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Língua Portuguesa

Grupo: José Ailton


Fernando
Emilly
Alice e
David Nycolas
António Nobre
Movimento Literário Simbolista:
O Simbolismo foi um importante movimento literário do final do século
XIX na França. A leitura de poemas e prosas simbolistas permite-nos
conhecer quais eram os sentimentos e perspectivas de mundo de algumas
sociedades alguns anos antes da Primeira Guerra Mundial.

• Contexto histórico do simbolismo


Surgiu num momento em que o continente Europeu assistia à ascensão da
burguesia industrial. O capitalismo se fortalecia com a II Revolução
Industrial, permitindo a industrialização de diversos países.
Esse processo industrial foi alavancado pela unificação da Alemanha, em
1870, e da Itália, no ano seguinte. Por outro lado, esse progresso capitalista
gerou uma grande desigualdade social, levando a insatisfação dos
trabalhadores mais pobres.
Simbolismo no Brasil:
O simbolismo no Brasil começou em 1893 com a publicação das obras de
Cruz e Sousa: Missal (prosa) e Broquéis (poesia). Esse movimento permanece
até o ano de 1910, quando se inicia o Pré-Modernismo.
O momento é de agitação política, pois, com a Proclamação da República em
1889, o país estava passando por um momento de transição. Há, assim, uma
transformação na cena política, com a passagem do regime monárquico para
o regime republicano.
Com a instauração da República da Espada em 1889, alguns conflitos
despontaram por conta da crise política e de disputa de poder.
Houve, assim, a Revolução Federalista (1893-1895), que aconteceu nos estados
do sul do país, e a Revolta da Armada (1891-1894), ocorrida no Rio de Janeiro.
Assim, em meio a esse contexto, surge o movimento simbolista.
Características do simbolismo:
1. Oposição à realidade objetiva

Os temas abordados pelos artistas simbolistas como a morte, a dor de existir, a loucura e o
pessimismo são subjetivos, se afastando da realidade objetiva e de assuntos relacionados com a esfera
social.

2. Transcendência, misticismo e espiritualidade

A arte simbolista busca transcender a realidade por meio do misticismo e da espiritualidade, ao


mesmo tempo que tenta encontrar nas zonas mais profundas da alma respostas para as angústias e
dores.

3. Presença de religiosidade

Embora diversos temas da arte simbolista estejam relacionados com um universo mais sombrio e
misterioso, é possível identificar em algumas obras uma visão cristã aliada ao desejo da fuga da
realidade.
4. Valorização do “eu” e da psiquê humana

Contrário ao objetivismo, no movimento simbolista o “eu” é valorizado e a verdade


é encontrada através da consciência humana.

5. Linguagem vaga, imprecisa e sugestiva

O simbolismo apresenta uma linguagem muito particular, envolta em mistério e


com grande expressividade e musicalidade. Esses atributos proporcionam às obras
os ideais imateriais e psíquicos característicos do movimento.

6. Uso excessivo de figuras de linguagem

Nas obras simbolistas, há forte presença das figuras de linguagem, pois mais
importante do que o significado real das palavras, estão os sentidos poéticos, as
sonoridades e as sensações.
Vida e obras do autor:
António Nobre nasceu na cidade do Porto no dia 16 de agosto de 1867. Em
1888 matriculou-se no curso de Direito na Universidade de Coimbra. Como
os estudos lhe incomodavam, parte para Paris onde frequentou a Escola Livre
de Ciências Políticas, licenciando-se em Ciências Jurídicas. Em 1892, ainda
em França, lançou o seu livro de poesias "Só". Ao regressar a Portugal, tentou
seguir na carreira diplomática, mas a tuberculose impediu-o. Faleceu em
1900 após uma intensa luta contra a tuberculose. Sua principal contribuição
para o Simbolismo português foi a alterância do vocabulário refinado dos
Simbolistas com outro mais coloquial. A princípio, a sua poesia mostra uma
certa influência de Almeida Garret e de Julio Dinis, porém, numa segunda
fase, fica clara a influência do Simbolismo Francés.
Ai de Mim!
Venho, torna-me velho esta lembrança!

Poema: D'um enterro d'anjinho, nobre e puro:


Infancia, era este o nome da criança
Que, hoje, dorme entre os bichos, lá no escuro...

Trez anjos, a Chymera, o Amor, a Esperança


Acompanharam-n'o ao jazigo obscuro,
E recebeu, segundo a velha usança,
A chave do caixão o meu Futuro.

Hoje, ambulante e abandonada Ermida,


Leva-me o fado, á bruta, aos empurrões,
Vá para a frente! Marcha! Á Vida! Á Vida!

Que hei-de fazer, Senhor! o qu'é que espera


Um bacharel formado em illuzões
Pela Universidade da Chymera?

António Nobre, in 'Só'


Obra:

Livro. Só. Antonio Nobre. 1971. A única obra do poeta publicada em vida.

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