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De
Investimento
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ANGOLA
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Índice
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· Imposto de Consumo – pág. 37
· Direitos Aduaneiros – pág. 37
· Imposto de Sisa – pág. 38
· Imposto de Selo – pág. 38
· Tributação na Indústria Mineira e Petrolífera – pág. 38
1. Arbitragem – pág. 50
2. Contencioso Judicial – pág. 50
3. Revisão de Sentença Estrangeira – pág. 54
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I. FBL ADVOGADOS
QUEM SOMOS
O escritório está situado no centro da cidade de Luanda, na Rua dos Enganos, n.º 1, 7º
e 8º andar (no gaveto com o Largo do Kinaxixi), ocupando uma área superior a 600m2.
Abrimos em 2010 o nosso escritório em Benguela e, além disso, temos prestado
serviços também nas províncias de Cabinda, Huíla, Namibe, Huambo, Malange e
outras.
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A FBL é assistida por consultores e colaboradores, em regime não permanente,
especializados em diferentes áreas de conhecimento, nomeadamente em matéria de
economia, estatística, gestão e ambiente.
A FBL trabalha, ainda, em parceria ou colaboração com escritórios de advogados em
África, Ásia, Europa e América. Em Portugal, em especial, a FBL trabalha em estreita
parceria com a Abreu Advogados, numa relação que se baseia no intercâmbio de
clientes e conhecimentos, e ainda no acompanhamento conjunto de clientes em
Angola e em Portugal, de modo a assegurar aos nossos clientes o mesmo rigor e
profissionalismo em qualquer dos dois países.
· Negociações e contratos
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(v) Direito Administrativo
· Contratos de trabalho
· Negociações de trabalho
· Regulamentos internos
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A FBL tem uma grande capacidade de resposta em resultado do facto de os seus
advogados terem capacidade de trabalhar em várias línguas, incluindo inglês e francês.
Por todas as razões que antecedem, a FBL constitui uma garantia da qualidade dos
trabalhos que os clientes pretendem que lhe sejam prestados.
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A nossa experiência: Os principais clientes da FBL são sociedades e instituições
públicas e privadas angolanas e estrangeiras, nomeadamente da África do Sul,
Namíbia, EUA, Brasil, Portugal, França, Holanda, Reino Unido, Japão, China, Coreia,
Índia e Austrália.
60% do território é formado por planaltos de 1.000 a 2.000m com uma densa e
extensa rede hidrográfica, com clima tropical
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A Língua Oficial é o português, para além de diversas línguas nacionais (dialectos),
sendo as mais faladas: o Kikongo, Kimbundo, Tchokwe, Umbundo, Mbunda,
Kwanyama, Nhaneca, Fiote e Nganguela.
A moeda oficial é o Kwanza (AKZ) mas, para além do Kwanza, figura também como
moeda comercial o Dólar americano (US$).
Para entrar em território angolano, todo cidadão estrangeiro não residente precisa de
um visto de entrada.
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Angola é uma democracia multipartidária com um regime presidencial. O actual
Presidente é José Eduardo dos Santos. O executivo é constituído por um Conselho de
Ministros nomeado pelo Presidente da República. A Assembleia Nacional possui 220
lugares e os seus membros são eleitos por votação proporcional para um mandato de
quatro anos.
Investimentos abaixo de US$ 1.000.000 mas superiores a US$ 500.000 estão fora do
âmbito de aplicação a Lei do Investimento Privado (LIP), sendo-lhes aplicável a lei
cambial nos termos que vierem a ser regulados pelas entidades competentes. De
momento aguarda-se a aprovação de regulamentação sobre esta matéria pelo que
ainda não é possível recorrer a este regime. Uma coisa no entanto é certa e decorre já,
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directamente, da LIP – investimentos neste valor não conferirão aos investidores em
causa direito à repatriação de dividendos.
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§ Estudo de viabilidade técnica, económica e financeira do projecto de
investimento;
§ Procuração para o subscritor da proposta;
§ Documentos relativos ao investidor:
§ Estatutos;
§ Registo comercial;
§ Passaporte
§ Registo Criminal
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§ Deliberação aprovando a aquisição de participações sociais;
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Embora seja visível o esforço da ANIP para cumprir os prazos previstos na lei, nem
sempre eles são cumpridos, por vezes também por culpa do investidor, a quem cabe o
impulso do processo e a apresentação da documentação e informação solicitada
completa.
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investimento, acompanhado do cronograma de implementação do
projecto, da proposta sobre as facilidades e incentivos a conceder e do
projecto de contrato de investimento, para decisão por parte do órgão
competente para aprovação que será:
6. Uma vez aprovado o projecto, este deverá ser devolvido à ANIP para a
assinatura do contrato, registo da operação de investimento e emissão do
Certificado de Registo de Investimento Privado no prazo de 15 dias a contar
da aprovação.
7. Não sendo o projecto aprovado esta decisão deve ser formalmente
comunicada pela ANIP ao proponente investidor, com indicação precisos
dos motivos que sustentaram a rejeição.
8. Emitido o CRIP, a ANIP remete ao BNA cópia do CRIP e de todos os demais
elementos pertinentes, para que este licencie as respectivas operações de
importação dos capitais, no prazo máximo de 15 dias.
9. Segue-se a Importação dos capitais pelo investidor, através de um banco
comercial angolano, no prazo de 90 dias, e, se o projecto assim previr, a
importação dos equipamentos previstos no projecto de investimento.
10. Constituição da sociedade comercial, através de escritura pública (ou
aquisição das participações sociais em sociedade comercial angolana).
11. Publicação do pacto social e registos (comercial, fiscal e estatístico);
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A execução do projecto de investimento deve ter início dentro do prazo fixado no CRP
e no contrato de investimento3.
2. REPATRIAMENTO DE CAPITAIS
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Em casos devidamente fundamentados e mediante pedido do investidor privado, este
prazo poderá ser prorrogado pela ANIP, com a autorização do órgão competente para a
aprovação do projecto.
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concedidos, do prazo do investimento, dos lucros efectivamente realizados, do
impacto sócio-económico do investimento e da sua influência na diminuição das
assimetrias regionais, bem como do impacto do repatriamento dos lucros e dividendos
na balanças de pagamentos angolana.
Estes limites não são contudo, aplicáveis aos projectos de investimento considerados
como altamente relevantes para o desenvolvimento estratégico da economia
angolana, tendo em conta o sector de actividade em causa, o local e o valor do
investimento e o seu papel na redução das assimetrias regionais. A estes projectos
poderá, mediante negociação com a CNFI ser atribuído um regime de repatriação de
capitais diferenciado.
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3. INCENTIVOS FISCAIS ÀS OPERAÇÕES DE INVESTIMENTO
Contrariamente ao que sucedia ao abrigo da anterior lei, actual LIP é clara ao definir
que a concessão de incentivos e facilidades tem carácter excepcional (a concessão não
é automática e os incentivos e facilidades não têm duração ilimitada no tempo).
Para beneficiar dos incentivos fiscais o investidor deverá ter a sua contabilidade
devidamente organizada e certificada por um auditor externo.
a. Agricultura e pecuária;
b. Indústria transformadora;
c. Infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias, portuárias e aeroportuárias;
d. Telecomunicações, e tecnologias de informação;
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e. Indústria de pesca e derivados, incluindo a construção de embarcações e
redes;
f. Energia e águas;
g. Habitação social;
h. Saúde e educação;
i. Hotelaria e Turismo.
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Relativamente a incentivos e benefícios fiscais, considerando as zonas de
desenvolvimento definidas pela lei, teremos como possíveis incentivos e benefícios os
seguintes:
Imposto Industrial
Havendo redução da taxa do imposto, esta nunca poderá ser superior a 50%.
Imposto de SISA
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investimentos de valor igual ou superior a 20.000.000 ou que criem um mínimo de 500
postos de trabalho para cidadãos nacionais.
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IV. PRINCIPAIS FORMAS DE REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
1. Caracterização das Sociedades por Quotas: As sociedades por quotas devem ter
pelo menos 2 sócios e um capital social mínimo equivalente a US$ 1.000 divididas
por quotas que podem ter valores diferentes mas nunca serem inferiores a US$
100.
Os sócios não respondem para com os credores sociais mas apenas para com a
sociedade. Cada sócio responde imediatamente pela realização da sua própria
entrada e , subsidiariamente, por todas as entradas convencionadas no contrato de
sociedade.
A gestão e administração da sociedade são atribuídas a um ou mais gerentes que
podem ser ou não sócios.
Um dos inconvenientes deste tipo de sociedades é a menor mobilidade das
participações sociais. Para a transferência de quotas (entre os sócios ou para
terceiros) é normalmente exigível a autorização da sociedade e dos restantes
sócios (que, em regra, gozam do direito de preferência), e só pode ser feita
mediante escritura pública de alteração do pacto social a que se segue a publicação
no Diário da República e actualização dos registos.
2. Caracterização das Sociedades Anónimas: As sociedades anónimas devem ser
constituída pelo menos por 5 accionistas (excepto nos casos em que o Estado ou
entidades públicas detêm a maioria do capital, caso em que o número mínimo de
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accionistas é de 2) e o capital social mínimo correspondente a US$ 20.000,
incorporados em títulos de acções, mais ou menos livres e facilmente negociáveis.
Todas as acções devem ter o mesmo valor nominal, sendo o valor mínimo o
equivalente em Kwanzas a US$ 5,00.
A responsabilidade dos accionistas é limitada ao valor das acções que
subscreverem.
A gestão e administração da sociedade são atribuída a um Conselho de
Administração, com um número impar de membros. Por outro lado, um órgão
interno de fiscalização deve ser, obrigatoriamente, criado.
A transmissão das acções não estão sujeitas a forma especial dependendo apenas
de se tratar de acções ao portador ou nominativas. No primeiro caso a transmissão
opera-se pela simples entrega dos títulos ao adquirente e no segundo caso
efectua-se pelo endosso no respectivo título a favor adquirente, devendo ser
comunicada à sociedade para efeitos de registo no competente livro de acções.
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4. Caracterização das Sucursais: o escritório de representação é uma forma de
representação directa de uma sociedade estrangeira em Angola, com capacidade
jurídica para praticar actos de comércio de qualquer natureza.
A “sociedade-mãe” assume responsabilidade ilimitada pelas obrigações assumidas ou
imputadas à sucursal que resultem de actos jurídicos praticados por esta.
As sucursais não têm órgãos sociais ou órgãos de representação próprios e a sua
administração é confiada a um procurador cujos poderes resultam de procuração
emitida pela “sociedade-mãe”.
De acordo com a Lei das Sociedades Comerciais quem deseje exercer a sua actividade
em Angola por um período superior a um ano terá que estabelecer uma representação
permanente.
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(iii) Escritura Pública: A escritura pública deve ser instruída pelos
seguintes documentos: CRIP - Certificado de Registo do
Investimento Privado; licença de importação de capitais; minuta do
pacto social (em papel e “pen drive”); certificado de admissibilidade
da denominação social; documento de Identificação dos sócios; e
documento comprovativo do depósito do capital social;
(iv) Publicação no Diário da República: o pedido de publicação deve ser
acompanhado de uma certidão da escritura de constituição;
(v) Registo Estatístico: o pedido deve ser acompanhado de uma cópia
da certidão da escritura pública e o formulário devidamente
preenchido;
(vi) Inscrição Fiscal: O pedido de inscrição é instruído por uma cópia da
certidão da escritura de constituição e pela documentação dos
sócios. Apôs o registo, os sócios devem proceder ao pagamento do
imposto referente ao início de actividade.
(vii) Registo Comercial: o pedido de registo deve ser instruído pelos
seguintes documentos: certidão da escritura de constituição; cópia
do numero de identificação fiscal; comprovativo do pagamento do
imposto referente ao inicio de actividade e Diário da República com
a publicação dos estatutos ou em alternativa o comprovativo do
pedido de publicação e documento de identificação dos referidos
sócios.
(B) Constituição de uma Sucursal:
(i) Obtenção do Certificado de admissibilidade de firma;
(ii) Deposito Notarial dos estatutos da sociedade no país de origem: o
pedido de deposito: procuração em nome do representante legal
(devidamente traduzida e certificada pelo Consulado angolano);
documento de Identificação do representante legal da sociedade;
escritura de constituição da sociedade no país de origem
(devidamente traduzida e certificada pelo Consulado angolano);
certificado de conformidade da constituição da sociedade no país de
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origem (emitido pelo Consulado angolano nesse país); acta
deliberativa de autorização da abertura da sucursal em Angola
(devidamente traduzida e certificada pelo Consulado angolano);
CRIP - Certificado de Registo do Investimento Privado; Licença de
Importação de Capitais;
(iii) Publicação no Diário da República;
(iv) Registo Estatístico;
(v) Inscrição Fiscal; para além dos documentos indicados para
constituição das sociedades, também, deve ser apresentado o
certificado de denominação social e a identificação do nome do
representante legal;
(vi) Registo Comercial: o pedido deve ser instruído pelos seguintes
documentos: certificado de admissibilidade de firma; procuração
emitida em nome do representante legal da sociedade
(devidamente traduzida e certificada pelo Consulado angolano);
documento de Identificação do representante legal da sociedade;
documento comprovante da constituição da sociedade no país de
origem (devidamente traduzida e certificada pelo Consulado
angolano); certificado de conformidade da constituição da
sociedade no país de origem (emitido pelo Consulado angolano
nesse país); acta deliberativa de autorização da abertura da sucursal
em Angola (devidamente traduzida e certificada pelo Consulado
angolano); CRIP - Certificado de Registo do Investimento Privado;
Licença de Importação de Capitais; certidão de depósito notarial
(documento original); Diário da República com a publicação dos
estatutos da “sociedade-mãe” ou, em alternativa, o comprovativo
do pedido de publicação.
(C) Abertura de um Escritórios de Representação:
(i) Pedido de Autorização: Requerimento dirigido ao Governado do
Banco Nacional de Angola (BNA), com assinatura reconhecida no
notário, solicitando a abertura de um Escritório de representação,
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acompanhado dos seguintes documentos: estatutos; certidão
comercial da sociedade mãe no país de origem; deliberação do
órgão competente sobre a abertura do Escritório de representação;
certificado passado pelo competente agente consular comprovativo
de que se acha constituída e funciona de harmonia com a lei do país
onde se constituiu; procuração, devidamente autenticada, a favor
do responsável pelo escritório de representação; certificado do
último balanço aprovado;
(ii) Depósito da caução: Depois de o BNA autorizar a abertura do
Escritório de representação emitindo a respectiva Licença de
Importação de Capital e, comunicando ao interessado mediante
despacho de autorização. O requerente deve proceder a importação
dos capitais necessários à abertura da conta bancária onde será
depositada a caução cujo valor nunca é inferior ao equivalente em
Kwanzas à USD 60.000,00. Em posse da Licença de Importação de
Capital, o Escritório de representação poderá abrir uma conta
bancária local para financiar as suas despesas;
(iii) Obtenção do certificado de admissibilidade de firma;
(iv) Deposito Notarial dos estatutos da Representada;
(v) Publicação dos Estatutos da Representada no Diário da República;
(vi) Registo Comercial: o pedido deve ser instruído pelos seguintes
documentos: autorização de abertura do Escritório de
Representação emitida pelo BNA; certidão emitida pelo Cartório
Notarial, a confirmar o depósito notarial dos estatutos da
representada; certidão de registo e de mudança de denominação,
em nome da sociedade; acta deliberativa de autorização de abertura
do Escritório de Representação; Diário da República com a
publicação dos estatutos da “sociedade-mãe” ou, em alternativa,
comprovativo do pedido de publicação; certificado de
admissibilidade de firma; licença importação de capitais; carta do
BNA, a confirmar o pagamento da caução de USD 60,000;
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declaração consular emitida nos termos do art. 48 do Regulamento
do Registo Comercial, pelo Consulado de Angola no país de origem
da sociedade mãe; procuração em nome dos mandatários para
instruir o pedido e procuração em nome do Representante Legal.
(vii) Registo Definitivo: No prazo de 180 dias após a emissão da licença
de importação de capital, o Requerente deve apresentar no BNA:
exemplar Diário da República com a publicação dos estatutos;
certidão de registo comercial; comprovativo de registo fiscal; cópia
do comprovativo bancário do depósito da caução.
Depois da apresentação destes documentos o BNA emite uma nova
licença que comprova o registo do Escritório de representação.
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O primeiro diploma aprova as normas gerais referentes ao licenciamento da actividade
comercial, enquanto os restantes tratam em concreto de sectores específicos.
Com a entrada em vigor destes diplomas, deixa de ser permitida a emissão de alvarás
para exercício de comércio misto (a grosso e a retalho), num só estabelecimento
comercial.
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O comércio de pequena dimensão é exclusivamente autorizado aos nacionais.
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7. Licenciamento de importações, exportações e reexportações
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No regime de licenciamento não automático enquadram-se todos as mercadorias que
não caem no âmbito de aplicação dos regimes anteriores, isto é, dispensa de
licenciamento e licenciamento automático, e que estão sujeitas ao sistema de
contingentação ou qualquer outro tipo de restrição. É, por exemplo, o caso do
cimento.
Nos moldes actuais, vigora o princípio uma licença, um embarque, isto é, cada licença
de importação, exportação ou reexportação só pode ser utilizada na tramitação de um
único embaraço aduaneiro.
O regime jurídico das PPPs é bastante recente e vem previsto na Lei n.º 2/10 de 14 de
Janeiro, ainda não regulamentada até à presente data.
Como principais fundamentos das PPP´s têm sido apresentados a maior capacidade de
gestão do sector privado, a redução da despesa pública, a necessidade de melhoria dos
serviços públicos, o aumento considerável de ganhos financeiros e sociais e a criação
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de estímulos para a actividade económica privada, pelo que houve pois necessidade de
se definirem as normas gerais aplicáveis à intervenção do Estado na determinação, e
em especial, no modo de implementação e fiscalização das PPPs.
A lei fixa, ainda, os pressupostos de constituição de uma PPP e regula o seu modo de
avaliação, o lançamento do concurso público de parceria bem como as normas
referentes à sua fiscalização e acompanhamento.
As bases gerais e o regime jurídico da contratação pública são regulados pela Lei n.º
20/10, de 7 de Setembro.
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O diploma em referência aplica-se a todas as contratações de bens e de serviços pelo
estado, incluindo a contratação de empreitadas de obras públicas (cujo regime
específico vem previsto nos artigos 180º e ss.), a locação e aquisição de bens móveis e
imóveis e a aquisição de serviços.
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· Concurso limitado sem apresentação de candidaturas – quando o valor
estimado do contrato seja igual ou superior a 18 milhões de KZS mas inferior a
500 milhões de KZS;
· Procedimento por negociação – quando o valor estimado no contrato seja igual
ou inferior a 36 milhões de KZS.
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A lei, para além de fixar as normas relativas ao procedimento de contratação,
também determina as regras de participação, estabelecendo, em especial, os
impedimentos dos concorrentes e os critérios de qualificação.
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· Imposto Industrial
Ainda no âmbito deste imposto existe uma fixação de lucros mínimos em função da
categoria do estabelecimento, da sua localização e do ramo de actividade (Tabela
de Lucros Mínimos).
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· Imposto sobre a Aplicação de Capitais
O Imposto sobre a Aplicação de Capitais incide sobre os rendimentos resultantes
da aplicação de capitais e divide-se em duas secções, A e B. A Secção A
compreende os juros dos capitais mutuados, em dinheiro ou em géneros, os
rendimentos resultantes da abertura de crédito e os rendimentos originados pelo
diferimento no tempo de uma prestação ou pela mora no pagamento e ainda os
auferidos a título de indemnização ou de cláusula penal. Por sua vez, na Secção B
enquadram-se os lucros atribuídos aos sócios de sociedades, os juros das
obrigações emitidas por qualquer sociedade, os juros de suprimentos ou de outros
abonos, os royalties, dentre outros casos.
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Em matéria de taxas, caso o prédio esteja arrendado, a taxa corresponde a 25%.
Para prédios não arrendados, a taxa do imposto é determinada do seguinte modo:
até 5 milhões de Kwanzas (US$ 50.000), 0% e nos restantes casos, a taxa é de 0.5%
sobre o excesso dos 5 milhões de Kwanzas.
· Imposto de Consumo
· Direitos Aduaneiros
As taxas que incidem sobre os Direitos Aduaneiros são as determinadas pela Pauta
Aduaneira em vigor, sendo variáveis consoante se trate da importação de
mercadorias no âmbito de um projecto de investimento, ou não.
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· Imposto de Sisa
· Imposto de Selo
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A taxa de superfície é cobrada anualmente por quilómetro quadrado da área
correspondente a cada licença e aumentam progressivamente em função do ano
de vigência da licença, fixando-se em US$ 1 USD nos primeiros dois anos, em US$ 3
no terceiro ano e em US$ 4 nos quarto e quinto anos.
Os encargos tributários consistem no Imposto sobre a Produção do Petróleo,
Imposto sobre o Rendimento do Petróleo, Imposto de Transacção do Petróleo, a
Taxa de Superfície e a Contribuição para a Formação de Quadros Angolanos.
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VIII. O REGIME JURIDICO DOS ESTRANGEIROS EM ANGOLA
Para entrar em território angolano, todo cidadão estrangeiro não residente precisa de
um visto de entrada. Existem 5 tipos de visto de entrada, nomeadamente: (a) visto
diplomático; (b) visto oficial; (c) visto de cortesia; (d) visto consular e o (e) visto
territorial.
O visto diplomático, oficial e de cortesia são concedidos pelo Ministério das Relações
Exteriores aos titulares de passaportes diplomáticos, de serviço ou especial que se
desloca a Angola em visita diplomática, de serviço ou de carácter oficial.
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Podem ser solicitado directamente no Serviço de Migração e Estrangeiros em Angola,
mediante a apresentação da “Declaração de Investidor”6 emitida pela ANIP, dois vistos
privilegiados, por projecto de investimento. Ao demais, isto é, caso o projecto, pelo
número de investidores envolvidos possa ter direito a mais do que dois vistos
privilegiados, serão que ser solicitados no Consulado de Angola no país de origem do
investidor.
As condições gerais para concessão do visto de entrada são: (a) passaporte valido por
mais de seis meses, (b) ser maior de 18 anos, (c) portador de certificado internacional
de vacinas; (d) não estar inscrito na lista nacional das pessoas indesejáveis, (e) não
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Declaração emitida pela ANIP atestando a qualidade de investidor da pessoa/entidade
em causa mediante informação do BNA sobre a realização do investimento
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constituir perigo contra ordem pública nacional, (f) ter um titulo de viagem valido para
Angola, (g) motivo da viagem, (g) tempo de permanência, (h) fotografias tipo passe, (i)
formulário devidamente preenchido, (j) todos os outros requisitos exigidos para cada
categoria de visto
A LGT, enquanto diploma nuclear que define os sujeitos da relação jurico laboral, bem
como os seus direitos e deveres, foi concebida tendo como ideia central a
desigualdade dos sujeitos da relação laboral. Decorrente deste pressuposto, a LGT,
bem como toda a legislação avulsa, define uma serie de principios e regras para
garantir os direitos dos trabalhadores, enquanto parte mais fraca e a estabilidade do
emprego.
A abordagem que se segue visa apenas fornecer uma visão sumária sobre os principais
deveres a cargo da entidade empregadora nos termos da legislação laboral em vigor
em Angola.
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(b) Trabalhador: Pessoa física que se obriga a prestar o seu trabalho a outrem,
mediante pagamento de uma retribuição.
(c) Sujeitos laborais especiais:
a. Trabalhador Menor: é permitida a celebração de contratos de trabalho
com menores de 18 anos e maiores de 14 anos, desde que autorizados
pelo representante legal ou, na sua falta, pelo centro de emprego ou
instituição idónea.
b. Estrangeiro não residente: No que respeita aos contratos de trabalho a
celebrar com estrangeiros não residentes há, efectivamente, um
acréscimo de requisitos formais. A contratação de trabalhadores
estrangeiros não residentes depende da autorização prévia do
ministério de tutela, que está condicionada (i) a apresentação de
anuncio publicado para preencher a referida vaga; (ii) declaração de
inexistência ou indisponibilidade de quadros nacionais para preencher a
vaga emitida pelo Centro de Emprego da respectiva circunscrição
administrativa.
Antes do início da prestação de actividade pelo trabalhador estrangeiro
não residente, a empresa deve comunicar esse facto, por escrito, à
Direcção Provincial da Administração Publica Emprego e Segurança
Social, concretamente ao Centro de Emprego da área, sendo a referida
comunicação acompanhada de 3 exemplares do contrato, que ficará
arquivado no Centro de Emprego, e da guia de pagamento de 5% do
valor da remuneração declarada.
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3. Formação do Contrato (art.13º da LGT):
(b) Excepção: sem prejuízo do acima exposto, o art. 14º da LGT sujeita à forma
escrita, os contratos de trabalho celebrados por tempo determinado e os
contratos especiais. Como consequência desta regra, existe a presunção legal
de que, sempre que não haja contrato escrito estamos perante um contrato
por tempo indeterminado. A LGT define exaustivamente os casos concretos
em que os contratos de trabalho por tempo determinado podem ser
celebrados, bem como as condições a que ficam sujeitos (art.º 14.º à 19.º da
LGT).
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6. Deveres Perante a Segurança Social
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e. Subsídio de Funeral: Destina-se a compensar os familiares do beneficiário
com as despesas decorrentes do funeral do trabalhador ou pensionista
falecido.
8. Prestação de Trabalho
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uma certa imprevisibilidade da distribuição dos tempos de trabalho, a qual é
determinada pelo empregador segundo as suas conveniências. Podem ser
sentos de horário de trabalho os trabalhadores que exerçam cargos de
administração e/ou de direcção (art. 107º da LGT). Mediante autorização da
Inspecção Geral do Trabalho, podem ser isentos de horário de trabalho os
trabalhadores que exercem cargos de estreita confiança do empregador ou
cargos de fiscalização, bem como os trabalhadores que com regularidade
exerçam funções fora do centro de trabalho fixo, em locais váriaveis, sem
controlo directamente dirigirido e controlado.
(c) Trabalho Extraordinário (art. 101º, LGT): É considerado trabalho
extraordinário aquele que é prestado fora do horário de trabalho. O trabalho
extraordinário prestado em dias de descanso semanal e feriados dá direito a
um acréscimo de 50% sobre a retribuição normal até ao limite de 30 horas
mensais e um acréscimo de 75% quando o limite de horas mensais for
superior a 30.
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pessoais. O período de licença conta para efeitos de antiguidade e pode
ou não afectar a duração das férias dependendo da sua duração.
(e) Faltas ao trabalho: As faltas podem ser justificadas ou injustificadas. As
faltas consideram-se justificadas nos termos definidos por lei e sempre
que os motivos apresentados pelo trabalhador sejam aceites pelo
empregador. As faltas justificadas não afectam negativamente a
antiguidade do trabalhador e são remuneradas nos limites
estabelecidos por lei.
As faltas injustificadas, como a própria designação indica, são aquelas
que não se consideram justificadas. Portanto, constituem infracção
disciplinar grave, originam a perda da remuneração, desconto na
antiguidade do trabalhador.
11. Poder disciplinar: O empregador tem o direito de exercer poder disciplinar sobre
os trabalhadores mediante a aplicação das seguintes medidas disciplinares: (i)
admoestação simples; (ii) admoestação registada; (iii) despromoção temporária,
com diminuição do salário; (iv) transferência temporária do centro de trabalho,
com despromoção e diminuição do salário; e (v) despedimento imediato.
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Salvo a admoestação simples ou registada, toda e qualquer medida deve ser
precedida de audiência prévia do trabalhador no âmbito de um processo
disciplinar. Para o efeito, empregador deve assegurar a realização de uma
entrevista disciplinar, precedida de uma convocatória com a descrição detalhada
dos factos que são imputados ao trabalhador.
O empregador deve aplicar rigorosamente as regras legalmente definidas para a
instrução de um processo disciplinar sob pena de nulidade da medida disciplinar
aplicada ao trabalhador.
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A cessão unilateral pode resultar de decisão do empregador ou do trabalhador. No
primeiro caso a cessação pode dar-se por despedimento individual ou despedimento
colectivo.
X. RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
1. ARBITRAGEM
Em Angola, a arbitragem voluntária é regulada pela Lei n.º 16/03, de 25 de Julho que
prevê normas aplicáveis quer à arbitragem interna, quer à arbitragem internacional.
Do regime fixado por esta lei importa realçar a autonomia da arbitragem
relativamente aos tribunais judiciais e a exequibilidade directa das decisões arbitrais,
sem necessidade de qualquer revisão.
2. CONTENCIOSO JUDICIAL
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TRIBUNAL SUPREMO
CÂMARA MILITAR
TRIBUNAL PROVINCIAL
TRIBUNAL MUNICIPAL
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A Sala do Cível e Administrativo tem competência para julgar em primeira instancia
todas as questões que não sejam da competência dos outros órgãos judiciais; conhecer
dos recursos interpostos das decisões proferidas pelos Tribunais Municipais; conhecer
dos recursos interpostos das decisões dos conservadores e notários; conhecer em
matéria administrativa dos recursos interpostos das condenações por contravenção ou
transgressão não penal impostas pelos órgãos de administração do Estado e
autoridades policiais, fiscais, aduaneiras, marítimas e doutros recursos que a lei
determinar.
Os tribunais angolanos tem competência internacional quando: (i) as acções devem ser
propostas em Angola, segundo as regras da competência territorial estabelecida pela
lei angolana; (ii) o facto que serve de causa de pedir foi praticado em Angola; (iii) o réu
um estrangeiro e o autor um angolano, desde que em situação inversa, o angolano
pudesse ser demandado perante os tribunais do Estado à que pertence o réu; (iv) não
poder o direito tornar-se efectivo senão, por meio de uma acção proposta em tribunal
angolano, desde que entre a acção a propor e o território angolano exista qualquer
elemento ponderoso de conexão real; e (v) para apreciar a acção seja competente,
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segundo a lei angolana, o tribunal do domicilio do réu, os tribunais angolanos podem
exercer a sua jurisdição desde que o réu resida em Angola há mais de seis meses ou se
encontre acidentalmente em território angolano. As pessoas colectivas estrangeiras
consideram-se domiciliadas em Angola, desde que tenham ai uma sucursal, agência,
filial ou delegação.
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3. REVISÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA
Nenhuma decisão sobre direitos privados, proferido por tribunal estrangeiro ou por
árbitros no estrangeiro, tem eficácia em Angola, seja qual for a nacionalidade das
partes, sem estar revista e confirmada pelo Tribunal Supremo. Isto é, qualquer
sentença sobre direitos privados só poderá ser executada em Angola, se for revista e
confirmada pelo Tribunal Supremo.
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XI. TRATADOS INTERNACIONAIS E CONVENÇÕES
Por outro lado, Angola também assinou vários tratados bilaterais em matéria de
investimento com Portugal, África do Sul, Reino Unido, Itália e Alemanha. Na mesma
senda, Angola ratificou um acordo bilateral com Cabo-verde. E, de igual modo,
apresentou uma carta de intenções à Holanda na qual manifesta intenções de concluir
um acordo bilateral de investimento com aquele Estado, brevemente.
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