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5368 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.

o 195 — 19 de Agosto de 2004

d) A Portaria n.o 283/98, de 6 de Maio; mais medicamentos experimentais, ou a analisar


e) A Portaria n.o 608/99, de 9 de Agosto. a absorção, a distribuição, o metabolismo e a
eliminação de um ou mais medicamentos expe-
Artigo 34.o rimentais, a fim de apurar a respectiva segurança
ou eficácia;
Entrada em vigor b) «Centro de ensaio» o local de realização de
1 — A presente lei entra em vigor no dia seguinte ensaio em estabelecimento de saúde, público
ao da sua publicação. ou privado, laboratório ou outra entidade
2 — A disposição legal referida na alínea c) do dotada dos meios materiais e humanos adequa-
artigo 33.o mantém-se transitoriamente em vigor até à dos à realização de um ensaio clínico, situado
publicação das portarias referidas no artigo 8.o no território nacional ou no território de qual-
quer Estado membro da União Europeia ou de
Aprovada em 8 de Julho de 2004. um Estado terceiro;
c) «Ensaio clínico multicêntrico» o ensaio clínico
O Presidente da Assembleia da República, João realizado de acordo com um único protocolo,
Bosco Mota Amaral. em mais de um centro de ensaio e, consequen-
temente, por dois ou mais investigadores;
Promulgada em 2 de Agosto de 2004. d) «Ensaio sem intervenção» o estudo no âmbito
Publique-se. do qual os medicamentos são prescritos de
acordo com as condições previstas na autori-
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. zação de introdução no mercado desde que a
inclusão do participante numa determinada
Referendada em 5 de Agosto de 2004. estratégia terapêutica não seja previamente
O Primeiro-Ministro, Pedro Miguel de Santana Lopes. fixada por um protocolo de ensaio, mas dependa
da prática corrente; a decisão de prescrever o
medicamento esteja claramente dissociada da
Lei n.o 46/2004 decisão de incluir ou não o participante no
estudo; não seja aplicado aos participantes qual-
de 19 de Agosto quer outro procedimento complementar de
Aprova o regime jurídico aplicável à realização diagnóstico ou de avaliação, e sejam utilizados
de ensaios clínicos com medicamentos de uso humano métodos epidemiológicos para analisar os dados
recolhidos;
A Assembleia da República decreta, nos termos da e) «Medicamento experimental» a forma farma-
alínea c) do artigo 161.o da Constituição, para valer cêutica de uma substância activa ou placebo,
como lei geral da República, o seguinte: testada ou utilizada como referência num ensaio
clínico, incluindo os medicamentos cuja intro-
dução no mercado haja sido autorizada, mas
CAPÍTULO I sejam utilizados ou preparados, quanto à forma
Disposições gerais farmacêutica ou acondicionamento, de modo
diverso da forma autorizada, ou sejam utilizados
Artigo 1.o para uma indicação não autorizada ou desti-
nados a obter mais informações sobre a forma
Objecto e âmbito
autorizada;
1 — A presente lei transpõe para a ordem jurídica f) «Boas práticas clínicas» o conjunto de requisitos
nacional a Directiva n.o 2001/20/CE, do Parlamento de qualidade, em termos éticos e científicos,
Europeu e do Conselho, de 4 de Abril, relativa à apro- reconhecidos a nível internacional, que devem
ximação das disposições legislativas, regulamentares e ser respeitados na concepção, na realização, no
administrativas dos Estados membros respeitantes à registo e na notificação dos ensaios clínicos que
aplicação de boas práticas clínicas na condução dos envolvam a participação de seres humanos, e
ensaios clínicos de medicamentos para uso humano, e cuja observância constitui uma garantia de pro-
estabelece o regime jurídico da realização de ensaios tecção dos direitos, da segurança e do bem-estar
clínicos em seres humanos com a utilização de medi- dos participantes nos ensaios clínicos, bem como
camentos de uso humano. da credibilidade desses ensaios;
2 — A presente lei não se aplica aos ensaios sem inter- g) «Promotor» a pessoa, singular ou colectiva, ins-
venção, os quais são objecto de regulamentação própria. tituto ou organismo responsável pela concepção,
realização, gestão ou financiamento de um
ensaio clínico;
Artigo 2.o
h) «Monitor» o profissional, dotado da necessária
Definições competência científica ou clínica, designado
pelo promotor para acompanhar o ensaio clínico
Para efeitos do disposto nesta lei, entende-se por:
e para o manter permanentemente informado,
a) «Ensaio ou ensaio clínico» qualquer investiga- relatando a sua evolução e verificando as infor-
ção conduzida no ser humano, destinada a des- mações e dados coligidos;
cobrir ou verificar os efeitos clínicos, farmaco- i) «Investigador» um médico ou uma outra pessoa
lógicos ou os outros efeitos farmacodinâmicos que exerça profissão reconhecida em Portugal
de um ou mais medicamentos experimentais, para o exercício da actividade de investigação,
ou identificar os efeitos indesejáveis de um ou devido às habilitações científicas e à experiência
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na prestação de cuidados a doentes que a mesma t) «Acontecimento adverso» qualquer manifesta-


exija, que se responsabiliza pela realização do ção nociva registada num doente ou num par-
ensaio clínico no centro de ensaio e, sendo caso ticipante tratado por um medicamento, inde-
disso, pela equipa que executa o ensaio nesse pendentemente da existência de relação causal
centro; neste caso, pode ser designado inves- com o tratamento;
tigador principal; u) «Reacção adversa» qualquer manifestação nociva
j) «Investigador-coordenador» o investigador res- e indesejada registada a um medicamento expe-
ponsável pela coordenação de todos os investi- rimental num doente ou participante no decurso
gadores de todos os centros de ensaio nacionais do ensaio clínico, independentemente da dose
que participam num ensaio clínico multicên- administrada;
trico; v) «Acontecimento adverso grave ou reacção adversa
l) «Brochura do investigador» a compilação dos grave» a manifestação que, independentemente
dados clínicos e não clínicos relativos ao(s) da dose administrada, provoque a morte, ponha
medicamento(s) experimental(ais) pertinentes em perigo a vida do participante, requeira a
para o estudo desse ou desses medicamentos hospitalização ou o prolongamento da hospi-
no ser humano; talização, resulte em deficiência ou incapaci-
m) «Protocolo» o documento que descreve os dade significativas ou duradouras ou se traduza
objectivos, a concepção, a metodologia, os em anomalia ou malformação congénitas ou que
aspectos estatísticos e a organização de um seja considerada clinicamente relevante pelo
ensaio, incluindo as versões sucessivas e as alte- investigador;
rações daquele documento; x) «Reacção adversa inesperada» a reacção adversa
n) «Participante» a pessoa que participa no ensaio cuja natureza ou gravidade não esteja de acordo
clínico quer como receptor do medicamento com a informação existente relativa ao medi-
experimental quer para efeitos de controlo; camento, nomeadamente na brochura do inves-
o) «Consentimento livre e esclarecido» a decisão, tigador, no caso de medicamento experimental
expressa mediante declaração obrigatoriamente não autorizado, ou no resumo das características
reduzida a escrito, datada e assinada, de par- do medicamento, no caso de um medicamento
ticipar num ensaio clínico, tomada livremente autorizado.
por uma pessoa dotada de capacidade para dar Artigo 3.o
o seu consentimento ou, na falta daquela capa-
cidade, pelo seu representante legal, após ter Primado da pessoa
sido devidamente informada sobre a natureza, 1 — Os ensaios são realizados no estrito respeito pelo
o alcance, as consequências e os riscos do ensaio princípio da dignidade da pessoa e dos seus direitos
e ter recebido documentação adequada; excep- fundamentais.
cionalmente, se o declarante não estiver em con- 2 — Os direitos dos participantes nos ensaios preva-
dições de dar o seu consentimento por escrito, lecem sempre sobre os interesses da ciência e da
este pode ser dado oralmente, na presença de sociedade.
duas testemunhas;
p) «Comissão de Ética para a Investigação Clínica Artigo 4.o
(CEIC)» o organismo independente constituído Princípios de boas práticas clínicas
por profissionais de saúde e outros, incumbido
de assegurar a protecção dos direitos, da segu- 1 — Todos os ensaios, incluindo os estudos de bio-
rança e do bem-estar dos participantes nos disponibilidade e de bioequivalência, devem ser con-
ensaios clínicos e de garantir a mesma junto cebidos, realizados, registados e notificados de acordo
do público, a quem compete, em regra, emitir com os princípios das boas práticas clínicas, aplicáveis
o parecer único; à investigação em seres humanos.
q) «Comissões de ética para a saúde (CES)» as 2 — Os princípios das boas práticas clínicas e as linhas
entidades criadas pelo Decreto-Lei n.o 97/95, directrizes pormenorizadas conformes com esses prin-
de 10 de Maio, às quais compete, sempre que cípios são adoptados e, se necessário, revistos, de acordo
solicitadas pela CEIC, emitir o parecer previsto com o progresso científico e técnico, por deliberação
na presente lei; do conselho de administração do Instituto Nacional da
r) «Comissão de ética competente (CEC)» a comis- Farmácia e do Medicamento, adiante designado por
são encarregue de emissão do parecer único pre- INFARMED.
visto na presente lei, quer se trate da CEIC,
quer se trate de uma CES designada pela CEIC CAPÍTULO II
para esse fim; Direitos e deveres das partes no ensaio
s) «Inspecção» a actividade que consiste no con-
trolo oficial dos documentos, instalações, regis- SECÇÃO I
tos, sistemas de garantia de qualidade e quais-
quer outros elementos que sejam pela autori- Dos participantes e sua protecção
dade competente considerados relacionados
com o ensaio clínico, independentemente de se Artigo 5.o
encontrarem no centro de ensaio, nas instala- Avaliação de riscos e benefícios
ções do promotor ou do organismo de inves-
tigação contratado, ou em qualquer outro esta- 1 — A realização de ensaios depende de avaliação
belecimento cuja inspecção seja considerada prévia que conclua que os potenciais benefícios indi-
necessária; viduais para o participante no ensaio e para outros par-
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ticipantes, actuais ou futuros, superam os eventuais ris- Artigo 7.o


cos e inconvenientes previsíveis. Participantes menores
2 — Compete ao conselho de administração do
INFARMED deliberar sobre a avaliação e a conclusão Para além de outras condições impostas por lei, um
referidas no número anterior, nos termos da presente ensaio apenas pode ser realizado em menores se:
lei. a) Tiver sido obtido o consentimento livre e escla-
3 — A decisão prevista no número anterior deve ser recido do representante legal, o qual deve reflec-
negativa, se os benefícios terapêuticos e para a saúde tir a vontade presumível do menor, podendo
pública não justificarem os riscos. ser revogado a todo o tempo, sem prejuízo para
4 — Durante a realização do ensaio, o respeito pelas este último;
condições estabelecidas no n.o 1 deverá ser objecto de b) O menor tiver recebido, por parte de pessoal
supervisão permanente. qualificado do ponto de vista pedagógico, infor-
mações sobre o ensaio e os respectivos riscos
e benefícios, adequadas à sua capacidade de
Artigo 6.o compreensão;
c) O investigador ou, se for esse o caso, o inves-
Condições mínimas de protecção dos participantes tigador principal considerar o desejo expresso
do menor que seja capaz de formar uma opinião
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, um e avaliar as informações de se recusar a par-
ensaio só pode realizar-se se, em relação ao participante ticipar ou de se retirar do ensaio a qualquer
no ensaio ou, nos casos previstos nos artigos 7.o e 8.o, momento;
ao seu representante legal, forem cumpridos os seguintes d) Não forem concedidos quaisquer incentivos ou
requisitos: benefícios financeiros, sem prejuízo do reem-
bolso das despesas e do ressarcimento ou com-
a) Em entrevista prévia com o investigador ou um pensação pelos prejuízos sofridos com a par-
ticipação no ensaio;
membro da equipa de investigação, lhe forem
e) O ensaio tiver uma relação directa com o quadro
explicados, de modo completo e em linguagem clínico do menor ou quando, pela sua natureza,
adequada à sua capacidade de compreensão, os apenas puder ser realizado em menores e com-
objectivos, os riscos e os inconvenientes do portar benefícios directos para o grupo de par-
ensaio, bem como as condições em que este ticipantes, desde que seja essencial para validar
será realizado; dados obtidos em ensaios realizados em pessoas
b) Na entrevista referida na alínea anterior, for capazes de dar o seu consentimento livre ou
informado do direito que lhe assiste de, a qual- através de outros métodos de investigação;
quer momento, se retirar do ensaio; f) Forem respeitadas as orientações científicas
c) Estiver assegurado o direito à integridade moral pertinentes aprovadas pelo conselho de admi-
e física, bem como o direito à privacidade e nistração do INFARMED, em consonância com
à protecção dos dados pessoais que lhe dizem as orientações da Agência Europeia de Medi-
camentos;
respeito, de harmonia com o respectivo regime g) O ensaio tiver sido concebido para minimizar
jurídico; a dor, o mal-estar, o medo ou qualquer outro
d) For obtido o consentimento livre e esclarecido, previsível risco relacionado com a doença e com
nos termos previstos na presente lei, devendo o grau de sofrimento desta, devendo o limiar
a correspondente declaração escrita conter a do risco e o grau de sofrimento ser especifi-
informação sobre a natureza, o alcance, as con- camente fixados e objecto de permanente veri-
sequências e os riscos do ensaio; ficação;
e) Existir um seguro que cubra a responsabilidade h) O protocolo tiver sido aprovado pela comissão
do promotor, do investigador, da respectiva de ética competente, nos termos da presente
equipa e do proprietário ou órgão de gestão lei, a qual, para o efeito, deve estar dotada de
do centro de ensaio, nos termos do disposto competência em matéria de pediatria ou obter
aconselhamento sobre as questões clínicas, éti-
no artigo 14.o;
cas e psicossociais da pediatria.
f) Os cuidados médicos dispensados e as decisões
médicas tomadas em relação ao participante Artigo 8.o
forem da responsabilidade de um médico devi-
Participantes maiores incapazes de darem
damente qualificado ou, se for o caso, de um o consentimento livre e esclarecido
dentista habilitado;
g) For designado um contacto, junto do qual seja 1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 6.o, quando
possível obter informações mais detalhadas. um participante maior não estiver em condições de pres-
tar o consentimento livre e esclarecido, a realização do
ensaio depende do preenchimento cumulativo dos requi-
2 — O participante, ou o seu representante legal, sitos referidos nos números seguintes.
pode revogar, a todo o tempo, o consentimento livre 2 — A participação em ensaios de maiores que, antes
e esclarecido, sem que incorra em qualquer forma de do início da sua incapacidade, não tenham dado nem
responsabilidade ou possa ser objecto de quaisquer recusado o consentimento livre e esclarecido só é pos-
medidas que ponham em causa o direito à saúde e à sível se:
integridade moral e física. a) Tiver sido obtido o consentimento livre e escla-
3 — A revogação não carece de forma especial, recido do respectivo representante legal, nos
podendo ser expressa ou tácita. termos do número seguinte;
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b) A pessoa incapaz de dar o consentimento livre d) Propor o investigador, comprovando documen-


e esclarecido tiver recebido informações ade- talmente a qualificação científica e a experiência
quadas à sua capacidade de compreensão sobre profissional deste, e assegurar que este realiza
o ensaio e os respectivos riscos e benefícios; o ensaio em conformidade com as exigências
c) O investigador ou, se for esse o caso, o inves- legais e regulamentares aplicáveis;
tigador principal considerar o desejo explícito e) Facultar ao investigador todos os dados quími-
do participante que seja capaz de formar uma co-farmacêuticos, toxicológicos, farmacológicos
opinião e avaliar as informações de se recusar e clínicos relevantes que garantam a segurança
a participar ou de se retirar do ensaio a qualquer do medicamento e todas as informações neces-
momento; sárias à boa condução dos ensaios;
d) Não forem concedidos quaisquer incentivos f) Estabelecer e manter um sistema de segurança
nem benefícios financeiros, sem prejuízo do e vigilância do ensaio mediante monitorização
reembolso das despesas e do ressarcimento ou efectuada sob responsabilidade médica;
compensação pelos prejuízos sofridos com a g) Assegurar o cumprimento dos deveres de noti-
participação no ensaio; ficação, comunicação e de informação previstos
e) O ensaio for essencial para validar dados obtidos na presente lei;
em ensaios realizados em pessoas capazes de h) Notificar a conclusão do ensaio, em conformi-
dar o consentimento livre e esclarecido ou atra- dade com o disposto no artigo 28.o;
vés de outros métodos de investigação e estiver i) Cumprir as demais obrigações legais e regula-
directamente relacionado com o quadro de mentares aplicáveis.
perigo de vida ou de debilidade de que sofra
o participante em causa; 3 — O promotor deve indicar a entidade e local junto
f) O ensaio tiver sido concebido para minimizar da qual o participante pode obter mais informações por-
a dor, o mal-estar, o medo ou qualquer outro menorizadas relativas ao ensaio.
previsível risco relacionado com a doença e com
o grau de sofrimento desta, devendo o limiar Artigo 10.o
de risco e o grau de sofrimento ser especifi-
Investigador
camente fixados e objecto de permanente veri-
ficação; Incumbe ao investigador, designadamente:
g) O protocolo tiver sido aprovado pela comissão
de ética competente, nos termos da presente a) Realizar o ensaio em conformidade com as exi-
lei, a qual, para o efeito, deve estar dotada de gências legais e regulamentares aplicáveis;
competência específica no domínio da patologia b) Informar e esclarecer o participante ou o seu
e da população em causa ou obter o respectivo representante, nos termos da presente lei;
aconselhamento em questões clínicas, éticas e c) Obter o consentimento livre e esclarecido, nos
psicossociais ligadas à doença e à população em termos da presente lei;
d) Cumprir os deveres de recolha, registo e noti-
causa;
ficação de reacções e acontecimentos adversos
h) Existir a legítima expectativa de que a admi-
previstos na presente lei;
nistração do medicamento experimental com-
e) Propor ao promotor alterações ao protocolo,
porte para o participante benefícios que supe-
bem como a suspensão dos ensaios, sempre que
rem quaisquer riscos ou não impliquem risco ocorram razões justificativas;
algum. f) Assegurar o registo rigoroso das fichas clínicas,
bem como de todas as informações recolhidas
3 — O consentimento livre e esclarecido prestado durante o ensaio, e elaborar um relatório final;
pelo representante legal deve reflectir a vontade pre- g) Garantir a confidencialidade na preparação,
sumível do participante, aplicando-se o disposto nos realização e conclusão do ensaio, bem como das
n.os 2 e 3 do artigo 6.o informações respeitantes aos participantes no
ensaio;
SECÇÃO II h) Responsabilizar-se pelo acompanhamento médico
dos participantes durante e após a conclusão
Dos responsáveis pela realização do ensaio do mesmo e manter o responsável do centro
de ensaio informado do seu andamento.
Artigo 9.o
Promotor Artigo 11.o
1 — O promotor ou o seu representante legal devem Monitor
estar estabelecidos num Estado membro da União
Europeia. 1 — As informações a prestar pelo monitor ao pro-
2 — Compete ao promotor: motor compreendem a verificação das condições indis-
pensáveis à realização do ensaio, a informação prestada
a) Apresentar à CEIC o pedido de parecer, nos a toda a equipa de investigação e o cumprimento das
termos previstos na alínea b) do n.o 4 do condições de autorização.
artigo 18.o; 2 — O monitor garante que os dados são registados
b) Requerer ao conselho de administração do de forma correcta e completa.
INFARMED autorização para a realização do 3 — O monitor deve ainda verificar se o armazena-
ensaio de acordo com o disposto no artigo 16.o; mento, a distribuição, a devolução e a documentação
c) Celebrar o contrato financeiro com o centro de dos medicamentos em investigação cumprem com as
ensaio, nos termos estabelecidos no artigo 12.o; normas de boas práticas clínicas.
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Artigo 12.o CAPÍTULO III


Contrato financeiro Condições de realização do ensaio

1 — Os termos da realização do ensaio, as condições Artigo 15.o


da sua efectivação e os aspectos económicos com ele
relacionados devem constar de contrato a celebrar entre Autorização prévia
o promotor e o centro ou centros de ensaio envolvidos. 1 — A realização de ensaios carece de autorização
2 — Do contrato devem constar os seguintes ele- prévia do conselho de administração do INFARMED,
mentos: nos termos previstos nos artigos seguintes.
a) Os custos directos do ensaio estabelecidos pelo 2 — O pedido de autorização pode ser apresentado
centro de ensaio, identificando, de forma indi- simultaneamente com o pedido de parecer referido no
vidualizada, a remuneração do investigador e artigo 20.o
dos restantes membros da equipa; Artigo 16.o
b) Os custos indirectos, considerando-se como tais Procedimento de autorização prévia
os dispendidos na utilização de meios auxiliares
de diagnóstico, os decorrentes de internamento 1 — O pedido de autorização é apresentado pelo pro-
não previsto do participante, os decorrentes do motor, instruído com os seguintes elementos:
reembolso das despesas e do ressarcimento ou
a) O protocolo;
compensação pelas despesas e pelos prejuízos
b) A brochura do investigador;
sofridos pelo participante;
c) A identificação completa do promotor do ensaio
c) Os prazos de pagamento;
clínico, do investigador ou investigador principal
d) Todas as demais condições estabelecidas entre
e do investigador-coordenador;
as partes.
d) A identificação e as qualificações de todos os
Artigo 13.o membros da equipa envolvidos no ensaio clí-
nico;
Remuneração do investigador
e) A identificação dos centros de ensaio envolvi-
1 — Nas condições previstas no artigo anterior, é per- dos, bem como declaração emitida pelo respon-
mitida a remuneração do investigador ou do investigador sável dos centros de ensaio indicando os termos
principal, conforme os casos, e dos membros da sua da respectiva participação;
equipa referidos no n.o 6 do artigo 14.o f) No caso de ensaios multicêntricos envolvendo
2 — Sempre que o investigador ou o investigador centros de ensaio de outros Estados membros
principal ou os membros da sua equipa sejam funcio- da União Europeia ou de países terceiros, a
nários ou agentes do Serviço Nacional de Saúde, a remu- identificação das respectivas autoridades com-
neração prevista no contrato financeiro será paga pelo petentes, bem como, se existirem, os pareceres
centro de ensaio. das comissões de ética aí proferidos, traduzidos
para a língua portuguesa;
Artigo 14.o g) Os elementos referidos nas alíneas i), j) e l)
do n.o 3 do artigo 20.o;
Responsabilidade h) Outros elementos considerados necessários.
1 — O promotor e o investigador respondem, soli-
2 — No prazo não superior a 60 dias, o conselho de
dária e independentemente de culpa, pelos danos patri-
administração do INFARMED delibera sobre o pedido
moniais e não patrimoniais sofridos pelo participante
de autorização.
imputáveis ao ensaio.
3 — Se o INFARMED solicitar ao requerente infor-
2 — O promotor deve obrigatoriamente contratar um
mações ou documentos complementares ao pedido apre-
seguro destinado a cobrir a responsabilidade civil esta-
sentado, o prazo referido no número anterior suspen-
belecida no número anterior.
de-se até à recepção das informações ou documentos
3 — Presumem-se imputáveis ao ensaio os danos que
em causa.
afectem a saúde do participante durante a realização
4 — A autorização considera-se tacitamente conce-
do ensaio e no ano seguinte à sua conclusão e, decorrido
dida se, cumulativamente:
o período anteriormente referido, cabe ao participante
provar que o dano é imputável ao ensaio. a) Tiver decorrido o prazo previsto no n.o 2, des-
4 — A autorização concedida pelo INFARMED e o contado o período de suspensão previsto no
parecer da comissão de ética competente não constituem n.o 3;
fundamento de exclusão ou limitação da responsabili- b) O INFARMED não tiver comunicado ao pro-
dade prevista no presente artigo. motor o seu parecer negativo, nos termos do
5 — O disposto na presente lei não constitui funda- artigo 22.o, ou as suas objecções fundamentadas.
mento para exoneração do promotor, do investigador,
dos membros da respectiva equipa e do centro de ensaio 5 — No caso de o INFARMED emitir um parecer
das formas de responsabilidade disciplinar, civil, con- negativo, o promotor pode, no prazo que lhe for fixado
tra-ordenacional ou penal estabelecidas na lei. para o efeito, alterar, uma única vez, o conteúdo do
6 — Para efeitos do número anterior, são conside- pedido de autorização, suspendendo-se o prazo do n.o 2
rados membros da equipa todos aqueles que integram até à apresentação da modificação.
a equipa de investigação e ainda os profissionais que, 6 — A não modificação do pedido, em conformidade
por força das suas funções, participam directa e ime- com o número anterior, implica a sua rejeição, não
diatamente no ensaio. podendo realizar-se o ensaio.
N.o 195 — 19 de Agosto de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 5373

Artigo 17.o b) Emitir o parecer previsto no artigo 20.o, sem


prejuízo do disposto no artigo 19.o;
Casos especiais
c) Receber e validar o pedido de parecer apre-
1 — O INFARMED pode decidir sobre a necessidade sentado pelo promotor;
de autorização expressa para os ensaios que envolvam d) Acompanhar a actividade das comissões de ética
medicamentos: para a saúde, no que concerne aos ensaios;
e) Elaborar o relatório anual de actividades e sub-
a) Sem autorização de introdução no mercado e metê-lo à apreciação do Ministro da Saúde.
que constem do anexo A do Regulamento
(CEE) n.o 2309/93, do Conselho, de 22 de Julho; 6 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
b) Que apresentem características especiais, desig- a CEIC poderá designar uma CES para a emissão do
nadamente aqueles cujas substância ou substân- parecer, sempre que a especificidade do ensaio o exija
cias activas sejam produtos biológicos de origem ou se ocorrer outro motivo justificado, devendo comu-
humana ou animal, contenham componentes nicar ao promotor essa decisão.
biológicos de origem humana ou animal ou cuja 7 — Compete à comissão que emite o parecer previsto
produção requeira a utilização de tais com- na presente lei:
ponentes.
a) Avaliar de forma independente os aspectos
metodológicos, éticos e legais dos ensaios que
2 — Dependem sempre de autorização expressa os lhe são submetidos, bem como emitir os pare-
ensaios clínicos que envolvam os seguintes medica- ceres a que se referem os artigos 20.o e 23.o;
mentos: b) Monitorizar a execução dos ensaios, em especial
a) De terapia génica; no que diz respeito aos aspectos éticos e à segu-
b) De terapia celular somática; rança e integridade dos participantes;
c) Que contenham organismos geneticamente modi- c) Emitir parecer sobre a alteração, suspensão ou
ficados; revogação da autorização concedida para a rea-
d) De terapia celular xenogénica. lização do ensaio;
d) Prestar todas as informações e esclarecimentos
3 — Nos casos previstos nas alíneas a), b) e c) do sobre os pedidos que lhe forem apresentados;
número anterior, o prazo de 60 dias para a decisão pode e) Assegurar a participação de peritos independen-
ser prorrogado por mais 30 dias. tes na avaliação dos pedidos que lhe são reme-
4 — O prazo de 90 dias referido no número anterior tidos, sempre que tal se revele necessário;
pode ainda ser prorrogado por mais 90 dias, caso haja f) Assegurar o acompanhamento do ensaio desde
lugar à consulta a grupos ou comités de peritos. o seu início até à apresentação do relatório final.
5 — A decisão relativa a ensaios que envolvam medi-
camentos de terapia celular xenogénica não está sujeita Artigo 19.o
a qualquer prazo. Comissões de ética para a saúde
6 — Não podem ser realizados quaisquer ensaios
envolvendo terapia génica que dêem origem a modi- Nos casos e condições previstos no artigo anterior,
ficações na identidade genética germinal do partici- as CES criadas pelo Decreto-Lei n.o 97/95, de 10 de
pante. Maio, são competentes para a emissão do parecer pre-
7 — A autorização prevista na presente lei é conce- visto na presente lei.
dida sem prejuízo da eventual aplicação dos regimes Artigo 20.o
jurídicos relativos à utilização confinada de microrga-
Parecer
nismos geneticamente modificados e à libertação deli-
berada no ambiente de organismos geneticamente 1 — A realização de ensaios é obrigatoriamente pre-
modificados. cedida de parecer favorável da comissão de ética desig-
nada nos termos da presente lei.
Artigo 18.o 2 — O pedido de parecer é apresentado pelo pro-
Comissão de Ética para a Investigação Clínica motor à CEIC, instruído de acordo com as indicações
pormenorizadas a estabelecer por deliberação do con-
1 — É criada a Comissão de Ética para a Investigação selho de administração do INFARMED.
Clínica, adiante designada por CEIC, dotada de inde- 3 — No seu parecer a comissão de ética competente
pendência técnica e científica, cuja composição, finan- deve pronunciar-se obrigatoriamente sobre:
ciamento e regras de funcionamento são objecto de por- a) A pertinência do ensaio e da sua concepção;
taria do Ministro da Saúde. b) Se o resultado da avaliação dos benefícios e
2 — A CEIC funciona na dependência do Ministro riscos previsíveis é favorável;
da Saúde, junto do INFARMED. c) O protocolo;
3 — Os membros da CEIC são nomeados por des- d) A aptidão do investigador principal e dos res-
pacho do Ministro da Saúde, precedendo anuência do tantes membros da equipa;
respectivo ministro da tutela, se for caso disso. e) A brochura do investigador;
4 — A remuneração dos membros da CEIC é fixada f) A qualidade das instalações;
por despacho conjunto dos Ministros das Finanças e g) A adequação e o carácter exaustivo das infor-
da Saúde. mações escritas a prestar, assim como o pro-
5 — Compete à CEIC: cedimento de obtenção do consentimento livre
e esclarecido;
a) Definir os requisitos materiais e humanos que h) A fundamentação da realização do ensaio em
as comissões de ética para a saúde devem reunir pessoas incapazes de prestar o consentimento
para estarem habilitadas a emitir parecer livre e esclarecido, nos termos da alínea e) do
quando para o efeito designadas pela CEIC; artigo 7.o e da alínea e) do n.o 2 do artigo 8.o;
5374 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 195 — 19 de Agosto de 2004

i) As disposições sobre indemnização e compen- b) Não alterem a interpretação das provas cien-
sação por danos patrimoniais e não patrimo- tíficas em que assenta a realização do ensaio.
niais, incluindo o dano morte, imputáveis ao
ensaio; 2 — Caso se verifiquem algumas das circunstâncias
j) Todos os seguros destinados a cobrir a respon- referidas no número anterior, a modificação do pro-
sabilidade do investigador e do promotor;
l) Os montantes e as modalidades de retribuição tocolo é requerida pelo promotor à comissão de ética
ou compensação eventuais dos investigadores competente e só pode realizar-se após parecer favorável
e dos participantes nos ensaios clínicos e os ele- desta.
mentos pertinentes de qualquer contrato finan- 3 — No caso previsto no número anterior, o promotor
ceiro previsto entre o promotor e o centro de deve igualmente notificar ao INFARMED os motivos
ensaio; e o teor das alterações propostas.
m) As modalidades de recrutamento dos parti- 4 — A comissão de ética emite o parecer no prazo
cipantes. de 35 dias contados da data do pedido referido no n.o 2,
com base nos elementos referidos no n.o 3 do artigo 20.o
4 — O parecer fundamentado deve ser comunicado e nos pareceres adoptados no quadro de ensaios
à CEIC, ao requerente e ao INFARMED, no prazo multicêntricos.
máximo de 60 dias, a contar da recepção do pedido
pela CEIC, sem prejuízo do disposto no artigo seguinte. 5 — Se o parecer for favorável e o INFARMED ou
5 — A articulação entre a CEIC e a CES bem como qualquer das autoridades dos restantes Estados mem-
os critérios de designação da comissão de ética que emite bros envolvidos não emitirem objecções fundamentadas,
o parecer previsto na presente lei são regulados por o promotor prossegue o ensaio de acordo com o pro-
portaria do Ministro da Saúde. tocolo alterado.
6 — Se o parecer for favorável mas o INFARMED
Artigo 21.o ou qualquer das autoridades dos restantes Estados mem-
bros envolvidos emitirem objecções fundamentadas, o
Suspensão e prorrogação de prazos
promotor só pode prosseguir o ensaio se adaptar o pro-
1 — No decurso do prazo previsto no n.o 4 do artigo tocolo às objecções transmitidas ou se retirar a proposta
anterior e do n.o 4 do artigo 23.o, a comissão de ética de modificação.
competente pode solicitar, uma única vez, informações
complementares ao requerente.
2 — No caso previsto no número anterior, o prazo Artigo 24.o
para a emissão do parecer suspende-se até à recepção
Medidas urgentes de segurança
das informações requeridas.
3 — O prazo para a emissão do parecer pode ser pror- 1 — Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, o
rogado por mais 30 dias quando os ensaios clínicos promotor e o investigador adoptam todas as medidas
envolvam medicamentos:
urgentes que se mostrem adequadas à protecção dos
a) De terapia génica; participantes contra qualquer risco imediato para a sua
b) De terapia celular somática; segurança, nomeadamente resultante da superveniência
c) Que contenham organismos geneticamente modi- de qualquer facto relacionado com o desenrolar do
ficados. ensaio clínico ou com o desenvolvimento do medica-
mento experimental.
4 — Quando o prazo referido no número anterior for
de 90 dias pode ainda ser prorrogado por mais 90 dias, 2 — O promotor transmite sem demora ao INFAR-
caso haja lugar à consulta a grupos ou comités de peritos. MED, às demais autoridades competentes dos Estados
5 — O parecer sobre ensaios que envolvam medica- membros envolvidos e à comissão de ética os elementos
mentos de terapia celular xenogénica não está sujeito de risco e as medidas adoptadas.
a qualquer prazo.
Artigo 22.o Artigo 25.o
Parecer do INFARMED
Suspensão ou revogação da autorização do ensaio
1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos anteriores,
o INFARMED pode emitir parecer sobre os elementos 1 — O INFARMED pode suspender ou revogar a
previstos nas alíneas i), j) e l) do n.o 3 do artigo 20.o, autorização concedida se tiver razões objectivas para
para os efeitos previstos nos n.os 3 a 6 do artigo 16.o considerar que deixaram de estar preenchidas as con-
2 — O parecer do INFARMED é notificado ao pro- dições em que se fundamentou a autorização ou se dis-
motor no prazo máximo de 60 dias a contar da data puser de informação que suscite dúvidas quanto à segu-
da apresentação do pedido referido no n.o 1 do rança ou ao fundamento científico do ensaio clínico.
artigo 16.o 2 — Excepto em caso de urgência, a deliberação de
suspensão ou revogação da autorização do ensaio clínico
CAPÍTULO IV deve ser precedida de audiência escrita do promotor,
Realização de ensaios clínicos o qual dispõe do prazo de sete dias consecutivos para
o efeito.
Artigo 23.o 3 — A deliberação do INFARMED é notificada,
Alterações ao protocolo simultaneamente, ao promotor, às autoridades compe-
tentes dos outros Estados membros envolvidos, à Comis-
1 — Após o início de um ensaio, o promotor pode são Europeia, à Agência Europeia de Medicamentos
introduzir modificações no protocolo desde que estas e à comissão de ética competente.
não sejam substanciais e: 4 — Existindo motivos objectivos para considerar que
a) Não tenham incidências na segurança dos par- qualquer interveniente no ensaio e, em particular, o pro-
ticipantes; motor ou o investigador, não cumpra as suas obrigações,
N.o 195 — 19 de Agosto de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 5375

o INFARMED comunica ao faltoso as medidas que ocorridas durante esse período, bem como um relatório
este deve adoptar para corrigir a referida situação. relativo à segurança dos participantes.
5 — As medidas referidas no número anterior são 6 — O promotor informará, igualmente, os restantes
igualmente transmitidas às demais autoridades compe- investigadores.
tentes dos Estados membros envolvidos, à Comissão
Europeia e, consoante o caso, à comissão de ética para
Artigo 28.o
a saúde competente e à CEIC.
Conclusão do ensaio clínico

Artigo 26.o 1 — A conclusão do ensaio deve ser notificada pelo


promotor ao INFARMED e demais autoridades com-
Registo e notificação de acontecimentos adversos
petentes envolvidas, bem como à comissão de ética com-
1 — O investigador deve notificar ao promotor, no petente, no prazo de 90 dias.
prazo máximo de vinte e quatro horas, todos os acon- 2 — Se a conclusão do ensaio tiver de ser antecipada,
tecimentos adversos graves, excepto os que se encontrem o prazo previsto no número anterior é reduzido para
identificados no protocolo ou na brochura do investi- 15 dias, devendo os motivos ser claramente expostos
gador como não carecendo de notificação imediata. na notificação.
2 — Após a notificação referida no número anterior, 3 — A notificação é elaborada e apresentada de
o investigador apresenta ao promotor um relatório acordo com as indicações pormenorizadas aprovadas por
escrito pormenorizado, no prazo máximo de cinco dias. deliberação do conselho de administração do INFAR-
3 — Na notificação e nos relatórios posteriores, os MED.
participantes são identificados por meio de um número
de código. CAPÍTULO V
4 — Os acontecimentos adversos ou os resultados
anormais das análises laboratoriais definidos no pro- Medicamentos experimentais
tocolo como determinantes para as avaliações de segu-
rança são igualmente notificados, de acordo com os Artigo 29.o
requisitos de notificação e dentro dos prazos especi- Fabrico ou importação de medicamentos experimentais
ficados no protocolo.
5 — Em caso de notificação da morte de um par- 1 — O fabrico ou importação de medicamentos expe-
ticipante, o investigador transmite ao promotor e à rimentais estão sujeitos a autorização do conselho de
comissão de ética competente todas as informações com- administração do INFARMED, que é válida durante
plementares que lhe sejam solicitadas. o período de realização do ensaio.
6 — O promotor deve manter registos pormenoriza- 2 — A instrução do pedido de autorização de fabrico
dos de todos os acontecimentos adversos que lhe sejam ou importação bem como as informações que devem
notificados por qualquer investigador, devendo, se soli- constar da apresentação do requerimento são definidas
citado a fazê-lo, enviá-los às autoridades dos Estados por deliberação do conselho de administração do
membros envolvidos. INFARMED.
3 — O fabrico e a importação observam o disposto
Artigo 27.o nas normas sobre boas práticas de fabrico dos medi-
camentos de uso humano, aprovadas por portaria do
Notificação de reacções adversas graves Ministro da Saúde.
1 — O promotor deve assegurar que todos os dados Artigo 30.o
importantes relativos a suspeitas de reacções adversas Obrigação do titular da autorização
graves inesperadas que tenham causado ou possam cau-
sar a morte do participante são registados e notificados 1 — O titular da autorização referida no artigo ante-
ao INFARMED, às autoridades competentes de todos rior fica obrigado a dispor, de forma efectiva e per-
os Estados membros envolvidos e à comissão de ética manente, de um farmacêutico qualificado, nos termos
competente, no prazo máximo de sete dias contados do Decreto-Lei n.o 10/88, de 15 de Janeiro, no que se
a partir do momento em que deles tomar conhecimento. refere ao fabrico e ao controlo de qualidade de medi-
2 — Toda a informação superveniente considerada camentos, que assuma as obrigações referidas no
relevante deve ser comunicada no prazo de oito dias artigo seguinte.
contados do termo do prazo previsto no número 2 — O titular da autorização é solidariamente res-
anterior. ponsável com o técnico referido no número anterior.
3 — Todas as outras suspeitas de reacções adversas
graves inesperadas devem ser notificadas pelo promotor
Artigo 31.o
ao INFARMED, às restantes autoridades competentes
envolvidas e à comissão de ética competente tão cedo Obrigações do farmacêutico
quanto possível, no prazo máximo de 15 dias contados
1 — Sem prejuízo das suas relações com o fabricante
a partir do seu conhecimento pelo promotor.
e o importador, o farmacêutico qualificado referido no
4 — O INFARMED regista todas as suspeitas de
n.o 1 do artigo anterior é, nomeadamente, responsável:
reacções adversas graves inesperadas de um medica-
mento experimental que lhe sejam notificadas. a) Em relação ao fabrico e controlo de cada lote
5 — Durante a realização do ensaio e até à sua con- de medicamentos experimentais fabricado em
clusão, o promotor deve apresentar anualmente ao Portugal, pelo cumprimento de normas que
INFARMED e à comissão de ética competente uma estabelecem os princípios e directrizes de boas
lista de todas as suspeitas de reacções adversas graves práticas de fabrico de medicamentos experimen-
5376 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 195 — 19 de Agosto de 2004

tais, de acordo com as especificações do produto c) Os participantes no ensaio clínico apresentem


e a informação transmitida para efeitos do dis- situações clínicas que estejam incluídas nas indi-
posto no artigo 16.o; cações constantes da autorização de introdução
b) Em relação ao controlo de cada lote de medi- no mercado do referido medicamento.
camentos experimentais fabricado em países ter-
ceiros, pelo cumprimento de normas no mínimo
equivalentes às referidas na alínea anterior, de CAPÍTULO VI
acordo com as especificações do produto e a
informação transmitida para efeitos do disposto Competência, fiscalização e controlo
no artigo 16.o;
c) Em relação aos medicamentos experimentais
que sejam medicamentos de comparação pro- Artigo 33.o
venientes de países terceiros e neles possuam Autoridade competente
uma autorização de introdução no mercado,
pelo respeito pelas normas referidas nas alíneas 1 — O INFARMED é a autoridade competente, para
anteriores, ou, na impossibilidade de tal com- os efeitos previstos na presente lei, cabendo-lhe ainda
provação documental, pela realização das aná- proceder à inspecção das boas práticas de ensaios clí-
lises, ensaios ou verificações necessários para nicos, no contexto de um ensaio clínico ou fora dele.
confirmar que a sua qualidade está conforme 2 — Tendo em vista verificar o cumprimento das dis-
com a informação notificada juntamente com posições relativas às boas práticas clínicas e às boas prá-
o pedido de autorização, nos termos do disposto ticas de fabrico, o INFARMED credenciará trabalha-
no artigo 16.o, sem prejuízo das inspecções a dores seus para inspeccionar, nomeadamente:
que haja lugar;
d) Em relação a cada lote de fabrico, pelo registo a) Os locais concretos onde o ensaio clínico se
e atestação, em livro de registo próprio ou docu- realiza;
mento equivalente; b) O local concreto de fabrico do medicamento
e) Pela actualização permanente do livro de registo experimental;
ou documento equivalente referidos na alínea c) Os laboratórios de análises utilizados para o
anterior. ensaio clínico;
d) As instalações do promotor.
2 — O livro de registo ou documento equivalente deve
ser mantido à disposição da autoridade competente 3 — O INFARMED, através dos seus trabalhadores
durante 10 anos.
credenciados para o efeito, pode ainda:
3 — Os medicamentos experimentais provenientes de
outro Estado membro da União Europeia não estão a) Proceder, nas instalações do promotor ou do
sujeitos a quaisquer controlos posteriores, desde que: centro de ensaio, à recolha e apreensão da docu-
mentação relacionada com o ensaio clínico,
a) Esteja cumprido o disposto nas alíneas a), b)
ou c) do n.o 1; sempre que tal diligência se revele necessária
b) Se apresentem acompanhados dos certificados à obtenção de prova;
de libertação dos lotes, assinados pelo técnico b) Proceder à selagem dos locais das instalações
qualificado. do promotor ou do centro de ensaio em que
se encontrem ou sejam susceptíveis de encontrar
documentação e outros elementos de informa-
Artigo 32.o ção necessários à obtenção de prova, durante
Rotulagem de medicamentos experimentais
o período e na medida estritamente necessária
à realização das diligências a que se refere a
1 — As informações que figuram na embalagem exte- alínea anterior.
rior dos medicamentos experimentais ou, se esta não
existir, no respectivo acondicionamento primário devem 4 — As inspecções são realizadas em nome da União
ser redigidas em língua portuguesa. Europeia, em articulação com as instâncias internacio-
2 — As informações podem igualmente ser redigidas nais competentes, por iniciativa do INFARMED ou a
noutras línguas, sem prejuízo do disposto no número requerimento da Comissão Europeia.
anterior. 5 — O INFARMED comunica a realização da ins-
3 — As informações referidas no n.o 1 devem observar pecção e os respectivos resultados à Agência Europeia
as normas de boas práticas de fabrico dos medicamentos de Medicamentos.
de uso humano. 6 — Os resultados das inspecções realizadas pelas
4 — As normas referidas no número anterior devem autoridades competentes de outros Estados membros,
conter disposições específicas no respeitante à rotula- ao abrigo das obrigações impostas pela ordem jurídica
gem de medicamentos experimentais que apresentem comunitária, são reconhecidos pelo INFARMED.
as seguintes características: 7 — Após a realização da inspecção, o INFARMED
a) Não requeiram, para a sua concepção, um elabora um relatório da inspecção, que deve ser colocado
fabrico ou uma embalagem particular; à disposição da entidade inspeccionada, salvo na parte
b) Sejam realizados com medicamentos experi- que contenha informações confidenciais.
mentais que, nos Estados membros envolvidos, 8 — Mediante a apresentação de pedido fundamen-
beneficiem de uma autorização de introdução tado, o INFARMED pode ainda disponibilizar o rela-
no mercado e tenham sido fabricados ou impor- tório da inspecção às autoridades competentes de outros
tados de acordo com o regime jurídico dos medi- Estados membros, à Agência Europeia de Medicamen-
camentos de uso humano; tos ou à comissão de ética competente.
N.o 195 — 19 de Agosto de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 5377

Artigo 34.o nos centros de ensaio situados no território nacional,


Contra-ordenações
que deve incluir o registo pormenorizado:
a) Dos dados extraídos do pedido de autorização
1 — Sem prejuízo da responsabilidade civil, penal ou
referido no artigo 16.o;
disciplinar pelos factos em causa, constitui contra-or-
b) Das alterações ao pedido referido na alínea
denação punível com coima no montante mínimo de
anterior, na sequência de apresentação de objec-
E 5000 e máximo de E 500 000:
ções fundamentadas pelo INFARMED, nos ter-
a) A realização de ensaio sem autorização do mos previstos no n.o 5 do artigo 16.o;
INFARMED ou em desconformidade com os c) Do parecer previsto no artigo 20.o;
termos em que a mesma foi concedida; d) Das alterações ao protocolo, nos termos pre-
b) A realização de ensaio clínico sem o parecer vistos no artigo 23.o;
favorável da comissão de ética para a saúde e) Da notificação prevista no artigo 28.o;
competente; f) Da menção das inspecções realizadas para veri-
c) A realização ou continuação de ensaio em cen- ficar a observância das boas práticas clínicas;
tro de ensaio não dotado dos meios materiais g) Dos dados relativos aos casos de suspeitas de
e humanos adequados; reacções adversas graves inesperadas previstas
d) A continuação de ensaio cuja autorização haja no artigo 26.o, que tenham sido levadas ao seu
sido suspensa ou revogada; conhecimento.
e) A utilização de medicamento experimental fora
das condições previstas na presente lei; 2 — Os dados contidos na base de dados referida no
f) A violação dos deveres de confidencialidade e número anterior podem ser disponibilizados pelo
de protecção dos dados pessoais dos participan- INFARMED, mediante pedido fundamentado e obser-
tes no ensaio; vadas as necessárias garantias de confidencialidade, à
g) A realização de ensaio sem que o participante comissão de ética competente e a outras entidades que
tenha sido previamente informado dos seus nisso demonstrem interesse relevante.
objectivos, riscos, inconvenientes do ensaio e 3 — O INFARMED colabora com a Comissão Euro-
condições em que este será realizado ou pres- peia no cumprimento das obrigações que a esta incum-
tado o consentimento livre e esclarecido; bem, por força da legislação comunitária aplicável,
h) O incumprimento do disposto no n.o 2 do designadamente no respeitante à introdução na base
artigo 9.o; de dados europeia dos dados referidos no n.o 1, nos
i) A concessão aos participantes de quaisquer termos do artigo seguinte.
incentivos ou benefícios financeiros não permi- 4 — Só podem aceder à base de dados europeia as
tidos pela presente lei; autoridades competentes dos Estados membros, a Agên-
j) O fabrico ou importação de medicamentos cia Europeia de Medicamentos e a Comissão Europeia.
experimentais sem autorização; 5 — Para além dos elementos introduzidos na base
l) O incumprimento das disposições regulamen- de dados europeia, o INFARMED só fornece infor-
tares aprovadas ao abrigo da presente lei. mações complementares relativas a um ensaio mediante
pedido fundamentado apresentado por uma das enti-
2 — A tentativa e a negligência são puníveis. dades referidas no número anterior.
6 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
o INFARMED poderá publicar no seu sítio na Internet
Artigo 35.o
informação referente aos ensaios clínicos autorizados
Processo de contra-ordenação em Portugal, centros de ensaio envolvidos, área tera-
pêutica e respectiva população em estudo, salvo opo-
1 — A instrução dos processos de contra-ordenação
sição expressa do promotor.
compete ao INFARMED.
2 — A aplicação das coimas compete ao presidente
do conselho de administração do INFARMED. Artigo 38.o
Normas orientadoras
Artigo 36.o
O conselho de administração do INFARMED aprova,
Afectação do produto das coimas tendo em conta as directrizes aprovadas a nível comu-
O produto das coimas cobradas é distribuído da nitário e para efeitos de aplicação no território nacional,
seguinte forma: normas orientadoras, designadamente relativas à:

a) 40 % para o INFARMED; a) Definição de princípios de boas práticas clínicas;


b) 60 % para o Estado. b) Apresentação e conteúdo do pedido previsto no
artigo 16.o;
c) Documentação a apresentar em apoio do pedido
CAPÍTULO VII referido na alínea anterior, relativa à qualidade
e fabrico do medicamento experimental, aos tes-
Intercâmbio de informações tes toxicológicos e farmacológicos, ao protocolo
e às informações clínicas relativas ao medica-
Artigo 37.o mento experimental, nomeadamente a brochura
Base de dados
para o investigador;
d) Apresentação do pedido e documentação a
1 — O INFARMED é responsável pela criação de apresentar aquando do pedido de parecer pre-
uma base de dados sobre ensaios clínicos efectuados visto no artigo 20.o;
5378 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 195 — 19 de Agosto de 2004

e) Apresentação e conteúdo da proposta de alte- Artigo 41.o


ração do protocolo, após o início do ensaio, nos Circuito do medicamento experimental
termos previstos no artigo 23.o, no respeitante
às alterações substanciais nele introduzidas; 1 — Nos estabelecimentos de saúde integrados no Ser-
f) Notificação de conclusão do ensaio clínico pre- viço Nacional de Saúde, os medicamentos experimentais
vista no artigo 28.o; e os dispositivos utilizados para a sua administração, bem
g) Base de dados europeia e intercâmbio dos dados como os demais medicamentos já autorizados eventual-
dela constantes, por via electrónica, no respeito mente necessários ou complementares à realização de
estrito pelo princípio da confidencialidade dos ensaios, devem ser armazenados e cedidos pelos respec-
mesmos; tivos serviços farmacêuticos hospitalares.
h) Requisitos mínimos para a autorização de fabrico 2 — Para efeitos do número anterior, os serviços far-
ou importação de medicamentos experimentais, macêuticos hospitalares devem manter registos e con-
aplicáveis tanto ao requerente como, posterior- firmação do armazenamento e da utilização dos medi-
mente, ao titular; camentos destinados à realização dos ensaios.
i) Informações que devem constar da embalagem
exterior ou do acondicionamento primário de Artigo 42.o
um medicamento experimental;
Impugnação
j) Documentação sobre o ensaio que constitua o
seu processo permanente, métodos de arquivo, As decisões proferidas no âmbito da presente lei são
qualificação dos inspectores e procedimentos de impugnáveis judicialmente, nos termos gerais.
inspecção destinados a verificar a conformidade
do ensaio com as disposições normativas apli- Artigo 43.o
cáveis;
l) Recolha, verificação e apresentação dos rela- Confidencialidade
tórios sobre os acontecimentos ou reacções Todos aqueles que, em qualquer qualidade, interve-
adversas, assim como as modalidades de des- nham em ensaios ou que, por qualquer forma, tenham
codificação relativas às reacções adversas ines- conhecimento da sua realização, ficam obrigados ao
peradas. dever de sigilo sobre quaisquer dados pessoais a que
tenham acesso.
CAPÍTULO VIII
Artigo 44.o
Disposições finais Contagem dos prazos
o
Artigo 39. À contagem dos prazos previstos na presente lei são
Fornecimento gratuito e uso compassivo
aplicáveis as regras estabelecidas no artigo 279.o do
Código Civil.
1 — Os medicamentos experimentais e os dispositivos Artigo 45.o
utilizados para a sua administração, bem como os demais
medicamentos já autorizados eventualmente necessários Norma transitória
à realização de ensaios, são fornecidos gratuitamente 1 — As receitas a cobrar nos termos do artigo 40.o
pelo promotor. constituem receita do INFARMED.
2 — Após a conclusão do ensaio, o medicamento 2 — As receitas a cobrar durante o corrente ano serão
experimental deve, até à sua introdução no mercado, inscritas no orçamento do INFARMED a fim de con-
ser disponibilizado gratuitamente pelo promotor ao par- tribuírem para o financiamento das actividades relativas
ticipante, desde que o investigador considere indispen- à implementação da presente lei, nomeadamente no que
sável a continuação da sua utilização pelo mesmo e não se refere à instalação da CEIC.
existam alternativas terapêuticas.
3 — Para efeitos do disposto no número anterior,
deve o investigador: Artigo 46.o
Norma revogatória
a) Obter o consentimento livre e esclarecido do
participante ou do seu representante legal; É revogado o Decreto-Lei n.o 97/94, de 9 de Abril.
b) Apresentar relatório clínico justificativo da neces-
sidade de continuação do tratamento; Artigo 47.o
c) Comunicar ao INFARMED, no prazo mais
curto possível, a continuação da administração Entrada em vigor
do medicamento em causa; A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da
d) Informar o responsável pela unidade de saúde sua publicação.
da continuação da administração do medica-
mento; Aprovada em 8 de Julho de 2004.
e) Notificar ao INFARMED os acontecimentos
adversos que ocorram no decurso da adminis- O Presidente da Assembleia da República, João Bosco
tração do medicamento. Mota Amaral.

Promulgada em 2 de Agosto de 2004.


Artigo 40.o
Custos
Publique-se.
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
Os custos dos actos relativos aos procedimentos pre-
vistos na presente lei constituem encargo dos reque-
Referendada em 5 de Agosto de 2004.
rentes, de acordo com tabela fixada por portaria con-
junta dos Ministros das Finanças e da Saúde. O Primeiro-Ministro, Pedro Miguel de Santana Lopes.

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