Você está na página 1de 16

úe"{,prü

,d..r ninrü. e Ai*flu^a CoL'v ,jfrrol.cr,t:


'3 -
.LlnÍ.v^'ú,u

+"",rffiiá dsr ilanux


-r-
J>\. c.,rfuv:,
1
* f,ur)
,,tillr0 qrd.ówL *,na* áü,5 1tL.rI{ \uit -
*)s I I "*:c;1

* inv"ençã.o (n rouyn^brnnca,
Não importa que estejamos magnificamente vestidos se as roupas esti-
verenr sujas e, principalmente, se a roupa lntima não estiver limpa.

Á. de Cor.lrtin. Nouueau üaité deki civilité,.

Popr-sn CoMI'REENDER qualqursr sociedade por acluilo que ela mostra, mas
pode-se comprer3ndê-la ainda mais por aquilo que ela esconde. Ás roripas de
cima revelam uma reiação com as aparências exterioÍes, nas quais ser mani-
festa o espírito de representaçãa, e cada vez meno;s com a utilidade, como
demonska Rôusseau:

A fantasia dirige [a roupa], o orl$lho deia sê apodera; ela serve para dÍil-
tinguir a riqueza e as posições. ,4,í estâo os abusos a serem corrigidos; e1a
participa dci espírito de regener:ação francesa no sentido de devolver ,r
vestuário a seu objotivo original e aos costumes da i,gua1dad.e.r

É isso que pretendiam tentar os revolucionário§, inflamados de libr:rdade,


de ignaldade e cle transparência. se eles não vislumlrravam, como a l|izaram
Çertos milenaristas do século xyl, retomar a uma nudez fundamental e mais
igualitária,z eles estavam conscienres de que todo movimento de reforma da

J -J, Rous§sau, "Ccn§idémtion sur los avanta.qes do changer le costuÍne


fraÍlçais par 1a societé nopulaire
et républicaine d es, Art6, , qín La, dllcadt plrilü5epl1iq1aq, litiiraire er pol;tiqüu, l 0
floieal, Ano II (2i4.1 7g{),
pp. 60-62.
.§obte os milenaÍi{ira§, veÍ r^,I. FÍaemge, Le toyaune millé+taiw
da
lérôtne Bosch, paris, 1g66.


 economia ,.los 5luarda-roupas A invençãr:r da roupa-branca ô" 163
162 "4r

indurnentária não podia ficar na §uperficie. Sua rçÍlexiio, que amaduÍeceu len- finos do que os teciclos usados paril a confecção das l'oupas de cima. Ern con-
tamente com o pensamento filosófi,co e medico do Srrculo das Luzes, tr:ndo a traste com as acumulações constatadas em toda parte da rouparia da car;a - pa'
11aturez.a e uma nova higiene como referência§, recontrece que tqdo e§tá ligado, nos, lenç6Ís, toalhas de mesa, toalhas bordadas, guardanapos e toalhas r.le mão
o de cima e o debaixo, os corpos e ari alma§. "No mundrr moral, como no rnundo (de higiene pessoal o, ao mesmo tempo, guardanapo) -, a roupa-branca érata,
fisico, a iiberdâde ê â mãe da energia, e a penúria, a da i raquet4", escrevia o dou' mesmo quando conhecida dos pobres. É que a aten()ão âo corpo aindir não é
tor Venel.3 O corpo por inteto e§tá em causa e, com elc, { áegêncà e a rorxpâ ín- t' ditada por umâ necessidade de mudança, mobilizada por um vago a§seio, pois
dma como signos sociais de referênt::iâ e como regra§ de comportamento Entrc :1r r ,"€pâ &pmà detém toda a atenção; testasô resulne o todo dó coipe. A ca-
os séculos XVII e XVIII, moldaÍam-§ç e difundiram-§e üs mâneira§ de collduta e misa era de uso comum, mas não retinha o olhar ê a reflexão dos especialistas
os códigos de ação ligados à invenção da roupa-branca '
" ''
,, daterapêuticaoudamoda.7Nasuhstituiçãodoshábitosqueseinicianavirada
do século XV para o século XVI, é uma relação com o jogo social clas aparên-
cias veladas e desveladas que resi:a descobrir. Â roupa-branca contribui para
criar essa frontr,:ira imperceptível que é traçada entle o§ espaço§ privados e
0 nascimento d;l rouPa-branca públicos, onde t;s corpos são jogori complexo§, onde as famílias e suari 1ições
são sempre a instância pedagógica principal. A aquii;ição da roupa&ranca e o
Pode-se acleditar que o linge (roupa-branca) sempre existiu, mas a his-
uso das roupas-brancas de criança, com mais intensidade ainda talvez do que
iriria das palavrari e a história das c;cisas nem sempr(tr coincidem exatarn€nte,
as dos adultos, permitem perceberr os valores culturais que fazem o sistema
embora umas e c,utrâs se e§clareÇarn. Quando, no sé(:ulo XIII, o adjetivr: Iirige
avançar em tod4s âs pârtes do mundo, pot meio dos mOdos de utilizaÇão e de
se tornou substantivo, o uso do lingi: estava a um passo de se tornar universal.
conse-rvação, p(:lr meio dg.e§ito d9 Oue é 9{3lue§'t149 e estâr nu,-do gpe é
Apenas um século mais tarde, por volta de i393, Le núnagrer de Pais lembra ,. v
rr;9egog1eelimpo.
a irr:portância fundameutal que §eu uso e con§erva(,âo já ocupavam nâ eoo-
nornia doméstica dos riccts burgueries parisienses. Â [istÓria do linge crl6*tu Não é inútil lembrar de inÍr.:io algumas idéias comuns ê, para tanto, é
lentamente e sel1ue até o momento em gue o constlmo da Íoupa-bratlca se interessante se5;uir o percur§o enlre o antigo e o novo vocabulário. Nos séCu-
torna corriqueiro, Um sistema cultural se instaura, quando os cÓdigos que rrão ios XVII e XVIII, fala-se em'gro§ hnge" (roupa de carna e mesa) e "tnenulinge'
explicitá-io mais çlaramente ainda não são visíveis e ns bases materiai§ se im- (roupa-branca clu Íoupa íntima), e o léxico domóstico une e §cpar3 'r: que é
pôenr em primeiro lugar. A roupa$ranca existe na§ arca§ e nos baús, na cidade do leito e da casa em geral das roupas de baixo. Ás ilefinições encontlam sua
e no campo, mas, no comentário d,l vida cotidiana, ela permanece ocuita, en- força de expressão no que há de comum nos materiais de estudo. 'Linge', diz
quanto "tudo estiii no lugar para que sirva, mediante seu ritmo de renovação, Furetiêre,
por exemplo, a uma imagem do asseio'.s Os inventári.os medievais - os que E d{
prÓprio para servir à famí]ia e
Piponnier estuda., na Borgonha, de aldeôes ou.citadinos,6 e as conta§ das ricas [...] é, antes de tudo, o tecido empregado,
à pessoa. t) tinge d8 tabta [rou1:a de mesal é, em geral, ornamentado ou #
famílias.parisien$es ou provincianas - contabllizamcom uma maior ou lnenor adamascado, os lençÓis são de linge inteiriço e liso, as camisas são de lirlge
ti
:
abundância as rr:upas-brancas, geralmente confeccirrnadas em tecidor* mais fino e solto. Essa palavra vem de lin [linho], oom o qual sefazo groslinge'
Chama-se ,ql.ros tinga a gue §e põe para lavaç que st: manda à lavanderla,
como toalhas de mesa, lençóis;, guardanapos e carnisas' Chama-se mena
J.-A. venel, Essai .slrr la sanlá ct sur I'ducawn maliaínalu &.s fiRê§ dcshne*s au nranaga, Yverdon, 1776, Iinge oqgyitilhos, punhos, gra\,'ata§, lenços, que são onviados às engorrra-
pp, 108-109.
doras. Dü-se que uma pessoa está com linge urd Qisa), quando não há ren-
Pãra uma análise intordisciplinari ver M. Ycrlot& D. Rochs (orgs.), ]Íhnotegic íÍdn«dsa, númrro cspq-
cial, 1986; para um relativo cruzarncnto dos ta(tos o paÍa uma compflração erudita e sutil dor. compor- das, e que é, uma beau linge @'nla), quando ela é guarnecida de rendas e
tamento§ o noÍrnas, ver P. Peúol, Le tíauail aii"s apparunces oule| tt".n§"lrrrnatian§ du êarp.\ fémin.n, xvÜl\ ricos pontns. Tàmbém se diz que uma pes§oa astab,elle sowlelinge @onita
XIX $iàcls6, Paris, 1 984; e G. Vigarello, Lc propre et li; sale, Paris, 1984. E§sos dois livros, oxemplares por
sua metodologia, virloriâam os textos essençilis em torno do cotpo ar:tigo, A roupa encontÍadâ cm todá
a pnpulação peÍmitc conlrontar as molduras normatir'âs c suas difusiics sociâi§.
C.'t'igarello, ta p roirs et le sa&i cit., pp. 58"61),
!l Piponnier, '.q.vanl. l'ürmoiríi liüge, linge dr: tnâison ct linge du corpri âu Moycn d'apros lt:§ inr trr-
lxires apràs decês bourgrrignolrs'', em Àlhiloi,rgía Írun(iisa, 1986. ^.9c, G. Vigareilo, Le lrapre at lu sale, cil., pp ti(!62.
164 "6 A ecomimia clos pratda:roupas
A inirnção da rorça_branca
ôÊ 165

sob a rorrpa), isto é, do tronco aos joelhos. Diz-se proverhialmente d0 ume que o desigr,l Ç0n1(
pes§ôa que e7a é, cu:nause en lin:ge sala (curioSa por roupa&ra.írÇâ §uja ).
,,, i o, c a,nã r n,.,, :.:]fiX,:' :: i: :,: il.,;X'#
quais a criat'iq;a.cnquista I, ry,Í*.il:,,,i, i il§.,:f
(curiasa, nô srntido de indisoriq:ão e curiosidade). O líng«r é ô comercian,te de
anin:al a um,r existênçia social,
prrr,,_de unr r:staáo in,rcah,*o.
su.r:llrtor)orr,,r'" 1ff
linge e delíng:.erte_. As descriçÕerr don di*ionários d,r fim db séôulo Xr,rÍi, qiã os cloucle a im
o gorro, as Íi ddas, a r:amisola,
Iêxiios posteriores retomâm dr: forma mais con«:lensada, sâo ampliad.as pela rtonclt.r a orr&t#1;[li:,1TXH?;#:r:J;;
qr"ra,do a primeira roupa
Enciclapdta, §rtrn que se diz de Li.nge: "ern geral, de todo tecldo trabalhado. Há a da inl'ância ú ftlrta cia carnis,
Í4csk)s sirnb()ricos' aos,quais paterna.lrEr, toir:s os
roupa de:nesâ: â roupa fina, a r:lo dia e â roupa dr. noite,l as r;ren(:as tradicionai,
1 ;oyfaria, lo-upa "",,;;,;;;;ciôrrcia,
c a d,,enÇa, pâra uma g;,ranri,r
o rt:_
A lexicologra fapiliar registralusos cada vez rnaio complexoo, qu$§tionan- f[il:XT1,l:Íl]:"*" em retaq:ão ao Íiiruro,
do, por volta de 1750, as alternâncias cotidianâs, mâs permâneceüdo basica- bc o m a,, o ;;::"J,'.'ill,l?;,1,,1i,
mente fiel à r:itefinição técnica de origem, pois sonros remstidos ao vr,:rbete toiie
i,x i do

os Llorpos $aÍrlos, o.mo


r

a virger,r Negra c1e


;ll:1, I,1;J: : :Í::X,;:*::
chartrc,j,12 tra,sÍigura 0s Dequcn.)S
(tecido), econômj,co e tecnológ:ico; eie desonvolvc um poucÕ os tem:ro6 lingar, ,bjetos coti'irrnos r:rn instruÀe.,tos
Je sr,craridadc e a,, ru"ori',tt*o-..
lingpre e Ttngurie, segundo scuíi aspectos comercjais - ,,fâz-§e a lÍngene como rr.r rrsp4-f 1"1,,r;;r, visia,do
horiz, rnte d,,;';;;;é;;;
, porque
se faz a joallieria" *, e, nâ per$pectiva dos usos do.ordenação, ahngaria agôra qrrc rls rrroq;rs da sc''ciccradc ;;;,;;;J,:X;Lrír. [. por_
rr',ti.. n ol,tt, Iãr rp..,.aaacJ.
de§igna nãô só a roupa,branca como tambêmi^b lrrgeif dostinado a guardá-la, a scr(r dâs roup s_br;incirs particurar .ro nranu-
c dos,,,:., n,, rru,f,r, da c.,nfecr;a;
prepará-ia e ,l conservá-la.
Um r.1.r1,..111,
,a.trc,iar.n;r i Lrb.rclacic conferc ";;;;r,ürv;rr,;ã()
Esse br:eve esclarecímerr,to lexicográfico il.eetaca as trôc dÍr:eçÕer que Llnt;l consci(itri;ia diÍi:rente.,3 conr a aparicão d sr;
S. r,s tcx.,s antigo..,;,r.or,_,1 ;;r_
orientarn qualquer refle,:ção sobre a roupa-branr:rar os horiaontes ,ià"parecêr sào b4stanlr: Í 1m()rosos
para lig,:rr; nn pru,,lor*g"nd,rrio,
;;;;;;;"r,rir:, r:les
e de sua economia, a esfera d.ir higiene, a parte do erod e o§ iogôil õo corp'ô. rr.iuJr,t-brant,;r : tahu o mágico e a rr:aricjaric,
tlt:.sanguC, r rup;r-brancace.rc..enÍ:.r
Ninguám duvide quÇ as roupas.hrancas não contribuem na sociedacle antiga, -itcrrt io qu() .r , mt,r.as do camp() cio sexb c da no:tc. ,\
,e ainda hoje, mâs com ôutras sutiiezas, para a deÍ:iniçâo das fronteiras das apa-
. ár, ,,r,i.,"
1911,üis expr rne esses rarores., , s",.â;
rências entrn o que deve ser useIdo pâra o público e para o privado. É um jogo t;ti*s .o g;r1an1,rio ;rÍÍroroso, ;;;;;""H;;T;il
,o,,*í ír* igua lmente pelos ge str: s
festiv,r,
ilil*11Íilil:
e um. te6te da distinçâo; pois ar; roupas&rancag srío arrastadas no tuftilhâo dae nlLrlâÇão' que' :az com que da ac.u-
gcral:nente amontoem rros
modas. É tarrrbém um indício tlas maneiras de viver, legitimadas p,:lla civiliza- g'andc e roul:"r-branca miúda n'iuito armários roupn-branca
a,,)m
àrs,r*.,-rrrid;rdcs de renr-,vaçâo,
çáo da corte e amplladas pelas pedagogias das ciuÍlftes, beticada iu grosseira, clur: fazem dcl:Ls be.s de e
prestÍgir:, ,*r"u* il"
pesada ou fi.ltâ, nâ Íoupâ como ne denoração da casa, a roupa-branca, ó urn mar- ciia das núpciarr' Em resumo, ricorri e dos pobres, exirrid.s
no
"caàor eficiente das topografias sociais. Essa identificaçfro com quill a in'enção d.a roupa-,r,;lnca
a ninguém c'lmcnte â parrir dos movimento não pode ser lida urri-
r de transfurmaçãr:
de engana é inseparável da identidàde social e m,:ral dos costumes comuns" É sc estc eslá no Iigarl0s ao asseio, m'§mo
cerne das prática;r indumcntárias.
um dos papr:is dos manuais dt:, educaÇão ensinar: qbom uso da roupa-branca
entre as con.dutas indumentárias; e uma das fun,;ões da família, e umbém da
êscola, fazel compreerlder o que se faz or,r nâo se faz nesses domÍnios.B t1

.A roupa-ürancà é uma ctas materialÍzaÇões da difusâo das regras do com-


portâmênto. o açesso dos mcniiio§ e o das meninas a esses ten"itórios não
são exatâmernte anáIogos, pois. para os,{ois sexo$, a carga simtólica.da roupa- l:l

branca não ri completarnsnto comparáÇei e não so 1ô da mesma únôtra.s para t3

todos, por ü,lusa de sua posiçãr: intermediáriâ, por sua proximidade do corpo,

C. Rsirharez;, "Habilleinent et çivílitr,,, em,Eth?xopaphie, i9€4.


1"" VefdieÍ, Ftt çow de dirq li:tçons ilu ftii'' r:, Pari§, 1 979.
166 "6 A ocr rrcrmi.r clos 1;uarda-roup;rr
A irr.ençi.io dn rr:upa*branca
.l)

0 limpo e cr sujo ci;ls ordinár'.ias. jj a questâo tli,. rcsr:r,v,ei d<r ruL.r:,r r


[]oo,r onr c1r_it: a lir::erLi..?lil..roffr
do cspÍrito {r dos (lostumes sc.rljusiir l'nuito berrr ,,r ht,lcrs.
,.]..r. Numa hist(:ria cla roupa..ilranca, os.-!.{bitor, dc lrrgir:nc têm urn lugar Nern t<lcl,, o,rrindo
es- tem a imagll naq:ãrl clo divino rrrarqLró§, r-:ujos cor .ros ;rr:unlrlacios
sencial.15Cridacl,s e asseio 11,:m scmpre supunl am,.,Ufroã"r, , ,ri,;;l;;; tr desr:ucl.s
, r. , adqnlriranr l"linal c1e contas âs puríis rrirtudcs d4 ,rbstr.a6àr:. p.ra
roupá-brancil após o sécu1o x\,"1 generaliza:uma riim,lnsão corporal zr,Lainr^ia clas
r t f' , espocitica pessoas, o gr';rndc contrasto se ,ô errlre o dia e a nr:ito,
r.londc o accntr) col<:ca<io
que a Idade Média ignorava. l,lma nova epidemirl0gi.a Íhz convergrr
a mesnla pela tradiçã'salant* como pc1,,r vigilância pudibrrnda, por
átên§ãd'sôb:"r a roupa-branr:a. ,{.s pcstes, que nã,, clesaparecem deíj nitir,.an:ren- r:xcmp)rr nos resi,-
larnentos dr:r, int(jiltatos, ar: p<)r .clo-sol c tias toalulr:s cl;l manhã.
te do reino;intes de j720, dc::ncirdeiam obsessi)cs r(lcorrcntes, n,oviirrr:11os ,lan rbigri iclâc1c
do momentc'e o so,qredo dos rrirbitos siio propÍcir:r às in,upçÕes
ciestruidores contrâ a roupa-br-anca, ar;usada de veicular os miasrnas da ir.r iarirr;lc;;io,
r1a epi- e ti preciso c.,rmbatêJos our sublima",loô na artc.
demia e que: podia certamentt:: abrigar ratos € pulgas, vetores autr::nticamg:r_
te pestífero;.16.4 persistência ,,.los parasitas nas .ostllrârj, e que sc acun:ulam Aí, tantbÓnl, a tradicão li'enciosa e o cc,lilol rnis*rr;
clos virir-Lor;os trâ\ran.r
iem quantid;lde por falta de,rna mudança suÍir:iente, n.ão concfuiz o mesmo cornbalc, desvalorrza rdo, sLrblinhanclo rr recorrr)ncia
obr,igatr:_ dos i.onr.as, r:c-
riamente at.tma ex:igência de rlsseio clo corpoll, rila.xprirne a c.r,rupcão presentaçõe* apropriaclas a.aLla época e, numa 10nga
cl.s continuidacl. das apa_
humores sec:retaç1os pelos piolhos, /rcaros, sarnas, contra a qual sc rências, dos gcstos, associancr, ,a roLrpa-branca !0 er:<iiic;o;
luta a golpes assim, a l:jstóriir
de purgaçõer;, §angrias, eméticr), mesmo de regir[e a]imentar.rs ú cxcluída d. um ciornínio qur nãci r:, t,davia, rir)rn fútir
Á raridacir: da nem ora, a
roupa-branc;:r mantern as doen,:,:as cutáneas, qLle r,)s oirscrvadores proximidade dos hábitos inclu n.rr:ni;ir ios e das filr.li;ões 'ulÍrar,
nrédir:o.q cios muclas da uiO; não deve
sé<;ulos xYII e XViIi vêem reg'essâl mas quc as çr-lnduzir ao r:rilf;ncio. Âo qucbr;r!o, a história tla r:urtura
.luerras do século ,rlx fiz.rrilm rnateriar ril1adar a rlas
rcapar€cer eriltre o§ militares e os civis. os critét.los antig0s do sensibilidadr:ri enc;ontr;lrá sria cr pJir.:ação, c nós a (;,)mli1.0e11deren10§
asse.Lo n.io ci.ri- 5en^r nia:is
gem que §e ;rtaquefl1 esses males irrvisíveis, prefi:lrindo destacar *xaminando 1)s corlsulno§ pa,il,,iensos c1e r.upa-bi.an(.a,
as figrrras do qu' parrillr,rrn r.rrr:r,i-
visÍvel e mar rter o asscio das rinlcgq paites do Ç(Irpo que se vôem, nlentos da e( onon'ria, apropriar.;õos sr:r.:i;ris e pap,)is sinibcilicos
prirrcipat- inii.o4r_izidos
mente o rosto e as mãos. Ao se difbnclüj sobretual,) as r;arrisas, rias funçoes (.oitc1 i..ta§.
a.ror.lpa_t;ranca
possibilita a :ntroduçãrl rnais sid'tê-máiiôa do assei,r cc-,rporaj
da muclan c:^.it) Ai,
também, os ;,iprendizados da ir tãnc.ia r:onstituen-, a etapa essencial
na aquisi-
cão das regra., de asscio c de rn, tod,,. o que a soci :dacrr: do Antigo A riqueza da roupa-branca
R:ginrri t(rrn
de éspecÍfico e que perdura aie m das ruituras p'ríticas até o
sécuro XiX í, sua
lronteira ent::e asseio e sujeira, entre são e malsã,rr, e r:sse limite nãrr No oitar,,o livro das Confssr)qs-, Jearyrlacques ,ou*sspgq*çXoca
coincide rle maneira
na época corrr o dos definidorer,; de normas higiêrLicas e morais. alista o@.fdn o cupava
re
{á ''-"--'-'..'-' ni-a;
i, pà-uru r,àà **iã-ff ãa"uãuriu, u, o"
'
Restam os jogos do corpcr e as relaçôes ap.:rtadas entre roup:.r-brall.a mcados dãGculo " xvtÍt, - l ",
.,1 e
l erotismo. A ligaçãr: é patente no domínio da literltura, mesmo
da i:,ono.qraÍia Por mais âustcra quc tcnha srdo rriinha reforma
l,lr
I
galante- o oli:.ar, o nosso e o dol antigos, demora-r,;e aqui sllntuaÍ.ta IRousseaLr ,. ca_
no valor tr:+nsgressor ba de optarpula inrlependên'r;ia, a firn de levars.ia vicla
acordado ou rão as dif'erênças limÍtrrrt'es do visívc i e do invisível, de escritor, r,: de i.,
r,rrlo, dr rcvr : aba,do,,,rr as r,eias brancas (.: os ornâmentos rl0ur:adorii,
eu não a estr:.ndi
\j'
do oculto, dc nu e do ve'stido; rodo urn ciima dr, intimidade sugeri lir,:crrr:s a princíi:io à nrinrra ronpa-branca, que era bo,ilr
propícias. ou[rora, não se desnr.rdava facilmente, :] .]esil"lo
c rrn quantidacre, re-
na pintura e asr Íion- úlanescc,te ckr rncus trajes c': \rc*r:za, c pcla qr_r,.,1 c,
tinha uma af.eir;ão
teira: do pudrrr se ultrapassavarn com menos facilidadc, ainJa nas r-: particula r: Á foroa de fazê-la r.rm olrjcto ae asselo,
r u fizcra a.r"r*
rcurstân-
de luxo, r..uc niio nrr: deixava rft: ser r;ustoso. Álgur,:m
rnr: [t:z- obr; "üi=iã
;,;;
dc me Jihcrtar dessa scrviclãc;. No dia anterior.lcr Natal,
enquanto as ,Eo-
}J
G. Vigarello, l.:. prôpta ct sale, cit-, pr. 49-g0. vernanta) estavam no oficio rlc vitsrLi:r;rs o
l6
Le
cu, no rlonccrto espiritlal, fbr_
J''I{' Biraben, htmvtru
et ra p.eçte.rn .rwnce et da.^ res pags mr:rtftct**,iens, pari§,
'rata 1976, t,mÕ ? Çaram a lrortiJ d{l urn sr)t;io (rntlt: c"rtir.ia estr:nrlida ioda ;t rtossa
17
JÉrôÍne-Pichoil (W),Leména$er d.e.poris, paris, i846, tomã pp.
i, t7Z-f ZS.
roupa altrós

'G. de Chauli*c, Lagrand*chtrurgie, XItr o?cle, Lyon, ií92, pp.47ü.4n. utrir 1a'ar'ürn clut: acabáramor, cle r:r;:.r". Roubarani rucrr.i,
altinr d"is miniras
]U
G. vigaruilo, Lt:1topn et Ic sale àit, pp. Sg e óg-iS. 42 r:amis:rs ck:bel.s tccidos, r, quc lrr:avam ,o firr,:lo dr: meu guardâ_rrru-
1ó8 "6 A €cilnomiâ dos guarda-roupa;;
A invr:nçÃo da ror,rpa-branca
/,)- lii9
{
,.,. pa no (luári eu coiocavâ a r'.)upl-brarlca
[. ]. f,, sa;rr.erl.tura lne clr ou (6. Nossos mil guarda-roupas pe rrlitcrn, senã'rr cárr:u.ro
cre uma rt:raçâr:,re*
r" comul'lr qutl combinavam rnais 0orrl o resto c;isil do valor rla roupa-branca, pÊlo,lc*os uma av*liacão de
coniuntír,. As taxas
cL:s mous triljes,izo
--, qLle propom( js par;i caicujar a t,rlaÇiro, em valor I :rlÍli1âi,
,1' entre a rc,rlpa_bran-
.r' ' A ane:,lota ih-lstra benr a im;rorLáncia cla boa roul)â-branca pêra um
ho-
ca (.a roupari;r da r;ilsa nccessit,,r del urn outro estrdo) c as vestinler.rLa§
Í,raÍn
, ffi.?m que (l -rer cncontrar §cl iugar nr: mundfl e nele cieseja cçpstru.ir cstabelccidal. com base om unr núr:rrero restrito cre caso$, quando;rs
lacun.as
ssu
caminho. v, ÍÍros aí tambúm r )rnír unla nrudan..a dr: sfalz,rs podc,c aJustar par0ciarn po rco irnportantes c a dcscrição, 0oÍtr.lrlet;r; segundo
a a.s i..:ategorias
uiria transÍtrr-mâc,io dos hábitr;:; c lcvar a csi;olh,,li clc menor qua.liilade. perce- ontrc os dois rercos ç a metade r,ios glrar:da-roupa§. a inrljrccisão c1a oirservailão
br:mos coàrl sr: i-ih()(ra ojoc.o rlas,.rparôncias nal; freilteiras sociais notariai exc;[r'ri, talvez etn conÍbrrniclaclg com os ]rii:itos misturados tle ordr.:na-
c como se
delineiam ar. ner:cssiclades corrruns da lavagem r: da cgnservação. ;:,or rllcnto o con.i as rnatrciras parti,hacias cle vestÍr a l rupa clr: haixo, un a caplurâ
fim, ve-
rificamos iq.r ialmtlntc a confirrnaçâc; da importâr'rcia i1o loubo com, l_rrr:lojsa da sc raraÇiio dos sexos. miúda das rliulhcres
eiemcnto r,r

da rçdistriblr ição e da circulacr.ro dns roupas na c.l,darlc.2r para.Roris.,eau, {t il homclrs st: oonÍbndem
como
para muitos outro§ parisiense,ii ricos, não tão riL;os c tiancamenti , tios Cirm
i
pobr()s, a
roupa-branc'il, sLla oos§e, o cuidado com ela, scr.t cu$to ÇonstitLlci.tl AS ul-l': pôLloo men0s p0r
t.
u:n br:m
revelador dc's usos sociais e, sobretuclo, da mancira col.llo as prátic,ts voltã-de 1 riocial e a evoiuç:iitr dos costumes pa ecelr ter
dos gru-
pos e dos iniivÍduos ligam dc ftrrma comunr re; lidattes o represeltaçÕcs.22 acentuâdo 0 dimorfiemo sexual das n<>rnenclatur,;,rs. f)ss;rs maneirar,, de fazer
E
preciso ter lma hela roupa-hr lr.lCil, s(: dese.jam,,s p;li.(:(:r:r que estã., coino Í10 caso da roupa, ligadas ৠprátiüas do cr:qlunto da populaçâo
o í âo sclnros.
A§§eio êlüxi:i são os dois elemr::ntos lrerceptÍveis .la íl\,or1turâ vivicla parisiensê, eÍr1 um momento dflr rnuflsnçs importnnte, quando
pelo escri- os gúrstos com
iôi' Rôül§eârl abandona <; luxo ilara mdhor corrcl:rná-lo crrr nome cia igualda<ie, roupâ se dive rsiflcam, quando ai$ exigônciâs de todos c.meçam a §e r§quintâf,
mas ele continua Jir:l ao asseio, clepr.ris i1e h,:r f.citr, suit rovolu(ão
inclumentária o ganho de p*ecisâo testemunha um prosresso de interesse, do mesmo modü
pessoal, que .r1ão rl totaltnento rr de st:Lr s[rculo.,r:, I:,.rris c que âs lacunas o as aproximâÇÕ{)§ romprovam o jorio sui'it clâ$
a ]..r.];,ltoÍ,partr.r d6g ryyg1- utilizar:ões.
dos urbanos rnistr.tratn uma e c,-rtra oxigcn.cia em suas r.linâmica.s
Oc,cnômica e
soçial. A reft-'rma <le Rousseau ,i,esto q ue soments
':'.ta7vez, a1iás, ur-rr un1 início
bem-sucedidr:) e tima medíocre ,lbunclárcia permrl.em, ditarla por
uri ra vgntade A roupa-branca que distingue
excepcionai t.ie rupttrra com os homr:ns de letras, a st:rr rnodo ,,rrarjircos
dos ri-
cos e dos ír.oi)res", vimos tambÉm qr,re o r:snobisrr o d;,r rriupa
man.tér:n às vezes Por voh.'i dr': 1700, em todcrs os pâtâmâres cla riqr:caa parisiens(::,, ,]Llgar
Çu§tosa§ simPiicidacles. PaÍa o iestânte do povo, larâ a maioria o
c1:ri, citaclinos, cllrc a roupa^b anr.a ocupa é psqueno, ceftamente menor ainda
a conquista |la roupa-branca $(l insere em uma trarsÍbrrnação dtroisiva do ttue o das
dos rollpas entrci ,s qriais a ciassificr,.rn os avaliadores
comportame irtos.:'l {,zer tabelas 1 e zJ. No topo,
os nobres gasrrm, ern media, 20tti: de seu capital inr.lumcntário
em rorrpar:ia dc
" câr,a e me§a ,r) roupas-brarcas grandes e miúda§, orr sej;r, algo em torrLo de 360
iibras, quase rl rn ano de salário c[1]) riÍ]r jornaleiro, t it.rcluinclo
as folgao e djlls cle
1'esta' A $cxat iclão da íbnte imper:le o cietalhamento
?0 J.J. llaro cle ssa constar3çâg: al-
Roussea:!., *wrescamp'làÍ6s, tomo.:[r doifdsjxôns, paris; 195g, p. 364. guns grandcs 'rossuidores de vestuário não têm ne(rlssari;urlcnte
er â" Longnon, 'lJn vol comÍnisiu prdjuttice
Àd,s
rnui l.a roiipa-
d(, Joan-.iacqúes Rôüriseau, le zs,décernbre l\t:i],,,
Id sôc.iirÍô dhisuirê do pfiri§, j g?2, ÍJp. 19"l}?. Roussoau diJse que Buttetinde branca e, invrtrsaútente, cntre otri nobros, os que orientaln pouco ret.l
recrannaÇâo formal mencronava apenno ?ã - flnas, guarnecidas_it,:
h*via perdido quarenta cam.ieas, pordrn a .rinte na
a rnaioria delas marcada coft a letrs R rlu lado cliroiü do coiarintur,
pu"rr"*, iirãíur'lra*;, com f0stõc§, iuclumcntária :od0m ter muitas 1'ou1.......:;ls de baixo, O, r;avalciro de La Bir rre, cr-rjo
I aina;'";i;ãi;-üliã1, ,íos quars tres guarcla-roupa r:)fir rr]uito excede
brancos e azuin e um lrranço,,calorze Çolarinirôs rle quatro c.?§as
e nove ,toucâs dé dorrnif',. ybltaÍemos r,.s rnil l'ibras torner:râs, n.ão tem 30 er,;cuclosi*
calÍtulo 1?, "Do roubo à rcveirda, oütro B:,pccto ao .o*:ão
,.,
'" ?:r'J::"::"::'X:: ::
J -J- I(Õusseau' Anurcs contpwe§, tomô l r trcs corrl3ssr,ons,
ã" io.,po,l
.it., pp, ,üg2"r.20§; s B. eL Neuih*t.l, Ms 7g4o,
folha.s 4, 11-12,t76-78. Essas faturas slo um documcr:to
raro.
" I). McJy, )rarr -l.tcqucs Rousscau, ull intcll, .rtucl r,tl t1t?lurc,
;aris, l çtJ5.
" rr. Rofiic, Lt;],:ry)rü dr;lang paris..r9gr. pp. lz6_l?7;c N. McK{ndrick por dia dc üiúalho. G,qota ilo iradutot;;
cral.,"lheBinhrr:crconsumu.
\§oúidtg, Loítdro§, t98?, pF. 34-100. atê g reinadri dç Luis XiIl, era de ouro 0, a partir de Luís XIy pa66orl â ser
tmdutor)
170 "6r A c«]nomia dos guarri,r-roupai
A irl,ençâo da roupa-h ranm ôo r.

em r(rupâ'.branca em su,l gâv(:i:a; é um pc"rco rnenos c10 qur a r(r)laÇão meclia


ari{qut:,,,a toral chega a 15 mii libras; conturcirr ekrs *stão reduz dos ar; absoluta_
vestirnent"l-roupa-branr:râ, o qu€ corTesp(]nde il Çompra <1t: vários cavalos
e mento :reccssáúo, pois, e;rtrr: vestimentâs c roripas intimas, c; varor nrar
l.j , .r
permite a um Ôperário lrarisicnse viver dr.iranto seis meses.,j l)as Z mjl iibras chega
a 74 liirrras (3,5%J.30 Ern :oritraparti<ia, Fi';i nçois Martins, m(rstre
- um;.r. p0.luena e confcrr"táve7 fazendal * c.ue i)ossLli t:nr ror pa, Jr:an-Isaptiste destina 209 libras às rorip,rs-brancas e ao vor.ituário ci;r famÍlia; como'i*agreiro,
Francois cle Molesan, s(r nhor de Besmaur, mestre cle campo da r;avalaria, seus bens
l^, um mobiiiiLrios r;)rcgam a. 1.8,a5 libras, isso repri:)sentâ l2o/o; o vinirgre irc e um
terço ri de roupa-branca de br:a qualidade.:rü A riuquesa de N,:.vers morreu ho-
de! rnenr trr:rn-sucedido, p.is sua ritl,eaa alcan.a 8.600 libras. o :rvan<,,r
xand<., 350 tiscudos de
roupa, metade dos cluais r:m roupas-br,rr.rcâs e camisas,?., çio consu-
m9 de roupa-hranca se sii Lta nos moios arterlanais c lcijistas, cc:mó rgsultado
o quer darla para compr,rlr 42 scsteiros dr: rrrigo no mercâdo r;entral cle paris da
r: riquczt' e cirt cir:scjo dc os,cniiir
alimentar *lguns prolet;,rrios <lurante viiricrs r,ose§. Na époci,r de Luís,
o Gran-
de, a ,irobreaa parisiense gâstâ quarenta vcrres rna:is do que o::; assalariados l'ia burguesia das lrrofissões riberais rr)ariliienscs, os gâr:tos cer.ri roupa-
das
corporaçries e oÍicios enr despesas de manutenc;ão de roupas.branças, branca reprrsentanl i-iln iiuarto rjo valor clr;s gr.rarcl;l-roupas, (i qL10 rílramente
repres(rnta nrais de 170 clcs l:runs mobiliárir',s. Isso é a çonsei üência de
lrlas camadas popr
ares, para uma rr, :di;r .10s guarda-roripas em torno de uma
opçã<l 1:'or gastos especíÍrr:os.* princlpalmrlrte r:ntrr: as pe§solis
42 iib,,as, o valor da rou1,a-blanca é de 1S Uirras, cnrrespr:ndetLdo dr: r:licio e as
a trôs quartos que vir'err clc renda§ * e de ulr'l apego ao.ecessário, sem cairncl
de url sestr::iro de trigo. Em termos nomiiriais isso é pouco r,,rigni{icativo, supérfluo.
mas Tbnto 1.ra1g as roupas der brrixo conlo paÍa as ie cima, os magislrados ostentam
consirjerávrl, se se levar em conta a modr:stin clos patrimôrriàs, e tanto
mais uma aparÔncia bem me<r:iana, um tanto tir*orata. Eles tôm . q,c ii preciso,
impor"tante quando se d.i,rsce a cscala das rilluezas. Nicolas cr: "dier,
operário clo sern pÍ1)voca<;ão, SãO mai;; prcocupados cOrrr a utihdade d0 rlue corn um
setor Lanociro, divide co'rrr a osposa uma 1.,arca riqueza de 200 lihras, de-
e ambos coro oslentat<irio. o prociirador tlo Parlamento, picrre Leroux, clispõc de
possu{)m:trais de 50 lib.as ern roupa-brarca; a famíiia poirt.t, quc uma
iem g.s00 folgada riqueza mobiliári;r de l0 ,rril libras, r. ras o vestuário e a::r roupas de
libras ,le bens, não tem ,:ais r1o que isso ein seu guarda-roupr,L.29 Â constataÇão casa
somalTr apen.as 250 libras. ouL seja, 2,5 yo. Elrr contrapartida, e1t, prciirrc
,lrais ir,portante para nrr5 § ,g1" a roupa-br,n.a por: tOda part. e alg*maS conser-
vezc:s vâr errr um:r aroa a sedur rra quantia dc 3 riril ljl;ras, inclusir,,r,;
em qrrantidadc. Ttata-se de um consumo c.rrnq*istailo pela n:raiorii da popula_ d.inheiro viyç;
se ele ii uma Íigura um tairto ayara, sua mulher não e nacia
ção. [i:rtre povo e nobrer'i, artr:sãos e lojistas, furrcionários príblicos e profissio- rerluinracla em suâ
maneil,r de vçstir. Lembr;:rlos,01).tretanto,,rue? Ço11:r mais de 200 libras, nada
nais drr alte existem doi:; conrportamentor inter:rnediários. h prornr:ção
indu- lhes fal',a.:i2,'\lguns velhos magistrados possiiem ílpcnas a rouir,.a-branca
ment;iria dos primeiros i,i incontestável, e ;l roupa-bran"u oa,,rpu aí um quarto neces-
sária à decíincia qu€ se rjspe,i:l om seu rneric; assim e Noel l,lmmeâu.
dos guard,-roupas, em .:rédia, g6 ribras, oi:: seja, mais de 291 outro
àos patrimônios procur;:.doç que nâo prticligaliza à sua roupir-branca mais
mobiliários, mesmo qu;rndo o peso é desigualcrente distríbuído segundo de r i) libras, em um
os guarda,roupa a:,aliado errr 30 libras no total
nÍveis de riqueza ou as r:scolhas concretas
' E sa hirrguesia ralur tosa, acministrati.,a, qrrr: r,ive de rc rda rrã. comete
,r\s peças devoup;-L-branca e aslinge|tes"uru, a se acumular excessÇs, míj§1no que os 1rábitr:s de oonsurnr. de roupa-brafl.ca
"o*ana.rn
principalmcnte em torn r dos ,Íveis inter.redjirios, nos j)ariií;am defini-
qua.s se invcstem dc tivamci te atlquiridos. En contlapartida, a c iadagcrn domésri. a sc clcrxa levar
200 a ;00 libras em cuid;,dos com a aparên,;ia. A família dã o,rar1,,
comercia,- atodo .''apor pela prodiga.idade em rclação a roupa-branca. I m'alor médio,
te de raldeirâs, é rica: a; iibrtuna total é de f).550 libras e o ati,/o Àobiliário,
de os gastr's dt:ia ó qüatro vr zcs rnaior do qu(.os crc um assaiar
4.551 libras; o valor do l,parcra-ro*pa urtri,; passa 1.100 ribras (32y0 rdo. corn g,49,o
ria fortuna dos berrs moi;jiiários inve stidos nos guarrla- oupâs, os
mobillária), mas o valor da roupa-branca,ão chega a irm criado,* cstão 1a frente
q,.rarto.?Ír o mtsstre do pelat.ão clos ,:xrnsumiclrires, r: a roupa-branca ocupa, no
recluinte indumen-
açougrteiro Ádrien VollÚ,,1 e sua esposa tênr 2.1i6 libras de }r,:ns
rnobiliários, e tário, urn lugar de destac; re: 51 9ó do valor rlos *uarda-roupas recr:niitituíd.os!

r§ r\rÇhtves nationaleç. Minutie.r ôôntÍdl, XNVI, ZSS, l7il.


'!"
r
,{rchivesnsHonales. À{inutifrr centxâIr LXXq +tO, tOOz.
ÁÍchivê$ Êationales. Minutier cenh.sl, XXXI; SO, f ffS.
rE D. Ruche, Lepeupleàenans, c:,t., p. 175.
:ix
nati.)naies. Minuricr ü,llntrtsl, 11í 3g6, 1Zü1.
1 ^rchi1,(rs
Árchlvesnationales. Minutic: central, XXUII, 104, 171.) ÁrchÍvús nationaics. MinrtiBr 0,1il1ÍÍit, lv,33S, 1702.
'J',
Ârrhi!,os nationeles, Minutier cuntral, CIX, Ig5, ]709,
.($ A econot: i,r dos guarda-ronpas MffiI A iil.,enção da roupa-branca
"u,1.73

. (lla§scs Llvrrreoidas.
Os criadostêt1: fascínio pela apâr,i)ncia dos senhoreri c dils ffi não exclui a rnudança de hátritr.,, e r:oncluistas limitadas têrtr sua pari:ela
, nLima
nl*u são, nesse caso, intermediár.ios cficientes.33 mutação gerll d;rs sensibilidadr.rs.3r; (,)s comportâr.rrentr)s seccionáric,i
imporãn
No fim dri Antigo Regime, (r parlorafiIa se rno':.tifica u1l1 pouco. tls gastos escoliias de t.onjuntura polítir;a; o clesleLro, o gorr ) verrnclho, a roull
de baixo
com roupasôrilncas aumentaranr proporcionalmerte à oscalada das ,:lespcsas um tanto delcuidada, as mciar. cai:rdo e o despr(:zo pcrns modos rr,rquintarlos
Com roupas en.rgeíal, SãO os errLi:regadOs dOmósti, rOS qirc agora Conrluzc,'m o ffi da aristocracra em matéria dc .ou1la-branca se t<.,rnarào passaporte
:inclispen_
gnrpo dos con(luistaclores. Em s( jus llens rnobiliárii:rs, Írs \.(lst.irltcrltas chcgam s;ivel, mas tr, mp<"rrário, p1ra alida rnililante.
a3,5o/ç, isto é, ,293 libras, e as ro1,ipas-branca§ §omi'rrr I l'7 libras, ou r;r:ja, 4070 # Esses lrilstos cngajados o:rultam transfbrmarlões mai.s profunr.las
* 10Yo a menos, toclavia, do qr.re pl]I volta dc 1700. 1-\,rS qttrrcl,l-roupas rle n0brCS c o in-
grclsso dr: tou,rs olTl uma sociecllrde diÍbrente, na c1rra1 o r;onsurno jâ
ire instalou
e bnrgueSes, a :r'Oupa-brAnca ocupil un1 lugar âÍrá1og, r, ffl;lfi ri(.: eleva a :1,;% fintre íirmementc ollsoJescêngia ilas coisas se sobrr,põe à escassez- A.revolrrção
r) a
os assalarido§/ o quo não traduz umâ despesa excr:ssivill)lr:t'tto maior:" BrrÍiin, d's costumr:.,,36 iia qual a rãup,,r-bri,rr,:a contribui irrrtair-ffi *
,**';; i
oç 40Yo atingid,ls polos empregar:,los clorni;sticos mr)stri.r rn quc cies ainda têm
jnteresse nessl dorníniO, mas quü outfâs aquisiçõr ; pir\r,:rr;rnl a rivit izar com
0 quc 0s conicmporâneo§ analii;âm, g.loriando o, dep10rãndo após 750-.1 760, i
constitui um',i boa parte dos avrrrnÇos acumulados ,le unifbrmização ,.las neces-
o gosto pela rr:-rpa-brancâ. Em rrr§uÍno, todo o murLdo r,1anhou um pr)uco, Ç a srdades e dt: ,jifbrt:nciação da§ respostas dadas pir.ra sua satisfaÇãr:. rJ
mcsmo t
tendência à un j.formização se L'ral.u2 na parte qlle a I desl.rt:s;ls com roripa-hran- o(:orrc conl i,.§ rollpas de cima, uma faceta da selraraÇãO dr: espaço púhlico I ,a*
6a ocupâm nor; bens de uso: nol)Tr,za r: burguesia a<i rtirr ir;tlat iva gastatl"l nlenos $ privado c do jogo das ciistinçõel, no crarnpo social.
e I

rle 3% em roul)a do baixo, enqu;tntcr asisalariados, cri;rrlos, artesãos ,: iojistas


inves'tem entrr: 79ó tl 10,5%0.
A roupa-llrait(ta reprcs(j1'lr.r bcrn rnais para a trrtaiorj;t d:r populrrcão, em A roupa íntirina feminina desdr: Luís XIV ate Lu s XVI
todas as catcgr.)rias clas quais sair'á ri lr:puhiicanisrno parisittnst:. l'at'a as ott-
tIaS Categoriasi, O Cen$umo é cSt;rve1; cltt c;rcscc',u'l)r)m )lla.i§ para aS 1r)upâ.§ de o papc da r«:upa-branca 1ro mundo das apari.ncias ó erucidado pela aná-
cima, o que si11nifir:â uma dupla ransÍirrrnação. ;ir lrrirttcirr cstá asso,liad.a aos lisc: riiÍ'eren<;ir,rda dc sua comporlição. .A interferôrrcia rJo dimorfismr.,
pitmos d6g 6o,Ía§, n:âis sensivr:ir,i no ourto prazo tt) topo rla sociedarle do que serual e
dos ,Íveis so,;ioeconômicos ap;rrecr' tirnto para árí; roupas de baixo cr)mo para
nos rri"àir inft,riores; â segunda ri)aro(,e inclicar o itrÍcio cln rcvolu(;ão clos com- § as dr: cima (r'er tabelas I e 4). r)rimeiro, as mujhtjres. Ijesde
portamentos e,m relaÇão à higierie, âo uso da águ; , as lllaneiras de habitar e
o fir.n rlo seculo
xvll, todos or; índices concord;rm que, em todas rrs categorias soci;ris, c,s cle-
viver das elites uúanas. As diftir,:nÇas aumentaran , pcris §o, por volt;i de 1700, scmpenhos n;io sâo superiores ,:ros ohtidos pelos h,:merrs, ao contrário
do que
os nobres gast;im 360 libras conr roupa-branca e ori ass,tlâriados, I5 iibras, no so observa eli:i relação aos traje :1. As roupas femirinas de baixo
não são mais
tempo de Luít; XVl, as rcupas-bl'âncas dos nobres r'alern mais dc l.'i00 iibra§
e as das classc's trabalhadora§, §omente 48 libras; r,,i re1;,ção pâssou d':2'1 para t ]1lrmerosas e não são tão mais car⧠que as roupis intimas
mascul:inas. scis
0u setc comlr,)nentes são pratir amcnte univcrsail;: ô saiote, já o salrem0s,
200! Nos meio::i em que se ditam :novas regras do 569çit-ltiura e dcl asstio, a acu*
na
fronteira do visÍvel e do invisíve.L, utiiitário em todn o caso, pois
e a su:a acum.u-
mulaÇão de rorrpas-brancas, esp(rrcífica das práticasr antlgas estabihza las no sé- lacão que prciege do frio e marifesta, por sua orr:amentação, gostor,; voltados
culo XVII, nãt.; fez lscnão crescei paralelamente ao retorno da água LLrbana e à
escaiada das r: ovas 6lr:rlagogias clrr ablução, sobre as quais será prrjcisc voltar."'
A roupa&ranc,1 parisiense agora constitui um terÇ,.) dos patrimÔnÍos r:eunidos,
t para o luxo; a camisa, ern geral itdiferenciada sexr ,llmt:nte,
nlas cujr, requinte
dos adornos ti )davia a torna mair,i especÍÍica; os tou jados, clc inÍinitas
L:om;ipa-
ü çõcs, de léxic,:; abundÍrnte, de ir,racrcditável requirite, irirlo da simpir:,s to.uca à
tendo avanÇar,o mcnos do que (rutrosbens de uso c do que a roupit lrm gr:ral.
Com o infortúnio batendo às port.as de um grande r,.úmercl rle pessoar,t, o ompo-
hrecimento rc ativo de uma parl:o dos assâlariadori, às vilsperas da L(.:,volrtcão, *
m D' Roúe, LeprapladaFar"is, cit., pp.66-9§; Á. §oboul, Lassane+i.tl.oauspruisiene,evrl,AllIr, pâri§,
rgâg,
pp. 433-457 § 649-6t1.
B R. Roctrrq.Ltrpetqk d.c Fana, cit., p. 175. Isex, Â. chabrit, LeÉotnpdtuiataoudururcdanttaLinagne,?ari$, Izzg, p.
3' P. fcrrot, Le tra'raü dns apparewú.s, cit., pp. 13 e ss,; ü. Vigareli«r, !::,$ prapre atTa sals, cil., p 105 ü
co$tuftes pê$sí,râm há trintâ ou quarentr artô$
?0:,,A Rovorr:ção })cj&qu;1r o§
[...J,1

#
174'4t ?\ iicotlomiJ (lO:t t' ldrcl., r.,,.iPJr A invençãr: dlr rrrupn-hrâncâ
ã:. ' z'r

anliga aos chapelões r.)ngalanados das :r;odis,;tas;:17 por íim, as Ínoias de iinha ,ru Nohr,:s i\s.qalariadas Criadao Artssâs e Funcionárias prlblicits
dc seda e â panóplia rlas roupas Íntimarl e das roupas de llorrr.ir. O espartil] o, lojistas e de arteô
qur,r colclca o rrlesmo flroblcl-l'la que o salotc, orâ ern Cima, ,i11n ernbaixo, corclui M( lits 62 39 46 30 .JÕ

e§!i.e paIroÍama. Essalii peçâs cstão pres(rntes 0Ín todos os ilteios, presenÇa iilrli- 'fbr cadol 5ü 7A 75 57 54
cal iva dí.I vitória cabal das rnulheres qu;,Lnto iro uso da rou 1;a íntima, mas é I .ra Ccl,:uIas 3,5 1,6 12 1,6
qui:mtidade, sua qualidadc, mesmo sui,, elcÍlância e sua !:raÇar quo permit{lx de dormir 5 25 30 (ô
insdga;'a diversidade das atitudes, maifi pal'ticularmente lnediante a mudariÇâ 14 n1 '23 22

orr.linária. A moderniLladc reside em ui na rnaior capacid;rcle dc ar:elerar os it-


mos de rotaÇão, o qu{: traz cr:nsigo prol.,iernas novos relativos ao ordonameilto
e srrbretudo à conser';'aÇâo e à lavagem
Nobn,rs Assalariadas ÇÍiad.i§ Â1-t0sãs u Funcion;irias púbiicas
 escala de prt';:(]s rllostra em grinlas qualital:vas ooorrem as fr a-
qL;,,tis
e profissionais de afir:s
tic;,is.3{r thn par i}e p11:ias, depe ndendo r.ia qriolidade do tst.:ido c do ornamert to, Sni(:te§ 100 g4 9t; 100 100
curl.ta dc 1 a 15libras; uma camisa, de 1i::i soictr:s" a mais do 30 libras; um espirr- Cat,:tisas r00 93 r00 100 100
tii}ro, de 1 a Tlibras; r os rt.rupões, de2 a 20 iibras. Àdcr i'nos 100 30 64 4\ 56
Mci.rrs 100 87 90 97 100
'lbu r:ador oít 96 B4 100 100
Noblr.:s ,trisalariados i:lriados Artesãos e Funcionários Ccr.:ulas 2,t:t
lojistas e dc dormir 50 19 !r7 76 90
C:t i rrisas 53 87 100 98 8l 50 60 66 65
Âdornos 65 15 3{) 50 56
Mcies 66 47 50 .56 6B

Ceroulas 20 17 2A ]B
Ror.pas do casa e 22 25 32 43 Nobn,r; Ássalariados (. riados s Funt'roniirios público,,
dc ,.irormir ^rtesâos e de artir:,
Lelr.Ços 60 43 56 Canrisar 100 o I0(.) 97 100
Ador. nos 63 97, 5B 95
Moirrs r00 a0 74 91 97
Corrrr:1as 46 4 12 6,?. 22
r.lriad.*s Roullas de casa c 57 33 28
Nobrls r\ssaiariadas Artesãs 0 Funcionárias públir;,rs 16 r00'
lojistas
de dlrrmir
de atrl':s
r00 1a s3
Sai(ltes 90 53 60 BO 75 3,/ ÕJ

Ca:r.lisas 76 I tó 75 91 73
Adornos 46 60 o/ s6 Na krbola 3, rrr:ir.i-se quc as mulhr:;:es clo povo têm;rs poiltuaÇÕes rrrairi
(cont.J frac:'ts, cxceto pelas cajnisas € espârtilhos: dols ou três saioterrr, um
oll dois espa;-
tilht:s, uLma r1úzia cle crimis;i§, colfàs, gorrr:s, li.:nrlos de pescor:o, lm módia cinc-,, i
oll rjeis iloí jnventárjo, um ou dr:is parcr de nlcias somenre. Eis âí, portar.ll(,,
i',Â.Fíanklin,.Lavwpriudeú'álutrcfois, Icsmagasin*drnouueauida,tomal,4\,ols,,Pâri§, o hi.rrizclntc rnedio da maiorÍ;r da popuiirçâo; àciquire-se o r-Ieo{)ssário, para oli
189,{-1S98,pp. Ir}S-
pob ôs. hons ou maus, o suprlrfluo só é clnqLii$laclo por urn:r ptl({rleÍla
.190.
r0.t.Lévüqud,Lasuétamarú:sàs'labourgeoisieparisienxemarcltandeürentibrcu,tddbuttluXVlÍlasii6lql{ii?§- minoriir
l7t§, üâbâIh§ do conclu§ráo de cur§o, Pâxi§ 1, 1980 pp. 27-2s.
liac uzicLc,s clararnent{:. os índices sign:ilroam que uma trairalhadora, ou u111,,
* Ântiga :aoeda fi.ançera quo correspondi* a 1/?0 cll libra. 0\ota do Eadutor )
inâc de íàmÍlia, pode trccar de camisa toc.i:s os ciias cja senlârra; corn uma rescr
ti

'ô A" r,rcononril dos guarda-roupao


A invençüo da roupa-btirnea
fu 177

vâ de cinc.) senr;rnas, cla pocl ) tr(lcá-l;r cluas vcz,:)s por clja. Mas cia dcr,rr sr)1 foç1n
freqiienr es; cnr segundo lurlar, o lcgado rjas r:r:r mis;rs dr: trefunto r:
mais ecoír)mirrit ccltn suas l1l,)ias, pois só pode levá-las a câc1â doi*r r1ias. r\s saias amiú<ie ates-
tado, o Llue r;ontribui para baixar a média. []r:ir voltâ c1e 17gg, irve,ta.riar,,-se
iougas plr():egcru as mulhercr,r pal"cialmellte da l,lma e da snjeir3 dli rLrrr, a qrlc os
duas dei,r:nas de camisas (,i'ltre o( rnenos abarstackrs, cinqüenta
homens fi rram cxpostos; est(jr:i tên.r mais meias r lo quo rl sessenta nos
eJas. guarda-r:'lupas medianos, rerlt('íras acumulatrras *ntre ô§ ricos.
li.rclrr sc passa
Duri'rnte o rclinado dc [.uís XVÍ, os ínc]i:es são rncll-rorcs nam toclas as Como §C a nolmA triunfani,l dcsdc o sicuJo ,l \iII pesasse
cada r,,oz mais à me-
peÇas e ar, múilias aumentri ram: cinco ôu s,:,s s;riotr:s, clois ou tr(rs dida qur'' o t*Ínpo e$coava e q.o aumentâva o sosto pera simpiicidacie,
cspârti- ueros
lhos, quc i1 moda libertou c1;l oprcssão das bar:r':atar:as de halciil r: das lriminas valores oia inti.nridade, fam,Lliares e individuairi.ar .Ack:mais, quirlidadc
a cla rou-
de aÇo, clil seis a dtlze pares de nreias, mas sírÍleltl:{,) nlciâ dúzi clc camisas. pa-branr,,l rnelhorou de rnr.,clo geral; o tecido le ca.sa deu
rug;rl ao tr:cido Eno
o teste sn revela nesse polr lo nruito interess:rnte: so a pontu;r{ ío rlcclia do cle Holar da o* dc França, .is cambraias e as rnusserinas,
por vil7ss , secla, Â
consumo r)âiu, o indice gerlrl de difbsão âunrierntou dcTg% pa a g"t?ó; alem olllamelltaÇilo o os cnÍbitr,s se mLritiplicararu e licâram consirleravcimente
disso, a dimintrir:ão da mec1.a ó acompanhadi,, de r.rma alta clas pos_qos antre requi,tarios; as rendas adoLnaram golas e purihos, fianzidos
e lireg*eados, os
os mais ricos, os mais bem providos, do quc no iúrr)po cln gr:,,rrdr: rr:i. Isso galÕes c cs l:stõcs proclar rarar:l por toda píirite a$
exigências da elcgârrcia e
quer dizcr: quÇ os usos se iornâram quase Lr rivt:rrsais, c, entrir ori j.rcos, da moda
os
costume§ - estabiiizados un'r sécr-rlo antes - a.rirlra siio os das elitr:s. Â gan.ra dc:
Á rtlupa-branca bran.a,a c urm critério esr;encial parâ os ah..r nos crue
roupa-brarrca popular esterirlcu*s{:, pois pecâr, lloi/as aparcco j.;_r r1r * () saenr
corpe- clc saini r-lyr clcsde que M,,rclamc cle Mainterron orclcnou que
te, o roup|io -, o a§ roupas cie baix<: são mais r;uiriacli'ls, os tr:cicl3s Í.lrrqs i:ts prrressoras
n1ais vigiassr'rr':r, nr:ssc:rspcctO, ,,:5 n1çç25 dà nobrt,za que
bem aprelentados. O movilttento sc interronr'pe r,rrn rr:1aq;ão ert.rr; aclr:rnos cla tbram pro,,rar iicu i/a10r:
'Eu vos jrssollliro clc quc n,rda sr.lr'ia cie tão nr,lu gosto ver-vos;; r,ós t,;dos
roupa-branca, quc não progr-idenr" Em resuml, a ;:climr-rlaçâo t1, r6i-ipa-bran- Íos
profr:sso[:s] brrrn guarnecir;los r: ve stidris de arva .or-rpa-bra:rca, ,;nqr:anto
ca, pi:opic,.â à renovilq:ão e, lrroÍtanto, a um,i' rr nri:li'r,r, i,is.r sr,l re trrcil elas
a um cstaria,r na srrjcira e neglir,lênci*".17 o sucess:r) m(ls,rí) da instilr.riçâí), qu.c
conforto l,itiiit;irio, ttma mrtlltora rlas comodicl ,rdos, rn.ris dr-r qLr(r u11 1r_rxcl clas rc-
Çrutár Í11r rto;llt-:nr da nobrer;la pobre, contribui par'diíundir
aparêircial' Errtre alguns r'i<t.rs, si,;nsibilizaclos grál(.,ias aos higir:r.r rsras, os uflú- os ptü.rcipios, os
treios r,: ,rs err<:rgias das reg;ras da roupa-branr,a asr;eacia e brancr.:
vios forter ÇomeÇam a chorar', c,r:s hábitos sl trairsíorrnnm, (.))iiqindo , tcsrcrur-rnha
mais da lim1r.,':n c clabrancura d,)s cí)rpos e das alriras. N{r
asseio.:r!'Nii:.-ç6un do povo, pltra o qual a água l râr..r, a roul.;a-ttr,artca (:onserva 00rte, por,,,olta tkt17g0,
um enxor.al podo conter veirios milhares de
seu papc1, adquiricio no flm rio scculo xvl, dc âgento substituti," o par.a [reÇas e custar rnair de ZS nril li_
a lirn_ lrras; t: rr'ra forrrrna a que bi rguris argum, cm
peza da pr lc.''o r,cnhum momento. pocie: aspirar.
os guard,,i-roupas distribuíclos em 1751, por or:asião do nascimtrnto
do cluque
Ern iesurno, ó a roupzL'bralica que faz a rlecúncia, logo a r,i:rciircl*ira di_ de Borgo'ha, a seiscentos io'ens casais menlcedrlr.es
fergnça, e sua r*novação rá1:ida permite a collser\/aÇão segu.c c as rlor.lrla§
- oriu*r,ros clos meios
'do artesi,rnato, dos operárics, o* de outros, qu.o, poÍ insufiência rle
Íortu,a ou
da polidez. Constatamo-lo nr,Ls hrr.geries aristo(r'áticas, r.: a imitar:,rio ilovaclora do produro do sen trabalho, nâc têrn.condiçác, de prover próprio
o cstabeiec!
arrasta, dcsde o oomeÇo do r;Ículo, o mundo fcrminino, daburglrr,rsia à mento"4:r '- não incluem car: risas para as moÇa;,,
çriada- as quais, com u'n dr-rtc de 300
gem. o gu*rda-roupa é em t.dos os lugares o nrosmo, íi o consuri Iibras, rcr:ebem um vestido ,, seu saiote de teci,ro
lo dirs pr.inci- mcsclado de sr,da, linha e al-
pais roupar;-brânc;rs ocorro dr:sdc 1700. o quc ,,,aria ú a açumuja.ão godão, ur:ila touca, urn lençt,: de pescoço, um
r: a c.juaii- Fâr de punhos de rrLussrlli,a, urn
dade; o qrirl valoriza é a dir"crsidailc e a capaci,:lado dr: trocar lrcrlúcr-r;erne11te p,r dr: mr:ias de iã. os casarnentos na cidade, cm meados do sér.;ulo,
L,'orrem
de roupa-L,lanca c de exibir s,,,:u assr:io aos oiluil:es. Hntj:o os n0 mol'11()rlto cic rnaior.cons-rmo cie roupâs, pr;rém
nob.l,s, clLrrirnte o de um con§umo de roupa-
rcinado cic xIV, conta-s(: cm i'nr'rdia ururr drrzin c1i: carrisas dr:r rnu'lircr. lsso
Lr:rÍs
não é muitro mais do quc enirc o povo, mas ç ,nrcciso atimitir clrr
s f.tos com- ''r
plemcntarr,ls: a pl:o§(tnÇa dos ,,riarlr'rs purrnitr: r1llâ cotlscrvacão P Ariü::, ,,riu,,iíiíffiã,".oã, *io, 11 ür ír. prg. i, ,»c ra r{enaissr:,ccr aur i.r,nirrrÍcs,,,
fiir1il r,1 1av.ai:ens ^riars
I $3,1.

rr Á.corbin,rcffansmrttrajanquiflc,Jlaris,x$z8iÊpeÍrot, s«111t'(:'1' trab;rl!tÜ dr: corçit"tsio clr. curscr, I'ir.ris


I, lgEC) D. r,r:c1:e ,,!:}]ucrtion ct soc ,rtu
rn Ltnriwtrttes*rrytrr,enoús,üit.,pp.16-?"5,
drr x\rljl' r,;itclr:, I'r:;irrrrprc rjc ra r,rrrjson ror.rrlc irc seint.à-rr-,, tta (:nr.ti{.:/.: rj,rtisroirL:. | ,.í?.. d;rr
r,l;i rr:nc.
D. Roshc, Leptapledt:p«tisu ciÍ., pp. ISg"i$0. .'
li. \trrrlr. l".autpr:ptLl,L.irutit Fr.ant ;.falil;, pp. Ig7-lg$.
'l,ir..
ilk,i
178 q6,
À econômia do§ guârda-rorrpa§ "A invençâo du rc.upa-trran{a ê, I I'i)

\
|rarila ajnda limitado  ausêncía signif ica talvez que o liatafilal das posse"' pa )Íanca âumentou na i!.valiaÇão dos r;uarcia-roupa§. Rt] .if c Mercier note.rll
tenl a sictn transposto llarâ todos; não se dá o qrre provaveirrlente não se teni esr;.)s progress0s, qui:: 0§timlllam o ooltrércio e atrâem crj cliqrrt.cs. pr:cjent.,s
em 1:,)do oaso, é pol volita d11 1780, Como mostla o inventá1io
das ttouxas fi:ih ' cn t)ncler isso como lrmâ lblna de pubiicidacie adaptada t,r vida cla rua ânti!.1,
por liétif de La Bretonrre, quo 0 pobre il«rigo s a poble órfl,i em lbga têm cad"r po s as lojas invadenr muito rnais o esp;,r0o pr-rhlico do quc hojt; r:rn dia. Encol-
qüal suaÍj §eis camisas. H tra se i*i o entllsiasmrr gelal pelo consulrlo do melhor qualidaclc.

furir:c lojistas e ilrtesãos, as tÍa(líÇi1os do cÇonomia i)ermitem a aquis


-

n gelai modestos, de utn a trêS par0:i


ção,;io no0()ssádo: ulrl otl clgis saiotes, el
de i'rrreias, qua§e todos teciilos em 1ã, e -x:lais de seis camirl'⧠e1n tIêS qualtL)ri A rejeição do corpeie rígido, a prsferrlncia pelo espart.ilhCI flexível
dos r:rxovtris, e, 9m Ll1',r1 terÇp, rl númelo delas ultrapassa a umâ cliizia. Louis'll
chorrraurl, â yiúva de ,um pa(ieiro, guariir trinta camisas, {i 0 guarda-roupa al,it Cont a mulher ,tlo pr:ocuradol, a nrulhrtr do advogacir), a fliii?osa r1o mí:trti
fanr ilia ti avaliaclo em 1106 lihras apena§.'r'r O elilito vitrina
que a$§inâlamos nii:. oo r) â (lo cirurgião, a Íàcilidacft: e o supilrflito seguem Llllt :1 cltrva ar-láloga. l ie)
roui.ras çle cirna vale ialrrb(:rn para as rou l)as ctc baixo, gIâÇírS à abundância dc""; inLr;io, pode-se 1er ui"t toiluc c1c austeÍ daclí), inais do qr-iLl dt: <lconomia, n rs
adcrrnos: B7o/o, o rnqlli,x rr:sultado, sup(rrioÍ ílo dos nobre,l. Com irs
voltas ci'l irrrlices dcr difusão oh,,idos: todos são i.nlsriores aos da no[reza c da burguesia
i-
gollr de rnusselina, as ,,"oltas clo co1o, OS F ünhos C aS Sedutgla5 nlangas compr Ia.l:rrrrios;t. O inventárr.o - reunin(lo tri:s ou quatro siliotcs, cluaso semplre
áaL' c pcrniientes de v;,rias categofias, d':,: diforcntes complillientos, franzicllríi cilr ;o ori sr:is pares dr,, meiils de lã, de linha, rir: algodão, lt ma drzcna de cant.i-
no lt)unh6, plissadas |,npalocem em 80!'ir dr:s guarda-roupas)' Ilçlta-se o int"l- sas, não nccessarjanlente ;Idornadas, tr:ncaclos variados, pot"lCos espartilhils,
Ícsfi:) s1t$citarlo pelos ilcessório§ visíveisr da decência invilÍvel para um mci) porrca r'oupa-branca r;ie dormjr e de casrr - não ó exceção. ,,\lgrrris ricaç;os rovr:-
soc al ern que as aparànci.zrs confinam;iro e§í)etáÇulo nO i:rabalho daloja' L-r Iar: sinais de requinte no cuidado da i,rpar(rncia: punhos mrirlgas ccmpricl,rs
mer:rmo modo, pala o: touoaclos, O núnl,lIo C a variedAde SãO lei: touca
a c ;t tr lrcncl0rLtes, gnlas cl,: rcnda, gravatas i fontdnges-;t As',,í:spitras da Revolrr-
rriarLs conl-lecida, send,lr em geÍ41 dr: tafet rproto; o lenço dr
pescoÇo e rara 17 t'lt t.ilr, s11, contraparticl;.,, a hursuesiá admlr-lisirrât.i\.a entrâ n] cic'ict d.o consuyl'r:r).

dor; inventár:iOs); a Colfa é abundante, e entlc os mais rict.'s, â t'noda é Seguicl''r nii)r; corn Lln1a certa rnod(:lrírcjâo: é o crt,scitri:ítt.o mc"jnos irlev;irl«i do valor d,',s
de l,:ngr:.aí Eis o que í!L'l aclqu.ile por volti: de l70t)' qurrrcla-roupas. Demlris, uma desigual c;,isp«:rsão dos sr-tcc:isos L: d<ls íracassls
;Lr;r:lerll oll âtrasa a pi:rssâÍ1etn da fronte: ra invisivel que s{]paril o t-ieoessário e
No relnado de Lirjs .xvl, tUdo pIo§trcditL crn quanticl,;rde $ em clualidadr:
o srrpí:rÍ)u.o. Thdo se rnultiplica, e mais rrincl,,l acjila de 5 i,ril lilrras de rique;:a
As lojistas seguem as llegáncias munda.:ras o os requinto§ 1.Ôxteis ou colorid(
3.
Ílr,biliilria. Àgora,
tocios tôrn rnais de villc crnrisas, uma drizi;r ckt $aiotes, unlâ
Elalr tôm camisolas dr estoÍb e de chita-C.1-Índia, camisas di:r lonâ Írna e de a1g':r-
dú;,ria do pares de me ias, mas a diversid;rde r;r clualidade dr.rs teciclos, nas corr..s
dãri, espartilhos leves iie lona pespontaclâ, IrlilntÔs de noitt':, roupões de banhrr,
tl ri,ls adornos só apar'ece trntrü os mais iicos.lrJForam arroladas 33 varicdadl:s
1011 pões à moda da ra,inha" Elas tinharr, n0
tempo de Lu js xl\', três pares iie
Ce ,eciclr:s de camisa, "ima dúzia de tipor de toucado, do "grrrro do feiiz destin.l"
meias em média, lnâri\ agora po§suem lrove, dez paIes, sfndo um telÇo dcli)§
à "tr-luc:r a narciso"; r-rs rouirões, âs ronpâri de rlormir, os casilcos de iejto e outr';,s
de seda.
catnisolas notlirnas s;;tio er:coutrados enr tÍôs quartos dos inventárir:s, seml:r:e
Ern resumo, tu(lo sc acelera aqui, ,l ps laclradas visír l:is dashulas lojisl rs
cort muitas unidadelr elttÍ(t os mais abristados. 0 abandqr;.o do corpcte rígir.:lo
exr,itam tnaiS ClO que llunca a imaginaÇíl o pala com o invir,;ível: o \ralor da rt; -t-
ass:igufâ aqui, com<l alhulos, o sucesso do crspartilho flc,<Ívr:l, pois cerca (rle

ar ,l{êtifde Lil Bretoíns, rú;i dilü§, p, 163,li§ta o$ soÉteúdos das uouxasde doi§ ârilantos om fuga,
um tir}"
ti
rigo e urna ôrͧ: §ei$ carnirsas do hnnrem, eolarinhts, meias, um gorro de al1todÃo e dua$ oalças brancrs,
,rrrchivcu r,ationales. Minüti r centÍ4], Xxtll, 383, 1?0i, Um único caso na famüia d0 Ànile §lisâbeih
*m urna ilas tÍouxa$i üâ ,r11txâ, §ei$ camieaS de mu.lhel a]gumas meiag, toucâs redondas o bem limpas, ).,ocnunu§, erposa dr urn advos$do.
l{anlÍtnge e um tipo de toucado femintÍio rnuito cm vogâ nç tesrpo
r.e Luis XIt (Nota do trâdutor.ll
algumas fitas, dols avonril is ds c.xrrbraia, duaç sain$ de seda, dois corpetê§, d.ua§ bo1s.l§ -
com certez,l , Ô§
ii;
Il,. Mtiri, Lç do.stuflxlat il; b:tutp"eo*
pobres npaixonado§ não xugiÍÊ.ox tôtâ1ment6 flu§. 1tar,§üins du p,Dfrr;5ioa.r iiDcrales, trabalho oir conclusâo dê Çurso, Pnrii§
ü ,\rchives nationales. lvlinuuer ceúlÍai, XXVIII, 10:r, ]709. l, l$83, pp, 73-99. Érn lin:râ Çcntohíi dú invcntári+lr, c0ntilm"rje 54i pâÍe$ d0 punhr:s e 180 enfeites, ilm
r0 ,,{rchia€s nationalos, Minutim 0entra1, lXtX, 163, .tS06. }vÍanc-Madeleine Cidliot, e§posa
de urn c.o:rler' l.:r'ço cleles de linho, um,quario du seda ou rencla, dcscritos de um modo quo reveLa á imaginaÇãô dns
,iãii" riç r"ium"ntos, tü:h&.d1lâs frtâs que usara com{' torlças, ur-na de funilo azut rot*u 46çrat1as, rnodist{rs e as habilidades do jo5;o elsgantc: os únlÍiite$ podem ser lisos, â ra bounlhàrc, a& bonhantt.tre,
"orr lendilhárd$E de irma, dualr ou tô* carnadas, franjaáos ou montados em lidro.
,l outnt da cor da fava qorn e$tri⧠dc ouro"'
A econon,iâ dô$ guorcla-roupas A inv,inçâo da r upa-branca 4F.lti

quarenta mlrlh,rres;:)(lotiiram-no rlcbllsim, fustão, 1r:na,'llatlsta, mais taralncn- Entre o visívr:*l e o invisível: a t,oupa-branca masculina no séculci xviii
tç de estofb. I rna p;rrcela riÇa (r esolalr:cicla da htlrgucsiil c1o Antigl Regirnc
cljspõo de todo', os meios de elcg;l)nCia, o IeStO fiCa r:,e ICSOI\IA, como por ficlttli- os guar la-roupas mascul rros r:ontúm mcníls roupa dc baixo,: ac.r.rss().
ctajc a6 estilo ligeir:amente arcâi{rc cla velha magi$,:Iâttlrâ parisiensc Nlcrcier rrus. l)oiselr:rrLenrossão'encont adost:nrtoclos:ar rmisatlasmeias..,,,srt,upás
sabe extrair d'il;so um. de seus c()ntrastfi§ significalivo§, na descÍiÇã1.: qut: íaz r.lo clormir e os leneos de assoa amiúdc dificeis r e atrihuir a urrr or.r a (lutro
rlo Marais c c1o bairro c1e Saint-Grrrnain. E um indi.'io n nrais clo víncrLlcl cutn: :,r\r), sâo enr nerlor proporção. Conro ricl caso cla:. mulltrlres, a evol, Cão r:on-
situa<;ão econc,micâ, social, cu1ilr ral n utna escotrha cm r:ratrlria de ap,trrâricia. sistc sobrctuc.lo na n"rultiplicaçãr.r geral das peq;as 1;rincipais e na cli.,-ersiclacie
r.lue it'tllila c se ro]lova i)01L
inaior dos act:ssórir:s t: das fornr.rs. pril volta de 17(,í), o hornem do po,,,o llL)ilsLri
Outro ex,r)mplo são os criar.Los. Meio mÓrrel,
grn lx)Llcas coisas, mas oncontrarr-sl: caruisas quase p(tr tndil parte (g59ó rlos gu;rrr
rnanentement,r:;, e quo at15 clíntato com todos Its grLlpÕs sooiais, a crlada-
r1:,r .r"oLrpas) * r,eis er-u média -, (, qu$ p<trr:rite já urnborn ritmo de r,,.no1.xça,;
ggm feminina parliiha seus corriportá.mentos. I)os,rle o início do sécrtlo, u:rril
{:)rr) ilrl.rÇão a$ exigr)ncla.s de assr,io. Iintre alguns ri,:os lrabalhadores, os armá-
poquena parcr.la a sorviç)o da ar-istoci:acja imita, firrt stt;l cscala, as .narti:jras
rios são Lrrn jl )uco rrrais cheios. ) baixo Índice de riifusâo para as meias (,179ú)
vindas do alto, mas os indices de consurno obtidos Íeolrrs()s arniúde ,:rlev;ulos, q nlo$tra br:m r le t(ldas as facilicl,,ides não foram o,.,nqriista.das por iollus, ilma
«)mprovam q1r,e a nrÍrioria já estir mr-rito distanie dc s triihilos popttlarts. ^A dii'e-
l;roa rnédia dr: seis pi res prova (lue os elegan'tes pr:,dern, oom algumi:is rcnclas
renÇâ se expli(il pela acumulaÇãLr: as camisas são a totil(lrls ;js dúzias, i) mosmo
rt:tlrrlarr:s, trlr ir-1ar; corn bastanlr:; frecliiência. Não àltarrr tr:ques dr:;,rcar.;nro,
aÇontece com âs mÊias, os §aiotrtjs são em númcrr: dt, (.luatro, cinco seis. Às
iis ()arnis;ls slr,:r pouco ;rdornada,;, a,q Íazendas são rucles e campon( rjas, teci-
possibilidades Ce rada um variaill rruito de acorcl r c()r']l ::r situação rnatlimo-
daS cotn linhr,s rúslicos q coÍIt t.rinhapos mOleS rlirs prgvípcias. 0 essent;i;ú ó
nial, a solteira leva vantagem; ou o tipo tio trabalhc.r as tr;lrnaroiras rrãri hesitam # talvi:z adcluiri:lo, o quc supije qrro os pt.rbres se corrleÍrtalr com pou(i,). Á par-
om usar abunrr.amr:nternento a rj )upii-branoa fina, <1ue lnttitas vezes j;eganl cla
r;rl:r tla <;riaiia qem rnasculina rri r é cJo toclo cliibrr:rrte; cla não cieson:Lpc:iha o
cômoda das sr;rthoras, onquanto,,r crtada cirt poqur.:r o ootiltti'ttiante se tont.cnta
|ir(jslrto paptll rntel:mr:diário que a ferninina. Sorne rrte lr.in punirado ()e ln{riiías
com peÇas rnâis rú$ticas.'1Ír Por v lita clc 1780, todar, div'trsificaram o leqtrc de
rl'hr)tdl e rle car nareiros, que imit,rm r1ri1 pouco seus patrões, ó mais prrrteglirk: e
roupâs-brancal, a0 lne smo teüiI)o qil0 os clemerllr)s tti:r:r,-ssários st: ;enrjril1!
r'r.ris cuiilaclo:,t. Quanto ao rcst(., o nrjtrinto basta; ,-otlos têm catrrisa,. c 1rr(rL;ls
zaram. Ninhar:as batatas, fitas c1r: vários tipos, r(lltrlas ligr::iramentr: rr'legantes
.,r,tn múila pr:;sibilidade de reir,'vaçao irigiênica c cleerrnre. A marcjir urr lirral
agora adornant saiotes e camisar;. As hlttoas são n ais nrJnrorosas c rivalizanr
do scrviçó sc.,ul.qa mais pela rolipâ clo ciura do qur,, pe.la roupa de bai,ro.5r
com rnuitos g(rrres e cabeça§. Drris terços dos invcrttários listam os ni)vosi mo-
de1os de esparl:ilho; e â evoluÇã{r dos tecidos, ató nesrno <1os motivr,s, acom- fi Lo.jist-rs, artcsâos, advogac,:rs, rneirinhos, pri curaclorcs, médic,,s, (.irLr
panha todas elsas transformaçÕr:ts. O mesmo acotltec(l em relação s nrcias; giiíes tôm coniportamentos ig_ualrnentc ff1enos difor:enciacLos do que or; de suas
cada criada possui pclo menos r:rna clúzida de partrs; s;trt, tra maiori;r, brancas iisposas. uma ccrta unidade rerine tod.as a§ categl:rias da burguesi,,r urllana
o, rnenos freqrrentemcnte, cinzÉl e pretas, mais ra:ramtltc cor-dc-ciirne, oor- ruasculina, a ile um supérfluo crlntrola<lo, do assej,:r sem luxo. No mr.Lndo dos
ile-ameixa, lislradas, enfeitadas c1e florzinhas; um {ÍrrÇo delas é de se(ia. Como proÍissionais liberais, meias e calnisas são encontrar:las por toda parte, um bom
§e vê, a criadirgem foi a parte ri::rcebrldora na tranr,;fornlaÇão cultura, gcral, e tt:rço dos guaí,:1a-roupas reuniraru mais de dez dúziils delas, a qualidarle e boa,
c1a certamenti: contribuiu para tlifunclir, nos meio,l polrLrl;ircs e para,11érrr <las os ornarnento$ pouco difundidorl. Renda§, lenços irordados, punhos Je linh<:
cidades, uÍna sensibilidade mal,l, rofinada, uma l.,aiol decência e j,equr:nas # desiumbrantc, tecidos finos constitüoÍrt â marca do sucesso de algi:n,l talcirrr:-
sos advogados e rnédicos ricos, l:lremhros da facuiciade. É uma aqulsicão ndo-
voluptuosidad :s ót.icas.Ij')
tada sem dírvi'rla pr,rr todos, há nrais de cinqüenta ;:nos.'r2 o artcsão c c, lojistâ
ilpüstam antel de tndo no sólido e no nr:cessário; tc.rdos os inventárior cr:ntí:m
arr 0. Roche, Lapattpte dt F«na, cit,, pp. 176-178.
i't' Às {ibms dodíüdâs aa e6tudo sociâl dos cmpregadoo d<lrn(i$ticos, clD S. hlâz,â, C, Faircltild or,r .1,Sâhàlttiel
analisâtrt o vestrlário erpenas corno urn si11no social especÍfico, colo,::ando o slássico pmblenre do grau dc ffi Õ e§tuprô ou clcryassidâo dos crisdo§, nurlca em Çonoi(âo corn no'ros hilbitos Õu novas scnsibiliciadcs,
dê scll}m adquiridas.
identiâcaçâo e i mitaqãü. Ntinhum dos trüs alltor€s rllostra qüalqu( r interês§0 no impactô d()§ valoreg da n' Pa§.!Ívej§
D- Roche, Le pe.ple dr: P«ns, c1r., p. lZ?.
inrimidade.i1npristos pela cons{ântê pr.oximidadr: - diâ s nôite, na tôalete'-, q1"Íe etâ il noillla, espoêial-
mê4to üas gÍândôs cas.l§; Él noffn&s $êxr.i,ris inte;ruiisam.nôs aporüs qunndo trausgrndidao, 1rcr exempln,
' iI Lohoux, LL cil.Ut dc vic dus méáuciru yttrisisns. rlat Xyf et Íyll,,rià6ld§, pili$, 1926, pp. 96.!|9.

#,
182 "d" À ccrxomia dos guartll.roupi:s
,\ invençáo da roupa-h'ranca

camisiti, 68o10 mencionarit meiasr Seis pâre.s, eni tnódia, para (r artosão; dcis ou
de sonha, conr os pontos e ;rs rencias do rei, cti.,,s principes, que c).901..,11 annal-
três, prrra o lojista. os cfi:rritos de<;orativos, ,.i orrlarnentaÇão e ír qLraliclarl: rlos
mente o cqulvalente de grlndes patrimôniol, a írini <lc pagar l,eir:s adornos
objetos ou dos tocidos nã1) interessam à m(:tade do grupcl, sornente um terÇo
$untuosor,;.5r (-) âsscio mu{ou dt; sentido, quatificar:do <loravantrr a 6istilção,
coiecioua os signos, pun'hos onlados, frisad,:rs, plissaclos, punhos ck; cluas,
três, mâs as r(;rpas de gim.a levarn nilidâmente a rrr*lh<ir; em valor, er6 clLiarrtiriade,
quatro lllei'as. Entre o$ r rresmos indivíduor. tem-§e o trâÇo d* um;r
busca por sàb1e gç 1,,rup,rs àe uuúo. ó r,rdere1lo, a arte da r iprcsentâção, o ilLisionisrno ôâo
conforro privado e notuíflc, casacos de noitr,,, robes de çhantbrt., gorros
o toucas áõeitos pr.rlas olites de sfaÍrdr:r, de riqueza, cle crrltura, mas, r1a os;enta()ão
de dorrnir. Essas roupas r:ie intirridade âpirrcccrln em propol.,.)ão cornparávc1 con-
creta, o iijmorfi.srno sexual r,r a hier"arquia ccoriômjoa e a cultur; pertur.bam a
entre os hornens da 1ci e os mridicos. Em ; mbos os casos, o uonfirrto progre-
difusão d,rs nonnas e dos cridigos cic alto a bai:,:ct.
diu, a s,lidce e o útil levaram a melhor sob,e o c,lccoro. c)s brlr"gur:sr:s
do paris
comparLilhanl, antes do fim do sí:cuio XVII , das novas normr,rs do asscio por As ',,óspt:r:as da Revr:h.Lcão, o itgrupamelllo pari.siense da alla no.brt)za, o
meio dl) rottpa-branca, mt,:§ só os mais afortrrnarlos interiorizir.rn os valores clesenvoli'imento considcrá''c1 cl;,rs flrrtunas ao cabo de um sócrrl , de baixa das
do
espetacLrlar. os tecidos, as peÇas que se mar:ripulaln facilmen,:c, rendas furrdiilrias, o aumon -o lucrativo do cornó«;io d,a lingeúo, tudo, enfim,
o bi:a,co qr_rc
se ostejtta t'las roupâs de'f :aixo nãcl triunfarí:lm nit maioria cia aparece nc recluinte dos gu,,ircla-r'oilpas mascrlinos, c;6mç nos r:lns mulheres.
lropr_rlar:ão sobr<:
uma ceil,ta austeridade, di,ada pela necessid::rde, pcla falta de lneios, Os efuitorl, cic clistirrção são rcrc.r:birios na osr;;,rlaclll r:cral clos Ínrlices clc ccn-
nlas tam_
bem peia afbtacão c1e un:,a rccusa dos inclÍ.ios r1e um requirrte rnoralmentc sumo. To,jas âs peÇas, exccto Ç(:rloul.is c rou].ras clr: casa, estão do 1:rór.irnas
çondcn vel. exceientc r\ aor.rrnulação di, roupa-branca oooi-rsu arnplamcnte, poifj ii r.eilis-
tribuição não desapareccu. ('amjsa$ às dúzias, Íalvcz mesrno c1úzias c1c dúzias,
P;rradoxalmente, na nobreza masculin;,r, os índjces nã0 síio elevarlos;
isso cotno também clúzias de parDs dc meias, rnais , e quarcnta pares j1i1 rrúdia ca-
é, sem r.iúvida, indicativo menos de uma ausênr:ia dcl que clc um:: .

ci.r.culação tegorial, corpctes, camisolar; rohes, roupõe§, (,ilsaüos de cama,


mais intensa al1tes do inr"entário. por outrcr lado, a módia dar; peÇas §l(xros rje tlor-
Çonscr^ mir, roup.,,s-brancas de toalcle e dc barba, nor«,s itens iras descrir ões, indícios
vadas e a rnais alta: cinqrrentâ poÇa§. perclbe-sc a originaliclridc
ci,,s nobi.cs de que o ; sscio das classes l,rupcr.iores evolui g;.raças ii água, metr ls rarn; tuclo
parisien:;es no fim do reiri.ado de Luís XI! cluanclo o retorno
t1a cortr: a paris, faia de progresso, do impuls,r do c;onftlfláve1, c1r: uma certa higie re pilr.tilhacla
que intr,rürá Çom a re,gêr,r;ia, ai.nda não rear rimoi:. o entusiasnlo
econôlnico c enttc a da roupa-branca e a cl,i ablLrção, cla afiru.r,ação do 1uxo. para alguns, está*
social di,rs modas aristocrática"q. o requinte, tlue não poupa as ,.oupas
de cima, se nas fÍoilteiras do desperdlr:io ordinário.i,r ol, horrir:ns geralmerrte têm mais
parece e ting.ir lnenos as roupas dc baixo. A p;.rrte clo visível
é a mais forte, sem roupa-brar loa do que as muilrere$.
que ela ustej;r forçosamenre ligacia à ostenta{;ão cio dissimulad.,
mais marcan_
te entre as nrulheres. se a :"oupa-branca se t(rrnou um element,) No rr.rstante da populatr,ão, r:ntrr: 1700 e 1780, a decolagem dr.: toclos os ín-
dc slrperficie,
altamenri.e simbólico, fortej]lente distintivo, isso nãr: é geral, dices é anr,, leg;1 e, às vezes, a,acelcracão ó mais r'ápida, pois a par|ida se deu de
riresmo entre os
nobres.si o quc distingue , homem de qual idadc e a possibill.dade um nívcl lnais baixo. os ad'ogac'los e médicos têm pontuaÇÕes comparáveis,
cie trocar
freqüenlemente de camisa e dr: meia, e é, pa:ra os rnais ricos.sometrte, firas no níi'e1 inÍ'erior: 26 çari,.isas, em média; di:]z pares de meias; uma dezena
a làcul-
dade de segriir as leis da g,;alanteria, de imiti:;r os ieÕes da corr,: de adornol e adereÇos. o rer.iuinte cresce com a difusão dos tecirlos rrrais fle-
e ató Ínesmo
xír'eis, das roupâs dc uso doinéstÍco, que encor.ltram, l"]esse meio. um $ucesso

G Vig'lLr':11o, Lcpropre etlcaala, i:Í1,,pp-81-89; osinventii.rosclanobrczaÍevelamrrranchr.irricd*tle: l ft lrrsnklin, J,â l.,ia pl\uae dtautfsíois, Ias rnngslsins dg nouuÊanttc,ti,
de 1. cit., torno 4r pp. I 26-lJ(; e f, Â, Gar§&ult,
mais dr,: cinqircnta, 5%. Um quir: to n5o trocaya todos os rliils; ci:rca ü .". Desaríptíort rks art» et métiora, l,at dtt laliytgira,Farís, 17g0.
e
dc um tcrÇo tinha 2l camrs;rs, clc Entre os nobrôs, as cifrae sâo as seglxintssr
modo rii. c corlseguia trocar trús rozes ao clia com lavagcirs regularçs. il
Somente ;r, q;;rr,; ,lrr, .^r,i.r* I
tinlra errfuites' mas ;: rnaioria erii dc linho branco, torich iit1, tail\:) àt
Hollafid"e ou tdila dt dtmrlloilarult:. T
Eram tr":ias brailcas, {:xcclo algurnas quo crâm quase "ant,]iclas'l i?arâ
tÍ,ltiYa, rs por{ri:)rtu;ris de r;ami§;ir, cranl os scÍluintes: dc lrma a cinco,
a burgucsia ,;lercatittil ( írdminis- t
309ô a 339í; r:ic scii;;r duz. B6rló a fl Crmisas
* 57
5096; dL: dez , vintc, 209{r a zggír; rnais ric vintc camisas, 2,rr. rar,,re
de cami ::rs por ocasião do casarrl.nto, ilr?ori o quc os ricr)s renor,;ivAn1
a norma-fo*., por.,, .i,,i ,", a,iri, I N! total rar f io dir p0Çâ$ úoó
§eu cstoqu(i, ünqr.rnto os nobrc-q t.
lq Parcs dc
20
pdnstt)t t.l6:... l;!5. Pirris I t9B . p.:. {
.,i À cami$a fomíüinii podiâ faôilmenÍ(r §0r substihrído pols caml.solâ.
i1

l$
l,i
A cconornia dos grtalcla-rouPas A inve:'rqâo da roupa-branca (>" lliJ
"s|

às necessidados d() trabalho inte- viljdade: o ind,ice de consumo de lenços passa de 0,BS para 0,S2. O povo ainda
total, a ponto de nos ârri§carmo§ É1. âssociâr
na maneira de vestil, a usâ os dedog corn fre.qpêpcia, ctega meomo a usar o lenço como hãk,a, mas o
lectual, para todos e§80 homen§ d* aptidões, sÓbriosi
§e se pcn$al camiühoiá eslá aberto para os rnanuais que ensinam a decência dos ,gestos,
,o,p**,uo.u se lÍmita âo lhu§tol àe veaes à ostentaçã* deiiberada,
noseuapegoàâ.pârênciâdiscrota.,$evelaldaqual§ulgeogÍrnbolodoburguÔs
ã* *"o .i;rajc preto,sc Eles a*simiiaram a ciidlidade çomum e â 'artü de
'edutor o invisívrrl pela afração do visível' As pessoan ligadau âo coméI'ciÜ e à
rerelr, Paris aprend(i a assoar o nariz
fábrica târnbÔm hâsflaram §eu Çol]lportâmontos
llos dos meios perdulti"rios" 0
lojista honesto, o bom artesão mudam de camisa coxlx
muitâ freqüência; eles
Entre 1li )0 c 1789, a roulr;l-brarri:a dos par.iicnses tnndou, c1,t,1,r.t*
punhos e ornârrrentos
üm quinue dela*, em nródia" Eles apreciam adornos rros irodo, de papt:ie dc Iugar. Nunc Ltot.rlnrcute invis,.vel, ianto entre os holicns
íicos, inventi
etegÀtes. Eles rEâo levados por.üff14 íutilidade e sã,4 bastante r';or-rro entre as tnulhe|es, â roupa ilranr-a tnarca, anl,is dC tuclo, a hieral,quiadas
,os] cuho", parâ prçofi1perêÍn mrais do que ânte§ fiom a§§ociâçÕes Óllicas' "e
§e atrrarr)ncias, cottforntc se está ma s ou rnenos distarte do rerspeito ao alseio clis-
ns feitios dos trajes' como
assim aLteram a ordern das cores, a matériaçrima, iintivo quc a rr.upa-l:rancaboa e l)ranca experimenl:a d<tsde o século )'.i/I,1i,) Eia
tarnbêm a ord.&m das categorias §süia1§1s7 siguilica o acc,so i;r urn sistema cl : asseio furrdado tra re,'jr:ição à água, L:m un1&
criados r:1.ro<:a qui: jLr11,a o srrpo hulnar ) colno a.1go por<:,r;o, cscancarado,
No nível ir.r.ferior da escala, cperários, trabalhaclores contratados, 1;erigosa-
nâo escapam à :mudança. Á exernplo de suas mulh'::res' os segundos imitam ' tIlt)trtc abcrto:rs aqrr;sr;Ões dos n,Lasnrls aqtlÍferos, i) pâta a qual a valrlrízi.ição
rirls aPartlncial se satisfàz com Llfna higiene mais p,orifôr'ica do que plofu.nda.
delongeÔ§mes.[re§que0§ContTa{;,Bm,osprimeilos|iÊguemoPatlãO;e]essão,
*rrn*ltunçudos no mercado das t'ontaçÕes urhanas' As meias t"'" :ll l'-1::
It"eill(.)ar1do os p-ivil:i;ios do visír'ri, elc organiza eü"l ,,,istema todos os elrr,monio§
clas r:onvenii:r,.,ias: o blanco da loupil-hr:anca, o asrieio clo trajc, a 1in:.peza clo
ospês(seispale,§'emmédía),asÇami§ascobremtoclososcorp0s(sei§0u§cte
a 1700'. Colurinhos' r().cl() Ll clas rnãos, o r:nfarinhamcrrto <ias perucas, a.rbundâ.ncia dos plrfurnes,
em médiâ), mal; o ganho é poucO acentuado em ::clação
punhos em núurero mais reduzido repÍesentâm c1(,i8 terÇos dos
inve:ntário*. rnoslro o cxcclr;so de maquilagerr:r e dos cosméticori.5'r /\ roupa-brancr,i fresca,
grupos se mântém menos nos háhÍtos, doravanto alvojilda, perrtrte ao corpo um ce r.to frcscor, pois ek. se onxuga dos seu s suores
A diferença 6n[re os dois
Entre as pe§§oas ligadae a0 §Ôto:: de sct" gracâs à muda iça de camisa: 'â i.cupa-branca lava i,,em o uso de ági;a, mas ao
uniformizados, rlo que na abundârtcia,
módia); roupa§ de uso domrí:sti ÍnesTno tcmpo lia rnostra".so Expr r:ssão cle urma liigir.:nc diÍcrente da nossa, ern
viços, a rotação ,Sas camisas é rápida (25, em a§

a*, ou got oa de dormir, as fita* de cabelo, os roupÔels deixam


mais con fortável coní<rrmidado r ;om o estrlo moral ,las crviliclades, ac.iaptaclas aos dadas r ecnoló-
po$$es são levadas pelo gosto gicos rlo tempo da água escassa, r invcn(;ão da ror-i1:a-branca marca c apogeu
a vida dos abastados. Todas as pes$oa§ de poucas
a se assoal com ci- rlr urna civiliziirção aristocráticâ cin qlio o pareceÍ t:iunfi:u.
da roupa-brancil e por um maior trem-estar. Paris apL:endeu
Nessa traietória, o historiacri;r cla cultura mat,:rriai intloduz mairi, do qrie
iluanÇas; elc nlostra a diferença rr.xistr.:ute entre a rlrlrmâ decretada p(r os lrsos
Xr*'xv'lÍ/ oiàcle, Paris, 1967, P. 2'12, snl qtle
t{l tf. H Braudol, Cif iltsatlofi vnatúrtellq rlcottrttnie et capüsli§íe,
cia olite, expiicrtada no discurso ,dos privilegiados, genoralízada pela prédica
as ci{ias para o i} -lcsaÍlrto s;io as seguinter'
e pelo ensino, pek:s livretos de lhcil leitura, pelâs artos, pelos man,rais clos
pcdagogos e dcl: mócljt;os e, por o rtro 1acio, pela mai.erialiclade sociai ci.rs práti.-
cEs. () requintc da roupa-branca (:. antes de tudo, gersto r-lc unr círculo rtstroito,
1090 5 9ir
Nicnos de 5

15i]li Ií'T,
6a10 qut:, depois, nc, tempo de LuÍs XL/, se amplia um pr)ucc, atraindo priueiro as
ll0'lír 45lyu
It) a 20 pt)§soas de poslte e as mulheres qlre srjgrlcm a modl,, as pessoas integr',ildas t: ;r
251$ 35i)6
>" 30
1 1 ,48 paro§ 10,9i
Meiâs
*3 pare§ paÍes

!8 8. Clrarder, 'Histoüe d'eau à traverr les siiclú§,,, amlibératian,6-3-I9gS.


r' ll Pcrrot, Lettaurild.e,sappurcnce\
ei dc la btlrgeatsit:, une hl§toird ch! uétlTaant au XI)fl si&cle' I'aÍi§' cit., pp.45{0
I 981
p. pcrroq Les riu;;sus ,t l0§ 6lüssous '
"' G. VigareUo, l.ül1oprc t.tlc sale, cit., p. 82.
pp. 32"83.'
i86.6 A monomia dos grlarda-ror.rpas :\ invencão tla ruupa-br.rncil là

vorrtade, eÍn suma, partidários t1a cii,i]izacão dos costLr'ues.'rr z\ tnaigria i-,,rs
r:r,; l.lr.rra constatar-r.;i,jo sr: rirrpõe: o aÍ:r,lamonto d.as regr,us
cle conduta inci n-
pol:,ula(rões rurai$ e I rbanâs está, em "rrincipio, cxcluid;i dessa zona mágr,;a m.rrtári:r ó iento, qr;irndo as possibiliclrldes econômicas e tecnj.câs se unÊj;rr
t
eÍfl que as apârênciâ1,, disi:inguem. Ela Í'ica confinada a h),,$ene medieval, rrrs- pit râ l'crtardar-1hes a t.lifusão. Em pari.s, () asseio pela roulra-brança,
L
triunfar:e
trit,:r à lirnpeza das m,ios c clo rostô, s(-ll I al(,âncar verdaclr:iralnonte as par:t r)s ni, cort() e lra cidade, durante o reinado de LuÍs XI{ não r,:stá realmente ao iil-
int mas, salvo em rar rs o(:asiões. (j.r'(:c(1(: quasetodossen,ioumscculo naistarcle.;;;r,U*,-r*"rri
ãrf,,
O seçulo XVIII presencia r:ealmcntc n rrrvenção d;r roupil-branca, pr is arrl,;tocr;iiíco tem seui pioneiros, os iur,.:rmr:diários, as n.rioças e mulheres rJc"
thc, generaliza o uso oldinário. A adcsão ,le u n'r gr:ande nri rl iero às normas ó, r.1o Ir.,i , as n'rulheres do inunclo. Asburgur:r;ias clo z\ntigo llcgrme e os produtolrs
inir.io, urbanâ, com Pllris ir fiente. A pr:c,vínc:ia voltr um pr:uco atrits. Em Cirirr- trzrrliciorais também i:ôri um lugar mairlr naquilo que nii,:r se vô: §uâ roupa
e
treri, enil'e 17A0 e1721t, os n:Iestres do arlr:sârrato e os traba.rltadores sob conti t- auf,torÍr, sua roupa-brrinczi n requintada, eles conciiiam o í lnso rle poupanm
e
to i:amhénr são tão hr'rm prorriclos de carnisas Çluanto os 6;,rrisiens(3s; solTreÍriro o ri,l ostr:ntaE:ão das ât)arênoi.as. Mas o r;rovirncnto é menirs arrirr:rado por cor.l-
os í:amponeses das pr,,,rifcrias ficam parr tr;is.{'? As mulhel0s descrnpenhar.arn ta r e tt,"rra alirmação i-isp(rÇÍ{icâ de clasr;rl - a cla burguesiri asçcndente _/ quí1,
o n.iesú}o papel que (:m Paris, com unt icnliclo mais nlar|:ante do üsua1 e r'o pci,l pr',,,'r'Sso de civilizae;iicl que, a 1c»rg,.r prazo, interioriz,,r tod;rs âs restriÇÕr.;s
tátil úo quo os homcr s. Err Limoges, ri,rs rrir,:irdos do sócr.r1o, ori consumos (.1(l Cor ;orairr, ciisciplina ,r socierrlade de al1rr a b;rixo, transfor.ma os costumes
{1c
rortpa-branca são con,:parávcis: 8370 dcls Lnvorrtítrios rnenciunanl caffiisas, un La tr)clrrs,a; (Js vaiores br"ugucses substituiri,L .r, ncsse domínig, as normas cla
socjr:-
dú;r;ia em media, mas dois terços das caras ld;rn mcnos de dez clelas; por virt a datle h«rlístir:a, e pr:oglessivamente os pi iviiégins do visível cecigrão urn pou(:o
dc :830, a proporcão sÕ invcrte.o: Em {rrno de Meaux, ris inventários Luri is o llrgal 0 otrtros impÕt,ativos.ú|
do sécr-ilo XYIII contlbilizrm a mesmíi quantidade e, já.,lntes de 1665, 70,rír C) campo âcom1ranfto1: as cidades, !.lm cortâ medida, lnais
oi-r_ menos ri4",i-
têni nrais de cinco calrrisiis, um terÇo il,rrs irrvcntárics nãLi as r;ontém. Dcpr rs dzrr*entc, e e preciso irsperaÍ os meados,:1o sócuro xIX pari, quc a revolução c.ia
de 1750. as camisas siÍo dL: uso geral, 4lr9lo rios guarda-roulras cclntam mais (jc ror.rlra-branca seja ciefinitiva. Michelet, o'm 1g-16, escreveirr.lo r,() paLry)le, fez et ,t
vinie.n'i .A cliferença e ritrc Jlalis e as provirrciâs so rrlantem r,,m dois planos: para clisr,;o: "l)ortco notada L.rras gr;inde; revoliicão no asseio, erll:elcz-amento súbiltt
todos, as qualidades rnantênr-se tradici<rna1 o rnajoritarial.nente rnais rústici, .;, no lar fiobre; roupa irrtima, :rupa de ci:ma, cie mesa, dc corl.inildos, classrrs
os ii:cidos d& fi0, as Ça]nis⧠de cânhan:c, grossciro são mai:i nurrrerosos do qrrc inti.riras f.iveram o quci não tinham tido rlesdc a origem do.rnuní1o,,.6., Doravari-
as lí)nas e as camisas Ílnas;i, depois, a r.rpacirlaile de participar tlos espetár: r- tc, ',t misória deve se,r:xibjr lirnpa, pois rr dr:sleixo nas rorpas rcveia lnais rir)
los Cos privilegiados ria visihiliclade É: nrais restl:ita, mais reservarla aos not,r- Qü{: riulicâ a perversãl m0rai. Ás pedagogias d.a ablução, ri fim dos tempos c1i:
veil,; de lodo tipo ou n,ls or:asiões festi.var,,. O sistema indutr:rentário rural ainria esc,,,.ssez de água,"to os valores higienista,; do vigor e
das {irrÇas Çorporais nã,)
se lraseia no uso prolc,ngado dos objetos, no reemprego e l1a usura controlacli ,s põe.n Íirn à tirania d;'r esttrtica e da étir: do visívei: à sua maneira, ela ainciir
pel r trabalho das mul ireres.í6 A obsoiesc,:)ncia da roupa-brâ nca conqui$tou, p, ,r impe1z nas sociedade;r; ocrclcntais, e o cl-eito dcl realidade, hoje como ontenil
su;r vez, a capital. Os ,,erdadeiros pobrell ficaram para trás, pcg,,r, às vezes, no conr.rapo o leitor clas irnagclns e dos
lextt:,s nor:rrativos.

17tii9: 0 c0nÍronto pillític0 e a roupa-tlranca


0t N. §Iiae, ?]kl civiliâing Fiü6rs§, ,§tfilâ,Ibn?tdtion and Civili*a.tiorr, Loncrc*s, Lglit2,; La tiúilísatilyr ()o mal.a.§,
Ilêrl§, 1 979; e La. §ocieté d4 cour, FariÍr, i g8S"
6? Iil. Garnnt, Ciasoas populailce wbaines au XÍlilo sii:ctt, l'ex*wplt de Chflrtrc§, tr:te de cloutorarlo em Letr,t§, O advento podr: r,tubitamente revel;rr essa confrontaçir,:. Entre Robespie i
1']mo 2, pp. 52.LS42.
ni r\. JoÍfrs, Le vôt@nsnt à Lilnoges et dans ses er wírons les ixxv$nttrire$ üpr;is dá0à8, izqt)"l,\A, :ilrabi)ll\o
rc " Íepresentante t;ic to clos burgueses rrstabilizados e iirl{lgrailo§, preocup;:.
'i'aprts
de çsnclusâô de cuÍso, Lilnogirs, iSSo, pp. 69-75.
s §li,BaulBít,(Niveâu.tdevi§dBspay$aÍI§autourirclvleauxenlT00etl1}j,t.:.rttstr\.A,tnLalasÀ§C, 197i,
'Í:p.T7.
6' Ir!$o p$trrlito comproonciei: poÍ qus o valor da roup,a dc baixo nâo subiu ontrc 1700 e U8g nos invent,l^ á7
§1,Elias, La cililiso.tion dts il?&rrrs, üit., pp. g0-ff0,
rtos de Charffe§, embora o nirmero de artigos tsnhii âuücntado. ffi
Ç, Ylgarcllo, Lepraprd ettra salc, cit,, pp" 144-168, 201'.12g a 244-245.
Ú1 ll. Pellegrin, Lhabillement rural 4n Poitoil a,u xvrff $àctc, d'aprin lo$ ínuearuiiir:s a;lrês ci$üg, àvolutiayt iu 6*
J. Míchelct,iopeuple,parii;. tB4b, pp. g0€1.
nmnác ntral f+anac-Qwfuu., pari§, 1gBS, pp. {Z5"4gs U. Rochc, eü Áflft n19,, gscl 1 g8?; p. Ierrot, Lx tteüai1 &r apptLranaaa,
eit., pp r 08-1 39.

l.
A invençâo da roup a-branca ê"
.6 Â cconoÍniâ dos guardil-rcnrPas 18!r

(]om a penl :)â oinpoâda, c011 íI I.OLIpa-k)Ianca, glig,o,rrcior.r quase tcltall Lcnro. As verdadt:rras relipas de bai:.;0, a ro,-rpa-branca
dos o.,flr a filaÍlcirâ clc , estir,
invis;ivel crn que se p(rrrcebo lima relaÇar) prirrilegiada corr o corpo c com o
,"grr,qu;:lr:ltoàpropriac'listinÇãoemmei'r)asoonvulsõesd'":sas§onlbltiias-'
COll] Oanti§a sLlja, peitl) â l"llo§tra, gorro erotir,;flo, não triunfarirrm; r:eroulas e culotes são raros, nlrtgmo nos guarda^
Mãrat - r1<rsp:ixad', vuISrrr, r,r,:o..[rend«:
mcias, an'iig, i10 p0\ro - c Dan- roup iri aristocráticos.7'i ú que nenhurri rrr per"ativo, salvo t;;lvez o conforto c1e
verrn.iho rra .abeça, cahelos g()rdulo§os, l:em.
áigur rs Íi'r()rentos que nr,io gostarn das c«:ti',::ntr-:s cir: ar, Consc,r;ue irr rpô-lcrs, nenr
ton-r)xc(:lssivamentealetatlo,apegadoatrsbclr:strajescon-ioiri:oacomida'Com
dc renrlas, d'c adornos ]ilas lná}rigas/ mostiro a§ ncce§sidadei; do ír§porte da caq:r,r para os cavaleirori e áis an:razonas, [r
nristtrla'nc]cl ares dc nor,lt.rico, c;hcirr
as clr pui.ior ua dança, r1uanc1o s<l dançav,.r ao ttilo de Can'ia,go.'' E:n sua rroga
neglig,tnciasplcbeias_,asclivergÔnclasinr1um0Í]tllriascorrrlspotidtltlailtitu.
estivcrarn os velncerJ<l:ros, mas impr,rrviir,'t:1, os moralisl as suspeitam da err:alilc.la dc uma inroraljd.acle propicia
deJn,ais profundas. salre-se hoje de quel lado
ao clr spLrdor tanto quârtto à galanteria. Or; corribssores nãro irl mi:lindram corn
nãosrldeveesquec0lQl'l0asjorn.adaspopi',.laresdtlanoIIdaI{r:públjcatbram,
na históri']; a afirmaÇão de uma rlusürroia que se prtde, i;<.u:n nossas normas, inraginar Ía,.ilmi.-lnto contrária
sem r,lúvitla, um monrt..,rto cxcepcional e últ,irr:o
na deiesa provrioadora das à clir, cncl;i. Os Bíjouxiiidisü{et$ e os româilces iigeiros, as ei,tanif)âs, Os feliatt;
uma política que extrai uma pârte de sut:l força
urn'' fúrja enérgica e flor,i;-(,)^ cla ltulau,tç0, de Flagonarcl, o traseií{ , de Macicmoisellt Lan.rhcrcÍer dian-
liberd ldes oxistenciais',lecessá.Ílas no colnporlAmento:
as dt:trúncia-q burSut;sas, as dos tc clo rcri ril Sardr:nha,:'t'nas ConÍissôes, dr Jeal-Jacques Rousseau, mostrarrr a
precár.ia p;ira ser clifere rLte. Ii prcciso entc-:i:tder
,,reacjDnár:ios", aer contr;.rrio clo reino do pclllulacl:o voclferanre ; t: preciso 1er as çorrli,rbilrdacl(j dos invr ltári<ls t': vice-ver,;4.7i [Jma concetrx:rio dr.r erorpo e das
lros fhscinados p(: li'r teriltralidade dos relar.;,rins sr:xuais se rev:rr.la nosso vazio prr.pício. Sotr o saioir:, o;lr livre, soh o
obser,rações âtentas dos viajant.trs estrang(
pclos revol)riot,;irios.7' O dcsrrr'ridaclo c o deslei cukrt,r, asr arÍnas pronLa:i: Jaoqr-res-LouiS l\,lirinetra te§temunl. r i§§O pala o pOvG
gestor, indurrentários e:.ribiàa
lodr:s os quadros dr,t moi:inr, os quais ,,em cluvlda exage- ur'b;,r ro. lioupas de bair; cm riiimero lim:,;ado, toaiete íntjrrra rara para todo§,
iudo ,1Ue âpârecem em
escondcr ils 0ptrrtunismos col'r(! llistir llroqrr:ssiva t i rirtLia apcnas par r os ricns - e nO ij rniat do cOrpo au-
ram:ifitencionalnente (:s tra()os ordináriO,,., por-lorrt
selr[( c. ocrrlto; «r tambr:rrn, rros iircios distintos, o penhor de *ma libertinag;r:r
masl.llesnãosãoSoÍrl(']irlteostlcldosciol'ex.rli-lrclosOuitslnan(,irasdacoria
:tutcntjrramt::llte conte§ta- serl lhst;jculo, c unta r.,rtra clifirrenÇa cor'.:r noss;.r cr.rltura.
subulbana. são valores, naqilt:lc momcnlo CrttcÍ;lts, _
p()1 Lrmi] lilrr:rdade dill:rclrrt'c lrnntâm0s Iirl Paris, salvo ârl atriaes, a mulher não lçrrr roupa do hai-ro * "ceroula',
táriol.l, po:rque exprimctlr urtra Ctritura
as pCESoa]] dc bt:rrr, a loupa cliz I rtris Srrbastien Mt 'cicrr -, c ningu, m se choca cont isso L uma r:na.
alhuLls apreender-1he$ a§ Câ'IaÇterÍstlcils.]:]Pitt.ir
porllcas pr(] l.a r, os Ílorro§ verme-
suja, ,l irrrundície, os cal ,elon desgrenhad<)r;,
illr lura r mrrr;ô de uma rlueda ú de um gol oe dr: vcnto. Rolu,iscall, Casanova c
fiiigil" Clos plt'rlrt Lrs ()rtI LlIn idiOm;i
thos prociamam 0§ colt travalores da "vi<-l:t os ,\íi ls-í:r.riu11cs, quc ác(,itario parrioticam.,:l'r1o os traseiros a. istncriticos, rnos.
deltls se ajus.a a roclrrintes sen.
qu. r'ião Ó o clos normaiizaciotüS,73 A]iher,lladtl trarn onckr ostá a nornia. Outro hábito'nriicl poderá se genri:a1izar, scnão por
suaiuemmatériadec,:rreSedcteCidOs,:rrles1ilo<llrcaprrll'riat;llolemporári;r 'um;l nuclança consideÍiivel cias relações r'l:rporais e das re1:, Ções cÕm funçÕes
dos rÍ,eit.s vlndos de al irures.Tr O pârênt(:,:se
não Ó negligcn|iávcl, pnis se sabt: elrr'rrr,rnt:rr,.:s - essa sci.i a qucstão do s(:,:ulo XiX.7s Essa iansformacâo dos
r-rm revolt '';iotrát"io autêntiçr''
que, posteriornente, a pritlr:ira preocup:'ição cie costirmcs í: preparada pela lonta acumul,rção da roupa-bra,.ica ilo Sécriio das
l'ar"a loda um;,
á up,*a"*, oonvenj^ent,i organizado, até.mesnro de unifbrrno. l,uzc,. e rnuito mais por urna concep(ão r,ova de famÍlia e p,ra m.eú1icâme11ta-
gqra,,,ao,çrsazuis-da-chLnaprovaram,efilumoutroconfort'risrnrlindumentá' ção rio corpo social-- uin outro trabalho cla cultura sobre â rraturíiza - áo que
rio, rts virtudes da revclrução pela uptur;r jurÍdica c 1:olítica, o que perírlite que as experii:rnÇiiili libcrtadoras
crrltitrais, Certo'. s0 i.l1',irrnorr. Para tanro todarria, foi preclso uma mucianÇa ale sensibilidade,
Sob esses estleil:leciÍ}lentos vinclol; das profundez;rs
I

usos não lbram susçiucos pelas agitaçÕcs,


e a revolução it;clunrcntária os tre-
,]i
ver tabclas 1 , 2 E 3. Parâ ümr} histíiria das roupas rle b;rlxo, vsr P Dufây, -Lf panralm fÉminfu, Paris, 1905;
Âgrni, rJisÍoi/opíttoresqus dil pantalon frÍnrinin, Pari*, 1079; e P fsÍrot, "tê traLtaíl tlea appurancus, cií.,
Williame, L6tr'"§ dcritd6 úp §tlanc.e sat pp, yrt_16,
a L. S. Mêrcieí Nou:r,tst,ux talrit:dwt dd Pari.9, PaÍi"s, 1798;
Hêláfla Maria
Tlara-sc de ]v1aÍie"Àflns dê flupis dc Camatgo, bâilaxilra &ancesa que viveu entre I?10 e 1770. (Nota do
quichêrat, i:fi§fotr4 du crtstuma français dtpauis la:'tewtps les Pltrtt
ltipoqus iê kt tgÍê{Jr, LondÍe§r 1 ZS5; I tratJurolJ
ti20-645
rü'Iuiés ju$qu iila íifl du Xvl!tc §tàülê, Paris, 1879, PP. a J.-"1 Roussçáru, &uurtscomplàtas, tofiio tr: í,d§ 6on&§6rtn§, cil., p. 21-
O. Roche, LePur,tPle 0,e Paril:, cit^, pp, 278-?87i
A. FüÍíIo, Í"á r'io fdrgilo, PaÍi$, 1 $,,35.
(i Voveile, Ias rtcttt't- J. l..au!cnt, Lcnuué.tuetdtiuitry, Píris, 1979,pp- 118-ll 3.
,l Êi Burstin, I oanoalorÍl; tlr rlô§$ie]" da raPnta, Ptt§t;a{a e Prr.is?ntd' toaO, pp. 13 5?; 1v1.
tt 1-. ii" Mercior, T&bleaw de Í)atii, toma Yl, Çit., pp. t8-l $.
riu oluti onn&irP §, Paris, ! 085'
lir1i6 1l
,\. (;ôrbin, Le /Iliasw at la jorquille , cit.
7, R. Cobb, Í,a prflft tLPari§, txnd. fíxncesâ, 1985, PP.
7.ii-81
'190 A econo nrla dos pruarda-mupas
"6

uma acuidad(:: nova, umâ exigêi:cia rtrais mani,fls§i,1 dar:


;ncrccpçÕes, o olho ciE:
inÍcio excitad,.r e instruído por v,irios sriculos de c.,ligêirr:ia, o olfato :lepois, ou
e lrrii.

simuitaneamr.:nte. Ilssa subversiro nei qual ainda v.:ivcnros põe tuclo lrn
xcclue
clo sistema de aquísir,:ão à renor, lção, da conservar.;ão a iavagem, da
rransmis-
são das DorlTl'r.g às maneiras de i,,ipropriaçâo. Louis-séberstien Mercie l rli
r sâúcla os i,r,li.
princípios dor parisienses com l:umor: ,,Horror a rr)upa.-hranca, ,,,i|lii.l'r.
rs;i
eís a divisa do
parisiense. lsr;o pcrque a rasganros inr.;<rssantemenre, e porque ril
ela teine zr pál c ri,,ii.i.,
'
t-ri!:'.1: :r,,'
a escova das i;:rvadei.ras,,.60 :;,

0 triuwfo
{a.s wy*râ%cia.§i nçbres e rüuyfrv§

[...] surplicam Lirrmjidetmente as si,nlroras e


scnjroritas qut têrn a honra de fi eqiientar
a cttrte, díze,,dçt qlic eln todas rs epocâs
0ssa telr sido ;r prática e que en.t toclçrs
os
lugar:es do muncio e comum que r;orte
a das
1:rinoesas sobe ,:anas se.ia o princi pal h-r"r;ar
oncic se deve exiirir ,r,r, ,.rrgrifitrêrrcia
[....] e:
que é verdade rlLie a necessária pompa
da
cr:rtr: consist{.r n0 ornamento e :.ro asscio
das sr:irhoras que fazertr r:lela a parle
maisf,rilhante.
Âpek", das senhoras da corte contra
os comcr<::iant{:rs ou burguescs de Faris.

Murras RAZ{'IE§ sc conjugam


Firra que a história :,:ocial ç cultural se inte,es-
se pelas prátir."ils iirdurncntárias
rlos nr:bres do Anrigo Regime. a primeira
cie origem soci'ulógica. e
Enquanto ;r seirnncla ordem rja socicdade
L§er\r'u sua pr'arlmiÍltincia, holisi:ica çorr_
ela foi o m,r.r da econornia, muito
ns: comércio Lr'rbaüo.r [sses privilegiados, especii:rlmente
com su:]rs renclas fundiárlas carJa
vcz ntaiorcs': t ;timularam
as conrrtru.i)es, o comér'r;io e a
ü;r rnedida err cju(, sc viam circuiação rle bens,
obrigilcios a fazer gastor, de prestígio
ncçr:ssicladc dr' r1x111',,r 0 ditar,ios p.:.ra
.stentai'a posir:ilo sociar. Em'aris, Lyon
c Marsc,
80 L. §. Mercieq,ThiLtleaux E. Le Roy-Ladrrrj
du parie, toÍtrô il cj.[., p. i ] z ,;., llistairc dc la Francc url-inc, lomo
2, pads, 198.i
Fr Luthy, LtL bol1*c protestantc en Franac,.Z vols.. páris,
.

1g5g.

Você também pode gostar