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Ferraz TN, Sant’Ana ESN, Mazini JB, Scharlach RC Original Article / Artigo Original

Procedimentos de Verificação e Validação no Processo de Seleção e Adaptação de Aparelhos de


Amplificação Sonora Individual: as Escolhas do Fonoaudiólogo

Verification and Validation Procedures in the Individual Hearing Aid Selection and Fitting
Process: Choices of the Audiologists

Tatiane Neves Ferraza; Érika Souza Nalim Sant’Anaa; Jéssica Bozzete Mazinia; Renata Coelho Scharlachb

a
Instituto de Estudos Avançados da Audição, Curso de Especialização em Audiologia, SP, Brasil
b
Universidade Federal de Santa Catarina, Curso de Fonoaudiologia, SC, Brasil

Resumo
O fonoaudiólogo é responsável pelo processo de seleção e adaptação do aparelho de amplificação sonora individual (AASI). Para isso, é de
extrema relevância que este profissional tenha conhecimento sobre a tecnologia envolvida neste aparelho, assim como das etapas envolvidas
neste processo. O mercado de trabalho para os fonoaudiólogos está crescendo a cada dia, e, ao lado deste crescimento, a necessidade de
aperfeiçoamento e atualização se faz imprescindível. O objetivo foi conhecer o perfil dos fonoaudiólogos que trabalham na área de seleção e
adaptação de AASI de adultos e idosos, bem como suas condutas durante as etapas de verificação e validação. Trata-se de um estudo descritivo
e de corte transversal. Participaram 72 fonoaudiólogos que responderam a um inquérito composto por 28 questões relacionadas ao processo
de seleção e adaptação de AASI. A faixa etária da população estudada foi de 23 a 51 anos, com média etária de 37 anos. A maioria (49%)
apresenta especialização em audiologia e somente 15% apresentam apenas graduação em fonoaudiologia; 28% trabalham em centro auditivo
e 86% relataram ter a formação adequada para exercer sua profissão na área de AASI. Entre os procedimentos de verificação e validação, o
primeiro foi o mais realizado na rotina clínica pela amostra estudada. Além disso, 36% dos entrevistados realizam a audiometria em campo
livre e medidas com microfone sonda na sua rotina de trabalho, porém 17% não realizam nenhum procedimento. Dentre os profissionais que
trabalham com seleção e adaptação de AASI e que participaram deste estudo, 49% apresentam especialização em audiologia e 28% trabalham
em centro auditivo. Os resultados mostraram que os fonoaudiólogos, apesar de terem formação na área e de conhecerem os procedimentos
adequados para realizar as medidas de verificação e validação, apenas 36% usam na sua prática clínica tanto as medidas com microfone
sonda quanto a audiometria em campo livre. Mais esforços devem ser lançados no sentido de disseminar a importância da realização dos dois
procedimentos na prática clínica diária e também de realizar medidas de validação.
Palavras-chave: Auxiliares de Audição. Capacitação Profissional. Prática Profissional.
Abstract
The audiologist is responsible for the selection and fitting process of Individual hearing aids. Therefore, it is extremely important that this
professional be aware of the technology involved in this device as well as the steps involved in this process. The labor market for audiologists is
growing day-bay-day, and along to this growth, the need to improve and to update is imperative. The aim was to know the profile of audiologists
who work in the selection and fitting of hearing aid for adults and elderly as well as their practices during the verification and validation steps.
This is a descriptive and cross-sectional study, which included 72 audiologists who answered a survey consisting of 28 questions on the hearing
aid selection and fitting process. The age range of the study population was 23-51 years, with a mean age of 37 years. Most of them have expertise
in audiology (49%) and 15% have only graduated in speech therapy; 28% reported that works in auditory center and 86% reported having
adequate training to exercise their profession in the hearing aids area. Among the verification and validation procedures, the former was the most
accomplished in clinical practice by the studied sample. In addition, 36% of respondents perform free field audiometry and microphone probe
measurements in their routine work and 17% did not perform any procedure. Among the professionals that work with hearing aid selection and
fitting process, and that participated of this study, 49% has specialization in audiology, 28% works in auditory center. The results showed that
audiologists, despite of having training at the field of expertise and knowing the proper procedures for carrying out verification and validation
measures, only 36% uses in their clinical practice not only many measures the probe microphone but also the free camp audiometry. More efforts
should be launched in order to disseminate the importance of holding the two procedures in daily clinical practice.
Keywords: Hearing AIDS. Professional Training. Professional Practice.

1 Introdução Este conceito, com o passar dos anos e com as mudanças


A deficiência é um termo muito conceituado por vários da sociedade, vem se alterando. Preocupado com os direitos e
setores legais. A Política Nacional de Saúde da Pessoa deveres desse segmento populacional, o Ministério da Saúde
com Deficiência adota o seguinte conceito: toda perda ou vem procurando a prática da inclusão social, respeitando
anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, assim as necessidades gerais desta população2.
fisiológica ou anatômica, toda incapacidade como toda Em um levantamento realizado pelo Censo de 2000,
restrição ou falta devido à deficiência da capacidade de realizar foram identificadas 24,6 milhões de pessoas com algum tipo
uma atividade na forma ou na medida que se considera normal de deficiência, o que corresponde a 14,5% da população
para um ser humano1. brasileira. Este levantamento considera desde dificuldades

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para andar, ouvir ou enxergar, como também graves lesões Dentre os métodos comportamentais, tem-se a audiometria
que trazem incapacidade ao indivíduo. Entre esses 24,6 de campo livre, também chamada de ganho funcional, que tem
milhões de pessoas com deficiência, 48% delas possuem por objetivo informar qual o possível desempenho do paciente
comprometimento visual, 23% comprometimento motor, 17% com os AASI selecionados. Por se tratar de uma medida
comprometimento auditivo, 8% comprometimento intelectual psicoacústica, o ganho funcional avaliará o processamento
e 4% deficiência física3. auditivo do indivíduo como um todo15.
Para os seres humanos, a audição desempenha uma função Com relação aos métodos eletroacústicos de verificação,
extremamente importante, pois permite a comunicação e a têm-se as medidas de inserção, realizadas por meio de
convivência em sociedade. A perda auditiva gera um grande microfones sonda (miniaturizados) inseridos no meato
impacto na qualidade de vida de seu portador, à medida que acústico externo do paciente e que captam o nível de pressão
interfere na maneira com que ele se conecta com o meio sonora o qual o AASI é capaz de produzir11,14. Este método
social ao qual pertence, devido aos prejuízos nos processos permite analisar a diferença entre o nível de pressão sonora
comunicativos. Como consequência, o indivíduo pode captado em um determinado ponto do meato acústico externo
apresentar comportamento depressivo e isolamento social4. com e sem o AASI14.
Umas das formas de se minimizar os prejuízos causados Outra forma primordial de verificação é o mapeamento
pela perda auditiva é a adaptação de aparelhos de amplificação visível da fala amplificada, cujo objetivo é informar o real
sonora individual (AASI), para que, por meio da amplificação, ganho que o AASI está oferecendo com relação aos sinais
o indivíduo possa ter acesso aos sons da fala e também a sons de fala, garantindo condutas audiológicas que possibilitem
do meio que são importantes e significativos, como os sinais ajustes com plena audibilidade para fala15.
de alerta5-7. Ainda se tratando dos métodos de verificação preconizados
No Brasil, o Ministério da Saúde, por meio da portaria GM/ pela literatura especializada, têm-se também os testes de
MS nº2. 073, instituiu a Política Nacional de Atenção à Saúde reconhecimento de fala. Estes, por sua vez, possuem o objetivo
Auditiva em 28 de setembro de 2004. A Academia Brasileira de de informar sobre a competência e eficiência do paciente
Audiologia ressalta que, após a implantação desta política no em reconhecer e discriminar a fala. Revelam, portanto, a
país, os portadores de deficiência auditiva começaram a contar qualidade da performance social do paciente em seu dia-a-
com atendimento qualificado e mais adequado à necessidade de dia, além de elucidar sobre como o indivíduo está recebendo
cada paciente, resultando em uma qualidade de vida melhor8,9. as informações acústicas da fala14.
Mas, para isso ser alcançado, é de extrema relevância que o Com relação à validação dos resultados, esta etapa deve ser
profissional fonoaudiólogo tenha conhecimento de todos os realizada continuamente e serve para informar o real benefício
aspectos tecnológicos, bem como das etapas referentes ao obtido pelo paciente, o que compreende questões subjetivas,
processo de seleção e adaptação de AASI10. como a percepção da melhora das relações comunicativas nas
Essas etapas surgiram da necessidade de se reduzir a mais variadas situações acústicas do dia-a-dia, além de refletir,
variabilidade dos resultados ao término do processo de seleção também, a qualidade do relacionamento social e emocional do
e adaptação do AASI e, com isso, chegar o mais próximo paciente adaptado10,11,14.
possível do objetivo, que é a satisfação do usuário10-12. Embora os testes de fala também possam ser considerados
A avaliação auditiva, bem como a avaliação das ferramentas relevantes de validação, sabe-se que os
necessidades de comunicação, são os primeiros aspectos a questionários de autoavaliação fornecem informações a
serem considerados no processo de adaptação. Elas servirão respeito da percepção do próprio paciente acerca do benefício
para que o fonoaudiólogo trace os objetivos a serem alcançados obtido com o AASI13.
durante a adaptação do AASI e também tome conhecimento E, por fim, as sessões de orientação, aconselhamento
de como o paciente entende e reconhece suas dificuldades e e acompanhamento, que contribuem para o sucesso da
expectativas com o uso da amplificação13. reabilitação e satisfação do usuário, pois auxiliam o
O momento da pré-seleção das características tecnológicas paciente a manusear os AASI com confiança, segurança e
do dispositivo depende de uma série de fatores que dizem assertividade11,14.
respeito tanto às características físicas, cognitivas e motoras do Estas etapas propostas acima são importantes para que o
usuário quanto aos resultados de sua avaliação audiológica13. profissional possa realizar uma atuação abrangente, focada
O processo de verificação do desempenho do AASI tem no paciente e em suas necessidades. O fonoaudiólogo deve
como finalidade mensurar e constatar se os objetivos almejados demonstrar que um processo de seleção e adaptação de
no processo de seleção foram realmente alcançados13. Os AASI adequado pode ajudar a reduzir as limitações de
métodos utilizados nesta etapa podem ser comportamentais e/ atividade, a diminuir as restrições de participação e melhorar
ou eletroacústicos11,14. a qualidade de vida do deficiente auditivo. Somente avaliando
Segundo a Portaria SAS/MS nº 587, medidas com microfone os resultados, os profissionais poderão assegurar que o
sonda ou medidas em campo livre devem ser realizadas para a tratamento faz diferença e que o paciente tem se beneficiado
verificação do ganho e saída máxima do AASI2. de seus cuidados11.

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Para que isso seja viável, é importante que o fonoaudiólogo 3 Resultados e Discussão
receba formação adequada na área, por meio de cursos de
Para esta pesquisa foram enviados 149 questionários,
graduação e pós-graduação, cursos de educação continuada
sendo que, deste total, apenas 72 questionários (48%) foram
ou por meio do conhecimento de pesquisas realizadas na
respondidos. Os profissionais que responderam ao questionário
área, que mostrem as evidências sobre a importância das
trabalham em sua maioria na região Sudeste do país (85%) e em
etapas comentadas anteriormente. Sendo assim, a necessidade
sua minoria na região Nordeste do país (1%) (Figura 1).
de pesquisas e publicações que tratem de assuntos como
a conduta clínica destes profissionais fica, cada vez mais,
necessária, uma vez que permite um maior consenso quando Figura 1: Distribuição da população da amostra segundo a
se pensa em teoria e prática caminhando lado a lado na saúde região de trabalho no Brasil (n= 72)
auditiva brasileira.
Com base nestas considerações, este estudo teve como
objetivo conhecer o perfil dos fonoaudiólogos que trabalham
na área de seleção e adaptação de AASI para adultos e idosos,
bem como suas condutas durante as etapas de verificação e
validação.

2 Material e Métodos
Este estudo, de caráter descritivo e corte transversal,
levantou informações a respeito do perfil do profissional Fonte: Dados da pesquisa.
assim como da atual prática clínica de fonoaudiólogos de
várias regiões do Brasil, que atuam no processo de seleção e
A faixa etária da população da amostra variou de 23 a 51
adaptação de AASI, com ênfase nos processos de verificação
anos, com média etária de 37 anos. Além disso, a amostra foi
e validação.
predominantemente do gênero feminino (99%). Com relação
A amostra foi obtida por conveniência e fizeram parte
ao tempo de profissão, este variou de 3 a 31 anos, com média
desta pesquisa fonoaudiólogos que atuam com adaptação de
de 14 anos.
aparelhos de amplificação sonora individual em adultos e
Quanto à formação acadêmica, pode ser observado na
idosos. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de
Figura 2 que a maioria (49%) foi composta por especialistas
Ética em Pesquisa, sob o protocolo número 645.343.
em audiologia e 15% apresentam apenas a graduação.
Para conhecer a prática clínica dos fonoaudiólogos,
utilizou-se um questionário, o qual foi elaborado com base no
material desenvolvido por Dumke et al., 2013. É composto Figura 2: Distribuição da população da amostra segundo sua
por 28 questões fechadas, sendo 16 abordando o perfil do titulação acadêmica (n=72)
profissional que trabalha na área e 12 sobre suas condutas nas
etapas de verificação e validação do processo de seleção e
adaptação de dispositivos eletrônicos de amplificação sonora
individual.
A coleta de dados foi realizada por meio do envio do
questionário por e-mail e através da rede social Facebook,
utilizando-se a ferramenta Google Forms. Tal recurso foi
utilizado pela gratuidade deste serviço e pela possibilidade de
abarcar um maior número de profissionais. Os dados foram
coletados por um período de sete meses. Fonte: Dados da pesquisa.
Antes de responderem ao questionário, os participantes
tiveram acesso ao termo de consentimento livre e esclarecido
e, uma vez tendo concordado, responderam às questões. De acordo com a distribuição dos profissionais da amostra
Fizeram parte desta pesquisa fonoaudiólogos que atuam segundo o local de trabalho, tem-se: 28% dos profissionais
com adaptação de AASI em adultos e idosos em diferentes trabalham apenas em centros auditivos; 1% dos profissionais
locais, como centros auditivos, serviços de saúde auditiva, trabalha em universidade; 7% dos profissionais trabalham em
consultórios particulares e hospitais-escola. serviços de saúde auditiva; 11% desempenham suas atividades
Os dados obtidos foram submetidos a uma análise com em clínica particular; 4% trabalham em serviços de saúde auditiva
descrição das frequências absolutas e relativas para variáveis vinculados à universidade; 21% dos profissionais trabalham em
categóricas e descrição de médias e desvio padrão para centros auditivos realizando atendimento domiciliar e 28% da
variáveis contínuas. amostra trabalham em mais de um local (Figura 3).

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Figura 3: Distribuição da população da amostra segundo seu de 86% da amostra considerarem o conhecimento adequado,
local de trabalho (n=72) 85% buscam e realizam cursos na área de AASI.

Figura 4: Distribuição da população da amostra


segundo a variável déficit no conhecimento profissional

Fonte: Dados da pesquisa.

Com relação ao conhecimento e preparo para atuar na


área de seleção e adaptação de AASI, 86% acreditam possuir
Fonte: Dados da pesquisa.
a formação necessária para uma boa atuação na área, sendo
que nenhum profissional considerou que seu conhecimento e
preparo não fossem apropriados para tal atuação. Dos 14% de A Tabela 1 ilustra quais equipamentos os profissionais
profissionais que consideraram seu conhecimento e preparo entrevistados possuem em seus ambientes de trabalho.
“mais ou menos” apropriado para trabalhar na área, 50% Para esta análise só foram consideradas as respostas de 48
referiram que necessitam de mais conhecimento em vendas e entrevistados, pois alguns responderam que possuíam outros
10% necessitam de conhecimento técnico (Figura 4). Apesar equipamentos que não fizeram parte da presente pesquisa.

Tabela 1: Frequência absoluta e relativa referente aos equipamentos presentes nos


ambientes de trabalho (n=48)
Equipamentos disponibilizados no ambiente de trabalho n %
Audiômetro, campo livre e equipamento de microfone sonda 14 29,16
Apenas audiômetro e campo livre 16 33,33
Apenas audiômetro 17 35,41
Apenas audiômetro e microfone sonda 1 2,10
Apenas equipamento com microfone sonda 0 0,00
Nenhum destes equipamentos 0 0,00
Total 48 100
Fonte: Dados da pesquisa.

Observou-se que 29,16% dos profissionais possuem em seus com e sem AASI e 35,41% da amostra possui apenas audiômetro,
ambientes de trabalho equipamentos que lhes permitem realizar não sendo possível realizar nem a audiometria em campo livre
tanto a audiometria com e sem AASI quanto as medidas com nem as medidas com microfone sonda.
microfone sonda. Dezesseis (33,33%) profissionais relataram Na Tabela 2 pode ser visualizada a frequência de utilização
possuir no trabalho apenas equipamento para fazer a audiometria dos procedimentos na prática clínica diária.

Tabela 2: Distribuição da frequência absoluta e relativa de realização de procedimentos na prática clínica na área de seleção e
adaptação de AASI
Audiometria com e sem AASI Medidas com microfone sonda Aplicação de questionários
Frequência
n.(%) n.(%) n.(%)
Sempre (100%) 23(31,94) 9(12,5) 15(20,83)
Muito frequentemente (75%) 17(23,61) 6(8,33) 3(4,16)
Frequentemente (50%) 10(13,90) 6(8,33) 10(13,90)
Algumas vezes (25%) 6(8,33) 9(12,5) 19(26,39)
Nunca (0%) 16(22,22) 42(58,34) 25(34,72)
Total 72(100) 72 (100) 72 (100)
Legenda: AASI – aparelho de amplificação sonora individual
Fonte: Dados da pesquisa.

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Dos três procedimentos pesquisados, a audiometria com e Também foi pesquisada neste estudo a frequência de
sem AASI é o exame mais realizado pela população estudada, realização dos procedimentos de acordo com o local de
sendo que 31,94% responderam que sempre realizam este trabalho. Os resultados podem ser observados na Tabela 3.
procedimento. Em contrapartida, a medida com microfone Vale ressaltar que para esta análise foram consideradas as
sonda é o procedimento realizado com menos frequência pela respostas dos entrevistados que trabalhavam em apenas um
amostra: 58,34% nunca realizam e 12,5% realizam algumas lugar. Sendo assim, o tamanho da amostra para esta análise
vezes. reduziu para 52.

Tabela 3: Distribuição da frequência absoluta e relativa de realização de procedimentos segundo a variável local de trabalho (n=52)
Centro Auditivo Saúde Auditiva Clínica particular Universidade Total
Procedimentos
n.(%) n.(%) n.(%) n.(%) n.(%)
Sim 29 (82,85) 5(100,00) 4(50,00) 3(75,00) 41(78,84)
Audiometria em campo livre Não 6(17,15) 0(0,00) 4(50,00) 1(25,00) 11(21,15)
Total 35(100,00) 5(100,00) 8(100,00) 4(100,00) 52(100,00)
Sim 12(34,30) 3(60,00) 1(12,50) 4(100,00) 20(38,46)
Medidas com microfone sonda Não 23(65,70) 2(40,00) 7(87,50) 0(0,00) 32(61,54)
Total 35(100,00) 5(100,00) 8(100,00) 4(0,00) 52(100,00)
Sim 24(68,57) 5(100,00) 3(37,50) 3(75,00) 35(67,30)
Questionários padronizados Não 11(31,43) 0(0,00) 5(62,50) 1(25,00) 17(32,70)
Total 35(100,00) 5(100,00) 8(100,00) 4(100,00) 52(100,00)
Fonte: Dados da pesquisa.

Nesta tabela pode-se observar que, com exceção às universidades relataram que fazem uso deste procedimento.
das clínicas particulares, a audiometria em campo livre Dos profissionais que não realizam a audiometria em
é normalmente realizada nos atendimentos. Entre os campo livre e/ou a medida com microfone sonda, eles não o
profissionais que trabalham em centros auditivos, 82,85% fazem, pois não possuem o equipamento (23% de audiometria
responderam que realizam este procedimento, 100% dos que em campo e 64% medidas com microfone sonda) ou por
trabalham nos serviços de saúde auditiva também o realizam e algum motivo o possuem, mas não o utilizam (13%).
igualmente 75% dos profissionais vinculados às universidades. Observa-se que, do total dos profissionais pesquisados,
Quanto às medidas com microfone sonda, apenas 34,30% a maioria realiza a audiometria em campo livre (78,84%),
dos profissionais dos centros auditivos o utilizam, mas 60% porém apenas 38,46% realizam as medidas com microfone
e 100% dos profissionais dos serviços de saúde auditiva e sonda.
dos vinculados às universidades, respectivamente, fazem uso Por último foi analisada a distribuição dos profissionais
deste procedimento. Quanto à utilização dos questionários que realizam os procedimentos de audiometria em campo
padronizados, 68,75% dos profissionais dos centros auditivos, livre e as medidas com microfone sonda. Os resultados podem
100% dos dos serviços de saúde auditiva e 75% dos vinculados ser observados na Tabela 4.

Tabela 4: Distribuição da frequência absoluta e relativa da realização dos procedimentos de


audiometria em campo livre e medidas com microfone sonda
Medidas com microfone sonda
Audiometria em campo livre
Realiza - n (%) Não realiza - n.(%) Total - n.(%)
Realiza 26 (36,00) 30 (42,00) 56 (77,77)
Não realiza 04 ( 5,00) 12 (17,00) 16 (22,23)
Total 30 (41,67) 42 (58,33) 72 (100,00)
Fonte: Dados da pesquisa.

Observou-se que, do total de entrevistados, 26 entrevistados A deficiência auditiva implica em uma série de prejuízos,
(36%) realizam os dois procedimentos (audiometria em campo como interação difícil com a família, amigos e comunidade,
livre e medidas com microfone sonda), 30 (42%) realizam a além de causar consequentemente o afastamento, consciente
audiometria em campo livre, mas não realizam as medidas ou inconscientemente, de atividades normalmente prazerosas.
com microfone sonda e 17% não realizam nenhuma destas Ela pode interferir na habilidade de reconhecimento de fala
medidas na sua rotina clínica. em igrejas, teatros, cinemas, rádio e televisão, além de fazer

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com que o indivíduo apresente reações inapropriadas durante que quase 50% da amostra foi composta por especialistas em
a conversação, alterações psicológicas, como depressão audiologia. Em estudo recente, os pesquisadores encontraram
por frustração e raiva, e medo, devido à incapacidade de se uma quantidade inferior de especialistas (26,14%) em
comunicar adequadamente com os outros16. audiologia em comparação com a presente pesquisa. Já a
Os efeitos da perda de audição podem ser atenuados com o quantidade de mestres mostrou-se semelhante (5,5%)18.
uso do AASI, que tem por finalidade a amplificação dos sons O grande número de profissionais com especialização
da forma mais satisfatória possível ao usuário. A adaptação em audiologia pode ser justificado também pelo fato de que
destes dispositivos envolve uma série de procedimentos muitos trabalham em serviços de saúde auditiva e centros
importantes para que o objetivo, que é a satisfação e melhora auditivos. Segundo a Portaria SAS/MS nº 587, é preferencial
na comunicação do usuário, seja atingido. que o profissional atuante na área de adaptação de AASI
Inicialmente, esta pesquisa foi desenvolvida com o possua especialização em audiologia.2 A formação lato
intuito de conhecer melhor os procedimentos de verificação e sensu permite um maior preparo clínico do que acadêmico,
validação de AASI utilizados pelos fonoaudiólogos do estado como ocorre na stricto sensu. Além disso, outro aspecto
de São Paulo no momento da adaptação e comparar com os importante a ser considerado é o de que um dos critérios de
preconizados na literatura nacional e internacional9,11, para inclusão desta pesquisa implicava que os fonoaudiólogos
assim traçar o perfil dos profissionais que trabalham na área e trabalhassem na prática clínica de adaptação de AASI,
propor discussões acerca deste tema. levando, consequentemente, estes profissionais a buscarem
Para tanto foi desenvolvido um questionário e enviado primeiramente a formação lato sensu20.
por e-mail a fonoaudiólogos de diferentes regiões do estado, Apesar de 86% de a amostra considerar o conhecimento
por meio da plataforma Google forms. Devido às dificuldades adequado, 85% busca realizar cursos na área de aparelho de
com relação à adesão dos profissionais à pesquisa, optou-se amplificação sonora individual. Este é um resultado positivo
por convidá-los também via rede social Facebook, abrindo a e importante, tendo em vista a necessidade do fonoaudiólogo
participação para fonoaudiólogos de várias regiões do país. sempre buscar se aperfeiçoar, do ponto de vista do avanço
Observou-se que, do total de 149 questionários enviados, tecnológico e científico21,22.
foram respondidos 72 (48%). A maioria dos fonoaudiólogos Dos 14% de profissionais que consideraram seu
que participaram da pesquisa (85%) trabalha na região conhecimento e preparo “mais ou menos” apropriado para
Sudeste do país e a minoria (1%) no Nordeste (Figura 1). Vale trabalhar na área, 50% referiram que necessitam de mais
ressaltar que esta distribuição por regiões do país pode ter conhecimento em vendas e 10% necessitam de conhecimento
sofrido influência da rede de conhecimento das pesquisadoras, técnico (Figura 4). Os fonoaudiólogos da área de seleção
que são, na sua maioria, residentes da região Sudeste, mais e adaptação de AASI, com exceção dos vinculados às
especificamente do estado de São Paulo. Desta forma, ficou uvniversidades e aos serviços de saúde auditiva, além de
mais fácil o contato com profissionais desta mesma região. atuarem na área de competência técnica, envolvem-se com a
Também é conhecido que a distribuição de fonoaudiólogos venda deste dispositivo, o que inclui os trâmites financeiros
pelo país é heterogênea. Segundo dados do Conselho Federal deste processo.23 Na formação acadêmica de graduação e pós-
de Fonoaudiologia em 2014, só no estado de São Paulo existem graduação, o aluno recebe formação na área técnica, mas não
um total de 11.920 fonoaudiólogos, sendo que destes, 879 para atuar na área comercial. Talvez, por isso, esta seja uma
são especialistas em audiologia clínica. Na região Nordeste carência do profissional.
somam-se ao todo 6290 profissionais17. Na Tabela 1, observou-se que apenas 29,16% dos
A faixa etária dos profissionais que responderam à pesquisa profissionais possuem em seus ambientes de trabalho
encontra-se entre 23 e 51 anos, sendo a grande maioria do equipamentos que lhes permitem realizar tanto a audiometria
sexo feminino (99%). Estudos nacionais também mostram com e sem AASI quanto as medidas com microfone sonda, e
resultados semelhantes à presente pesquisa. Em um estudo 33,33% dos profissionais relataram possuir no trabalho apenas
feito em 2014 com fonoaudiólogos inscritos no Conselho equipamento para fazer a audiometria com e sem AASI. Sabe-
Regional de Fonoaudiologia da 6ª região, encontraram-se se que o equipamento de microfone sonda possui um custo
95,6% de fonoaudiólogos do sexo feminino, numa amostra elevado, e, consequentemente, grande parte dos serviços que
de 547 profissionais que atuam na área de audiologia, sendo possuem tal equipamento são órgãos vinculados ao serviço de
que a idade deste grupo variou de 21 a 58 anos, com média saúde pública e/ou instituições de pesquisa24.
de 32,3 anos.18 Outro estudo sobre o perfil do fonoaudiólogo Outro dado importante verificado refere-se à frequência de
realizado na cidade de São José do Rio Preto, no interior de realização dos procedimentos de verificação. O procedimento
São Paulo, verificou que em sua amostra 50% dos profissionais mais realizado foi a medida em campo livre, sendo que 31,94%
entrevistados tinham até 30 anos e 34% encontravam-se na dos profissionais sempre a utilizam e, apesar das medidas
faixa etária de 31 a 40 anos19. com microfone sonda serem descritas na literatura como
Quanto ao tempo de atuação profissional, este variou de 3 procedimento preferencial na verificação de desempenho
a 31 anos, com média de 14 anos, sendo observado (Figura 2) e benefício fornecido pelo AASI25, apenas 12,5% dos

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entrevistados fazem uso deste procedimento rotineiramente. e 75% dos fonoaudiólogos vinculados às universidades. Os
No Brasil, as medidas em campo livre (ganho funcional) ainda questionários padronizados fornecem informações a respeito
são realizadas de forma predominante nos serviços de saúde da percepção do próprio paciente acerca do benefício obtido
auditiva do SUS25. com o AASI13. Além disso, eles possuem um baixo custo para
Outra explicação para estes achados esbarra na questão a sua aplicação, pois não necessitam de nenhum equipamento
de, no Brasil, existir uma desigualdade de acesso à educação eletroacústico, além de serem mais fáceis de manusear e
profissional continuada, gerando grande variabilidade de aplicar. Talvez isso justifique ser este o método mais utilizado,
condutas entre os profissionais de uma região para outra, além principalmente nos centros auditivos, como método de
de uma distância entre o que a teoria preconiza e o que ocorre validação.
na prática. Além disso, sem ter conhecimento ou mesmo Embora a literatura nacional e internacional preconize
segurança para realizar o procedimento, muitas vezes o o uso de medidas com microfone sonda e audiometria
fonoaudiólogo pode acabar abrindo mão deste recurso ou por em campo livre, observaram-se (Tabela 4) que apenas 26
não ter confiança suficiente de que o realizará adequadamente, dos 72 entrevistados (36%) realizam de rotina ambos os
ou porque dispensará de um tempo que julga não possuir no procedimentos. Este é um dado preocupante, porque, além de
momento do atendimento26. revelar o quanto a prática clínica ainda está distante da teoria,
As medidas de verificação com microfone sonda são indica que os maiores prejudicados são os pacientes, pois
extremamente confiáveis, pois apresentam uma variabilidade estes não estão obtendo uma adequada avaliação da adaptação
pequena entre as situações de teste-reteste. Elas são capazes, de seus AASI, bem como podem não estar obtendo todo o
inclusive, de revelar informações sobre o ganho de fraca, benefício que lhes é de direito2,11.
média e forte intensidade considerando os AASI com Para realizar esta pesquisa, houve certa dificuldade com
processamento do sinal não linear26. Quando se pensa em relação à adesão dos profissionais. Apesar de o questionário
AASI com processamento do sinal do tipo wide dynamic ter sido disponibilizado na forma online e serem necessários
range compression (WDRC), é necessário considerar que as no máximo 10 minutos para respondê-lo, apenas 48% dos 149
medidas obtidas em campo livre informam somente sobre a questionários enviados foram respondidos. Contudo, apesar
amplificação para sons de fraca intensidade e nada informam da baixa adesão, observaram-se resultados significativos, os
sobre a compressão utilizada, o que se torna insuficiente, quais mostram que o rumo da prática clínica relacionada à
considerando que o espectro de fala concentra-se numa adaptação de AASI no país deve sofrer mudanças.
intensidade de aproximadamente 65dB25,27,28.
Outro aspecto importante a ser considerado refere-se aos 4 Conclusão
softwares de programação dos AASI, os quais muitas vezes Dentre os profissionais que trabalham com seleção
superestimam o ganho, principalmente nas altas frequências, e adaptação de AASI e que participaram deste estudo, a
quando fazem a simulação de resposta. Isso mostra o quanto média etária foi de 37 anos, 49% apresentam especialização
as medidas com microfone sonda tornam-se indispensáveis em audiologia e 28% trabalham em Centros Auditivos.
para uma precisa verificação do ganho e do aproveitamento Os resultados mostraram que, apesar dos fonoaudiólogos
da adaptação26. entrevistados terem formação na área e conhecerem os
De acordo com os achados da Tabela 3, observou-se que as procedimentos adequados para realizar as medidas de
medidas de microfone sonda são utilizadas por apenas 12,5% verificação e validação, apenas 36% usam na sua prática
dos profissionais que atuam em clínica particular. Talvez isto clínica tantos as medidas com microfone sonda quanto a
se deva ao alto custo deste equipamento. Contudo, observou- audiometria em campo livre. Portanto, mais esforços devem
se que 60% dos profissionais que atuam em saúde auditiva ser lançados no sentido de melhorar a capacitação teórica e
realizam o procedimento. Já nos centros auditivos há 34,30% prática na área, disseminando a importância dos diferentes
dos profissionais realizando tais medidas. Sabe-se que nos procedimentos para uma clínica mais eficaz, que busque
serviços de média e alta complexidade, o equipamento de reduzir as falhas no processo e,consequentemente, atingir
microfone sonda é obrigatório para o credenciamento. Ou mais prontamente a satisfação do paciente.
seja, ele precisa existir no local, porém não é devidamente
utilizado. Neste ponto, o que talvez justifique a não utilização Referências
deste método de verificação seja a falta de treinamento 1. Brasil. Ministerio da Saúde. Política Nacional de Saúde da
profissional25. Nas universidades, 100% dos profissionais Pessoa com Deficiência.. Brasília: MS; 2008.
afirmam utilizar as medidas com microfone sonda, número 2. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria Nº 587 de 7 de outubro
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em portal.saude.gov.br/portal/sas/sapd/visualizar_texto.
Com relação aos questionários padronizados, estes são cfm?idtxt=22642
utilizados por 68,57% dos profissionais que atuam em centros
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
auditivos, 100% dos profissionais que atuam em serviços de Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência.
saúde auditiva, 37,5% dos que atuam em clínica particular Brasília: MS; 2010.

46 Rev. Equilíbrio Corporal Saúde, v. 6, n. 2, p. 40-47, 2014


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