Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CHAPECÓ - SC
2017
1
CHAPECÓ - SC
2017
2
Essa dissertação foi julgada adequada para obtenção do grau de Mestre em Ciências
Contábeis e Administração, área de concentração Contabilidade e Controle de Gestão, e
aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da
Universidade Comunitária da Região de Chapecó.
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
This dissertation aims to analyze the levels of use and importance attributed to the practices
of Controllership by managers of supermarkets in Santa Catarina. This is a descriptive
research, with a quantitative approach, carried out by means of a questionnaire sent to
thirty supermarket companies located in the West and South regions of Santa Catarina. The
questionnaires were obtained from twenty-five companies, five of which were considered as
large, three medium-sized and seventeen were small supermarkets. Data analysis was
performed using descriptive statistics and the Kruskal-Wallis statistical test. Data collection
occurred from November 2015 to December 2016. The main results indicate that only the
five large companies have the institutionalized control department, while in other medium
and small companies the activities inherent to the Controllership are such as accounting
and administrative / financial management. Regarding the levels of use and the degree of
importance attributed to Controllership practices, it was verified that these differ according
to the size of the companies surveyed.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................................................ 19
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 20
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 20
1.2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 20
1.3 JUSTIFICATIVAS DO ESTUDO ..................................................................................... 20
1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ................................................................................. 22
2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 24
2.1 CONTROLADORIA .......................................................................................................... 24
2.1.1 Histórico da Controladoria ........................................................................................... 24
2.1.2 Conceitos de Controladoria .......................................................................................... 26
2.1.3 Práticas de Controladoria ............................................................................................. 33
2.1.4 Descrição das práticas de Controladoria..................................................................... 38
2.1.5 Pesquisas Assemelhadas ................................................................................................ 47
2.2 CONTROLLER ................................................................................................................... 55
2.2.1 O papel do Controller .................................................................................................... 57
2.2.2 Perfil do Controller ........................................................................................................ 59
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................... 62
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA .................................................................................. 62
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ............................................................................................ 63
3.3 COLETA DE DADOS ....................................................................................................... 65
3.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS .......................................................... 66
3.5 TRAJETÓRIA DA PESQUISA ......................................................................................... 67
3.6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ............................................................................................ 68
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ............................................................... 70
4.1 O SETOR SUPERMERCADISTA .................................................................................... 70
4.2 DESCRIÇÃO DO PERFIL DOS RESPONDENTES ........................................................ 74
4.3 CARACTERIZAÇÃO DOS SUPERMERCADOS ........................................................... 76
4.4 ESTRUTURA DA CONTROLADORIA .......................................................................... 78
4.5 PRÁTICAS DE CONTROLADORIA ............................................................................... 82
4.5.1 Nível de utilização das Práticas de Controladoria ...................................................... 82
4.5.2 Nível de importância das Práticas de Controladoria ................................................. 88
14
1 INTRODUÇÃO
1.2 OBJETIVOS
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 CONTROLADORIA
No fim do século XVIII e início do século XIX muitos conhecimentos eram apenas
empíricos e a intuição se mostrava como grande guia dos proprietários dos
empreendimentos, configurando um modelo administrativo subjetivo. Com o crescimento
dos negócios, onde se fazia necessária a descentralização das funções da gestão, emergia o
imperativo de que esses conhecimentos partissem para modelos mais objetivos, surgindo
novas ciências como a Contabilidade e a Administração. Contudo, foi apenas após a criação
das doutrinas elaboradas na segunda metade do século XIX e início do século XX que
ocorreu o avanço científico que acarretou no surgimento da Contabilidade orientada para
auxílio à tomada de decisões (SÁ, 2009).
No que tange à Controladoria, somente cinco séculos após o desenvolvimento da
primeira escola de Contabilidade é que surgiram no século XX os primeiros indícios acerca
desse segmento contábil, pois os administradores passaram a buscar a excelência nas suas
operações e, para isso, procuraram ter o controle de tudo que ocorre dentro da empresa
(SCHMIDT, 2002).
Para Beuren (2002) e Lunkes e Schnorrenberger (2009), a Controladoria como órgão
administrativo surgiu num período em que as grandes organizações americanas foram
influenciadas por três fatores determinantes (a verticalização, a diversificação e a expansão
geográfica das organizações) decorrentes da industrialização ocorrida nos Estados Unidos
durante a segunda metade do século XIX e da expansão de grandes empresas. Nesse rumo,
firmas concorrentes que emergiram a partir da Revolução Industrial começaram a se fundir
25
Inspeção e apontamento sobre 1292 O termo comptroller já é utilizado. Sua provável origem é do
entrada e saída de dinheiro e de bens latim medieval contra rolatus.
1400 O título de comptroller já era utilizado em cargos da English
Royal Household.
1778 O congresso do EUA instituiu o cargo de comptroller.
1789 O departamento de tesouraria americano estabelece a função
Cuidar do equilíbrio entre orçamento
de comptroller.
e o destino de gastos públicos
1866 O governo inglês criou os escritórios de Controladoria e
Auditoria Geral.
1855 A ferrovia Pensilvânia é a primeira empresa a constituir o
As responsabilidades do comptroller cargo de comptroller.
são principalmente financeiras e 1892 A General Eletric Company institui a posição de controller.
dizem respeito a bonds, ações e
securities da companhia. A 1931 Criação do Controller Institute of America.
Controladoria coordena os 1962 Mudança de nome para Financial Executives Institute.
planejamentos estratégico, tático e
1970Início das pesquisas sobre a Gestão Econômica (GECON)
operacional, bem como atua no
com o professor Armando Catelli, no Brasil.
controle e nos sistemas de
informação. 2009 Grave crise econômico-financeira coloca em xeque os
procedimentos de controle e gestão vigentes.
Fonte: Adaptado de Lunkes e Schnorrenberger (2009).
Nota-se que após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, em 1931 a
profissão contábil adquire uma forma protecionista para os investidores, enfatizando seus
interesses nos aspectos fiscais e legais, direcionando suas informações principalmente ao
usuário externo com a criação do Controller Institute of America. No transcorrer dos anos os
efeitos dessa falta de informações aos usuários internos surgiram na medida em que
26
p.25) aduz que não é fácil definir Controladoria no âmbito das organizações “[...] uma vez
que ela assume atividades diferentes dependendo da cultura e dos costumes das
corporações”.
Para Borinelli (2006, p.18) a fragilidade do arcabouço teórico sobre Controladoria
decorre de duas características:
(i) A plataforma teórica da Controladoria possui características
predominantemente normativas, necessitando de mais evidências empíricas;
(ii) Há posições significativamente diferenciadas entre os autores no que diz
respeito à plataforma teórica da Controladoria, o que traz à tona a necessidade de
se entender em que aspectos e por que isso ocorre.
Esta falta de consenso, indefinições e os diferentes enfoques sobre o que vem a ser
Controladoria motivaram Borinelli (2006) a construir uma plataforma teórica denominada
Estrutura Conceitual Básica de Controladoria (ECBC). Destarte, Borinelli (2006) definiu
três abordagens para estudo e organização da Controladoria:
a) Perspectiva I – Aspectos conceituais, ou seja, o que é a Controladoria;
b) Perspectiva II – Aspectos procedimentais, como funciona a Controladoria
descrevendo seus procedimentos, os elementos relativos ao seu funcionamento, as
funções típicas e os artefatos utilizados para sua operacionalização nas entidades;
c) Perspectiva III – Aspectos Organizacionais que focam em como a Controladoria se
materializa nas organizações.
Nesse sentido, Catelli (2001), Mosimann e Fisch (1999), Almeida, Parisi e Pereira
(2001) e Peleias (2002) aduzem que a Controladoria pode ser conceituada sob o parâmetro
de dois distintos vértices: como ramo do conhecimento ou como área administrativa. Assim,
evidencia-se que há dificuldades para definir a Controladoria de maneira mais objetiva como
ramo do conhecimento, como áreas administrativas, ou ambas, devido à complexidade que
lhe é inerente.
No âmbito da primeira perspectiva, que conceitua a Controladoria como uma área
do conhecimento humano, esta é possuidora de fundamentos, conceitos, princípios e
métodos advindos de outras ciências, partindo de uma visão multidisciplinar. Dessa forma,
tem por responsabilidade a criação de um arcabouço conceitual necessário para o
estabelecimento de um sistema de informações gerenciais capaz de produzir elementos que
subsidiem a otimização da tomada de decisões, contribuindo para a eficácia organizacional e
a continuidade do empreendimento (MOSIMANN; FISCH, 1999; ALMEIDA; PARISI;
PEREIRA, 2001)
28
Concordando com essa visão, Padoveze (2009) pondera que enquanto unidade
administrativa, a Controladoria, por meio da Ciência Contábil e dos sistemas de informações
gerenciais é responsável por coordenar a gestão econômica do sistema organizacional
global.
Por seu turno, Frezatti et al. (2009) definem que, de maneira sistêmica, a
Controladoria é o órgão da organização que além de ter a finalidade de assegurar a eficácia
do processo de gestão, também deve proporcionar a todos os stakeholders as informações de
caráter econômico-financeiras, procurando monitorar o equilíbrio das relações entre eles.
Ainda, Nascimento e Reginato (2010) citam que compete à Controladoria o apoio ao
processo decisório, integrando as áreas em torno de um objetivo global e atendendo às
expectativas da alta administração, além de realizar tarefas que permitem satisfazer as
necessidades dos seus clientes internos e externos.
Borinelli (2006, p. 198), após analisar várias definições de diferentes autores,
adjetivou a Controladoria enquanto órgão do sistema formal das organizações (nos moldes
da ECBC – Estrutura Conceitual Básica da Controladoria) na perspectiva II da seguinte
forma:
Controladoria é o órgão formal da organização responsável pelo controle do
processo de gestão e pela geração e fornecimento de informações de ordens
operacional, econômica, financeira e patrimonial demandadas para (i) assessorar as
demais unidades organizacionais durante todo o processo de gestão –
planejamento, execução e controle – buscando integrar os esforços dos gestores
para que se obtenha um resultado organizacional sinérgico e otimizado, bem como
(ii) pelos agentes externos que se relacionam com a empresa para as suas tomadas
de decisão.
No que tange à missão, Tachizawa (1990) pugna que a Controladoria desempenha
papel crucial para o êxito empresarial e tem como compromisso primordial a geração de
informações relevantes para subsidiar o processo decisório no âmbito organizacional. Por
sua vez, Catelli (2001) define como missão da Controladoria assegurar a eficácia da empresa
por meio da otimização de seu resultado econômico.
Figueiredo e Caggiano (2004) destacam que a missão da Controladoria é zelar pela
continuidade da empresa, assegurando a otimização do resultado global; enquanto que para
Padoveze (2004) a missão da Controladoria é servir de base ao processo de gestão
empresarial por intermédio de seus sistemas de informação e ser um sistema de apoio à
gestão. Entre os objetivos da Controladoria enquanto unidade componente do sistema
organizacional, de acordo com Guerreiro, Catelli e Dornelles (1997) e Mossiman e Fisch
(1999) salienta-se a gestão econômica, compreendida pelo conjunto de decisões e ações
orientadas por resultados desejados e mensurados segundo conceitos econômicos.
30
Controladoria
Planejamento e Escrituração
Controle Contábil e Fiscal
Orçamento e projeções
Contabilidade gerencial Contabilidade financeira
Contabilidade por Contabilidade de custos
responsabilidades Contabilidade tributária
Acompanhamento do negócio Controle patrimonial
Planejamento tributário
Fonte: Adaptado de Oliveira, Perez Junior e Silva (2004) e Padoveze (2010).
31
Porém, Borinelli (2006) optou por resumir as funções da Controladoria nos moldes
do evidenciado no Quadro 3.
Para Kupper, Weber e Zund (1990) no decorrer do tempo a função “controle” deixou
de ser uma tarefa essencialmente contábil, passando a ser uma atividade multidisciplinar.
Borinelli (2006) corrobora esse enfoque afirmando que a questão se torna ainda mais difícil
porque a Controladoria tem se utilizado dos preceitos discutidos na Teoria da Contabilidade
e nos conceitos oriundos de outras áreas do conhecimento como a Economia, Administração
e Sistema de Informações.
Nesse sentido, a Contabilidade Gerencial é vista como a disciplina que apresenta
todos os aspectos da Contabilidade dentro de um sistema de informação contábil e seu
fundamento como ação administrativa, funcionalmente, é denominada muitas vezes, pelo
nome de Controladoria (PADOVEZE, 2009). Acerca disso, Frezatti et al. (2009) e Messner,
Clegg e Kornberger (2008) argumentam que, em determinadas situações, os termos
Contabilidade Gerencial e Controladoria configuram-se como sinônimos.
Mesmo não existindo unanimidade na abordagem dos termos a respeito de
Controladoria e Contabilidade Gerencial, em uma perspectiva internacional, entende-se que
os termos sejam próximos, se não sinônimos, conforme Padoveze (2009). Por esse motivo,
admite-se nesse estudo a equivalência entre os termos „Contabilidade Gerencial‟ e
„Controladoria‟, assim como, “contador gerencial” e “controller”.
contexto, os artefatos passam a ter um papel fundamental, uma vez que estes são os
mecanismos que vão ajudar essa área do conhecimento a se materializar nas organizações.
Ou seja, as atividades e funções, para serem concretizadas, precisam de artefatos
(BORINELLI, 2006).
Nesse sentido, as práticas de Controladoria são determinadas pelo contexto,
quantidade e qualidade das informações esperadas a partir de sua adoção. Portanto, as
práticas de Controladoria podem ser diferentes entre empresas e países. As razões para essas
diferenças podem ser explicadas por questões históricas, políticas, culturais e sociais
(YALCIN, 2012).
Tillema (2005) concorda com isso quando afirma que a obtenção de êxito na
utilização de práticas de Controladoria contemporâneas pode ser impactada pelas
características organizacionais e pelo ambiente no qual as organizações estão inseridas.
Por seu turno, Muller e Beuren (2010) asseveram que é essencial que a utilização das
práticas de Controladoria seja contínua para garantir o atendimento dos objetivos da empresa
e apoiando o processo de gestão. De certa forma, essa integração de esforços das diversas
áreas de acordo com os sistemas e subsistemas utilizados tem a finalidade de assegurar o
controle e a melhoria do desempenho da empresa.
Nesse rumo, para Abdel-Kader e Luther (2008), ao longo das três últimas décadas
diversas práticas de Controladoria se desenvolveram juntamente com as organizações. Por
isso, tem sido estimulado o interesse em explicar por que as empresas adotam diferentes
práticas. No caso das práticas consideradas inovadoras ou mais recentes, estas alteraram o
foco da determinação do custo e controle financeiro para a criação de valor através da
melhor utilização dos recursos.
Por outro prisma, Para Soutes (2006) os artefatos de Contabilidade Gerencial e
Controladoria podem ser divididos entre métodos, critérios e sistemas de custeio, métodos
de mensuração e avaliação e medidas de desempenho e pelas filosofias e modelos de gestão.
Acerca disso, com fundamento nas pesquisas realizadas por Frezatti (2006) e Soutes
(2006), que investigaram sobre os artefatos mais utilizados por determinadas organizações,
Borinelli (2006) elencou os artefatos de Contabilidade Gerencial e Controladoria.
Entretanto, tal lista foi complementada com alguns artefatos incluídos pelo referido autor
como a Gestão de Custos Interorganizacionais (GIC), a Análise da Cadeia de Valor, o
Planejamento Tributário e o Mapa de Gestão de Riscos.
36
Para Borinelli (2006), essas inclusões se devem à importância desses artefatos que
classificou-os como filosofias e modelos de gestão por serem utilizados no desempenho das
funções da Controladoria, como evidenciado detalhadamente no Quadro 4.
pode ser utilizada para decisões sofre financiamento, considerando o custo de captação dos
recursos.
Para Gitman (2010) o retorno sobre o investimento é um indicador que permite
analisar a eficácia da administração na geração de lucros com base nos seus ativos. Para
análise deste indicador considera-se que quanto maior o retorno sobre o investimento,
melhor. Além disso, no entender de Saurin et al. (2013) a concepção básica do ROI consiste
na razão entre o lucro líquido operacional e o investimento total. Entende-se por
investimento total o valor do capital próprio mais o capital de terceiros e o ROI apresenta o
retorno sobre esse capital empenhado no empreendimento. As empresas de capital aberto
utilizam o valor de mercado do capital próprio e as empresas de capital fechado o valor do
patrimônio líquido. Nessa perspectiva o ROI é uma medida de rentabilidade que permite
indicar uma classificação das empresas e correlacioná-las com outros indicadores.
No que tange ao custeio por absorção, Martins (2003) afirma que é o método
derivado da aplicação dos princípios contábeis geralmente aceitos e que consiste na
apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, onde todos os gastos
relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos.
Um fator importante para a utilização do custeio por absorção, conforme Bornia (2010), é a
obrigatoriedade de sua utilização pela legislação fiscal. Entre as vantagens do Custeio por
Absorção está o fato de reconhecer a estrutura dos custos atuais, visto que todos os custos,
tanto diretos quanto os indiretos, são levados em consideração. Portanto, o principal mérito
desta forma de custeamento é o fato de serem levados em conta todos os gastos ocorridos em
uma organização, ou seja, essas informações têm de ser idênticas às informações da
contabilidade (SIMÕES et al., 2009).
O custeio direto surgiu para corrigir algumas deficiências do custeio variável, que
não considera que pelo menos alguma parcela dos custos e ou despesas fixas podem existir
única e exclusivamente por conta de determinado produto. Nesse sentido, no custeio direto
os custos e as despesas fixas são analisados com a finalidade de verificar sua relação de
existência com o produto. Dessa forma, os custos e despesas passam a ser classificados em
custos e despesas fixas diretas e custo e despesas fixas indiretas (SOUZA; DIEHL, 2009).
O custeio padrão não pode ser considerado um método de custeio, mas um uma
forma ou sistema de custeio que permite a mensuração dos fatores envolvidos na produção.
Para Soutes (2006), o objetivo principal da metodologia do custo padrão é fornecer suporte
para o controle de custos da empresa. A ideia básica é fornecer um padrão de
comportamento para os custos, ou seja, fixar quais deveriam ser os montantes para, ao final
40
da apuração dos custos do período, proceder a comparação com custos reais. As diferenças
existentes entre o padrão e o real são, então, evidenciadas e analisadas. As causas das
variações devem ser encontradas e as correções decorrentes efetuadas o mais rápido
possível.
Por sua vez, o custeio variável atribui maior importância ao comportamento de cada
elemento de custos em relação às variações dos volumes de produção e não em relação à
identificação direta ou indireta desses elementos de custo a cada produto em particular. Ou
seja, consiste em considerar como custo de produção apenas os custos variáveis incorridos.
Martins (2003, p.198) assevera que com base no custeio variável “só são alocados aos
produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas do
período, indo diretamente para o resultado; para os estoques só vão, como consequência,
custos variáveis”. A mudança de enfoque do comportamento de custos é decorrente de uma
constatação básica: alguns custos ocorrem no sistema produtivo, independente da ocorrência
de produção. São os chamados custos fixos (que são custos necessários à manutenção da
infraestrutura do sistema produtivo). Assim, cada estrutura demanda recursos para a sua
manutenção independentemente da ocorrência ou não dessa produção, motivo pelo qual
consome os recursos (SIMÕES et al., 2009).
produtos para a venda, escolher estratégias de marketing e analisar os efeitos dos custos
sobre os lucros (KEE, 2007).
No que tange ao valor presente líquido, operacionalmente este é uma técnica de
análise de investimento que adota uma fórmula para determinação do valor presente de
pagamentos futuros descontados a uma taxa de juros adequada, menos o custo do
investimento inicial. Essa técnica permite calcular, por exemplo, o valor atual dos futuros
pagamentos acrescidos de um custo inicial (ROMANO; HERMOSILLA; SILVA, 2010). Na
mesma direção, Warren, Reeve e Fess (2008) defendem que o Valor Presente Líquido
(VPL), também reconhecido como método do fluxo de caixa descontado, tem como objetivo
comparar o investimento inicial de caixa e o valor presente dos fluxos de caixa líquidos.
Quanto à avaliação de desempenho como ferramenta gerencial, torna-se necessária
porque as empresas necessitam constantemente verificar se o seu desempenho está de acordo
com as metas traçadas. Então, com o fito de garantir a sua sustentabilidade, os
administradores das empresas procuram estabelecer um conjunto de estratégias e
acompanhar a sua implementação de modo a avaliar e corrigir os desvios e suas
consequências (MARTINS, 2006).
No que concerne ao controle interno nas organizações, para Tenório (2007) seu uso
foi intensificado após grandes escândalos contábeis ocorridos em 2001 e 2002. Nesse
sentido, Zanette, Alberton e Dutra (2008) argumentam que os controles internos podem ser
caracterizados como administrativos e contábeis, sendo que os administrativos são os
ligados à eficiência operacional e à obediência às diretrizes administrativas, enquanto que os
contábeis são os que visam a proteção patrimonial e a qualidade da informação contábil.
Oliveira (2009) corrobora esse posicionamento ao afirmar que o principal objetivo dos
controles internos é fornecer aos acionistas uma segurança de que os negócios estão sendo
conduzidos de forma adequada tanto contábil quanto administrativamente.
Em termos do planejamento tributário, Latorraca (2000, p.58), advoga que o “[...]
planejamento tributário é a atividade empresarial que se desenvolve de forma preventiva,
projetando os atos e fatos administrativos com o objetivo de informar quais os ônus
tributários em cada uma das opções legais disponíveis”. O estudo da legislação tributária,
suas leis e hierarquias proporcionam para empresa a alternativa de um planejamento
tributário que, conforme Lima e Duarte (2007), é uma forma legal de se pagar menos
impostos.
Acerca do preço de transferência, para efeito da prática da Contabilidade Gerencial e
da Controladoria considera-se que “preço de transferência é um conjunto de ferramentas e
42
métodos usados pela empresa para distribuir as receitas conjuntamente arrecadadas entre as
subunidades da empresa” (ATKINSON et al., 2000, p. 633). Desse modo, “o preço de
transferência é o mecanismo de distribuição dessa receita gerada por dois ou mais centros de
lucros” (ANTHONY; GOVIDARAJAN, 2001, p. 271).
O orçamento de capital é um processo de análise de oportunidades de investimentos
de longo prazo em que a organização espera receber benefícios por mais de um período.
(HORNGREN; DATAR, FOSTER, 2010; PETERSON; FABOZZI, 2002; LUNKES, 2009).
Nesse rumo, as decisões atinentes ao referido orçamento estão entre as mais importantes
tomadas pelos gestores das organizações, além de serem inerentes ao sucesso dos projetos de
longo prazo (GARRISON; NOREEN; BREWER, 2013; BENNOUNA; MEREDITH;
MARCHANT, 2010; KOCH; MAYPER; WILNER, 2009).
Para Anthony e Govindarajan (2001) o Orçamento Operacional é projetado
geralmente para o período de um ano e costuma incluir as receitas e despesas previstas para
esse período, estando intimamente ligado ao planejamento estratégico, ou seja, é o
desdobramento das estratégias da empresa. Nesse sentido, os referidos autores destacam que
entre as suas principais finalidades estão as funções de detalhar o plano estratégico,
coordenar as atividades da empresa, definir responsabilidades e limites de gastos aos
gestores, informar o que se espera deles e, por fim, é utilizado como medida de avaliação de
desempenho. Atkinson et al. (2000) definem Orçamento Operacional como um conjunto dos
programas operacionais da empresa que incluem aspectos como vendas, gastos de capital,
produção, aquisição de materiais, contratação e treinamento de pessoal e as despesas
administrativas. Lunkes (2011) defende que o orçamento operacional pode variar de acordo
com a empresa e isso impactará no nível de detalhamento desse orçamento.
mercado consumidor, sendo uma abordagem proativa que busca garantir o resultado
desejado de um projeto onde, para tanto, é necessário a integração de todas as áreas da
empresa (ATKINSON et al., 2000).
A criação de valor por meio do uso eficiente dos recursos e de tecnologias avançadas
é o foco das práticas do quarto estágio, abrangendo a análise da cadeia de valor, balanced
scorecard (BSC), gestão baseada em valor, gestão inter-organizacional de custos (GIC),
indicadores chave de desempenho, sistema de gestão econômica (GECON), teoria das
restrições e valor econômico adicionado.
A análise da cadeia de valor decompõe as etapas que um produto segue desde o
início do processo produtivo até a chegada desse produto ao cliente final, principalmente
onde há elos críticos entre as diversas organizações da cadeia. Essa análise busca identificar
pontos de ineficiência ou ineficácia por meio da categorização das atividades e dos seus
custos, para posteriormente verificar onde se pode ampliar o valor por meio de melhorias do
processo. (RIEPLE; SINGH, 2010). Para Porter (1989, p.53) “a cadeia de valor é um
instrumento básico para diagnosticar a vantagem competitiva e descobrir maneiras de criá-la
e sustentá-la”. Shank e Govindarajan (1995) sintetizam o conceito de cadeia de valor como
sendo um enfoque externo à empresa, analisando a empresa no cenário da cadeia de valor
global de atividades geradoras de valor da qual ela corresponde à apenas um elo. Desta
forma, representa um método estruturado de suporte na gestão entre empresas, que sugere
que os custos da cadeia de valor podem ser reduzidos ou a diferenciação aumentada,
funcionando como um pilar da gestão estratégica de custos.
Quanto ao balanced scorecard (BSC), este surgiu porque na década de 1980 as
medidas financeiras de desempenho já não atendiam aos anseios dos executivos que
precisavam gerir questões operacionais e estratégicas (KAPLAN; NORTON, 1992). Para
prover as informações desejadas, Kaplan e Norton (1992) desenvolveram o balanced
scorecard (BSC), que pode ser definido como um instrumento de controle gerencial que
traduz a missão estratégica da empresa num conjunto abrangente de medidas de desempenho
que dão sustentação para um sistema de avaliação e gestão estratégica. Referida ferramenta
abrange tanto as medidas financeiras como as não financeiras da organização, sendo que a
análise é realizada por meio de quatro perspectivas: financeira, clientes, processos internos
da empresa e aprendizado e crescimento (KAPLAN; NORTON, 1997).
45
No caso da gestão baseada em valor, Martins (2003, p. 38) afirma que esta
“constitui-se numa abordagem em que as aspirações, as técnicas de análise e os processos
gerenciais são orientados para a maximização do valor da empresa, focalizando as decisões
sobre o direcionamento do valor [...], especialmente o custo de capital”. Para Copeland,
Koller e Murrin (2000) a gestão baseada em valor defende que o maior objetivo de uma
empresa é maximizar o valor para o acionista, ou seja, aumentar o máximo possível o valor
econômico agregado para o investidor. Para tanto, as receitas devem superar todos os gastos
da companhia, inclusive o custo de oportunidade do capital, pois criar valor para uma firma
ultrapassa o objetivo de cobrir os custos explícitos identificados nas vendas. Incorpora o
entendimento e o cálculo da remuneração de custos implícitos, como o custo do capital
investido que não é cotejado pela contabilidade tradicional na apuração das demonstrações
de resultados e, consequentemente, na quantificação da riqueza dos acionistas.
Para Souza e Rocha (2009) a gestão de custos inter-organizacionais (GIC) é um
processo cooperativo de gerenciamento de custos que se diferencia dos métodos tradicionais
de gestão de custos porque extrapola os limites internos da empresa e inclui outras
organizações de uma cadeia de valor. O objetivo da GIC é tornar a cadeia mais lucrativa;
porém, esse benefício será atingido somente se houver compartilhamento dos ganhos entre
os parceiros envolvidos (COOPER; SLAGMULDER; 2003). A natureza do relacionamento
entre as empresas na cadeia de valor, portanto, é fundamental para o sucesso da implantação
e execução do GIC e Souza e Rocha (2009) lembram que há quatro atributos que devem ser
os alicerces do relacionamento colaborativo: cooperação, confiança, estabilidade e
interdependência.
Os indicadores chave de desempenho (ou em inglês Key Performance Indicators –
KPIs) são ferramentas de gestão para se realizar a medição e consequentemente conhecer o
nível de desempenho e sucesso de uma organização ou de determinado processo. Para
Warren, Reeve e Fess (2008) existem diferentes categorias de indicadores que podem ser
indicadores quantitativos ou indicadores qualitativos, onde os KPIs são veículos de
comunicação porque permitem que os gestores comuniquem o quão eficiente um processo
ou a organização está em seu desempenho ao longo de um período.
O modelo de gestão econômica (GECON) parte de uma proposta que procura
identificar o valor econômico da empresa em cada uma das datas, ou seja, busca evidenciar a
essência econômica de todas as transações realizadas pela empresa em cada momento. O
GECON tem sido desenvolvido por uma equipe de professores e pesquisadores do núcleo
GECON da FEA-USP com o apoio da FIPECAFI (Fundação de Pesquisas Contábeis,
46
Cruz (2009) A prática da Controladoria nos Verificar se, e em que medida, as práticas
maiores bancos que operam no de Controladoria dos maiores bancos que
Brasil à luz de uma estrutura operam no Brasil refletem uma Estrutura
conceitual básica de Controladoria Conceitual Básica de Controladoria.
Muller e Beuren (2010) Estrutura formal e práticas da Investigar a estrutura formal e as práticas da
Controladoria em empresas Controladoria de suporte ao processo de
familiares brasileiras gestão em empresas familiares brasileiras.
Uyar (2010) Cost and Management Accounting Investigar as práticas de Controladoria
practices: a survey of manufacturing utilizadas pelas empresas da Turquia.
companies
Grande e Beuren Mudanças nas práticas de Identificar mudanças nas práticas de
(2011) Contabilidade Gerencial de Contabilidade Gerencial, considerando os
empresas estágios descritos pelo IMAP (IFAC, 1998),
por meio da análise de discurso crítica dos
relatórios da administração de empresas
familiares.
Alleyne e Weekes- An exploratory study of Analisar as práticas de Controladoria
Marshal (2011) Management Accounting practices utilizadas em três indústrias identificando os
in manufacturing companies in sistemas de gestão, quais fatores
Barbados influenciam a escolha das práticas e qual é o
nível de eficácia na sua utilização.
McLellan e Moustafa Management Accounting practices Identificar quais as práticas de
(2011) in GULF Controladoria mais utilizadas pelas
empresas integrantes do Conselho de
48
Cooperação Árabe.
Yeshmin e Hossan Significance of Management Medir a importância da utilização das
(2011) Accounting techniques in decision- práticas de Controladoria adotadas, o que a
making: an empirical study on influência, quais são os principais
manufacturing organizations in problemas que elas apresentam e as
Bangladesh possíveis soluções.
Teixeira, Gonzaga, A utilização de ferramentas de Verificar se as empresas do estado do
Santos e Nossa (2011) Contabilidade Gerencial nas Espírito Santo utilizam ferramentas de
empresas do Estado do Espírito Contabilidade Gerencial e se há associação
Santo com o desempenho.
Zheng (2012) Management Accounting practices Verificar quais são as práticas de
in China: current keys problems and Controladoria adotadas, o que influência,
solutions quais são os principais problemas que elas
apresentam e as possíveis soluções.
Santos, Ott e Frosi Práticas de Controladoria adotadas Investigar a utilização das práticas de
(2012) na gestão de instituições privadas de Controladoria em Instituições Privadas de
ensino superior no estado do Rio Ensino Superior (IPES) localizadas no
Grande do Sul estado do Rio Grande do Sul.
Cavalcante, De Luca, Características da Controladoria nas Descrever as características da
Ponte e Galon (2012) maiores companhias listadas na Controladoria das maiores companhias com
BM&FBOVESPA ações negociadas na BM&FBOVESPA.
Ramljak e Rogosie Strategic Management Accounting Conhecer as práticas de Contabilidade
(2012) Practices in Croatia Gerencial utilizadas em grandes empresas
da Croácia.
Reis e Teixeira (2013) Utilização de artefatos de Verificar a utilização de artefatos
Contabilidade Gerencial nas tradicionais e modernos de Contabilidade
sociedades cooperativas Gerencial em cooperativas agropecuárias e
agropecuárias de Minas Gerais e sua analisar a relação com seu porte e
relação com porte e desempenho desempenho financeiro.
financeiro.
Manvailer (2013) Práticas de Controladoria adotadas Analisar as práticas de Controladoria em
por instituições privadas de ensino Instituições privadas de ensino superior,
superior estabelecidas na região estabelecidas na região Centro-Oeste do
centro-oeste do Brasil Brasil.
Com base na lista citada no quadro acima, passa-se à uma descrição mais detalhada
desses estudos, conforme exposto a seguir.
O trabalho de Souza, Lisboa e Rocha (2003) analisou as práticas de Contabilidade
Gerencial adotadas por subsidiárias brasileiras de empresas multinacionais. Foram
pesquisadas 49 empresas através de entrevista pessoal. Os achados da pesquisa evidenciam
que 53,1% dos respondentes ocupam o cargo de “controller” e 28,5% de “Gerente de
Controladoria”. Quanto à utilização das práticas de Contabilidade Gerencial destacam-se:
Custeio por Absorção (com 73,5%) e o Custeio Variável (com 14,3%), sendo que 79,6% dos
respondentes não demonstram intenção de utilizar o Custeio ABC.
No artigo de Abdel-Kadher e Luther (2008) foram investigadas as indústrias do setor
de alimentação e bebidas do Reino Unido, através de um questionário listando 38 práticas de
Controladoria e 10 fatores contingenciais. Os autores obtiveram 245 respostas das questões
em que se solicitou a frequência de utilização e a importância das práticas de Controladoria.
Os autores adotaram os estágios de desenvolvimento das práticas conforme o IFAC. Como
principal achado da pesquisa foi identificado que as práticas de Controladoria são
valorizadas e as empresas que possuem características como ambiente com alto grau de
incerteza, clientes com alto poder de barganha, estrutura descentralizada, grande porte e
fizeram altos investimentos em automação de processos, além de práticas investigadas na
pesquisa utilizam também Total Quality Management - TQM e Just in Time - JIT.
Dittati (2008) investigou a utilização de práticas de Controladoria utilizadas pelas
Instituições de Ensino Superior estabelecidas no estado de Santa Catarina. Foram pesquisas
36 instituições que evidenciaram a utilização das práticas: planejamento estratégico,
orçamento operacional, ponto de equilíbrio, fluxo de caixa, planejamento tributário,
Balanced Scorecard, indicadores não financeiros e avaliação e controle de serviços
terceirizados.
Na pesquisa realizada por Cruz (2009) foi salientado que 36% dos respondentes
ocupam o cargo de “Gerente de Controladoria” e 16% o de “Superintendente de
Controladoria”; que 68% das instituições pesquisadas apontaram possuir o setor de
Controladoria constituído formalmente, sendo que as demais apontaram o setor “Finanças”
como principal setor que exerce as funções de Controladoria. Quanto ao perfil do
50
(28%), o Just- in-time e o Custeio Meta (29,4%). Concluíram, também, que não há relação
entre o porte da empresa os artefatos utilizados.
Manvailer (2013) em sua dissertação pesquisou 25 instituições privadas de ensino
superior e identificou que as práticas mais adotadas foram: orçamento de capital, avaliação
de desempenho, controle interno para proteção de ativos, orçamento operacional, análise do
retorno sobre o investimento e análise do valor presente. Observou também que as práticas
de segundo estágio do IFAC são adotadas por 90% das IPES de médio/grande porte.
O artigo de Ahmad (2014) teve como amostra 160 gerentes de pequenas e médias
empresas da Malásia de diversos núcleos econômicos. De acordo com os principais achados
do estudo, destaca-se que o maior número de respondentes foi de empresas de médio porte.
Nesse sentido, constatou-se que estas companhias apresentam uma maior adoção das
práticas de Controladoria, principalmente no que se refere às técnicas mais sofisticadas
como suporte de apoio à decisão e contabilidade de gestão estratégica. Destarte, as práticas
mais adotadas eram: sistemas de custeio, orçamento, avaliação de desempenho, suporte de
apoio à decisão e contabilidade de gestão estratégica. As práticas menos utilizadas eram:
análise da cadeia de valor, análise do ponto de equilíbrio, monitoramento de
posicionamento, controle de estoque, custeio estratégico, retorno sobre investimento (ROI),
turnover, análise da rentabilidade do cliente, orçamento mensal e custeio por absorção. Para
os autores do estudo citado os resultados eram esperados, pois para o tamanho dos
empreendimentos não se requer análises detalhadas adicionais devido às relevâncias dessas
práticas e ao ambiente operacional limitado em que estão inseridas. Observaram, ainda, que
foram identificadas como as menos utilizadas as práticas relacionadas à avaliação de
investimento e ao custeio ABC.
Vargas (2015) estudou uma amostra de 14 empresas classificadas pelo IBOVESPA
no segmento de utilidade pública, abrangendo os setores elétrico, água, saneamento e gás.
Os principais resultados sob a percepção dos gestores das companhias participantes apontam
que as práticas de Controladoria mais utilizadas são planejamento estratégico, orçamento
operacional, valor presente líquido, análises quantitativas e análise do custo de capital. Foi
constatado também que a adoção das práticas difere quanto ao grau de utilização. As
práticas menos utilizadas são orçamento flexível, gestão de estoques, custo do ciclo de vida
e custo padrão. Foi possível ainda identificar um avanço em relação aos estágios de
desenvolvimento das práticas estabelecidas pelo IFAC, sendo que as empresas estão
adotando práticas classificadas no quarto estágio.
55
2.2 CONTROLLER
O termo controller teve origem no latim medieval “contra rolatus” e foi incorporado
à linguagem das empresas privadas pelas indústrias dos Estados Unidos e Inglaterra durante
a segunda metade do século XIX, designando o profissional das áreas de secretaria e
56
Para Horngren, Datar e Foster (2010) as funções do controller são: planejamento para
o controle, relatórios e interpretação, avaliação e assessoramento, administração tributária,
relatórios para o governo, proteção dos ativos e avaliação econômica.
Lunkes e Schnorrenberger (2009) pesquisaram as funções dos controllers em obras
dos Estados Unidos, Alemanha e Brasil e concluíram que as funções mais presentes entre os
países abrangidos dizem respeito ao planejamento e controle, além da interpretação de
relatórios e sistemas de informação.
A mudança nas atividades rotineiras do controller, derivadas por mercados
competitivos (aumentando a ênfase em busca da rentabilidade) e a evolução tecnológica
permitiram ao profissional despender menos tempo às atividades de geração de relatórios e
direcionar sua atenção àquelas atividades que agregam valor à gestão, tornando-se um
elemento estratégico dentro as organizações (GIBSON, 1998).
Além disso, para Perez Júnior, Pestana e Franco (1995) e Schier (2010) a atuação do
controller pode ser segmentada sob dois prismas:
1) Um enfoque financeiro e contábil, semelhante a um contador gerencial, constituindo-
se em um executivo de linha, podendo ser o diretor financeiro ou subordinado a ele
e, desta maneira, ser o responsável pelas áreas administrativo-financeira,
contabilidade geral, fiscal e de custos, controle patrimonial, orçamento e auditoria
interna.
2) Um enfoque informacional, voltado a subsidiar diretamente a alta administração com
informações relativas a diversos departamentos, como órgão de staff. Ou seja, como
um consultor, com influência na tomada de decisão; todavia, sem poder direto nesta
tomada de decisão.
Desse modo, sua função principal é a de apoiar o processo de decisão, por meio de
sistemas de informações, monitorando as atividades da empresa. Com isso, pode ter funções
distintas, dependendo do porte e filosofia empresarial (PEREZ JÚNIOR; PESTANA;
FRANCO, 1995; SCHIER, 2010; NASCIMENTO; REGINATO, 2010). Pode ser desde o
59
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para que se possa atingir o objetivo do trabalho torna-se necessário utilizar uma
metodologia de pesquisa que pode ser definida como o “[...] o conjunto de atividades
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo,
conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando as decisões do cientista” (MARCONI; LAKATOS, 1999, p. 83). Com esse
propósito, neste capítulo apresenta-se a metodologia utilizada na pesquisa, assim como as
técnicas para coleta e análise dos dados.
(1999, p. 70) caracteriza a pesquisa quantitativa como “o emprego da quantificação tanto nas
modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas
estatísticas”. Afirma ainda que a abordagem quantitativa geralmente é utilizada em estudos
descritivos, caracteriza-se pelo uso de técnicas estatísticas na coleta e/ou tratamento dos
dados e tem por objetivo evitar distorções de análise e interpretação.
A lógica que norteia a pesquisa é dedutiva, uma vez que se encontram “verdades
testadas” em outros contextos, partindo-se de informes verdadeiros onde se acredita que
estas serão as respostas para determinada questão. Sendo assim, as conclusões ou
considerações feitas a partir dessa pesquisa decorrem de premissas estabelecidas em
observações empíricas (SOARES, 2003).
A partir do exposto, na Figura 2 se apresenta uma síntese a respeito do
enquadramento deste estudo em termos de suas características mais específicas.
•Lógica da pesquisa
•Dedutiva
estado de Santa Catarina. Nesse sentido, um total aproximado de 40 gestores de empresas foi
contatado por telefone (ou e-mail) sobre a possibilidade de suas empresas participarem deste
estudo.
Aos 30 (trinta) profissionais que concordaram em participar foi encaminhado um
questionário on-line (por correio eletrônico) ou impresso (via correio tradicional)
endereçado ao controller ou ao responsável pela Controladoria (ou unidade equivalente).
Dessas remessas houve retorno de 25 (vinte e cinco) empresas, sendo que cinco das
respondentes foram classificadas como de grande porte, três como de médio porte e
dezessete como empresas de pequeno porte. A mencionada classificação levou em conta o
número de funcionários de cada empreendimento varejista, como demonstrado no Quadro 8.
1) Se “Sig > 0,05”: não se pode rejeitar a hipótese nula (H0), aceitando-se o fato de
que as médias populacionais dos K grupos sejam iguais;
2)Se “Sig < 0,05”: rejeita-se a hipótese nula (H0), aceitando-se o fato de existir
pelo menos um par de médias populacionais diferentes.
Os procedimentos estatísticos mencionados (distribuição de frequência e o teste
Kruskal-Wallis) foram realizados com auxílio do software Statistical Package for Social
Sciences (SPSS).
visualização e entendimento.
Definição do
problema e
objetivos da
pesquisa
Revisão
teórica
Delineamento da
pesquisa e
planejamento do
método de
trabalho
Realização do
levantamento
Tabulação e
análise dos
dados
Elaboração do
texto da
dissertação
Acerca disso, Gil (1999) destaca como uma das possíveis limitações desse tipo de estudo a
ênfase em aspectos perceptivos, visto que levantamentos recolhem dados que se referem às
percepções das pessoas acerca de si mesmas. Isto pode gerar distorções, porque há muita
divergência entre o que as pessoas fazem (ou sentem) e o que elas dizem a respeito.
O terceiro aspecto restritivo refere-se à escolha do método descritivo, visto que o
poder de generalização é limitado, restringindo-se os resultados à amostra da pesquisa.
70
A partir desta seção são explicitadas informações sobre o setor em estudo, os dados
coletados por intermédio do questionário respondido pelos participantes, bem como são
apresentadas as informações provenientes do estudo.
Nesse sentido, o instrumento utilizado indagava inicialmente acerca de aspectos
relacionados às empresas e aos profissionais que responderam à pesquisa nas seções
“Características dos respondentes”, “Características da unidade organizacional”,
“Características do profissional que executa (ou é responsável) pela Controladoria na
empresa” e “Estrutura interna da Controladoria (ou setor equivalente)”. Posteriormente foi
inquirido especificamente sobre a área de Controladoria nas partes do questionário
denominadas “Funções executadas pela Controladoria”, “Nível de utilização atribuída as
práticas de Controladoria” e “Nível de importância atribuído às práticas de Controladoria”.
A partir das respostas colhidas foram obtidos os dados e informações evidenciados
nas próximas seções, onde foram priorizados os aspectos mais relevantes quanto aos
profissionais respondentes, à caracterização das empresas participantes, à Controladoria (ou
unidade organizacional equivalente), às práticas de Controladoria vigentes nos
supermercados participantes e aos respectivos graus de relevância atribuídos às mesmas em
cada empresa.
1
A ACATS apresenta um número de lojas em Santa Catarina superior do que divulgado pela ABRAS.
75
Número de respondentes
Função dos respondentes Total %
Grande porte Médio porte Pequeno porte
Auxiliar/Assistente administrativo - 1 3 4 16,00%
Contador - 1 1 2 8,00%
Controller 5 - - 5 20,00%
Gerente Administrativo - - 3 3 12,00%
Gerente Administrativo/Financeiro - 1 7 8 32,00%
Proprietário - - 1 1 4,00%
Total 5 3 17 25 100,00%
Número de respondentes
Tempo na função %
Grande porte Médio porte Pequeno porte Total
Até 5 anos - - 4 4 16,00%
De 5 a 10 anos - 2 2 4 16,00%
Acima de 10 anos 5 1 11 17 68,00%
Total 5 3 17 25 100,00%
Fonte: dados da pesquisa.
Nota-se na Tabela 2 que cinco das doze empresas de pequeno porte possuíam até 50
funcionários e representavam 48% dos supermercados estudados, enquanto que as outras
cinco de pequeno porte afirmaram que possuíam entre 51 e 100 funcionários. No caso das
empresas de médio porte, dois varejistas contavam com quadro de colaboradores entre 101 e
250 funcionários e apenas uma empresa desse porte tinha entre 251 e 500 funcionários à
época da pesquisa. Por último, em cada uma das cinco empresas de grande porte havia mais
de 500 empregados registrados, conforme os profissionais que responderam o questionário
encaminhado.
Quanto ao número de lojas de cada empresa que participou do estudo, treze
supermercados de pequeno porte possuíam apenas uma loja e quatro desse porte mantinham
de duas a cinco lojas. Além disso, sete varejistas disseram ter entre duas e cinco lojas
(destas, quatro eram de grande porte e três de médio porte). Somente uma empresa possuía
mais de 20 lojas, sendo que esta era a maior rede supermercadista de Santa Catarina.
No que concerne ao número de caixas (ou checkouts), a realidade exposta pelos
dados levantados mostrou a seguinte configuração:
78
a) Empresas de pequeno porte: em doze supermercados deste estrato havia até 5 caixas
em atividade na loja, enquanto que cinco supermercados informaram haver entre 6 e
20 caixas;
b) Empresas de médio porte: nas três respondentes havia entre 21 e 50 caixas;
c) Empresas de grande porte: em quatro das cinco maiores varejistas investigadas havia
entre 51 e 200 caixas, enquanto que na maior delas foi informado que eram
utilizados mais de 500 caixas.
implementar setor assemelhado. Por outro lado, nas cinco organizações de grande porte
verificou-se que existe uma unidade/setor de Controladoria, o que pode ser justificado pela
necessidade das informações e análises oriundas desta atividade gerencial nesse tamanho de
organização.
A não existência de um setor/departamento de Controladoria não impede que
determinados benefícios informacionais que estejam associados a tal unidade possam ser
obtidos por outras áreas da empresa. Com esse propósito, no questionário foi incluída
pergunta sobre o(s) setor(es) que executavam as funções pertinentes à Controladoria (ou
equivalente). Naquelas vinte empresas que informaram que não possuíam uma unidade de
Controladoria institucionalizada formalmente os respondentes destacaram que havia outros
setores que executavam as funções respectivas. Sobre isso, apurou-se que em um
supermercado de médio porte e outro de pequeno porte tais atividades eram exercidas pela
Contabilidade. Outra empresa de médio porte, assim como nove supermercados de pequeno
porte, relataram que as funções eram executadas pela
“Presidência/diretoria/proprietário/acionista principal (ou equivalente)”. Ainda, em três
organizações (duas de pequeno e outra de médio porte) os respondentes asseguraram que as
referidas atribuições estavam a cargo da “Gerência Adm./Financ. e da Contabilidade”, duas
empresas de menor porte assinalaram que as funções eram executadas pela “Administração”
e em dois supermercados eram executadas apenas pela “Gerência
Administrativa/Financeira”. Por último, naqueles cinco varejistas que possuíam a
Controladoria em seu organograma as respostas indicaram que caberia a essa unidade as
atividades pertinentes.
Em seguida foi questionado sobre a denominação dos cargos que exercem as funções
de Controladoria (ou equivalente) nas empresas participantes do estudo. Nesse rumo, a
Tabela 4 evidencia a situação delineada pelos respondentes.
Para conhecer o grau de uso das práticas de Controladoria nas empresas pesquisadas
foi apresentado um rol de possíveis práticas para que os respondentes informassem aquelas
com maior ou menor grau de utilização. Referida lista foi elaborada a partir das pesquisas de
83
Borinelli (2006) e Leite, Diehl e Manvailer (2015), mas foram acrescentadas algumas
práticas (ou artefatos) de Contabilidade Gerencial mais estreitamente (ou potencialmente)
relacionadas ao tipo de empreendimento visado, como a gestão de estoques, o custeio
TDABC e a avaliação da necessidade de investimento em capital de giro.
Em virtude do exposto, a tabulação das respostas obtidas foi realizada de forma
comparativa entre os supermercados de grande, médio e pequeno portes, conforme expresso
na Tabela 6.
revelou que não a utiliza (NU). Como o Custeio por Absorção é “obrigatório” para fins da
contabilidade custos e atendimento aos preceitos do Imposto de Renda no Brasil, essa
resposta de não uso por um supermercado de grande porte parece inconsistente. Ainda, no
conjunto formado pelos supermercados médios, todas as três empresas destacaram não
utilizar a ferramenta (NU). Nos pequenos supermercados, dois integrantes (17,65%)
registraram utilizar muito/totalmente e esta mesma porcentagem foi identificada nas
empresas que relatam utilizá-lo limitadamente (“Pouco” ou “Raramente”). Ainda, onde das
dezessete empresas de pequeno porte (64,71%) salientaram não utilizar o Custeio por
Absorção (NU).
Em relação ao “Custeio Variável (margem de contribuição)” todas as cinco varejistas
de grande porte asseveraram utilizá-lo muito/totalmente. No grupo de respondentes de
médio porte uma empresa (33,33%) afirmou “Utilizar Muito” ou “Utilizar Totalmente” a
ferramenta e duas empresas (66,67%) afirmaram não utilizá-lo. Nas empresas de menor
porte, 41,18% (sete empresas) também consignaram utilizar muito/totalmente tal prática, o
que igualou ao número daquelas que evidenciaram não utilizar. Os demais supermercados
(17,65%) responderam que utilizam pouco/raramente.
No que concerne à “Análise de Terceirização”, quatro empresas (80%) pertencentes
ao grupo dos maiores supermercadistas mencionou utilizar frequentemente essa prática e
apenas uma empresa (20%) relatou não utilizá-la. Quando às organizações de médio porte
uma empresa (33,33%) aduziu utilizar a ferramenta muito/totalmente e duas empresas
(66,67%) afirmaram não utilizar. Quanto às organizações de menor porte, apenas uma destas
citou utilizar muito/totalmente tal análise, seis (35,29%) manifestaram utilizar
moderadamente (P/R) e dez (58,82%) descreveram que não utilizam-na.
Acerca do “Custeio ABC”, a totalidade dos varejistas de grande porte salientou que
utiliza o instrumento “Pouco” ou “Raramente”. No outro grupo, também a totalidade dos
participantes de médio porte afirmaram não utilizar a ferramenta. E no grupo das empresas
de menor porte apenas uma empresa especificou o uso frequente do instrumento (“Muito”
ou “Totalmente”) e, ainda, se apurou que este é empregado de forma contida (“Pouco” ou
“Raramente”) por 35,29% dos respondentes. Por outro lado, a não utilização desta forma de
custeamento foi apontada por dez das empresas (58,82%) de pequeno porte.
Referente ao “Custeio Meta”, todos os cinco integrantes do conjunto das empresas de
grande porte asseguraram não utilizar a referida prática de Controladoria, assim como
apontado pelas empresas de médio porte. Porém, nas empresas de menor porte restou
86
surpreende pela dificuldade de utilizar tal ferramenta) e, como esperado, a sua maioria das
empresas (quatorze supermercados) apontou não utilizar o GECON.
No tocante ao “Valor Econômico Agregado (EVA)” verificou-se que apenas uma das
organizações de grande porte pesquisadas relatou utilizar moderadamente (“P/R” na tabela)
esse indicador de desempenho, enquanto quatro responderam não utilizar (NU). Nas
empresas de médio porte a totalidade das três empresas pesquisadas apontou não utilizar o
instrumento. Nas empresas de pequeno porte, um supermercado citou utilizar a ferramenta
constantemente (“M/T”) e dois supermercados (11,76%) deste agrupamento informaram que
utilizam pouco/raramente o EVA. A maioria dos entrevistados (quatorze entidades),
contudo, garantiu não fazer uso deste conceito.
A propósito da “Gestão Baseada em Valor (VBM)”, no conjunto de empresas
classificadas como de grande porte apenas uma explicitou que utiliza moderadamente esta
ferramenta e quatro destas companhias (80%) relataram não utilizar. No contexto das médias
empresas, todas as três afirmaram não utilizar a ferramenta. Já no caso dos pequenos
supermercados, duas empresas apontaram utilizar “Pouco” ou “Raramente” e quinze
expressaram que essa prática não era utilizada (NU).
Em relação ao “Cálculo do Ponto de equilíbrio”, este é utilizado por três dos
supermercadistas de grande porte de forma constante (“Muito” ou “Totalmente”) e pelas
outras duas empresas com menor frequência (“Pouco/Raramente”). No caso das empresas de
médio porte a ferramenta era utilizada por uma varejista de forma constante (“M/T”), por
outra entidade de forma moderada (“P/R”), enquanto que relatou não utilizar (NU). Nas
quinze empresas consideradas de pequeno porte, duas (17,65%) afirmaram que calculam o
ponto de ruptura frequentemente (M/T), sete (41,18%) que utilizam esta prática
esporadicamente (“Pouco” ou “Raramente”) e sete dos participantes responderam que não
efetuam a determinação do ponto de equilíbrio em suas firmas.
A “Projeção do Fluxo de Caixa” é muito ou totalmente elaborada pelas cinco
empresas de porte maior, segundo as respostas obtidas. No que concerne às médias
companhias uma delas apontou não realizar a projeção, enquanto duas firmas (66,67%)
alegaram utilizar pouco/raramente. No âmbito das pequenas companhias, quatro destas
(23,53% das dezessete deste grupo) também registraram que utilizam constantemente a
projeção de caixa e sete supermercados (41,18%) revelaram que projetam o fluxo de caixa
“Pouco” ou “Raramente”. Contudo, seis varejistas de pequeno porte informaram que não
adotam a prática de projetar o fluxo de caixa das operações.
88
análise, assim como no caso de todos os supermercados considerados de médio porte. Por
outro lado, no que tange aos varejistas considerados de menor porte, onze empresas
(equivalente a 64,71% dos respondentes deste grupo) também manifestaram que consideram
muito ou extremamente relevante (M/Extr.) o referido instrumento. Ainda, em três
supermercados de pequeno porte o respondente assinalou não achar importante (Irrel.) que
seja realizada esta análise e em três empresas (17,65%) esta prática foi classificada como
“Pouco Importante” ou “Minimamente Importante” (P/Min.)
Acerca da relevância atribuída ao “Custeio Direto”, no grupo dos cinco
supermercados maiores apenas um (20%) assinalou a alternativa “Pouco Importante” ou
“Minimamente Importante” e quatro (80%) dos respondentes indicaram considerar
muito/extremamente (M/Extr.) relevante. No conjunto das empresas de médio porte a
totalidade destas considera o instrumento importante (M/Extr.), enquanto que nas empresas
de menor porte constatou-se que cinco empresas (29,41% deste conjunto) asseguraram que
tal prática é “Muito Importante” ou “Extremamente Importante”. Outros dez supermercados
(58,82% das varejistas de pequeno porte) responderam que o instrumento não é muito
importante (P/.Min.) e quatro respondentes (23,53%) consideraram “Irrelevante” o Custeio
Direto em suas companhias.
Em seguida, no que concerne ao “Custeio Padrão”, este foi considerado primordial
(M/Extr.) por quatro varejistas de grande porte, por dois supermercados de médio porte e por
cinco dos respondentes de pequeno porte. Ainda, uma firma de grande porte e outra de
médio porte, consideraram o Custeio Padrão “Pouco ou Minimamente” relevante. Além
disso, naquelas de tamanho menor oito respondentes optaram por assinalar a mesma
alternativa e somente quatro dos participantes consideraram-na “Irrelevante” no respectivo
contexto.
Sobre a relevância do “Custeio por Absorção”, quatro supermercados de grande
porte optaram pela alternativa “Muito Importante” ou “Extremamente Importante” e um
supermercado assinalou que este é pouco/minimamente importante. Nas três empresas de
médio porte duas assinalaram ser muito importante/extremamente importante e uma
selecionou a opção “Pouco ou Minimamente” relevante. Nas dezessete empresas menores,
29,41% desta categoria afirmaram que o Custeio por Absorção é bastante relevante
(M/Ext.); 47,06% declararam-no como “Pouco ou Minimamente Importante” e somente
quatro varejistas classificaram-no como “Irrelevante”.
No que diz respeito ao “Custeio Variável (Margem de Contribuição)”, a totalidade
dos cinco supermercados de grande porte e os três supermercados de médio porte
91
avaliação empresarial, assim como todas as empresas de médio porte. Acerca disso, nos
supermercados de menor porte foi constatado que doze das dezessete empresas julgaram ser
igualmente muito relevante, uma considerou pouco relevante e quatro respondentes
informaram que tal procedimento avaliativo seria irrelevante.
Nesta parte do texto são discutidos os resultados da pesquisa pelos ângulos dos
estágios das práticas de Controladoria, da comparação entre os níveis de utilização e
importância atribuída às práticas pesquisadas e pelo cotejamento dos achados desta com os
de outras pesquisas. Nesse sentido, as próximas seções discorrem a respeito dessas formas
de analisar o resultado do estudo.
Gr. Porte (5 empresas) Médio Porte (3 empresas) Peq. Porte (17 empresas)
Itens
M/T P/R NU M/T P/R NU M/T P/R NU
Análise do ROI 20% 80% - - 66,67% 33,33% - 47,06% 52,94%
Custeio Direto - 80% 20% 33,33% 33,33% 33,33% 17,65% 17,65% 64,71%
Custeio Padrão - 80% 20% - 33,33% 66,67% 17,65% 17,65% 64,71%
Custeio por Absorção 80% - 20% - - 100% 17,65% 17,65% 64,71%
Custeio Variável 100% 33,33% 66,67% 41,18% 17,65% 41,18%
Fonte: dados da pesquisa.
Gr. Porte (5 empresas) Médio Porte (3 empresas) Peq. Porte (17 empresas)
Itens
M/T P/R NU M/T P/R NU M/T P/R NU
Cálculo do Ponto de Equilíbrio 60% 40% - 33,33% 33,33% 33,33% 17,65% 41,18% 41,18%
Projeção do Fluxo de Caixa 100% - - - 66,67% 33,33% 23,53% 41,18% 35,29%
Análise de Demonstr. Contábeis 100% - - 33,33% 66,67% - 29,41% 52,94% 17,65%
Gestão de Estoques 100% - - 66,67% 33,33% - 47,06% 41,18% 11,76%
Avaliar Nec. Invest. Cap. de Giro 60% 40% - 66,67% 33,33% 23,53% 47,06% 29,41%
Fonte: dados da pesquisa.
Gr. Porte (5 empresas) Médio Porte (3 empresas) Peq. Porte (17 empresas)
Itens
M/T P/R NU M/T P/R NU M/T P/R NU
Análise da Cadeia de Valor - - 100% - 33,33% 66,67% - 35,29% 64,71%
Balanced Scorecard (BSC) - - 100% - - 100% - 5,88% 94,12%
Gestão Inter-org. de Custos - - 100% - - 100% - 17,65% 82,35%
Indic.-chave de Desempenho 20% - 80% - 33,33% 66,67% 5,88% 23,53% 70,59%
Sist. de Gestão Econômica 20% - 80% - - 100% - 17,65% 82,35%
Teoria das Restrições (TOC) - - 100% - - 100% - - 100%
Valor Econômico Agregado - 20% 80% - - 100% 5,88% 11,76% 82,35%
Gestão Baseada em Valor - 20% 80% - - 100% - 11,76% 88,24%
Fonte: dados da pesquisa.
98
Análise do ROI
Avaliar Nec. Invest. Capital de
6,0 Custeio Direto
Giro
Gestão de Estoques Custeio Padrão
5,0
Análise de Demonstr. Contábeis Custeio por Absorção
4,0
Custeio Variável (marg. de
Projeção do Fluxo de Caixa 3,0 contrib.)
2,0
Cálculo do Ponto de Equilíbrio Análise da Terceirização
1,0
VBM - Custeio ABC
KPIs OBA
GIC Análise da Cadeia de Valor
BSC
Utilização Importância
Como evidenciado no Gráfico 1 acerca das empresas varejistas de grande porte, das
vinte e quatro práticas de Controladoria pesquisadas somente quatro práticas tiveram nível
igual de utilização e importância: “Custeio Variável”, “Projeção do Fluxo de Caixa”,
“Análise das Demonstrações Contábeis” e “Gestão de Estoques”.
Nas demais práticas foram identificados graus distintos de uso e relevância no qual o
nível de uso era menor que o grau de relevância imputado às mesmas. A maior divergência
foi apurada no “Balanced Scorecard (BSC)” onde foi relatado que esta prática não era
utilizada (peso 1,00) e concomitantemente foi qualificada como “muito importante” (peso
4,2).
Destaca-se, ainda, que as práticas “Análise da Cadeia de Valor” e “Gestão Inter-
organizacional de Custos (GIC)” tiveram nível de utilização equivalente a 1,00 e grau de
importância de 3,8. Por sua vez, a “Teoria das Restrições (TOC)” ficou com nível de
utilização de 0,2 e importância de 3,00; enquanto que o “Custeio Direto” e o “Custeio
Padrão” atingiram nível médio de utilização de 2,6 e grau de importância de 4,6.
101
Análise do ROI
Avaliar Nec. Invest. Capital de
5,0 Custeio Direto
Giro
Gestão de Estoques 4,5 Custeio Padrão
4,0
Análise de Demonstr. Contábeis Custeio por Absorção
3,5
3,0 Custeio Variável (marg. de
Projeção do Fluxo de Caixa 2,5 contrib.)
2,0
Cálculo do Ponto de Equilíbrio 1,5 Análise da Terceirização
1,0
0,5
VBM - Custeio ABC
KPIs OBA
GIC Análise da Cadeia de Valor
BSC
Utilização Importância
Nas empresas varejistas de médio porte verificou-se que apenas três práticas de
Controladoria alcançaram o mesmo grau de utilização e importância na opinião dos
respondentes desta categoria: o “Custeio Kaizen”, o “Custeio TDABC” e o “Open Book
102
Accounting (OBA)”, pois ambas foram relacionados como não utilizadas (grau 1,00) e
irrelevantes (1,00).
As demais práticas apresentaram divergências entre o grau de utilização e
importância, sendo que o grau de importância atribuído foi maior que o de utilização. A
maior diferença aconteceu nas práticas “Custeio ABC”, “Gestão Inter-organizacional de
Custos (GIC)”, “Sistema de Gestão Econômica (GECON)”, “Valor Econômico Agregado
(EVA)” e “Gestão Baseada em Valor (VBM)”, que foram apontadas como não utilizadas
(nível 1,00), mas foram consideradas como “muito importantes” (nível 5,00).
O mesmo ocorreu com as práticas “Análise da Cadeia de Valor” e “Indicadores-
chave de Desempenho (KPIs)” visto que tiveram grau de utilização médio de 1,7 e o nível
de importância chegou a 5,00. No que concerne às práticas “Análise ROI”, “Custeio
Variável”, “Projeção do Fluxo de Caixa” e “Análise de Investimento em Capital de Giro”,
estas foram consideradas pouco utilizadas (peso 2,3) e muito importantes (peso 5,00).
Quanto “Custeio Direto” e “Cálculo do Ponto de Equilíbrio”, estas duas alcançaram
grau 3,00 de utilização e 5,00 de importância, enquanto que o “Custeio por Absorção”, o
“Custeio Meta”,o “Balanced Scorecard (BSC)” e a “Teoria das Restrições (TOC)” não
eram utilizados (peso 1,00), mas foram considerados relevantes (peso 4,3) pelos
respondentes.
Por último, o “Custeio Padrão” alcançou o patamar de 1,7 no que tange à utilização e
4,3 em termos de importância; a “Análise da Terceirização” teve peso 2,3 no caso da
utilização e 4,3 no âmbito da importância, enquanto que a “Análise das Demonstrações
Contábeis” obteve índice 3,7 quanto à utilização e 5,00 em termos de importância.
No que tange aos supermercados de pequeno porte, o confronto entre os níveis de
utilização e importância está representado no Gráfico 3.
103
Análise do ROI
Avaliar Nec. Invest. Capital de
5,0 Custeio Direto
Giro
Gestão de Estoques 4,5 Custeio Padrão
4,0
Análise de Demonstr. Contábeis Custeio por Absorção
3,5
3,0 Custeio Variável (marg. de
Projeção do Fluxo de Caixa 2,5 contrib.)
2,0
Cálculo do Ponto de Equilíbrio 1,5 Análise da Terceirização
1,0
0,5
VBM - Custeio ABC
KPIs OBA
GIC Análise da Cadeia de Valor
BSC
Utilização Importância
Para analisar tais resultados considerou-se o mencionado por Bruni (2012), ou seja,
se “Sig > 0,05” não cabe rejeitar a hipótese nula (de vez que as médias dos grupos são
iguais) e se “Sig < 0,05” é pertinente rejeitar a hipótese nula, pois existe ao menos um par de
médias populacionais diferentes).
Portanto, em 20 das práticas de Controladoria abrangidas as médias de utilização são
semelhantes entre os grupos estudados, não cabendo a rejeição da hipótese H0(nula). Com isso,
é possível concluir que na maioria das práticas de Controladoria investigadas a intensidade
da utilização é igual entre as empresas supermercadistas de pequeno, médio e grande portes.
Por outro lado, somente em quatro das práticas abrangidas no estudo restou evidente
que as médias entre os três grupos (ou portes) de empresas investigados são diferentes
(“Custeio por Absorção”, “Custeio ABC”, “Projeção Fluxo de Caixa” e “Análise das
Demonstrações Contábeis”). Com isso, é pertinente concluir pela aceitação da hipótese
alternativa (de que as médias são diferentes nos três grupos) nesses quatro casos.
Essas conclusões também podem ser suportadas com base no outro output do SPSS,
relacionado com o ranqueamento das médias (Mean Rank), cujos resultados para os grupos e
práticas estão detalhados no Apêndice 1. No caso das quatro práticas onde o teste Kruskal-
Wallis indicou a existência de médias diferentes, no comparativo da diferença entre a maior
e menor média verificou-se que a média de uso do “Custeio por Absorção” diverge em 11,20
pontos entre os grupos; enquanto que o “Custeio ABC” diverge 12 pontos, a “Projeção de
Fluxo de Caixa” diverge 11,67 e a “Análise de Demonstrativos Contábeis” tem divergência
de 9 pontos entre as médias dos três grupos. Com isso, revela-se que efetivamente nestas
quatro práticas não ocorre a mesma intensidade de utilização nos supermercados de grande,
médio e pequeno portes. Além disso, nas demais práticas de Controladoria as divergências
informadas pelo SPSS entre as médias dos grupos não foram suficientes para rejeitar a
hipótese nula (de médias iguais), conforme o teste estatístico aplicado.
No que tange aos níveis de importância das práticas de Controladoria, neste aspecto
também foi aplicado o teste Kruskal-Wallis para apurar se as médias entre os três grupos
permitem concluir pela rejeição ou não da hipótese nula (Ho). Nesse sentido, a Tabela 13
deslinda os resultados apurados a respeito.
106
Pela análise da significância (coluna “Sig” da Tabela 13) pode-se concluir que em 14
das práticas de Controladoria abrangidas nesta pesquisa (“Análise do ROI”, “Custeio
Padrão”, “Custeio por Absorção”, “Custeio Variável”, “Custeio ABC”, “Custeio Kaizen”,
“Custeio TDABC”, “Open Book Accounting (OBA)”, “Balanced Scorecard (BSC)”,
“Cálculo do Ponto de Equilíbrio”, “Projeção do Fluxo de Caixa”, “Análise de
Demonstrativos Contábeis”, “Gestão de Estoques” e “Avaliar a Necessidade de
Investimento em Capital de Giro”) há indicativo do teste aplicado para confirmar a hipótese
nula (porque “Sig > 0,05”). Portanto, é possível concluir que a média do grau de
importância atribuído às práticas de Controladoria é igual entre as empresas
supermercadistas de pequeno, médio e grande porte nesse conjunto de práticas.
Porém, a hipótese nula pode ser rejeitada (pois “Sig < 0,05”) no que concerne às
práticas denominadas “Custeio Direto”, “Análise da Terceirização”, “Custeio Meta”,
“Análise da Cadeia de Valor”, “Gestão Inter-organizacionais de Custos (GIC)”,
107
Tabela 14: Comparativo dos resultados do teste Kruskal-Wallis sobre aceitação/rejeição da hipótese nula
indicativo de que não se deve rejeitar a hipótese nula de médias iguais entre os três grupos
de porte de supermercados: “Análise do ROI”, “ Custeio Padrão”, “Custeio Variável
(marg.de contrib.)”, “ Custeio Kaizen”, “Custeio TDABC”, “Open Book Accounting
(OBA)”, “Balanced Scorecard (BSC)”, “Cálculo do Ponto de Equilíbrio”, “Gestão de
Estoques” e “Avaliar a Necessidade de Investimento em Capital de Giro”.
Contudo, foram constatadas discrepâncias nesses dois critérios nas práticas “Custeio
Direto”, “Análise da Terceirização”, “Custeio Meta”, “Análise da Cadeia de Valor”, “Gestão
Inter.org. de Custos (GIC)”, “Indicadores-chave de Desempenho (KPI)”, Sistema de Gestão
Econômica (GECON)”, “Teoria das Restrições (TOC)”, “Valor Econômico Agregado
(EVA)” e “Gestão Baseada em Valor”.
Isso corrobora a conclusão de que há níveis divergentes de utilização e importância
nas práticas de Controladoria consideradas nesta pesquisa, inclusive quanto ao porte das
empresas participantes do estudo.
Através desta pesquisa observou-se que as práticas mais adotadas pelas empresas
supermercadistas de pequeno, médio e grande porte abrangidas enquadram-se
principalmente no primeiro e no segundo estágios do IFAC.
O “Custeio Variável” e o “Custeio por Absorção” do primeiro estágio e o “Cálculo
do Ponto de Equilíbrio”, a “Projeção do Fluxo de Caixa”, a “Análise de Demonstrações
Contábeis”, a “Gestão de Estoques”, a “Avaliação da Necessidade de Investimento em
110
5 CONCLUSÕES
cada empreendimento, pois numa grande parte das empresas de médio e pequeno porte
pesquisadas a gestão ainda é do tipo “familiar”, onde a administração principal, assim como
o manuseio dos controles internos e a avaliação do desempenho são funções exercidas pelo
proprietário e seus familiares.
Apesar das limitações do estudo, especialmente quanto ao número de empresas
abrangidas e restringir-se ao segmento de supermercados, entende-se que esta pesquisa traz
algumas contribuições. No âmbito teórico considera-se que os resultados contribuem para
aprimorar o conhecimento na área de Controladoria, uma vez que acrescenta ao rol de
pesquisas realizadas até o momento um novo segmento empresarial (supermercados) e deixa
mais amplo o panorama sobre a adoção das práticas de Controladoria no Brasil.
Além disso, a escassez de trabalhos empíricos sobre as práticas de Controladoria
configura a plataforma teórica da Controladoria como preponderantemente normativa
(BORINELLI, 2006). Dessa forma, justifica-se a necessidade de gerar elementos que
permitam o entendimento do estado da arte da Controladoria em um setor específico, como é
o caso das empresas supermercadistas.
Então, para pesquisas futuras recomenda-se a ampliação do tamanho da amostra e/ou
a expansão para outros segmentos do varejo, visto que provavelmente há diferenças entre os
tipos de varejistas existentes e a expansão do número de empresas respondentes tende a
permitir o uso de testes estatísticos mais robustos. Adicionalmente, caberia pesquisar sobre o
motivo da pouca utilização de algumas práticas, especialmente com o uso de entrevistas e/ou
estudos de casos múltiplos, objetivando identificar se na percepção dos gestores a adoção de
práticas de Controladoria influencia o desempenho econômico das empresas.
114
REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, A. A dinâmica das decisões financeiras. Caderno de Estudos, n. 16, p. 01-
17, 1997.
BRUNI, A. L. SPSS: guia prático para pesquisadores. São Paulo: Atlas, 2012.
BURGESS, C. L. The Education and Training Needs of the Hotel Financial Controller.
International Journal of Contemporary Hospitality Management, vol. 06, n. 05, p. 09-
13, 1994.
BYRNE, S., M. Antecedents, characteristics, and consequences associated with the roles of
management accountants, and assisting managers in their roles. Dissertation for the degree
of Doctor of Philosophy. Dublin City University Business School. Ireland: 2009.
COGAN, S. Custos e Preços: Formação e Análise. São Paulo: Editora Pioneira, 1999.
COPELAND, T.; KOLLER, T.; MURRIN, J. Valuation, 3. ed. New York, 2000.
CRUZ, B. F. A prática da controladoria nos maiores bancos que operam no Brasil à luz de
uma estrutura conceitual básica de controladoria. 2009. Tese (Mestrado em Contabilidade)
Departamento de Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
DUMITRANA, M.; GLAVAN, M.; DUMITRU, M. Pleading for the management controller
profession in the trade area. Revista Anfiteatru Economic, v. 11, n. 25, p. 91-102, 2009.
ed. São Paulo: Atlas, 2011.
EHRBAR, Al. EVA – valor econômico agregado: a verdadeira chave para a criação de
riqueza. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.
117
EMSLEY, D.; CHUNG, L. H. How Management accountants' cognitive style and role
involvement combine to affect the effort devoted to initiating change. Abacus, v. 46, n. 3, p.
232-257, 2010.
FEIL, P.; YOOK, K.; KIM, I. Japanese target costing: a historical perspective.
International Journal, v. 11, 2004.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
GOLDRATT, E.; COX, J. The goal: a process of ongoing improvement. New York: North
River Press: 1984.
HATONEN, J.; ERIKSSON, T. 30+ years of research and practice of outsourcing: exploring
the past and anticipating the future. Journal of International Management, v. 15, n. 2, p.
142-155, 2009.
KAPLAN, R.; NORTON, D. The Balanced Scorecard: measures that drive performances.
Harvard Business Review, v. 70, jan./fev. 1992.
KOCH, B. S.; MAYPER, A.G.; WILNER.N.A. The interaction of accountability and post-
completion audits on capital budgeting decisions. Academy of Accounting and Financial
Studies Journal, v. 13, p. 1-26, Special Issue: 2009.
KUPPER, H. U.; WEBER, J.; ZÜND, A. Zum verständnis und selbstverständnis des
controlling: thesen zur konsensbildung Towards a shared understanding of controlling: ten
theses. Zeitschrift für Betriebswirtschaft, s. l., v. 60, p. 281-293, Jan. 1990.
LATORRACA, N. Direito tributário: imposto de renda das empresas. 15. ed. São Paulo:
Atlas, 2000.
LEITE, A. A.; FERNANDES, P. O.; LEITE, J. M. Contingent factors that influence the use
of management accounting practices in the portuguese textile and clothing
sector. International Journal of Management Science & Technology Information, n. 19,
2016.
PELEIAS, I. R. Controladoria: gestão eficaz utilizando padrões. São Paulo: Saraiva, 2002.
PETERSON, P. P.; FABOZZI, F. J. Capital budgeting theory and practice. 10. ed. New
York: Wiley, 2002.
RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
122
RUIZ, J. Á. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2002.
SESSO FILHO, U. A. O setor supermercadista no Brasil nos anos 1990. 658.878 f. 2003.
Tese (Doutorado em Ciências, Área de Concentração: Economia Aplicada) – Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, São Paulo, 2003.
TUNG, N. H. Controladoria financeira das empresas: uma abordagem prática. 8. ed. São
Paulo: Atlas, 1993.
WARREN, C.S.; REEVE, J.M.; FESS, P. E. Contabilidade gerencial. 2. ed. São Paulo:
Thomson Learning, 2008.
APÊNDICES
25 Total
Custeio TDABC 17 Peq. 12,76
3 Méd. 10,50 4,80
5 Grande 15,30
25 Total
Open Book Accounting (OBA) 17 Peq. 12,76
3 Méd. 10,50 4,80
5 Grande 15,30
25 Total
Análise da Cadeia de Valor 17 Peq. 9,85
3 Méd. 22,50 4,50
5 Grande 18,00
25 Total
Balanced Scorecard (BSC) 17 Peq. 10,88
3 Méd. 18,83 7,95
5 Grande 16,70
25 Total
b) Entre 6 e 20 caixas
c) Entre 21 e 50 caixas
d) Entre 51 e 100 caixas
e) Entre 101 e 200 caixas
f) Acima de 200 caixas
g) Outro
12. Como é denominado o cargo do responsável pela unidade organizacional que exerce as
principais funções de Controladoria na sua empresa?
a) Presidente, Diretor, Proprietário/acionista principal (ou equivalente)
b) Gerente Financeiro
c) Gerente Administrativo
d) Gerente Administrativo/Financeiro
e) Contador
f) Controller ou Controlador
g) Consultor
h) Outro
13. A quem o responsável pela unidade que executa as principais funções de Controladoria
está diretamente subordinado (posição no organograma)?
a) Presidência, Diretoria, proprietário/acionista principal (ou equivalente)
b) Gerente Administrativo
c) Gerente Financeiro
d) Gerente Administrativo/Financeiro
e) Outro
15. Se houver uma missão estabelecida para o setor/gerência que executa as funções da
Controladoria da empresa, favor especificá-la no espaço a seguir.
e) Outro
Custeio Meta
Custeio TDABC
Open Book Accounting (OBA)
Análise da Cadeia de Valor
Balanced Scorecard (BSC)
Gestão Inter-organizacional de Custos
Indicadores Chave de Desempenho
Sistema de Gestão Econômica
Teoria das Restrições (TOC)
Valor Econômico Agregado (EVA)
Gestão Baseada em Valor (VBM)
Cálculo do Ponto de Equilíbrio
Projeção do Fluxo de Caixa
Análise de Demonstrativos Contábeis
Gestão de Estoques
Aval. da Necessidade de Investimento em
Capital de Giro