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FUGA

P R O P O N E N T E : FÁ B I O M AU R Í C I O S C H A F E R
Equipe
Argumento e roteiro:
Fábio Maurício Schäfer

Direção:
Fábio Maurício Schäfer

Assistente de Direção:
Daniel Uribe

Produção:
Renate Cünegundes

Assistente de Produção:
Daniel Uribe

Direção de Fotografia:
Flávia Cassias Pereira

Assistente de Fotografia:
Nicholas de Brito Correia

Direção de Arte:
Bruno Maldonado

Assistente de Direção de Arte:


Nicholas de Brito Correia

Som:
João Gabriel Cardoso

Montagem:
Fábio Maurício Schäfer
Bruno Maldonado
SINOPSE
A raiva pelas frustrações
cotidianas, no desconforto da
modernidade, nos tornam
bestas aprisionadas prestes a
explodir a qualquer momento.

Marcos, em plena meia-idade,


perde o emprego e a namorada,
o que o faz transbordar de
raiva pela sua vida. Em um
rompante, foge para o seio da I N T R O D U ÇÃ O
Mata Atlântica.
Lidar com sentimentos primitivos
Será a natureza selvagem sempre motivou a humanidade a
menos opressora que a cidade? produzir obras em que o ser humano é
Que forma a raiva pode bipartido em representações do bem e
assumir em seu habitat do mau, da razão e emoção, do
natural? pelas frustrações selvagem e do civilizado e outras
cotidianas, no desconforto da dualidades, que na contemporaneidade
modernidade, nos tornam têm seus limites mais difusos e
entrelaçados.
bestas aprisionadas prestes a
explodir a qualquer momento.
A FUGA é um suspense psicológico
sobre um homem que, na tentativa de
fugir da sua vida civilizada, motivado
pela raiva, embrenha-se na mata em
busca de paz e alívio para sua
existência. Porém, o sentimento que o
fez romper com a vida em sociedade o
acompanha e o consome.

A duração aproximada do filme é de 15


minutos.
Pela sociologia, segundo Durkheim, o homem é
J U S T I F I CAT I VA produto do meio, ele cumpre à risca as regras
impostas pela sociedade. O homem é mais
A proposta é apresentar inf luenciado pelo meio do que o meio pelo homem.
abordagem sobre a natureza A ideia é complementada por Karl Marx, que diz
hu m a n a e a f a l ê n c i a d a que o meio é construído a partir de suas relações
t e n t at iva d o c iv i l i z a d o sociais em que cada pessoa se encontra.
s o b r e v ive r c o m o hu m a n o e m
m e i o p r i m i t ivo. Essa abordagem sociológica, em FUGA, é
c o n c e nt r a d a n o i nd iv í du o, i n s e r i d o n o m o m e nt o
histórico contemporâneo, em que a natureza é
vista como refúgio e “ bem de consumo”, como se
nela repousassem a essência e a bondade
hu m a n a s .

O mito do paraíso perdido, em que o homem volta


s e r p e r fe i t o, l iv r e d o m a l , é c o nt r a p o s t o c o m a
noção que há dentro de cada ser a dualidade,
logo, o paraíso e o inferno estão dentro de todos.
Essas emoções, que caracterizam os estados da
alma, lutam entre si pelo domínio do corpo e,
a s s i m , d a s at i t u d e s hu m a n a s .

O p e r s o n a g e m , M a r c o s , d o m i n a d o p e l a r a iva e
frustração, em momento de fúria pelas relações
da vida em sociedade, lança-se ao mundo natural,
p r i m i t ivo e s o l i t á r i o . P o r é m , d e s c o b r e q u e a r a iva
n ã o e r a p r o du t o d o m e i o e m qu e v iv i a , m a s
crescia dentro de si, e o acompanha, agora
metamorfoseada em animal.

Quando Marcos começa a se integrar ao novo


e c o s s i s t e m a , s u a r a iva p e r d e s e u s a lvo s
anteriores, representados pela cidade,
necessidade de emprego e de relação amorosa, e
vo l t a - s e c o nt r a e l e. Ao d o m i n á - l o, a e m o ç ã o o
zoomof iza e o deixa completamente à vontade na
natureza, onde não há regras sociais.
D I R E ÇÃ O

Por o roteiro se apoiar na dualidade, a


d i r e ç ã o t a mb é m s e d iv i d e e m d o i s
momentos específicos: na
desestruturação inicial (urbano) e no
ritmo calmo da mata.

Porém, algumas alterações no roteiro


original foram feitas na decupagem,
para que as cenas fossem melhor
costuradas e reforçar o clima de
angústia existencial do personagem, na
primeira parte, e para melhor
representar sua integração à mata e a
zoomorfização.

A direção na sequência urbana se


a p o i a r á n o c i n e m a e x p r e s s i o n i s t a e n o i r,
com atuação natural, e em Hitchcock,
trabalhando o jogo entre claro e escuro.
A escolha se justifica pela
desestruturação a que está exposto o
personagem e na dualidade de seu estado
de espírito.

A p a r t i r d a c h e g a d a n a s e lva , a d o t a r - s e - á
ritmo mais lento, permitindo ao
personagem se integrar ao novo mundo
escolhido. A dualidade nesse caso, será
trabalhada com mudanças de pontos de
vista.
FOTOGRAFIA
SEQUÊNCIA URBANA
A iluminação extradiegética reforça as expressões e
objetos que conduzem e marcam a narrativa,
alternando câmera subjetiva com planos detalhe. A
altura e ângulo de filmagem serão semelhantes ao
do personagem, com movimentos bruscos,
enquadramentos inclinados e profundidade de
campo limitada.

Esses recursos foram pensados para transmitir ao


espectador o caos, interno e externo, em que se
encontra o personagem.

SEQUÊNCIA SELVAGEM
Será usada apenas iluminação natural, com recurso
apenas de rebatedor para eventuais compensações e
realçar detalhes narrativos. Com planos mais longos
e abertos, alternado com câmera subjetiva, que leva
tanto espectador como personagem a se
embrenharem na floresta.

Nesse ambiente serão explorados planos gerais com


grande profundidade de campo e enquadramentos
estáveis.

Para as cenas noturnas, luzes diegéticas e


extradiegéticas compõe o clima de medo e apreensão
do personagem, delimitando o que é captado pela
câmera. Com áreas escuras na imagem, sugere-se o
desconhecido e o próprio inconsciente do
personagem, com subexposição.

O animal será filmado em zoológico para ser


acrescido ao filme em pós-produção.
FILMES REFERÊNCIA

CA B O D O M E D O - M a r t i n S c o r s e s e PSICOSE - Alfred Hitchcock

M A L D O S T R Ó P I C O S - A p i c h a t p o n g We e r a s e t h a k u l
O S E N H O R DA S M O S CA S - H a r r y H o o k
ARTE
Para reforçar a dualidade do personagem, ele passará
de cores quentes para cores frias, na mudança dos
ambientes.

No apartamento, o predomínio do laranja e preto será


marcado pelas cores das paredes e das roupas do
personagem. As duas cores remetem ao animal em que o
personagem irá se transformar.

Na selva, onde predomina a vegetação natural, o


personagem se integra usando cores frias em tons de
azul e verde. A barraca, azul com detalhes em amarelo,
ajuda na fusão do urbano com o selvagem.
PA L E TA S D E C O R E S

S E Q U Ê N C I A S U R BA N A S

S E Q U Ê N C I A S N A S E LVA
SOM
A captação de som direto ocorre apenas nos poucos
momentos em que o personagem se expressa
oralmente. A base do design de som será a
construção em pós-produção, com reforço no impacto
sonoro das ações na sequência urbana e a
“naturalização” sonora na selva.

Rugidos e outros sons do animal serão captadas em


zoológico, ou, em última instância, de bancos de
som.

A trilha sonora será usada para realçar os


momentos de tensão e alívio.
EDIÇÃO
Coerente com a proposta de direção bipartida, a
edição assume ritmo mais rápido e fragmentado na
sequência urbana, inspirada pela montagem do
construtivismo soviético, para tornar-se mais lenta e
contemplativa, na selvagem.

A mudança pretende passar ao espectador o alívio da


mudança de cenário e da vida do personagem.
PRODUÇÃO
Público-alvo: acima de 16 anos. A partir dessa idade
os conflitos entre o que se é e o que é necessário ser
para sobreviver à sociedade começam a se
estabelecer.

Distribuição: o filme será enviado a festivais


nacionais e internacionais em que se encaixem
abordagem psicológica desse tema.

Previsão de filmagem, 6 a 8 de setembro,


condicionado a condições climáticas.
A N E XO S :

Roteiro original
Roteiro decupado
Shooting board Cena 3
Setup câmera Cena 3

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