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ARTIGO ORIGINAL

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Isabel Bouzas1
Claudia Braga2
Lenora Leão3
Ciclo menstrual na adolescência
Menstrual cycle in adolescence

RESUMO
A menstruação, evento marcante na vida das mulheres, assume importância vital na adolescência, porém não existe um
consenso sobre o padrão normal do ciclo menstrual nesta faixa etária. Realizamos uma revisão não sistemática na literatura
sobre o ciclo menstrual na adolescência, dando ênfase ao seu padrão fisiológico, às suas alterações e à importância de sua
avaliação como sinal clínico.

PALAVRAS-CHAVE
Menstruacão, ciclo menstrual, adolescência

ABSTRACT
Menstruation, a key event in women’s lives is of vital importance in adolescence, but there is no consensus on the normal
pattern of menstrual cycle at this age. We realized a non-systematic review in literature regarding menstrual cycle in
adolescence with emphasis in its physiological pattern, its alterations and the importance of its evaluation as a clinical sign.

KEY-WORDS
Menstruation, menstrual cycle, adolescence

INTRODUÇÃO hipófise-ovário (HHO), que tem como resultado


a menstruação e os ciclos menstruais.
A adolescência é uma etapa do desenvol- A menstruação, evento marcante na vida
vimento humano. É quando, de forma rápida e das mulheres, assume importância vital na ado-
em curto período de tempo, ocorrem grandes lescência, e sua primeira ocorrência, a menarca,
transformações físicas, psicológicas e emocio- cercada por inúmeros tabus, representa o come-
nais, gerando ansiedade e insegurança. A pu- ço da capacidade reprodutiva.
berdade é o componente biológico dessa fase Existe um conceito clássico, baseado nos
caracterizada pela crescente ação hormonal, que trabalhos da década de 70, de que nos dois anos
se torna visível com o surgimento dos caracteres pós-menarca os ciclos menstruais poderiam ser
sexuais secundários e com a aquisição da capa- irregulares devido à imaturidade do eixo HHO e,
cidade reprodutiva, alteração importante e súbi- portanto, fisiológicos e passageiros. Não há ne-
ta, com grande repercussão no comportamento cessidade de nenhuma intervenção ou conduta
dos adolescentes e reflexos na vida adulta1. nessas situações. Os trabalhos realizados a partir
Dentre as grandes transformações que ocor- de 1990 passaram a questionar este conceito e a
rem durante esta etapa, podemos ressaltar, no demonstrar que as alterações no padrão do ciclo
sexo feminino, a reativação do eixo hipotálamo- menstrual já nos primeiros anos pós-menarca

1
Ginecologista do Nesa/Hupe; Mestre em Medicina pela Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
2
Médica do Nesa/Hupe e Doutora em Endocrinologia pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
3
Professora Adjunta de Endocrinologia da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (UERJ)

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poderiam ser o resultado de doenças que levam com a consequente redução do nível de estro-
a distúrbios nesse eixo. Atualmente, existe por gênio e progesterona, acarretando um processo
parte da comunidade científica um movimento de descamação do endométrio e o surgimento
no sentido de que a avaliação do ciclo menstru- do fluxo menstrual. A menstruacão marca o iní-
al na adolescência seja um sinal que permita a cio de um novo ciclo menstrual, com regenera-
identificação precoce de doenças que acarretam ção e crescimento de novo tecido endometrial6.
severas sequelas na vida adulta2,3,4,5. A regularidade dos ciclos menstruais, do fluxo
menstrual, da ovulação e a idade da menarca
dependem de vários fatores e indicam o ade-
CICLO MENSTRUAL quado funcionamento do eixo HHO.5 A idade da
menarca pode ser influenciada por fatores como
A menstruação é um sangramento vaginal clima, nível socioeconômico, fatores genéticos
periódico que começa na menarca ou primeira e étnicos, atividade física e estado nutricional.
menstruação espontânea e termina com a meno- A média da idade da menarca nas adolescentes
pausa ou última menstruação espontânea da vida americanas é de 12,8 anos, permanecendo inal-
da mulher. Trata-se do final dos eventos causados terada nos últimos 50 anos7, enquanto no Brasil
pela ação integrada do eixo (HHO) que determi- a média fica em 12,2 ± 1,2 anos8.
nam as modificações fisiológicas do organismo Estudos demonstram que adolescentes com
feminino visando prepará-lo para reprodução. O menor idade de menarca apresentam Índice de
ciclo menstrual é o conjunto destas modificações, Massa Corporal (IMC) mais alto que aquelas com
iniciando-se no primeiro dia da menstruação4. maior idade de menarca, existindo uma relação
O eixo HHO encontra-se ativo na vida fetal inversa entre o aumento do IMC e a idade da me-
e nos primeiros anos de vida, entra em latên- narca9. Em geral, as adolescentes dos países mais
cia na infância e volta à atividade na puberda- desenvolvidos apresentam menarca em idade
de, sendo um dos responsáveis pelas alterações mais precoce que aquelas de países em desenvol-
físicas e hormonais que ocorrem nesta fase. A vimento. Esta precocidade tem relação com a re-
menarca, evento tardio da puberdade feminina, dução na atividade física, maior poluição química
tem grande importância tanto física quanto psi- e excesso alimentar. Dois grandes estudos confir-
cológica na vida da mulher, e determina o início maram que o ganho ponderal acentuado na in-
da capacidade reprodutiva. fância está relacionado com início mais precoce
O hipotálamo atua na adeno-hipófise atra- da puberdade10,11. Nos primeiros anos pós-menar-
vés do hormônio GnRH, responsável pela pro- ca, os ciclos podem ser variáveis e as adolescentes
dução das gonadotropinas (hormônio folículo podem apresentar uma irregularidade menstrual
estimulante – FSH - e hormônio luteinizante - classicamente considerada como uma alteração fi-
LH), que determinam a secreção ovariana e a siológica decorrente de uma imaturidade do eixo
produção dos óvulos. Nos ovários, encontramos hipotálamo-hipófise-ovário, sendo explicada pela
duas estruturas endócrinas interrelacionadas: o ausência do feedback positivo do estradiol sobre
folículo e o corpo lúteo. O desenvolvimento foli- a secreção do LH, resultando em ciclos anovula-
cular é concomitante com a produção dos estro- tórios. O tempo médio para a regularização dos
gênios e o amadurecimento do óvulo, e após a ciclos menstruais não representa consenso.
ovulação forma-se o corpo lúteo. O estrogênio e Um estudo longitudinal que acompanhou
a progesterona produzidos pela ação das gona- 100 adolescentes por 6 anos indicou que a regu-
dotropinas no tecido ovariano são os responsá- laridade do ciclo menstrual era alcançada após 2
veis pelas alterações locais no endométrio, que anos da menarca, outros sugerem que o padrão
criam as condições necessárias para a nidação ovulatório é alcançado, em média, de 5 a 7 anos
do ovo fecundado. Na ausência de gravidez, de idade ginecológica12. Pesquisas utilizando
ocorre uma queda do suporte gonadotrópico questionários e dosagens hormonais sugerem

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que o ciclo menstrual regular é alcançado entre sido amplamente discutida, sendo que no últi-
6-12 meses pós-menarca13,14. mo consenso, realizado em 2003 na cidade de
Vários estudos epidemiológicos apresentam Rotterdam, foi proposto que, para o diagnóstico
dados sobre o padrão dos ciclos na adolescên- de SOP, é necessária, primeiramente, a exclusão
cia. Dois grandes estudos catalogaram, respec- de outras causas de hiperandrogenismo e irre-
tivamente, 275.947 ciclos em 2.702 mulheres e gularidades menstruais, tais como síndrome de
31.645 ciclos em 656 mulheres, observando de Cushing, neoplasias secretoras de andrógenos,
forma concordante que os ciclos menstruais em hipotireoidismo, hiperprolactinemia e formas
adolescentes variavam entre 21 e 45 dias, mesmo não clássicas das hiperplasias adrenais congênitas
nos primeiros anos pós-menarca15,16 em 90% das e falência ovariana precoce e a existência de pelo
adolescentes, e que em algumas os ciclos podiam menos dois dentre três dos seguintes critérios:
ser longos. Em estudo multicêntrico realizado (1) Óligo ou Anovulação - cujas manifestações
pela OMS com 3.037 adolescentes, a média de clínicas são óligo ou amenorreia, sangramento
duração dos ciclos nos primeiros anos pós-me- vaginal disfuncional e a infertilidade; (2) Hiperan-
narca foi de 34 dias, e a duração, de 2 a 7 dias9. drogenismo - caracterizado por níveis elevados
Estudos realizados por Van Hoff et al.17 de- de androgênios circulantes (hiperandrogenemia)
monstraram que a presença de oligomenorreia e/ou manifestações clínicas do excesso androgê-
nos primeiros anos pós-menarca está correlaciona- nico como hirsutismo, acne e alopécia; (3) Ová-
da com a permanência da irregularidade, e que os rios com morfologia policística - caracterizados
ciclos regulares também não se modificaram com à ultrassonografia pela presença de 12 ou mais
a idade ginecológica; ou seja, aquelas adolescen- folículos medindo entre 2 e 9mm de diâmetro e/
tes com ciclos regulares ao final da adolescência ou volume ovariano acima de 10cm3(23).
tinham este mesmo padrão desde a menarca. Condições vinculadas ao aumento da resis-
A principal conduta nos casos de irregula- tência à insulina (RI), tais como obesidade, parti-
ridade nessa faixa etária tem sido a observação cularmente a obesidade central, dislipidemias e
durante os dois primeiros anos pós-menarca, po- diabetes melito (DM2), não incluídas atualmen-
rém, ciclos menstruais de duração diferente de te entre os critérios diagnósticos, são muito fre-
21-45 dias não são comuns na adolescência, mes- quentes na SOP, sugerindo que, juntamente com
mo nos primeiros anos pós-menarca, e devem ser o hiperandrogenismo e a hiperinsulinemia, a RI
valorizados e avaliados15,16,18. De fato, várias condi- desempenhe importante papel na fisiopatologia
ções patológicas correlacionadas com alterações deste distúrbio23,24.
do eixo HHO podem estar associadas a distúrbios Defeitos na ação da insulina nos tecidos
menstruais, incluindo a hiperinsulinemia, confor- muscular e adiposo são descritos na SOP promo-
me mencionado, e desordens patológicas, como vendo RI e hiperinsulinemia compensatória25. A
a Sindrome dos Ovários Policísticos (SOP) e a Sín- insulina estimula a produção androgênica das
drome Metabólica (SM). Alguns autores17,19,20,21,22 células da teca ao nível ovariano, atuando em
consideram que a irregularidade menstrual desde receptor próprio através de vias que se inter-
a menarca pode representar um sinal precoce ou comunicam com as vias de sinalização do LH,
preditivo da SOP. inibe a síntese hepática de globulina carreadora
A SOP é uma das endocrinopatias mais co- de hormônios sexuais (SHBG), elevando a pro-
muns em mulheres em idade reprodutiva, com porção de testosterona bioativa e possivelmen-
prevalência variável entre 5% e 10%, dependen- te tem participação no aumento da frequência
do do tipo da população, da etnia e da faixa etá- dos pulsos de GnRH que favorece a secreção de
ria. De fisiopatologia multifatorial e poligênica, LH estimulando a esteroidogênese ovariana. Em
é considerada uma síndrome de disfunção ova- uma espécie de círculo vicioso, o hiperandroge-
riana, com manifestações clínicas que se iniciam nismo feminino favorece o acúmulo de gordura
geralmente na adolescência. Sua definição tem visceral, que por sua vez está vinculado à redu-

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ção dos níveis de adiponectina e agravamento para a aceitação do ciclo menstrual como
da resistência à insulina. Em adolescentes obesas um sinal vital na adolescência28.
e com sinais de hiperandrogenismo, os níveis de Diferente do que ocorre na infância, não
insulina são duas vezes maiores quando compa- existe em nosso país uma cultura de levar os
radas ao grupo controle26. adolescentes ao médico de forma preventiva.
Existem evidências de que as alterações Porém, a sexualidade, a anticoncepção e a ima-
menstruais e metabólicas nas mulheres adultas gem corporal são temas que mobilizam este
com SOP têm seu início na perimenarca, e que grupo, estando entre os principais responsáveis
adolescentes com estas alterações compartilham pelas consultas médicas de seus integrantes.
vários fatores antropométricos, hormonais e me- A menarca, um marco importante na vida da
tabólicos da SM14,18,94. A irregularidade menstru- adolescente, assim como a menstruação, por
al na adolescência assim como a oligomenorreia serem fenômenos ligados à vida reprodutiva e,
e a amenorréia podem ser sinais precoces de consequentemente, à sexualidade feminina, são
distúrbios metabólicos, ou, em outras palavras, geradores de ansiedade, medo e preocupação.
a irregularidade menstrual pode preceder as al- As alterações que ocorrem com os ciclos mens-
terações metabólicas da RI3. truais nesta fase mobilizam a atenção das ado-
Na análise de mais de 100 mil mulheres no lescentes, levando-as a procurar assistência mé-
Nurses Health Study II, observou-se uma taxa de dica. Essa oportunidade para realização de uma
conversão para diabetes duas vezes maior nas triagem precoce em pacientes com risco para o
mulheres com oligomenorreia, quando com- desenvolvimento de patologias evolutivas e de
paradas com aquelas que apresentaram ciclos alta morbidade na vida adulta, como o DM2 e
menstruais regulares, indicando que a oligome- doença cardiovascular (DCV), não pode ser per-
norreia foi um preditor independente de DM227 dida. Como essas doenças não fazem parte da
do ciclo menstrual e da SM. realidade e das preocupações dos adolescentes,
A avaliação clínica das adolescentes deve mesmo com uma triagem precoce eficaz, haverá
incluir também uma avaliação do ciclo menstru- grande dificuldade em implementar ações pre-
al, com ênfase na importância de alterações no ventivas que poderão alterar o curso evolutivo
padrão do ciclo que possam representar o pri- destas patologias3,5.
meiro sinal de uma doença sistêmica e evolutiva,
cuja manifestação clínica pode ocorrer apenas
na idade adulta. A valorização das alterações no CONCLUSÃO
padrão do ciclo menstrual pode ser a oportuni-
dade para um diagnóstico precoce e o início de A definição de ciclo menstrual normal na
ações preventivas eficazes15,16,28,29. adolescência não está perfeitamente estabeleci-
A Academia Americana de Pediatria e da. Levando-se em consideração que os primei-
o American College of Obstetricians and Gy- ros sintomas da SOP e outras doenças crônicas
necologist (ACOG) publicaram, em 2006, podem aparecer no período da perimenarca e
um guia de atendimento a adolescentes no evoluir até o quadro clínico completo nos pri-
qual incluíam o ciclo menstrual como mais meiros anos pós-menarca, e sendo a interven-
um sinal vital15,16. ção precoce essencial para o prognóstico da
Em outubro de 2007, foi realizado um doença, torna-se importante estudar e definir a
simpósio científico nos Estados Unidos da diferença entre a irregularidade menstrual fisio-
América, convocado pelo National Institute lógica da adolescência devido à imaturidade do
of Health (NIH), intitulado “Ciclo Menstrual eixo hipotálamo-hipófise-ovário, que leva a uma
e Saúde das Adolescentes”, tendo como anovulação transitória nos primeiros anos pós-
objetivos discutir questões relacionadas a menarca, e a irregularidade menstrual preditiva
pesquisas nesta área e elaborar estratégias de futuras patologias.

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