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PLANO PEDAGÓGICO DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL PARA
ATIVIDADES NÃO PRESENCIAIS
NO PERÍODO DE PANDEMIA NA
REDE PÚBLICA DE ENSINO DO
ESTADO DO ACRE
Acre
2020
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 02
2 ORGANOGRAMA FUNCIONAL DA DIVISÃO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL ............... 03
3 DADOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NA REDE ESTADUAL DE ENSINO .................... 03
4 MARCOS LEGAIS, POLÍTICOS E PEDAGÓGICOS .......................................................... 04
5 PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E ATRIBUIÇÕES ................................... 05
5.1 Atribuições do Professor do AEE ............................................................................................06
5.2 Atribuições dos Profissionais de Apoio .................................................................................. 07
5.2.1 Professor tradutor intérprete de Libras/Língua Portuguesa............................................. 07
5.2.2 Professor de Libras................................................................................................................08
5.2.3 Professor Mediador.............................................................................................................. 09
5.2.4 Assistente Educacional..........................................................................................................10
6 AULAS NÃO PRESENCIAIS, ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO E O TRABALHO COLABORATIVO .......................................................10
7 ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA AS ATIVIDADES NÃO PRESENCIAIS..........12
7.1 Orientações Gerais da Divisão de Educação Especial ...........................................................12
7.2 Orientações sobre Adaptações Razoáveis .............................................................13
7.3 Orientações sobre Situações Adversas .....................................................................15
7.4 Orientações aos Professores das Classes Hospitalares e Atendimento
Pedagógico Domiciliar ...................................................................................................................15
7.4.1. Classe Hospitalar ..................................................................................................................15
7.4.2. Atendimento Pedagógico Domiciliar ...................................................................................17
8. AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM ....................................................................................18
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................20
10. ANEXOS ...................................................................................................................................21
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1. INTRODUÇÃO
A Divisão de Educação Especial está ligada ao Departamento de Modalidades Educacionais
Especiais e à Diretoria de Ensino da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes do Estado do Acre,
sendo responsável por desenvolver ações inerentes às políticas públicas em educação especial para
garantir condições de acesso, participação, permanência e aprendizagem no ensino comum dos
estudantes com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento/transtorno do espectro autista,
altas habilidades/superdotação, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade – TDAH, dislexia,
discalculia, disortografia, disgrafia e distúrbio do processamento auditivo central.
Para tanto, a Educação Especial se realiza em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino
da Educação Básica, com abrangência na capital Rio Branco e nos 21 municípios do estado por
meio do atendimento educacional especializado (AEE) que configura-se como parte do processo
educacional, sendo realizado no turno de escolarização, em sala de aula, com o trabalho
colaborativo dos profissionais de apoio e no turno inverso, em salas de recursos multifuncionais.
Neste momento de pandemia do novo Coronavírus, o distanciamento social se apresenta como uma
das únicas alternativas de combate ao vírus, sendo por esse motivo necessária a suspensão temporária das aulas
presenciais no ambiente escolar, respaldada pelo Decreto Governamental nº 5.465, de 16 de março de 2020.
A partir de então, a educação assume o desafio de preparar novas estratégias para oferecer aos
estudantes da rede estadual a possibilidade de acesso ao conhecimento, a continuidade das atividades escolares
e manter o vínculo com as famílias, mesmo que de forma remota.
Nesse contexto, a Educação Especial soma esforços para promover o Atendimento
Educacional Especializado (AEE) de forma não presencial, apoiando as unidades escolares na
orientação de procedimentos e adaptações curriculares que possam atender as necessidades do
público-alvo, nesse período de aulas remotas.
Para subsidiar as unidades de ensino na organização e funcionamento do atendimento
educacional especializado, a Divisão de Educação Especial conta com o apoio do Núcleo de
Formação Especializada, do Núcleo de Acompanhamento e Orientação Pedagógica Especializada e
dos Núcleos /Centros de Apoio à Inclusão e apresenta o Plano Pedagógico da Educação Especial
para Atividades Não Presenciais no Período de Pandemia na Rede Pública de Ensino do
Estado do Acre.
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DIRETORIA DE ENSINO
NÚCLEO DE
NÚCLEO DE
ACOMPANHAMENTO
NETA FORMAÇÃO NAPI/CZS
E ORIENTAÇÃO
ESPECIALIZADA
PEDAGÓGICA
ESPECIALIZADA
DOM NAAHS/
CAP/AC CAS/AC NAAHS/AC CAP/CZS CAS/CZS
BOSCO czs
MAPEAMENTO GERAL
Escolas Inclusivas 355
Alunos matriculados 8.729
Alunos em Sala de Recursos Multifuncionais 4.633
Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) 215
Professor de SRM 366
Professor Mediador 314
Professor Intérprete 55
Professor de Libras 5
Professor do Atendimento Pedagógico Domiciliar (APD) 47
Professor de Classe Hospitalar 4
Assistente Educacional 940
Escolas com Atendimento Pedagógico Domiciliar 42
Alunos do APD 75
Classe Hospitalar 4
2010 – Lei Federal Nº 12.319 de 1º de setembro de 2010, que regulamenta a profissão de tradutor e
intérprete da língua brasileira de sinais – LIBRAS;
2011 – Decreto 7.611 de 17 de novembro de 2011, que dispõe sobre o apoio da união e a política
de financiamento do Atendimento Educacional Especializado;
2012 – Lei 12.764 de 27 de dezembro de 2012, institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos
da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista;
2014 – Lei nº 13.005 de 25 de junho de 2014, aprova o Plano Nacional de Educação (PNE);
2015 – LBI nº 13.146 de 06 de julho de 2015, institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência);
2015 – Lei nº 2.965 de 02 de julho de 2015, aprova o Plano Estadual de Educação (PEE);
2015 – Lei Estadual nº 2.976 de 22 de julho de 2015 – institui a política estadual de proteção dos
direitos da pessoa com Transtorno do Espectro Autista – TEA e estabelece diretrizes para sua
consecução;
2015 – Lei nº 3.112 de 29 de dezembro de 2015, dispõe sobre a identificação, o diagnóstico,
acompanhamento integral e atendimento educacional escolar para estudantes da educação básica
com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade – TDAH;
2015 – Lei nº 13.234 de 29 de dezembro de 2015, dispõe sobre a identificação, o cadastramento e o
atendimento na educação básica e na educação superior, de alunos com altas
habilidades/superdotação;
2017 – Resolução CEE/AC Nº 277/2017, estabelece normas para a Educação Especial, no tocante
ao atendimento de pessoa com deficiência ou altas habilidades nas Escolas de Educação Básica do
Estado do Acre;
2018 – Instrução Normativa Nº. 001 de 30 de janeiro de 2018, regulamenta diretrizes pedagógicas
e administrativas sobre o atendimento educacional especializado, no âmbito da educação básica no
Estado do Acre;
2020 - Decreto Nº 10.502, de 30 de setembro de 2020, que institui a Política Nacional de Educação
Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida.
assumindo um trabalho colaborativo entre todos os envolvidos no processo educacional dos alunos
público-alvo da Educação Especial. A seguir apresentamos a relação de profissionais e suas
respectivas atribuições, conforme previsto na Instrução Normativa da SEE Nº 01/2018 e outras
atribuições adaptadas para o período de pandemia:
j) Desenvolver proposta de trabalho articulada com os profissionais de apoio aos alunos com
deficiência;
l) Colaborar com a formação continuada dos profissionais de apoio aos alunos com deficiência e
demais profissionais da escola;
m) Realizar intervenções na unidade de ensino, quando solicitado pela Coordenação de Educação
Especial.
Durante o período de pandemia, o professor do AEE deverá também:
Apoiar o processo não presencial de ensino e aprendizagem dos alunos público-alvo;
Fazer levantamento dos alunos que possuem recursos tecnológicos e acesso à internet e dos
alunos que não possuem;
Elaborar plano de atendimento especializado;
Monitorar a participação dos alunos nas atividades propostas;
Manter contato frequente com a família/responsável do aluno;
Auxiliar os professores regentes de forma colaborativa nas adaptações curriculares, quando
necessário;
Registrar o acompanhamento do aluno;
Orientar de forma colaborativa os professores regentes, os assistentes educacionais e/ou
mediadores nas atividades a serem realizadas com os alunos;
Participar da formação continuada online pela plataforma https://educ.see.ac.gov.br;
Elaborar relatório de trabalho;
Participar dos planejamentos da escola de forma a colaborar com o processo de ensino e
aprendizagem do aluno.
5.2. Atribuições dos Profissionais de Apoio
5.2.1 Professor tradutor intérprete de Libras/Língua Portuguesa
a) Efetuar comunicação entre surdos e ouvintes, por meio da Libras para a língua oral e vice-versa;
b) Interpretar, em Língua Brasileira de Sinais - Língua Portuguesa, as atividades didático-
pedagógicas e culturais desenvolvidas nas instituições de ensino nos níveis fundamental e médio de
forma a viabilizar o acesso aos conteúdos curriculares;
c) Manter contato com a família orientando e tirando as dúvidas sobre os procedimentos adotados
pela escola nesse período de aulas remotas;
d) Promover a acessibilidade comunicativa aos serviços e as atividades-fim da instituição de ensino;
e) Participar dos planejamentos com o coordenador pedagógico, com os professores do ensino
comum e da SRM;
f) Participar das formações oferecidas pela SEE e dos grupos de estudos realizados na escola.
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Elaborar atividades para o ensino de Libras em formato digital e/ou versão em formato
impresso;
Fornecer uma lista de sugestão de acesso a conteúdo digital elaborado em Libras, como
livros, filmes, jornais, jogos e outros;
Participar da formação continuada online pela plataforma https://educ.see.ac.gov.br;
Elaborar relatório de trabalho;
Participar dos planejamentos da escola de forma a colaborar com o processo de ensino e
aprendizagem do aluno.
5. Flexibilizar o prazo de entrega das atividades respeitando o ritmo que o aluno necessita para
a conclusão das mesmas;
6. Garantir para o aluno surdo a disponibilização dos conteúdos por meio da Língua Brasileira
de Sinais (LIBRAS), sua língua de instrução, podendo produzir, por exemplo, vídeoaulas e
fazer uso de recursos visuais para as atividades;
7. Garantir para os alunos cegos que fazem uso do Braille, a disponibilização de materiais
impressos em Braille;
8. Ao propor as atividades para o aluno cego, use o recurso da audiodescrição, transformando
as imagens em palavras mesmo em uma vídeoaula, em uma gravação de um podcast;
9. Elaborar tarefas curtas ou intercaladas para os alunos com TDAH para que eles possam
concluí-las antes de se dispersarem;
10. Conversar com o aluno e os pais sobre o método mais fácil de estudo em casa. Isso facilita
muito a vida dos que têm TDAH ou autismo. Deve-se propor aos pais alguns “experimentos”
de formas de estudos diferentes até que seja encontrada a mais adequada para o aluno;
11. Disponibilizar recursos de comunicação aumentativa e alternativa para aqueles alunos que
necessitam;
12. Utilizar materiais didáticos acessíveis, garantindo o pleno desenvolvimento das atividades
pedagógicas;
13. Promover situações de aprendizagem potencialmente significativas levando em conta o
contexto de vida do estudante e a utilização prática do objeto em estudo;
14. Usar linguagem simples e familiar, e frases curtas e concisas;
15. Apresentar novas habilidades e conceitos de forma variada, usando materiais concretos,
práticos e visuais sempre que possível;
16. Oferecer atividades diversificadas sobre o mesmo conteúdo, com ênfase no desenvolvimento
de habilidades;
17. Levar em conta que, algumas adaptações curriculares dizem respeito a temporalidade,
organização do espaço, conteúdos e objetivos, procedimentos didáticos, recursos
pedagógicos e atividades . Apresentamos a seguir como utilizar cada tópico:
a) Temporalidade: considerar o tempo que o estudante necessita para atingir os objetivos
educacionais e realizar suas tarefas, viabilizando tempo adicional nos prazos de entrega;
b) Organização do espaço: orientar a família na escolha e organização do melhor espaço
para a realização das tarefas, evitando barulhos e distrações que prejudiquem a atenção
e a concentração no momento de aprendizagem;
c) Conteúdos e objetivos: disponibilizar o mesmo conteúdo, traçando objetivos
específicos de acordo com as necessidades e potencialidades de cada estudante,
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retomando sempre que possível esses conteúdos para garantir a aprendizagem através da
mediação;
d) Procedimentos didáticos, recursos pedagógicos e atividades: identificar as
necessidades de cada estudante para escolher os procedimentos, os recursos e as
atividades que atendam melhor suas especificidades;
Para pôr em prática todas as orientações, é indispensável que o professor conheça em
primeiro lugar o aluno na sua individualidade e interaja com a família, a fim de perceber e
buscar a melhor forma de aprendizagem.
Este atendimento educacional apresenta-se como fundamental, uma vez que oportuniza ao
aluno a participação em um sistema de ensino estruturado e contribui com os processos de
desenvolvimento e aprendizagem ao manter o vínculo com a realidade fora do ambiente familiar. O
professor torna-se o mediador em vários aspectos, pois, além de assegurar o desenvolvimento
intelectual, auxilia na apropriação dos conteúdos das disciplinas da série a qual o aluno pertence,
contribui para minimizar o estresse causado pela situação da doença, favorece a redução no período
de recuperação da saúde em virtude dos efeitos secundários benéficos que geram repercussões
emocionais positivas e oferece oportunidades educacionais planejadas articuladas ao currículo da
escola que o aluno está matriculado ou atividades lúdicas pedagógicas de acordo com sua faixa
etária ou nível de conhecimento que se encontra, visto que algumas crianças atendidas na classe
hospitalar ainda não tem vínculo com nenhuma escola, pois são crianças dos mais variados lugares,
cidades e estados diversos.
8. AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM
A avaliação de aprendizagem deve ser considerada como um processo contínuo que deve
ocorrer em vários momentos da prática pedagógica. Nesse período de aulas não presenciais, o
professor deve registrar a participação, o interesse e desempenho do aluno nas atividades propostas,
considerando as habilidades, as potencialidades e as peculiaridades do momento em que vivemos.
A seguir selecionamos alguns trechos de documentos legais que podem nortear a escola em seus
procedimentos avaliativos:
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A suspensão das aulas presenciais foi uma medida importante do governo do Estado do Acre
para colaborar no combate a essa pandemia, uma vez que o espaço da escola é um ambiente propício
para o vírus. Apesar da forma inesperada como tudo ocorreu, sendo necessário para todas as frentes
de trabalho o replanejamento de ações e estratégias que possam atender essa nova realidade, a
Divisão de Educação Especial continua em funcionamento com toda a equipe dos Centros/Núcleos
e de assessores pedagógicos a disposição da secretaria estadual de educação, das unidades de ensino
e das famílias para colaborar com a educação nesse período de enfrentamento de novos desafios.
Segundo a Declaração de Salamanca, "O princípio fundamental da escola inclusiva consiste
em que todas as pessoas devem aprender juntos, onde quer que isto seja possível, não importam
quais dificuldades ou diferenças elas possam ter. Escolas inclusivas precisam reconhecer e
responder às necessidades diversificadas de seus alunos, acomodando os diferentes estilos e ritmos
de aprendizagem e assegurando educação de qualidade para todos mediante currículos apropriados,
mudanças organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias com suas
comunidades."
Compartilhamos do mesmo pensamento e estamos trabalhando para cumprir a missão de
garantir aos alunos público da educação especial o direito de ingressar, permanecer, participar e
aprender com qualidade e equidade em um ambiente educacional acolhedor e favorável, isento de
preconceito e discriminação, em um processo permanente de oferta do ensino e da aprendizagem,
assegurando que todas as ações promovam a inclusão, o respeito e a valorização das diferenças.
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10. ANEXOS
Anexo 1
Modelo de Termo de Responsabilidade e Consentimento para Aulas Presenciais
SECRETARIA DE ESTADO DE
EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTES
Diretoria de Ensino
Departamento de Modalidades Especiais
Divisão da Educação Especial
__________________________________________
Assinatura do Responsável
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DATA DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES COMO A ATIVIDADE REGISTRO COMPLEMENTAR ENTREGA DE ATIVIDADES
(envio e DISPONIBILIZADAS PARA O ALUNO NO FOI ENVIADA (livro (orientações sobre as atividades, (a família/responsável
recebimento) PERÍODO DE PANDEMIA didático, xerox, e-mail, possíveis dúvidas dos alunos, se recebe as atividades, dá
(atividades curriculares e complementares) WhatsApp - áudios ou há necessidade de atendimento devolutivas, mantém contato
vídeos, etc.) presencial, qual atendimento frequente, etc.)
especializado recebe, etc.)