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Educação à Distância
Módulo 09
Seminário Teológico Batista Independente do Sul - STBISUL
EAD – Educação à Distância
Pedidos p/ STBISUL
Fone (51) 3033-4141
ead@stbisul.com
Rua Pelotas 794 B – Centro
93.265-100 Esteio/RS
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Índice
QUESTIONÁRIO 1 ------------------------------------------------------------------------------------------19
QUESTIONÁRIO 2 ------------------------------------------------------------------------------------------31
QUESTIONÁRIO 3------------------------------------------------------------------------------------------52
QUESTIONÁRIO 4------------------------------------------------------------------------------------------68
BIBLIOGRAFIA ----------------------------------------------------------------------------------------69
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A EPÍSTOLA (CARTA) DE PAULO AOS ROMANOS
Fundação – A cidade foi fundada em 735 a.C. às margens do rio Tibre, sobre 7 colinas.
Sua origem está envolta em lendas. A principal está relacionada às figuras dos irmãos
Rômulo e Remo, os quais teriam sido amamentados por uma loba. Outra versão nos
informa que naquela região foi montado um posto militar dos povos do norte com o
objetivo de resistir às invasões dos povos do sul, principalmente dos etruscos. Esse posto
teria dado origem à cidade de Roma.
Os plebeus constituíam a classe popular, a plebe. Eram aqueles indivíduos sem raízes
hereditárias entre as famílias importantes. Normalmente eram imigrantes e não possuíam
nenhum direito a terra. Contudo, exerciam alguma atividade que lhes garantia uma renda,
portanto, pagavam impostos. Os clientes eram aqueles indivíduos que ocupavam um
pedaço de terra de um patrício e, em troca, devia-lhe determinado pagamento. Os
escravos eram aqueles que, por motivo de dívida ou de guerra, tornavam-se propriedade
dos patrícios. De uma mistura de lenda e história vem a tradição de que Roma teve 7 reis.
A monarquia acabou quando os próprios patrícios se ressentiram da tirania do poder real.
Inicia-se então a República Romana.
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Explode, então, a luta de classes em Roma. Em 494 a.C., os plebeus resolvem
abandonar Roma. Eles saem da cidade, deixando os patrícios sem proteção e serviços.
Diante disso, e vendo sua dependência, os patrícios resolvem dar direitos aos plebeus, os
quais passaram a ter representantes eleitos na Assembléia. Exigiram também a
elaboração de leis escritas, pois, até então, só havia leis orais em Roma e mudavam de
acordo com a vontade dos patrícios.
As construções romanas – Até hoje, o que mais impressiona o visitante de Roma são
suas edificações. Entre elas podemos destacar:
Além disso, podemos citar os templos, palácios, monumentos (ex.: arcos), estátuas,
castelos, e as estradas que ligavam Roma a todas as partes do Império.
As obras romanas foram muito influenciadas pelo estilo grego. Contudo, os romanos eram
mais realistas. Enquanto os gregos faziam monumentos em homenagem às figuras
mitológicas, os romanos honravam pessoas reais, principalmente seus heróis de guerra e
seus governantes.
As catacumbas eram buracos cavados em volta da cidade para extração de areia. Eram
tão profundos que acabavam formando túneis e galerias. Na época da perseguição, os
cristãos se escondiam nesses lugares e ali milhares deles morreram e ficaram sepultados.
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RELIGIÃO
A IGREJA EM ROMA
Fundação - Em sua epístola, Paulo deixa claro que ainda não conhecia Roma. Logo, a
igreja ali não foi por ele fundada. Entendemos que Pedro também não participou desse
processo, pois, se este ou outro apóstolo fosse responsável por aquela igreja, Paulo não
escreveria uma carta doutrinária para aqueles irmãos. Por outro lado, se Pedro estivesse
em Roma, o mesmo teria sido mencionado nas saudações do último capítulo.
Ambrosiastro, escritor do século IV disse: "Os romanos abraçaram a fé em Cristo sem ver
nenhum sinal de obras poderosas e nenhum dos apóstolos". No século II surgiu a tradição
segundo a qual Pedro teria exercido ministério em Roma. No século IV iniciou-se a
tradição de que ele teria sido o primeiro bispo romano. Quem, então, teria fundado aquela
igreja? De fato, isso não tem grande importância, mas sempre gostamos de ter um nome
para a atribuição das honras.
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É isso que fomenta o surgimento das tradições. Uma das hipóteses mais prováveis é que
a igreja tenha sido fundada no ano 30 d.C. pelos judeus de Roma que estiveram em
Jerusalém no Pentecostes (At 2.10-11).
A epístola de Paulo aos Romanos é uma obra prima da teologia cristã, destacando-se
entre os livros do Novo Testamento. É um tratado teológico sobre a salvação. Lutero
chegou a dizer: "Se tivéssemos de preservar somente o evangelho de João e a epístola
aos Romanos, ainda assim o cristianismo estaria a salvo".
A carta nos apresenta um resumo da Bíblia e da história humana sob o ponto de vista
teológico. O autor menciona Adão (5.14), Abraão (4.13), Moisés (5.14), Israel (11.25), o
Antigo Testamento (1.2), Jesus (10.9), a salvação (10.9), a igreja (16.1), o juízo (2.16) e a
glorificação dos salvos (8.30). Esses versículos são apenas alguns exemplos dentre
tantos que mencionam tais temas e pessoas.
Objetivo de Carta: Paulo queria expor aos romanos seu entendimento a respeito do
evangelho e prepará-los para sua futura visita, quando estivesse a caminho da Espanha.
(Rm 15.22-24).
Esboço
I – Introdução (1.1-17)
- Apresentação pessoal, saudação, tema (16-17).
II – O problema humano (1.18 a 3.20)
- O pecado, sua universalidade e suas consequências.
III – A solução divina: a salvação: (3.21 a 5.21)
- A origem do pecado e a origem do perdão.
- O método da salvação: justificação pela fé no sacrifício de Cristo.
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IV – A santificação (cap. 6 a 8)
- Ação do Espírito Santo na vida do salvo.
V - A soberania divina (cap 9 a 11)
- Judeus e gentios no plano de Deus.
VI – O cristianismo prático (12 a 15.13)
- A vida cristã na igreja, na sociedade e nas relações pessoais.
- O serviço cristão.
V – Conclusão (15.14 a 16.27)
- Assuntos pessoais, admoestações e saudações finais.
A solução divina: A salvação – Após ter diagnosticado a "doença", o autor vai buscar
sua causa e menciona Adão como o primeiro pecador humano. Na condição de
representante da humanidade, o primeiro homem passou a natureza pecaminosa a todos
os homens. Novamente, a universalidade do pecado está evidente (3.23). Para o alívio
dos leitores, não só o pecado é universal, mas também o amor de Deus possui a
característica da universalidade.
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A soberania divina – Nessa parte da epístola o apóstolo Paulo se dedica a mostrar aos
romanos o valor dos judeus e sua posição no plano de salvação. Esse destaque para
Israel parecia incompatível com a rejeição que os próprios judeus demonstraram à pessoa
de Cristo. Paulo, então, expõe alguns detalhes históricos do povo de Deus, sua
incredulidade, sua desobediência e seu distanciamento do evangelho. Dizer que Israel era
o povo escolhido de Deus poderia soar muito estranho para os romanos. Paulo
demonstra enfaticamente que Deus é soberano. Ele escolhe a quem quer e rejeita a
quem quer. Logo, se Deus escolheu Israel, não se deve questioná-lo por isso. Deus tem
razões anteriores às suas soberanas decisões.
Paulo nos convida ao serviço cristão. O apóstolo usa sempre os conceitos de servo e
senhor, figuras tão presentes na organização social do Império Romano. Ele mesmo fora
chamado para ser apóstolo. Sua vocação não era apenas para a salvação, mas para o
serviço sagrado. Somos convidados a apresentar os nossos corpos para o serviço no
corpo de Cristo (12.1-5). Orar é bom e necessário, mas não é tudo. É preciso ação na
igreja através dos dons espirituais e dos ministérios. Este serviço é abrangente, incluindo
sujeição às autoridades, o pagamento dos impostos e de toda dívida (Rm 13.1 e 6-8).
Deve haver coerência entre nossa ação na igreja e no mundo.
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AS EPÍSTOLAS DE PAULO AOS CORÍNTIOS (1 e 2)
A CIDADE DE CORINTO
A nova Corinto: possuía ruas amplas, praças, templos (Netuno, Apolo, etc.), estádio (1 Co
9.24), teatros, estátuas, e o santuário de mármore branco e azul (Rostra), onde se
pronunciavam discursos e sentenças.
A Idolatria de Corinto – A idolatria fazia parte da cultura grega com seus inúmeros
deuses mitológicos. Ao sul de Corinto havia uma colina chamada Acrocorinto, que se
elevava a 152 metros da cidade. Ali estava o templo de Afrodite, também chamada
Astarte, Vênus ou Vésper – deusa do amor e da fertilidade.
A corrupção de Corinto – Os cultos a Afrodite incluíam ritos sexuais realizados por 1000
sacerdotisas, que eram prostitutas cultuais. Muitos viajantes que por ali passavam se
entregavam à prostituição e à prática de outros delitos. O fato de estarem de passagem
criava uma sensação de impunidade. Estes fatores contribuíram para uma corrupção
generalizada.
História recente – A cidade de Corinto foi destruída por um grande terremoto em 1858.
Em seguida foi reconstruída a 6 Km do local anterior. Escavações na cidade antiga
permitiram diversas descobertas arqueológicas, tais como, monumentos, imagens e
ruínas de casas, templos e palácios.
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IGREJA EM CORINTO
A igreja em Corinto foi fundada pelo apóstolo Paulo durante sua segunda viagem
missionária, entre os anos 50 e 52 d.C. Paulo permaneceu ali durante dezoito meses,
onde conheceu Áquila e Priscila (At 18.1-8). A Igreja era composta por judeus e gentios, e
entre seus membros havia ricos e pobres.
Além das duas epístolas encontradas em nossas Bíblias, sabe-se que pelo menos haveria
mais uma. Em 1 Co 5.9, Paulo se refere a uma carta anterior, a qual não chegou a nossas
mãos. Em 2 Co 7.8 existe uma referência a outra carta que pode ser 1 Coríntios.
Entretanto, alguns comentaristas sugerem que a carta mencionada em 2 Co 7.8 seja uma
outra epístola. Neste caso teríamos quatro epístolas. Trabalhando ainda com hipóteses,
sugere-se que esta epístola corresponda aos cap. 10 a 13 de 2 Coríntios, os quais
poderiam ter sido ali agrupados posteriormente.
Esboço
I – Saudação (1.1-9)
II – Necessidade de purificação da igreja (1.10 – 31)
- Divisões (partidarismos)
- Culto ao homem
- Glória pela sabedoria humana
III – Exemplo de Paulo (2.1-16)
- Sabedoria humana x sabedoria divina
IV – Divisões: imaturidade e carnalidade (3.1-4)
- Os ministros na igreja (3.5-4.21).
- Quem é? (3.5).
- Como agricultores (3.6-8).
- Colaboradores (3.10).
- Edificadores (3.10).
- Despenseiros (4.1).
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- Ministros (4.1).
- Sofredores (4.9-13) Paulo apresenta a visão do mundo a respeito dos ministros.
- Exemplo para a Igreja (4.16)
V – A necessidade de purificação da Igreja (5.1 – 6.20)
- Da imoralidade (5.1-13; 6.9-20)
- Dos litígios entre os irmãos (6.1-8)
VI – O casamento e a vida cristã (7.1-40)
VII – A liberdade e o amor (8.1-13)
VIII – O exemplo da renúncia de Paulo (9.1-27)
IX – Exemplos da história de Israel (10.1-15)
X – A mesa do Senhor e a mesa dos demônios (10.16-21)
XI – Os alimentos sacrificados a ídolos (10.23-33)
XII – Observação dos costumes sociais (11.1-16)
XIII – A ceia do Senhor (11.17-34)
XIV – Os dons espirituais e o corpo de Cristo (12.1-31)
XV – A supremacia do amor (13.1-13)
XVI – O dom línguas, as profecias e a ordem no culto (14.1-40)
XVII – A doutrina da ressurreição (15.1-58)
XVIII – Instruções finais. As ofertas para Jerusalém. Saudações – 16.1-24
Nessa epístola, Paulo não expõe os fundamentos do evangelho, como fez na carta aos
romanos. Ao que tudo indica, Paulo nesta carta está respondendo perguntas que lhe
foram apresentadas, levando também em conta a visita de pessoas que vieram lhe
trazendo boas e más notícias (1 Co 1.11; 1 Co 7.1; 1 Co 8.1-13; 1 Co 16.17).
Divisões na Igreja – Logo que Paulo saiu de Corinto, após ter fundado a igreja, Apolo
chegou e deu prosseguimento ao trabalho (At 18.24-28). Ao que parece, os irmãos
ficaram impressionados com a pessoa de Apolo e seu conhecimento, então, começaram
a fazer comparações com Paulo, que talvez não falasse tão bem (1 Co 2.1-5; 2 Co 10.10).
Muitos chegaram até a desprezar o apóstolo Paulo, questionando sua autoridade e seu
ministério (1 Co 1.11-14). Formaram-se, então, partidos dentro da igreja: o de Paulo, o de
Apolo, o de Cefas (Pedro em aramaico) e o de Cristo (1 Co 1.12).
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O apóstolo aconselhou que o mesmo fosse excluído da igreja. Posteriormente o irmão
poderia ser readmitido na congregação, como parece ter ocorrido (2 Co 2). A imoralidade
em Corinto acabou desvalorizando o casamento. Mas Paulo orientou a igreja valorizando
o casamento como uma aliança divina e indissolúvel, e disse-lhes que era bem possível
que o crente levasse o cônjuge não-crente à Cristo (1 Co 7.16). O apóstolo ainda afirma
que é melhor estar solteiro para servir a Deus, mas uma vez casado o cristão deveria
dedicar-se ao matrimônio. O casamento é colocado como um importante antídoto contra a
imoralidade.
Religião e ordem no culto – Paulo se esforça para deixar clara a diferença entre a
desordem pagã e a ordem cristã. Nos cultos pagãos havia inclusive orgia e práticas
sexuais ilícitas, além da desordem propriamente dita. Por isso, Paulo orienta até mesmo a
respeito do dom de línguas, que, sem interpretação, devem ser evitadas. E quando
houver que não se manifestem mais de três profetas.
Por outro lado, as refeições nos templos pagãos eram acontecimentos sociais e,
eventualmente, os cristãos eram convidados a participar. As carnes que sobravam dessas
refeições eram vendidas no mercado púbico, e muitos cristãos estavam se questionando
se poderiam ou não as usar como alimento. O ensino de Paulo, nestas questões, é
orientado pelo princípio de não escandalizar ninguém; mas também que os cristãos não
podem participar da mesa do Senhor (Ceia) e da mesa dos demônios (refeições pagãs).
Religião e filosofia – Naquele tempo, a filosofia grega era o estilo de vida de Corinto. Os
gregos eram orgulhosos por seu conhecimento filosófico. O apóstolo se esmera por
mostrar que o entendimento humano é loucura. No texto que vai de 1.18 a 2.16, Paulo
confronta a sabedoria humana com a sabedoria divina.
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Estava em alta o pensamento gnóstico, o qual supervalorizava o conhecimento,
associado à salvação humana. Além de enfatizar a sabedoria divina contra a sabedoria
humana, Paulo também afirma que o conhecimento passará “O amor nunca perece...” (1
Co 13.8). A matéria era vista pelos gnósticos como maligna. Daí surgiram várias heresias.
Como solução cristã para todas essas questões, Paulo lembra aos coríntios que Jesus é
o fundamento de suas vidas. Ninguém pode colocar um outro fundamento, e aí entra a
questão da responsabilidade dos líderes cristãos. A pessoa e a doutrina de Cristo, que é
verdadeiramente a sabedoria de Deus, garantem a justificação, santificação e redenção
do crente (1 Co 1.30)
Contexto Histórico – Ao escrever a primeira epístola, Paulo estava em Éfeso. Ali ocorreu
grande tumulto porque os comerciantes de imagens estavam perdendo seus lucros após
a pregação de Paulo. Diante da intensa perseguição, o apóstolo foi para Trôade. Ali
sentiu-se angustiado pela expectativa em relação a igreja de Corinto. Paulo aguardava a
chegada de Tito. Então, de Trôade foi a Macedônia, e, pouco depois, Tito chegou com
notícias de Corinto (At 19.30 a 20.1; 2 Co 2.12-13; 2 Co 7.5-10 e13).
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A hipótese da carta desaparecida – Normalmente, considera-se que as reações
relatadas por Tito se refiram a epístola que conhecemos como 1 Coríntios. Entretanto,
existe a hipótese de que, após o envio da primeira epístola, Paulo tenha visitado Corinto.
Nessa oportunidade, ele teria sido gravemente ofendido por alguém (2 Co 2.5-11; 2 Co
7.12). Logo depois teria enviado uma epístola com teor emocionado, a qual não teria
chegado ao nosso conhecimento ou então seria correspondente aos capítulos 10 a 13 de
2 Coríntios. De acordo com esta hipótese, as reações mencionadas em 2 Co 7.8-12
seriam referentes a esta suposta epístola, e o homem de 2 Co 2.5 seria aquele que
ofendeu pessoalmente o apóstolo. Contudo, esta suposição não foi comprovada.
Esboço
I – Saudações (1.1-2)
II – Tribulação antes da volta de Tito (1.3-14)
III – Primeiro plano de visita. Defesa de Paulo (1.15-24)
IV – Mudanças de Planos. Arrependimento e perdão (2.1-11)
V – Credenciais do Ministério (2.12-17)
VI – Contraste entre a velha e a nova aliança (3.1-18)
VII – A responsabilidade de Paulo (4.1-18)
VIII – A vitória sobre a morte (5.1-9)
IX – O juízo e a urgência da mensagem da salvação. O ministério da reconciliação
(5.10-21)
X – Os sofrimentos de Paulo e a exortação à santidade (6.1-7.1)
XI – Recomendações diversas. Os efeitos da primeira carta (7.2-16)
XII – A coleta para os irmãos em Jerusalém (8.1-9.15)
XIII – Defesa da autoridade apostólica de Paulo (10.1-18)
XIV – Defesa diante dos judaizantes. Os falsos apóstolos (11.1-29)
XV – Os sofrimentos de Paulo. Suas revelações, sinais e receios (11.30 a 12.18)
XVI – A próxima visita. Saudação (2.19 a 13.13)
Características da Epístola – Uma carta muito intensa, onde mistura amor, censura e
indignação. Paulo fala a dois grupos na Igreja: aos obedientes e aos rebeldes. No estudo
da primeira epístola vimos que a igreja de Corinto estava dividida em partidos, de acordo
com as preferências individuais. Na segunda epístola vemos a igreja dividida em apenas
dois grupos: os obedientes e os rebeldes
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nenhum motivo concreto com que pudessem acusá-lo, os judaizantes apelavam para
quaisquer argumentos possíveis.
Até mesmo uma mudança dos planos de viagem de Paulo foi usada por eles para o
acusarem de leviandade, ou imprudência (2 Co 1.17). Outro ponto muito explorado foi a
expectativa grega em relação aos líderes. Ao que tudo indica Paulo não correspondia ao
padrão grego. As credenciais gregas de um grande líder seriam, entre outras, uma ótima
aparência e admirável eloquência. Apolo estaria mais próximo desse paradigma (At
18.24). Talvez isso tenha contribuído para que muitos coríntios tivessem se unido em
torno do seu nome, formando um partido na Igreja (1 Co 1.12). Enquanto isso, Paulo era
alvejado pelas infâmias dos falsos apóstolos, que pesavam seu ministério com base em
valores humanos e filosóficos.
Tais argumentos não eram associados ao judaísmo, mas bem poderiam servir como
excelentes armas circunstanciais para os ataques dos judaizantes ao se referir à Lei como
“ministério da morte” (3.7) e ministério de condenação (3.9). Desse modo, Paulo não
ridiculariza a Lei, mas coloca-a no seu devido lugar em relação à obra de Cristo.
A visão que temos acerca dos líderes pode estar alterada por conceitos que formamos em
nossa própria mente. Além disso, a perspectiva pode estar errada, quando temos uma
ideia a respeito do líder que difere de sua própria realidade ou do padrão bíblico.
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Erro 1 – Valorização exagerada
Os ministros sendo vistos como vaso de ouro: vale mais o recipiente do que o conteúdo.
Neste conceito, o vaso é considerado inquebrável e infalível. Parece que esta era a visão
dos Coríntios ao formarem partidos em torno dos nomes dos apóstolos. A história mostrou
o agravamento desse problema, a ponto de hoje haver quem se refira aos apóstolos como
santos, como ídolos, no sentido mais grave do termo. O próprio apóstolo Paulo recebeu o
título de “São Paulo”, e inúmeras são as homenagens póstumas a sua pessoa.
“Mas temos este tesouro em vaso de barro...” (2 Co 4.7). O servo de Deus não deve ser
idolatrado, nem desprezado, mas amado. Afinal, são vasos de barro, mas contém um
tesouro precioso que é Cristo. O vaso é quebrável, falível. Todavia, não deve permanecer
quebrado. Se cair, o grande tesouro permanece. Entretanto, o ministro (vaso) deve
cuidar-se, como Paulo recomenda: “Assim, aquele que julga estar firme cuide-se para que
não caia”. (1 Co 10.12). O mais importante é a mensagem, a notícia, e não o mensageiro.
Entretanto, o mensageiro deve ter credibilidade para que a mensagem não seja rejeitada
ou desacreditada.
Para tornar este conceito ainda mais pregnante Paulo ainda menciona algumas
realidades pertinentes ao corpo humano: mortal, corruptível, irá se desfazer (2 Co 4.16; 2
Co 5.1,4). Por causa da supervalorização grega em relação à aparência Paulo enfatiza a
questão da morte física (2 Co 4.16 - 5.12; 2 Co 10.7). Seu enfoque sobre a fragilidade do
vaso inclui também aspectos circunstanciais em confronto com a condição interna do
servo de Deus (2Co 4.8-11), conforme o seguinte quadro:
Para não terminar numa atmosfera negativa, Paulo aponta para a manifestação de Cristo
em nossa carne mortal (2 Co 4.11). Na ressurreição dos justos, o mortal será absorvido
pela vida (2 Co 5.4).
Paulo se admira de que os coríntios estivessem se deixando levar pela ideia de exigir-lhe
frutos. Eles próprios eram frutos do trabalho de Paulo. “Vós sois a nossa carta, escrita em
nossos corações”, disse o apóstolo (2 Co 3.2). Eles seriam ainda a glória de seu
ministério diante Deus (2 Co 1.14).
Entre suas credenciais, Paulo dá destaque aos sofrimentos. Isso não é o tipo de
credencial que os gregos esperavam. Eles devem ter ficado decepcionados, aliás, isso
deve decepcionar a muitos que têm uma expectativa colorida a respeito do evangelho,
aguardando apenas benefícios sem tribulação. Pelo cristianismo poderemos sofrer muitas
perseguições e possíveis privações (2 Co 11.27). Isso não combina com o “evangelho da
prosperidade”, mesmo porque, Jesus não prometeu riquezas e ausência de sofrimento
(Jo 16.33).
Paulo até se gabava de ter sofrido mais do que outros que se diziam servos de Deus (2
Co 11.23-28; 2 Co 12.10). Aquele que nada sofre, que nenhum risco corre, que nenhum
fruto produz, poderá ter o seu ministério desacreditado até por si mesmo. Com este
conceito, Paulo surpreende seus leitores quando se gloria na tribulação e na fraqueza (2
Co 11.30). Isso mostra que a tribulação não é inútil, ela produz algo maior, e nisto
consiste o seu valor. Todavia, gloriar-se na fraqueza não significa gloriar-se no pecado,
mas nas limitações e incapacidades próprias do ser humano, oportunidade para as
manifestações do poder de Deus. Desenvolvendo este conceito, os seguintes elementos
podem ser relacionados, conforme o quadro abaixo:
17
Fraqueza humana Poder de Deus
Problemas Milagres
Crise Oportunidades
Desafios Crescimento
Necessidades Provisão
Incapacidade Capacidade (2Co 3.5)
Nesta carta, Paulo ainda menciona um “espinho na carne”, sinalizando algum problema
que Deus não solucionou no momento da oração do apóstolo. Não sabemos de que se
tratava: uma enfermidade? Uma determinada tentação demoníaca? Um determinado
perseguidor da parte do Império Romano? De qualquer forma, o que fica evidente, neste
episódio, é que nem sempre Deus responde como queremos; mas certamente Ele tem
um propósito em todas as coisas. Importante mesmo é o que Deus responde: “Minha
graça é suficiente...”.
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QUESTIONÁRIO I
5. Com relação à salvação, a justificação e a santificação resposta (C) certo ou (E) errado.
( ) Podemos afirmar que não só o pecado é universal, como também o amor de Deus.
( ) A fé no sacrifício de Jesus produz a justificação.
( ) A obra de Deus na vida do crente se resume na justificação.
( ) A santificação é um processo gerado pelo Espírito Santo na vida do crente através
do conhecimento e prática da palavra de Deus.
6. Complete as questões:
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c) A Igreja de Corinto era composta por ___________ e gentios, e entre seus membros
havia ricos e pobres.
(3) Religião e comportamento feminino. ( ) Nos cultos pagãos havia inclusive orgia e
práticas ilícitas, além da desordem
propriamente dita.
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A EPÍSTOLA DE PAULO AOS GÁLATAS
Autor – Paulo (v.1.1)
Data – Entre 55 e 60
A Galácia – Era uma região da Ásia Menor, que hoje corresponde à região da Turquia. O
nome Galácia é derivado do gaulês. Os gauleses eram originários da Gália (França hoje)
que dominaram a região centro norte da Ásia Menor por volta do ano 300 a.C. Em 189
a.C., esse território foi conquistado pelos romanos. Em 25 a.C. Roma estabeleceu ali uma
província que manteve o nome de Galácia. Contudo, seus limites eram maiores que a sua
região original. Assim, ao norte havia os gálatas étnicos. Ao sul havia outros grupos que
faziam parte da província, mas que não tinham a mesma origem genealógica gaulesa. Por
esta razão, quando o Novo Testamento menciona os gálatas, existe dificuldade em se
determinar se os autores se referem a todo o povo da província ou apenas ao grupo
étnico descendente dos gauleses. Para qual grupo o apóstolo teria escrito?
O ataque dos judaizantes contra Paulo – Parece que se tratava de um grupo bem
organizado, a partir de Jerusalém. Ao que tudo indica tinham o costume de enviar
representantes para as igrejas do mundo inteiro. Eles davam a entender que o evangelho
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pregado por Paulo estava incompleto. Assim, minavam a autoridade apostólica, atacando
a sua legitimidade com o argumento de que Paulo não era um dos Doze, nem tinha
andado com Jesus.
Paulo defende seu apostolado (Gl 1.12 – 2.21) – O ensino de Paulo tinha a aprovação
do próprio Deus (Gl 1.11-24). Ele afirma que recebeu o evangelho diretamente do Senhor
e também que não consultou ninguém sobre o que deveria pregar. Esteve apenas quinze
dias com Pedro e Tiago, por isso não poderia ter aprendido muita coisa com eles.
Que Paulo tinha autoridade espiritual, percebe-se, entre outras coisas, em sua
repreensão a Pedro (Gl 2.11-21); mas isso não significava nenhuma tentativa secreta
para solapar a autoridade daquele apóstolo. É bom salientar que a amizade de Pedro e
Paulo era tão genuína que suportou aquela severa prova.
A partir do verso 15, Paulo fala de Justificação. Nesta Deus leva a meu crédito o que
Cristo fez, como se eu mesmo o tivesse feito. Quando um criminoso é perdoado, ele não
pode ser considerado justo. Mas a justificação é o ato de Deus pelo qual ele não somente
nos perdoa, mas também nos atribui a justiça de Cristo. Portanto, não por obras (Gl
2.16.17), mas pela fé em Jesus Cristo, e sem graus de justificação: no momento em que
cremos em Cristo somos feitos justos (Gl 2.16.17).
Paulo defende o evangelho (Gl 3.1 a Gl 4.31) – Paulo está defendendo o evangelho de
Cristo. Ele descreve sua própria pregação como tendo apresentado a cruz tão
completamente que é como se eles tivessem visto cristo crucificado no meio deles (3.1).
Ele mostra o que a Lei não pode fazer, mas apresenta o que a graça faz. Paulo questiona
os irmãos gálatas e os chama de insensatos: tendo recebido o evangelho original, de
repente, o abandonaram. Este questionamento é aprofundado com a pergunta: “... foi pela
prática da Lei que vocês receberam o Espírito, ou pela fé naquilo que ouviram?” (Gl 3.3).
22
O inestimável dom do perdão dos pecados e a dádiva do Espírito Santo não sejam
ganhos por seus esforços, mas são oferecidos pela graça de Deus.
O apóstolo Paulo explana o magnífico exemplo de Abraão. Paulo diz que: “Abraão creu
em Deus, e isso lhe foi imputado para Justiça” (Gl 3.6). Abraão era a referência dos
judeus convertidos daquela época, mas Paulo diz que, à vista de Deus, ele era um
pecador condenado. Ele foi justificado na base de sua fé e não das suas obras. Abraão
creu. Isso é fé. A fé diz a Deus: “Eu creio no que dizes”.
A maldição da Lei – Paulo argumenta que a lei não pode oferecer justiça, porém traz a
morte sobre todos os que a observam (Gl 3.10), pois ela exige obediência perfeita, e sem
qualquer recompensa. É dever do homem guardar a Lei. Todavia, “Cristo nos resgatou da
maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar” (Gl 3.13-14). Todos
quebraram a Lei, por isso todos estão debaixo de sua maldição. Cristo, porém, afastou a
maldição da Lei. Os irmãos gálatas estavam se mostrando insensatos em perder a
benção da fé, jogando-se para debaixo da maldição da Lei.
Entretanto, a lei também possui um propósito espiritual. Ela revela às pessoas o pecado,
a cegueira e o desprezo a Deus; mas ela também nos ajuda a achar o caminho da graça.
Quando a consciência fica completamente dominada pelo medo da Lei, ela está pronta
para receber o evangelho. A lei foi dada também para nos conduzir a Cristo, ao nos
mostrar a nossa necessidade. O evangelho diz que Cristo é o único capaz de atender
essa necessidade (Gl 3.23; Gl 4.11). Paulo declara que a lei nos serviu de mestre para
despertar em nós o senso da nossa necessidade de Cristo, a fim de que pudéssemos
alcançar a justificação pela fé (Gl 3.24).
Filhos de Deus – Paulo nos diz que nem todos são filhos de Deus. É a fé em Cristo, e
não as obras, que nos coloca na família de Deus. Por outro lado, Paulo demonstra que,
embora todos os crentes sejam filhos de Deus, nem todos são filhos adultos. O apóstolo
usa o termo adoção, emprestado da lei romana, que significa colocar o filho na posição
legal. Isso podia acontecer pelo recebimento de alguém que não pertence à família por
nascimento, ou pelo ato legal de reconhecimento de sua maioridade.
Cristo veio remir-nos para que não mais fossemos escravos, debaixo da lei, mas para que
possuíssemos todos os privilégios de filhos adultos e herdeiros. Também Paulo utiliza-se
de outro exemplo para mostrar aos leitores sua posição de liberdade em Cristo. Ele
lembra-lhes que Abraão teve dois filhos: Ismael, filho de Hagar, a escrava; e Isaque, o
filho de Sara, a livre. Ismael não gozou as bênçãos de filho no lar de Abraão, mas foi
deixado de fora, ainda que fosse o primogênito, e Isaque foi chamado. É isso que
acontece aos que procuram salvar-se pela lei. Mas Isaque, o filho da promessa e da fé, foi
o herdeiro de tudo. Assim somos herdeiros de uma promessa espiritual, a saber, salvação
eterna.
Paulo deseja que o evangelho seja aplicado (Gl 5) – Paulo quer que os gálatas se
apeguem a sua liberdade pessoal. É o evangelho da graça de Deus que dá a verdadeira
liberdade na pessoa de Cristo (Gl 5.1-12). Esta liberdade custou um alto preço - o sangue
de Cristo. Mas trata-se de uma liberdade que não vira licenciosidade – as obras da carne
(Gl 5.19-21). São pecados tanto da mente como do corpo. O cristão é liberto dessas
concupiscências pelo poder do Espírito Santo, que inclusive produz “o fruto do Espírito”
(Gl 5.22-23):
23
O Fruto do Espírito:
Mutualidade Cristã (cap 6) – Concluindo a sua carta aos gálatas, Paulo apresenta ainda
algumas orientações e suas saudações finais. Podemos destacar:
- encorajamento a uma atitude dócil para com os iniciantes da nova vida (1,2);
- regozijo em seus próprios dons e ações, sem apresentar o tipo de orgulho daqueles
que se acham melhores que os outros. (vs 6.3-5);
- honestidade, conosco e com Deus. Nunca nos enganaremos, acreditando que a
liberdade cristã nos dá permissão para pecar (v.7-10). Podemos sempre
comprometer-nos em fazer o bem, certos de que “no tempo próprio colheremos”
frutos de alegria;
- comunhão na cruz: judeus e gentios se encontram na cruz, onde cada um
abandona seu antigo estilo de vida e cultura, para encontrar, como nova criação de
Cristo, um caminho diferente e melhor (15).
24
A EPÍSTOLA DE PAULO AOS EFÉSIOS
Esta epístola ensina-nos a manter uma relação sem reservas com Jesus Cristo e a
permanecer na simplicidade do Espírito Santo, sem contristá-lo ou extingui-lo. O objetivo
geral deste estudo é situar circunstancial e historicamente a epístola e trazer aos alunos
noções "panorâmicas" que evidenciam a razão, motivo e finalidade de ter sido escrita.
Autor – Paulo
Local – Roma (Ef 3.1; Ef 4.1), de onde enviou a carta àquela igreja através de Tíquico,
por quem, também, enviava-lhes informações. É considerada uma das "cartas da prisão"
porque as escreveu enquanto estava preso em Roma. Na primavera de 63 d.C.,
provavelmente, foi liberto.
25
A Igreja em Éfeso – em sua segunda viagem missionária, deixou em Éfeso Priscila e
Áquila como responsáveis pelo trabalho naquela cidade (At 18.18-19). Certamente
fizeram um bom trabalho, pois quando Paulo voltou mais tarde, e ali permaneceu durante
quase três anos, encontrou uma florescente comunidade cristã (At 19.1-10). Paulo viu-se
forçado a deixar a cidade após um violento motim da população.
O templo local de Artemis (Diana), que era um dos grandes monumentos da antiguidade,
estava perdendo dinheiro, e Paulo foi acusado por ter dito que os ídolos não têm valor e
deviam ser rejeitados. Um sermão comovente é registrado em Atos 20.17-38, no qual
Paulo encoraja os anciãos de Éfeso a permanecer no caminho do Senhor. A carta é
também um belíssimo retrato do missionário Paulo e seu amor pela igreja.
Timóteo, Apolo, Áquila e Priscila trabalharam na Igreja de Éfeso (At 18.18,19 e ,24; 1 Tm
1.3; 2 Tm 4.19). De acordo com a tradição, o apóstolo João também exerceu seu
ministério naquela cidade. Na visão apocalíptica, a igreja em Éfeso foi uma das sete
igrejas que, na época, receberam uma carta do Senhor Jesus (Ap 2.1).
Motivo do envio da carta – Como Éfeso e a região da Ásia Menor faziam parte da
província romana, os judeus tinham permissão para estarem ali estabelecidos. Contudo, a
igreja, nessa região, era constituída não somente de judeus, mas também gentios
convertidos. Aí reside o principal propósito de Paulo ao escrever a carta. Por um lado os
Judeus se consideravam a elite religiosa do mundo. Então, os gentios eram vistos por
eles como uma segunda categoria, até mesmo dentro da igreja. Os gentios, por sua vez,
poderiam se sentir inferiorizados. Contudo, nas cidades fora da palestina, os gentios eram
os “donos da casa”. Então os judeus poderiam ser vistos como estrangeiros arrogantes
que se achavam superiores aos próprios cidadãos do lugar.
Por isso, Paulo insiste na doutrina da unidade da Igreja. Afinal, Cristo chamou pessoas
diferentes e as uniu em um corpo para que aprendessem o amor que supera todas as
desigualdades.
Esboço
II – Argumentação teológica
26
III – Orientação Prática
As orações de Paulo (Ef 1.15-23; 3.14-21) – Paulo era um homem de oração; e, nestes
dois textos, podemos descobrir o interesse do apóstolo em favor dos crentes. Impelido
pelo grande amor que tinha para com os efésios, Paulo, numa primeira oração (primeiro
texto referido acima) pede a Deus que conceda a eles três bênçãos: a sabedoria que vem
do alto; a revelação do pleno conhecimento de Deus e a iluminação dos olhos do
entendimento.
Adiante, ainda submerso nas profundas águas da intercessão, pede que o Senhor nos
revele três aspectos de nossa posição em Cristo: a esperança que se prende à sua
vocação; a riqueza da glória de sua herança; e a sobre-excelente grandeza do seu poder
(vs. 1.18,19). Mesmo estando preso, Paulo se constitui um exemplo de oração para os
crentes, sob vários aspectos:
Numa segunda oração (segundo o texto referido acima), o apóstolo mostra o caminho
da verdadeira intercessão. Extasiado pelas profundas revelações recebidas de Deus,
Paulo ora pela segunda vez em favor dos crentes de Éfeso e também por nós. Desta vez,
podemos identificar quatro pedidos específicos, ou seja:
27
- pelo fortalecimento através do Espírito de Deus;
- pela habitação de Cristo em nossos corações;
- pela compreensão do amor de Cristo (largura, comprimento, altura e profundidade);
- pelo enchimento da plenitude de Deus.
A história da nossa salvação (Ef 2.1-10) – neste texto, o apóstolo mostra-nos os três
tempos da nossa salvação: passado, presente e futuro.
No passado:
No presente:
No futuro:
Um novo povo de Deus (Ef 2.11-22) – Por meio da redenção de Cristo, agora judeus e
gentios foram feitos "um novo homem". Da semente de Abraão, Deus suscitou um povo
especial, exclusivo e separado de todas as gentes, para ser o seu povo, o seu
representante entre as nações. Prevalecem, na história bíblica, as promessas de Deus
para com Israel; mas a revelação bíblica, já predita no Antigo Testamento mostra que
Deus tinha em mente um projeto mais abrangente; formar, dentre todos os povos, um
novo povo, isto é a IGREJA. Assim, vejamos o que Deus fez “em Cristo”: uniu judeus e
gentios:
28
Estabeleceu a comunhão com Deus
Os dons de Cristo (Ef 4.7-16) – Os dons ministeriais foram dados à Igreja com o
propósito de preparar o povo de Deus para o trabalho, promover crescimento,
desenvolvimento espiritual e fortalecer a unidade do corpo de Cristo. Desse modo, a
Igreja vai sendo construída, aumentada e seus membros são edificados.
A conduta cristã no mundo e no lar (Ef 4.17-24; Ef 5.22-28; Ef 6.1-9) – É dever dos
crentes, conforme asseverou o apóstolo Paulo em outros textos das Sagradas Escrituras,
resplandecer como astros no mundo. Como "fontes luminosas" devemos revelar e
condenar as trevas do pecado no mundo.
Paulo começa o capítulo 4 com um apelo para que andemos dignamente no sentido de
preservar a unidade do Espírito (Ef 4.1-3). Agora, no versículo 17 do mesmo capítulo,
Paulo apela para que andemos com um comportamento que seja diferente do praticado
pelos não-crentes. O novo "andar em Cristo" afeta as nossas atitudes, hábitos e
linguagem (Ef 4.17-24).
Também no âmbito do lar a nova vida em Cristo assegura perfeita harmonia da família.
Marido e esposa estão sob o princípio de autoridade estabelecido por Deus, e a sujeição,
da mulher, referida pelo apóstolo, não significa escravidão. O texto destaca o princípio da
submissão como um dever dentro das relações familiares entre os cônjuges e os filhos,
bem como as boas relações entre patrão e empregado (na linguagem da época, senhores
e escravos).
O crente deve encher-se de Deus em sua vida. Para isso Paulo usa uma ilustração que
mostra um contraste: em lugar de embriagar-se com o vinho, o cristão deve encher-se do
29
Espírito. “Enchei-vos” (5.18) (imperativo passivo presente) tem o significado, em grego, de
“ser enchido repetidas vezes”. A vida espiritual do filho de Deus deve experimentar a
renovação constante (Ef 3.14-19; Ef 4.22-24; Rm 12.2), mediante enchimento repetido do
Espírito Santo. Portanto: selado uma vez (1.13), mas cheio do Espírito repetidamente.
A batalha espiritual (Ef 6.10-20) – Neste texto, Paulo afirma que existe de fato uma
batalha em nível espiritual no contexto do Reino de Deus, independentemente do local ou
área geográfica. Não é uma luta contra a carne e o sangue, pois trata-se de enfrentar
inimigos espirituais. Eles estão representados na pessoa do diabo, e nas "hostes
espirituais da maldade" (v.12). Esta expressão certamente inclui "principados, potestades
e príncipes das trevas deste século".
Nesta batalha, as armas são espirituais (Ef 6.13-17). Paulo serviu-se da figura das armas
do soldado romano da sua época para ilustrar o seu ensino pertinente: a)- "O cinto da
verdade" (v.14); b)- "A couraça da justiça"; c)- "Calçados da preparação do Evangelho"
(v.15); d)- "Escudo da fé" (v.16); e)- "O capacete da salvação" (v.17); f)- "A espada do
Espírito" (v.17), uma arma ofensiva que deve estar sempre na mão e na mente do
crente. Sem esquecer da oração, que deve ser exercitada em todo o tempo, pois é maior
provisão do crente.
30
QUESTIONÁRIO II
Paulo nos diz que ___________ são filhos de Deus. É a _________ em Cristo, e não as
_________ que nos coloca na família de Deus.
31
7) O que nos ensina a epístola de Paulo aos Efésios?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
8) Complete o enunciado.
11) Mesmo estando preso, o apóstolo Paulo se constitui um exemplo de oração para os
crentes sob vários aspectos. Cite-os.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
a) Por meio da redenção de Cristo, agora judeus e gentios foram feitos “um novo
homem”.
d) Abraão teve dois filhos; Ismael que era filho de Sara e Isaque que era filho de Agar.
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13) Os dons ministeriais foram dados à Igreja com que propósito?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
15) Todo cristão enfrenta a batalha espiritual e, portanto precisa estar com as armas
certas para vencer. Quais são essas armas?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
33
A EPÍSTOLA DE PAULO AOS FILIPENSES
A Igreja em Filipos - Foi a primeira igreja cristã na Europa. Foi fundada por Paulo
durante a segunda viagem missionária. Paulo foi para lá em resposta a uma visão e ao
apelo: “Passa à Macedônia, e ajuda-nos” (At 16.9). Seu companheiro de viagem era Silas
e chagando ali foram bem recebidos. Os primeiros convertidos foram Lídia, vendedora de
púrpura, e uma jovem que adivinhava, da qual foi expulso um espírito imundo. Sendo
liberta, cessaram os seus prognósticos. Diante disso, cessou também o lucro dos seus
senhores, os quais se enfureceram contra Paulo e Silas, incitando contra eles as
autoridades locais. Como resultado, aqueles irmãos foram espancados e lançados na
prisão (1 Ts 2.2). Enquanto oravam e louvavam à meia-noite, Deus os libertou por meio
de um terremoto que abriu as cadeias. Diante de tão grande acontecimento, o carcereiro
se converteu e também a sua família. Algum tempo depois os irmãos filipenses enviaram
ajuda financeira para Paulo (2 Co 8.2; Fl 4.10-15)
Autor – A carta afirma ter sido escrita por Paulo, e contra essa afirmação não se encontra
nenhuma dificuldade séria. O portador desta carta é Epafrodito.
Local de Origem - Quando escreve esta carta, Paulo estava preso (Fp 1. v.7, v.13, e
v.17), mas ele não diz a localização de sua prisão, assim como nas cartas de Efésios,
Colossenses e Filemon (cartas da primeira prisão). Aos filipenses ele reconhece que sua
condição poderia resultar em sua morte (Fp 1.20; Fp 2.17), mas em geral ele espera ser
rapidamente libertado e aguarda reunir-se novamente com seus amigos em Filipos (Fp
1.25-26; Fp 2.23.24). Esses fatos são interessantes, mas nada nos dizem a respeito da
prisão. A discussão a respeito do local de origem da carta gira em torno de onde Paulo
estava preso. Sugerem-se assim três hipóteses: Roma, Cesaréia e Éfeso. Lemos que
34
Paulo ficou preso em Cesaréia durante dois anos (At 23.33; At 24.27) e também em
Roma (At 28.16).
Há os que alegam que esta prisão foi em Roma ou em Cesaréia, pois há uma referência a
guarda pretoriana (Fp 1.13). Ali Paulo morava em sua casa alugada, tendo um soldado a
guardá-lo (At 28.16 e At 28.30). Isso se harmoniza com a situação descrita em Filipenses,
como também ocorre com referência àqueles que pertencem à “casa de César” e que
enviam saudações por meio de Paulo (Fp 4.22). Pela carta ficamos sabendo que Paulo
estava em condições de coordenar o trabalho de seus cooperadores; ele pode enviar
Timóteo (Fp 2.19) e Epafrodito a Filipos (Fp 2.25) e isso se harmoniza com a situação em
Roma. O prólogo marcionista é geralmente citado como evidência bem antiga de que
Roma foi o lugar de origem da carta.
Por isso tem havido firmes defensores de Éfeso. Não temos nenhuma afirmação explícita
de que Paulo tenha sido preso naquela cidade, mas existem as palavras dos apóstolos
sobre as muitas prisões (2 Co 11.23) e o fato de que em uma ocasião ele esteve em
sérios apuros ali (1 Co 15.32; 2 Co 1.8-11), o que pode muito bem ter significado, entre
outras coisas, uma temporada na prisão. Éfeso não ficava muito longe de Filipos (cerca
de 160 quilômetros), e as viagens mencionadas na carta na teriam sido difíceis; aliás,
uma delas pode ter sido mencionada em Atos, pois de Éfeso Paulo enviou Timóteo à
Macedônia (At 19.22; até onde sabemos Timóteo não esteve com Paulo em Roma). O
próprio apóstolo foi de Éfeso para a Macedônia (At 20.1; o que pode muito bem ter sido a
concretização de sua firme esperança mencionada em Fp 2.24).
Ocasião – Podemos identificar alguns fatores que podem ter ocasionado esta carta:
- Paulo queria informar a doença de Epafrodito, que fora enviado pelos Filipenses
(Fp 2.25-27)
- A igreja de Filipos havia enviado um presente para Paulo (Fp 4.14-18)
- Paulo queria dar notícias de sua própria situação (Fp 1.5 e 19)
- Havia em na igreja de Filipos alguns problemas de divisão e intrigas (Fp 1.27 a
2.18; Fp 4.2)
35
Tema da carta – O tema central da carta é a alegria. Neste escrito Paulino a alegria é o
fio condutor de toda a carta, de todos os assuntos e de todos os argumentos (Fp 1.4; Fp
1.18; Fp 2.17-18; Fp 2.29; Fp 3.1; Fp 4.1; Fp 4.4; Fp 4.10).
Esboço
I – Saudação (1.1,2)
II – A proclamação do evangelho (1.3- 1.30).
III – A unida cristã (2.1 – 2.30).
IV – A verdade contra os erros (3.1-3.21)
V – Exortação à vida santa (4.1-9)
VI – Gratidão de Paulo pelo auxilio dos filipenses (4.10-20)
VII – Saudações e benção (4.21-23)
A proclamação do evangelho (Fp 1.3-30) – Embora na prisão Paulo podia orar por seus
amigos, pois em seu coração havia alegria: Dou graças ao meu Deus por tudo que
recordo de vós, fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos vós, em todas as minhas
orações (Fp 1.3-4). Apesar de preso por cadeias a um soldado, o povo vinha ouvir Paulo
pregar. Os guardas romanos estavam tão interessados no evangelho que falavam dele
por toda a parte. Essa atitude deu coragem a outros para pregarem sem receio, e muitos
encontraram o Cristo de Paulo.
Pelas palavras de Paulo parece que o perigo da morte o rondava, mas ele não se abateu.
Pelo contrário, estava tão seguro de sua posição em Cristo que chegou a dizer: O viver é
Cristo, e o morrer é lucro (Fp 1.21). Mas ao mesmo tempo entendia que era necessário
permanecer na carne, porque traria frutos para o seu trabalho e para o progresso e gozo
da fé de muitos irmãos (Fp 1.22 e 26).
Paulo ainda incentiva aos filipenses a não se intimidarem pelos adversários, mas antes,
foi-lhes concedida à graça de padecer por Cristo (Fp 1.29). E encerra mostrando que eles
têm em vista o mesmo combate, o de levar a mensagem do evangelho (Fp 1.30).
A unidade cristã (Fp 2.1-30) – A orientação de Paulo à unidade cristã percorre o capitulo
primeiro e se estende até o segundo. O apóstolo já fornece os primeiros indícios de um
problema de divisão logo no inicio. Ele diz: “É verdade que alguns pregam Cristo por
inveja e rivalidade,...” (Fp 1.15). Agora, porém, o apóstolo incentiva a unidade na
proclamação do evangelho, estando “... que vocês permanecem firmes num só espírito,
lutando unânimes pela fé evangélica.” (Fp 1.27).
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Logo no início do capítulo dois o apóstolo espera que o coração convertido dos filipenses
redunde em unidade, “... tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito
e uma só atitude” (Fp 2.2).
O desejo de Paulo é que nada fosse feito com partidarismo ou vanglória (Fp 2.3). Contudo,
a fim de resolver o problema e argumentar em favor da unidade, Paulo apresenta o
maravilhoso exemplo de Jesus (Fp 2.5-10), que tem o nobre sentimento da humildade. A
vanglória é que produz o partidarismo, e este só desfeito pela humildade. Cristo foi o
grande exemplo de humildade.
O apóstolo começa esta cessão sem rodeios, e as suas palavras são duras contra
aqueles que pregam o erro. Ele os chama estas pessoas de “cães”, “praticam o mal” (Fp
3.2) e “inimigos da Cruz de Cristo” (Fp 3.18). Mas qual seria o erro destes indivíduos?
Primeiramente, Paulo, exorta contra a falsa circuncisão, havia um grupo que tentava
impor a circuncisão do antigo testamento como um elemento indispensável para nova
vida com Cristo e para a salvação eterna. Paulo diz que os “inimigos da Cruz” têm como
deus o seu ventre, ou seja, o seu ego, suas vontades, seus prazeres, isso sem se
preocupar com os outros. E a glória deles está em sua infâmia. Segundo Paulo, o destino
deles é a perdição.
Exortação à vida santa (Fp 4.1-9) – Ao que parece havia uma discordância dentro da
igreja entre Evódia e Síntique. Paulo apela para que elas pensem em concordância (Fp 2).
Como argumento para que isso aconteça ele diz que o nome de ambas está escrito no
livro da vida. Esse fato deve ser maior do que as discordâncias terrenas e também
deveria ser um motivo de alegria (Fp 4). Então, Paulo orienta-os para que haja moderação
diante dos conflitos, mas que entreguem tudo a deus em oração. Isso acabaria com a
ansiedade e produziria pensamentos bons. Paulo certamente estava preocupado com os
37
maus pensamentos que pudessem estar rondando aquelas pessoas envolvidas no
partidarismo. Por isso, ele fornece uma lista de bons pensamentos, em que a motivação e
o objetivo é que haja virtude e louvor.
Gratidão de Paulo pelo auxilio dos filipenses (4.10-20) – Paulo diz se alegrar
sobremaneira com o cuidado que os filipenses têm com ele. Mas deixa claro que a sua
alegria não consiste na ajuda financeira, pois ele afirma saber viver em qualquer situação,
sendo que é o Senhor que o fortalece. O Motivo da sua alegria está no fato de ver a
liberalidade que existe no coração dos filipenses. Também, os elogia afirmando que
somente eles se associaram com ele no tocante a dar e receber quando ele chegou para
pregar o evangelho na Macedônia. Por fim, Paulo deseja que Deus continue a suprir em
Cristo Jesus, cada uma das suas necessidades.
Saudações e bênção (Fp 4.21-23) – Paulo saúda cada um dos irmãos em Cristo.
Também diz que os santos da casa de César saúdam os crentes de Filipos. Quem eram
os santos da casa de César? Eram pessoas a serviço do Imperador (em Roma ou em
Éfeso), que através do testemunho de Paulo, teriam sido convertidos.
38
A EPISTOLA DE PAULO AOS COLOSSENSES
A Igreja de Colossos – A igreja dali não tinha sido fundada por Paulo, e, pelo que parece,
ele ainda não havia estado lá quando escreveu a Carta aos Colossenses (Cl 2.1). É
provável que Epafras, companheiro de trabalho de Paulo, tenha sido o primeiro a anunciar
o evangelho em Colossos (Cl 1.7-8; Cl 4.12). O que se sabe com certeza é que a igreja
estava sob a liderança de Epafras, como também ocorria com a igreja de Laodicéia e
Hierápolis (Cl 4.12-13).
O texto de Colossenses 4 e de Filemom 23 nos dão a entender que Epáfras estava preso
juntamente com Paulo, quando este escreve as chamadas “epístolas da prisão”: Efésios,
Filipenses, Colossenses, Filemon. Essa circunstância comum às quatro cartas faz com
que haja algumas semelhanças entre elas, principalmente entre Efésios e Colossenses
(Exemplo: Ef 6.21-22; Cl 4.7-9; Fm 10.23-24).
O propósito da carta – Paulo, que estava na cadeia (Cl 4.3,10 e 18), tinha recebido
notícias das falsas doutrinas que estavam sendo ensinadas aos cristãos de Colossos (Cl
2.8, Cl 2.16-23) e por isso escreveu esta carta para combater esses falsos ensinamentos
e trazer os colossenses de volta à verdadeira fé, que Epafras havia anunciado. Ele havia
ensinado que somente Jesus Cristo pode salvar, somente por meio dele é que os
pecados são perdoados. Portanto, que os colossenses continuem fiéis, tendo a sua fé
construída sobre um alicerce firme e seguro; e que não vão atrás de ensinamentos
inventados por qualquer um. Paulo fala da nova vida que os cristãos têm por estarem
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unidos com Cristo e de como essa vida se manifesta especialmente no amor de uns para
com os outros (Cl 3.12-14).
Destinatários e portador da carta – Além da carta ser destinada aos colossenses, nas
últimas saudações (Cl 4.7-17) Paulo pede que esta carta seja enviada à igreja de
Laodicéia, uma cidade vizinha, e que os cristãos de Laodicéia enviem aos colossenses a
carta que Paulo tinha escrito ou tinha a intenção de escrever a eles. A carta aos
colossenses foi levada a eles por Tíquico, e com ele viajou Onésimo (Cl 4.7-9), em favor
de quem Paulo escreveu a Carta a Filemom.
Local e data de escrita – Na prisão (Cl 4.3; Cl 4.18). Mas a cidade específica em que
Paulo estava encarcerado foi discutida na analise de Filipenses. Também, a data é
discutível e deve estar em sintonia com o local da escrita (a prisão). Se pudermos pensar
que Roma foi o local da prisão, teremos uma data no início da década de 60; se
pensarmos em outra cidade, provavelmente a data será no final dos anos 50.
Aqueles que rejeitam a autoria Paulina sustentam que não seria possível uma única
pessoa escrever cartas com tantas semelhanças (veja as palavras sobre Tíquico (Ef 6.21-
22 e Cl 4.7-8), mas também com diferenças significativas (o “mistério” é a unidade dos
judeus em Cristo em Ef 3.3-6, ao passo que é Cristo em Cl 2.2)). Mas aqueles que
entendem que Paulo é o autor são igualmente enfáticos em afirmar que duas mentes não
teriam sido capazes de produzir duas obras deste tipo com uma dose tão grande de
interdependência sutil mesclada com independência. Efésios é mais um desdobramento
do que uma cópia de trechos de Colossenses. Pode haver vocabulário semelhante, mas
também existem diferenças interessantes. Faz sentido pensar que Paulo escreveu
Colossenses tendo em mente uma situação específica e que, não muito depois escreveu
Efésios tendo propósitos mais amplos.
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COMENTÁRIO
Divisão do livro – Como já é comum no estilo paulino, a epístola apresenta duas partes:
doutrina (cap. 1 e 2) e aplicação prática (cap. 3 e 4). Paulo mostra de modo bastante
consciente o valor do conhecimento e da experiência. Precisamos também valorizar as
duas coisas, as quais precisam andar juntas (Os.4.6; Tg.1.22). O conhecimento isolado é
inútil. Na oportunidade em que puder ser aplicado, então torna-se proveitoso. Se
conhecermos a doutrina, mas não a colocarmos em prática, a mesma será inútil. Por
outro lado, a busca da experiência por parte de quem despreza o conhecimento, torna-se
uma aventura perigosa. Quem busca apenas experiências espirituais e não quer aprender
nada sobre Deus e sobre a bíblia, poderá, eventualmente, ter uma experiência com o
inimigo e ser enganado. Observe em Colossenses 2.18, que as visões podem estar
ligadas ao engano. Sabemos que Deus também dá visões (Jl 2.28), mas estas estarão
sempre coerentes com a bíblia. Portanto, o conhecimento será o filtro para a experiência.
O conhecimento é a base para o discernimento. Em Mateus 4, Jesus, ao ser tentado,
combateu o inimigo através da Palavra de Deus, à qual Cristo conhecia de cor, sabendo
também o seu real significado.
Na parte prática, Paulo dá instruções para os pais, esposas, maridos, filhos, servos e
senhores. Orienta também em relação à oração, à pureza e liberdade cristã.
Os gnósticos acreditavam que o mal estava ligado à matéria. Este conceito produzia
outros, bastantes perigosos. Criam que, sendo a matéria má, então não foi Deus quem a
criou, mas sim os anjos. Se a matéria é má, então a encarnação divina não poderia ser
considerada um fato nem uma possibilidade. Assim, estava criado um sistema doutrinário
que negava a divindade de Cristo e a obra da cruz.
Apesar de não ser diretamente responsável pela igreja em Colossos, Paulo reage
energicamente contra aquelas heresias que ameaçavam a sã doutrina. Em seu combate,
Paulo destaca a supremacia de Cristo. A sua divindade e a sua obra na cruz eram
elementos plenamente suficientes para a refutação de todos aqueles ensinamentos
judaicos e filosóficos (Cl 2.8-10). Se forma incisiva, Paulo derruba todos aqueles sofismas.
Ele destaca que o mistério que nos interessa é Cristo, o qual já foi revelado a nós. Então,
de nada importam os mistérios gnósticos (Cl. 1.26-27; Cl 2.2-3; Cl 4.3). Se conhecemos a
41
Cristo, não precisamos inquirir sobre nenhum outro mistério religioso ou filosófico. O
nome gnosticismo vem do termo "gnose", que significa conhecimento. Paulo usa a
mesma palavra para mostrar que o conhecimento de Deus através de Cristo é suficiente
para suprir as necessidades espirituais do homem (Cl. 1.9-10 e 27-28; Cl 2.2-3; Cl 3.16).
O gnosticismo atribuía a criação aos anjos, colocando-os como objeto de culto (2.18). A
isso, Paulo combate ao dizer que Cristo, sendo Deus, é o criador de todas as coisas,
inclusive dos anjos (Cl 1.13-17). Acrescenta ainda, que o Senhor Jesus está acima de
todos os poderes angelicais, sejam eles principados ou potestades, os quais estão
sujeitos ao senhorio de Cristo (Cl 2.10-15). Adorando anjos, os gnósticos estavam, de fato,
adorando demônios, pois os anjos de Deus não recebem culto. Paulo associa os "anjos
dos gnósticos" aos demônios quando diz que Cristo despojou os principados e potestades,
expondo-os ao desprezo.
Com relação às questões judaicas, Paulo insiste naqueles pontos já presentes nas outras
epístolas. Cristo já nos resgatou do domínio das exigências cerimoniais da lei. Ele a
cravou na cruz (Cl 2.14). O significado de Cristo em nós (Cl 1.27) supre totalmente o que
poderíamos buscar através da circuncisão (Cl 2.11; Cl 3.11), ou das festas, ou dos
sábados (Cl 2.16-17). Já temos Cristo. Então não precisamos mais desses elementos
judaicos, os quais possuíram o seu valor numa época em que Cristo não tinha vindo ao
mundo. Paulo diz que aqueles elementos do judaísmo eram "sombra". Cristo é a
realidade. Não precisamos mais da sombra. O autor da carta aos Hebreus usa a mesma
linguagem para comparar a lei e o judaísmo com a realidade cristã (Hb 8.5; 10.1).
Então, o apóstolo toca no que realmente era importante para os colossenses e continua
importante para nós. Ao invés de ficar preocupados com questões de alimentação, eles
deviam se preocupar em combater a prostituição, a avareza, a impureza, etc., pois estes
elementos atrairiam a ira de Deus sobre os homens (Cl. 3.5-6). Falando assim, Paulo
mostra que, enquanto os gnósticos associavam o mal à matéria, o mal está é no pecado,
na natureza pecaminosa do homem, e não na matéria em si.
42
alma humana. Por exemplo, se começarmos a fazer do "pensamento positivo" a causa do
nosso sucesso, então estaremos, sutilmente, negando a Cristo.
Assim acontece também com aquelas pessoas que dizem acreditar em Cristo, mas são
devotas de uma série de "santos" ou "guias". O acontece com elas? Fazem suas orações
a Jesus? Não. Acabam por ignorá-lo. Assim, de uma forma sutil, o diabo conseguiu o seu
objetivo. Aparentemente, ele não quer substituir Cristo, apenas "acrescentar" um
"personagem" aqui e outro ali. No final, Cristo já foi substituído na vida de muitas pessoas.
Paulo colocou em destaque a natureza e a obra de Cristo. Sendo quem ele é e tendo feito
o que ele fez por nós, não precisamos de nenhum outro "personagem" espiritual que
venha nos oferecer alguma coisa. Cristo é tudo o que precisamos para a nossa salvação.
Seus ensinamentos são os únicos que vão reger a nossa vida espiritual. Nele estão todas
as riquezas espirituais de Deus para os seus filhos. (Cl 1.27; Cl 2.2; Cl 3.16).
43
PRIMEIRA EPISTOLA AOS TESSALONICENSES
Fundação da Igreja – A igreja dos tessalonicenses foi fundada por Paulo em sua 2ª
viagem missionária (At 17.4). Tendo se levantado grande perseguição contra Paulo, este
fugiu para Corinto. Depois Timóteo voltou a Tessalônica para saber a situação da igreja a
fim de informar ao apóstolo.
Alguns irmãos haviam morrido e isso preocupava a igreja. Será que os irmãos mortos
ficariam para trás quando Jesus voltasse? Para esclarecer o assunto, Paulo escreveu a
primeira epístola aos tessalonicenses.
Pode-se sustentar, com base em uma inscrição, que o procônsul Gálio (perante o qual
Paulo foi levado em Corinto (At 18.12) chegou a Corinto no início do verão de 51 d.C..
Esta carta está, portanto, entre as mais antigas de Paulo que sobreviveram. Alguns
colocam Gálatas mais cedo, mas nenhuma das outras.
Propósito da carta – Pelo fato de Paulo ter te ficado em Tessalônica pouco tempo e de
não ter doutrinado a igreja de maneira mais sólida, a preocupação era de que talvez os
crentes não resistissem a perseguição ou absorvessem falsas doutrinas. Ao que parece
alguns da igreja estavam preocupados com a possível desvantagem daqueles crentes
que já haviam partido deste mundo, em comparação com os crentes que continuassem
vivos por ocasião da parousia (a vinda de Cristo). Alguns problemas éticos e de relações
44
sexuais foram motivo das cartas. As expressões “quanto à” procurou tratar de assuntos
que ele havia sido informado. Entretanto, Paulo também escreveu para expressar sua
alegria diante das boas noticias que havia recebido de Timóteo.
Textos-chave (no final de cada capítulo) – 1.10; 2.19-20; 3.13; 4.13-18; 5.23.
Classificação – Escatologia.
Esboço
ESBOÇO COMENTADO
45
daquela cidade. Será que eles iriam permanecer firmes diante de tanta oposição?
Timóteo trouxe então notícias da firmeza espiritual dos tessalonicenses. Isso foi motivo de
grande alegria para o apóstolo.
Admoestações sobre questões morais (4.1-12) – A epístola nos mostra que a igreja
dos tessalonicenses estava bem. Contudo, Paulo diz que eles podiam alcançar um estado
ainda melhor (4.1 e 9-10). Sempre existe um nível superior a ser alcançado. Além disso, o
autor admoesta contra alguns riscos que poderiam ameaçar a estabilidade espiritual
daqueles irmãos. Por isso, o capítulo 4 toca na questão moral. A admoestação que se
destaca é a que se refere à prostituição. Entre tantos pecados que poderiam ser citados,
por que Paulo mencionou a prostituição? Esse pecado é mencionado de forma destacada
em algumas partes das escrituras porque, juntamente com o adultério, tem se mostrado
uma das principais causas de quedas e escândalos (Ap 2.14; 1 Co 10.8; Jz 16.1 e 4; At
15.20; 1 Co 7.2).
Nós não estamos nas trevas (5.5). As trevas caracterizam a condição daquele que é cego
ou de quem está dormindo. A cegueira representa a ignorância. O sono representa
46
indiferença ou incredulidade. Se temos conhecimento sobre os últimos dias, não sejamos
indiferentes ou incrédulos, pois assim, o conhecimento não nos seria útil.
O versículo 3 do capítulo 5 nos mostra ainda a impossibilidade da paz mundial até que
Cristo volte. Isso pode estar relacionado aos conflitos do Oriente Médio, principalmente a
Israel, cuja menção é clara nas profecias dos combates escatológicos.
47
SEGUNDA EPÍSTOLA AOS TESSALONICENSES
Data – 51 d.C. e è bem provável que foi escrita apenas alguns meses depois da primeira
epistola aos Tessalonicenses (veja o comentário da primeira carta)
Local – Corinto.
Alguns membros da igreja parecem ter deixado o trabalho, considerando que a 2ª vinda
era iminente (3.6-12). Esse problema pode ocorrer ainda hoje, e até de forma mais
intensa. O cristão não pode usar a segunda vinda de Cristo como uma desculpa para a
preguiça. Espere a sua vinda, mas espere trabalhando, afim de que ele nos ache servindo
bem (Lc.12.43).
Na primeira epístola, Paulo falou sobre a segunda vinda de Cristo. Depois, escreveu a
segunda para avisar que antes deveriam ocorrer a manifestação do iníquo e a apostasia.
Esboço
I – Introdução e saudações - 1.1-2.
II – A igreja dos tessalonicenses e a 2a vinda de Cristo - 1.3-12.
III – Os eventos que devem preceder a 2a vinda - 2.1-17.
IV – Exortações éticas e práticas à luz da 2a vinda - 3.1-15.
48
V – Saudação final - 3.16-18.
Comentário – Novamente, Paulo faz elogios à igreja em relação à sua fé, seu amor e
firmeza no meio das tribulações. A tribulação pode tê-los feito pensar que já se tratava da
"grande tribulação" escatológica.
Anticristo é, antes de tudo, um espírito, ou uma atitude contra Cristo. Sob esse
enfoque, João diz que "muitos anticristos têm surgido". Uma forma de sua
manifestação é a oposição a Cristo. Outra maneira é a tentativa de se fazer passar
por Cristo, tentando assumir o seu lugar e tomar a sua honra. A expectativa a
respeito do Anticristo vem do Velho Testamento. O reino do Messias deveria ser
precedido por uma grande manifestação maligna. Tal personagem é muitas vezes
identificado como um homem, um grande líder político. Sob esse ponto de vista são
interpretadas algumas profecias do VT. O mesmo indivíduo é simbolizado através
da figura de animais. Estaria então relacionado com pelo menos uma das bestas
do Apocalipse. De acordo com a visão escatológica pré-milenista, o Anticristo se
manifestará e será aceito pela nação de Israel como se fosse o Messias. Em
seguida, haveria um curto período de paz. Seu governo incluiria um rigoroso
controle econômico. Na sequência, viria a grande tribulação, ainda sob o domínio
do Anticristo. Ao fim desse período haveria a segunda vinda de Cristo e a
destruição do iníquo.
Textos geralmente associados ao assunto: Ez.38 e 39; Dn. 7.9-12; Dn.9.24-27; Dn.
11.21,36 a 12.2; Mt.24.5-30; Apc.13.1,11,12,13; 19.19-20; Jo.5.43.
49
c1) Os títulos do Anticristo –
Homem violento – Is 16.4
Homem do pecado - 2 Ts 2.3
O príncipe que há de vir - Dn 9.26
O rei do norte – Dn 11.40
O angustiador – Is 51.13
O filho da perdição - 2 Ts 2.3
O iníquo - 2 Ts 2.8
O mentiroso - 1 Jo 2.22
O enganador - 2 Jo 7
O anticristo - 1 Jo 2.18-22; 1 Jo 4.3
A besta – Ap 11.7; Ap 13.1 e 7
O rei feroz - Dn.8.23-25.
c2) Suas ações – Sinais e injustiça. Ele mostrará o poder do diabo em ação.
Embora muitos digam o contrário, o Diabo tem poder. Ele pode fazer o que
Deus permite que ele faça. O Diabo faz sinais. E é importante que se diga
que a realização de sinais não determina a origem divina de um fato ou a
autoridade divina de um líder. O Diabo faz sinais, mas não ensina a justiça.
O objetivo dos seus sinais é manter o homem preso.
Assim aconteceu no Egito. O objetivo dos sinais dos magos de Faraó era
perpetuar a escravidão dos israelitas. Então, como vemos hoje, o maligno
oferece "trabalhos" para cura e "trabalhos" para matar as pessoas;
"trabalhos" para o sucesso e "trabalhos" para tomar o cônjuge de outra
pessoa.
50
d) Exortações éticas e práticas (Capítulo 3) – A ênfase nesse capítulo está sobre o
trabalho. Não devemos usar a expectativa da segunda vinda de Cristo como
desculpa para a preguiça, a ociosidade e a negligência. Existe nesse ponto o risco
de se adotarem posições extremas:
É necessário que tenhamos uma postura equilibrada conjugando fé, trabalho e vigilância.
51
QUESTIONÁRIO III
52
PRIMEIRA EPÍSTOLA DE PAULO A TIMÓTEO
Timóteo – Seu nome significa: "que adora (ou honra) a Deus". Seu pai era grego. Sua
mãe (Eunice) e avó (Lóide) eram judias cristãs. Elas foram o exemplo e a origem dos
primeiros conhecimentos que Timóteo recebeu a respeito de Deus. Quando Paulo esteve
em Listra, encontrou Timóteo, o qual passou a acompanhá-lo em suas viagens (At.16.1; 2
Tm.1.5; 2 Tm 3.14-15).
Por fim, foi encarregado de cuidar da igreja em Éfeso (1 Tm 3.2). Em alguma ocasião
esteve preso e depois foi solto (Hb.13.23). A tradição informa que Timóteo foi o 1º bispo
de Éfeso. Se for verdadeira a informação, então podemos vislumbrar a progressão
daquele ministro, que começando como evangelista, tornou-se pastor da igreja de Éfeso e
acabou chegando ao bispado (1 Tm 4.14; 1 Tm 1.3; 2 Tm 1.6; 2 Tm 4.5). Ainda, segundo
a tradição, Timóteo foi martirizado em Éfeso.
Autor – Paulo se apresenta como o autor das “Epistolas Pastorais” (1 e 2 Timóteo e Tito).
Entretanto a crítica moderna tem desafiado a autoria paulina destas epístolas, mas a
atestação dada pela igreja primitiva se reveste de importância primária em um exame
eqüitativo sobre a questão inteira.
Data – Caso Paulo tenha sido solto da prisão em Roma e tenha escrito esta carta no
transcorrer de suas atividades missionárias subsequente, seve-se atribuir esta carta a
uma data nos anos 60, provavelmente no início da década.
53
Destinatário – Esta carta não foi escrita a igreja de Éfeso em geral, antes foi direcionada
particularmente a Timóteo. A carta nos mostra algumas evidências da particularidade
deste escrito:
Essa foi uma das epístolas pastorais de Paulo (1 Tm, 2 Tm e Tt), escrita com o objetivo
de animar, estimular e instruir o jovem Timóteo a respeito de questões bastante práticas.
Com Paulo surgiu o que poderíamos chamar de uma "escola ministerial". Paulo ensinou a
Timóteo que, por sua vez, deveria ensinar a outros e estes continuariam a transmissão do
ensinamento.
Esboço
I – Saudação – 1.1-2.
II – A incumbência de opor-se aos falsos mestres – 1.3-11.
III – O testemunho de Paulo – 1.12-17.
IV – Exortação a que se milite a boa milícia – 1.18-20.
V – A oração – 2.1-8.
VI – Os deveres das mulheres cristãs – 2.9-15
VII – Oficiais da igreja – bispos e diáconos – 3.1-13.
VIII – Admoestações contra a apostasia e as doutrinas de demônios – 3.14 a 4.5.
IX – Instruções sobre a conduta do ministro – 4.6 a 6.19.
X – O tratamento com os transgressores, as viúvas, os anciãos, os escravos e os ricos.
(5.1 a 6.19).
XI – Conclusão – 6.20-21.
Comentário
- Saudação – 1.1-2
54
ministério não são apresentados como meio de enriquecimento nem como um
descanso confortável. É uma milícia, um combate constante.
- A oração – 2.1-8
Paulo insta que sejam feitas orações por todos, principalmente por aqueles em
posição de autoridade, afim de que promovam condições em que as pessoas
possam chegar à salvação. Não só nas cartas pastorais, mas em todas as
epístolas, o apostolo Paulo parece revelar um precioso segredo, a oração. A vida
de oração é a base da vida cristã para Paulo. Na maioria de suas cartas ele inicia
com ações de graça e oração, e sempre diz estar orando pelos seus queridos
irmãos (exemplos: Cl 1.3; Fp 1.3; Ef 3.14-21).
No caso da carta a Timóteo, Paulo mostra a força do seu pensamento com a expressão
“antes de tudo”, demonstrando prioridade e urgência. Conversar com deus é tão
necessário que o apóstolo se utiliza de quatro expressões sinônimas: súplicas, orações,
intercessões, e ações de graças.
- Onde orar?
Em todo lugar – I Tm 2.8
Na prisão – II Tm 2.8,9 (Paulo estava preso, e mostra que a oração deve estar
presente em locais e situações extremamente adversas). Conf. At 16.24-26
- Com Gratidão (Paulo demonstra a motivação correta de uma vida de oração; com
alegria, e não por obrigação ou imposição) – II Tm 1.3
Os deveres das mulheres cristãs (2.9-15) – Aqui Paulo fala da maneira como as
mulheres devem se vestir e viver. Como já foi comentado na análise de Coríntios,
primeiramente é importante considerar que o cristianismo sempre foi uma religião de
revelação escrita e as mulheres naquele tempo não tinham oportunidade de alfabetização
e de estudo. Assim era muito difícil a mulher ter alguma participação no culto, pois não
tinham bom conhecimento da Palavra (Antigo Testamento).
Também Paulo fala para as mulheres usarem o véu. Dentro do contexto histórico da
prostituição cultual á Afrodite, comentaristas nos informam que quando uma mulher usava
o véu, isso significava que ela estava submissa a um homem, quer seja seu marido, seu
55
pai ou um parente responsável. Quando se via uma mulher sem véu e com o cabelo
tosquiado, ou até mesmo raspado, já se deduzia que a mesma está totalmente disponível.
Essa era a maneira como as prostitutas eram identificadas.
Sendo assim as mulheres precisavam agir com modéstia, precisavam usar o véu e
manter seus cabelos compridos. (veja 3.11 e Rm 16.1 – mulheres no serviço da igreja),
(Confira com 1 Co 11.3-16 e 14.34-40 e 1 Pe 3.1-6).
Em resumo, os líderes são responsáveis tanto pela crença quanto pelo estilo de vida da
comunidade cristã local. Não interessa o tipo de liderança, ou o departamento da Igreja
local, são todos responsáveis pela transmissão da fé.
Em outros momentos, ele nos diz que não podemos fazer nada. É o tipo de estratégia
apresentada em 1 Tm 4.3: "Proibindo o casamento e ordenando a abstinência de
alimentos que Deus criou para os fiéis".
56
Por isso precisamos entender o que a Bíblia representa para nós em tempos de combater
o bom combate. Veremos abaixo que a Bíblia é autoridade, que ela é necessária e que
ela é suficiente.
A necessidade das Escrituras – Deus nos deu a Bíblia para dirigir a crença e o
comportamento do seu povo. Nossas ideias a respeito de Deus e nossa conduta devem
ser medidas, testadas, e quando necessárias corrigidas e ampliadas de acordo com a
Bíblia, como padrão de referência. Os textos abaixo nos mostram que a Bíblia é
necessária para:
Ensino – 2 Tm 3.16
Repreensão – 2 Tm 3.16; 4.2
Correção – 2 Tm 2.16; 4.2
Educação na Justiça – 2 Tm 3.16.
Exortar – 2 Tm 4.2
Tornar sábio – 2 Tm 3.15
Podemos fazer uma pergunta: quando esta Palavra é necessária? Segundo Paulo em
todas as ocasiões, “a tempo e a fora de tempo”, mesmo por que ela não esta presa a
nenhuma circunstancia da vida (2 Tm 2.9). Toda a necessidade implica em urgência.
A suficiência das Escrituras – A Bíblia é suficiente para atingir seus propósitos últimos.
A expressão “suficiência” exclui qualquer outra coisa que posa ajudar ou complementar as
Escrituras. Não há nenhuma sabedoria humana que possa conduzir o homem às
finalidades que a bíblia propõe. A bíblia é suficiente em si mesmo para que:
A palavra “maneje”, no grego, era usada com referência aos instrumentos de corte, que
eram utilizados para fabricação de certos utensílios e exigia que os cortes tivessem uma
precisão cirúrgica. Isso mostra a seriedade que devemos ter ao manejar a palavra de
Deus, e essa “precisão” só será alcançada com aplicação. Também Paulo o instruía
santidade pessoal. 4.11-16.
57
O tratamento com os transgressores, as viúvas, os anciãos, os escravos, os ricos
(5.1 a 6.19) (Confira com Tito 1.10 a 3.11) – Paulo dá conselhos ao jovem Timóteo de
como tratar homens mais velhos e mais novos, mulheres mais velhas e mais novas e
viúvas (5.1-16) e dá instruções especiais sobre presbíteros (5.17-20), o comportamento
do próprio Timóteo (5.21-25) e sobre escravos (6.1-2).
Uma vez mais Paulo adverte contar mestres e o perigo do amor ao dinheiro (6.3-10); ele
insta Timóteo a fugir de todo esse tipo de conduta, exortando-o a viver corretamente
(6.11-16). Timóteo deve determinar aos ricos que façam o bem e, desse modo, acumulem
tesouros onde é importante tê-los (6.17-19).
Conclusão (6.20-21) – A carta termina com outra exortação ao jovem amigo de Paulo
para que esteja firme na fé. Paulo, por fim, acrescenta sua bênção.
58
SEGUNDA EPÍSTOLA DE PAULO A TIMÓTEO
Local de Escrita – Paulo escreve consciente de que sua vida está quase no fim (4.6). A
palavra para “defesa” (apologia – 4.16) é com frequência usada para uma defesa em
tribunal. Parece então que devemos concluir que Paulo está preso, e tem diante de si a
perspectiva de ser executado em breve. Ele diz que Onesífero o procurou e o achou em
Roma (1.16-17), o que torna provável que era ali que ele se achava preso. Essa seria a
sua segunda prisão em Roma, o que não está registrado em Atos.
Destinatário – A carta declara ter sido escrita a Timóteo (1.1-2), e o conteúdo confirma
isso. Detalhes pessoais como referências a Lóide e Eunice (1.5); as lágrimas de Timóteo
(1.4); a imposição das mãos de Paulo sobre ele (1.6); as referências ao fato de Paulo ter
sido abandonado (1.15; 4.10); as orações por Onesífero e a referência a suas atividades
anteriores em Éfeso (1.16-18). Este é o tipo de coisa que se espera em uma carta pessoal.
O mesmo vale para as admoestações pessoais a Timóteo (2.1-2, 22.26; 3.14; 4.2, 5) e o
trecho no final da carta, em forma de conversa informal, em que Paulo dá notícias de
amigos e algumas informações sobre si mesmo (4.9-22).
Esboço
I – Saudações – 1.1-5
II – Incumbência para Timóteo: desperte o dom – 1.6-18.
III – 2ª incumbência – seja forte – 2.1-19.
IV – 3ª incumbência – seja vigilante – 2.20 a 3.17.
V – 4ª incumbência – pregue a palavra – 4.1-8.
VI – Saudações finais – 4.9-22.
Comentário – Paulo se encontrava preso novamente em Roma. Dessa vez, seria morto.
Essa foi sua última epístola, embora não esteja em último lugar na ordem adotada para o
Novo Testamento. O apóstolo demonstra coragem, mesmo estando consciente do seu
destino (4.6-8). Ele não se entrega as murmurações. Apenas relata que foi abandonado
por todos, exceto por Lucas (1.15; 4.11). Encontra-se velho e teme pelo inverno que se
aproxima. Pede que Timóteo vá ter com ele levando sua capa e seus livros (4.13,21).
60
EPISTOLA DE PAULO A TITO
Local de origem – Macedônia
Data – Início da década de 60 d.C. Após a libertação de Paulo de sua primeira prisão em
Roma. (veja o comentário em Primeira Timóteo)
Classificação – Eclesiologia. Essa é uma das epístolas pastorais. (Em ordem cronológica
foram escritas 1 Tm. Tito e 2 Tm.)
Tito – Embora fosse grego, seu nome vem do latim e significa "louvável". As referências a
Tito no Novo Testamento apresentam seu itinerário ministerial:
De acordo com a tradição, Tito se estabeleceu em Creta, ficando ali até a sua velhice.
61
algumas podem ter surgido pela ação de judeus convertidos no dia de Pentecoste
(At.2.11).
Esboço
I - Introdução – 1.1-4.
II - Deveres e qualificações dos ministros – 1.5-9.
III - Os falsos mestres – 1.10-16.
IV - Instruções em relação ao comportamento cristão – 2.1-10.
V - A salvação – 2.11-15.
VI - A vida cristã na sociedade – 3.1-11.
VII - Conclusão – 3.12-15
Comentário
- Introdução (1.1-4) – Nesta saudação de Paulo ele chama Tito de “filho”, assim
como fez com Timóteo. De início o apóstolo j a mostra dois pontos centrais de sua
epístola quando ele fala do “pleno conhecimento da verdade segundo a piedade”
(1.1). Ele está projetando o assunto de ensino e conduta.
Não devemos reclamar daquilo que faz parte do propósito de Deus para nós. A
situação em Creta poderia não ser muito confortável para Tito, mas, se tudo
estivesse bem, sua presença não seria necessária.
62
Tanto em 1Tmóteo, como em Tito, Paulo descreve as qualificações e responsabilidades
dos líderes da Igreja:
Em resumo, os líderes são responsáveis tanto pela crença quanto pelo estilo de vida da
comunidade cristã local. Não interessa o tipo de liderança, ou o departamento da Igreja
local, são todos responsáveis pela transmissão da fé.
- “Falar” (v1) o que está de acordo com a sã doutrina é “laleo” - afirmar, proclamar”.
Não é um falar despretensioso, mas de compromisso. Isso só é possível quando
temos um estilo de vida de acordo com a sã doutrina.
- “Ser você mesmo um exemplo” (v.6) é typon. Sugere um padrão a ser seguido.
Ensinamos os caminhos de Deus às outras pessoas por meio do nosso exemplo
de vida.
63
- “Ensinar” (v.7) é didaskalia, o ato da instrução tipicamente verbal.
- “Repreender” (v.15) é elencho, que significa “trazer à luz, expor”. No contexto isso
significa convencer ou até mesmo reprovar.
Todas estas palavras de Paulo demonstram que o seu modelo de ensino tem um “fio
condutor” que é a afetividade. Estas variadas expressões de ensino nos mostram
compromisso, relacionamento, exemplo, empatia, e etc. Ao contrário de qualquer modelo
secular. Com estas orientações paulinas aprendemos que o verdadeiro discipulado tem
suas raízes no modelo de ensino dos hebreus, que têm objetivos extensivos à conduta de
vida, e que seu caráter é extremamente afetivo, de empatia.
A salvação (2.11-15) – Como sempre, Paulo dedica parte de sua epístola para reforçar o
ensinamento a respeito dos fundamentos da fé cristã.
Universalidade da graça divina (2.11) – "a todos os homens". Esse texto é um dos que
derrubam a teoria da predestinação absoluta para a salvação ou para a perdição.
Divindade de Cristo (2.13) – a divindade de Jesus é algo bastante claro para o apóstolo
Paulo.
O valor das boas obras (2.14; 3.1,8 e 14) – Essas passagens às destacam, são os frutos
do cristão. Não se trata apenas de obras de caridade, mas ações justas de modo geral. A
salvação é pela graça e pelo amor de Deus (3.4-5), mas as boas obras acompanham a
salvação. É o testemunho diário do cristão.
O que o líder deve transmitir – Paulo tinha a preocupação com a transmissão eficaz da
fé cristã às gerações seguintes. Portanto, as cartas pastorais descrevem um sistema de
ensino, que foi divinamente preparado para transmitir tanto a verdade quanto a vida. Só
os temas tratados em Tito já são suficientes para nos apresentar o conteúdo da fé cristã,
como descriminado a seguir:
64
Essas verdades devem ser declaradas e preservadas. Mas se lermos Tito novamente,
perceberemos que esta carta também nos dá um bom resumo do estilo de vida cristão;
dos discípulos de Cristo e dos líderes. Nessa carta lemos algumas especificações.
- Santidade (1.1)
- Fé (1.2; 2.2)
- Qualidades do líder (1.5-9)
- Ministério do líder (1.8,9)
- Moderação (2.2)
- Amor (2.2-4)
- Autocontrole (2.2,5-6)
- Perseverança (2.2)
- Prática de boas obras (2.7; 3.1, 8, 14)
- Integridade pessoal (2.7,10)
- Seriedade (2.7)
- Sujeição à autoridade (2.9; 3.1)
- Confiabilidade (2.10)
- Rejeição do pecado (2.12)
- Humildade (3.2)
- Consideração (3.2)
- Pacífico (3.2)
- Harmonia (3.10)
Contudo o apóstolo Paulo Tinha plena consciência de que nenhum sistema é a prova de
“acidentes”; temos de prestar muita atenção ao elemento humano. Por isso, por repetidas
vezes Paulo ressalta a importância de “homens fiéis” (2Tm 2.2), aos quais deve ser
confiada a transmissão da fé; homens que estarão capacitados a ensinar a outros.
A vida cristã na sociedade (3.1-11) – A epístola fala das relações na igreja, na família,
no trabalho e na sociedade. Em todos esses lugares existe o conceito de autoridade e
governo. O evangelho afetará todas as áreas da vida do convertido.
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EPÍSTOLA DE PAULO A FILEMOM
Filemon – Era um homem rico da cidade de Colossos. Seu nome grego significa "amável".
Embora Paulo não tivesse visitado Colossos pessoalmente (Cl 2.1), Filemom
aparentemente se converteu por seu intermédio (v.19).
Esboço
I – Saudações e ações de graças – 1-7.
II – Apelo de Paulo a favor de Onésimo – 8-21.
III – Saudações finais – 22-25.
Comentário
Paulo estava velho e preso em Roma (1.9-10 e 13).
Na casa de Filemom se reunia uma igreja. De acordo com os comentaristas, Áfia seria o
nome da esposa de Filemom e Arquipo, seu filho (1.2).
Retorno do escravo Onésimo (1.8-20).
Onésimo havia fugido para Roma. Era um escravo esperto e visionário. Foi logo para a
capital do Império. Talvez tenha furtado de Filemom antes de fugir. Em Roma, encontra-
se com o apóstolo Paulo e se converte ao evangelho. Em seguida retorna a Colossos
junto com Tíquico, levando a carta a Filemom e também a epístola aos Colossenses
(Cl.4.9).
O nome Onésimo significa "útil", exatamente o que não tinha sido para Filemom, mas
passaria a ser (1.11). A carta enfatiza a transformação de uma vida. O convertido precisa
reparar o erro cometido, se isso for possível. Para Onésimo, era possível voltar à casa do
seu senhor. Portanto, devia fazê-lo. Restituir o dinheiro furtado, entretanto, não era
possível (1.18).
Nessa carta, chama-nos a atenção a questão da escravidão. Paulo não condenou tal
prática. Afinal, estava mandando o escravo de volta ao seu dono. Temos uma ideia de
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escravidão muito vinculada à prática portuguesa no Brasil. Entretanto, podemos amenizar
esse conceito quando estudamos a respeito da servidão entre os judeus.
Um judeu poderia se tornar escravo do outro como forma de pagar uma dívida. O
contexto de Onésimo não era judaico, mas devemos observar que Paulo aconselhou
Filemom a tratar o escravo como um irmão amado. Então, o texto não está endossando a
prática de crueldades contra os escravos. Mesmo assim, a questão parece não estar
ainda resolvida. Talvez esperássemos que Paulo "proclamasse a liberdade" de Onésimo.
Contudo, não o fez. O fato é que o evangelho não é uma metodologia de revolução social,
mas de revolução pessoal. Paulo não poderia simplesmente dizer que Onésimo estava
livre. Onde ele iria morar? Quem garantiria o seu sustento. Então, o melhor a fazer era
retornar à casa de Filemom.
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QUESTIONÁRIO IV
a) Autor:
________________________________________________________________________
b) Data:
________________________________________________________________________
d) Destinatário:
________________________________________________________________________
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BIBLIOGRAFIA BÁSICA
KEENER, Craig. Comentário Bíblico Atos; Novo Testamento. Belo Horizonte, Atos, 2004.
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SOUZA, Itamir Neves - 70 Sermões Expositivos no Livro de Atos dos Apóstolos.
Apostila do SEBEMGE – Anísio Renato Andrade
Bíblia de Referência Thompson - Tradução de João Ferreira de Almeida - Versão
Contemporânea - Ed. Vida.
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