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Pizarro.
Alguns eurocentristas munidos de uma grande imaginação pretenderam efetuar uma
arbitrária ligação do Império Inca com o nazismo e o facismo. Os sanguinários costumes
guerreiros dos astecas constituiriam, segundo eles, um antecedente dos livros
encadernados pelos alemães com pele de judeus.
O primeiro insistia que os europeus (apesar de sua superioridade) não tinham direito
de obrigar outros povos a adotarem o modo de vida dos conquistadores. Sepúlveda
centrava sua argumentação na inferioridade cultural e mental dos índios americanos,
deduzindo disso a prerrogativa aos espanhóis de escravizar os habitantes do novo mundo.
Os americanistas, por seu lado, jamais perdoaram Frei Bartolomeu em razão de sua
proposta inicial de conseguir a liberdade dos índios em troca da escravização dos negros,
sugestão que o próprio Las Casas repudiaria mais tarde. O grande debate na atualidade
está centrado nas polêmicas figuras do Colombo, o “descobridor” do novo mundo, Cortés, o
“conquistador” do México e Pizarro, o do Peru.
Como não foi levado à sério pelo cientistas de Portugal, que o acusavam de ser
“mentalmente insano”, nem pela Coroa Lusitana interessada em atingir as Índias passando
pelo lado sul da África, preferiu viajar para a Espanha onde teria a oportunidade única de
conciliar o pensamento metafísico com o científico. Sem essa combinação da fé com a
ciência não teríamos o descobrimento.
Durante os seis anos em que Colombo permaneceu na Espanha, passou a maior parte
de seu tempo discutindo com os teólogos espanhóis, analisando os devaneios dos
chamados padre da Igreja para tentar convencê-los, sem êxito, de que não existia nada nas
Santas Escrituras contra sua tentativa de encontrar um novo caminho para o Oriente.
Fernando, ainda que sem saber que havia sido combatido por Colombo, não aceitava o
envolvimento do Reino de Aragão nessa aventura, enquanto Isabel apostava nas ideias do
genovês como forma de superar Portugal, contra a opinião dos teólogos da Corte. O
resultado será que a América pertencerá a Castela, aos castelhanos, e não a Aragão.
Em seus argumentos privilegiava sua autoridade e não sua experiência. Ele pretendia
saber de antemão o que viria a encontrar. A experiência concreta está colocada para ilustrar
uma ideia que já possuía através das Santas Escrituras, ou da ciência, que não a
contradissesse , e não para ser investigada ou questionada. Não se tratava, pois, de
encontrar a verdade e sim de procurar confirmações para uma verdade que ele achava
conhecer de antemão.
O acordo comercial também estabelecia outros 12% sobre os lucros das expedições
que ele patrocinasse, concedendo-lhe o título de vice-rei e governador perpétuo das índias.
O desmando e as arbitrariedades de suas administração lhe valerão a prisão e o retorno
para a Espanha, a auto-acorrentado como protesto pessoal pelo descumprimento do
contrato com os reis da Espanha.
Com a morte de Isabel, perderá sua proteção, seu prestígio, seus títulos e suas
riquezas. Morreu solitário e pobre num mosteiro, obrigando seu filho a jurar que utilizaria as
riquezas, que supunha seriam devolvidas pela Coroa da Espanha, para financiar a última
cruzada contra os árabes. Triste fim para o Almirante.