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Aula 10

Português p/ Prefeitura de Ilhabela-SP


(Com Videoaulas) - Pós-Edital

Autor:
Décio Terror Filho
Aula 10

8 de Março de 2020
Décio Terror Filho
Aula 10

SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS. LEITURA E


INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEXTOS
(LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS).

Sumário

1 –Sinônimos e antônimos ................................................................................................................................... 2


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2– Reconhecimento de tipos textuais ................................................................................................................ 26

1 – Descritivo ................................................................................................................................................ 26

2 – Narrativo ................................................................................................................................................ 27

3 – Dissertativo ............................................................................................................................................. 28

4- Textos literários e não literários ............................................................................................................... 31

3 – Leitura e interpretação de diversos tipos de textos. .................................................................................. 39

4 – Lista de questões de revisão ...................................................................................................................... 56

5 – Gabarito .................................................................................................................................................... 79

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Olá, pessoal!

Veremos nesta aula Sinônimos, antônimos, leitura e interpretação de textos.

Procurarei trabalhar com textos bem didáticos a fim de você entender a dinâmica da interpretação
do texto.

1 –SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS
Sinonímia: é um item de suma importância para a interpretação de textos e também para a coesão
referencial, pois se pode retomar palavra anteriormente expressa por seu sinônimo, evitando a repetição
viciosa. Há sinonímia quando duas ou mais palavras têm o mesmo significado em determinado contexto.

O comprimento da sala é de oito metros.

A extensão da sala é de oito metros.

A substituição de comprimento por extensão não altera o sentido da frase, pois os termos são
sinônimos.

Em verdade, as palavras são sinônimas em certas situações, mas podem não ser em outras. É a riqueza da
língua portuguesa falando mais alto. Pode-se dizer, em princípio, que face e rosto são dois sinônimos: ela
tem um belo rosto, ela tem uma bela face. Mas não se consegue fazer a troca de face por rosto numa frase
do tipo: em face do exposto, aceitarei.

Esse tema tem relação direta com a interpretação de texto. A prova normalmente lista expressões com o
mesmo sentido contextual. Então o que é mais importante é a atenção na interpretação.

Antonímia

Requer os mesmos cuidados da sinonímia. Na realidade, tudo é uma questão de bom vocabulário. Antonímia
é o emprego de palavras de sentido contrário, oposto.

Ex.: É um menino corajoso. É um menino medroso.

Ex.: É um menino corajoso. É um menino medroso.

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1. (VUNESP / ISS Guarulhos – Inspetor Fiscal 2019)


Considere o seguinte trecho do primeiro parágrafo:
(1) O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. (2) É pessoal e grandioso, popular e intelectual,
tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma ousadia dos
movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960.
Um vocábulo que pode ser usado para qualificar a palavra caminhos, no sentido de explicitar a relação de
sentido que se estabelece entre os períodos (1) e (2), é
(A) contrários.
(B) idênticos.
(C) inviáveis.
(D) irreais.
(E) exagerados.
Comentário: Notamos do trecho que os adjetivos “pessoal” e “grandioso”, “popular” e “intelectual”, e
“tecnológico” e “clássico” estão numa relação de contraste. Assim, a alternativa correta é a (A), tendo em
vista que o adjetivo “contrários” realmente pode ser usado para qualificar a palavra caminhos neste
contexto.
Gabarito: A

2. (VUNESP / ISS Guarulhos – Inspetor Fiscal 2019)


Fragmento do texto: Até que tudo se transforma. A família perfeita desmorona, com o pai que sai de casa,
a mãe que não se conforma com o fim do casamento e os filhos jogados de um lado para o outro na confusão
dos adultos. Enquanto isso, Cleo se apaixona, engravida, é enganada e deixada à própria sorte. Duas
mulheres de diferentes origens compartilham a dor do abandono. Juntas, reencontram a resiliência que
segura o mundo frente às paixões autocentradas.
O vocábulo resiliência, destacado no parágrafo, abarca o sentido de
(A) amor incondicional que as mães têm por seus filhos.
(B) cumplicidade partilhada por pessoas de uma mesma origem.
(C) ressentimento que permanece após uma desilusão amorosa.
(D) falta de amor-próprio que inibe o desenvolvimento das mulheres.
(E) capacidade de se recompor após uma situação difícil.
Comentário: Entendemos do texto que há uma situação de dificuldade: “Duas mulheres de diferentes origens
compartilham a dor do abandono.”.

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Em seguida, afirma-se que “Juntas, reencontram a resiliência que segura o mundo frente às paixões
autocentradas.”.
Assim, entendemos que resiliência é a resistência dessas mulheres à dificuldade pela qual passam e
isso as fortalece frente às dificuldades.
Dessa forma, podemos notar que o vocábulo “resiliência” encontra-se no sentido de capacidade de
se recompor após uma situação difícil, e a alternativa (E) é a correta.
Gabarito: E

3. (VUNESP / TJ-SP - Administrador Judiciário 2019)


Fragmento do texto: Sou um assassino cultural, e você também é. Sei que é romântico chorar quando uma
livraria fecha as portas. Mas convém não abusar do romantismo – e da hipocrisia. Fomos nós que matamos
aquela livraria e o crime não nos pesa muito na consciência.
[...]
Já as empresas que sobreviveram e as novas que entraram na lista souberam se adaptar à economia digital,
vendendo serviços (ou, de forma mais precisa, acessos).
[...]
Mas o interesse do livro de Tzuo não está apenas nos números; está no retrato de uma nova geração para
quem a experiência cultural é mais importante do que a mera posse de objetos.
Há quem veja aqui um retrocesso, mas também é possível ver um avanço – ou, para sermos bem filosóficos,
o triunfo do espírito sobre a matéria. E não será essa, no fim das contas, a vocação mais autêntica da cultura?
Considere os trechos do texto.
Mas convém não abusar do romantismo... (1º parágrafo)
... vendendo serviços (ou, de forma mais precisa, acessos). (2º parágrafo)
... não está apenas nos números; está no retrato de uma nova geração... (3º parágrafo)
... o triunfo do espírito sobre a matéria. (último parágrafo)
Sem alteração do sentido do texto, as expressões destacadas podem ser substituídas, respectivamente, por:
(A) do padecimento; chula; na síntese; a conquista.
(B) da compaixão; delicada; na condenação; a vitória.
(C) do narcisismo; exata; na exaltação; o malogro.
(D) da emotividade; indevida; na crítica; a imposição.
(E) do sentimentalismo; acurada; na descrição; o êxito.
Comentário: No primeiro parágrafo, entende-se que a expressão “do romantismo” pode ser substituída por
“do sentimentalismo”, uma vez que o texto fala sobre chorar quando uma livraria fecha, deixando
subentendido que isso seria um exagero, um sentimentalismo hipócrita, afinal, fomos nós que deixamos de
comprar livros. Com isso, a alternativa (E) é a correta.
Vejamos as demais expressões.

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No segundo parágrafo, o termo “precisa” está no sentido de acurada, rigorosa, exata, isto é, o autor fala
exatamente o que as empresas que sobreviveram no mercado vendem hoje, acessos à rede. Dessa forma,
de acordo com o significado do termo anterior, “precisa” pode ser substituída por “acurada”.
No terceiro parágrafo, entendemos que o termo “retrato” é o registro físico de características de
pessoas, objetos, etc. Logo, por extensão, o termo “no retrato” pode ser entendido como “na descrição”,
uma vez que um retrato descreve uma imagem.
No quarto parágrafo, a palavra “triunfo” significa conquista, vitória, êxito. Dessa forma, de acordo
com o significado dos termos anteriores, o vocábulo “triunfo” pode ser substituído por “êxito”.
Gabarito: E

4. (VUNESP / TJ-SP - Contador Judiciário 2019)


Considere as passagens:
• O próximo governo não encontrará um ambiente econômico internacional sereno.
• Não tardará até que investidores hoje aparentemente otimistas comecem a cobrar resultados
concretos.
• Nos EUA, a alta dos juros, num contexto de emprego elevado e inflação perto da meta, já leva parte
do mercado a temer uma desaceleração abrupta do PIB em 2019.
Os termos destacados significam, correta e respectivamente:
(A) impassível; verdadeiros; previsível.
(B) tranquilo; reais; brusca.
(C) intempestivo; sensíveis; conturbada.
(D) ordeiro; maciços; inopinada.
(E) confiante; efetivos; paulatina.
Comentário: De acordo com o contexto, a palavra “sereno” significa calmo, tranquilo; a palavra “concretos”
pode significar verdadeiros, reais, efetivos; a palavra “abrupta” significa brusca.
Dessa forma, a alternativa (B) é a correta, pois todos os significados condizem com as palavras
destacadas no texto.
Gabarito: B

5. (VUNESP / TJ-SP - Enfermeiro Judiciário 2019)


Fragmento de texto: Chamado de “Declaração de Astana”, o acordo também comemora o 40o aniversário
da histórica Declaração de Alma Alta, que exortou o mundo a fazer dos cuidados primários de saúde o pilar
da cobertura universal de saúde em 1978.
Na passagem “... que exortou o mundo a fazer dos cuidados primários de saúde o pilar da cobertura universal
de saúde em 1978.”, os termos destacados significam, correta e respectivamente,
(A) obrigou e desejo.
(B) amainou e suporte.
(C) dissuadiu e modelo.

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(D) orientou e incremento.


(E) estimulou e arrimo.
Comentário: A palavra “exortou” significa estimulou e a palavra “pilar” significa suporte, arrimo.
Dessa forma, a alternativa que contém os dois significados corretos das palavras é a (E).
Gabarito: E

6. (VUNESP / TJ-SP - Médico Judiciário 2019)


Considere os trechos do texto.
• Afinal, cuidar do maior bem do indivíduo – a vida – não é algo trivial.
• ... e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluindo a famigerada inteligência artificial.
• Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre o conhecimento biomédico e
a tecnologia...
Os termos destacados podem ser substituídos, respectivamente e sem alteração do sentido do texto, por:
(A) banal; afamada; interação.
(B) inusitado; arrojada; colaboração.
(C) corriqueiro; temida; contradição.
(D) evidente; exaltada; incompatibilidade.
(E) irrelevante; depreciada; subordinação.
Comentário: De acordo com o contexto, a palavra “trivial” pode significar banal, corriqueiro; a palavra
“famigerada” significa célebre, notável, afamada; a palavra “interface” significa interação.
Dessa forma, a alternativa que contém os dois significados corretos das palavras é a (A).
Gabarito: A

7. (VUNESP / UNICAMP Prof. p/ assuntos específicos 2019)


O termo destacado na frase “... onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.” pode
ser corretamente substituído, sem alteração do sentido do texto, por
(A) identificar.
(B) esclarecer.
(C) polemizar.
(D) despistar.
(E) desorientar.
Comentário: A palavra “dirimir” significa sanar, esclarecer as dúvidas. Assim, a alternativa (B) é a correta.
Gabarito: B

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8. (VUNESP / ARESP Analista de suporte - regulação 1 2018)


Fragmento de texto: Há pessoas que têm vergonha de viver: são os tímidos, entre os quais me incluo.
Desculpem, por exemplo, estar tomando lugar no espaço. Desculpem eu ser eu. Quero ficar só! grita a alma
do tímido que só se liberta na solidão. Contraditoriamente quer o quente aconchego das pessoas.
E para pedir aumento de salário - a tortura. Como começar? Apresentar-se com fingida segurança de quem
sabe quanto vale em dinheiro - ou apresentar-se como se é, desajeitado e excessivamente humilde.
O que faz então? Mas é que há a grande ousadia dos tímidos. E de repente cheio de audácia pelo aumento
com um tom reivindicativo que parece contundente. Mas logo depois, espantado, sente-se mal, julga
imerecido o aumento, fica todo infeliz.
(Clarice Lispector. Vergonha de viver. Aprendendo a viver. Rio de Janeiro, Rocco Digital, 2013. Adaptado)
São empregadas como sinônimas, no texto, as palavras:
(A) alma; aconchego (1o parágrafo).
(B) ousadia; audácia (3o parágrafo).
(C) vergonha; solidão (1o parágrafo).
(D) reivindicativo; contundente (3o parágrafo).
(E) espantado; imerecido (3o parágrafo).
Comentário: As palavras “ousadia” e “audácia” são sinônimas uma vez que, no texto, são empregadas no
sentido de atrevimento, coragem.
As demais palavras não pertencem aos mesmos campos semânticos, isto é, não compartilham do
mesmo significado.
Portanto, a alternativa (B) é a correta.
Gabarito: B

9. (VUNESP / Câm. Dois Córregos - Oficial de atend. e adm. 2018)

Armandinho atribui ao vocábulo responsável o sentido de

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(A) adulto.
(B) aplicado.
(C) culpado.
(D) obediente.
(E) prudente.
Comentário: De acordo com o contexto da tirinha, o termo “responsável” foi utilizado para designar uma
pessoa que tem culpa por ter causado alguma coisa. Sabemos isso por meio do último quadrinho, em que o
menino diz que ele deve ter feito alguma coisa, mas foi sem querer.
Assim, Armandinho atribui ao vocábulo responsável o sentido de culpado. Logo, a alternativa (C) é a
correta.
Gabarito: C

10. (VUNESP / Câm. Dois Córregos - Oficial de atend. e adm. 2018)


Fragmento de texto: Ei, você aí. Se fosse possível apagar da sua memória o que lhe causa dor, você apagaria?
Seria perfeito, pois manteríamos tudo de bom e esqueceríamos completamente o ruim.
Mas não, não seria perfeito. E sabe por quê? Porque precisamos das perdas para valorizar os ganhos, o bom
precisa do ruim para ser compreendido e vice-versa. Simples assim. Só que geralmente nos agarramos às
derrotas e não enxergamos as conquistas. Escondemos as recordações bonitas lá no fundo da gaveta,
enquanto carregamos as mágoas agarradas pela mão, para cima e para baixo.
É possível, sim, seguir adiante sem tanta culpa pelo erro e sem o medo de falhar novamente, a partir do
momento em que entendemos que as quedas são necessárias para que nos tornemos pessoas mais
completas, aptas a resolver problemas e encontrar saídas. Então, passamos a enxergar a dor como um mal
necessário. Inclusive, é ela que, muitas vezes, nos tira da inércia e nos impulsiona a reagir.
Usemos as decepções a nosso favor para que nos tornemos grandiosos diante da vida, aptos a receber o que
nos mandam e transformar tudo o que vier em aprendizado. É impossível esquecer as tristezas, mas que elas
não sejam lembradas a todo instante.
(Karen Curi. Revista Bula. www.revistabula.com. Adaptado)
Duas construções que, no texto, expressam a mesma ideia estão em:
(A) … esqueceríamos completamente o ruim... (1o parágrafo) ... o bom precisa do ruim... (2o parágrafo)
(B) … manteríamos tudo de bom... (1o parágrafo) … não enxergamos as conquistas. (2o parágrafo)
(C) ... recordações bonitas... (2o parágrafo) ... um mal necessário. (3o parágrafo)
(D) … nos agarramos às derrotas... (2o parágrafo) … seguir adiante sem tanta culpa... (3o parágrafo)
(E) ... precisamos das perdas... (2o parágrafo) ... as quedas são necessárias... (3o parágrafo)
Comentário: Na alternativa (A), a ideia do primeiro parágrafo é manter o que seria bom e excluir o ruim. Já
no segundo parágrafo, a autora comenta que o bom precisa do ruim e vice-versa, sem exclusão. Logo, as
ideias são diferentes.

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Na alternativa (B), a ideia contida em “manteríamos tudo de bom” não é a mesma contida em “não
enxergamos as conquistas”, uma vez que no texto há a informação de que as coisas ruins não deixam que
enxerguemos as boas, mas são necessárias para resolvermos os problemas.
Na alternativa (C), a ideia contida em “recordações bonitas” não é a mesma contida em “um mal
necessário”, pois o mal necessário se refere aos problemas, à dor.
Na alternativa (D), a ideia contida em “nos agarramos às derrotas” não é a mesma contida em “seguir
adiante sem tanta culpa”, pois, para seguir adiante, precisamos deixar as derrotas de lado, entendendo que
o mal é necessário para crescermos como seres humanos.
Na alternativa (E), a ideia contida em “precisamos das perdas” é a mesma contida em “as quedas são
necessárias”, uma vez que a autora explica que as coisas ruins que acontecem servem para que reajamos às
adversidades e busquemos superar as dificuldades. Leia o trecho a seguir e entenda: “Então, passamos a
enxergar a dor como um mal necessário. Inclusive, é ela que, muitas vezes, nos tira da inércia e nos impulsiona
a reagir.”
Gabarito: E

11. (VUNESP / TJ-SP - Escrevente técnico Judiciário interior 2018)


Nas frases “Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo exclusivamente citações.” (3o
parágrafo), “Vou até mais longe: vida é pontuação.” (5o parágrafo) e “A vida de uma pessoa é balizada por
sinais ortográficos.” (5o parágrafo), as expressões em destaque podem ser substituídas, sem prejuízo de
sentido ao texto, correta e respectivamente, por:
(A) também; bem além; distinguida.
(B) somente; bem além; limitada.
(C) inclusive; bem adiante; orientada.
(D) apenas; bem aquém; restrita.
(E) unicamente; bem afora; orientada.
Comentário: De acordo com o contexto, o advérbio “exclusivamente” pode significar somente, apenas ou
unicamente. Assim, eliminamos as alternativas (A) e (C).
A expressão “até mais longe” significa “bem além”. Logo, já eliminamos as alternativas (D) e (E),
restando a alternativa (B) como a correta e o significado de “balizada” como sendo “limitada”.
Gabarito: B

12. (VUNESP / TJ-SP - Escrevente técnico Judiciário interior 2018)


Nas passagens “Ei-lo agora, adolescente recluso em seu quarto, diante de um livro que não lê.” e “negros
parágrafos comprimidos uns sobre os outros”, os termos destacados têm como antônimos,
respectivamente:
(A) enclausurado e apertados.
(B) liberto e expandidos.
(C) apartado e ampliados.
(D) solitário e espalhados.

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(E) solto e limitados.


Comentário: Atenção, pois a questão pede os antônimos dos termos destacados.
Assim, a palavra “recluso” significa preso, enclausurado. Logo, seus possíveis antônimos são “liberto”
e “solto”. Eliminamos, assim, as alternativas (A), (C) e (D).
A palavra “comprimidos”, no contexto, significa apertados, limitados. Logo, dentre as alternativas que
restaram, o antônimo (o oposto) de “comprimidos” é “expandidos”.
Portanto, a alternativa (B) é a correta.
Gabarito: B

13. (VUNESP / CR Bio Técnico – 2017)


Há uma inflação de candidatos a astro e estrela. Toda família tem um aspirante aos holofotes. Desde
que comecei a escrever para televisão, sou acossado por gênios indomáveis.
Dias desses, fui ouvir as mensagens do celular. Uma voz aflita de mulher:
– Preciso falar urgentemente com o senhor.
“É desgraça!”, assustei-me. Digitei o número.
– Quero trabalhar em novela – disse a voz.
Perguntei (já pensando em trucidar quem havia dado o número do meu celular) se tinha experiência
como atriz. Não. Nem curso de interpretação. Apenas uma certeza inabalável de ter nascido para a telinha
mágica. Com calma, tentei explicar que, antes de mais nada, era preciso estudar para ser atriz. Estudar?
Ofendeu-se:
– Obrigada por ser tão grosseiro! e desligou o telefone.
Incrível também é a reação dos familiares. Conheci a mãe de uma moça que dança em um dos
inúmeros conjuntos em que as integrantes rebolam em trajes mínimos. Bastante orgulhosa da pimpolha, a
mãe revelou:
– Quando pequena ela queria ser professora, mas escolheu a carreira artística. Ainda bem!
Comentei, muito discreto:
– É... ela vai longe...
– Nem me fale. Daqui a pouco, vai estar numa novela!
Essa febre de fama me dá calafrios. Fico pensando na reação de grandes artistas como Marília Pêra,
Tony Ramos, Juca de Oliveira diante desse vale-tudo, desse desejo insano por ser famoso a qualquer preço.
(Veja SP, 21.10.1998. Adaptado)
A expressão entre parênteses que substitui aquela destacada no trecho do texto, sem alterar o sentido
original, está em:
(A) Há uma inflação de candidatos a astro e estrela. (Existe uma escassez)
(B) Desde que comecei a escrever para televisão, sou acossado por gênios indomáveis. (artistas muito
experientes)
(C) Perguntei (já pensando em trucidar quem havia dado o número do meu celular)... (decidido a dialogar)

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(D) Apenas uma certeza inabalável de ter nascido para a telinha mágica. (convicção irredutível)
(E) ... uma moça que dança em um dos inúmeros conjuntos em que as integrantes rebolam em trajes
mínimos. (vestimentas luxuosas)
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois a expressão “Há uma inflação de candidatos a astro e estrela”
significa um alto número de pessoas, e não uma escassez.
A alternativa (B) está errada, pois a expressão “gênios indomáveis” não significa “artistas muito
experientes”. Na realidade, é uma ironia crítica sobre as pessoas que querem ser famosas a todo custo,
mesmo sem experiência ou estudo.
A alternativa (C) está errada, pois a expressão “pensando em trucidar” não significa “decidido a
dialogar”. Na realidade, “trucidar” é um exagero (matar barbaramente), por isso no texto podemos entender
como se o narrador quisesse bater na pessoa com quem está falando ao telefone.
A alternativa (D) é a correta, pois “certeza” é o mesmo textualmente do que “convicção”, e
“inabalável” é o mesmo que “irredutível”.
A alternativa (E) está errada, pois “trajes mínimos” não tem relação com vestimentas luxuosas, mas
com roupas curtas, insinuantes.
Gabarito: D

14. (VUNESP / TJ SP Psicólogo – 2017)


Fragmento do texto: Com quase quatro anos, minha filha começa a compreender um elemento fundamental
da existência: o tempo. Meu filho, de dois, não tem a menor ideia de que haja um antes e um depois. Sua
vida é um agora contínuo, uma tela diante da qual passam mamadeira, berço, carrinho, pudim, avó, banho,
Lego, minhoca.
Na frase “Sua vida é um agora contínuo...”, o termo em destaque significa
(A) inconstante.
(B) perene.
(C) imediato.
(D) efêmero.
(E) intermitente.
Comentário: A palavra “contínuo” significa regularidade, continuidade, constância.
“Inconstante” é o contrário de “contínuo”; “imediato” é algo feito instantaneamente; “efêmero” é
algo passageiro; “intermitente” é algo que não tem continuidade.
Assim, resta a alternativa (B) como a correta, pois “perene” é aquilo que é “incessante, contínuo,
ininterrupto”.
Gabarito: B

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15. (VUNESP / TJ SP Psicólogo – 2017)

Nas palavras da personagem, o termo “sublime” significa


(A) repreensível.
(B) introspectivo.
(C) comum.
(D) magnífico.
(E) utópico.
Comentário: Mesmo que você não soubesse o sentido da palavra “sublime”, veja que tal palavra se coaduna
no contexto com “digno”. Assim, há um tom otimista, positivo no contexto, o que descarta a possibilidade
de palavras, como “repreensível”, “introspectivo”, “comum” ou “utópico”. Veja que “sublime” é o mesmo
que “esplêndido”, “grandioso”, “magnífico”.
Assim, a alternativa correta é a (D).
Gabarito: D

16. (VUNESP / TJ SP Escrevente Técnico – 2017)


Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no setor de tecnologia já tinham feito – ele
transferiu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem paredes e divisórias.
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele queria que todos estivessem juntos, para se
conectarem e colaborarem mais facilmente. Mas em pouco tempo ficou claro que Nagele tinha cometido
um grande erro. Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove empregados estavam
insatisfeitos, sem falar do próprio chefe.
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para o escritório aberto, Nagele transferiu a empresa para
um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio espaço, com portas e tudo.
Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório aberto – cerca de 70% dos escritórios nos Estados
Unidos são assim – e até onde se sabe poucos retornaram ao modelo de espaços tradicionais com salas e
portas.
Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder até 15% da produtividade, desenvolver problemas graves
de concentração e até ter o dobro de chances de ficar doentes em espaços de trabalho abertos – fatores que
estão contribuindo para uma reação contra esse tipo de organização.

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Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já ouviu colegas do setor de tecnologia dizerem
sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. “Muita gente concorda – simplesmente não aguentam
o escritório aberto. Nunca se consegue terminar as coisas e é preciso levar mais trabalho para casa”, diz ele.
É improvável que o conceito de escritório aberto caia em desuso, mas algumas firmas estão seguindo o
exemplo de Nagele e voltando aos espaços privados.
Há uma boa razão que explica por que todos adoram um espaço com quatro paredes e uma porta: foco. A
verdade é que não conseguimos cumprir várias tarefas ao mesmo tempo, e pequenas distrações podem
desviar nosso foco por até 20 minutos.
Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo, afirma Sally Augustin, psicóloga
ambiental e de design de interiores.
(Bryan Borzykowski, “Por que escritórios abertos podem ser ruins para funcionários.” Disponível
em:<www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 04.04.2017. Adaptado)

O termo privado está em relação de sentido com público, seu antônimo, da mesma forma que estão as
palavras
(A) distraídos e atentos.
(B) improvável e inaceitável.
(C) conectar e interligar.
(D) tradicional e usual.
(E) insatisfeitos e desabonados.
Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois a pessoa que não está distraída está atenta. Assim,
conseguimos perceber aí a ideia de oposição, a relação antônima.
O contrário de “improvável” é provável, e não “inaceitável”.
O contrário de “conectar” é desconectar, e não “interligar”.
Aquilo que é “tradicional” é de uso comum, usual. Assim, são palavras, de certa forma, sinônimas.
O contrário de “insatisfeitos” é satisfeitos, e não “desabonados” (sem recursos, sem créditos).
Gabarito: A

17.
Na frase – É improvável que o conceito de escritório aberto caia em desuso ... (7º parágrafo) – a expressão
em destaque tem o sentido de
(A) mostre-se alterado.
(B) seja substituído.
(C) mereça sanção.
(D) torne-se obsoleto.
(E) sofra censura.

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Comentário: Cair em desuso significa tornar-se sem préstimo, obsoleto. Assim, a alternativa correta é a (D).
Gabarito: D

18. (VUNESP / Câmara Várzea Paulista Procurador – 2016)


O fato de a beleza aplicar-se a certas coisas e não a outras, o fato de ser um princípio de discriminação
constituiu, no passado, a sua força e a sua atração. A beleza pertencia à família de ideias que estabelecem
escalas e casava bem com uma ordem social sem remorsos quanto à posição, classe, hierarquia e ao direito
de excluir.
O que antes havia sido uma virtude do conceito passou a ser o seu defeito. A discriminação, antes uma
faculdade positiva (significava julgamento refinado, padrões elevados, esmero), tornou-se negativa:
significava preconceito, intolerância, cegueira para as virtudes daquilo que não era idêntico a quem julgava.
O movimento mais forte e mais bem-sucedido contra a beleza ocorreu nas artes: beleza — e dar importância
à beleza — era restritivo; como reza a expressão corrente, elitista. Nossas apreciações, assim sentiam,
poderiam ser muito mais inclusivas se disséssemos que algo, em vez de ser belo, era “interessante”.
Claro, quando as pessoas diziam que uma obra de arte era interessante, isso não significava que
necessariamente tivessem gostado — muito menos que a achassem bela. Em geral significava apenas que
achavam que deviam gostar. Ou que gostavam, mais ou menos, embora não fosse bela. Ou podiam definir
algo como interessante a fim de evitar a banalidade de chamá-lo de belo. A fotografia foi a arte em que “o
interessante” triunfou primeiro, e bem cedo: a nova maneira fotográfica de ver propunha que tudo era um
tema potencial para a câmera. O belo não poderia consentir numa gama tão vasta de temas.
O amplo emprego do “interessante” como critério de valor acabou, inevitavelmente, enfraquecendo o seu
gume transgressivo. O que resta da antiga insolência repousa sobretudo no seu desdém pelas consequências
das ações e dos julgamentos. O interessante é, agora, sobretudo uma ideia consumista, vergada sob o peso
da ampliação do seu domínio: quanto mais coisas se tornam interessantes, mais o mercado se expande.
(Susan Sontag. “Uma discussão sobre a beleza”. In Ao mesmo tempo. Trad. Rubens Figueiredo. São Paulo,
Companhia das Letras, 2008. Adaptado)

No texto, são empregadas como sinônimas as palavras


(A) ordem e direito (1º parágrafo).
(B) família e posição (1º parágrafo).
(C) restritivo e elitista (3º parágrafo).
(D) critério e valor (5º parágrafo).
(E) gume e peso (5º parágrafo).
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois “ordem” tem relação com a ordem social, hierarquização; já
“direito” tem relação com a possibilidade de excluir. Assim, contextualmente, não possuem mesmo sentido.
Confirme:
A beleza pertencia à família de ideias que estabelecem escalas e casava bem com uma ordem social sem
remorsos quanto à posição, classe, hierarquia e ao direito de excluir.

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A alternativa (B) está errada, pois, contextualmente, “família” tem o sentido de grupo, conjunto; já
“posição” está relacionada com palavras de mesma ideia, como classe, hierarquia.
A beleza pertencia à família de ideias que estabelecem escalas e casava bem com uma ordem social sem
remorsos quanto à posição, classe, hierarquia e ao direito de excluir.
A alternativa (C) é a correta, pois “restritivo” tem relação com aquilo que é limitado, isto é, não é para
todos. O mesmo ocorre com “elitista”, isto é, restrição a um grupo da elite. Veja que a associação dessas
palavras se reforça pela expressão “como reza a expressão corrente, elitista”. Confirme:
O movimento mais forte e mais bem-sucedido contra a beleza ocorreu nas artes: beleza — e dar importância
à beleza — era restritivo; como reza a expressão corrente, elitista. Nossas apreciações, assim sentiam,
poderiam ser muito mais inclusivas se disséssemos que algo, em vez de ser belo, era “interessante”.
A alternativa (D) está errada, pois “critério” é o meio comparativo como julgamento de “valor”. Assim, tais
palavras se encontram num mesmo campo semântico, mas definitivamente não têm o mesmo sentido.
Confirme:
O amplo emprego do “interessante” como critério de valor acabou, inevitavelmente, enfraquecendo o seu
gume transgressivo. O que resta da antiga insolência repousa sobretudo no seu desdém pelas consequências
das ações e dos julgamentos. O interessante é, agora, sobretudo uma ideia consumista, vergada sob o peso
da ampliação do seu domínio: quanto mais coisas se tornam interessantes, mais o mercado se expande.
A alternativa (E) está errada, pois “gume” é o fio condutor, a linha de pensamento; no texto é o traço
transgressivo. Já “peso” é a força da ampliação de seu domínio. Assim, não transmitem o mesmo sentido.
O amplo emprego do “interessante” como critério de valor acabou, inevitavelmente, enfraquecendo o seu
gume transgressivo. O que resta da antiga insolência repousa sobretudo no seu desdém pelas consequências
das ações e dos julgamentos. O interessante é, agora, sobretudo uma ideia consumista, vergada sob o peso
da ampliação do seu domínio: quanto mais coisas se tornam interessantes, mais o mercado se expande.
Gabarito: C

19. (VUNESP / MP SP Analista – 2016)


McLuhan já alertava que a aldeia global resultante das mídias eletrônicas não implica necessariamente
harmonia, implica, sim, que cada participante das novas mídias terá um envolvimento gigantesco na vida dos
demais membros, que terá a chance de meter o bedelho onde bem quiser e fazer o uso que quiser das
informações que conseguir. A aclamada transparência da coisa pública carrega consigo o risco de fim da
privacidade e a superexposição de nossas pequenas ou grandes fraquezas morais ao julgamento da
comunidade de que escolhemos participar.
Não faz sentido falar de dia e noite das redes sociais, apenas em número de atualizações nas páginas e na
capacidade dos usuários de distinguir essas variações como relevantes no conjunto virtualmente infinito das
possibilidades das redes. Para achar o fio de Ariadne no labirinto das redes sociais, os usuários precisam ter
a habilidade de identificar e estimar parâmetros, aprender a extrair informações relevantes de um conjunto
finito de observações e reconhecer a organização geral da rede de que participam.
O fluxo de informação que percorre as artérias das redes sociais é um poderoso fármaco viciante. Um dos
neologismos recentes vinculados à dependência cada vez maior dos jovens a esses dispositivos é a
“nomobofobia” (ou “pavor de ficar sem conexão no telefone celular”), descrito como a ansiedade e o
sentimento de pânico experimentados por um número crescente de pessoas quando acaba a bateria do
dispositivo móvel ou quando ficam sem conexão com a Internet. Essa informação, como toda nova droga,

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ao embotar a razão e abrir os poros da sensibilidade, pode tanto ser um remédio quanto um veneno para o
espírito.

(Vinicius Romanini, Tudo azul no universo das redes. Revista USP, no 92. Adaptado)

As expressões destacadas nos trechos – meter o bedelho / estimar parâmetros / embotar a razão – têm
sinônimos adequados respectivamente em:
(A) procurar / gostar de / ilustrar
(B) imiscuir-se / avaliar / enfraquecer
(C) interferir / propor / embrutecer
(D) intrometer-se / prezar / esclarecer
(E) contrapor-se / consolidar / iluminar
Comentário: A expressão “meter o bedelho” significa intrometer-se, interferir, imiscuir; a expressão
“estimar”, neste contexto, significa “avaliar”; e “embotar” significa “enfraquecer”. Confirme no contexto:
McLuhan já alertava que a aldeia global resultante das mídias eletrônicas não implica necessariamente
harmonia, implica, sim, que cada participante das novas mídias terá um envolvimento gigantesco na vida
dos demais membros, que terá a chance de meter o bedelho onde bem quiser e fazer o uso que quiser das
informações que conseguir.
Para achar o fio de Ariadne no labirinto das redes sociais, os usuários precisam ter a habilidade de identificar
e estimar parâmetros, aprender a extrair informações relevantes de um conjunto finito de observações e
reconhecer a organização geral da rede de que participam.
Essa informação, como toda nova droga, ao embotar a razão e abrir os poros da sensibilidade, pode tanto
ser um remédio quanto um veneno para o espírito.
Agora, veja com a troca dos termos:
McLuhan já alertava que a aldeia global resultante das mídias eletrônicas não implica necessariamente
harmonia, implica, sim, que cada participante das novas mídias terá um envolvimento gigantesco na vida
dos demais membros, que terá a chance de imiscuir-se onde bem quiser e fazer o uso que quiser das
informações que conseguir.
Para achar o fio de Ariadne no labirinto das redes sociais, os usuários precisam ter a habilidade de identificar
e avaliar parâmetros, aprender a extrair informações relevantes de um conjunto finito de observações e
reconhecer a organização geral da rede de que participam.
Essa informação, como toda nova droga, ao enfraquecer a razão e abrir os poros da sensibilidade, pode tanto
ser um remédio quanto um veneno para o espírito.
Assim, a alternativa (B) é a correta.
Gabarito: B

20. (VUNESP / Prefeitura de São Paulo Analista – 2016)


Fragmento do texto: O mundo vive hoje um turbilhão de sentimentos e reações no que diz respeito aos
refugiados. Trata-se de uma enorme tragédia humana, à qual temos assistido pela TV no conforto de nossas
casas.

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Imagens dramáticas mostram famílias inteiras, jovens, crianças e idosos chegando à Europa em busca de
um lugar supostamente mais seguro para viver. Embora os refugiados da Síria tenham ganhado maior
destaque, existem ainda os refugiados africanos e os latino-americanos.
Dentro da América Latina, vemos grandes migrações, uma marcha de pessoas que buscam o refúgio, mas
que terminam em uma espécie de exílio.
O Brasil, que sempre se destacou por sua capacidade de acolher diferentes culturas, apresenta uma das
sociedades com maior diversidade. Podemos afirmar nossa capacidade de lidar com o multiculturalismo com
bastante naturalidade, embora, muitas vezes, a questão seja tratada de maneira superficial. Por outro lado,
o preconceito existente, antes disfarçado, deixou de ser tímido e passou a se manifestar de forma aberta e
hostil.
Observe as passagens do texto:
.... O mundo vive hoje um turbilhão de sentimentos e reações... (1º parágrafo); ...
...em busca de um lugar supostamente mais seguro para viver. (2º parágrafo); ...
.... e passou a se manifestar de forma aberta e hostil. (4º parágrafo).
No contexto em que estão empregados, os termos em destaque significam, respectivamente:
a) bonança, provavelmente e manifesta.
b) reviravolta, indubitavelmente e transparente.
c) serenidade, possivelmente e exposta.
d) intensidade, hipoteticamente e latente.
e) agitação, pretensamente e declarada.
Comentário:
A palavra “turbilhão” tem seu sentido literal como “massa de ar, em forte movimento giratório.” Porém, tal
palavra foi associada ao acúmulo de sentimentos e reações. Assim, pelo contexto, temos certeza de que não
cabe a palavra “bonança” (tranquilidade, calma) e “serenidade”. Dessa forma, podemos excluir as
alternativas (A) e (C).
Em relação à segunda palavra, algo que é suposto significa que tem ligação com algo hipotético,
possível, provável, cabendo também o advérbio pretensamente. Certamente, não tem relação com
indubitável, o qual transmite certeza. Por isso, eliminamos também a alternativa (B).
O adjetivo “aberta”, no contexto, tem sentido contrário ao vocábulo “disfarçado”, “tímido”. Assim,
cabe o sentido de “manifesta”, “exposta”, “declarada”.
Como ficamos entre as alternativas (D) e (E), a correta é a (E), pois “declarada” é o adjetivo ideal para
“aberta”.
Gabarito: E

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21. (VUNESP / IPSMI Procurador – 2016)

Diante do contexto, é correto concluir que a palavra “trivialidades” significa


a) excentricidades.
b) variedades.
c) especialidades.
d) atrocidades.
e) banalidades.
Comentário: Trivial é aquilo que é corriqueiro, típico do cotidiano, do dia a dia, algo comum.
Assim, a alternativa que se aproxima deste sentido é a (E), haja vista a palavra “banalidades”.
Gabarito: E

22. (VUNESP / UNIFESP Técnico Segurança do Trabalho – 2016)

Leia a charge.

As frases da personagem mostram-na como uma pessoa


a) indiferente.
b) resoluta.
c) hesitante.
d) irredutível.

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e) intrépida.
Comentário: Nota-se nas imagens e nas informações escritas que o personagem está em dúvida a respeito
da escolha entre algumas coisas.
Uma pessoa que está em dúvida está hesitante. Por isso a alternativa (C) é a correta.
Gabarito: C

23. (VUNESP / Câmara Marília – SP Procurador Jurídico – 2016)


Uma noite no mar Cáspio
Na semana passada, uma aluna da Sorbonne foi encarregada de fazer um estudo sobre a literatura latino-
americana, mal informada de tudo, inclusive sobre a América Latina. Veio entrevistar algumas pessoas e, não
sei por que, pediu-me que a recebesse para uma conversa que pudesse explicar o Brasil com apenas um
título que serviria de roteiro para o trabalho que deveria apresentar.
Já me pediram coisas extravagantes, recusei algumas, aceitei outras. Aleguei minha incompetência para
titular qualquer coisa.
Mas não quis decepcionar a moça. Pensando na atual crise política, sugeri “Garruchas e punhais” – era o
nome da briga entre os meninos da rua Cabuçu contra os meninos da rua Lins de Vasconcelos. Morei nas
duas e era considerado um espião a soldo de uma ou de outra. O que no fundo era verdade, considerava
idiotas os dois lados.
A moça riu mas não gostou. Todos os países têm garruchas e punhais. Dei outra sugestão: “O mosteiro
de tijolos de feltro”. Ela não gostou – nem eu. Parti então para uma terceira via, por sinal, a mais estúpida.
Pensou um pouco, inicialmente recusou. Olhou bem para mim e aprovou: “Uma noite no mar Cáspio”. Para
meu espanto, ela aceitou.
Acredito que os professores da Sorbonne também gostarão. E eu nem sei onde fica o mar Cáspio, embora
também não saiba onde fica o Brasil.
(Carlos Heitor Cony. Folha de S.Paulo, 26.01.2016. Adaptado)
Observe as passagens do texto:
– Aleguei minha incompetência para titular qualquer coisa. (2° parágrafo);
– Parti então para uma terceira via, por sinal, a mais estúpida. (4° parágrafo);
– Pensou um pouco, inicialmente recusou. (4° parágrafo).
No contexto em que estão empregados, os termos em destaque significam, respectivamente:
a) Justifiquei, Optei e acedeu.
b) Retorqui, Divergi e opôs-se.
c) Objetei, Conclui e obstou.
d) Retruquei, Indiquei e furtou-se.
e) Citei, Passei e enjeitou.
Comentário: O verbo “alegar” significa citar, mencionar, apresentar (fatos, argumentos, motivos, fatores)
em defesa, como prova ou justificativa. Assim, temos certeza de que não cabem as alternativas (B), (C) e (D),
pois “retorquir”, “objetar” e “retrucar”, de certa forma, têm relação com contrapor.

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Quanto ao segundo vocábulo, partir para algo é o mesmo que optar por outra linha de ação, passar
para outra linha de ação.
Quanto ao terceiro vocábulo, “recusar” significa enjeitar, não aceitar. Esse sentido é o oposto do que
se encontra na alternativa (A), com o verbo “aceder”.
Assim, a alternativa (E) é a correta.
Gabarito: E

24. (VUNESP / UNESP Assistente Administrativo – 2016)


Uma palavra que substitui a expressão destacada em – A iniciativa começou com frutos e legumes, mas,
pouco a pouco, está se expandindo. –, sem alteração de sentido, é:
a) subitamente.
b) paulatinamente.
c) repentinamente.
d) provavelmente.
e) impreterivelmente.
Comentário: Aquilo que é realizado pouco a pouco significa realizar devagar. Comparando com as palavras
das alternativas, o sentido é mais próximo com o advérbio “paulatinamente”. Assim, a alternativa (B) é a
correta.
Gabarito: B

25. (VUNESP / UNESP Assistente Administrativo – 2016)


Fragmento do texto: Quando a economia muda de direção, há variáveis que logo se alteram, como o
tamanho das jornadas de trabalho e o pagamento de horas extras, e outras que respondem de forma mais
lenta, como o emprego e o mercado de crédito. Tendências negativas nesses últimos indicadores, por
isso mesmo, costumam ser duradouras.
Daí por que são preocupantes os dados mais recentes da Associação Nacional dos Birôs de Crédito, que
congrega empresas do setor de crédito e financiamento.
Segundo a entidade, havia, em outubro, 59 milhões de consumidores impedidos de obter novos créditos
por não estarem em dia com suas obrigações. Trata-se de alta de 1,8 milhão em dois meses.
Causa consternação conhecer a principal razão citada pelos consumidores para deixar de pagar as dívidas:
a perda de emprego, que tem forte correlação com a capacidade de pagamento das famílias.
Na passagem do 4º parágrafo – Causa consternação conhecer a principal razão citada pelos consumidores...
–, o termo em destaque é sinônimo de
a) indignação
b) irritação.
c) resignação.
d) comoção.
e) satisfação.

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Comentário: A palavra “consternação” significa “grande tristeza”, “pesar profundo”, “contristação”, “dor”,
“desolação”.
Assim, consternação tem relação com insatisfação em relação à informação dada. Por isso,
eliminamos as alternativas (C), pois resignação significa aceitação, submissão a alguma ideia; e (E), pois
“satisfação” é o oposto do vocábulo do texto.
Assim, ficamos com as possibilidades de sinônimo com as palavras “indignação”, “irritação” e
“comoção”.
Veja que, neste contexto, não se notam palavras que demonstrem a ideia de nervosismo. Na
realidade, há um envolvimento de pesar. Dessa forma, as alternativas (A) e (B) se excluem e a alternativa (D)
é a correta, pois “comoção” tem relação emocional, isto é, a noção de pesar a respeito da informação dada.
Gabarito: D

26. (VUNESP / UNESP Assistente Administrativo – 2016)


Fragmento do texto: O impacto negativo da disponibilidade de crédito é imediato. O indivíduo não só perde
a capacidade de pagamento mas também enfrenta grande dificuldade para obter novos recursos, pois não
possui carteira de trabalho assinada.
Tem-se aí outro aspecto perverso da recessão, que se soma às muitas evidências de reversão de padrões
positivos da última década – o aumento da informalidade, o retorno de jovens ao mercado de trabalho e a
alta do desemprego.
Na frase do último parágrafo – Tem-se aí outro aspecto perverso da recessão... –, o termo em destaque é
antônimo de
a) indispensável.
b) benévolo.
c) implacável.
d) malvado.
e) contundente.
Comentário: A palavra “perverso” tem relação com aquele ou aquilo que sugere má índole, tendência a
crueldades, tem relação com maldade.
Dessa forma, sabemos que o oposto é benévolo e a alternativa (B) é a correta.
Gabarito: B

27. (VUNESP / TJ SP Escrevente Técnico – 2014)


Fragmento do texto: Há teorias evolucionistas que defendem que as sociedades com maior número de
pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo por serem mais capazes de manter a coesão. Pesquisadores
da atualidade dizem, baseados em estudos, que gestos de gentileza liberam substâncias que proporcionam
prazer e felicidade.
Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas para ser gentil nos dias de hoje. Só consigo associar
a aversão à gentileza à profunda necessidade de ser – ou parecer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas
fragilidades seriam uma vergonha social. Um empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro.

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Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável diante da eterna ambivalência humana:
queremos ser bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que você é muito importante. Ou muito
ocupado. Humilhar os que não concordam com suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo.
Como se houvesse um lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no
nosso modelo de felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque ser gentil abala sua autonomia. Enfim,
ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de moda. Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura
rebeldia. Sair por aí exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, esperar alguma
cumplicidade. Deve ser a idade.
As palavras destacadas nas passagens – (I) … as sociedades com maior número de pessoas altruístas
sobreviveram por mais tempo… e (II) É justificável diante da eterna ambivalência humana: queremos ser
bons, mas temos medo… – têm sentido contextual de
(A) (I) coerentes e (II) dualidade.
(B) (I) dedicadas aos semelhantes e (II) ambiência.
(C) (I) dotadas de autonomia e (II) duplicidade.
(D) (I) praticantes da filantropia e (II) ambiguidade.
(E) (I) afáveis e (II) multiplicidade.
Comentário: Como o próprio texto nos informa, a pessoa altruísta é a que é desprendida, pratica a
filantropia. Dessa forma, a pessoa desprendida dos bens materiais sobrevive por mais tempo. Assim, já
eliminamos as alternativas (A), (C) e (E). Só para lembrar, “afável” é a pessoa delicada, cortês, bondosa.
A ambivalência tem relação com a dualidade e veja que o texto nos indica a dualidade entre ser bom
e ter medo. Dessa forma, por eliminação, sabemos que a alternativa que apresenta o sentido mais específico
dos dois vocábulos é a (D).
Gabarito: D

28. (VUNESP / TJ SP Escrevente Técnico – 2014)


Palavras, percebemos, são pessoas. Algumas são sozinhas: Abracadabra. Eureca. Bingo. Outras são
promíscuas (embora prefiram a palavra “gregária”): estão sempre cercadas de muitas outras: Que. De. Por.
Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso, por exemplo, tem união estável com a palavra rio – você
dificilmente verá caudaloso andando por aí acompanhada de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa,
que está sempre com a árvore. Perdidamente, coitado, é um advérbio que só adverbia o adjetivo apaixonado.
Nada é ledo a não ser o engano, assim como nada é crasso a não ser o erro. Ensejo é uma palavra que só
serve para ser aproveitada. Algumas palavras estão numa situação pior, como calculista, que vive em
constante ménage(*), sempre acompanhada de assassino, frio e e.
Algumas palavras dependem de outras, embora não sejam grudadas por um hífen – quando têm hífen elas
não são casadas, são siamesas. Casamento acontece quando se está junto por algum mistério. Alguns dirão
que é amor, outros dirão que é afinidade, carência, preguiça e outros sentimentos menos nobres (a palavra
engano, por exemplo, só está com ledo por pena – sabe que ledo, essa palavra moribunda, não iria encontrar
mais nada a essa altura do campeonato).
Esse é o problema do casamento entre as palavras, que por acaso é o mesmo do casamento entre pessoas.
Tem sempre uma palavra que ama mais. A palavra árvore anda com várias palavras além de frondosa. O
casamento é aberto, mas para um lado só. A palavra rio sai com várias outras palavras na calada da noite:

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grande, comprido, branco, vermelho – e caudaloso fica lá, sozinho, em casa, esperando o rio chegar, a comida
esfriando no prato.
Um dia, caudaloso cansou de ser maltratado e resolveu sair com outras palavras. Esbarrou com o abraço
que, por sua vez, estava farto de sair com grande, essa palavra tão gasta. O abraço caudaloso deu tão certo
que ficaram perdidamente inseparáveis. Foi em Manuel de Barros. Talvez pra isso sirva a poesia, pra desfazer
ledos enganos em prol de encontros mais frondosos.
(Gregório Duvivier, Abraço caudaloso. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 02 fev
2015. Adaptado)
(*) ménage: coabitação, vida em comum de um casal, unido legitimamente ou não.

A partir da ideia de que palavras “são pessoas”, o autor atribui às palavras caracterização própria de
humanos. É correto afirmar que, nesse procedimento, ele emprega
(A) palavras em sentido figurado.
(B) palavras de gíria de jovens.
(C) termos de uso regional.
(D) expressões de vocabulário técnico.
(E) palavras ainda não dicionarizadas.
Comentário: O texto faz um jogo interessante entre a palavra e as pessoas. As palavras que vivem sozinhas,
como algumas pessoas; as que são casadas, como os casais; etc. Dessa forma, fica patente que “palavras”
estão sendo empregadas de modo figurativo, pois a todo momento há uma comparação com a pessoa, e por
isso a alternativa (A) é a correta.
Note que as demais alternativas estão bem fora do contexto, concorda?
Gabarito: A

29.
No segundo parágrafo, o autor aponta combinações de palavras que geram as expressões “erro crasso” e
“aproveitar o ensejo”. Os termos nelas destacados significam, respectivamente,
(A) premeditado e tempo.
(B) grosseiro e ocasião.
(C) imprevisto e dia.
(D) calculado e companhia.
(E) clássico e oportunidade.
Comentário: O adjetivo “crasso” significa, originalmente, “espesso”, “denso”. Por extensão, passou a ter
sentido de “grosseiro”, em expressões que tenham o substantivo “erro” ou similar, isto é, um erro de grande
vulto, grosseiro. Já o substantivo “ensejo” tem relação com oportunidade. Assim, contextualmente, tem o
sentido de “ocasião” e a alternativa (B) é a correta.
Gabarito: B

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30. (VUNESP / TJ SP Escrevente Técnico – 2014)


O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito
às ameaças da injustiça – e isso perdurará enquanto o mundo for mundo –, ele não poderá prescindir da
luta. A vida do direito é a luta: luta dos povos, dos governos, das classes sociais, dos indivíduos.
Todos os direitos da humanidade foram conquistados pela luta; seus princípios mais importantes tiveram de
enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham; todo e qualquer direito, seja o direito de um povo,
seja o direito do indivíduo, só se afirma por uma disposição ininterrupta para a luta. O direito não é uma
simples ideia, é uma força viva. Por isso a justiça sustenta numa das mãos a balança com que pesa o direito,
enquanto na outra segura a espada por meio da qual o defende. A espada sem a balança é a força bruta, a
balança sem a espada, a impotência do direito. Uma completa a outra, e o verdadeiro estado de direito só
pode existir quando a justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade com que manipula a balança.
O direito é um trabalho sem tréguas, não só do Poder Público, mas de toda a população. A vida do direito
nos oferece, num simples relance de olhos, o espetáculo de um esforço e de uma luta incessante, como o
despendido na produção econômica e espiritual. Qualquer pessoa que se veja na contingência de ter de
sustentar seu direito participa dessa tarefa de âmbito nacional e contribui para a realização da ideia do
direito.
É verdade que nem todos enfrentam o mesmo desafio. A vida de milhares de indivíduos desenvolve-se
tranquilamente e sem obstáculos dentro dos limites fixados pelo direito. Se lhes disséssemos que o direito é
a luta, não nos compreenderiam, pois só veem nele um estado de paz e de ordem.
(Rudolf von Ihering, A luta pelo direito)

Deve-se concluir, com base nas ideias do autor, que a balança e a espada sustentadas pela justiça simbolizam,
respectivamente,
(A) pacificação e insubordinação.
(B) solenidade e coerção.
(C) ponderação e proteção.
(D) persuasão e perenidade.
(E) mediação e brutalidade.
Comentário: A balança é o símbolo da ponderação, da serenidade para julgar. Já a espada tem vínculo com
a segurança, proteção. Assim, a alternativa (C) é a correta.
Gabarito: C

31.
As palavras destacadas no 2º parágrafo – ininterrupta e habilidade – têm antônimos corretos,
respectivamente, em:
(A) insistente e descaso.
(B) desinteressada e imperícia.
(C) interminável e destreza.

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(D) feroz e presteza.


(E) descontinuada e inaptidão.
Comentário: A palavra “ininterrupta” significa aquilo que não apresenta interrupção. O seu antônimo
(oposto, contrário) logicamente é interrupção. Observando as alternativas, somente a palavra
“descontinuada” mantém esse sentido oposto ao vocábulo “ininterrupta”. Assim, a alternativa (E) é a correta.
Note que quem não tem habilidade não tem aptidão para algo. Assim, o oposto de “habilidade” é
“inaptidão”.
Gabarito: E

32. (VUNESP / PM SP Soldado – 2015)


Fragmento do texto: Ainda que virais, a gripe e o resfriado têm diferenças. Segundo o médico Drauzio Varela,
o resfriado é menos intenso e caracteriza-se por coriza, cabeça pesada e irritação na garganta. Mais brando,
pode provocar febres isoladas, que não ultrapassam 38,5 graus. A gripe pode derrubar a pessoa por alguns
dias, requer repouso, boa hidratação e, com a orientação profissional, uso de analgésicos e antitérmicos.
A forma verbal requer, destacada no parágrafo, está corretamente substituída, sem alteração da mensagem,
por:
a) delata.
b) restitui.
c) exige.
d) previne.
e) prescinde.
Comentário: A questão cobrou o sinônimo de “requer”. Dessa forma, fica fácil perceber que a alternativa (C)
é a correta, pois tal verbo tem o mesmo sentido contextual de “exigir”.
Na alternativa (A), o verbo “delata” significa “denunciar”, “revelar”.
Na alternativa (B), o verbo “restitui” significa “devolver”.
Na alternativa (D), o verbo “previne” é o mesmo que “antecipar-se”, “preparar-se”.
Na alternativa (E), o verbo “prescinde” é o mesmo que “dispensar”, “abrir mão de”.
Gabarito: C

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2– RECONHECIMENTO DE TIPOS TEXTUAIS


A organização básica do texto encontra-se em três tipos: descritivo, narrativo e dissertativo.

1 – Descritivo

Descritivo: O texto descritivo enfatiza o estático, é um retrato, um recorte de uma paisagem, uma
ação, um costume. O texto descritivo vai induzindo o leitor a imaginar o espaço, o tempo, o costume, isto é,
tudo que ambienta a história, a informação.

“Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios. Nos bares, bocas cansadas conversam,
mastigam e bebem em volta das mesas. Nas ruas, pedestres apressados se atropelam. O
trânsito caminha lento e nervoso. Eis São Paulo às sete da noite.”

(em Platão e Fiorin)

Podemos notar no texto muitos adjetivos, juntamente com a enumeração de substantivos e verbos.
Não há interpretação de movimento neste texto. Tudo é recorte de instantes, por isso poderíamos pintar um
quadro com base na imagem que ele nos sugere.

Assim, descrever é enumerar características, ações e elementos que produzem uma imagem
“congelada” do instante ou da rotina.

Dentre a variedade de textos descritivos, ressaltam-se os textos instrucionais, injuntivos. Veja um


exemplo:

INSTRUÇÕES
Verifique se este caderno:
- corresponde a sua opção de cargo.
- contém 70 questões, numeradas de 1 a 70.
- contém a proposta e o espaço para o rascunho da Prova Discursiva. Caso
contrário, reclame ao fiscal da sala outro caderno.
Não serão aceitas reclamações posteriores.
- Para cada questão existe apenas UMA resposta certa.
- Leia cuidadosamente cada uma das questões e escolha a resposta certa.
- Essa resposta deve ser marcada na FOLHADE RESPOSTAS que você recebeu.
Capa de uma prova de concurso

Este texto é uma capa da prova de concurso. Nele se observa uma ordenação lógica, uma interlocução
direta com o leitor (o candidato ao cargo). Assim, a característica fundamental do texto instrucional é levar
o receptor a modificar comportamento, a agir de acordo com os preceitos emanados do texto, seguir a
sequência. Este tipo de texto é também chamado de injuntivo ou prescritivo. Apresenta em sua estrutura
procedimentos a serem seguidos.

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Portanto, o texto descritivo pode se manifestar por meio de vários gêneros textuais, como manual de
instrução, bula, capa de uma prova de concurso, fragmentos enumerativos de um edital, receita, os quais
serão vistos adiante.

A organização básica do texto encontra-se em três tipos: descritivo, narrativo e dissertativo.

2 – Narrativo

Diferentemente do texto descritivo, o narrativo é aquele que trabalha o movimento, as ações se


prolongam no tempo, sendo esta a característica principal. Narrar é contar uma história, baseando-se na
ótica do narrador (aquele que conta), sobre uma ou mais ações de um personagem(ns), numa sequência
temporal, em determinado lugar. A história pode ser imaginária (ficção) ou real (fato). Pode ser contada por
alguém que é o pivô da história (narrador-personagem), ou por alguém que está testemunhando as ações
(narrador-observador). Quando há o narrador-personagem, há verbos e/ou pronomes em primeira pessoa
do singular. Quando há narrador-observador, há verbos e/ou pronomes em terceira pessoa.

Muitas vezes, quando o autor de um texto quer considerar um problema relevante na sociedade,
parte de um fato (narra uma pequena história real) e a partir dela tece suas considerações. Assim, pode-se
dizer que a primeira parte do texto é narrativa e a segunda é dissertativa, a qual será vista adiante.

Eis, a seguir, um bom exemplo deste tipo de texto encontrado na prova da banca CESPE (médico
perito INSS -2009), em que os elementos da narrativa se fazem presentes.

A Revolta da Vacina

O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era ainda uma cidade de ruas estreitas
e sujas, saneamento precário e foco de doenças como febre amarela, varíola, tuberculose e peste. Os navios
estrangeiros faziam questão de anunciar que não parariam no porto carioca e os imigrantes recém-chegados
da Europa morriam às dezenas de doenças infecciosas.

Ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves instituiu como meta
governamental o saneamento e reurbanização da capital da República. Para assumir a frente das reformas,
nomeou Francisco Pereira Passos para o governo municipal. Este, por sua vez, chamou os engenheiros
Francisco Bicalho para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no centro. Rodrigues Alves
nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para o saneamento.

O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, com a derrubada de casarões e cortiços e o
consequente despejo de seus moradores. A população apelidou o movimento de o “bota-abaixo”. O objetivo
era a abertura de grandes bulevares, largas e modernas avenidas com prédios de cinco ou seis andares.

Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. Para combater a peste,
ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade espalhando raticidas, mandando remover o lixo e
comprando ratos. Em seguida o alvo foram os mosquitos transmissores da febre amarela.

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Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei de vacinação


obrigatória. A população, humilhada pelo poder público autoritário e violento, não acreditava na eficácia da
vacina. Os pais de família rejeitavam a exposição das partes do corpo a agentes sanitários do governo.

A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente insatisfeito com o “bota-
abaixo” e insuflado pela imprensa, se revoltasse. Durante uma semana, enfrentou as forças da polícia e do
exército até ser reprimido com violência. O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de
1904, a recém-reconstruída cidade do Rio de Janeiro em uma praça de guerra, onde foram erguidas
barricadas e ocorreram confrontos generalizados.

Internet: <www.ccs.saude.gov.br> (com adaptações).

Observe os traços temporais que marcam a evolução dos acontecimentos, ao mesmo tempo em que
as ações vão sendo desenvolvidas num cenário (Rio de Janeiro). Veja os elementos temporais: “na passagem
do século XIX para o século XX”; “Ao assumir a presidência da República”; “Ao mesmo tempo”; “Em seguida”;
“Finalmente”; “Durante uma semana”; “no período de 10 a 16 de novembro de 1904”.

Com isso, observa-se que há uma história sendo contada por alguém que não participou dela
(narrador-observador). Ele não tem necessidade de se posicionar diante de alguma situação, o que se
pretende com o texto é narrar um fato que ocorreu no Rio de Janeiro.

3 – Dissertativo

Dissertar é um processo em que o emissor transmite conhecimento, relata, expõe ideias, discorre
sobre determinado assunto, argumenta. De certa maneira, o texto mostra o ponto de vista que o autor tem
de determinado assunto, fundamentado em argumentos e raciocínios baseados em sua vivência,
conhecimento, posturas.

É certo dizer que ele engloba um conjunto de juízos. É próprio de temas abstratos e usado em textos
críticos, teses, exposição, explanação e argumentação.

Dependendo do ponto de vista, da organização e do conteúdo, a dissertação pode simplesmente


relatar saberes científicos, dados estatísticos, etc ou pode também buscar defender um princípio, uma visão
parcial ou não de um assunto, apresentando argumentos precisos, exemplos, contradições, comparações,
causas etc, para defender suas ideias. Sua estrutura normalmente é a seguinte:

1) Introdução: é o parágrafo que abre a discussão ou simplesmente expõe a informação principal, da


qual se partirá nos próximos parágrafos à exemplificação, explicação, etc. Neste parágrafo normalmente se
encontra o tópico frasal, o qual também é entendido como tese, cuja função é transmitir a opinião do autor,
o centro da informação.

2) Desenvolvimento: pode ser composto de um ou mais parágrafos, os quais servem para ampliar e
analisar o conteúdo informado na introdução. Nele, encontramos os procedimentos argumentativos, que
podem conter a relação de causa e consequência, exemplificações, contrastes, citações de autoridades no
assunto. Enfim, é o debate ou simplesmente o mergulho nas implicações do tema.

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3) Conclusão: é o fechamento da informação, seja ela crítica ou não. Muitas vezes iniciadas por
elementos como “Portanto”, “Em suma”, “Enfim”, etc. Nela há normalmente a ratificação, confirmação da
tese, tomando por base os argumentos dos parágrafos de desenvolvimento.

Com base nisso, a dissertação se divide basicamente em dois tipos:

a) Dissertativo-expositivo: quando o autor apenas transmite os saberes de uma comunidade (como


em livros didáticos, enciclopédias etc), não colocando sua opinião sobre o assunto, mas apenas os dados
objetivos.

Ferramenta que devolve spam ao emissor já é realidade

Uma nova ferramenta para combater a praga do spam foi recentemente desenvolvida. O sistema é
capaz de devolver os e-mails inconvenientes às pessoas que os enviaram, e está estruturado em torno de uma
grande base de dados que contém os números de identificação dos computadores que enviam spam. Depois
de identificar os endereços de onde procedem, o sistema reenvia o e-mail ao remetente.

A empresa que desenvolveu o sistema assinalou que essa ferramenta minimiza o risco de ataques de
phishing, a prática que se refere ao envio maciço de e-mails que fingem ser oficiais, normalmente de uma
entidade bancária, e que buscam roubar informação como dados relativos a cartões de crédito ou senhas.

Internet: <http://informatica.terra.com.br>. Acesso em mar./2005 (com adaptações).

(Prova: ANS / 2005 / superior/ CESPE)

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

(Excerto da CF/88. In: http://www.planalto.gov.br)

Não se nota em nenhum dos dois textos a intervenção do autor, sinalizando sua opinião. Houve
apenas a exposição de fato (no primeiro) e de dado conceitual (no segundo). A base deles foi a transmissão
do saber, a informação. Por isso são textos dissertativo-expositivos.

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b) Dissertativo-argumentativo ou opinativo: quando o autor transmite sua opinião dentro do texto.


Geralmente é o cobrado nos concursos, tanto em interpretação de textos quanto na elaboração de redações.

Veja alguns exemplos de texto dissertativo-argumentativo:

Existe, por certo, um abismo muito largo e profundo entre a cosmovisão dos médicos em geral
(fundada em sua leitura dos fenômenos biológicos) e as concepções de vida da vasta maioria da população.
Salta à vista, na abordagem do assunto (a ética e a verdade do paciente), que se fica, mais uma vez, diante
da pergunta feita por Pôncio Pilatos a Jesus Cristo, encarando, como estava, um homem pleno de sua
verdade, “O que é a verdade?” E é evidente que um e outro se cingiam a verdades díspares.

Dalgimar Beserra de Menezes. A ética médica e a verdade do paciente. In: Desafios éticos, p. 212-5 (com
adaptações). (Prova: ANS / 2005 / superior)

Com pouco mais de meio século de atividade da indústria automobilística no Brasil, de acordo com
registros, foram vendidos 2,5 milhões de carros. Contraposto aos sucessivos recordes de congestionamentos
nas grandes cidades brasileiras, esse resultado expõe as fragilidades de um modelo de desenvolvimento e
urbanização que privilegia o transporte motorizado individual, prejudica a mobilidade e até a produtividade
das pessoas. O carro, no entanto, não é o único vilão. A solução para o problema da mobilidade passa pela
criação de alternativas ao uso do transporte individual.

“Como as opções alternativas ao transporte individual são pouco eficientes, pela falta de conforto,
segurança ou rapidez, as pessoas continuam optando pelos automóveis, motocicletas ou mesmo táxis, ainda
que permaneçam presas no trânsito”, afirma S. G., profissional da área de desenvolvimento sustentável.
Contudo, restringir o uso do carro não resolve o problema. De acordo com consultores em transportes, a
tecnologia é uma das ferramentas para equacionar o problema do trânsito, desde que escolhida e
implementada com competência.

Enfrentamento do problema da mobilidade determinará futuro das grandes metrópoles. In: Revista Ideia
Socioambiental. São Paulo. Internet: <www.ideiasocioambiental.com.br>. (com adaptações).

(Prova: DETRAN 2010 Médio)

É claro que um texto não terá apenas uma tipologia textual. Muitas vezes terá as três num só texto,
mas vale o que predomina, aquele que transmite a ideia central do texto, o objetivo.

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4- Textos literários e não literários

Agora, falaremos um pouco sobre os gêneros textuais!

Primeiramente, podemos notar um contraste entre texto literário e não-literário. Vamos ver isso na
prática:

Texto 1

“A Lua (do latim Luna) é o único satélite natural da Terra, situando-se a uma distância de cerca de
384.405 km do nosso planeta. Segundo a última contagem, mais de 150 luas povoam o sistema
solar: Netuno é cercado por 13 delas; Urano por 27; Saturno tem 60; Júpiter é o que tem mais: possui 63. A
Lua terrestre não é a maior de todo o Sistema Solar - Ganimedes, uma das luas de Júpiter, é a maior - mas
nossa Lua continua sendo a maior proporcionalmente em relação ao seu planeta.”

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Lua)

Texto 2

A Lua! Ela não tarda aí, espera!


O mágico poder que ela possui!
Sobre as sementes, sobre o Oceano impera,
Sobre as mulheres grávidas influi...

Ai os meus nervos, quando a Lua é cheia!


Da Arte novas concepções descubro,
Todo me aflijo, fazem lá ideia!
Ai a ascensão da Lua, pelo Outubro!
Tardes de Outubro! ó tardes de novenas!

Outono! Mês de Maio, na lareira!


Tardes...
Lá vem a Lua, gratiae plena,
Do convento dos Céus, a eterna freira!

Porto, 1886.
(NOBRE, 1998, pp. 146-147)

Os dois textos tratam do tema: Lua. Mas qual dos dois textos é literário?

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Antes de responder, tenha em mente que texto literário apresenta uma intenção estética, um
cuidado com a transmissão da emoção. Já o texto não-literário tem uma intenção utilitária, isto é, ele quer
informar, convencer, explicar, responder, ordenar etc.

Na comparação entre esses dois textos, percebemos que o texto 1 trabalha a linguagem de modo
objetivo, utilizando a linguagem denotativa. O que importa neste texto é a informação. Não houve
preocupação com ajustes na sonoridade das palavras, rimas etc. Assim, é um texto não-literário.

No texto 2, percebemos que há um poema. A linguagem é voltada ao cuidado com a sonoridade, com a rima,
com a transmissão de emoção. A linguagem é subjetiva, pois parte da impressão do poeta a respeito do
mesmo tema: a Lua. Agora, ela não é vista apenas como um satélite natural do sistema solar, ela mexe com
o imaginário humano, embala noites de amor, traduz um clima romântico. Assim, o texto 2 é literário.

4.1.1 Versificação
Para falarmos de um texto em verso, temos que entender que o texto pode ser dividido em prosa e
verso.
A prosa é o texto no estilo natural, sem sujeição a rima, ritmo, parágrafos, estrutura métrica,
aliterações ou número de sílabas. A principal diferença entre ela e a poesia é a musicalidade.
A prosa é o estilo mais utilizado na linguagem do cotidiano para expressar o pensamento racional
porque a linguagem predominantemente está no discurso analítico, objetivo, real e pouco ambíguo. É, em
resumo, o texto corrido.
Exemplos:
Reze o senhor por essa minha alma. O senhor acha que a vida é tristonha? Mas ninguém não pode me impedir
de rezar; pode algum? O existir da alma é a reza... Quando estou rezando, estou fora de sujidade, à parte de
toda loucura. Ou o acordar da alma é que é?
Guimarães Rosa - Grande Sertão Veredas

"Meu pai sempre dizia que o sofrimento melhora o homem, desenvolvendo seu espírito e aprimorando sua
sensibilidade; ele dava a entender que quanto maior fosse a dor tanto ainda o sofrimento cumpria sua função
mais nobre; ele parecia acreditar que a resistência de um homem era inesgotável."
Raduan Nassar - Lavoura Arcaica

A versificação é o conjunto de métodos utilizados na arte de compor versos, fazendo uso, para o efeito, de
alguns elementos que concorrem para a harmonização e beleza do gênero lírico, tais como: ritmo,
metrificação, rima, entre outros.
Cada linha de um poema corresponde a um verso, os quais são classificados de acordo com as sílabas
poéticas que apresentam.
Os versos são classificados da seguinte forma:
Monossílabo - verso com uma sílaba
Dissílabo - verso com duas sílabas

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Trissílabo - verso com três sílabas


Tetrassílabo - verso com quatro sílabas
Pentassílabo - verso com cinco sílabas
Hexassílabo - verso com seis sílabas
Heptassílabo - verso com sete sílabas
Octossílabo - verso com oito sílabas
Eneassílabo - verso com nove sílabas
Decassílabo - verso com dez sílabas
Hendecassílabo - verso com onze sílabas
Dodecassílabo - verso com doze sílabas
Os versos que têm mais do que doze (12) sílabas poéticas são chamados de Bárbaros.
O agrupamento de versos, por sua vez, compõe as estrofes. As estrofes são classificadas mediante o
número de versos.
Assim, quanto às estrofes, temos:
Monóstico - estrofe com um verso
Dístico - estrofe com dois versos
Terceto - estrofe com três versos
Quadra ou Quarteto - estrofe com quatro versos
Quintilha - estrofe com cinco versos
Sextilha - estrofe com seis versos
Septilha - estrofe com sete versos
Oitava - estrofe com oito versos
Nona - estrofe com nove versos
Décima - estrofe com dez versos
Os sonetos são poemas que obedecem uma forma fixa, são compostos por quatorze versos (dois
quartetos e dois tercetos). Veja um exemplo:

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Este é um exemplo de soneto clássico decassílabo. Note a rima ao final dos versos (marcada
em negrito).

4.1.2 Texto verbal e não verbal


Agora, eu faço a você a seguinte pergunta?
Sem palavras, você consegue se comunicar?
Lógico que sim!!!!!!!
Veja a tira abaixo?

Mesmo sem a fala ou escrita, nós conseguimos entender a comunicação, concorda?


O que acabamos de ver foi um texto não verbal, isto é, um texto sem palavras, só imagens.
Dessa forma, podemos dividir o texto em verbal (somente palavras), não verbal (somente imagens) e misto
(palavras e imagens).
Normalmente, os textos trabalhados nas provas são mistos, pois procuram aliar a imagem às palavras,
muitas vezes porque são charges ou textos que fazem publicidade.
Veja agora, o texto misto a seguir.

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CABRAL, I. Disponível em: www.ivancabral.com. Acesso em: 30 jul. 2012.


A palavra inglesa “involucion” traduz-se como involução ou regressão e nos dá a ideia de regressão
==165f62==

da sociedade, do homem.
Note na imagem que o primeiro elemento, caminhando da esquerda para a direita, é um
ancestral ainda curvado. À medida que evolui (dirigindo-se ao centro da imagem), o homem vai se
erguendo.
Porém, nas duas últimas imagens, o homem se apossa de uma garrafa de bebida
possivelmente alcoólica, haja vista que na última imagem o homem está curvado quase à forma da
primeira imagem da esquerda, deixando a garrafa cair, além de transmitir a sensação de conduta
pouco aceitável no meio social.
Assim, fica fácil perceber que a “involução” se relaciona com o comportamento do homem ao ingerir
bebida alcoólica.

Quanto aos textos, muitos alunos têm afirmado que interpretação de texto é questão muito
subjetiva, pois depende da opinião ou do pensamento de quem monta a prova. Isso não é verdade.

Toda banca examinadora exige do professor, durante a montagem da prova, um documento em que
ele defende os argumentos das respostas das questões. Assim, numa interpretação de texto, ele deve se
pautar exclusivamente nos dados do texto, para corroborar se a afirmativa está correta ou não, inclusive
para se defender de possíveis recursos.

Por isso, não podemos resolver questões de interpretação de texto somente no achismo. Temos que
provar que o julgamento da alternativa de cada questão está correto ou não, com fundamento no texto.

É importante notarmos que, dentro de um texto, há informações implícitas e explícitas. É mais fácil
o concursando encontrar as informações explícitas, mas vemos que muitas vezes a prova cobra as
informações implícitas.

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Toda informação implícita do texto é “carregada” de vestígios. Como em uma investigação, o


criminoso não está explícito, mas ele existe. Um bom investigador é um excelente leitor de vestígios. Os
vestígios podem ser: uma palavra irônica, as características do ambiente e do personagem, a época em que
o texto foi escrito ou a que o texto se refere, o vocabulário do autor, o rodapé do texto, as figuras de
linguagem, o uso da primeira ou terceira pessoa verbal etc. Tudo isso pode indicar a intenção do autor ao
escrever o texto, daí se tira o vestígio que nos leva à boa interpretação.

Outro ponto que devemos entender é que, quando se interpreta um texto para realizar um concurso,
temos, na realidade, duas interpretações a serem feitas. A primeira é a compreensão do texto em si,
entender as expressões ali colocadas, tirar conclusões, compreender as entrelinhas, o contexto; a outra é a
compreensão do pedido da questão.

Às vezes até compreendemos bem o texto, mas não entendemos o pedido da questão.

Portanto, devemos comparar dois textos: o propriamente dito e o enunciado da questão. Após isso, devemos
confrontá-los e julgar se possuem ideias semelhantes ou não. Isso é a interpretação.

a) Como vimos, em um texto podemos encontrar os dados explícitos, isto é, aquilo que o pedido da questão
informou é encontrado literalmente no texto. Didaticamente, representamos os dados explícitos com o sinal
“xxx”:

Às vezes até compreendemos bem o texto, mas não entendemos o pedido da questão.

Portanto, devemos comparar dois textos: o propriamente dito e o enunciado da questão. Após isso,
devemos confrontá-los e julgar se possuem ideias semelhantes ou não. Isso é a interpretação.

a) Como vimos, em um texto podemos encontrar os dados explícitos, isto é, aquilo que o pedido da
questão informou é encontrado literalmente no texto. Didaticamente, representamos os dados explícitos
com o sinal “xxx”:

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Este é o tipo de questão mais simples e o que normalmente é cobrado em prova.

b) Outro tipo de interpretação é a dos dados implícitos:

Neste tipo de interpretação, a questão não possui literalmente o mesmo trecho do texto. Nela há um
entendimento, uma conclusão (xxx), a qual podemos chamar de inferência, com base nos vestígios (...), que
são os vocábulos no texto. Para saber se a questão está correta, basta confrontar esses dois textos e observar
se há semelhança de sentido.

Muitas vezes, nesse tipo de questão, vemos expressões categóricas que eliminam a possibilidade de
semelhança no sentido. Por exemplo, podemos dizer que o Brasil vem crescendo economicamente e que o
brasileiro está melhorando sua qualidade de vida e aumentando seu poder de compra. Mas isso não quer
dizer que todo brasileiro aumentou seu poder de compra. Por isso, chamamos de palavra categórica aquela
que especifica demais ou amplia demais o universo a que se refere o termo. Perceba que a palavra “todo”
ampliou muito um referente tomado de maneira geral.

Assim, palavras como só, somente, apenas, nunca, sempre, ninguém, tudo, nada etc têm papel
importante nas afirmativas das questões. Essas palavras categóricas não admitem outra interpretação e
normalmente estão nas questões para que o candidato as visualize como errada.

Vale lembrar que essas palavras categóricas são encontradas nos diversos tipos de interpretação
(literal ou implícita).

Vamos exercitar tomando como exemplo a seguinte frase:

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É preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de ataques de extremistas.

Marque (C) para informação de possível inferência do texto e (E) como informação equivocada do
texto.

1. O Ocidente necessita construir mísseis.

2. Há uma finalidade de defesa contra ataques de extremistas.

3. Os mísseis atuais não são suficientes para conter os ataques de extremistas.

4. Uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os extremistas.

5. A ação dos diplomatas com os extremistas é o único meio real de dissuadi-los de um ataque ao
Ocidente.

6. Todo o Oriente está contra o Ocidente.

7. O Ocidente está sempre sofrendo invasões do Oriente.

8. Mísseis nucleares são a melhor saída para qualquer situação bélica.

9. Os extremistas não têm bom relacionamento com o Ocidente.

10. O Ocidente aguarda estático um ataque do Oriente.

Vamos às respostas com base nos vestígios!

1. O Ocidente necessita construir mísseis. (C)

(Inferência certa, pois o vestígio é “É preciso”)

2. Há uma finalidade de defesa contra o ataque de extremistas. (C)

(Inferência certa, pois o vestígio é a oração subordinada adverbial de finalidade “para defender o
Ocidente de um ataque soviético”.)

3. Os mísseis atuais não são suficientes para conter os ataques de extremistas. (E) (Inferência errada,
pois não há evidência no texto de que já havia mísseis)

4. Uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os extremistas. (E)

(Inferência errada, pois a expressão “destruir o mundo inteiro” é uma suposição com base em
expressão categórica. Não há certeza de que os mísseis destruirão por completo o mundo, mas é certo que
vão abalar o mundo inteiro.)

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5. A ação dos diplomatas com os extremistas é o único meio real de dissuadi-los de um ataque ao
Ocidente. (E)

(Inferência errada, pois novamente há expressão categórica, pois pode haver outros meios, outras
negociações, não só pelos diplomatas.)

6. Todo o Oriente está contra o Ocidente. (E)

(Inferência errada, pois novamente há expressão categórica. Não se sabe se todo o Oriente está
contra o Ocidente. Pelo texto, apenas os extremistas)

7. O Ocidente está sempre sofrendo invasões do Oriente. (E)

(Inferência errada, pois novamente há expressão categórica: “sempre”. Além disso, houve uma
palavra que extrapolou o texto: “invasões”. Nada foi afirmado sobre invasão no texto.)

8. Mísseis nucleares são a melhor saída para qualquer situação bélica. (E)

(Consideração sem fundamento no texto. Veja as palavras categóricas.)

9. Os extremistas não têm bom relacionamento com o Ocidente. (C)

(Inferência possível, pois é vista a preocupação de um ataque.)

10. O Ocidente aguarda estático um ataque do Oriente. (E)

(Consideração sem fundamento no texto.)

Quando realizamos as questões de interpretação, vemos muitas dessas expressões categóricas ou


palavras que extrapolam o conteúdo do texto. Normalmente, já consideramos as questões erradas logo na
primeira leitura, por estarem bem fora do contexto. Mas, logicamente, sempre devemos voltar ao texto para
confirmar. Aí vem o “burilamento”. Deve-se ter paciência para encontrar os vestígios que comprovem a
resposta como a correta.

3 – LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE


TEXTOS.

A partir de agora, faremos uma explanação partindo da leitura de textos, com a finalidade de
observar a sua organização interna e a forma de argumentação.
Ao longo da leitura do texto, vou inserindo comentários que vão ajudar a interpretar e
entender a estrutura textual e todos os conteúdos previstos para esta aula.

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TRATAMENTO DE CHOQUE
A refrigeração é uma questão delicada para os fruticultores. As baixas temperaturas, ao mesmo
tempo em que são necessárias à conservação das frutas, também podem causar danos ao produto, se a
exposição ao frio for prolongada. Essa contradição, entretanto, está com os dias contados. É o que promete
um novo método desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Fisiologia e Bioquímica Pós-Colheita da
Esalq – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz.
O processo, chamado de condicionamento térmico, consiste em mergulhar o fruto em água quente
antes de refrigerá-lo. “O frio faz com que a fruta fique vulnerável à ação de substâncias que deterioram a
casca, mas o uso da água quente ativa seu sistema de defesa”, afirma o pesquisador Ricardo Kluge.
A temperatura da água e a duração do mergulho variam para cada espécie, mas, em média, as frutas
são mantidas em 52 graus por poucos minutos. Em alguns casos, o tratamento aumenta a conservação em
até 50% do tempo; se um produto durava 40 dias em ambiente frio, pode passar a durar 60.
Resistência. A Esalq também desenvolveu um outro tipo de tratamento, o “aquecimento
intermitente”. Essa técnica consiste em pôr a fruta em ambiente refrigerado e, depois de dez dias, deixá-la
em temperatura ambiente por 24 horas, para então devolvê-la à câmara fria. “Isso faz com que o produto
crie resistência ao frio e não seja danificado”, afirma Ricardo Kluge. Para o produtor de pêssegos Waldir
Parise, isso será muito válido, pois melhora a qualidade final do produto. Ele acredita que a nova técnica
aumentará o valor da fruta no mercado. “Acho que facilitará bastante nossa vida.”
De acordo com o pesquisador Kluge, o grande desafio é fazer com que essa novidade passe a ser
usada pelo produtor. “No começo é difícil, pois muitos apresentam resistência às novidades”, diz. Neste ano,
os pesquisadores trabalharão mais próximos dos agricultores, tentando ensinar-lhes a técnica. “Acho que
daqui a três anos ela será mais usada”. O Chile já usa o método nas ameixas.
As frutas tropicais devem ser as mais abordadas pelo estudo, pois não apresentam resistência natural
às baixas temperaturas. A pesquisa testou o método só no limão taiti, na laranja valência e no pêssego
dourado-2.
(Luis Roberto Toledo e Carlos Gutierrez. Revista Globo Rural – Março/2006)

Todo texto veicula um assunto, que é especificado pela visão do autor, a qual chamamos de tema. O
tema é a ideia principal do texto, é o resumo em uma palavra ou expressão do conteúdo central.
Esse resumo pode ser expresso no título, e isso já nos ajuda muito na interpretação do texto.
Candidato que realiza a leitura de um texto para interpretá-lo e não se lembra do título ou não entendeu seu
emprego, é sinal de que não interpretou bem o texto, pois o título nos induz ao caminho principal das ideias
do autor, ou pelo menos sugere.
Muitas vezes o posicionamento do autor é expresso numa frase, a qual chamamos de tese. Essa tese
normalmente é expressa na introdução do texto, mas pode aparecer também no seu final, na conclusão.
O parágrafo de introdução:
No texto ora lido, perceba que a primeira frase “A refrigeração é uma questão delicada para os fruticultores.”
é a tese, a ideia-núcleo, o tópico-frasal. Esta frase nos mostra que o assunto a ser tratado no texto impõe
contrastes.
Em seguida, ainda neste primeiro parágrafo, há uma explicação de a refrigeração ser interpretada
como questão delicada para os fruticultores: as baixas temperaturas são necessárias, mas podem causar

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danos. Em seguida, é sugerida uma abertura de técnicas possíveis para solucionar o problema (final do
primeiro parágrafo). Dessa forma, o autor introduziu o texto, gerando uma expectativa em sua leitura, o
leitor vê necessidade de continuar lendo o texto para entender essas técnicas, que serão são desenvolvidas
e explicadas nos parágrafos seguintes.

Os parágrafos de desenvolvimento:
Nesta parte do texto, o leitor observa que há uma ampliação dos argumentos iniciados na introdução.
Agora, é hora de provar o que fora dito anteriormente.
Para tanto, o autor pode se valer de contrastes (“mas o uso da água quente ativa seu sistema de
defesa”, “mas, em média, as frutas são mantidas em 52 graus por poucos minutos.”), explicações (“O
processo consiste em mergulhar o fruto em água quente antes de refrigerá-lo”, “Essa técnica consiste em pôr
a fruta em ambiente refrigerado”, “pois melhora a qualidade final do produto.”), conformidade ou
argumento de autoridade (“É o que promete um novo método desenvolvido por pesquisadores do
Laboratório de Fisiologia e Bioquímica Pós-Colheita da Esalq – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz”,
“afirma o pesquisador Ricardo Kluge”, “Para o produtor de pêssegos Waldir Parise,”, causa/consequência
(“O frio faz com que a fruta fique vulnerável”, “o uso da água quente ativa seu sistema de defesa”), dado
estatístico ou estimativa (“aumenta a conservação em até 50% do tempo”) etc.
O importante é você perceber que nos parágrafos de desenvolvimento são feitas as análises para
provar o que foi afirmado na introdução do texto.

O parágrafo de conclusão:
Aqui, podemos perceber que, após toda a argumentação nos parágrafos de desenvolvimento, o autor
chega a uma conclusão que confirma o que foi dito na introdução. Isto é, os dados elencados nos parágrafos
de desenvolvimento servem para convencer o leitor sobre a opinião do autor, expressa pela tese do texto, a
qual será ratificada (confirmada) no parágrafo de conclusão. É como se ele dissesse informalmente ao leitor:
“Está vendo, leitor, como foi importante o meu discurso inicial? Com isso, devemos realizar tais ações... ou
prestar atenção em tais aspectos... ou nos mover a evitar tais problemas... e assim por diante”.
Com base em nossa conversa sobre o texto lido, agora vamos às questões!!!!

33. (Consulplan / CEAGESP Advogado)


Segundo o texto, entre a refrigeração e os fruticultores há uma:
A) Oposição ideológica. B) Semelhança espacial.
C) Utilização benéfica e maléfica. D) Ausência de utilidade.
E) Utilização desnecessária.
Comentário: Esta questão aborda justamente a tese do texto: “A refrigeração é uma questão delicada para
os fruticultores.”
Assim, entre a refrigeração e os fruticultores, há uma questão delicada, que será explicada em
seguida: as baixas temperaturas são necessárias à conservação das frutas (utilização benéfica), mas também
pode causar danos (utilização maléfica). Tudo vai depender do uso pelo fruticultor.
Assim, explicitamente sabemos que a alternativa correta é a (C).

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Veja que a alternativa (A) está errada, porque não há oposição ideológica entre refrigeração e
fruticultores.
A alternativa (B) está errada, porque não se pode dizer que os dois ocupam o mesmo espaço.
As alternativas (D) e (E) praticamente têm a mesma ideia: a pouca utilidade. Por isso, estão erradas.
Gabarito: C

34. (Consulplan / CEAGESP Advogado)


O emprego das aspas no segundo parágrafo:
A) Ressalta a importância da nova técnica.
B) Serve para ressaltar a fala do autor da reportagem.
C) Serve para ressaltar a fala do pesquisador.
D) Serve para complementar a reportagem.
E) Explica o que é o aquecimento intermitente.
Comentário: A citação (trecho da afirmação de alguém) é uma forma de o autor confirmar o que está sendo
argumentado no texto. Por isso, várias vezes no texto percebemos as falas de pesquisadores. Isso é feito
para que o leitor tenha uma maior confiança nos argumentos elencados pelo autor.
Essa citação normalmente é limitada pelas aspas, para que o leitor não confunda o que é afirmado
por ele ou pela citação da fala de alguém.
Assim, cabe apenas a alternativa (C) como correta.
Gabarito: C

35. (Consulplan / CEAGESP Advogado)


“No começo é difícil, pois muitos apresentam resistências às novidades”. Pelo processo da intertextualidade
a alternativa que contém uma citação com o mesmo valor semântico do período acima é:
A) “À mente apavora o que ainda não é mesmo velho”.
B) “...o horror de um progresso vazio”
C) “Oh! Mundo tão desigual! De um lado esse carnaval, de outro a fome total”.
D) “Foste um difícil começo”.
E) “Como vai explicar vendo o céu clarear sem lhe pedir licença”.
Comentário: Primeiro, vamos entender o que significa:
Intertextualidade: É o cuidado que se tem num texto de absorver os conhecimentos, conceitos, observações
elencados em outros textos renomados, conhecidos. Normalmente isso é feito para levantar mais crédito ao
argumento defendido pelo autor.
Citação: É o recorte da fala de alguém ou de algum trecho de texto.
Valor semântico: É a conservação do sentido de uma expressão por outra.

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A questão, então, quer saber se o candidato consegue verificar o sentido da expressão “No começo é
difícil, pois muitos apresentam resistências às novidades”, contida no texto, com outras expressões retiradas
de outros textos (citações). Isso é a intertextualidade:
Neste trecho, a ideia de muitos apresentarem resistências às novidades significa que é fácil lidar com
aquilo que já conhecemos, pois nos acomodamos com o velho. Por isso, a novidade traz receio.
A alternativa (A) é a correta, pois o que ainda não é velho (conhecido plenamente por mim) apavora.
Isso é o mesmo que muitos resistirem às novidades, concorda?!!!!!
A alternativa (B) apresenta a expressão “...o horror de um progresso vazio”, a qual significa uma
desaprovação à ascensão sem base. Isso não diz respeito à frase do texto.
A alternativa (C) apresenta a expressão “Oh! Mundo tão desigual! De um lado esse carnaval, de outro
a fome total”, que mostra os contrastes sociais, como uma crítica. Isso não tem relação com a frase do texto.
A alternativa (D) apresenta a expressão “Foste um difícil começo”, a qual indica simplesmente que o
começo foi difícil, mas não necessariamente que alguém tem medo desse começo. Por isso, está diferente
da argumentação da frase do texto.
A alternativa (E) apresenta a expressão “Como vai explicar vendo o céu clarear sem lhe pedir licença”,
a qual nos remete à indagação da explicação de algo que não conhecemos.
Gabarito: A

36. (Consulplan / CEAGESP Advogado)


Assinale a frase em que o vocábulo destacado tem seu antônimo corretamente indicado:
A) “A refrigeração é uma questão delicada para os fruticultores”: difícil
B) “ ... se a exposição ao frio for prolongada”: rápida
C) “ O frio faz com que a fruta fique vulnerável à ação de substâncias...” : desamparados
D) “Acho que facilitará bastante nossa vida.”: suficientemente
E) “No começo é difícil, pois muitos apresentam resistência às novidades...”: empecilho.
Comentário: Antônimo é o sentido contrário da palavra.
Na alternativa (A), o adjetivo “delicada” tem seu sentido preservado com o adjetivo “difícil”.
A alternativa (B) é a correta, pois o adjetivo “prolongada” é o oposto de “rápida”.
Na alternativa (C), o adjetivo “desamparados” não mantém o mesmo sentido, mas também não
marca a oposição. Por isso, está errada.
Na alternativa (D), o advérbio “bastante” tem o seu sentido preservado no advérbio
“suficientemente”.
Na alternativa (E), o substantivo “resistência” tem o seu sentido preservado no substantivo
“empecilho”.
Gabarito: B

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37. (Consulplan / CEAGESP Advogado)


“Para o produtor de pêssegos Waldir Parise, isso será muito válido...” A palavra sublinhada nessa frase tem
como referente:
A) “... a temperatura da água e a duração do mergulho...”
B) “A refrigeração é uma questão delicada para os fruticultores”.
C) “ ... o produto crie resistência ao frio e não seja danificado”.
D) “Essa contradição, entretanto, está com os dias contados”.
E) “ ... aumenta a conservação em até 50% do tempo...”
Comentário: Esta questão trabalha especificamente a coesão referencial, isto é, o pronome trabalha em
recurso anafórico e devemos saber contextualmente a que termo ele se refere. Para tanto, veja que o
primeiro pronome “isso” retoma todo o período anterior, o qual se encontra sublinhado:
“Essa técnica consiste em pôr a fruta em ambiente refrigerado e, depois de dez dias, deixá-la em temperatura
ambiente por 24 horas, para então devolvê-la à câmara fria¹. “Isso¹ faz com que o produto crie resistência
ao frio e não seja danificado²”, afirma Ricardo Kluge. Para o produtor de pêssegos Waldir Parise, isso² será
muito válido, pois melhora a qualidade final do produto. Ele acredita que a nova técnica aumentará o valor
da fruta no mercado. “Acho que facilitará bastante nossa vida.”
Agora, veja que o segundo pronome “isso” retoma a expressão “o produto crie resistência ao frio e
não seja danificado” (em negrito). Assim, a alternativa correta é a (C).
Gabarito: C

38. (VUNESP / ISS Guarulhos – Inspetor Fiscal 2019)

(Charles M. Schulz. Minduim. O Estado de S. Paulo, 29.03.2018. http://cultura.estadao.com.br)


Considerando a organização do conteúdo nos balões de cada quadrinho, pode-se afirmar que no segundo,
no terceiro e no quarto quadrinhos são expressos, respectivamente,
(A) um projeto, uma reprovação e uma reclamação.
(B) uma indagação, uma recordação e um gracejo.
(C) um ideal, um alerta e um lamento.
(D) um desejo, uma retificação e uma crítica.

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(E) uma constatação, uma recomendação e um deboche..

Comentário: Na fala do segundo quadrinho "Quando eu tiver vinte e um anos, a vida vai se abrir pra mim!
Eu vou ser um homem! Uma pessoa real! Eu vou ser um indivíduo!”, notamos uma projeção futura, uma
expectativa, um desejo, uma idealização.

Assim, podemos eliminar as alternativas (B) e (E).

O que fora falado no segundo quadrinho transmite uma boa expectativa, de algo positivo. Porém, na
expressão "E também vai ter que pagar imposto de renda", naturalmente notamos um contraste, uma
decepção, pois as obrigações também vêm junto com a maioridade.

Essa fala do terceiro quadrinho não transmite reprovação. Note que há apenas um contraste, mas
não uma contestação do que fora falado anteriormente, sinalizando uma suposta reprovação. Assim,
eliminamos também a alternativa (A).

Essa fala pode, sim, ser entendida como um alerta, de que nem tudo são flores. Assim, a alternativa
(C) ainda se mantém como possível resposta.

Essa fala do terceiro quadrinho não transmite retificação. Note que há apenas um contraste, mas
não uma correção do que fora falado anteriormente. Assim, eliminamos também a alternativa (D), restando
a (C) como a correta.

Note que a fala do último quadrinho “Droga!” revela uma lamentação. Assim, a alternativa (C)
realmente é a correta.

Gabarito: C

39. (VUNESP / ISS Guarulhos – Inspetor Fiscal 2019)


A arte mostra-se presente na história da humanidade desde os tempos mais remotos. Sem dúvida, ela
pode ser considerada como sendo uma necessidade de expressão do ser humano, surgindo como fruto da
relação homem/mundo.
Por meio da arte a humanidade expressa suas necessidades, crenças, desejos, sonhos. Todos têm uma
história, que pode ser individual ou coletiva. As representações artísticas nos oferecem elementos que
facilitam a compreensão da história dos povos em cada período.
(Rosane K. Biesdorf e Marli F. Wandscheer. Arte, uma necessidade humana: função social e educativa. Itinerarius reflectionis.)

De acordo com o texto, a arte caracteriza-se como


(A) a maneira de o homem fugir à realidade refugiando-se em um passado glorioso.
(B) um documento de produção coletiva com o fim de registrar objetivamente a história.
(C) um meio de expressão que revela como o homem vive ao longo da história.
(D) uma linguagem universal, que anula as diferenças entre os povos de cada período.
(E) o principal modo de uma geração acessar registros históricos da geração que a antecede.

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Comentário: Note que o autor afirma que a arte mostra-se presente na história da humanidade desde os
tempos mais remotos e que ela pode ser considerada como sendo uma necessidade de expressão do ser
humano, surgindo como fruto da relação homem/mundo.

Além disso, afirma-se que é por meio da arte que a humanidade expressa suas necessidades, crenças,
desejos, sonhos, e que as representações artísticas nos oferecem elementos que facilitam a compreensão
da história dos povos em cada período.

Com base nisso, notamos que a alternativa que se aproxima mais das afirmações do texto é a (D),
tendo em vista que podemos inferir do segundo parágrafo que realmente a arte é uma linguagem universal,
que anula as diferenças entre os povos de cada período. Veja:

Por meio da arte a humanidade expressa suas necessidades, crenças, desejos, sonhos. Todos têm uma
história, que pode ser individual ou coletiva. As representações artísticas nos oferecem elementos que
facilitam a compreensão da história dos povos em cada período.

A alternativa (A) está errada, pois o texto não afirma que a arte seja uma forma de fuga da realidade.

A alternativa (B) está errada, pois o texto não afirma que a arte seja um documento que registra
objetivamente a história. É bem o contrário. A arte se baseia no subjetivismo, na impressão do artista sobre
o mundo.

A alternativa (C) está errada, pois o texto nada afirma sobre uma suposta revelação de como o
homem vive ao longo da história, tendo em vista que a arte não tem como intenção primária o registro
histórico objetivo.

A alternativa (E) está errada, pois o texto nada afirma sobre um suposto registro histórico de geração
que a antecede, tendo em vista que a arte não tem como intenção primária o registro histórico objetivo.

Gabarito: D
Roma
O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. É pessoal e grandioso, popular e intelectual,
tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma ousadia dos
movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960. O título, uma referência a Colonia Roma, bairro
da Cidade do México, também remete a Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo do neorrealismo italiano
assinado por Roberto Rossellini.
Ao revisitar a própria memória, o cineasta Alfonso Cuarón escolhe olhar para Cleo, a empregada, de
origem indígena, de uma família branca de classe média. Resgata, assim, não apenas os seus anos de
formação, mas todas as particularidades do passado do país. O México no início dos anos 1970 fervilhava
entre revoluções sociais e a influência da cultura estrangeira. Cleo, porém, se mantinha ingênua, centrada
nas suas obrigações: lavar o pátio, buscar as crianças na escola, lavar a roupa, colocar os pequenos para
dormir.
Até que tudo se transforma. A família perfeita desmorona, com o pai que sai de casa, a mãe que não
se conforma com o fim do casamento e os filhos jogados de um lado para o outro na confusão dos adultos.
Enquanto isso, Cleo se apaixona, engravida, é enganada e deixada à própria sorte. Duas mulheres de

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diferentes origens compartilham a dor do abandono. Juntas, reencontram a resiliência que segura o mundo
frente às paixões autocentradas.
O cineasta, que além da direção e do roteiro assina a fotografia e a montagem (ao lado de Adam
Gough), retrata sua história, entrelaçada com a de seu país, como se na vida adulta reencontrasse o olhar da
infância, cujo fascínio por cada descoberta aumenta o tamanho e a importância de tudo.
O que Cuarón faz em Roma é raro. São camadas e camadas sobrepostas para reproduzir a
complexidade do seu imaginário afetivo e das relações sociais de um país. Entre muitas inspirações,
referências e técnicas, sua assinatura está na sinceridade com que olha para si mesmo e para os seus
personagens, encontrando beleza e verdade no que muitos menosprezam. Esse é um filme simples e
complicado, como a própria vida.
(Natália Bridi. Omelete. 11.01.2019. www.omelete.com.br. Adaptado)

40. (VUNESP / ISS Guarulhos – Inspetor Fiscal 2019)


De acordo com a autora, a singularidade da linguagem que Alfonso Cuarón adota em Roma está
(A) na comicidade da caracterização de personagens pouco realistas e até caricaturais.
(B) na indignação com que o cineasta denuncia a desigualdade entre as classes sociais.
(C) no orgulho nacionalista com que se apresentam momentos cruciais da história do México.
(D) na sinceridade do relato, valorizando o que para muitos costuma passar despercebido.
(E) no modo irrealista com que os dramas das personagens femininas são resolvidos.

Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o texto nada menciona sobre uma suposta comicidade da
caracterização de personagens, como sugere a alternativa. Assim, houve uma extrapolação das informações
do texto.

A alternativa (B) está errada, pois o texto nada menciona sobre uma suposta indignação com que o
cineasta denuncia a desigualdade entre as classes sociais, como sugere a alternativa. Assim, houve mais uma
extrapolação das informações do texto.

A alternativa (C) está errada, pois não há menção a um suposto orgulho nacionalista com que se
apresentam momentos cruciais da história do México. Assim, houve outra extrapolação das informações do
texto.

A alternativa (D) é a correta, pois o autor revela sinceridade do relato e valoriza o que para muitos
costuma passar despercebido, como podemos notar no seguinte trecho:

O que Cuarón faz em Roma é raro. São camadas e camadas sobrepostas para reproduzir a
complexidade do seu imaginário afetivo e das relações sociais de um país. Entre muitas inspirações,
referências e técnicas, sua assinatura está na sinceridade com que olha para si mesmo e para os seus
personagens, encontrando beleza e verdade no que muitos menosprezam. Esse é um filme simples e
complicado, como a própria vida.

A alternativa (E) está errada, pois o autor demonstra sinceridade, realidade, diferente do que informa
a alternativa com a expressão “no modo irrealista com que os dramas das personagens femininas são
resolvidos”. Assim, a alternativa modificou a informação do texto.

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Gabarito: D

41. (VUNESP / ISS Guarulhos – Inspetor Fiscal 2019)


Uma característica do filme Roma destacada no texto diz respeito à
(A) utilização da narrativa de cunho jornalístico.
(B) fusão da história pessoal com a coletiva.
(C) impessoalidade com que é realizado o relato.
(D) caracterização da mulher indígena como insubordinada.
(E) denúncia do relacionamento abusivo entre patroa e empregada.

Comentário: Notamos do texto que o filme Roma está constantemente entre dois caminhos. É pessoal e
grandioso, popular e intelectual, tecnológico e clássico. Além disso, afirma-se no texto que o cineasta Alfonso
Cuarón revisita a própria memória. Assim, não há narrativa de cunho jornalístico, nem impessoalidade com
que é realizado o relato, e eliminamos as alternativas (A) e (C).

No segundo parágrafo, afirma-se que o cineasta Alfonso Cuarón revisita a própria memória e que
resgata não apenas os seus anos de formação, mas todas as particularidades do passado do país.

No quarto parágrafo, afirma-se que o cineasta retrata sua história, entrelaçada com a de seu país,
como se na vida adulta reencontrasse o olhar da infância, cujo fascínio por cada descoberta aumenta o
tamanho e a importância de tudo.

Assim, observa-se que uma característica do filme Roma destacada no texto diz respeito à fusão da
história pessoal com a coletiva, e a alternativa (B) é a correta.

Com isso, notamos que o texto não abordou uma suposta insubordinação da mulher indígena,
tampouco uma denúncia do relacionamento abusivo entre patroa e empregada, constantes nas alternativas
(D) e (E), as quais extrapolaram e modificaram as informações do texto.

Gabarito: B

O futuro do trabalho
Foi lançado nesse mês, em meio às celebrações do centenário da Organização Internacional do
Trabalho (OIT), o relatório da comissão global sobre o futuro do trabalho, que tive a honra de integrar. O que
o texto revela é uma visão centrada em políticas públicas para enfrentar desafios que o século trouxe para a
humanidade.
Frente à chamada revolução industrial 4.0, ao envelhecimento da população e à mudança climática,
a resposta aparece na forma de programas para evitar o crescimento da desigualdade e melhorar a
preparação das gerações futuras e o conceito de uma sociedade ativa ao longo da vida.
É importante lembrar que, segundo pesquisadores, haverá em poucos anos a extinção de profissões
e de tarefas dentro de várias ocupações, diante da automação e da robotização aceleradas. Outras serão
criadas, demandando, porém, competências distintas das que estavam em alta até pouco tempo. O cenário

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exige grande investimento nas pessoas. Por isso, o relatório clama por uma agenda econômica centrada em
seres humanos, especialmente uma ampliação em suas capacidades.
Isso envolve trabalhar com o conceito de aprendizagem ao longo da vida, ou seja, desde a primeira
infância, a fim de desenvolver competências basilares, necessárias para promover autonomia para que todos
possam aprender a aprender.
Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas, teremos que nos
reinventar continuamente, passando a desempenhar atividades que demandam capacidade de resolução
criativa e colaborativa de problemas complexos, reflexão crítica e maior profundidade de análise.
Teremos também que contar com um ecossistema educacional que inclua modalidades ágeis de
cursos para capacitação, recapacitação e requalificação. A certificação de conhecimentos previamente
adquiridos ganha força e sentido de urgência, além de um investimento maior em escolas técnicas e
profissionais que fomentem a aquisição das competências necessárias não só para exercer uma profissão
específica, mas também para obter outra rapidamente, se necessário.
(Claudia Costin. Folha de S.Paulo, 25.01.2019. Adaptado)

42. (VUNESP / Prefeitura de Itapevi -SP Agente de Administração Pública 2019)


Segundo o texto, a reivindicação por uma agenda econômica centrada na ampliação das capacidades
humanas deve-se à
(A) recente adoção de políticas públicas educacionais direcionadas ao enfrentamento dos desafios impostos
pelas transformações nos modos de produção.
(B) necessidade de encontrar soluções que possam minimizar o impacto dos problemas sociais para a
população mais idosa que têm origem no desemprego.
(C) emergência de se adotarem medidas para conter o processo acelerado de automação e de robotização,
responsável pelo avanço das mudanças climáticas.
(D) demanda pelo desenvolvimento de novas competências, diante da previsão do fim de ocupações em
decorrência da intensa automação e robotização.
(E) necessidade de aceleração da automação da indústria nacional, indispensável para atender a demanda
de um mercado consumidor em crescimento constante.

Comentário: De acordo com o texto, a reivindicação por uma agenda econômica centrada na ampliação das
capacidades humanas deve-se à intensa automação e robotização que demandam o preparo das pessoas
para as novas profissões e para a extinção de outras. Comprove:

É importante lembrar que, segundo pesquisadores, haverá em poucos anos a extinção de profissões e de
tarefas dentro de várias ocupações, diante da automação e da robotização aceleradas. Outras serão criadas,
demandando, porém, competências distintas das que estavam em alta até pouco tempo. O cenário exige
grande investimento nas pessoas. Por isso, o relatório clama por uma agenda econômica centrada em seres
humanos, especialmente uma ampliação em suas capacidades.

Assim, a alternativa (D) é a correta.

Gabarito: D

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43. (VUNESP / Prefeitura de Itapevi -SP Agente de Administração Pública 2019)


Segundo a autora, uma preparação eficiente para o contexto de trabalho em que antigas profissões serão
extintas enquanto outras serão criadas envolve
(A) o trabalho constante de pesquisa voltada para a identificação das profissões com potencial para serem
extintas e daquelas que permanecerão em alta.
(B) o desenvolvimento da consciência política sobre a necessidade da adoção de medidas para fazer frente
aos novos desafios impostos à humanidade.
(C) o reconhecimento do nível de capacitação pessoal, o que impõe aceitar desempenhar desde atividades
mais básicas até aquelas que dependem de reflexão crítica.
(D) a capacidade de reinventar-se continuamente, fundamental para o desempenho de atividades que
requerem reflexão crítica e aptidão para resolução de problemas.
(E) um sistema educacional que despreze os conhecimentos prévios dos estudantes e direcione o ensino à
capacitação deles para desempenhar uma única profissão.

Comentário: As novas demandas do mercado de trabalho exigem pessoas capazes de se reinventarem.


Assim, a alternativa (D) é a correta. Comprove:

Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas, teremos que nos reinventar
continuamente, passando a desempenhar atividades que demandam capacidade de resolução criativa e
colaborativa de problemas complexos, reflexão crítica e maior profundidade de análise.

Gabarito: D

O Marajá
A família toda ria de dona Morgadinha e dizia que ela estava sempre esperando a visita de alguém
ilustre. Dona Morgadinha não podia ver uma coisa fora do lugar, uma ponta de poeira em seus móveis ou
uma mancha em seus vidros e cristais. Gemia baixinho quando alguém esquecia um sapato no corredor, uma
toalha no quarto ou – ai, ai, ai – uma almofada fora do sofá da sala. Baixinha, resoluta, percorria a casa com
uma flanela na mão, o olho vivo contra qualquer incursão do pó, da cinza, do inimigo nos seus domínios.
Dona Morgadinha era uma alma simples. Não lia jornal, não lia nada. Achava que jornal sujava os
dedos e livro juntava mofo e bichos. O marido de dona Morgadinha, que ela amava com devoção apesar do
seu hábito de limpar a orelha com uma tampa de caneta Bic, estabelecera um limite para sua compulsão por
limpeza. Ela não podia entrar em sua biblioteca. Sua jurisdição acabava na porta. Ali dentro só ele podia
limpar, e nunca limpava. E, nas raras vezes em que dona Morgadinha chegava à porta do escritório proibido
para falar com o marido, esse fazia questão de desafiá-la. Botava os pés em cima dos móveis. Atirava os
sapatos longe. Uma vez chegara a tirar uma meia e jogar em cima da lâmpada só para ver a cara da mulher.
Sacudia a ponta do charuto sobre um cinzeiro cheio e errava deliberadamente o alvo. Dona Morgadinha
então fechava os olhos e, incapaz de se controlar, lustrava com a sua flanela o trinco da porta.
(Luis Fernando Veríssimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. Adaptado)

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44. (VUNESP / Prefeitura de Itapevi -SP Agente de Administração Pública 2019)


A expressão presente no texto que melhor sintetiza a principal característica da personagem dona
Morgadinha é:
(A) ... sempre esperando a visita...
(B) Gemia baixinho...
(C) Não lia jornal, não lia nada.
(D) ... compulsão por limpeza.
(E) ... incapaz de se controlar...

Comentário: Percebemos, ao longo do texto, que Dona Morgadinha era compulsiva por limpeza, ela,
inclusive, andava com um paninho nas mãos limpando qualquer rastro de poeira. Além disso, o narrador
aponta a compulsão da senhora. Comprove:

percorria a casa com uma flanela na mão, o olho vivo contra qualquer incursão do pó, da cinza, do inimigo
nos seus domínios.

O marido de dona Morgadinha, que ela amava com devoção apesar do seu hábito de limpar a orelha
com uma tampa de caneta Bic, estabelecera um limite para sua compulsão por limpeza.

Portanto, a alternativa (D) é a correta.

Gabarito: D

Ao filósofo americano Daniel Dennett, os editores da revista Edge perguntaram: “Em 2013, o que deve nos
preocupar?”. Ele contou que em 1980 se temia que a revolução do computador aumentasse a distância entre
os países ricos “do Ocidente” e os países pobres, que não teriam acesso à nova tecnologia e a seus aparelhos.
A verdade é que a informática criou fortunas enormes, mas permitiu também a mais profunda disseminação
niveladora da tecnologia que já se viu na história. “Celulares e laptops e, agora, smartphones e tablets
puseram a conectividade nas mãos de bilhões”, afirmou Dennett.
O planeta, segundo o filósofo, ficou mais transparente na informação como ninguém imaginaria há 40 anos.
Isso é maravilhoso, disse Dennett, mas não é o paraíso. E citou a lista daquilo com que devemos nos
preocupar: ficamos dependentes e vulneráveis neste novo mundo, com ameaças à segurança e à
privacidade. E sobre as desigualdades, ele disse que Golias ainda não caiu; milhares de Davis*, porém, estão
rapidamente aprendendo o que precisam. Os “de baixo” têm agora meios para confrontar os “de cima”. O
conselho do filósofo é que os ricos devem começar a pensar em como reduzir as distâncias criadas pelo poder
e pela riqueza de poucos.
* referência ao episódio bíblico em que Davi, aparentemente mais fraco, derrota o gigante Golias.
(Míriam Leitão. História do futuro: o horizonte do Brasil no século XXI. Rio de Janeiro, Intrínseca, 2015)

45. (VUNESP / Câmara de Vereadores de Piracicaba-SP Jornalista 2019)


De acordo com o exposto, Daniel Dennett
(A) demonstra receio de que a informática venha a aumentar a distância entre os países ricos e os países
pobres.

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(B) refuta a ideia de que a tecnologia permitiu que um número pequeno de pessoas enriquecesse.
(C) defende que a revolução tecnológica criou oportunidades para que os mais pobres lutem pela
diminuição das desigualdades.
(D) argumenta que o acesso democrático à tecnologia inviabiliza a transparência da informação.
(E) acredita que o fim da desigualdade social está a cargo da população mais pobre, que hoje tem acesso
irrestrito à tecnologia.

Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o receio de que a internet aumentaria a distância entre os
países ricos e os países pobres era um pensamento dos anos 80. Comprove:

Ele contou que em 1980 se temia que a revolução do computador aumentasse a distância entre os países
ricos “do Ocidente” e os países pobres [...]

A alternativa (B) está errada, pois ele comenta que a informática criou riquezas, mas também
permitiu mais acesso à tecnologia. Comprove:

A verdade é que a informática criou fortunas enormes, mas permitiu também a mais profunda disseminação
niveladora da tecnologia que já se viu na história.

A alternativa (C) é a correta, pois o filósofo usa a metáfora de Davi e Golias para se referir à
oportunidade que o acesso às tecnologias está dando aos mais pobres de lutarem contra as desigualdades.
Comprove:

E sobre as desigualdades, ele disse que Golias ainda não caiu; milhares de Davis*, porém, estão rapidamente
aprendendo o que precisam. Os “de baixo” têm agora meios para confrontar os “de cima”.

A alternativa (D) está errada, pois a relação da tecnologia com a transparência da informação não é
citada no texto.

A alternativa (E) está errada, pois o filósofo não acredita que o fim da desigualdade social está a cargo
da população mais pobre, que hoje tem acesso irrestrito à tecnologia.

Gabarito: C

46. (VUNESP / Câmara de Vereadores de Piracicaba-SP Jornalista 2019)


Articulam-se na composição da temática central do texto as seguintes noções:
(A) filosofia e verdade.
(B) riqueza e sorte.
(C) planeta e paraíso.
(D) preocupação e informática.
(E) imaginação e criatividade.

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Comentário: No primeiro parágrafo, encontramos as ideias principais do texto. A primeira é a preocupação


do filósofo com o aumento da distância entre os países ricos e pobres devido à evolução da tecnologia.
Comprove:

“Em 2013, o que deve nos preocupar?”. Ele contou que em 1980 se temia que a revolução do computador
aumentasse a distância entre os países ricos “do Ocidente” e os países pobres, que não teriam acesso à nova
tecnologia e a seus aparelhos.

A segunda é que, na verdade, a informática criou muitas fortunas, mas também foi possível
disseminar a tecnologia não somente para os ricos. Comprove:

A verdade é que a informática criou fortunas enormes, mas permitiu também a mais profunda disseminação
niveladora da tecnologia que já se viu na história.

Portanto, articulam-se na composição da temática central do texto as seguintes noções preocupação


e informática e a alternativa (D) é a correta.

Gabarito: D

47. (VUNESP / Câmara de Vereadores de Piracicaba-SP Jornalista 2019)


A expressão que apresenta sentido correspondente ao de desigualdades, no texto, é:
(A) revolução do computador. (1o parágrafo)
(B) disseminação niveladora da tecnologia. (1º parágrafo)
(C) conectividade nas mãos de bilhões. (1º parágrafo)
(D) ameaças à segurança e à privacidade. (2º parágrafo)
(E) distâncias criadas pelo poder e pela riqueza de poucos. (2º parágrafo)

Comentário: A ideia de desigualdade está presente na alternativa (E), pois se refere à distância criada pelo
poder e pela riqueza de uma pequena parte da população, ou seja, a distribuição da riqueza é desigual.
Assim, esta é a alternativa correta.

Gabarito: E

Com Bernardo, Lenine e Grassi, num sábado de outono, no Inhotim


“Sabe de uma coisa? Nós vivemos muito pouco”, disse Bernardo. Lenine tocou de leve em seu
antebraço, e concordou, emendando com uma história da Dona Terezinha, vizinha de seu sítio no Vale das
Videiras, em Petrópolis, onde instalou o seu orquidário. Ela tem uma sapucaia, que produz um ouriço usado
no cultivo de algumas espécies. Bateu na sua casa:
– Dona Terezinha, eu vi que a senhora tem uma sapucaia. A senhora pode me ceder uma muda?
Preciso do ouriço para algumas orquídeas.
– Posso! Mas quem planta sou eu.

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Dona Terezinha colheu a muda, levou, plantou, fez a reza e molhou. Ia embora, ouviu, pelas costas:
– Dona Terezinha, muito obrigado. Mas quando é que vou poder colher o ouriço?
Pensou, coçou a cabeça, e... “daqui a uns 60 ou 70 anos, meu filho”.
Uma longa gargalhada explodiu na mesa. O show do Lenine em Inhotim, neste sábado, trouxe um
sopro de vida eterna ao ambiente. A conversa pausada, cheia de casos e histórias, era observada por Grassi
com atenção. Inhotim está vivo, cada vez mais vivo, era a mensagem, era o astral no meio daquele paraíso
que de perdido não tem nada.
Lembrando a polêmica sobre a filosofia, Lenine mandou:
– Aristóteles jogou a toalha. No final da vida, depois de tanta filosofia, escreveu que o mais
importante era rir.
E se o riso precede a felicidade e, com ela, os hormônios da longevidade, viveremos um pouco mais
depois deste sábado musical e iluminado de outono, em Inhotim.
Com a noite chegando, os corações se juntaram naquela mesa. A vegetação nos acolheu, luz e sombra
bordando os contrastes, pensamentos voando. Um sombrio Bernardo se revelou. Retirado desde os últimos
acontecimentos, vive serenando as reflexões, salvando lembranças. Mas não desiste do sonho:
– Com o rompimento da barragem, tivemos que reduzir custos. Outro dia descobri que acabaram
com o Coral e a Orquestra formada por gente da região. Mandei voltar. Tem coisa que não pode cancelar.
Bernardo, neste ponto, se afasta da gestão e olha para a transcendência da arte como solução. Não
adianta cortar custo de coisas que são para sempre. Música, canto, arte. O Inhotim tem, agora,
responsabilidade dobrada: a revitalização de toda uma região devastada pela tragédia.
(Afonso Borges. https://blogs.oglobo.globo.com, 28.04.2019. Adaptado)

48. (VUNESP / Câmara de Vereadores de Piracicaba-SP Jornalista 2019)


Uma leitura adequada do texto em sua totalidade permite concluir que o título
(A) chama a atenção para um encontro corriqueiro e de ocorrência sazonal.
(B) expõe uma crítica à indiferença dos artistas citados quanto à beleza natural de Inhotim.
(C) prenuncia um discurso impessoal sobre os atributos naturais de Inhotim.
(D) antecipa um depoimento de cunho intimista, baseado na memória do autor.
(E) destaca o encanto do autor diante da qualidade técnica do show de Lenine.

Comentário: O título é “Com Bernardo, Lenine e Grassi, num sábado de outono, no Inhotim”. Ele já sugere o
que na sequência se confirma: uma conversa entre amigos. Isso é comprovado com expressões, como:

“Sabe de uma coisa? Nós vivemos muito pouco”, disse Bernardo. Lenine tocou de leve em seu antebraço, e
concordou...”

“A conversa pausada, cheia de casos e histórias, era observada por Grassi com atenção. Inhotim está vivo...”

“Lembrando a polêmica sobre a filosofia, Lenine mandou:”

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A alternativa (A) está errada, pois não se observa no texto nenhuma referência de que esta é uma
conversa corriqueira entre esses amigos, mas de um encontro que não ocorre com tanta frequência.

A alternativa (B) está errada, pois não há nenhuma evidência no texto de uma suposta crítica.

A alternativa (C) está errada, pois há um discurso pessoal, subjetivo, sobre os atributos naturais de
Inhotim.

A alternativa (D) é a correta, pois o título “Com Bernardo, Lenine e Grassi, num sábado de outono, no
Inhotim” nos faz prever que que haverá no texto um depoimento de cunho intimista, isto é, subjetivo,
baseado na memória do autor.

A alternativa (E) está errada, pois não elemento no texto que comprove um encanto com a qualidade
técnica do show de Lenine, mas dos atributos naturais de Inhotim.

Gabarito: D

49. (VUNESP / Câmara de Vereadores de Piracicaba-SP Jornalista 2019)


Com relação ao conteúdo que o antecede no penúltimo parágrafo, o comentário – Tem coisa que não pode
cancelar. – exprime uma
(A) justificativa.
(B) ressalva.
(C) síntese.
(D) consequência.
(E) concessão.

Comentário: O trecho “Tem coisa que não pode cancelar” é uma justificativa para o fato de Bernardo não
ter deixado cancelar o Coral e a Orquestra.

Portanto, a alternativa (A) é a correta.

Gabarito: A

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4 – LISTA DE QUESTÕES DE REVISÃO

1. (VUNESP / ISS Guarulhos – Inspetor Fiscal 2019)


Considere o seguinte trecho do primeiro parágrafo:
(1) O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. (2) É pessoal e grandioso, popular e intelectual,
tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma ousadia dos
movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960.
Um vocábulo que pode ser usado para qualificar a palavra caminhos, no sentido de explicitar a relação de
sentido que se estabelece entre os períodos (1) e (2), é
(A) contrários.
(B) idênticos.
(C) inviáveis.
(D) irreais.
(E) exagerados.

2. (VUNESP / ISS Guarulhos – Inspetor Fiscal 2019)


Fragmento do texto: Até que tudo se transforma. A família perfeita desmorona, com o pai que sai de casa,
a mãe que não se conforma com o fim do casamento e os filhos jogados de um lado para o outro na confusão
dos adultos. Enquanto isso, Cleo se apaixona, engravida, é enganada e deixada à própria sorte. Duas
mulheres de diferentes origens compartilham a dor do abandono. Juntas, reencontram a resiliência que
segura o mundo frente às paixões autocentradas.
O vocábulo resiliência, destacado no parágrafo, abarca o sentido de
(A) amor incondicional que as mães têm por seus filhos.
(B) cumplicidade partilhada por pessoas de uma mesma origem.
(C) ressentimento que permanece após uma desilusão amorosa.

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(D) falta de amor-próprio que inibe o desenvolvimento das mulheres.


(E) capacidade de se recompor após uma situação difícil.

3. (VUNESP / TJ-SP - Administrador Judiciário 2019)


Fragmento do texto: Sou um assassino cultural, e você também é. Sei que é romântico chorar quando uma
livraria fecha as portas. Mas convém não abusar do romantismo – e da hipocrisia. Fomos nós que matamos
aquela livraria e o crime não nos pesa muito na consciência.
[...]
Já as empresas que sobreviveram e as novas que entraram na lista souberam se adaptar à economia digital,
vendendo serviços (ou, de forma mais precisa, acessos).
[...]
Mas o interesse do livro de Tzuo não está apenas nos números; está no retrato de uma nova geração para
quem a experiência cultural é mais importante do que a mera posse de objetos.
Há quem veja aqui um retrocesso, mas também é possível ver um avanço – ou, para sermos bem filosóficos,
o triunfo do espírito sobre a matéria. E não será essa, no fim das contas, a vocação mais autêntica da cultura?
Considere os trechos do texto.
Mas convém não abusar do romantismo... (1º parágrafo)
... vendendo serviços (ou, de forma mais precisa, acessos). (2º parágrafo)
... não está apenas nos números; está no retrato de uma nova geração... (3º parágrafo)
... o triunfo do espírito sobre a matéria. (último parágrafo)
Sem alteração do sentido do texto, as expressões destacadas podem ser substituídas, respectivamente, por:
(A) do padecimento; chula; na síntese; a conquista.
(B) da compaixão; delicada; na condenação; a vitória.
(C) do narcisismo; exata; na exaltação; o malogro.
(D) da emotividade; indevida; na crítica; a imposição.
(E) do sentimentalismo; acurada; na descrição; o êxito.

4. (VUNESP / TJ-SP - Contador Judiciário 2019)


Considere as passagens:
• O próximo governo não encontrará um ambiente econômico internacional sereno.
• Não tardará até que investidores hoje aparentemente otimistas comecem a cobrar resultados
concretos.
• Nos EUA, a alta dos juros, num contexto de emprego elevado e inflação perto da meta, já leva parte
do mercado a temer uma desaceleração abrupta do PIB em 2019.
Os termos destacados significam, correta e respectivamente:
(A) impassível; verdadeiros; previsível.
(B) tranquilo; reais; brusca.

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(C) intempestivo; sensíveis; conturbada.


(D) ordeiro; maciços; inopinada.
(E) confiante; efetivos; paulatina.

5. (VUNESP / TJ-SP - Enfermeiro Judiciário 2019)


Fragmento de texto: Chamado de “Declaração de Astana”, o acordo também comemora o 40o aniversário
da histórica Declaração de Alma Alta, que exortou o mundo a fazer dos cuidados primários de saúde o pilar
da cobertura universal de saúde em 1978.
Na passagem “... que exortou o mundo a fazer dos cuidados primários de saúde o pilar da cobertura universal
de saúde em 1978.”, os termos destacados significam, correta e respectivamente,
(A) obrigou e desejo.
(B) amainou e suporte.
(C) dissuadiu e modelo.
(D) orientou e incremento.
(E) estimulou e arrimo.

6. (VUNESP / TJ-SP - Médico Judiciário 2019)


Considere os trechos do texto.
• Afinal, cuidar do maior bem do indivíduo – a vida – não é algo trivial.
• ... e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluindo a famigerada inteligência artificial.
• Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre o conhecimento biomédico e
a tecnologia...
Os termos destacados podem ser substituídos, respectivamente e sem alteração do sentido do texto, por:
(A) banal; afamada; interação.
(B) inusitado; arrojada; colaboração.
(C) corriqueiro; temida; contradição.
(D) evidente; exaltada; incompatibilidade.
(E) irrelevante; depreciada; subordinação.

7. (VUNESP / UNICAMP Prof. p/ assuntos específicos 2019)


O termo destacado na frase “... onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.” pode
ser corretamente substituído, sem alteração do sentido do texto, por
(A) identificar.
(B) esclarecer.
(C) polemizar.
(D) despistar.
(E) desorientar.

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8. (VUNESP / ARESP Analista de suporte - regulação 1 2018)


Fragmento de texto: Há pessoas que têm vergonha de viver: são os tímidos, entre os quais me incluo.
Desculpem, por exemplo, estar tomando lugar no espaço. Desculpem eu ser eu. Quero ficar só! grita a alma
do tímido que só se liberta na solidão. Contraditoriamente quer o quente aconchego das pessoas.
E para pedir aumento de salário - a tortura. Como começar? Apresentar-se com fingida segurança de quem
sabe quanto vale em dinheiro - ou apresentar-se como se é, desajeitado e excessivamente humilde.
O que faz então? Mas é que há a grande ousadia dos tímidos. E de repente cheio de audácia pelo aumento
com um tom reivindicativo que parece contundente. Mas logo depois, espantado, sente-se mal, julga
imerecido o aumento, fica todo infeliz.
(Clarice Lispector. Vergonha de viver. Aprendendo a viver. Rio de Janeiro, Rocco Digital, 2013. Adaptado)
São empregadas como sinônimas, no texto, as palavras:
(A) alma; aconchego (1o parágrafo).
(B) ousadia; audácia (3o parágrafo).
(C) vergonha; solidão (1o parágrafo).
(D) reivindicativo; contundente (3o parágrafo).
(E) espantado; imerecido (3o parágrafo).

9. (VUNESP / Câm. Dois Córregos - Oficial de atend. e adm. 2018)

Armandinho atribui ao vocábulo responsável o sentido de


(A) adulto.
(B) aplicado.
(C) culpado.
(D) obediente.
(E) prudente.

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10. (VUNESP / Câm. Dois Córregos - Oficial de atend. e adm. 2018)


Fragmento de texto: Ei, você aí. Se fosse possível apagar da sua memória o que lhe causa dor, você apagaria?
Seria perfeito, pois manteríamos tudo de bom e esqueceríamos completamente o ruim.
Mas não, não seria perfeito. E sabe por quê? Porque precisamos das perdas para valorizar os ganhos, o bom
precisa do ruim para ser compreendido e vice-versa. Simples assim. Só que geralmente nos agarramos às
derrotas e não enxergamos as conquistas. Escondemos as recordações bonitas lá no fundo da gaveta,
enquanto carregamos as mágoas agarradas pela mão, para cima e para baixo.
É possível, sim, seguir adiante sem tanta culpa pelo erro e sem o medo de falhar novamente, a partir do
momento em que entendemos que as quedas são necessárias para que nos tornemos pessoas mais
completas, aptas a resolver problemas e encontrar saídas. Então, passamos a enxergar a dor como um mal
necessário. Inclusive, é ela que, muitas vezes, nos tira da inércia e nos impulsiona a reagir.
Usemos as decepções a nosso favor para que nos tornemos grandiosos diante da vida, aptos a receber o que
nos mandam e transformar tudo o que vier em aprendizado. É impossível esquecer as tristezas, mas que elas
não sejam lembradas a todo instante.
(Karen Curi. Revista Bula. www.revistabula.com. Adaptado)
Duas construções que, no texto, expressam a mesma ideia estão em:
(A) … esqueceríamos completamente o ruim... (1o parágrafo) ... o bom precisa do ruim... (2o parágrafo)
(B) … manteríamos tudo de bom... (1o parágrafo) … não enxergamos as conquistas. (2o parágrafo)
(C) ... recordações bonitas... (2o parágrafo) ... um mal necessário. (3o parágrafo)
(D) … nos agarramos às derrotas... (2o parágrafo) … seguir adiante sem tanta culpa... (3o parágrafo)
(E) ... precisamos das perdas... (2o parágrafo) ... as quedas são necessárias... (3o parágrafo)

11. (VUNESP / TJ-SP - Escrevente técnico Judiciário interior 2018)


Nas frases “Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo exclusivamente citações.” (3o
parágrafo), “Vou até mais longe: vida é pontuação.” (5o parágrafo) e “A vida de uma pessoa é balizada por
sinais ortográficos.” (5o parágrafo), as expressões em destaque podem ser substituídas, sem prejuízo de
sentido ao texto, correta e respectivamente, por:
(A) também; bem além; distinguida.
(B) somente; bem além; limitada.
(C) inclusive; bem adiante; orientada.
(D) apenas; bem aquém; restrita.
(E) unicamente; bem afora; orientada.

12. (VUNESP / TJ-SP - Escrevente técnico Judiciário interior 2018)


Nas passagens “Ei-lo agora, adolescente recluso em seu quarto, diante de um livro que não lê.” e “negros
parágrafos comprimidos uns sobre os outros”, os termos destacados têm como antônimos,
respectivamente:
(A) enclausurado e apertados.
(B) liberto e expandidos.

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(C) apartado e ampliados.


(D) solitário e espalhados.
(E) solto e limitados.

13. (VUNESP / CR Bio Técnico – 2017)


Há uma inflação de candidatos a astro e estrela. Toda família tem um aspirante aos holofotes. Desde
que comecei a escrever para televisão, sou acossado por gênios indomáveis.
Dias desses, fui ouvir as mensagens do celular. Uma voz aflita de mulher:
– Preciso falar urgentemente com o senhor.
“É desgraça!”, assustei-me. Digitei o número.
– Quero trabalhar em novela – disse a voz.
Perguntei (já pensando em trucidar quem havia dado o número do meu celular) se tinha experiência
como atriz. Não. Nem curso de interpretação. Apenas uma certeza inabalável de ter nascido para a telinha
mágica. Com calma, tentei explicar que, antes de mais nada, era preciso estudar para ser atriz. Estudar?
Ofendeu-se:
– Obrigada por ser tão grosseiro! e desligou o telefone.
Incrível também é a reação dos familiares. Conheci a mãe de uma moça que dança em um dos
inúmeros conjuntos em que as integrantes rebolam em trajes mínimos. Bastante orgulhosa da pimpolha, a
mãe revelou:
– Quando pequena ela queria ser professora, mas escolheu a carreira artística. Ainda bem!
Comentei, muito discreto:
– É... ela vai longe...
– Nem me fale. Daqui a pouco, vai estar numa novela!
Essa febre de fama me dá calafrios. Fico pensando na reação de grandes artistas como Marília Pêra,
Tony Ramos, Juca de Oliveira diante desse vale-tudo, desse desejo insano por ser famoso a qualquer preço.
(Veja SP, 21.10.1998. Adaptado)
A expressão entre parênteses que substitui aquela destacada no trecho do texto, sem alterar o sentido
original, está em:
(A) Há uma inflação de candidatos a astro e estrela. (Existe uma escassez)
(B) Desde que comecei a escrever para televisão, sou acossado por gênios indomáveis. (artistas muito
experientes)
(C) Perguntei (já pensando em trucidar quem havia dado o número do meu celular)... (decidido a dialogar)
(D) Apenas uma certeza inabalável de ter nascido para a telinha mágica. (convicção irredutível)
(E) ... uma moça que dança em um dos inúmeros conjuntos em que as integrantes rebolam em trajes
mínimos. (vestimentas luxuosas)

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14. (VUNESP / TJ SP Psicólogo – 2017)


Fragmento do texto: Com quase quatro anos, minha filha começa a compreender um elemento fundamental
da existência: o tempo. Meu filho, de dois, não tem a menor ideia de que haja um antes e um depois. Sua
vida é um agora contínuo, uma tela diante da qual passam mamadeira, berço, carrinho, pudim, avó, banho,
Lego, minhoca.
Na frase “Sua vida é um agora contínuo...”, o termo em destaque significa
(A) inconstante.
(B) perene.
(C) imediato.
(D) efêmero.
(E) intermitente.

15. (VUNESP / TJ SP Psicólogo – 2017)

Nas palavras da personagem, o termo “sublime” significa


(A) repreensível.
(B) introspectivo.
(C) comum.
(D) magnífico.
(E) utópico.

16. (VUNESP / TJ SP Escrevente Técnico – 2017)


Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no setor de tecnologia já tinham feito – ele
transferiu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem paredes e divisórias.
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele queria que todos estivessem juntos, para se
conectarem e colaborarem mais facilmente. Mas em pouco tempo ficou claro que Nagele tinha cometido
um grande erro. Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove empregados estavam
insatisfeitos, sem falar do próprio chefe.
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para o escritório aberto, Nagele transferiu a empresa para
um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio espaço, com portas e tudo.

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Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório aberto – cerca de 70% dos escritórios nos Estados
Unidos são assim – e até onde se sabe poucos retornaram ao modelo de espaços tradicionais com salas e
portas.
Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder até 15% da produtividade, desenvolver problemas graves
de concentração e até ter o dobro de chances de ficar doentes em espaços de trabalho abertos – fatores que
estão contribuindo para uma reação contra esse tipo de organização.
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já ouviu colegas do setor de tecnologia dizerem
sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. “Muita gente concorda – simplesmente não aguentam
o escritório aberto. Nunca se consegue terminar as coisas e é preciso levar mais trabalho para casa”, diz ele.
É improvável que o conceito de escritório aberto caia em desuso, mas algumas firmas estão seguindo o
exemplo de Nagele e voltando aos espaços privados.
Há uma boa razão que explica por que todos adoram um espaço com quatro paredes e uma porta: foco. A
verdade é que não conseguimos cumprir várias tarefas ao mesmo tempo, e pequenas distrações podem
desviar nosso foco por até 20 minutos.
Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo, afirma Sally Augustin, psicóloga
ambiental e de design de interiores.
(Bryan Borzykowski, “Por que escritórios abertos podem ser ruins para funcionários.” Disponível
em:<www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 04.04.2017. Adaptado)

O termo privado está em relação de sentido com público, seu antônimo, da mesma forma que estão as
palavras
(A) distraídos e atentos.
(B) improvável e inaceitável.
(C) conectar e interligar.
(D) tradicional e usual.
(E) insatisfeitos e desabonados.

17.
Na frase – É improvável que o conceito de escritório aberto caia em desuso ... (7º parágrafo) – a expressão
em destaque tem o sentido de
(A) mostre-se alterado.
(B) seja substituído.
(C) mereça sanção.
(D) torne-se obsoleto.
(E) sofra censura.

18. (VUNESP / Câmara Várzea Paulista Procurador – 2016)


O fato de a beleza aplicar-se a certas coisas e não a outras, o fato de ser um princípio de discriminação
constituiu, no passado, a sua força e a sua atração. A beleza pertencia à família de ideias que estabelecem

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escalas e casava bem com uma ordem social sem remorsos quanto à posição, classe, hierarquia e ao direito
de excluir.
O que antes havia sido uma virtude do conceito passou a ser o seu defeito. A discriminação, antes uma
faculdade positiva (significava julgamento refinado, padrões elevados, esmero), tornou-se negativa:
significava preconceito, intolerância, cegueira para as virtudes daquilo que não era idêntico a quem julgava.
O movimento mais forte e mais bem-sucedido contra a beleza ocorreu nas artes: beleza — e dar importância
à beleza — era restritivo; como reza a expressão corrente, elitista. Nossas apreciações, assim sentiam,
poderiam ser muito mais inclusivas se disséssemos que algo, em vez de ser belo, era “interessante”.
Claro, quando as pessoas diziam que uma obra de arte era interessante, isso não significava que
necessariamente tivessem gostado — muito menos que a achassem bela. Em geral significava apenas que
achavam que deviam gostar. Ou que gostavam, mais ou menos, embora não fosse bela. Ou podiam definir
algo como interessante a fim de evitar a banalidade de chamá-lo de belo. A fotografia foi a arte em que “o
interessante” triunfou primeiro, e bem cedo: a nova maneira fotográfica de ver propunha que tudo era um
tema potencial para a câmera. O belo não poderia consentir numa gama tão vasta de temas.
O amplo emprego do “interessante” como critério de valor acabou, inevitavelmente, enfraquecendo o seu
gume transgressivo. O que resta da antiga insolência repousa sobretudo no seu desdém pelas consequências
das ações e dos julgamentos. O interessante é, agora, sobretudo uma ideia consumista, vergada sob o peso
da ampliação do seu domínio: quanto mais coisas se tornam interessantes, mais o mercado se expande.
(Susan Sontag. “Uma discussão sobre a beleza”. In Ao mesmo tempo. Trad. Rubens Figueiredo. São Paulo,
Companhia das Letras, 2008. Adaptado)

No texto, são empregadas como sinônimas as palavras


(A) ordem e direito (1º parágrafo).
(B) família e posição (1º parágrafo).
(C) restritivo e elitista (3º parágrafo).
(D) critério e valor (5º parágrafo).
(E) gume e peso (5º parágrafo).

19. (VUNESP / MP SP Analista – 2016)


McLuhan já alertava que a aldeia global resultante das mídias eletrônicas não implica necessariamente
harmonia, implica, sim, que cada participante das novas mídias terá um envolvimento gigantesco na vida dos
demais membros, que terá a chance de meter o bedelho onde bem quiser e fazer o uso que quiser das
informações que conseguir. A aclamada transparência da coisa pública carrega consigo o risco de fim da
privacidade e a superexposição de nossas pequenas ou grandes fraquezas morais ao julgamento da
comunidade de que escolhemos participar.
Não faz sentido falar de dia e noite das redes sociais, apenas em número de atualizações nas páginas e na
capacidade dos usuários de distinguir essas variações como relevantes no conjunto virtualmente infinito das
possibilidades das redes. Para achar o fio de Ariadne no labirinto das redes sociais, os usuários precisam ter
a habilidade de identificar e estimar parâmetros, aprender a extrair informações relevantes de um conjunto
finito de observações e reconhecer a organização geral da rede de que participam.

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O fluxo de informação que percorre as artérias das redes sociais é um poderoso fármaco viciante. Um dos
neologismos recentes vinculados à dependência cada vez maior dos jovens a esses dispositivos é a
“nomobofobia” (ou “pavor de ficar sem conexão no telefone celular”), descrito como a ansiedade e o
sentimento de pânico experimentados por um número crescente de pessoas quando acaba a bateria do
dispositivo móvel ou quando ficam sem conexão com a Internet. Essa informação, como toda nova droga,
ao embotar a razão e abrir os poros da sensibilidade, pode tanto ser um remédio quanto um veneno para o
espírito.

(Vinicius Romanini, Tudo azul no universo das redes. Revista USP, no 92. Adaptado)

As expressões destacadas nos trechos – meter o bedelho / estimar parâmetros / embotar a razão – têm
sinônimos adequados respectivamente em:
(A) procurar / gostar de / ilustrar
(B) imiscuir-se / avaliar / enfraquecer
(C) interferir / propor / embrutecer
(D) intrometer-se / prezar / esclarecer
(E) contrapor-se / consolidar / iluminar

20. (VUNESP / Prefeitura de São Paulo Analista – 2016)


Fragmento do texto: O mundo vive hoje um turbilhão de sentimentos e reações no que diz respeito aos
refugiados. Trata-se de uma enorme tragédia humana, à qual temos assistido pela TV no conforto de nossas
casas.
Imagens dramáticas mostram famílias inteiras, jovens, crianças e idosos chegando à Europa em busca de
um lugar supostamente mais seguro para viver. Embora os refugiados da Síria tenham ganhado maior
destaque, existem ainda os refugiados africanos e os latino-americanos.
Dentro da América Latina, vemos grandes migrações, uma marcha de pessoas que buscam o refúgio, mas
que terminam em uma espécie de exílio.
O Brasil, que sempre se destacou por sua capacidade de acolher diferentes culturas, apresenta uma das
sociedades com maior diversidade. Podemos afirmar nossa capacidade de lidar com o multiculturalismo com
bastante naturalidade, embora, muitas vezes, a questão seja tratada de maneira superficial. Por outro lado,
o preconceito existente, antes disfarçado, deixou de ser tímido e passou a se manifestar de forma aberta e
hostil.
Observe as passagens do texto:
.... O mundo vive hoje um turbilhão de sentimentos e reações... (1º parágrafo); ...
...em busca de um lugar supostamente mais seguro para viver. (2º parágrafo); ...
.... e passou a se manifestar de forma aberta e hostil. (4º parágrafo).
No contexto em que estão empregados, os termos em destaque significam, respectivamente:
a) bonança, provavelmente e manifesta.
b) reviravolta, indubitavelmente e transparente.
c) serenidade, possivelmente e exposta.

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d) intensidade, hipoteticamente e latente.


e) agitação, pretensamente e declarada.

21. (VUNESP / IPSMI Procurador – 2016)

Diante do contexto, é correto concluir que a palavra “trivialidades” significa


a) excentricidades.
b) variedades.
c) especialidades.
d) atrocidades.
e) banalidades.

22. (VUNESP / UNIFESP Técnico Segurança do Trabalho – 2016)

Leia a charge.

As frases da personagem mostram-na como uma pessoa


a) indiferente.
b) resoluta.
c) hesitante.
d) irredutível.
e) intrépida.

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23. (VUNESP / Câmara Marília – SP Procurador Jurídico – 2016)


Uma noite no mar Cáspio
Na semana passada, uma aluna da Sorbonne foi encarregada de fazer um estudo sobre a literatura latino-
americana, mal informada de tudo, inclusive sobre a América Latina. Veio entrevistar algumas pessoas e, não
sei por que, pediu-me que a recebesse para uma conversa que pudesse explicar o Brasil com apenas um
título que serviria de roteiro para o trabalho que deveria apresentar.
Já me pediram coisas extravagantes, recusei algumas, aceitei outras. Aleguei minha incompetência para
titular qualquer coisa.
Mas não quis decepcionar a moça. Pensando na atual crise política, sugeri “Garruchas e punhais” – era o
nome da briga entre os meninos da rua Cabuçu contra os meninos da rua Lins de Vasconcelos. Morei nas
duas e era considerado um espião a soldo de uma ou de outra. O que no fundo era verdade, considerava
idiotas os dois lados.
A moça riu mas não gostou. Todos os países têm garruchas e punhais. Dei outra sugestão: “O mosteiro
de tijolos de feltro”. Ela não gostou – nem eu. Parti então para uma terceira via, por sinal, a mais estúpida.
Pensou um pouco, inicialmente recusou. Olhou bem para mim e aprovou: “Uma noite no mar Cáspio”. Para
meu espanto, ela aceitou.
Acredito que os professores da Sorbonne também gostarão. E eu nem sei onde fica o mar Cáspio, embora
também não saiba onde fica o Brasil.
(Carlos Heitor Cony. Folha de S.Paulo, 26.01.2016. Adaptado)
Observe as passagens do texto:
– Aleguei minha incompetência para titular qualquer coisa. (2° parágrafo);
– Parti então para uma terceira via, por sinal, a mais estúpida. (4° parágrafo);
– Pensou um pouco, inicialmente recusou. (4° parágrafo).
No contexto em que estão empregados, os termos em destaque significam, respectivamente:
a) Justifiquei, Optei e acedeu.
b) Retorqui, Divergi e opôs-se.
c) Objetei, Conclui e obstou.
d) Retruquei, Indiquei e furtou-se.
e) Citei, Passei e enjeitou.

24. (VUNESP / UNESP Assistente Administrativo – 2016)


Uma palavra que substitui a expressão destacada em – A iniciativa começou com frutos e legumes, mas,
pouco a pouco, está se expandindo. –, sem alteração de sentido, é:
a) subitamente.
b) paulatinamente.
c) repentinamente.
d) provavelmente.

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e) impreterivelmente.

25. (VUNESP / UNESP Assistente Administrativo – 2016)


Fragmento do texto: Quando a economia muda de direção, há variáveis que logo se alteram, como o
tamanho das jornadas de trabalho e o pagamento de horas extras, e outras que respondem de forma mais
lenta, como o emprego e o mercado de crédito. Tendências negativas nesses últimos indicadores, por
isso mesmo, costumam ser duradouras.
Daí por que são preocupantes os dados mais recentes da Associação Nacional dos Birôs de Crédito, que
congrega empresas do setor de crédito e financiamento.
Segundo a entidade, havia, em outubro, 59 milhões de consumidores impedidos de obter novos créditos
por não estarem em dia com suas obrigações. Trata-se de alta de 1,8 milhão em dois meses.
Causa consternação conhecer a principal razão citada pelos consumidores para deixar de pagar as dívidas:
a perda de emprego, que tem forte correlação com a capacidade de pagamento das famílias.
Na passagem do 4º parágrafo – Causa consternação conhecer a principal razão citada pelos consumidores...
–, o termo em destaque é sinônimo de
a) indignação
b) irritação.
c) resignação.
d) comoção.
e) satisfação.

26. (VUNESP / UNESP Assistente Administrativo – 2016)


Fragmento do texto: O impacto negativo da disponibilidade de crédito é imediato. O indivíduo não só perde
a capacidade de pagamento mas também enfrenta grande dificuldade para obter novos recursos, pois não
possui carteira de trabalho assinada.
Tem-se aí outro aspecto perverso da recessão, que se soma às muitas evidências de reversão de padrões
positivos da última década – o aumento da informalidade, o retorno de jovens ao mercado de trabalho e a
alta do desemprego.
Na frase do último parágrafo – Tem-se aí outro aspecto perverso da recessão... –, o termo em destaque é
antônimo de
a) indispensável.
b) benévolo.
c) implacável.
d) malvado.
e) contundente.

27. (VUNESP / TJ SP Escrevente Técnico – 2014)


Fragmento do texto: Há teorias evolucionistas que defendem que as sociedades com maior número de
pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo por serem mais capazes de manter a coesão. Pesquisadores

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da atualidade dizem, baseados em estudos, que gestos de gentileza liberam substâncias que proporcionam
prazer e felicidade.
Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas para ser gentil nos dias de hoje. Só consigo associar
a aversão à gentileza à profunda necessidade de ser – ou parecer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas
fragilidades seriam uma vergonha social. Um empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro.
Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável diante da eterna ambivalência humana:
queremos ser bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que você é muito importante. Ou muito
ocupado. Humilhar os que não concordam com suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo.
Como se houvesse um lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no
nosso modelo de felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque ser gentil abala sua autonomia. Enfim,
ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de moda. Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura
rebeldia. Sair por aí exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, esperar alguma
cumplicidade. Deve ser a idade.
As palavras destacadas nas passagens – (I) … as sociedades com maior número de pessoas altruístas
sobreviveram por mais tempo… e (II) É justificável diante da eterna ambivalência humana: queremos ser
bons, mas temos medo… – têm sentido contextual de
(A) (I) coerentes e (II) dualidade.
(B) (I) dedicadas aos semelhantes e (II) ambiência.
(C) (I) dotadas de autonomia e (II) duplicidade.
(D) (I) praticantes da filantropia e (II) ambiguidade.
(E) (I) afáveis e (II) multiplicidade.

28. (VUNESP / TJ SP Escrevente Técnico – 2014)


Palavras, percebemos, são pessoas. Algumas são sozinhas: Abracadabra. Eureca. Bingo. Outras são
promíscuas (embora prefiram a palavra “gregária”): estão sempre cercadas de muitas outras: Que. De. Por.
Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso, por exemplo, tem união estável com a palavra rio – você
dificilmente verá caudaloso andando por aí acompanhada de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa,
que está sempre com a árvore. Perdidamente, coitado, é um advérbio que só adverbia o adjetivo apaixonado.
Nada é ledo a não ser o engano, assim como nada é crasso a não ser o erro. Ensejo é uma palavra que só
serve para ser aproveitada. Algumas palavras estão numa situação pior, como calculista, que vive em
constante ménage(*), sempre acompanhada de assassino, frio e e.
Algumas palavras dependem de outras, embora não sejam grudadas por um hífen – quando têm hífen elas
não são casadas, são siamesas. Casamento acontece quando se está junto por algum mistério. Alguns dirão
que é amor, outros dirão que é afinidade, carência, preguiça e outros sentimentos menos nobres (a palavra
engano, por exemplo, só está com ledo por pena – sabe que ledo, essa palavra moribunda, não iria encontrar
mais nada a essa altura do campeonato).
Esse é o problema do casamento entre as palavras, que por acaso é o mesmo do casamento entre pessoas.
Tem sempre uma palavra que ama mais. A palavra árvore anda com várias palavras além de frondosa. O
casamento é aberto, mas para um lado só. A palavra rio sai com várias outras palavras na calada da noite:
grande, comprido, branco, vermelho – e caudaloso fica lá, sozinho, em casa, esperando o rio chegar, a comida
esfriando no prato.

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Um dia, caudaloso cansou de ser maltratado e resolveu sair com outras palavras. Esbarrou com o abraço
que, por sua vez, estava farto de sair com grande, essa palavra tão gasta. O abraço caudaloso deu tão certo
que ficaram perdidamente inseparáveis. Foi em Manuel de Barros. Talvez pra isso sirva a poesia, pra desfazer
ledos enganos em prol de encontros mais frondosos.
(Gregório Duvivier, Abraço caudaloso. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 02 fev
2015. Adaptado)
(*) ménage: coabitação, vida em comum de um casal, unido legitimamente ou não.

A partir da ideia de que palavras “são pessoas”, o autor atribui às palavras caracterização própria de
humanos. É correto afirmar que, nesse procedimento, ele emprega
(A) palavras em sentido figurado.
(B) palavras de gíria de jovens.
(C) termos de uso regional.
(D) expressões de vocabulário técnico.
(E) palavras ainda não dicionarizadas.

29.
No segundo parágrafo, o autor aponta combinações de palavras que geram as expressões “erro crasso” e
“aproveitar o ensejo”. Os termos nelas destacados significam, respectivamente,
(A) premeditado e tempo.
(B) grosseiro e ocasião.
(C) imprevisto e dia.
(D) calculado e companhia.
(E) clássico e oportunidade.

30. (VUNESP / TJ SP Escrevente Técnico – 2014)


O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito
às ameaças da injustiça – e isso perdurará enquanto o mundo for mundo –, ele não poderá prescindir da
luta. A vida do direito é a luta: luta dos povos, dos governos, das classes sociais, dos indivíduos.
Todos os direitos da humanidade foram conquistados pela luta; seus princípios mais importantes tiveram de
enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham; todo e qualquer direito, seja o direito de um povo,
seja o direito do indivíduo, só se afirma por uma disposição ininterrupta para a luta. O direito não é uma
simples ideia, é uma força viva. Por isso a justiça sustenta numa das mãos a balança com que pesa o direito,
enquanto na outra segura a espada por meio da qual o defende. A espada sem a balança é a força bruta, a
balança sem a espada, a impotência do direito. Uma completa a outra, e o verdadeiro estado de direito só
pode existir quando a justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade com que manipula a balança.
O direito é um trabalho sem tréguas, não só do Poder Público, mas de toda a população. A vida do direito
nos oferece, num simples relance de olhos, o espetáculo de um esforço e de uma luta incessante, como o
despendido na produção econômica e espiritual. Qualquer pessoa que se veja na contingência de ter de

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sustentar seu direito participa dessa tarefa de âmbito nacional e contribui para a realização da ideia do
direito.
É verdade que nem todos enfrentam o mesmo desafio. A vida de milhares de indivíduos desenvolve-se
tranquilamente e sem obstáculos dentro dos limites fixados pelo direito. Se lhes disséssemos que o direito é
a luta, não nos compreenderiam, pois só veem nele um estado de paz e de ordem.
(Rudolf von Ihering, A luta pelo direito)

Deve-se concluir, com base nas ideias do autor, que a balança e a espada sustentadas pela justiça simbolizam,
respectivamente,
(A) pacificação e insubordinação.
(B) solenidade e coerção.
(C) ponderação e proteção.
(D) persuasão e perenidade.
(E) mediação e brutalidade.

31.
As palavras destacadas no 2º parágrafo – ininterrupta e habilidade – têm antônimos corretos,
respectivamente, em:
(A) insistente e descaso.
(B) desinteressada e imperícia.
(C) interminável e destreza.
(D) feroz e presteza.
(E) descontinuada e inaptidão.

32. (VUNESP / PM SP Soldado – 2015)


Fragmento do texto: Ainda que virais, a gripe e o resfriado têm diferenças. Segundo o médico Drauzio Varela,
o resfriado é menos intenso e caracteriza-se por coriza, cabeça pesada e irritação na garganta. Mais brando,
pode provocar febres isoladas, que não ultrapassam 38,5 graus. A gripe pode derrubar a pessoa por alguns
dias, requer repouso, boa hidratação e, com a orientação profissional, uso de analgésicos e antitérmicos.
A forma verbal requer, destacada no parágrafo, está corretamente substituída, sem alteração da mensagem,
por:
a) delata.
b) restitui.
c) exige.
d) previne.
e) prescinde.

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33. (Consulplan / CEAGESP Advogado)


Segundo o texto, entre a refrigeração e os fruticultores há uma:
A) Oposição ideológica. B) Semelhança espacial.
C) Utilização benéfica e maléfica. D) Ausência de utilidade.
E) Utilização desnecessária.

34. (Consulplan / CEAGESP Advogado)


O emprego das aspas no segundo parágrafo:
A) Ressalta a importância da nova técnica.
B) Serve para ressaltar a fala do autor da reportagem.
C) Serve para ressaltar a fala do pesquisador.
D) Serve para complementar a reportagem.
E) Explica o que é o aquecimento intermitente.

35. (Consulplan / CEAGESP Advogado)


“No começo é difícil, pois muitos apresentam resistências às novidades”. Pelo processo da intertextualidade
a alternativa que contém uma citação com o mesmo valor semântico do período acima é:
A) “À mente apavora o que ainda não é mesmo velho”.
B) “...o horror de um progresso vazio”
C) “Oh! Mundo tão desigual! De um lado esse carnaval, de outro a fome total”.
D) “Foste um difícil começo”.
E) “Como vai explicar vendo o céu clarear sem lhe pedir licença”.

36. (Consulplan / CEAGESP Advogado)


Assinale a frase em que o vocábulo destacado tem seu antônimo corretamente indicado:
A) “A refrigeração é uma questão delicada para os fruticultores”: difícil
B) “ ... se a exposição ao frio for prolongada”: rápida
C) “ O frio faz com que a fruta fique vulnerável à ação de substâncias...” : desamparados
D) “Acho que facilitará bastante nossa vida.”: suficientemente
E) “No começo é difícil, pois muitos apresentam resistência às novidades...”: empecilho.

37. (Consulplan / CEAGESP Advogado)


“Para o produtor de pêssegos Waldir Parise, isso será muito válido...” A palavra sublinhada nessa frase tem
como referente:
A) “... a temperatura da água e a duração do mergulho...”
B) “A refrigeração é uma questão delicada para os fruticultores”.

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C) “ ... o produto crie resistência ao frio e não seja danificado”.


D) “Essa contradição, entretanto, está com os dias contados”.
E) “ ... aumenta a conservação em até 50% do tempo...”

38. (VUNESP / ISS Guarulhos – Inspetor Fiscal 2019)

(Charles M. Schulz. Minduim. O Estado de S. Paulo, 29.03.2018. http://cultura.estadao.com.br)

Considerando a organização do conteúdo nos balões de cada quadrinho, pode-se afirmar que no segundo,
no terceiro e no quarto quadrinhos são expressos, respectivamente,
(A) um projeto, uma reprovação e uma reclamação.
(B) uma indagação, uma recordação e um gracejo.
(C) um ideal, um alerta e um lamento.
(D) um desejo, uma retificação e uma crítica.
(E) uma constatação, uma recomendação e um deboche..

39. (VUNESP / ISS Guarulhos – Inspetor Fiscal 2019)


A arte mostra-se presente na história da humanidade desde os tempos mais remotos. Sem dúvida, ela
pode ser considerada como sendo uma necessidade de expressão do ser humano, surgindo como fruto da
relação homem/mundo.
Por meio da arte a humanidade expressa suas necessidades, crenças, desejos, sonhos. Todos têm uma
história, que pode ser individual ou coletiva. As representações artísticas nos oferecem elementos que
facilitam a compreensão da história dos povos em cada período.
(Rosane K. Biesdorf e Marli F. Wandscheer. Arte, uma necessidade humana: função social e educativa. Itinerarius reflectionis.)

De acordo com o texto, a arte caracteriza-se como


(A) a maneira de o homem fugir à realidade refugiando-se em um passado glorioso.
(B) um documento de produção coletiva com o fim de registrar objetivamente a história.
(C) um meio de expressão que revela como o homem vive ao longo da história.
(D) uma linguagem universal, que anula as diferenças entre os povos de cada período.
(E) o principal modo de uma geração acessar registros históricos da geração que a antecede.

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Roma
O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. É pessoal e grandioso, popular e intelectual,
tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma ousadia dos
movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960. O título, uma referência a Colonia Roma, bairro
da Cidade do México, também remete a Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo do neorrealismo italiano
assinado por Roberto Rossellini.
Ao revisitar a própria memória, o cineasta Alfonso Cuarón escolhe olhar para Cleo, a empregada, de
origem indígena, de uma família branca de classe média. Resgata, assim, não apenas os seus anos de
formação, mas todas as particularidades do passado do país. O México no início dos anos 1970 fervilhava
entre revoluções sociais e a influência da cultura estrangeira. Cleo, porém, se mantinha ingênua, centrada
nas suas obrigações: lavar o pátio, buscar as crianças na escola, lavar a roupa, colocar os pequenos para
dormir.
Até que tudo se transforma. A família perfeita desmorona, com o pai que sai de casa, a mãe que não
se conforma com o fim do casamento e os filhos jogados de um lado para o outro na confusão dos adultos.
Enquanto isso, Cleo se apaixona, engravida, é enganada e deixada à própria sorte. Duas mulheres de
diferentes origens compartilham a dor do abandono. Juntas, reencontram a resiliência que segura o mundo
frente às paixões autocentradas.
O cineasta, que além da direção e do roteiro assina a fotografia e a montagem (ao lado de Adam
Gough), retrata sua história, entrelaçada com a de seu país, como se na vida adulta reencontrasse o olhar da
infância, cujo fascínio por cada descoberta aumenta o tamanho e a importância de tudo.
O que Cuarón faz em Roma é raro. São camadas e camadas sobrepostas para reproduzir a
complexidade do seu imaginário afetivo e das relações sociais de um país. Entre muitas inspirações,
referências e técnicas, sua assinatura está na sinceridade com que olha para si mesmo e para os seus
personagens, encontrando beleza e verdade no que muitos menosprezam. Esse é um filme simples e
complicado, como a própria vida.
(Natália Bridi. Omelete. 11.01.2019. www.omelete.com.br. Adaptado)

40. (VUNESP / ISS Guarulhos – Inspetor Fiscal 2019)


De acordo com a autora, a singularidade da linguagem que Alfonso Cuarón adota em Roma está
(A) na comicidade da caracterização de personagens pouco realistas e até caricaturais.
(B) na indignação com que o cineasta denuncia a desigualdade entre as classes sociais.
(C) no orgulho nacionalista com que se apresentam momentos cruciais da história do México.
(D) na sinceridade do relato, valorizando o que para muitos costuma passar despercebido.
(E) no modo irrealista com que os dramas das personagens femininas são resolvidos.

41. (VUNESP / ISS Guarulhos – Inspetor Fiscal 2019)


Uma característica do filme Roma destacada no texto diz respeito à
(A) utilização da narrativa de cunho jornalístico.
(B) fusão da história pessoal com a coletiva.
(C) impessoalidade com que é realizado o relato.
(D) caracterização da mulher indígena como insubordinada.

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(E) denúncia do relacionamento abusivo entre patroa e empregada.

O futuro do trabalho
Foi lançado nesse mês, em meio às celebrações do centenário da Organização Internacional do
Trabalho (OIT), o relatório da comissão global sobre o futuro do trabalho, que tive a honra de integrar. O que
o texto revela é uma visão centrada em políticas públicas para enfrentar desafios que o século trouxe para a
humanidade.
Frente à chamada revolução industrial 4.0, ao envelhecimento da população e à mudança climática,
a resposta aparece na forma de programas para evitar o crescimento da desigualdade e melhorar a
preparação das gerações futuras e o conceito de uma sociedade ativa ao longo da vida.
É importante lembrar que, segundo pesquisadores, haverá em poucos anos a extinção de profissões
e de tarefas dentro de várias ocupações, diante da automação e da robotização aceleradas. Outras serão
criadas, demandando, porém, competências distintas das que estavam em alta até pouco tempo. O cenário
exige grande investimento nas pessoas. Por isso, o relatório clama por uma agenda econômica centrada em
seres humanos, especialmente uma ampliação em suas capacidades.
Isso envolve trabalhar com o conceito de aprendizagem ao longo da vida, ou seja, desde a primeira
infância, a fim de desenvolver competências basilares, necessárias para promover autonomia para que todos
possam aprender a aprender.
Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas, teremos que nos
reinventar continuamente, passando a desempenhar atividades que demandam capacidade de resolução
criativa e colaborativa de problemas complexos, reflexão crítica e maior profundidade de análise.
Teremos também que contar com um ecossistema educacional que inclua modalidades ágeis de
cursos para capacitação, recapacitação e requalificação. A certificação de conhecimentos previamente
adquiridos ganha força e sentido de urgência, além de um investimento maior em escolas técnicas e
profissionais que fomentem a aquisição das competências necessárias não só para exercer uma profissão
específica, mas também para obter outra rapidamente, se necessário.
(Claudia Costin. Folha de S.Paulo, 25.01.2019. Adaptado)

42. (VUNESP / Prefeitura de Itapevi -SP Agente de Administração Pública 2019)


Segundo o texto, a reivindicação por uma agenda econômica centrada na ampliação das capacidades
humanas deve-se à
(A) recente adoção de políticas públicas educacionais direcionadas ao enfrentamento dos desafios impostos
pelas transformações nos modos de produção.
(B) necessidade de encontrar soluções que possam minimizar o impacto dos problemas sociais para a
população mais idosa que têm origem no desemprego.
(C) emergência de se adotarem medidas para conter o processo acelerado de automação e de robotização,
responsável pelo avanço das mudanças climáticas.
(D) demanda pelo desenvolvimento de novas competências, diante da previsão do fim de ocupações em
decorrência da intensa automação e robotização.

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(E) necessidade de aceleração da automação da indústria nacional, indispensável para atender a demanda
de um mercado consumidor em crescimento constante.

43. (VUNESP / Prefeitura de Itapevi -SP Agente de Administração Pública 2019)


Segundo a autora, uma preparação eficiente para o contexto de trabalho em que antigas profissões serão
extintas enquanto outras serão criadas envolve
(A) o trabalho constante de pesquisa voltada para a identificação das profissões com potencial para serem
extintas e daquelas que permanecerão em alta.
(B) o desenvolvimento da consciência política sobre a necessidade da adoção de medidas para fazer frente
aos novos desafios impostos à humanidade.
(C) o reconhecimento do nível de capacitação pessoal, o que impõe aceitar desempenhar desde atividades
mais básicas até aquelas que dependem de reflexão crítica.
(D) a capacidade de reinventar-se continuamente, fundamental para o desempenho de atividades que
requerem reflexão crítica e aptidão para resolução de problemas.
(E) um sistema educacional que despreze os conhecimentos prévios dos estudantes e direcione o ensino à
capacitação deles para desempenhar uma única profissão.
O Marajá
A família toda ria de dona Morgadinha e dizia que ela estava sempre esperando a visita de alguém
ilustre. Dona Morgadinha não podia ver uma coisa fora do lugar, uma ponta de poeira em seus móveis ou
uma mancha em seus vidros e cristais. Gemia baixinho quando alguém esquecia um sapato no corredor, uma
toalha no quarto ou – ai, ai, ai – uma almofada fora do sofá da sala. Baixinha, resoluta, percorria a casa com
uma flanela na mão, o olho vivo contra qualquer incursão do pó, da cinza, do inimigo nos seus domínios.
Dona Morgadinha era uma alma simples. Não lia jornal, não lia nada. Achava que jornal sujava os
dedos e livro juntava mofo e bichos. O marido de dona Morgadinha, que ela amava com devoção apesar do
seu hábito de limpar a orelha com uma tampa de caneta Bic, estabelecera um limite para sua compulsão por
limpeza. Ela não podia entrar em sua biblioteca. Sua jurisdição acabava na porta. Ali dentro só ele podia
limpar, e nunca limpava. E, nas raras vezes em que dona Morgadinha chegava à porta do escritório proibido
para falar com o marido, esse fazia questão de desafiá-la. Botava os pés em cima dos móveis. Atirava os
sapatos longe. Uma vez chegara a tirar uma meia e jogar em cima da lâmpada só para ver a cara da mulher.
Sacudia a ponta do charuto sobre um cinzeiro cheio e errava deliberadamente o alvo. Dona Morgadinha
então fechava os olhos e, incapaz de se controlar, lustrava com a sua flanela o trinco da porta.
(Luis Fernando Veríssimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. Adaptado)

44. (VUNESP / Prefeitura de Itapevi -SP Agente de Administração Pública 2019)


A expressão presente no texto que melhor sintetiza a principal característica da personagem dona
Morgadinha é:
(A) ... sempre esperando a visita... (C) Não lia jornal, não lia nada. (E) ... incapaz de se controlar...
(B) Gemia baixinho... (D) ... compulsão por limpeza.
Ao filósofo americano Daniel Dennett, os editores da revista Edge perguntaram: “Em 2013, o que deve nos
preocupar?”. Ele contou que em 1980 se temia que a revolução do computador aumentasse a distância entre
os países ricos “do Ocidente” e os países pobres, que não teriam acesso à nova tecnologia e a seus aparelhos.
A verdade é que a informática criou fortunas enormes, mas permitiu também a mais profunda disseminação

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niveladora da tecnologia que já se viu na história. “Celulares e laptops e, agora, smartphones e tablets
puseram a conectividade nas mãos de bilhões”, afirmou Dennett.
O planeta, segundo o filósofo, ficou mais transparente na informação como ninguém imaginaria há 40 anos.
Isso é maravilhoso, disse Dennett, mas não é o paraíso. E citou a lista daquilo com que devemos nos
preocupar: ficamos dependentes e vulneráveis neste novo mundo, com ameaças à segurança e à
privacidade. E sobre as desigualdades, ele disse que Golias ainda não caiu; milhares de Davis*, porém, estão
rapidamente aprendendo o que precisam. Os “de baixo” têm agora meios para confrontar os “de cima”. O
conselho do filósofo é que os ricos devem começar a pensar em como reduzir as distâncias criadas pelo poder
e pela riqueza de poucos.
* referência ao episódio bíblico em que Davi, aparentemente mais fraco, derrota o gigante Golias.
(Míriam Leitão. História do futuro: o horizonte do Brasil no século XXI. Rio de Janeiro, Intrínseca, 2015)

45. (VUNESP / Câmara de Vereadores de Piracicaba-SP Jornalista 2019)


De acordo com o exposto, Daniel Dennett
(A) demonstra receio de que a informática venha a aumentar a distância entre os países ricos e os países
pobres.
(B) refuta a ideia de que a tecnologia permitiu que um número pequeno de pessoas enriquecesse.
(C) defende que a revolução tecnológica criou oportunidades para que os mais pobres lutem pela
diminuição das desigualdades.
(D) argumenta que o acesso democrático à tecnologia inviabiliza a transparência da informação.
(E) acredita que o fim da desigualdade social está a cargo da população mais pobre, que hoje tem acesso
irrestrito à tecnologia.

46. (VUNESP / Câmara de Vereadores de Piracicaba-SP Jornalista 2019)


Articulam-se na composição da temática central do texto as seguintes noções:
(A) filosofia e verdade. (C) planeta e paraíso.
(B) riqueza e sorte. (D) preocupação e informática.

47. (VUNESP / Câmara de Vereadores de Piracicaba-SP Jornalista 2019)


A expressão que apresenta sentido correspondente ao de desigualdades, no texto, é:
(A) revolução do computador. (1o parágrafo)
(B) disseminação niveladora da tecnologia. (1º parágrafo)
(C) conectividade nas mãos de bilhões. (1º parágrafo)
(D) ameaças à segurança e à privacidade. (2º parágrafo)
(E) distâncias criadas pelo poder e pela riqueza de poucos. (2º parágrafo)
Com Bernardo, Lenine e Grassi, num sábado de outono, no Inhotim
“Sabe de uma coisa? Nós vivemos muito pouco”, disse Bernardo. Lenine tocou de leve em seu
antebraço, e concordou, emendando com uma história da Dona Terezinha, vizinha de seu sítio no Vale das
Videiras, em Petrópolis, onde instalou o seu orquidário. Ela tem uma sapucaia, que produz um ouriço usado
no cultivo de algumas espécies. Bateu na sua casa:

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– Dona Terezinha, eu vi que a senhora tem uma sapucaia. A senhora pode me ceder uma muda?
Preciso do ouriço para algumas orquídeas.
– Posso! Mas quem planta sou eu.
Dona Terezinha colheu a muda, levou, plantou, fez a reza e molhou. Ia embora, ouviu, pelas costas:
– Dona Terezinha, muito obrigado. Mas quando é que vou poder colher o ouriço?
Pensou, coçou a cabeça, e... “daqui a uns 60 ou 70 anos, meu filho”.
Uma longa gargalhada explodiu na mesa. O show do Lenine em Inhotim, neste sábado, trouxe um
sopro de vida eterna ao ambiente. A conversa pausada, cheia de casos e histórias, era observada por Grassi
com atenção. Inhotim está vivo, cada vez mais vivo, era a mensagem, era o astral no meio daquele paraíso
que de perdido não tem nada.
Lembrando a polêmica sobre a filosofia, Lenine mandou:
– Aristóteles jogou a toalha. No final da vida, depois de tanta filosofia, escreveu que o mais
importante era rir.
E se o riso precede a felicidade e, com ela, os hormônios da longevidade, viveremos um pouco mais
depois deste sábado musical e iluminado de outono, em Inhotim.
Com a noite chegando, os corações se juntaram naquela mesa. A vegetação nos acolheu, luz e sombra
bordando os contrastes, pensamentos voando. Um sombrio Bernardo se revelou. Retirado desde os últimos
acontecimentos, vive serenando as reflexões, salvando lembranças. Mas não desiste do sonho:
– Com o rompimento da barragem, tivemos que reduzir custos. Outro dia descobri que acabaram
com o Coral e a Orquestra formada por gente da região. Mandei voltar. Tem coisa que não pode cancelar.
Bernardo, neste ponto, se afasta da gestão e olha para a transcendência da arte como solução. Não
adianta cortar custo de coisas que são para sempre. Música, canto, arte. O Inhotim tem, agora,
responsabilidade dobrada: a revitalização de toda uma região devastada pela tragédia.
(Afonso Borges. https://blogs.oglobo.globo.com, 28.04.2019. Adaptado)

48. (VUNESP / Câmara de Vereadores de Piracicaba-SP Jornalista 2019)


Uma leitura adequada do texto em sua totalidade permite concluir que o título
(A) chama a atenção para um encontro corriqueiro e de ocorrência sazonal.
(B) expõe uma crítica à indiferença dos artistas citados quanto à beleza natural de Inhotim.
(C) prenuncia um discurso impessoal sobre os atributos naturais de Inhotim.
(D) antecipa um depoimento de cunho intimista, baseado na memória do autor.
(E) destaca o encanto do autor diante da qualidade técnica do show de Lenine.

49. (VUNESP / Câmara de Vereadores de Piracicaba-SP Jornalista 2019)


Com relação ao conteúdo que o antecede no penúltimo parágrafo, o comentário – Tem coisa que não pode
cancelar. – exprime uma
(A) justificativa. (C) síntese. (E) concessão.
(B) ressalva. (D) consequência.

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5 – GABARITO

1. A
2. E 18. C 34. C
3. E 19. B 35. A
4. B 20. E 36. B
5. E 21. E 37. C
6. A 22. C 38. C
7. B 23. E 39. D
8. B 24. B 40. D
9. C 25. D 41. B
10. E 26. B 42. D
11. B 27. D 43. D
12. B 28. A 44. D
13. D 29. B 45. C
14. B 30. C 46. D
15. D 31. E 47. E
16. A 32. C 48. D
17. D 33. C 49. A

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