FT4 - Respostas Abertas

IMERSÃO
“Os segredos das respostas certas”
Ficha n.º 4. Análise de Respostas Abertas por Níveis de Desempenho
Para cada exercício encontras várias propostas de resposta.

O objetivo é atribuíres cotação a cada uma, tendo em conta os descritores por níveis de
desempenho.
EXERCÍCIO 1 (exame 2023, 2ª fase, Grupo I, item 7)

Na região representada no corte da figura 1, existem afloramentos de quartzitos.
Explique a génese dos quartzitos e a evolução geodinâmica que possibilitou o seu afloramento.
Elemento Resposta
(A) O aumento da temperatura e o aumento da pressão levaram ao metamorfismo de arenitos.
(B) Os quartzitos afloraram devido à erosão das rochas sobrejacentes.
Níveis Descritores de desempenho do conteúdo e do rigor científico Pontuação
4 Apresenta, com rigor científico, os dois elementos. 8
3 Apresenta, com falhas no rigor científico, os dois elementos. 6
2 Apresenta, com rigor científico, apenas um dos elementos. 4
1 Apresenta, com falhas no rigor científico, apenas um dos elementos. 2
Exemplo Resposta Pontuação

1.1. Os quartzitos resultam da recristalização do arenito, devido ao seu
afundamento na bacia sedimentar, que levou a um aumento de calor e
pressão.
Os quartzitos afloraram devido à alteração das rochas sobrejacentes.
1.2. Os quartzitos resultam do metamorfismo de rochas sedimentares detríticas
por aumento da pressão e temperatura.
Os quartzitos foram expostos à superfície e postos a descoberto por
remoção das rochas que se encontram por cima destes.
1.3. Os quartzitos resultam do metamorfismo de arenitos por aumento da
pressão e calor.
Os quartzitos afloraram devido ao desgaste das rochas sobrejacentes.
Copyrigh © Maria João Lima.

Este documento é pessoal e intransmissível, sendo proibida a cedência a terceiros 1
1.4. Os quartzitos resultam do metamorfismo de rochas sedimentares quando
sujeitas ao aumento de temperatura e pressão.
Os quartzitos afloraram por erosão das camadas subjacentes.
1.5 O afundimento dos arenitos, por aumento da pressão e do calor, levou ao
seu metamorfismo, originando os quartzitos.
Estes, ascenderam à superfície, por erosão das camadas acima destes.
EXERCÍCIO 2 (exame 2022, 2ª fase, Grupo III, item 6)

Explique a formação das cristas quartzíticas da serra de S. Mamede, considerando a evolução
geodinâmica da região e a litologia daqueles relevos.
Na sua resposta, deve fazer referência à génese dos quartzitos.
Dados do Documento:
“Esta serra resultou de um conjunto de processos de deformação e de erosão, que conduziram ao
aparecimento de cristas quartzíticas que se destacam na área envolvente (…). Entre as cristas quartzíticas
afloram xistos do Silúrico e do Devónico.”
Elemento Resposta
(A) Na região, ocorreu metamorfismo que levou à formação de quartzitos.
(B) Na região, ocorreram tensões compressivas com formação de dobras.
(C) Os quartzitos apresentam maior resistência à meteorização/erosão do que as rochas
envolventes, pelo que ficaram em relevo, formando as cristas.
OU
Por erosão diferencial, os quartzitos formaram relevos.
5 Apresenta, com rigor científico, os três elementos. 8
4 Apresenta, com falhas no rigor científico, os três elementos. 7
2 Apresenta, com falhas no rigor científico, apenas dois dos elementos. 4

2.1. Os quartzitos são rochas metamórficas, resultantes da recristalização de
rochas pré-existentes como resposta a pressões/tensões (metamorfismo
regional).
A Serra de São Mamede resultou de processos de deformação e erosão,
condições ideais para a formação de cristas quartzíticas.
Através das forças de deformação, deu-se a formação de quartzitos que,
posteriormente, sofreram erosão, que resultou num desgaste nestas rochas,
que ficaram em forma de cristas.
2.2. Os quartzitos provêm do metamorfismo dos arenitos, sendo estas rochas de
elevada dureza e de difícil erosão. Sendo isto, foi possível a formação das
cristas quartzíticas.
2.3. Os quartzitos são rochas resultantes do metamorfismo dos arenitos,
constituídos maioritariamente por quartzo, um mineral de elevada
resistência à alteração/meteorização e consequentemente, à erosão.
A serra de São Mamede resultou da atuação de tensões
compressivas/forças tectónicas compressivas, as quais levaram à formação
de dobras e afloramento dos xistos e quartzitos.
Os quartzitos destacam-se na paisagem, sob a forma de cristas, pelo facto
de serem constituídos por quartzo, mineral muito resistente, enquanto no
xisto predominam micas, de aspeto lamelar, pouco resistentes à
meteorização e à erosão, o que justifica a erosão diferencial na paisagem.
2.4. Os quartzitos resultam da recristalização dos arenitos, apresentando maior
dureza que o xisto, logo são mais difíceis de erodir, o que explica a existência
de cristas quartzíticas.
2.5 Os quartzitos resultaram do metamorfismo de arenitos ricos em quartzo.
Estes sofreram a atuação de forças compressivas em regime dúctil que
formou um sinclinal, o qual depois aflorou e sofreu erosão, dando origem às
cristas quartzíticas.
EXERCÍCIO 3 (exame 2020, 2ª fase, Grupo I, item 7)

Explique a existência de afloramentos graníticos nos pontos mais elevados da serra da Estrela, considerando
a génese destas rochas e a evolução tectónica da região durante o Cenozoico.
Dados do documento:
“A serra (…) A sua formação deverá ter ocorrido
durante o Cenozoico, quando, devido ao movimento
convergente das placas Africana e Eurasiática, foram
reativadas as falhas antigas da região. (…) é
constituída por extensos afloramentos de granitos,
com idade entre 340 e 280 milhões de anos (Ma),
formados no final do Paleozoico, durante a orogenia
Varisca. Estas rochas estão implantadas em xistos e
metagrauvaques que derivam de uma sequência
detrítica de granularidade variável, de fácies marinha
profunda, depositada há cerca de 650-500 Ma.”

Elemento Resposta
(A) O granito forma-se em profundidade.
OU
O granito é uma rocha plutónica (ou intrusiva).
(B) A erosão das rochas sobrejacentes ao granito permitiu o seu afloramento.
(C) No Cenozoico ocorreu a reativação de falhas antigas, que levou ao levantamento dos
granitos (OU à formação da serra)
OU
No Cenozoico, a convergência entre as placas Africana e Euroasiática levou ao levantamento
dos granitos (OU à formação da serra).

3.1. O granito é uma rocha plutónica e leucocrata, ou seja, esta rocha resulta da
solidificação do magma em profundidade.
Durante o Cenozoico, o movimento convergente das placas Africana e
Euroasiática provocou a reativação das falhas antigas da região, provocando
a ascensão dos granitos.
3.2. O granito é uma rocha magmática intrusiva, formada a partir de magma
riolítico, baixo ponto de fusão. É uma rocha constituída por quartzo, sendo
uma rocha de difícil meteorização. Sendo isto, no Cenozoico, quando
ocorreu movimento convergente das placas que formou a serra da Estrela,
o granito não sofreu alterações, ao contrário das rochas à sua volta. Assim
sendo, como apresenta maior resistência à meteorização que as rochas à sua
volta, vão existir afloramentos graníticos nos pontos mais elevados da serra
da Estrela.
3.3. O granito é uma rocha vulcânica intrusiva, o qual acabou por emergir à
superfície devido à erosão.
No Cenozoico ocorreu a reativação de falhas antigas que levou ao
levantamento crustal.
3.4. O granito é uma rocha magmática que se forma em profundidade.
Este aflora à superfície por desgaste das rochas sobrejacentes.
A reativação de falhas antigas, no Cenozoico, provocou o levantamento dos
granitos, originando as serras.
3.5 O granito forma-se no interior da Terra, mas devido à remoção das rochas 8 pt
sobrejacentes fica exposto à superfície.
No Cenozoico, a convergência das placas levou ao levantamento dos
granitos que caracterizam a serra da Estrela.

EXERCÍCIO 4 (Exame 2019, Época Especial, Grupo I, item 9)
Em alguns dos locais mais elevados da cadeia montanhosa dos Alpes, podem ser observados
ofiolitos.
Explique, tendo em conta a sua origem, o afloramento de ofiolitos na cadeia montanhosa dos
Alpes.
Dados do documento:
No final do Mesozoico, devido à convergência entre a placa continental Adriática e o bordo oceânico da
placa Euroasiática, formou-se uma zona de subdução. Deste processo resultaram o encerramento gradual
de um mar – o mar de Tétis – e a colisão das duas placas continentais envolvidas, o que conduziu à formação
dos Alpes, uma cadeia montanhosa situada na Europa. Devido à subdução, rochas da crosta oceânica do mar
de Tétis e do manto superior foram-se deslocando para norte, sobrepondo-se a materiais continentais da
placa Euroasiática, e passando a designar-se ofiolitos. Nos Alpes, é possível, assim, observar rochas
continentais da placa Euroasiática, a que se sobrepõem, sequencialmente, (1) ofiolitos, (2) rochas da
cobertura sedimentar oceânica do fundo do mar de Tétis e, ainda, (3) rochas da placa Adriática.
Elemento Resposta
(A) Os ofiolitos são rochas procedentes da crosta oceânica e do manto superior (OU que
constituíam o fundo oceânico).
(B) As forças compressivas permitiram a sobreposição da litosfera oceânica (OU dos ofiólitos)
sobre rochas continentais.
(C) A erosão das rochas que cobriam os ofiolitos deixou-os a descoberto.

4.1. Devido à subdução, rochas da crosta oceânica do mar de Tétis e do manto
superior foram-se deslocando para norte, sobrepondo-se a materiais
continentais da placa Euroasiática, e passando a designar-se ofiólitos.
Os ofiolitos afloraram devido à erosão das rochas sobrejacentes.
4.2. Os ofiolitos são rochas da crosta oceânica e do manto superior.
Devido à colisão de placas, estes materiais foram subductados.
Posteriormente, as rochas que os cobriam foram erodidas e estes afloraram.
4.3. Os ofiolitos constituem o bordo oceânico da placa Euroasiática.
Devido a forças compressivas, ocorreu a subducção sob a placa continental
Adriática e posteriormente a colisão de placas continentais que originou os
Alpes. Parte das rochas aqui existentes foram alteradas e colocaram os
ofiolitos a descoberto.

EXERCÍCIO 5 (2023, 1ª fase, grupo I, item 6)
O parque natural é formado pelas serras de Aire e Candeeiros e pelos planaltos de Sto. António e de S.
Mamede. Estas elevações são separadas por depressões originadas por grandes fraturas ‒ as depressões da
Mendiga e de Alvados e o polje de Mira-Minde. Este polje é delimitado por vertentes abruptas, tem um
fundo mais ou menos plano coberto por terra rossa (solo de cor vermelha, constituído por argilas e óxidos
de ferro) e está sujeito a inundações frequentes. O parque apresenta modelado cársico, expresso à superfície
por uma grande diversidade de depressões e, em profundidade, pela existência de grutas. A região do PNSAC
não possui cursos de água à superfície; no entanto, a região constitui um dos maiores reservatórios de água
doce subterrânea do nosso país e dá origem aos rios Alviela, Almonda, Lis, Alcoa, Lena e Maior e à ribeira de
Alcobertas, cujas nascentes estão localizadas nos limites do maciço calcário, como representado na Figura.
Explique, referindo a litologia da região do PNSAC, de que modo esta litologia contribui para a
inexistência de cursos de água à superfície e, consequentemente, para o aparecimento de
nascentes de rios na periferia do maciço.
Elemento Resposta
(A) Os calcários têm estruturas superficiais (OU fraturas OU aberturas) por onde se infiltra a
água de escorrência.
(B) A água circula no interior do maciço e, ao atingir a sua periferia (OU a superfície OU rochas
impermeáveis), dá origem às nascentes.

5.1. A região do PNSAC é constituída essencialmente por um maciço calcário,
assim, a água proveniente da chuva que foi acidificada permite que haja
dissolução do calcário, formando fraturas por onde a água se vai infiltrar,
impedindo assim que a água fique retida à superfície e que se dê a formação
de cursos de água. No entanto, essa água que se infiltra vai originar um
grande reservatório de água doce que explica a existência de nascentes de
rios na sua periferia.
5.2. A região do PNSAC apresenta um modelado cársico. Este maciço apresenta
grandes fraturas, está fissurado. Assim, a água das chuvas infiltra-se nas
mesmas e circula. Como o fundo é coberto por terra rosa, argilas, sendo
estas impermeáveis, a água fica aí retida. Nos limites do maciço, a água sai
por falhas, originando nascentes de rios.
5.3. A região do PNSAC apresenta uma grande diversidade de depressões e, em
profundidade, existem grutas e parte do solo é constituído por rochas
permeáveis. Tal contribui para a inexistência de cursos de água à superfície,
pois a água infiltra-se nos solos e nas grutas. Contudo, o facto da água se
infiltrar nos solos, dá origem a reservatórios de água subterrânea, ocorrendo
assim o aparecimento de nascentes de rios na periferia do maciço.

A existência de um grande número de biótopos confere à área do Parque Natural das Serras de Aire e
Candeeiros (PNSAC) uma grande riqueza faunística. Nas suas numerosas grutas, abriga-se uma grande
diversidade de seres vivos, de que se destacam os morcegos cavernícolas, facto sublinhado no logótipo do
parque, onde figura um morcego estilizado.
Relativamente ao PNSAC, considere os dados seguintes:

• O logótipo consiste num morcego estilizado.
• A água das nascentes possui elevada concentração dos iões cálcio e bicarbonato.
• O calcário é a litologia predominante.
Explique as interações Geosfera ‒ Hidrosfera ‒ Biosfera, utilizando os dados apresentados e a
informação que consta no Texto 2.
Elemento Resposta
(A) Na região, predominam os calcários que, por dissolução, dão origem a água com elevadas
concentrações do ião cálcio e do ião bicarbonato (OU hidrogenocarbonato).
(B) A dissolução do calcário dá origem a grutas que servem de habitat aos morcegos
cavernícolas.

6.1. Sendo o calcário a litologia predominante, a água das nascentes que está em
contacto com o calcário, possui elevada concentração de iões cálcio e
bicarbonato. Esta água, ao infiltrar-se no solo, pode dar origem a estalactites
e estalagmites nas grutas onde os morcegos habitam, ocorrendo assim
primeiramente uma interação geosfera – hidrosfera, seguindo-se uma
interação hidrosfera – biosfera, pois os morcegos usufruíram das
estalactites.
6.2. A água da nascente é rica em iões de cálcio e bicarbonato porque à volta da
nascente existem rochas de calcário que sofrem dissolução, enriquecendo a
água nestes iões. Por outro lado, as grutas no Parque Natural também
permitem abrigar um grande número de seres vivos como os morcegos,
sendo estas grutas formadas devido à meteorização das águas acidificadas
sobre as rochas, essencialmente os calcários.
6.3. O calcário (CaCO3) da região sofreu dissolução devido à ação das águas
acidificadas que circulavam nas suas fissuras (geosfera). Consequentemente,
a água ficou rica em iões cálcio e bicarbonato (hidrosfera) resultantes da
dissolução do CaCO3. * , assim, grutas, estas que são os abrigos dos
morcegos (biosfera) que se encontram no local.
*quando as condições de temperatura se alteram o CaCO3 deposita-se e
formam-se
Nota: O elemento B é igual a 2020, 1ª fase, grupo I, item 9.

EXERCÍCIO 7 (2023, EE, grupo III, item 7)
Explique de que modo o vulcanismo que deu origem à CAMP (província magmática do Atlântico
Central) terá alterado a quantidade de dióxido de carbono atmosférico, contribuindo,
provavelmente, para a extinção em massa ocorrida na passagem do Triásico para o Jurássico.
Na sua resposta, deverá considerar os ecossistemas aquáticos e as interações Atmosfera –
Hidrosfera – Biosfera, numa relação de causa e efeito.
Elemento Resposta
(A) (A1) O vulcanismo que deu origem à CAMP emitiu muito CO2 para a atmosfera, o que levou
ao aumento do efeito de estufa e da temperatura global. OU
(A2) O vulcanismo que deu origem à CAMP emitiu muito CO2 para a atmosfera, o que levou
à alteração da composição da atmosfera.
(B) (B1) O aumento da temperatura global levou ao aumento da temperatura da água. OU
(B2) O aumento do CO2 na atmosfera levou ao aumento do CO2 dissolvido na água e ao
aumento da acidez da água.
(C) (C) A alteração da temperatura da água (OU a alteração do pH da água) provocou
perturbações nos ecossistemas aquáticos, levando à morte de grande número de seres vivos.

7.1. O vulcanismo alterou a quantidade de CO2 na atmosfera, o qual foi alterar a
temperatura da água que, por sua vez, alterou as condições do meio nos
ecossistemas aquáticos, contribuindo, assim, para a extinção em massa
ocorrida na passagem do Triássico para o Jurássico.
7.2. O vulcanismo libertou muito CO2 para a atmosfera, o que fez aumentar a
temperatura global devido ao aumento do efeito de estufa.
Este aumento também se fez sentir no aumento da temperatura da água, a
qual provocou perturbações nos seres aquáticos.
7.3. O vulcanismo aumentou a quantidade de CO2 na atmosfera e
consequentemente o aumento da dissolução deste na água, o que fez
diminuir o pH da água, prejudicando drasticamente os seres vivos aquáticos,
traduzido pelo elevado número de mortes da maioria dos seres.

Os moluscos de água doce são, na atualidade, um dos grupos de seres vivos de invertebrados em perigo de
extinção. Uma das espécies mais ameaçadas a nível nacional e mundial é o mexilhão-de-rio (Margaritifera
margaritifera), que pode ser encontrado, em populações estáveis, em dois rios transmontanos, o Tuela e o
Rabaçal. Estes bivalves requerem águas correntes saturadas de oxigénio e frias. Para este regime térmico,
contribui a vegetação ripícola1, constituída por várias espécies de plantas caducifólias 2, em particular o
amieiro (Alnus glutinosa), que promove o ensombramento dos cursos de água.
O mexilhão-de-rio alimenta-se de organismos microscópicos e de partículas orgânicas que filtra da água
quando esta passa pelas suas brânquias. Graças à ação de cílios, as partículas alimentares são encaminhadas
para a boca e digeridas no estômago, através de reações catalisadas por enzimas. (…)
O seu ciclo de vida é bastante longo e complexo, comparativamente ao de outros invertebrados. Após a
ocorrência da fertilização, as fêmeas libertam as larvas (gloquídios) para a coluna de água. Os gloquídios
possuem uma estrutura em forma de gancho, com a qual se fixam às brânquias das trutas-de-rio (Salmo
trutta), parasitando-as de forma obrigatória. Ao fim de alguns meses, os juvenis do mexilhão-de-rio libertam-
se do seu hospedeiro e enterram-se nos sedimentos do leito do rio, até atingirem a fase adulta.
Os amieiros estabelecem uma relação simbiótica com as bactérias da espécie Frankia alni, que se alojam e
multiplicam em nódulos radiculares. Estas bactérias fixam o nitrogénio atmosférico, contribuindo para a
sobrevivência das árvores em solos pobres e para a produção de folhas ricas em compostos nitrogenados,
que, quando caem, servem de alimento aos invertebrados aquáticos. Estes invertebrados constituem, por
sua vez, uma parte importante da dieta das trutas-de-rio.
1
Vegetação ripícola – espécies vegetais que se encontram ao longo das margens dos rios.
2
Plantas caducifólias – plantas que perdem as folhas em determinada estação do ano
O declínio da vegetação ripícola tem vindo a agravar-se, devido à infeção dos amieiros por um
agente patogénico (Phytophthora sp.). A doença dos amieiros produz inúmeros sintomas, como a
redução do número de folhas e folhas anormalmente pequenas e amareladas.
Explique em que medida, nos rios transmontanos, a doença dos amieiros contribui para a redução
do número de indivíduos das populações de M. margaritífera, como consequência das
modificações, quer da temperatura da água, quer das condições necessárias ao desenvolvimento
do ciclo de vida destes bivalves.
Elemento Resposta
(A) A diminuição da copa dos amieiros (OU a morte dos amieiros) aumenta a exposição solar, o
que conduz ao aumento da temperatura da água, condição desfavorável aos mexilhões-de-
rio.
(B) A diminuição da quantidade e/ou da qualidade das folhas que caem leva à diminuição dos
invertebrados aquáticos que servem de alimento às trutas.
(C) A diminuição das populações de trutas-de-rio, que são os hospedeiros obrigatórios dos
mexilhões-de-rio, leva à diminuição do número dos seus juvenis.

8.1. Os mexilhões requerem águas correntes saturadas de oxigénio e frias. Para
este regime térmico, contribui o amieiro, que promove o ensombramento
dos cursos de água, logo, a sua doença altera a temperatura da água.
A doença dos amieiros faz diminuir a produção de folhas ricas em compostos
nitrogenados, as quais se tornam anormalmente pequenas e amareladas,
que, quando caem, servem de alimento aos invertebrados aquáticos que, por
sua vez, servem de alimento às trutas, afetando a cadeia alimentar.
As trutas são os hospedeiros das larvas das fêmeas do mexilhão, até
atingirem o estado juvenil. Logo, a diminuição do número de trutas leva à
diminuição do número de juvenis e consequentemente à redução do número
de indivíduos das populações de mexilhões.
8.2. Os amieiros promovem o ensombramento da água, logo, a sua doença
traduzida pela redução do número de folhas faz aumentar a exposição solar,
o que conduz a um aumento da temperatura da água, sendo que os
mexilhões requerem águas frias.
Para além da redução de folhas, estas tornam-se mais pequenas e
amareladas, o que compromete a alimentação dos invertebrados aquáticos,
que servem de alimento às trutas.
Assim, a redução da quantidade e qualidade de alimento faz diminuir o
número de invertebrados aquáticos e de trutas, sendo estas os hospedeiros
das larvas até estas atingirem o estado de juvenis, diminuindo assim o
número de indivíduos das populações de mexilhões de rio.
8.3. Os mexilhões requerem águas correntes saturadas de oxigénio e frias. Para
este regime térmico, contribui o amieiro, que promove o ensombramento
dos cursos de água.
Os amieiros estabelecem uma relação simbiótica com as bactérias da espécie
Frankia alni, que se alojam e multiplicam em nódulos radiculares. Estas
bactérias fixam o nitrogénio atmosférico, contribuindo para a sobrevivência
das árvores em solos pobres e para a produção de folhas ricas em compostos
nitrogenados, que, quando caem, servem de alimento aos invertebrados
aquáticos. Estes invertebrados constituem, por sua vez, uma parte
importante da dieta das trutas-de-rio.
Após a ocorrência da fertilização, as fêmeas libertam as larvas (gloquídios)
para a coluna de água. Os gloquídios possuem uma estrutura em forma de
gancho, com a qual se fixam às brânquias das trutas-de-rio (Salmo trutta),
parasitando-as de forma obrigatória. Ao fim de alguns meses, os juvenis do
mexilhão-de-rio libertam-se do seu hospedeiro e enterram-se nos
sedimentos do leito do rio, até atingirem a fase adulta.

Em algumas espécies, os venenos são ricos em neurotoxinas 3FTx ( Three-finger toxins), polipéptidos de
cadeia curta, que inibem os recetores da acetilcolina nas junções neuromusculares 1. A acetilcolina é o
neurotransmissor responsável pela contração muscular, nomeadamente dos músculos respiratórios.
Nota:
1
Junções neuromusculares – sinapses entre os neurónios motores e as células musculares.
Explique em que medida a inoculação de veneno, rico em neurotoxinas 3FTx, por parte das cobras
Colubridae no organismo das presas interfere na produção de energia.
Elemento Resposta
(A) As neurotoxinas 3FTx inibem os recetores da acetilcolina das células musculares das presas.
(B) A paralisia dos músculos respiratórios reduz a quantidade de oxigénio no sangue (OU a
quantidade de oxigénio captada).
(C) A menor quantidade de oxigénio que chega às células conduz a uma diminuição da produção
de energia.

9.1. O veneno rico em neurotoxinas 3FTx inibem os recetores de acetilcolina nas
junções musculares, sendo a acetilcolina um neurotransmissor responsável
pela contração muscular, nomeadamente nos músculos respiratórios, vai
fazer com que ocorra uma deficiente renovação do ar ao nível dos pulmões,
uma vez que as presas vão ter mais dificuldade em fazer os seus ciclos
respiratórios, assim, vai dificultar a chegada de oxigénio às células,
comprometendo assim a respiração aeróbia e consequentemente a
produção de energia.
9.2. O veneno é rico em neurotoxinas 3 FTx. Estas inibem os recetores da
acetilcolina. Como a acetilcolina é o neurotransmissor responsável pela
contração muscular, principalmente dos músculos respiratórios, a
inoculação do veneno vai assim dificultar a contração dos músculos
respiratórios. Consequentemente, a quantidade de O2 transportado no
sangue será menor, o que leva a uma menor oxigenação dos tecidos.
Isto diminui a eficácia da respiração aeróbia e assim há uma menor produção
de energia sob a forma de ATP.
9.3. As neurotoxinas 3FTx inibem os recetores da acetilcolina nas junções
neuromusculares, sendo esta o neurotransmissor responsável pela
contração dos músculos respiratórios.
A inoculação de veneno rico em neurotoxinas 3 FTx nas presas, ao inibir os
recetores de acetilcolina, vai impedir a contração dos músculos respiratórios.
Consequentemente, haverá uma grande dificuldade das presas na realização
da respiração, logo haverá uma grande diminuição da produção de energia.

EXERCÍCIO 10 (2019, 1ª fase, grupo II, item 8)
Explique de que modo, em Apis melífera (abelha), a quantidade de nutrientes e a quantidade de

oxigénio que chegam aos tecidos podem, ou não, ser afetadas por uma alteração na distribuição
do fluido circulante.
Elemento Resposta
(A) Os nutrientes são transportados no fluido circulante, logo uma alteração na distribuição do
fluido afeta a quantidade de nutrientes que chegam aos tecidos.
(B) Os gases respiratórios não são transportados pelo fluido circulante (OU os gases
respiratórios são transportados através das traqueias até aos tecidos OU os gases
respiratórios chegam às células por difusão direta), logo uma alteração na distribuição do
fluido não afeta a quantidade de oxigénio que chega aos tecidos.

10.1. O fluido circulante transporta os nutrientes e os gases respiratórios, logo, a
alteração na distribuição do fluido circulante vai afetar a quantidade de
nutrientes e oxigénio que chegam às células.
10.2. Os nutrientes são transportados no fluido circulante, logo uma alteração na
distribuição do fluido afeta a quantidade de nutrientes que chegam às
células.
Os gases respiratórios chegam às células por difusão facilitada, logo uma
alteração na distribuição não afeta a quantidade de oxigénio que chega aos
tecidos.
10.3. Caso haja uma alteração na distribuição do fluido circulante não há
consequências porque os nutrientes e o oxigénio são transportados pelo
sangue.


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“Os segredos das respostas certas”

Ficha n.º 4. Análise de Respostas Abertas por Níveis de Desempenho

Para cada exercício encontras várias propostas de resposta.

EXERCÍCIO 1 (exame 2023, 2ª fase, Grupo I, item 7)

Exemplo Resposta Pontuação

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EXERCÍCIO 2 (exame 2022, 2ª fase, Grupo III, item 6)

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EXERCÍCIO 3 (exame 2020, 2ª fase, Grupo I, item 7)

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Exemplo Resposta Pontuação

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Exemplo Resposta Pontuação

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Exemplo Resposta Pontuação

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Relativamente ao PNSAC, considere os dados seguintes:

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Exemplo Resposta Pontuação

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Exemplo Resposta Pontuação

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Explique de que modo, em Apis melífera (abelha), a quantidade de nutrientes e a quantidade de

Exemplo Resposta Pontuação

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