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PROF.

MARCELO ROSENTHAL
RUMO À POSSE

IUDS

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA
CRASE
CONCORDÂNCIA
REGÊNCIA
CONJUNÇÕES
ORTOGRAFIA – ACENTUAÇÃO
SIGNIFICADO DE PALAVRAS

ANALISTA DA TECOLOGIA DA INFORMAÇÃO – IFRJ – IUDS


Olhos d’água (Fragmento)
Sendo a primeira de sete filhas, desde cedo, busquei dar conta de minhas próprias
dificuldades, cresci rápido, passando por uma breve adolescência. Sempre ao lado de minha
mãe aprendi conhecê-la. Decifrava o seu silêncio nas horas de dificuldades, como também
sabia reconhecer em seus gestos, prenúncios de possíveis alegrias. Naquele momento,
entretanto, me descobria cheia de culpa, por não recordar de que cor seriam os seus olhos. Eu
achava tudo muito estranho, pois me lembrava nitidamente de vários detalhes do corpo dela.
Da unha encravada do dedo mindinho do pé esquerdo...
Da verruga que se perdia no meio da cabeleira crespa e bela... Um dia, brincando de
pentear boneca, alegria que a mãe nos dava quando, deixando por uns momentos o lava-lava,
o passa-passa das roupagens alheias, se tornava uma grande boneca negra para as filhas,
descobrimos uma bolinha escondida bem no couro cabeludo ela. Pensamos que fosse
carrapato. A mãe cochilava e uma de minhas irmãs aflita, querendo livrar a boneca-mãe
daquele padecer, puxou rápido o bichinho. A mãe e nós rimos e rimos e rimos de nosso engano.
A mãe riu tanto das lágrimas escorrerem. Mas, de que cor eram os olhos dela?
Eu me lembrava também de algumas histórias da infância de minha mãe. Ela havia
nascido em um lugar perdido no interior de Minas. Ali, as crianças andavam nuas até bem
grandinhas. As meninas, assim que os seios começavam a brotar, ganhavam roupas antes dos
meninos. Às vezes, as histórias da infância de minha mãe confundiam-se com as de minha
própria infância. Lembro-me de que muitas vezes, quando a mãe cozinhava, da panela subia
cheiro algum. Era como se cozinhasse ali, apenas o nosso desesperado desejo de alimento.
As labaredas, sob a água solitária que fervia na panela cheia de fome, pareciam debochar do
vazio do nosso estômago, ignorando nossas bocas infantis em que as línguas brincavam a
salivar sonho de comida.

E era justamente nos dias de parco ou nenhum alimento que ela mais brincava com as
filhas. Nessas ocasiões a brincadeira preferida era aquela em que a mãe era a Senhora, a
Rainha. Ela se assentava em seu trono, um pequeno banquinho de madeira. Felizes colhíamos
flores cultivadas em um pequeno pedaço de terra que circundava o nosso barraco. Aquelas
flores eram depois solenemente distribuídas por seus cabelos, braços e colo. E diante dela
fazíamos reverências à Senhora. Postávamos deitadas no chão e batíamos cabeça para a
Rainha. Nós, princesas, em volta dela, cantávamos, dançávamos, sorríamos. A mãe só ria, de
uma maneira triste e com um sorriso molhado... Mas de que cor eram os olhos de minha mãe?
Eu sabia, desde aquela época, que a mãe inventava esse e outros jogos para distrair a nossa
fome. E a nossa fome se distraía. Conceição Evaristo (Olhos d’água, p. 15-19)

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1) Em relação ao texto lido, assinale a alternativa que contrapõe à leitura do mesmo:


A) Distante dos referencias identitários, das mulheres presentes em sua infância e na memória,
pensando nas ancestrais ainda em África, a narradora precisa descobrir a cor dos olhos de sua
mãe, pois, somente dessa forma, conseguirá enxergar a si mesma.
B) Ao se lembrar e narrar suas lembranças, a narradora-personagem de "Olhos d’água" evoca
as experiências que marcaram sua infância e, neste jogo de recordações, acaba por (con)fundir
suas próprias memórias com as lembranças de sua mãe.
C) É construído em 3ª pessoa, onde a narradora-personagem sugere um viés de proximidade
com uma narrativa autobiográfica.
D) O leitor é convidado a adentrar. nas memórias da narradora, conhecer a sua infância e, junto
dela, reviver momentos marcados pelas dificuldades e privações de uma vida permeada pela
pobreza, ao mesmo tempo em que se encanta pela figura materna que protege, acalenta e
encanta, até mesmo. nos momentos mais angustiantes.

2) Em: "Eu sabia, desde aquela época, que a mãe inventava esse e outros jogos para distrair a
nossa fome." Os termos destacados exercem função de:
A) Adjunto adverbial de tempo, oração subordinada adverbial final.
B) Adjunto adverbial de lugar, oração subordinada adverbial modal.
C) Adjunto adverbial de tempo, oração subordinada adverbial modal.
D) Adjunto adverbial de tempo, oração subordinada adverbial consecutiva.

3) "E diante dela fazíamos reverências à Senhora". O sinal indicativo de crase foi empregado,
seguindo a mesma regra da oração, acima, em:
A) Apesar do engarrafamento, o estagiário compareceu à entrevista.
B) O novo orçamento destina-se àquela empresa paulista.
C) A pesquisa ofereceu maior suporte à cidade menos privilegiada.
D) Toda a exposição soube, com maestria, unir a atividade à criatividade.

4) Quanto ao verbo lembrar e sua regência, pode-se afirmar que na oração, abaixo, não está
correta a alternativa:
Lembro-me de que muitas vezes, quando a mãe cozinhava, da panela subia cheiro algum.
A) Andando pela velha casa, lembrava-me da minha infância.
B) Ninguém se lembrava do que tinha acontecido.
C) Essa casa lembra o meu tempo de criança sapeca.
D) Como nós não nos lembramos do que se passou?

5) Às vezes, as histórias da infância de minha mãe confundiam-se com as de minha própria


infância. Quanto ao uso do sinal indicativo de crase e à acentuação gráfica, assinale a
alternativa correta:
A) Antes de palavra feminina / todas as palavras acentuadas são paroxítonas terminadas em
ditongo decrescente.
B) O uso da crase está incorreto / todas as palavras acentuadas são paroxítonas terminadas
em ditongo decrescente.
C) Antes de locução adverbial feminina / todas as palavras acentuadas são paroxítonas
terminadas em ditongo crescente.
D) Antes de locução adnominal feminina / todas as palavras acentuadas são paroxítonas
terminadas em ditongo decrescente.

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6) "E era justamente nos dias de parco ou nenhum alimento que ela mais brincava com as
filhas." A palavra destacada, em relação ao contexto, tem como significado:
A) inaudito.
B) escasso.
C) raro.
D) sóbrio.

7) A única placa que NÃO apresenta desvio em relação à concordância (nominal) recomendada
pela Norma Culta é:
a)

b)

c)

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d)

8) Na tirinha, abaixo, há uso de conjunções que têm valor semântico de:

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A) Consequência B) tempo
C) causa D) modo
GABARITO: 1-C; 2-A; 3-C; 4-ANULADO; 5-C; 6-B; 7-D; 8-B.

1) MÉDICO – PREF. LAGUNA/SC – UNESC – O pronome em destaque no trecho: "Os outros


trabalhadores LHE perguntavam", está exercendo a função sintática de:
(A) Complemento Nominal.
(B) Adjunto Adverbial.
(C) Objeto Direto.
(D) Objeto Indireto.
(E) Vocativo.

2) MÉDICO – PREF. LAGUNA/SC – UNESC – Em: "Sinhozinho foi até a casa do rapaz e, após
tomar um café bem fresquinho, OFERECEU ao jovem um emprego de administrador da
fazenda", a forma verbal "OFERECEU " é classificada, no contexto em que foi empregada,
quanto à sua transitividade (Regência Verbal), como sendo:
(A) Intransitiva.
(B) Transitiva indireta.
(C) Transitiva direta e indireta.
(D) Transitiva direta.
(E) Verbo de Ligação.

3) ODONTÓLOGO – PREF. LAGUNA/SC – UNESC – Também conhecidas como figuras de


linguagem, as figuras de estilo são recursos estilísticos bastante utilizados na linguagem
literária, na música, na publicidade e também na linguagem oral. São empregues com o objetivo
de dar ênfase à comunicação, tornando-a mais expressiva e nobre. Assinale a figura de
linguagem presente no trecho: "A VIDA É COMO UM NAVIO".
(A) Prosopopeia.
(B) Paradoxo.
(C) Metáfora.
(D) Comparação.
(E) Metonímia.

4) ODONTÓLOGO – PREF. LAGUNA/SC – UNESC – No trecho: "Um dia, chegou ali um novo
empregado, CUJO APELIDO ERA ZÉ ALEGRIA" a oração "CUJO APELIDO ERA ZÉ
ALEGRIA", é classificada sintaticamente como:
(A) Oração Coordenada Assindética Explicativa.
(B) Oração Subordinada Adjetiva Restritiva.
(C) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.
(D) Oração Coordenada Sindética Explicativa.
(E) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.

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5) ODONTÓLOGO – PREF. LAGUNA/SC – UNESC – No trecho: " O entusiasmo do rapaz, em


pouco tempo, chamou a atenção de Sinhozinho, que passou a observar à distância os passos
dele ", em relação ao fenômeno linguístico da crase, pode-se afirmar que:
(A) O uso da crase antes de pronomes relativo QUE, desde que antecedam um verbo transitivo
direto, é facultativo.
(B) O fenômeno linguístico da crase é obrigatório, porque o verbo "observar" exige a preposição.
(C) O uso da crase antes de pronomes possessivos no singular, desde que antecedam um
substantivo (pronome adjetivo), é obrigatório.
(D) O fenômeno linguístico da crase é facultativo quando se trata de uma locução adverbial
feminina.
(E) O fenômeno linguístico da crase teve de ocorrer porque se trata de uma locução adverbial
feminina que sempre é apresentada com a contração À.

6) TÉCNICO EM ENFERMAGEM – PREF. LAGUNA/SC – UNESC – No trecho "- Sócrates,


sabe o que acabo de ouvir sobre um de seus alunos?", a vírgula destacada foi empregada para
(A) Separar Orações Coordenadas.
(B) Isolar o Vocativo.
(C) Separar adjunto adverbial deslocado.
(D) Intercalar expressões explicativas.
(E) Isolar o Aposto.

7) TÉCNICO EM ENFERMAGEM – PREF. LAGUNA/SC – UNESC – Em: "PORTANTO,


concluiu Sócrates, se o que você quer me contar pode não ser verdade, não ser bom e pode
não ser útil, então para que contar?", a conjunção PORTANTO expressa uma ideia de:
(A) Conclusão.
(B) Consequência.
(C) Oposição.
(D) Condição.
(E) Explicação.

8) ASSISTENTE SOCIAL – PREF. MARACAJÁ/SC – UNESC – Considerando a concordância


nominal, assinale a frase CORRETA:
(A) Ela mesma confirmou a efetivação da inscrição.
(B) A professora ficou meia aflita com o resultado.
(C) Anexos, envio-lhes as últimas inscrições efetuadas.
(D) Foi muito questionado pelo repórter a exibição da peça.

9) FISCAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – PREF. MARACAJÁ/SC – UNESC – Tendo em vista


as regras de concordância, assinale a opção em que a forma verbal está ERRADA:
(A) Existem atualmente vários tipos de vacinas contra a gripe.
(B) Aluga-se casa para as temporadas de verão.
(C) Possuem elevado grau de periculosidade os trabalhos com o lixo urbano.
(D) Precisam-se de pessoas que estudem formas de preservar a natureza.

10) PROCURADOR – CRICIÚMA/SC – UNESC - A maioria dos verbos da língua portuguesa


não tem significado próprio, precisando de complementação para que estabeleçam
sentido completo. A esta relação entre verbos e complementos denominamos “regência
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verbal”. Em função do pouco uso de algumas regências, muitos usos diferentes da


norma padrão se constituíram no português brasileiro. Identifique, nas frases abaixo,
uma ocorrência que reflete um uso diferente do que diz a norma padrão.
A) O secretário da empresa entregou os documentos à procuradora da justiça.
B) As senhoras elegantes da cidade namoram estes vestidos franceses.
C) A torcida do Criciúma assistiu ao último jogo de casa por ser proibido sair às ruas.
D) Estava com tanta pressa que esqueceu do talão de cheques em casa.
E) Nós necessitamos de ajuda em função das últimas enchentes.

11) PROCURADOR – CRICIÚMA/SC – UNESC - Uma das regras mais conhecidas quando
nos referimos à norma padrão é de que “o verbo deve concordar com o sujeito” na
oração. E, de fato, em quase todas as situações, isso ocorre. No entanto, em função do
número de verbos da língua e das diferentes possibilidades de construção de frases que
temos, em algumas vezes a concordância se dá de outra forma. Das alternativas abaixo
uma não segue às regras de concordância verbal da língua. Identifique-a.
A) Já fazem dois anos que não retorno ao Brasil para ver meus pais.
B) A crise de água e energia fez subir os preços dos alimentos.
C) Na segunda guerra houve muitos mortos e feridos.
D) Pelo que percebi tratava-se de problemas graves.
E) Existem razões para desconfiarmos de seus propósitos.

12) PROCURADOR – CRICIÚMA/SC – UNESC - O emprego dos pronomes em textos


escritos tem se tornado um dos principais desvios da norma padrão. A uniformidade de
tratamento não é muito comum principalmente em letras de músicas e em textos menos
formais. Na linguagem oral os desvios se evidenciam. Abaixo você encontrará cinco
pequenos trechos de músicas bem conhecidas. Em apenas uma delas não há
inadequações no uso dos pronomes. Identifique-a.
A) “Aonde está você...Me chama, me chama, me chama”.
B) “Deixar eu dizer que te amo, deixa eu gostar de você”.
C) “Escrevo-te estas mal traçadas linhas, meu amor”.
D) “Nós dois se amando e a lua por testemunha”.
E) “Se tirar você de mim não sobra nada. O teu sorriso me desmonta”.

GABARITO: 1-D; 2-C; 3-D; 4-C; 5-E; 6-B; 7-A; 8-A; 9-D; 10-D; 11-A; 12-C.

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