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Análise dos cabelos eliminados espontaneamente | Anais Brasileiros de Dermatologia Page 1 of 13

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Figura 1: A - Telógeno extraído por tração (a) e telógeno caído espontaneamente (b) (100x); B -
Telógeno com saco epitelial na tricotilomania (40x); C - Telógenos sem saco epitelial no eflúvio
(40x); D - Telógenos na alopecia areata. Notar sinal de Widy, afinamento da haste com
hipopigmentação e formas bizarras das clavas (40x)

Figura 2: A - Telógeno com sinal de Widy (100x); B - Telógenos na alopecia androgenética. Notar
diferença do tamanho das clavas (40x); C - Anágenos normais com e sem bainhas radiculares na
alopecia artefacta (100x); D - retração da bainha radicular interna (100x)

Figura 3: A - Enrugamento da cutícula da haste (100x); B - Deslocamento da bainha radicular


interna em "banana descascada" (40x); C - Anágenos normais na pseudopelada de Brocq (60x); D
- Anágeno normal. Notar crosta da pseudotinha amiantácea (40x)

Figura 4: A - Anágeno normal e anágeno distórfico (100x); B - Corte transversal das hastes (5x);
C - Cutícula da haste (200x); D - Corte a pique da haste na alopecia artefacta (40x)

Figura 5: A - Cabelo normal (A). Cabelo ondulado pós-estiramento (b) (200x); B - Tricosquisia na
tricotilomania (200x); C - Quebra da haste na alopecia areata. Notar sinal de Widy (40x); D -
Telógeno na alopecia areata. Notar abrupto afinamento e clareamento da haste (40x)

Figura 6 : A - Alterações intensas da haste na alopecia areata (100x); B - Extremidade distal em


"flânula" na alopecia androgenética (40x); C - Cabelos lesados no processo de clareamento. Notar
grumos de melanina e extremidade proximal em forma de "pena de caneta tinteiro" (100x); D -
Formação de varúolos juno à medula na ondulação a quente (100x)

Endereço para correspondência

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José Marcos Pereira


Rua Sílvio Rodini, 611/101
São Paulo SP 02241-000

Home | Volume 71 - Nº 6 | Análise dos cabelos eliminados espontaneamente


Análise dos cabelos eliminados espontaneamente
* Artigo original no idioma Português Brasileiro.

VOLUME 71 - Nº 6: Artigo de revisão

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Autoria

José Marcos Pereira


Ex-professor instrutor de Dermatologia.

Resumo
A análise dos cabelos eliminados espontaneamente faz parte de um grupo de exames
propedêuticos para o diagnóstico das alopecias. Em algumas patologias esse exame se
torna primordial para o diagnóstico. Neste trabalho são discutidas forma de coleta dos
cabelos, técnica de leitura e intepretações.

Palavras-chave: Alopecia; cabelo.

INTRODUÇÃO
A preocupação com a queda de cabelos é tão antiga quanto a própria humanidade. O
egiptólogo Jorge Moritz Ebers publicou, em 1875, o livro Papiros de Ebers, que narra a
medicina egípcia há 4 milênios, e, já naquela época, os cabelos e suas patologias eram
muito valorizados. O indivíduo que vê grande quantidade de seus cabelos soltarse no
pente, banho, toalha, etc., com certeza, sente a possibilidade de ter sua estética afetada,
e isso lhe ocasiona grande desconforto e angústia. Assustado, com muita freqüência,
junta esses cabelos e traz ao consultório verdadeiros chumaços. Embora grande parte
dos dermatologistas menospreze essa amostra, ela pode, após análise laboratorial
detalhada, ser de grande valia e, em alguns casos. fundamental para o diagnóstico.
Curiosamente, a literatura, incluindo livros clássicos em Dermatologia e específicos em
tricologia, não valoriza essa análise.

O presente trabalho visa a orientar o médico quanto ao procedimento na obtenção dos


cabelos, como prepará-los para exame, métodos laboratoriais de análise e conclusões
diagnósticas.

Ciclo biológico dos cabelos

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Em qualquer trabalho que se refira à tricologia é sempre bom lembrar o ciclo biológico
ou evolutivo dos cabelos.13 Eles apresentam um ciclo de vida que determina seu
crescimento e repouso, com conseqüente queda. Na fase de crescimento, a chamada
fase anágena, a matriz está em plena atividade mitótica, e esse período pode variar
muito de pessoa para pessoa, porém, em média, dura de três a cinco anos. Encerrada
essa fase, cessam as mitoses, a matriz, com conseqüente desaparecimento, e o bulbo
tornam-se totalmente ceratinizado. A bainha radicular interna desaparece, pois também
é formada pela matriz, e a bainha radicular externa, então denominada saco epitelial,
engloba o bulbo, conhecido nesse momento como clava. Essa é a fase telógena, que
dura em média de três a seis meses, culminando com a queda espontânea do cabelo.
Entre a fase anágena e a telógena, existe uma fase intermediária, chamada catágena.

Supondo que o ser humano possua entre 100 mil e 150 mil hastes de cabelos a serem
substituídos a cada período de três a cinco anos, conclui-se, por cálculos matemáticos,
que normalmente pode-se eliminar entre cinquenta e cem fios por dia, embora, essa
média varie muito entre as pessoas. É importante lembrar que cabelos que caem
espontaneamente estão todos na fase telógena.

Queda patológica de cabelos

De forma geral, pode-se definir queda patológica de cabelos como uma alteração no
ciclo biológico capilar, que, em excesso ou não, leva à diminuição do número total de
cabelos, ou seja, uma alopecia que pode ser total, difusa ou em áreas.

Independente da quantidade de cabelos que caia, a presença de folículos catágenos,


anágenos normais ou distróficos é sempre patológica.

A queda telógena apresenta algumas particularidades. Existe uma queda diária média de
cabelos variável nos indivíduos; porém, se esse valor se exceder, o paciente parcebe-o
com facilidade. Se uma pessoa elimina em média cinqüenta hastes por dia e passa a
perder cem fios, nota que algo está errado e que pode tratar-se de uma patologia. Já o
paciente que sempre perdeu em média cem fios diariamente, está dentro da
normalidade. Pessoas que perdem número elevado de telógenos, acima de 150,
apresentam condição patológica. Alterações estruturais, ou seja, qualitativas nos
cabelos telógenos, geralmente indicam doença.

É importante ressaltar que nem sempre a alopatia é decorrente da quantidade diária de


cabelos que o paciente perde, podendo o ser devido a uma reposição alterada. No
consultório, é comum chegarem com alopatia ardrogenética em fase avançada pacientes
que nunca tenham percebido queda excessiva de cabelos. Isso ocorre porque os
telógenos caem, e os cabelos repostos possuem anágeno de curta duração e telógemo
bastante prolongado, originando cabelos curtos e finos. Na pseudopelada de Brocq em
atividade, pode-se verificar, na queda, grande quantidade de anágenos, que não se
repõem.

Queda de cabelos sem bulbo, ou seja, com haste partida, também é uma situação
patológica, porém não constitui alopecia verdadeira, e sim "pseudoalopecia". As
extrações compulsórias, obviamente, não são situações de normalidade.

A coleta

A qualidade do exame a ser realizado depende muito da cooperação do paciente; por


isso, essa manobra tem que lhe ser explicado minuciosamente. Deve ser orientado para
que colete os cabelos caídos diariamente durante cinco dias seguidos. No decorrer de
cada dia, o paciente deve lavar e enxaguar os cabelos sobre uma toalha de cor

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contrastante estendida sobre o lavatório, para filtrar todos os cabelos soltos naquele
momento e, na medida do possível, durante o dia, juntar cabelos também obtidos em
escova, pente, entre, travesseiros, etc, e, ao final do dia, contá-los e guardá-los em um
envelope. Após esse procedimento, obtêm-se cinco envelopes com as respectivas
contagens. Em duas patologias, na alopecia artefacta e na tricotilomania, os pacientes
extraem os cabelos intencionalmente; logo, o termo queda espontânea não é adequado,
porém, a coleta é válida e de grande valor. De posse dessas amostras, cabe ao
dermatologista analisá-las.

Cabelos obtidos pela coleta podem ser conservados ao ar livre por várias semanas, sem
perder suas qualidades para análise, porém, a parir de certo tempo, a proliferação de
fungos nas bainhas radiculares dos anágenos é muito intensa, o que dificulta o seu
reconhecimento.

ANÁLISE QUANTITATIVA

A quantidade de cabelos que caem diariamente de forma patológica pode variar


enormeemente, de acordo com a etiologia do processo. No caso de eflúvio telógeno,
pode-se ter queda de centenas de fios por dia e a crise se arrastar por várias semanas9
Nos deflúvios anágenos, a queda diária chega a milhares, podendo o paciente ficar sem
cabelos anágenos no prazo de apenas alguns dias. Nas agressões químicas, como
tingimento, alizamento, etc, a queda pode ser
tão abrupta, a ponto de o paciente ficar totalmente sem cabelos no decurso de algumas
horas. Na alopatia androgenética, a queda diária não chega a ser exuberante.

Na experiência do autor, nos casos mais intensos em jovens, geralmente esse número
não passa de duzentos pêlos por dia. Curiosamente, muitas pessoas ficam calvas sem
perceber aumento na quantidade de cabelos que caem e procuram o médico pelo
afinamento e rarefação dos cabelos. Outro fato interessante é que, na maioria dos casos
de alopatia areata, o paciente nem chega a perceber que seus cabelos estão caindo em
demasia, e as placas alopécicas são detectadas ao acaso. Nos casos em que a doença
ainda esteja em atividade, a queda pode ser bastante exuberante. Na tricotilomania e na
alopecia artefacta, os estalos são extraídos deliberadamente; por isso a análise
quantitativa deve ser feita com paiência. Na tricotilomania, geralmente quando se pede
ao paciente para fazer a coleta, a quantidade de cabelos recolhidos é muito pequena. Na
alopatia artefacto, o número de cabelos pode ser muito grande e com diversas
características, como será exposto no momento oportuno.

Deve-se também ficar atento para a possibilidade do paciente juntar cabelos de vários
dias e tentar ludibriar o médico, alegando que os mesmos são todos de uma única
coleta. Nesses casos, cabe ao dermatologista julgar a situação e, na dúvida, pedir de
imediato uma nova coleta, não dando tempo ao paciente de juntar novos cabelos.
Persistindo a incerteza, despreza-se a análise quantitativa e parte-se apenas para a
qualitativa.

De forma geral, a análise quantitativa de cabelos eliminados espontaneamente fornece


duas informações. A primeira é que, na maioria das patologias capilares, a queda é
proporcional à intensidade da doença. Em segundo lugar, contagens periódicas
informam sobre a evolução da patologia, natural ou com terapêutica.

Nos casos de quebra da haste, a análise quantitativa pode ter pouco valor, uma vez que
a haste pode ser seccionada em vários níveis, produzindo muitos fragmentos, falseando
assim o valor real da contagem.

ANÁLISE QUALITATIVA

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Uma primeira observação a ser feita é comparar os cabelos coletados com o couro
cabeludo do paciente, pois esse procedimento pode, em alguns casos, ser útil, conforme
ver-se-á oportunamente.

O exame qualitativo dos cabelos requer alguns cuidados básicos. Análise mais
panorâmica das hastes é feita com uma lupa, cuja potência pode variar de vinte a
cinquenta vezes. Nesse momento, os cabelos são colocados entre duas placas de vidro
de dois milímetros, medindo aproximadamente 5cm de largura e 10cm de comprimento.
Obtem-se melhor visualização das hastes quando elas são embebidas em água. O exame
com lupa faz-se necessário principalmente quando a quantidade de cabelos é muito
grande, e estes se apresentam emaranhados. Essa visão inicial já poderá fornecer o
diagnóstico ou dar uma idéia do que se procurará analisar melhor com o microscópio.

Alguns procedimentos especiais são possíveis, por exemplo, exame micológico, luz
polarizada, lâmpada de Wood, dosagem do enxofre dos cabelos, medida da resistência
ao rompimento da haste, elasticidade, exame ao microscópio eletrônico, etc; essas
técnicas, porém, fogem ao propósito deste trabalho, que se ocupa de uma análise rápida
e de fácil realização, em nível de ambulatório ou consultório.

O exame clínico consiste em colocar várias hastes paralelas em uma lâmina de vidro
comum com todas as extremidades proximais direcionadas no mesmo sentido, embebê-
los com água e cobrí-los com lamínula. Caso haja interesse, os fios podem ser fixados
com verniz cristal ou qualquer outro fixador, para serem arquivados. O exame é feito
com microscópio óptico comum, quando poderão ser encontrados cabelos catágenos,
telógenos, anágenos, normais ou distróficos, bem como alterações da haste.

Catágenos
A presença de cabelos catágenos na coleta é muito rara e sempre patológica. As únicas
situações observadas com esse tipo de cabelos ocorrem nas extrações propositais, como
a alopecia artefacta e a tricotilomania.

Telógenos

Em queda normal de cabelos as hastes estão na fase telógena, e é característica a


ausência do saco epitelial, camada celular residual da bainha radicular externa, que
envolve a clava. Já o cabelo extraído por tração apresenta saco epitelial (Figura 1 A).

Na presença de queda patológica de cabelos telógenos, eles apresentam peculiariedades


de cada doença.

Alopécia areata

Alguns pacientes, querendo supervalorizar sua queixa ou por apresentarem alguma


doença psíquica, acabam tracionando os cabelos para extraí-los deliberadamente. Na
amostra pode haver muitos pêlos telógenos com presença do saco epitelial. Quanto
maior for a sua quantidade, meior a tração exercida sobre os cabelos. Geralmente,
nesses casos também costumam aparecer alguns fios com haste partida ou anágenas
normais. Na alopecia artefacta, as crises de extração deliberada dos cabelos são
esporádicas e têm maior incidência nos adultos. Muita vezes existem patologias
concomitantes como alopecia areata, pseudopelada de Brocq, alopecia androgenética e
outras, que podem ser o fator desencadeante do processo.

Tricotilomania

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Na tricotilomania o paciente não procura o médico por estar com queda de cabelos, e
sim por apresentar áreas alopácicas. Alguns admitem a extração compulsiva dos
cabelos, outros não. O interessante é que, quando se pede ao paciente que colete os
cabelos, o número de hastes acumulados é pequeno, e eles são, na maioria, telógenas,
muitos cem saco epitelial (Figura 1 B). Na tricotilomania, a alopecia, bem como a
extração dos cabelos, é de forma insidiosa, constante e geralmente acomete crianças.

Eflúvio telógeno

Como já descrito anteriormente, a quantidade de cabelos que caem no eflúvio telógeno


é muito grande, São todos cabelos telógenos, sem saco epitelial, com tamanhos
uniformes e pigmentação normal, geralmente localizada na extremidade distal da clava
( Figura 1C).

Alopecia areata

Na alopecia areata já instalada, por vezes não existe aumento na quantidade de cabelos
eliminados espontaneamente, porém, na fase aguda essa quantidade pode ser muito
grande. São cabelos telógenos, e suas características são muito importantes.
Inicialmente, notamos que não existe uniformidade no tamamho das clavas e, por vezes,
alterações bizarras nesse nível podem ser encontradas (Figura 1D). Outro achado mais
raro, porém característico, é o sinal de Widy, pigmentação melânica intrabulbar que
também pode se estender pela medula (Figura 2A). Segundo alguns autores, esse
achado é patognomônico da alopecia areata. Geralmente, existindo ou não essa
pigmentação, as clavas são mais claras do que habitualmente.

Alopecia androgenética

Na alopecia androgenética, destaca-se a grande diferença do tamanho das clavas. Em


alguns casos, uma clava chega a ser 10 a 15 vezes maior do que outra (Figura 2B),
porém, ao contrário da alopécia areata, não apresenta alterações estruturais ou
pigmentares. Em um jovem, ainda com muitos cabelos, a queda com essas
características pode ser forte indicio de que se desenvolverá calvície.

Agressões químicas

Muitas vezes, no clareamente e tingimento permanente, além das lesões da haste,


muitos telógenos sem saco epitelial podem estar presentes. O autor teve a oportunidade
de observar uma senhora que, após manipulações para tingir os cabelos, sofreu queda
parcial e abrupta em questão de minutos. Seus cabelos desprendiam-se do couro
cabeludo com muita facilidade. Uma parte dos cabelos caídos espontaneamente foi
pesada em balança de precisão, e as hastes, contadas. Ao pesar a quantidade total de
cabelos eliminados, concluiu-se, por regra de três simples, que a paciente perdera cerca
de 25 mil pêlos; teoricamente, a mesma quantidade de cabelos telógenos que uma
pessoa possui. A análise desses cabelos mostrou realmente que eram todos telógenos,
sem saco epitelial. Com isso, concluiu-se que algumas subatâncias comidas nos
produtos de tingimento, provavelmente o peróxido de hidrogêno e amônia, fizeram com
que a clava se desprendesse do saco epitelial e, consequentemente, do folículo piloso.
Para o autor, esse fato é inédito, pois, consultando a literatura, não encontrou qualquer
referência de drogas que soltem especificamente a clava do saco epitelial.

Sincronização telógena

Bosse3 descreveu uma possível onda da telogenização que se estende por todo o couro
cabeludo, tendo como epicentro um foco bacteriano ou fúngico, localizado no próprio

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couro, e chamou esse fenômeno de sincronização telógena ou telogenização reflexa.


Logo, em se achando telógenos aumentados, não se deve esquecer de procurar um
possível foco infeccioso no couro cabeludo.

Trauma

O autor fez o seguimento de duas crianças que tiveram aumento na queda de cabelos
algumas semanas após pancada no couro cabeludo. A coleta mostrou em ambas grande
aumento na quantidade de cabelos telógenos com aspecto normal, sem saco epitelial.
Passados alguns dias, elas desenvolveram área alopécica no local do traumatismo.

Anágeno normal

A identificação do cabelo anágeno, com caracterização de suas bainhas radiculares


interna e externa, é muito fácil.11A presença de cabelos anágenos normais na queda
espontânea é sempre patológica. Entre as principais patologias em que foram
encontrados esses tipos de pêlos, podem-se citar:

Alopecia artefacta

A extração proposital dos cabelos não é situação rara. Geralmente esses pacientes
tentam valorizar muito sua queixa. Alguns apresentam verdadeira obsessão pelos
cabelos, outros são psicopatas. Na maioria dos casos têm um objetivo, e o autor cita
como exemplo pessoas que trabalham em ambientes com possibilidade de radiação,
como raios X. e querem tirar proveito da situação, alegando que a queda é devida à
radiação, a fim de obter indenização. Normalmente, o próprio paciente procura o
médico e, se pedida a coleta, a quantidade de cabelos recolhida é grande. Os anágenos
presentes geralmente têm aparência normal, com ou sem bainhas radiculares interna e
externa (Figura 2C). É freqüente observar-se retração da bainha radicular interna
(Figura 2D) ou da cutícula da haste (Figura 3A). Em algumas ocasiões, a bainha
radicular interna pode se descolar da região distal para a proximal, invertendo se como
se fosse a imagem de "banana descascada" (Figura 3B). Quando a extração proposital
leva à alopecia total, na coleta durante a formação da alopecía, os cabelos anágenos
chegam de 80 a 90%, e, nesse quadro, praticamente o único recurso diagnóstico é a
coleta:

Tricotilomania

Quando o paciente com essa patologia é orientado a coletar os cabelos, geralmente traz
pouca quantidade, e, com freqüência, nessa amostra, são encontrados cabelos anágenos
normais em número bastante reduzido em relação ao da artefacta, porém com as
mesmas características daquela patologia;

Pseudopelada de Brocq

Na análise dos cabelos caídos espontaneamente, nessa patologia, é notória a integridade


dos anágenos que, embora em pequeno número, apresentam facilmente visíveis as
bainhas radiculares interna e externas com bulbos bem evidentes, podendo a bainha
radical externa estar bem espessada (Figura 3C);

Pseudotinha amiantácea

Um fato surpreendente é a facilidade com que os anágenos normais se desprendem do


folículo piloso na região em que as crostas estão espessas e aderidas ao couro cabeludo.
Obviamente, ao lavar ou mesmo pentear os cabelos, esses pólos soltam-se com
facilidade, levando consigo pedaços de crostas, que conferem à coleta aparência

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grotesca. O exame microscópico mostra crostas, geralmente translúcidas, transpassadas


por cabelos telágenos e muitos anágenos normais (Figura 3D): e

Síndrome da queda anágena

Recentemente foi descrita uma patologia em que os cabelos anágenos se soltam com
grande facilidade do folículo piloso.1 Trata-se de uma alteração da bainha radical
externa, que reduz a adesão entre o cabelo e o folículo piloso com sua queda. Na análise
da queda espontânea, nota-se presença de alguns cabelos anágenos com ou sem bainhas
radiculares, podendo a cutícula da haste estar enrugada.

Anágeno distrófico

A matriz em atividade mitótica pode sofrer uma agressão química, como, por exemplo,
um citostático; ou física, como uma radiação ionizante, ou outro processo qualquer,
levando à parada abrupta de sua proliferação, ocasionando queda do cabelo ainda na
fase anágena, porém com matriz alterada. É o chamado anágeno distrófico. Esse tipo de
queda identifica o deflúvio anágeno. As características desses cabelos são a ausência ou
perda parcial da matriz e bainhas radiculares interna e externa, alinamento e atrofia
bulbar com hipopigmentação (Figura 4A). A análise da queda espontânea dos cabelos é
o método mais preciso e seguro para o diagnóstico do deflúvio anágeno.

Alteração da haste

A haste do cabelo pode sofrer vários tipos de alteração, quer congênitas ou adquiridas.
Muitas vezes as alterações encontradas na haste são causa da queixa do paciente,
porém, em alguns casos, os achados são puramente ocasionais, como, por exemplo,
lêndeas e cilindros capilares. Exame rotineiro consiste em juntar um feixe de hastes e
cortá-las transversalmente para analisar a forma dos pêlos (Figura 4B), que pode ser
circular, ovalada, uniforme, triangular, de configurações bizarras, etc, sendo, em alguns
casos, decisivo para o diagnóstico, como, por exemplo, na síndrome dos cabelos
impenteáveis e na síndrome da queda anágena.

O autor lembra também que, às vezes, se procura uma patologia que pode estar na
extremidade distal ou proximal da haste e, para se saber em qual extremidade se está,
basta visualizar a cutícula do cabelo. As células cuticulares estão dispostas umas sobre
as outras, como escamas de peixe, apresentando aborda livre direcionada para a parte
distal do cabelo. Logo, se os cabelos são percorridos no sentido da borda livre da
cutícula, está-se caminhando para sua extremidade distal, e vice-versa (Figura 4C).

A seguir descrevem-se algumas das alterações mais freqüentes que levam à ruptura da
haste:

Alopecia artefacta
Quando o paciente extrai os cabelos deliberadamente as hastes coletadas mostram,
junto à região do rompimento, alterações marcantes da cutícula. As células cuticulares
estão desunidas, com suas bordas livres levantadas e irregularmente distribuídas.

Essas alterações cuticulares não ocorrem na tricorrexis nodosa, tricoclasia, tricosquisia,


etc, que são doenças que também levam à quebra da haste. Deve-se também aventar a
possibilidade de o paciente ter cortado os cabelos, como, por exemplo, com uma
tesoura. Nesses casos, ao se caminhar pela haste no sentido proximal, encontra-se um
corte a pique, que é inconfundível (Figura 4D).

Nessa patologia, também são encontradas algumas alterações bem características no


formato da haste, a saber, quando o paciente traciona os cabelos para extraí-los, o fio

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sofre um estiramento e, no momento da quebra, chega ao seu limite máximo de


elasticidade; ao cessar a tração, as alterações nas estruturas da córtex fazem com que o
fio se torne crespo, o que é facilmente reconhecido a olho nu; comparando-se com os
do couro cabeludo, observa-se a diferença (Figura 5A);

Tricotilomania
Normalmente, na tricotilomania, existe manipulação constante dos cabelos, que pode
finalizar ou não com atração do fio. Ora o paciente fica torcendo ou enrolando os
cabelos com os dedos, ora fazendo tração direta, provocando várias alterações nas
hastes, tais como fissura longitudinal, tricorrexis nodosa, tricosquisia, etc, e alterações
marcantes na cutícula (Figura 5B);

Congênitas

Várias dermatoses congênitas são diagnosticadas pela simples observação dos cabelos
coletados da queda espontânea. Em geral são as patologias que deixam as hastes muito
frágeis, com pontos, de clivagem fácil, e responsáveis pela perda de cabelos. Entre elas.
pode-se citar: tricorrexis nodosa, tricoclasia, tricosquisia, tricorrexis invaginata,pili
torti, moniletrix, etc, cada uma com suas características próprias. A tricotiodistrofia é
uma genodermatose que merece estudo à parte. Embora na haste dos cabelos dessa
patologia sejam descritas alterações grosseiras, o diagnóstico requer alguns exames
mais sofisticados, tais como luz polarizada e dosagem de enxofre do cabelo.

Duas alterações da haste podem ser congênitas ou adquiridas e, pela sua importância,
merecem menção à parte. São elas a tricorrexis nodosa eo pili torti.

Tricorrexis nodosa

Na tricorrexis nodosa, tanto em sua forma adquirida, como na congênita, encontram-se


pedaços de hastes de vários tamanhos, apresentando nas extremidades proximais, e
algumas nas distais, a dissociação das fibras, formando a clássica imagem em pincel.
Também podem-se encontrar ao longo da haste desde discretas dilatações focais, que
seriam a tricorrexis nodosa em sua forma inicial, até a nodulação bem formada com sua
aparência inconfundível.

Na análise do caba o longo com tricorrexis nodosa, deve-se caracterizar se as


modulações são apenas distais ou apresentam comprometimento proximal da haste.
Neste último caso, faz-se a hipótese de patologia congênita e procuram-se alterações
sistêmicas em dentes e unhas. Doenças metabólicas, como argininosucinicacidemia,
citrulinemia, síndrome de Menkes e outras, também podem ocasionar tricorrexis
nodosa em região proximal da haste. A tricorrexis nodosa encontrada na região distal
da haste geralmente é oriunda de ações traumáticas sobre os cabelos.

Pili torti

Existe uma série de genodermatoses que formam o pili torti. Geralmente são
dermatoses que levam a alterações dérmicas, como as displasias ectodérmicas, por
exemplo, a síndrome de Happ-Hodgkin, e outras. De forma semelhante, o pili torti
adquirido é uma expressão de agressão dérmica com envolvimento do folículo piloso,
tais como trauma fisicoquímico, lúpus eritematoso, esclerodermia, líquen plano, etc, ou
seja, o pili torti adquirido é indicador de alopecia cicatricial;

Alopecía areata

O primeiro passo, ao se receber a amostra de cabelos da coleta nessa patologia, é


compará-la com o couro cabeludo do paciente, caso o mesmo tenha muitos cabelos

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brancos. É sabido que a alopecia areata afeta inicialmente os cabelos escuros, que caem
primeiramente; os cabelos brancos demoram mais ou nem chegam a cair. Ao serem
comparados com os fixos, pode-se observar, em algumas ocasiões, que os coletados são
escuros, e os fixos apresentam grande quantidade de fios brancos, dando a impressão de
que a amostra não é do mesmo paciente.

Uma característica própria da alopecia areata é a presença de concentrações


pigmentares junto à medula, na extremidade proximal da haste; é o sinal de Widy, já
descrito (Figura 5C).

O cabelo anágeno, ao ser agredido pelo processo que leva à alopecia areata, pode
algumas vezes tomar-se anágeno hipotrófico ainda por algum tempo, produzindo uma
haste muito mais fino e claro do que o habitual, para depois parar de crescer e formar o
telógeno. Nesses casos, a haste coletada apresenta diâmetro normal em sua extremidade
distal, e, se percorrendo-a em direção à sua extremidade proximal, depara-se com
abrupto afinamento e descoloração que, depois de alguns milímetros, culminam como
anágeno ou telógeno (Figura 5D). Quando esse tipo de pêlo permanece preso ao
folículo, em geral se fragmenta logo acima da região do afinamento, na parte
aparentemente normal (Figura 5C), tornando-se o pêlo peládico. Em algumas
circunstâncias, esse fenômeno ocorre dentro do próprio folículo piloso, e o pólo se
rompe junto ao óstio, restando neste apenas fragmentos do cabelo na região
intrafolicular: é o chamado pêlo "cadavérico".

A parte distal da haste, que forma tanto o pêlo peládico como o cadavérico, cai
espontaneamente e é muito característica quando observada ao mícróscopio óptico. São
hastes frágeis, trechos largos e estreitos, hipocrômicos, com vários pontos de clivagem,
ora com fissuras longitudinais, ora com aparência de total desintegração do pêlo (Figura
6A).

Alopecia androgenética

Nessa patologia encontra-se grande diferença de diâmetro das hastes, que podem estar
hipocrômicas e geralmente sem medula. Muitas vezes os cabelos são pequenos, e suas
extremidades distais terminam lentamente em flâmula (Figura 6B). Quanto maior for a
quantidade desses cabelos e menores os seus tamanhos, mais intensa é a alopécia
androgenética;

Linhas de Beau

Sims14escreveu que, no momento em que um paciente apresenta alguma doença aguda,


como úlcera péptica hemorrágica, quadros hemorrágicos, depleção protéica aguda, etc,
o cabelo pode sofrer afinamento agudo, notado na haste, na mesma época de instalação
da doença. Com o crescimento dos cabelos, essas alterações deslocam-se distalmente. O
próprio autor compara a patologia às alterações ungueais e a caracteriza como linhas de
Beau no cabelo. Embora particularmente não tenha sido observada essa alteração pelos
autores do presente texto, talvez por falta de mais informações na anamnese e exame
mais detalhado da haste, fica aqui registrada a necessidade de maior apuração, quando
necessária.

Manipulações dos cabelos

Teoricamente, qualquer manipulação cosmética dos cabelos pode levar à quebra da


haste. As suas extremidades distais podem apresentar as mais variadas formas:
extremidade pinceliforme semelhante à da trirorrexis nodosa, corte transversal a pique

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e cortes bizarros. A cutícula, a haste, bem como a medula, podem apresentar inúmeras
alterações;

Alisadores

Os produtos para alisar os cabelos, tais como foglicolato de amônio ou de cálcio, agem
sobre as pontes sulfúreas, rompendo-as. Estando os pólos esticados, as pontes, ao se
refazerem, mantêm o cabelo ereto. Em muitas ocasiões, essas novas ligações deixam
pontos de clivagem fácil na haste, com possível quebra, que pode ser logo após o
alisamento ou após alguns dias. Ao se analisarem as hastes, vê-se que elas
correspondem à parte lisa do cabelo, não apresentando o fio, em sua extremidade
proximal, a parte ondulada;

Onduladores

Nas ondulações químicas são usados os mesmos produtos para o alisamento, porém
com ação inversa, ou seja, os cabelos lisos são enrolados, e as pontes de enxofre recém-
formadas, mantêm os fios nessa forma. A análise do pólo com queda espontânea
mostra, ao contrário dos alizadores, a parte distal da haste ondulada, e a região proximal
lisa;

Clareamento

A tintura permanente para tons mais claros do que o normal envolve duas etapas. A
primeira consiste em tratamento prévio, que tem por finalidade deixar a cutícula mais
permeável e degradar a melanina. Na segunda fase, acrescentam-se substâncias
químicas que dão o tom desejado. Na primeira fase, usam-se mais freqüentemente o
peróxido de hidrogênio e amônia, sendo potencializados pelo persulfato de amônia ou
de potássio. Esses produtos têm grande afinidade pela ceratina, podendo lesá-la tanto na
haste como na epiderme. Porém, particularmente susceptível, é a zona de ceratinização
do bulbo que, dependendo de alguns fatores, como excesso do tempo de exposição aos
produtos, erro de cálculo na concentração dos mesmos e sensibilidade individual, pode
levar à quebra da haste a esse nível. A imagem do cabelo coletado é bem característica:
ausência total do bulbo, haste despigmentada, grumos de melanina esparsos pela haste e
afinamento da extremidade proximal, tipo “pena de caneta tinteiro” (Figura 6C).

Em pacientes com cabelos clareados há muito tempo e com queda, deve-se coletar os
cabelos e compará-los com os fixos no couro cabeludo. Pode-se notar, por exemplo,
que o chumaço é totalmente loiro, ao passo que os cabelos fixos no couro cabeludo são
das cor natural, mostrando que a ruptura ocorre na parte clareada. Nesses casos, a
análise da haste mostra que, ao se examinar o pêlo no sentido proximal, não se encontra
o cabelo de cor normal.

Tintura permanente

As tinturas de cores mais escuras podem ser de três tipos. Os corantes orgânicos
sintéticos temporários e os semipermanentes são inócuos às hastes; os corantes
orgânicos sintéticos permanentes, também conhecidos como oxidantes, podem,
entretanto, alterá-las. No tingimento permanente, usam-se basicamente três grupos
químicos: diaminas, aminofenóis ou fenóis, que reagem com peróxido de hidrogênio e
amônia, prévia ou concomitantemente adicionados, formando grandes moléculas
coloridas junto à medula e ao córtex da haste. Os últimos reagentes têm a mesma ação
descrita já no clareamento; e

Manipulações a quente

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Após tingimento, alisamento ou permanente a quente, é comum queda de cabelos. A


análise da haste mostra formação de vacúolos junto à medula, local onde a fratura é
muito fácil (Figura 6D).

CONCLUSÃO
Existe um arsenal propedêutico para o diagnóstico etiológico em paciente que esteja
perdendo os cabelos.2,4,5,6,7,8,12,15

A análise dos cabelos eliminados espontaneamente, embora pouco valorizada, deve


fazer parte desses recursos.

Esse exame não é feito para fins diagnósticos em casos de alopécia areata, alopécia
androgenética, pseudopelada, etc, ou seja, em quadros clínicos já bem instalados e de
diagnóstico evidente. Porém, a análise torna-se útil em algumas situações, tais como:

1. fase bem inicial das patologias. ainda sem evidência clínica;

2. avaliação de atividade da doença já instalada;

3. tricoses com formas atípicas, como, por exemplo, alopécia areata difusa; e

4. diferenciação diagnóstica das associações de patologias capilares, como, por


exemplo, alopécia areata instalando-se sobre uma alopécia androgenética; uma mulher
com alopécia difusa feminina que apresente repentinamente eflúvio telógeno; um
paciente que apresente alopécia areata e adquira tricotilomania pela obsessão da queda
de cabelos, genodermatose capilar associada a qualquer das patologias anteriormente
descritas, etc.

Muller e Winkelmann10 fizeram revisão de 24 casos de tricotilomania e observaram que


metade desses pacientes receberam diagnóstico inicial de alopécia areata. É possível
que, com propedêutica adequada, principalmente com a coleta, essas cifras tivessem
sido insignificantes.

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Aprovado pelo Conselho Consultivo e aceito para publicação em 30.7.96.


*Trabalho realizado na Faculdade de Ciências Médicas, Santa Casa de São Paulo.
An bras Dermatol. Rio de Janeiro. 71(6):517-524. nov./dez. 1996.

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