esta realidade para
que a pessoa tenha melhor proveito sonoro nas situações.

Vale lembrar que: grande parte dos pacientes que não conseguiram uma boa adaptação não fizeram o uso e o
acompanhamento constante.
AASI
CUIDADOS E
HIGIENIZAÇÃO
CUIDADOS E HIGIENIZAÇÃO

Alguns cuidados e formas adequadas de higienização


são fundamentais para que o AASI dure por mais
tempo e esteja sempre funcionando bem.

Veja as principais orientações que um Fonoaudiólogo


deve apresentar ao seu paciente depois de ter
escolhido e adaptado o aparelho auditivo:
CUIDADOS E HIGIENIZAÇÃO

Segure sempre o aparelho auditivo com cuidado. Evite que ele caia.

Guarde o aparelho auditivo em um lugar seguro, seco e fresco.

Troque as pilhas do aparelho auditivo com frequência para eles não ficarem sem
carga de repente.

Desligue os aparelhos auditivos quando não estiver usando eles. E se não estiver
utilizando os aparelhos por longos períodos de tempo, remova a pilha e deixe a
gaveta de pilha aberta.
CUIDADOS E HIGIENIZAÇÃO

A gaveta de pilha deve ser limpa regularmente. Use um cotonete, tomando cuidado
para não quebrar. Contatos sujos (entre pilha e AASI) podem causar funcionamento
inapropriado do aparelho.
Remova a cera do aparelho auditivo para prevenir mau funcionamento temporário
ou danos permanentes.
Limpe o AASI usando uma pequena escova ou um pano macio. Nunca insira
ferramentas dentro da saída de som para não danificar o receptor.
Não use o aparelho auditivo para tomar banho, nadar ou quando usar secador de
cabelo, ou qualquer outro spray de cabelo ou face.
CUIDADOS E HIGIENIZAÇÃO

Os aparelhos devem ser retirados para dormir.

Quando retirar o aparelho, guarde-o sempre dentro de uma caixinha apropriada,


disponibilizada no ato da adaptação.
O uso do desumidificador é essencial para a durabilidade do aparelho. Coloque o
AASI juntamente com ele, todas as noites, para evitar a oxidação dos dispositivos
internos do aparelho.
As mangueiras do molde devem ser trocadas sempre que estiverem enrigecidas,
pois essa rigidez pode alterar o som amplificado.
CUIDADOS E HIGIENIZAÇÃO

Os aparelhos Intra-aurais e Retroauriculares (exceto moldes e tubos finos) devem ser limpos
todos os dias com um pano seco, não podendo ter contato com água.

Caso seja necessária uma limpeza mais específica, o Fonoaudiólogo deve realizá-la no consultório
com álcool isopropílico (que não tenha água em sua composição).

Já os moldes e os tubos finos devem ser lavados uma vez por semana com sabonete neutro.
Após a lavagem deve-se esperar secar bem antes de colocar no aparelho.
CUIDADOS E HIGIENIZAÇÃO

No molde, após a lavagem, deve-se usar uma bombinha sugadora para retirar água da
mangueira.

Já no tubo fino, o fio de nylon deve ser passado para assegurar que não terá água impedindo a
passagem do som.

No caso de adaptação bilateral, é indicado lavar um aparelho, e só após a secagem, lavar o outro.
Isso evita a confusão de usar o molde trocado, ou seja, colocar o molde direito no aparelho
esquerdo e outros.

Para a maior durabilidade do aparelho auditivo


recomenda-se a higienização constante como essencial.
Esperamos que esse material seja uma porta de
entrada para seus estudos e aprimoramento na
Audiologia, na atuação com aparelhos auditivos.
NOTAS FINAIS

Trabalhar com adaptação de aparelhos auditivos é possibilitar à um paciente retomar o prazer da comunicação
e todas as práticas relacionadas a ela. Desde a ida à festas, cinema, convívio com amigos, bem como
participação em eventos sociais que envolvam o ato de conversar, sem medo e vergonha devido suas
dificuldades.

É ajudar ao paciente experimentar um tremendo bem estar ao voltar a desfrutar de uma audição eficiente,
com condições positivas, acarretando com isso, melhora da autoestima e da sua independência.

Ao realizar a adaptação de um aparelho auditivo, devemos sempre levar em conta o paciente no seu amplo
contexto, suas necessidades de vida e seus desejos. Poder devolver a comunicação ao indivíduo faz toda a
diferença em sua vida e, nesse contexto, o fonoaudiólogo desempenha um papel fundamental.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
Almeida K, Iório MCM. Próteses auditivas: fundamentos teóricos e aplicações clinicas. 2.ed
São Paulo: Lovise; 2003.

Almeida K, Russo ICP. O processo de seleção e adaptação de aparelhos de amplificação


Sonora. In: Lopes Filho O. Tratado de fonoaudiologia. São Paulo: Roca; 1997. p. 463-93

ALVARENGA, KF. Avaliação audiológica em bebês: 0 a 1 ano de idade. In: BEVILACQUA,


MC et al. (Org.). Tratado de audiologia. São Paulo: Santos, 2011. p. 517 – 532

Bevilacqua MC, Ferrari DV. Comparação entre aparelhos auditivos digitais e híbridos – arte
I: medidas do crescimento da loudness. Pró-fono R Atual Cient. 2003; 15(1):75-84.

Goffi- Gomez MVS; Magalhães, ATM. Ativação e Programação do Implante Coclear. In:
Bento RF (ed). Tratado de Implante Coclear e Próteses Implantáveis. Rio de Janeiro:
Thieme; 2014. Cap. 52, p. 335 – 44.
Um pouco
sobre a autora:

Julia Valente possui graduação em Fonoaudiologia pela


Universidade Federal da Bahia (2010), Especialização em
Audiologia pelo CEFAC (2012) reconhecida pelo Conselho
Federal de Fonoaudiologia (2015) e Mestrado em Processos
Interativos dos Órgãos e Sistemas pelo Instituto de Ciências
da Saúde (ICS)/UFBA, (2016).
PATROCINADOR
Atualmente atua como Fonoaudióloga Clínica, com ênfase
em Audiologia clínica (Avaliação auditiva básica, EOA,
PEATE, Vectoeletronistagmografia) e em seleção e
adaptação de Aparelhos de Amplificação Sonora Individual www.fonoonline.com.br
(AASI). É associada a Academia Brasileira de Audiologia e
ama o que faz.

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