Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TEMOS AO SENHOR
Como Loirvar e Adorar sob a Direção do Espírito
BEST-SELLER
»von,
enoly
^Dicki Bernai
Bompastor
EXALTEMOS AO SENHOR
Como Louvar e Adorar sob a Direção do Espírito
Ron Kenoly e Dick Bernal
Copyright © 1999 Bompastor Editora
Publicado originalmente em inglês por Creation House, Lake Mary, FL, USA, com o título:
UftingHim Up by Ron Kenoly and Dick Bernal
Copyright © 1995 by Creation House. Todos os direitos reservados.
Publicado em português por Bompastor Editora Ltda.
Rua Pedro Vicente, 90 01109010São Paulo —SP Brasil
Fone: (11) 33117888 Fax: (11)2285890 www.bompastor.com.br info@bompastor.com.br
Tradução: Darci Dusilek Revisão: Theófilo José Vieira Capa e Arte: Fábio Azevedo
Todos os direitos reservados. Permissão escrita deve ser obtida da editora para usar ou reproduzir qualquer parte
deste livro, exceto para citações breves em críticas, revistas ou artigos.
As citações bíblicas são da Edição Revista e Corrigida no Brasil dejoão Ferreira dc Almeida (1BB), exceto
quando especificada outra versão.
Editoração eletrônica: Bompastor Editora
Produto: 95443
Impresso no Brasil
Sumário
Prefácio........................................................................................5
Introdução....................................................................................9
1 O Poder da Presença de Deus.............................................13
2 Em Sua Presença.................................................................19
3 Evitando o Espírito de Lucifer...........................................27
4 Dando à Luz um Cântico....................................................33
5 Características de um Líder de Louvor e Adoração 39
6 Deus E Capaz......................................................................47
7 Dando o Melhor de Nós Para Deus ....................................55
8 O Próximo Passo.................................................................61
Introdução..................................................................................71
9 Reconhecendo o Louvor e a Adoração ..............................73
10 Os Princípios da Adoração...............................................81
11 O Tempo da Adoração......................................................91
12 Estabelecendo Prioridades Para o Ministério ..................99
13 A Adoração e a Batalha Espiritual.................................105
14 O Papel da Música na Adoração ....................................117
15 Adoração — o Cimento de Deus Para o Corpo .... 127
16 A Natureza Profética da Adoração ................................ 137
Epílogo....................................................................................147
Prefácio
vío final de 1944 dois meninos nasceram, um de pais negros em CoffeyviUe, Kansas,
e o outro de pais brancos em WatsonviUe, Califórnia. Nascidos durante uma guerra
mundial, seus pais não compreenderam inicialmente que aquelas preciosas e alegres
vidas se desenvolveriam ao ponto de se tornarem os principais líderes da maior
guerra de todos os tempos — o conflito espiritual e final entre Deus e Satanás.
Passaram-se 41 anos até que os dois homems se encontrassem, mas os eventos na vida
de ambos os prepararam para o companheirismo na batalha. Ambos os rapazes,
crescidos sem a presença do pai, se arriscaram na vida quando ainda eram bem
jovens. Cada um deles possuía dons naturais os quais começaram a usar nos anos de
sua adolescência. Ron Kenoly podia cantar e cantava muito bem. Sua cabeça estava
cheia de músicas e cânticos originais. Seu futuro parecia destinado para
EXALTEMOS AO SENHOR
o mundo da música. Dick Bernal era um líder natural capacitado a inspirar outras
pessoas. Seus companheiros e líderes freqüentemente o elegiam presidente, relator
ou capitão de um grupo ou outro. Na época em que esses rapazes chegaram à idade de
vinte anos, o futuro deles parecia estar assegurado.
Ron tornou-se um cantor de boates e um artista com muitas músicas gravadas. Los
Angeles, um centro de diversões, o provia de contratos de gravação, festivais de
jazz e de todos os contatos de que necessitava. A perspicácia para os negócios que
Dick tinha atraiu a atenção de uma grande companhia siderúrgica, e ele conquistou
uma posição de liderança antes dos 26 anos de idade. A vida parecia boa para
ambos, mas nenhum deles deixara espaço para Deus em sua vida.
A infância de Ron, desenvolvida num ambiente de igreja, parecia muito remota para
o seu atual estilo de vida. Dick nunca freqüentara a igreja e não desejava fazê-
lo. A disciplina de sua avó parecia apropriada para protegê-lo dos maus caminhos
ao longo da estrada acidentada da vida. Mas, à medida que os confusos anos da
década de 1960 deram espaço para os egoístas anos da década de 1970, ambos os
homens através das orações e encorajamento de suas esposas, Tavita Kenoly e Carla
Bernal, encontraram Deus e aceitaram o plano dele para a sua vida. No início da
década de 1980 eles também fizeram um pacto entre si que fez com que sua vida e
ministério fossem desenvolvidos em conjunto. Neste livro poderemos ler as
histórias da vida de Ron e Dick e compreender como podemos exaltar a Jesus em
nosso louvor.
6
PARTEI
POR
RON KENOLY
Agradecimentos
Agradeço a Deus a sua misericórdia e paciência. Precisei de um longo tempo para
aprender algumas das lições que ele me ensinou. Tenho certeza de que ele
completará aquilo que começou em mim.
Tavita, dou graças a Deus por você. Não sei onde eu estaria sem você. Seu
encorajamento e amor me ajudaram a manter o foco e o compromisso de minha vida nas
coisas que Deus me chamou para fazer.
Agradeço à minha mãe, Edith Kenoly. A senhora sempre acreditou em mim e nunca
deixou de orar em meu favor.
Meus filhos, Tony, Ronald e Sam, vocês são minha inspiração. Obrigado porque vocês
participam comigo no corpo de Cristo.
Agradecimentos são estendidos aos meus pastores, Dick e Carla Bernal, bem assim,
aos membros e equipe de trabalho do grupo Jubilee por seu amor, seu ensino e suas
orações.
Mike Coleman, Don Moen e família da Integrity Music, agradeço a vocês por
permitirem que eu seja um parceiro de vocês no ministério de estabelecer a glória
de Deus por meio do louvor e da adoração.
Agradeço, também, a Stephen Strang da Creation House e Tessie Guell por sua ajuda
no texto deste livro. Vocês realmente abençoaram a minha vida, e eu os amo.
Agradeço às equipes de trabalho do ministério de Ron Kenoly do passado e do
presente, bem assim, aos voluntários e amigos ao longo do caminho. Amo a todos
vocês.
Introdução
i4í noites na área da Baía de São Francisco sâo notoriamente frias mas, naquele verão, estava sufocante. Com a sua cabeça inclinada, e seus
largos ombros arqueados pelo desânimo, Ron Kenolj caminhou para a pequena Igreja do Evangelho Quadrangular na esquina da Avenida 64
com o Boulevard Bancroft.
Entrando silenciosamente na igreja va^ia, ele caminhou na quietude daquele santuário avançando pelo corredor adentro. “Deus ainda
está interessado em minha música?”perguntou-se.
Embora as gravadoras seculares estivessem competindo pelo seu talento, as gravadoras cristãs ignoravam seus pedidos para uma
entrevista e apresentação. Seria possível que a sua carreira de músico terminara no dia em que ele rededicou sua vida ao Senhor?
EXALTEMOS AO SENHOR
Sentando-se ao piano, Ron Kenoly começou a tocar os poucos corinhos de louvor e adoração que ele conhecia. Cercado por bancos
vadios na igreja deserta, ele ofereceu a Deus a música que estava em seu coração.
Quando o “concerto” terminou, um novo homem emergiu de uma piscina de lágrimas. Daquela noite em diante Ron Kenoly teve
consciência de que fora chamado para tocar e cantar para um auditório de uma única pessoa — Deus, e somente Deus.
É dessa forma que a revista Charisma descreveu o meu “Concert for One” (Concerto
Para Um) naquela noite de agosto de 1982. A expressão não poderia ter sido melhor,
porque existem algumas experiências na vida em que você não consegue encontrar as
palavras apropriadas para descrever. Aquela noite foi decisiva em minha vida.
Olhando para trás, é surpreendente e humilhante para mim ver tudo o que o Senhor
fez. Deus sc deleita em transformar coisas feias em coisas belas e, muito embora
não possa dizer que sou belo, fico pasmado com tudo aquilo que ele fez em minha
vida.
Foi uma honra para mim escrever este livro em parceria com o pastor Dick. Meu
desejo é que aqueles que lerem este livro cresçam profundamente em seu
relacionamento com o Senhor e que os princípios aqui apresentados os levem a um
conhecimento mais completo da presença de Deus.
Meu relacionamento com o pastor Dick, que além de ser meu pastor é meu amigo, me
ensinou sobre a importância de um bom relacionamento entre um pastor e um líder de
música na igreja. Creio que esse é um dos mais importantes relacionamentos dentro
da igreja e, conseqüentemente, tem sofrido grandes ataques do inimigo. Muito
embora este assunto seja expandido posteriormente, permita-me dizer que sinto um
peso no meu coração por desejar que o rela
10
Introdução
cionamento entre os pastores e os líderes da música seja restaurado ao seu lugar
apropriado no corpo de Cristo. Minha oração é que Deus possa usar este livro para
atingir também essa finalidade.
li
1
O Poder da Presença de Deus
X-Jma área que pode ser de frustração particular para algumas pessoas é a de
escrever cânticos. Perguntam-me, com freqüência, de que forma escrevo minhas
composições, ou, se há ocasiões quando me assento para escrever uma canção e nada
acontece.
A verdade é que tenho facilidade de compor c muito raramente experimentei o
bloqueio dos compositores. Creio que compor hinos é uma habilidade da mesma forma
que edificar uma casa. Os materiais que você pode utilizar incluem sua Bíblia,
sermões, experiências da vida, frases cativantes, dicionários e uma enciclopédia.
EXALTEMOS AO SENHOR
Você precisa também levar em conta o público para o qual está escrevendo. Se você
escreve para uma congregação no seu todo, então, o arranjo vocal tem de ser
limitado. Já se você escreve para alguém como Matthew Ward, então, pode tornar-se
criativo e escrever um cântico que explore a sua incrível habilidade vocal.
Na minha experiência aprendi que existem três formas pelas quais os hinos são
compostos. Existem aqueles que vêm como resultado da inspiração pessoal. Esses
cânticos surgem depois que você vê ou experimenta alguma coisa que o inspira a
escrever. Outros cânticos podem ser escritos a pedido. Esses são escritos quando
um pastor, líder ou qualquer outro indivíduo lhe solicita para compô-lo a partir
de um tema específico para uma ocasião especial. Escrevi muitos cânticos que
nasceram das mensagens do pastor Dick. Finalmente, existem os cânticos que nascem
da inspiração divina. São aqueles hinos que vêm direto do trono e cujo crédito
você receia assumir.
“Jesus Is Alive” (Jesus Vive!) é um desses cânticos divinamente inspirados. Foi
composto em 1987, quando eu estava tentando escrever uma canção que servisse de
título para um musical que escrevera. Senti que não poderia utilizar nenhum dos
cânticos que já havia composto como título. De repente, a música e a poesia de
“Jesus Is Alive” começaram a brotar de minha cabeça, e escrevi todo o hino em
cerca de dez minutos. Não precisei mudar ou alterar nada.
Isto não significa que somente aqueles cânticos diretamente inspirados por Deus
sejam os mais ungidos e abençoados. Uma passagem da Escritura que você lê pode
despertar a inspiração pessoal de um cântico. Da mesma forma, se o motivo da
inspiração forem os ensinos do seu pastor, isso
34
Dando à Luz um Cântico
também deve ser considerado como a palavra de Deus. Indiretamente, todos os
cânticos são inspirados por Deus, se levarmos em conta que é Jesus e o seu
Espírito Santo que habitam em nós. Ele abençoará os nossos esforços.
Selecionando Cânticos
Quer seja um compositor ou não, o líder de louvor sabe as agruras que passa para
selecionar os cânticos de uma liturgia. Essa tarefa requer o mesmo tipo de
planejamento e inspiração como a própria tarefa de escrever os cânticos!
Se você está liderando o louvor no culto de uma igreja, é essencial que você saiba
de antemão o assunto sobre o qual o pastor irá pregar. Por exemplo, o pastor Dick
com freqüência prega mensagens em série. Digamos que ele está pregando uma série
sobre batalha espiritual. Então, sei que devo localizar todos os cânticos de
batalha espiritual que possa encontrar a fim de fazer a minha seleção. Escolherei
cânticos como: “Making War in the Heavenlies” (Guerreando nos Lugares Celestiais),
“Victory in Jesus” (Vitória em Jesus) e “Going Up to the High Places” (Subindo às
Alturas).
Depois de falar com o pastor sobre sua seleção de cânticos, não esqueça de levar a
congregação em conta. Você não utilizaria a mesma seleção de cânticos para uma
reunião juvenil caso a reunião fosse de pessoas idosas. Algumas vezes, o tipo de
culto e o tempo disponível interferem na seleção dos hinos. Üm culto de sexta-
feira à noite, em que não há limitação de tempo, é bem diferente de um culto no
domingo de manhã que está sendo televisado. Entretanto, em todas as ocasiões, o
fundamental é levar as pessoas até a presença de Deus. O líder de adoração deve
ajudá-las a colocar sua mente e seu coração no lugar em que possam ver tudo quanto
Deus fez por elas.
EXALTEMOS AO SENHOR
Muitos líderes de louvor caíram na armadilha de selecionar cinco cânticos de
louvor e cinco hinos de adoração. Mas o mesmo padrão não funciona da mesma forma
todas as vezes. Um líder de louvor é mais do que um regente congregacional. Ele,
ou ela, precisa estar em sintonia com o Espírito Santo e mover-se de acordo com a
sua orientação. Se, durante o cântico de um hino particular, ficar óbvio que o
Senhor está-se movendo, não se deve passar para o próximo cântico só porque está
no programa. Fique com Deus, e, se você tiver de repetir aquele cântico particular
várias vezes, deixando os outros de lado, então faça-o!
Penso, também, que em muitos círculos carismáticos temos exagerado nos cânticos de
louvor que falam sobre Deus em lugar de cantarmos cânticos de louvor a Deus. Não
colocamos bastante ênfase para destinar um período da adoração a fim de
desenvolver intimidade com o Senhor. Podemos cantar cânticos de louvor e não ter
comunhão com Deus. A adoração começa quando nos tornamos íntimos de Deus. O louvor
nos coloca naquele lugar em que podemos adorar o Senhor.
Cânticos Especiais
Creio que uma das responsabilidades do líder de louvor é reforçar o ensino do
pastor. Esta é a razão por que encorajo os líderes de louvor a escreverem hinos
que reforcem aquilo que o pastor prega.
Um pastor pode pregar um sermão específico apenas uma vez à mesma congregação, mas
essa mensagem pode ser uma mensagem que as pessoas necessitam ouvir mais de uma
vez a fim de praticá-la. Como seres humanos, aprendemos por meio da repetição e da
redundância. E nesse momento que os hinos reforçam o que o pastor ensinou. Quanto
mais repe
36
Dando à L.uz um Cântico
tirmos uma coisa em nossa mente, tanto mais iremos crcr e praticá-la.
Quando começamos a cantar repetindo os hinos diversas vezes, gravamos aquela
experiência ou mensagem em nossa vida. Moisés escreveu um cântico sobre a
libertação de Israel da terra do Egito a fim de que o povo pudesse lembrar-se do
que Deus havia feito, passando esse ensinamento de geração em geração. Mesmo hoje
temos grupos de pessoas que transmitem sua história e herança cultural através dos
cânticos. Que herança mais rica poderia haver que a de Cristo? Haveria melhor
mensagem para cantar?
Como indivíduos e como congregações todos temos cânticos especiais que significam
muito para nós. Você se lembra do hino que foi tocado por ocasião do seu batismo?
ou quando você recebeu uma mensagem do Senhor? ou quando ele o lembrou de uma
promessa? ou quando ele o repreendeu, ainda que de forma terna e gentil? Todas
essas canções servem de lembretes de sua fidelidade e são verdadeiros marcos que o
inimigo não pode destruir.
O fundamental ao escrever hinos é permitir que Deus opere através de você. Somos
semelhantes de muitas e variadas formas, e aquilo que toca o seu coração pode
tocar o coração de muitas outras pessoas. Sendo assim, permita que os louvores que
estão no seu coração fluam não somente através de sua boca mas, também, através de
suas mãos.
5
Características de um Líder de Louvor e Adoração
A través dos anos tenho observado características semelhantes entre pessoas que
considero como bons líderes de louvor. Antes de compartilhar o resultado de minhas
observações com você, quero deixar claro que a decisão sobre quem deve tornar-se
um líder de louvor pertence ao Senhor. Ele é quem decide quem é chamado para fazer
uma obra em seu nome.
Um Líder de Louvor é...
Um líder de louvor não é apenas um regente congregacional. A.doração é a palavra-
chave para esse líder. Quando adoramos,
EXALTEMOS AO SENHOR
essa pessoa nos ajuda a introduzir-nos na presença do Senhor. Se você está
servindo ao Senhor como um líder de louvor, ou se sente chamado para fazê-lo, as
cinco descrições de quem exerce essa função se aplicam a você:
1. Um bom estudante da Palavra
Por quê? Para que você possa cantar e dirigir cânticos que estejam em harmonia com
a Palavra. Nem todo o cântico cristão popular está em harmonia com a Palavra de
Deus. Muitos corinhos através dos anos têm-se mostrado sem qualquer base bíblica.
Podem ter sido muito cantados e ter abençoado muita gente, mas isso não os torna
bíblicos. O líder de louvor deve ser capaz de discernir se o material que utiliza
está alimentando o povo, em harmonia com as Escrituras.
2. Salvo, de forma radical, por uma experiência com Jesus Cristo
Em outras palavras, o líder precisa ser um crente acima de qualquer suspeita. É
importante que ele tenha habilidade de liderar outros em oração, porque, num grupo
de louvor, as pessoas irão até ele com todos os tipos de problemas e situações.
Caso você não seja capaz de tratar desses problemas, eles estarão ocupando seus
pensamentos quando você deveria estar adorando. Os problemas podem criar tamanha
confusão que você não conseguirá chegar à presença de Deus. Você não poderá levar
a congregação a um lugar aonde você mesmo não pode ir. Cada vez que vocês se
reunirem, devem orar: “Senhor, estamos diante de ti e queremos deixar de lado
todas as coisas que possam impedir a nossa adoração”. Então, você pode ir e
conduzir a congregação à presença do Senhor.
Características de um Líder de Louvor e Adoração
3. Um líder ousado
Se você entra em pânico ao estar diante das pessoas, o espírito de medo e timidez
se transferirá diretamente para a congregação. As pessoas não conseguirão adorar.
Elas precisam ter confiança de que você sabe o que está fazendo. Você precisa
liderar com autoridade. Quando o relógio diz que está na hora de começar, você
deve ser capaz de dizer às pessoas quando devem se assentar, quando devem se
levantar, quando devem sair do corredor, ou parar de falar. Você deve ser capaz de
dizer às pessoas que é tempo de adorar.
Em algumas igrejas, as manifestações do dom de línguas podem ser um fator de
distração durante o culto. Pode, ou não, ser uma palavra do Senhor. Um líder de
louvor deve manter o controle da situação e discernir se é a ocasião apropriada
para alguma palavra. Seja ousado o bastante para interpretar aquela palavra, para
pedir que aquele que falou a palavra a interprete, ou para dizer àquela pessoa que
fique calada e procure um presbítero para ajudá-la a discernir a palavra. Cuidado
para que as pessoas que dançam, quer no espírito, quer na carne, não se
transformem em uma distração. Você deve solicitar aos introdutores para conduzirem
tais pessoas a um lugar apropriado. Exerça autoridade e lidere.
4. Um músico ou cantor capaz
Davi nomeou músicos capacitados para exercerem essa função. Isso não significa que
você precise ser formado em música, mas que você deve evitar cantar desafinado. Se
a sua música for de péssima qualidade, então haverá uma distração, e as pessoas
não conseguirão adorar.
EXALTEMOS AO SENHOR
5. Ser submisso à autoridade
Um dos maiores problemas para os pastores são os líderes de louvor que têm a sua
própria agenda. O ministério de louvor é um ministério subordinado. Deus colocou
pastores sobre nós. Existem líderes de louvor que lideram melhor do que o pastor
prega, mas lembre-se de Lúcifer. Você não pode permitir-se ficar inchado.Você vai
liderar a música e introduzir as pessoas à presença de Deus, mas o Senhor dará ao
pastor uma palavra que servirá de sustento para o seu povo.
Conheça bem o seu pastor, a sua personalidade. Escolha hinos de que ele goste,
seus hinos favoritos, para que ele possa entrar na presença de Deus e ser ungido
na pregação. Isso o motiva de uma forma especial. Façam planos em conjunto.
Mantenha-o informado dos desafios que você tem com o departamento de música.
Esteja em sintonia com a sua pregação, a fim de reforçar a mensagem. Seja leal ao
seu pastor. Ele precisa estar seguro de sua lealdade. Construa um relacionamento
de união entre você e o seu pastor. Enalteça suas qualidades diante da
congregação.
Dez Coisas num Líder de Louvor Que Incomodam o Pastor
Tenho observado que existem dez coisas num líder de louvor que incomodam o pastor.
Eu mesmo tenho procurado evitar essas coisas, e isto tem feito com que o meu
relacionamento com o pastor Dick seja mais frutífero.
Não começar na hora.
Não terminar a tempo.
Falar muito antes, durante e depois do culto.
Cantar hinos que não são apropriados para a adoração.
42
Características de um Líder de Louvor e Adoração
Roupa inadequada.
Ir muito além das pessoas e perder-se no seu próprio mundo.
Abuso verbal com relação à congregação quando a resposta não é a desejada.
Cantar numa tonalidade muito alta, ou muito baixa, para a congregação.
Redundância por cantar os mesmos hinos semana após semana.
10. Ter a sua própria agenda. Por exemplo: usar a posição de líder de louvor como
um degrau para um contrato de gravação.
O pastor Dick compartilhou comigo dez coisas que ele, através dos anos, descobriu
que incomodam um líder de louvor no que diz respeito ao seu pastor. Ele também tem
feito tudo para evitar essas coisas.
Falta de apoio da parte do púlpito (do pastor).
Cortar o período de louvor em virtude de limitações de horário.
Um pastor (e esposa) que não participam do louvor.
Ouvir sobre todos os problemas sem qualquer apreciação pelas boas coisas.
Ser solicitado a executar um número de improviso (isso é muito constrangedor
quando a equipe de louvor não conhece o hino solicitado).
EXALTEMOS AO SENHOR
Quando a esposa do pastor deseja liderar o departamento.
Não enviar o líder de louvor a seminários e conferências que seriam de grande
ajuda à igreja.
Não alocar orçamento suficiente para a compra de um bom equipamento musical.
Pastores que não gastam um tempo de qualidade com os seus líderes de louvor para
orar e aconselhá-los, especialmente em tempos difíceis.
Pastores que não confiam na capacidade de seus líderes de louvor para formar uma
equipe de primeira qualidade.
Essas coisas são auto-explicativas. Entretanto, se você é um líder de louvor,
gostaria de encorajá-lo a colocar essas coisas em oração diante do Senhor. Depois
de ter feito isso, fale com o seu pastor e, humildemente, peça a ele para dizer se
você incorreu em alguma dessas faltas. Se você é um pastor, examine o seu coração
a respeito do seu relacionamento com o seu líder de louvor.
Agora você acabou de ler muitas coisas sobre o meu relacionamento com o pastor
Dick. Conhecê-lo, tanto co-mo pastor e como amigo, tem sido uma das grandes
bênçãos de Deus em minha vida. Aprecio o fato de que ele é alguém a quem não tenho
problema de me submeter. Caminhamos tanto juntos como individualmente e, mesmo
assim, ele permanece sendo um homem que lidera com espírito de serviço. Pastor, o
irmão está liderando de tal forma que os outros sejam encorajados a se submeterem
à sua autoridade?
44
Características de um Líder de Louvor e Adoração
Minha oração é que essas duas listas de coisas bem simples sirvam para quebrar o
gelo, a fim de curar e melhorar muitos relacionamentos entre pastores e líderes de
louvor.
6
Deus É Capaz
T_Jm dos mais preciosos momentos que tive como líder de louvor ocorreu em Atlanta,
Geórgia, durante a gravação do álbum God Is Able (Deus E Capaz). Esse álbum tem
uma canção intitulada “Use Me” (Usa-me).
Se o Senhor pode usar qualquer coisa, O Senhor pode me usar também. Tome minhas
mãos, Senhor ,
E os meus pés,
Toque no meu coração, Senhor,
E fale através de mim.
EXAJLTEMOS AO SENHOR
Se o Senhor pode usar qualquer coisa,
O Senhor pode me usar também.*
Lembro-me de que, ao cantar, estava pensando: “O Senhor! Isto é totalmente verdade
na minha vida”.
Tinha uma carreira bem-sucedida como cantor de música pop e soul em clubes
noturnos. Tinha contratos de gravação com MCA, United Artists, Warner Brothers e
A&M. Embora nunca tivesse um estouro de vendas em minhas gravações, obtivera
sucesso suficiente para garantir uma boa vida. Tinha uma boa carreira e o respeito
da indústria fonográfica.
Mas todo o meu sucesso fora alcançado com um preço muito alto: minha família.
Tavita e eu tivemos um casamento turbulento durante sete anos em que aconteceu
muito abuso físico, verbal e mental, que resultou em nossa separação.
Foi quando, na primavera de 1975, nossa vida mudou drasticamente. Tavita
reconsagrou sua vida ao Senhor durante um culto na Primeira Igreja Batista de Van
Nuys. Logo depois ela foi batizada com o Espírito Santo no Angelus Temple, a
famosa congregação do Evangelho Quadrangular de Los Angeles.
Como resultado nos reconciliamos. Para mim, a evidência mais óbvia do novo
compromisso de Tavita foi que ela deixou de ser egoísta. Ela tornou-se submissa de
uma forma que nunca fora antes. Ela começou a me reconhecer como o sacerdote do
nosso lar, como aquele que, em última análise, é o responsável pelo sucesso de
nosso casamento. Sua oração era: “Senhor, ajuda-me a vê-lo através dos teus
olhos”. Ela
* Copyright © 1993. Deindc Music / Integrity’s Praise! Music/Adm. por Integrity Music, Inc. Integrity’s Hosanna! Music, c/o Integrity Music, Inc., P.O. Box 851622, Mobile, AL., 36685.
Todos os direitos reservados. Copyright internacional assegurado. Usado com permissão.
Deus ±£ Capaz
começou a apoiar o plano de Deus para a minha vida e a me reconhecer como o esposo
que Deus preparara para ela, mesmo antes da separação.
Ela recebeu o dom de línguas, e eu pensei que ela perdera a cabcça. Mas percebi
que o problema não era comigo. Ela falava sobre ela e o Senhor, e eu desejei ter
parte naquela experiência.
Era 19 de novembro de 1975 quando entreguei a minha vida ao Senhor. Era oito e
trinta da manhã, e eu estava assistindo ao programa The 700 Club de Pat Robertson.
Alguns anos atrás diagnosticaram que eu tinha bronquite espasmódica crônica e,
naquela manhã em particular, eu estava com dificuldade de respirar. Logo a seguir
ouvi Robertson me chamando pelo nome! Ele disse: “Há um homem chamado Ronnie (que
é a forma pela qual minha mãe me chama), e ele está tendo problemas de respiração.
Receba a cura da parte do Senhor neste momento”.
Naquela hora, eu não apenas estava pronto para o toque, eu estava pronto para o
Senhor! Compreendi que minha vida estava uma desordem e desejei que o Senhor
fizesse comigo o que fizera com Tavita. No dia 20 de novembro, Tavita e eu fomos
ate a igreja para recebermos aconselhamento conjugal. Foi quando também recebi o
batismo com o Espírito Santo.
Uma Nova Vida em Cristo
A parte mais difícil no início da nova vida foi abandonar minha carreira de
sucesso. Tentei manter minha carreira secular mas não consegui. Precisava de uma
ruptura bem clara, de forma que abandonamos tudo e nos mudamos para Oakland.
Comecei a trabalhar no College of Alameda passando toalhas no vestiário. Foi um
tempo de humilhação, mas eu estava deter
49
EXALTEMOS AO SENHOR
minado a não retomar à minha antiga vida. Comecei a freqüentar aulas noturnas na Universidade a fim de obter meu diploma de música.
Comecei a escrever música evangélica c a enviar cartas e memorandos para
gravadoras cristãs. Nunca recebi qualquer resposta a não ser uma que dizia:
“obrigado, mas não, obrigado!” Ao mesmo tempo, estava recebendo todos os tipos
de ofertas de companhias seculares. Mas estava determinado a permanecer firme.
Depois de passar toalhas no vestiário por dezoito meses, fui chamado ao
escritório do deão da universidade para uma avaliação e promoção. Quando o
deão começou a verificar minha pasta, ficou espantado ao saber que eu tinha
nove discos gravados, canções sendo tocadas nos programas de rádio e todos os
tipos de acompanhamento musical. O deão submeteu meus registros ao Califórnia
Board of Regents e recebi credenciais equivalentes ao grau de mestre em música
e licença para ensinar. Imediatamente comecei a ensinar canto na faculdade.
Ainda assim, meu desejo era cantar. No verão de 1982 eu estava com a minha
vida em baixa. Mas como eu amava a música e amava muito mais a Deus, eu não
poderia voltar-me para a música secular, mesmo que isto significasse que eu
nunca mais voltaria a cantar.
Foi quando tive a experiência de compor o “concert for One” (Concerto Para Um).
E foi naquela noite que recuperei meu sonho c desejo de me tornar um artista
de gravação.
Depois daquele momento que mudou a minha vida, comecei a receber convites para
liderar o louvor e a adoração em outras igrejas e eventos. Alguns dos grandes
homens de Deus com quem tive a honra de trabalhar foram: Lester Sumrall, Jack
Hayford e Ed Cole, entre outros. O apoio desses
50
Deus É Capaz
líderes levou-me a ser contratado por Mario Murillo com a finalidade de
liderar o louvor em suas cruzadas.
Eventualmente, foi através de Mario e outros amigos que me encontrei, pela
segunda vez cm 1985, com o pastor Dick. (Havíamos nos encontrado brevemente em
1982). Ele havia iniciado o jubilee Christian Center em San Jose, Califórnia,
quatro anos antes, e estava procurando um líder de louvor. Comecei ajudando e,
em 1985, fui contratado como membro de tempo integral da equipe ministerial da
igreja.
Para ser honesto, de vez em quando, pensava em gravar sucessos, mas estava
muito feliz e realizado em liderar outros no louvor. Eu estava plenamente
feliz.
Submeta-se ao Senhor
Desejo agradecer a Deus por ser o Pai que eu nunca tive, a jesus por ser o
amigo mais chegado que um irmão, e ao maravilhoso Espírito Santo que
introduziu a emoção em minha vida cristã.
Carla, você é uma em um milhão. Sou grato a você por ser minha esposa, mãe
espiritual, amiga e amante. Que mulher!
Sou grato também aos meus três filhos, Adam, Sarah e Jesse que me trazem
indescritível alegria na vida.
A minha equipe de trabalho e igreja — vocês são especiais!
Sou grato a Larry e Melva Lea pelos momentos bons e ruins que passamos juntos
no fogo. Ao Dr. Cho por ter sido meu pastor e orientador.
Agradeço, também, a Mike Hayes, Casev Treat, Steve Munsey e ao grupo Integrity
Leadership Ministries por serem relevantes em minha vida e me manterem como
alguém responsável.
Sou muito grato a Stephen Strang e John Mason por permitirem que Ron e eu
realizássemos este projeto.
Graças dou por Brian, Pat e pela equipe de louvor e adoração do grupo Jubilce
que estiveram juntos semana após semana compartilhando os “bens” recebidos em
nome de Deus.
Finalmente, porém não menos importante, sou grato a Ron c Tavita e a toda a
família dos Kenoly por fazerem parte de nossa vida. Vocês nos enriqueceram
além do que podemos falar.
Introdução
Com a ajuda de meus amigos e parentes fundei o Jubilee Christian Center em novembro de 1980. Por volta de 1985 ele havia crescido
para, aproximadamente, duas mil pessoas que assistiam os programas semanalmente. As coisas estavam indo bem em outras áreas do
ministério, mas os serviços do grupo Jubilee se haviam transformado em reuniões mornas de adoração. Precisávamos de alguém que nos
“infundisse novo ânimo”.
Através da instrumentalidade de um amigo encontramos Ron Kenoly e o convidamos a cantar dois hinos no culto de dedicação de
nosso novo santuário. Quando ele chegou e começou o período de louvor e adoração daquele culto, per-
EXALTEMOS AO SENHOR
cebemos, quase que imediatamente, que ele era o homem certo para realizar o
trabalho e contratamo-lo.
Ron e eu desenvolvemos um novo estilo de ministério em conjunto. Ao fazê-lo,
afundamos alguns barcos, e algumas pessoas deixaram a comunhão de nossa
igreja. Mas, ao mesmo tempo, nosso período de adoração e louvor se tornou mais
real e poderoso do que jamais fora antes.
Em muitas igrejas, o profissionalismo e a unção têm sido comprometidos por
causa da comunhão e da idiossincrasia de grupos familiares. Muitos pastores
têm receio de quebrar estruturas ultrapassadas de pensamento com medo de
perder seus membros e, dessa forma, se acomodam a um estilo medíocre de louvor
e adoração.
Esse não é o meu estilo. Descobri que, quando seguimos alguns princípios
básicos de louvor e adoração, uma nova unção se derrama sobre a igreja.
Compartilho esses princípios com você neste livro, mas devo deixar claro que
não estou dando uma receita. Como Ron, freqüentemente, diz: “não há segredo”.
Você precisa apenas seguir a direção do Espírito Santo. Que o Espírito Santo
possa encher o seu coração com a alegria e o entusiasmo de adorar o nosso Rei.
9
Reconhecendo o Louvor e a Adoração
^^ompreendi ao longo dos anos que Deus não é apenas um Deus de amor mas é,
também, um Deus que tem suas leis. Ele é conhecido por sua misericórdia e
graça, mas não podemos nos esquecer de seus princípios e verdades. Em nossa
sociedade moderna em que se fala muito do politicamente correto, da tolerância
e do respeito pelas idéias alheias, tornou-se impopular o apego às noções de
certo e errado. Contudo, somos advertidos em Provérbios 29.18: “Não havendo
profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é bem-aventurado”.
Gênesis, o livro dos começos, é o nosso primeiro retrato sobre Deus e os seus
caminhos. Em Gênesis, Deus, pela primeira vez, trata de questões e estabelece
os precedentes da maioria
ÜAAJL lÜIVLUS AU bJiJNJH.UK
dos fatos da vida. O caos se torna ordenado sob a Palavra de Deus. A
sementeira se torna colheita. O pecado exige sacrifício de sangue. A
desobediência precisa ser julgada. A fé traz a bênção, e a obediência sempre é
recompensada. Esses e outros “primeiros” são estabelecidos em princípio e
transcendem dispensações. Os princípios e verdades de Deus são eternos.
Olhemos para a primeira vez em que a palavra adoração é utilizada na Bíblia.
E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o
jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós
(Gn 22.5).
Esta narrativa representa uma das mais dramáticas decisões da vida de Abraão.
Deus disse para Abraão levar seu filho ao monte Moriá a fim de sacrificá-lo
ali. Abraão obedeceu, dizendo a seus servos que ele iria adiante com Isaque a
fim de adorar.
O Senhor está nos ensinando sobre a verdadeira adoração em Gênesis 22. Devemos
compreender os princípios da adoração antes de podermos acrescentar nossas
vozes, música e participação à experiência de adoração. Nas páginas que
seguem, vamos considerar cinco princípios de adoração, conforme observados nos
doze primeiros versículos do capítulo 22 de Gênesis.
A adoração envolve relacionamentos— nesse caso, o relacionamento de pai e filho
(w. 1-3).
Se a nossa experiência de adoração for correta, ela será um relacionamento —
um relacionamento entre você e o Pai .
Cresci num lar que consistia de uma avó, u‘a mãe, duas irmãs mais velhas e um
avô que dava duro no trabalho. Meus
(Js Princípios da Adoração
pais se divorciaram antes de eu completar dois anos. Por essa razão, a palavra
“pai” significava muito pouco para mim.
Quando cresci, um homem alto e bem vestido, até mesmo simpático, nos visitava
regularmente em casa. Ele me chamava de “filho”, mas eu não tinha segurança
para chamá-lo dc “papai”, “paizinho” ou, simplesmente, “pai”. Ele não parecia
ser muito importante em minha vida. Eu sabia que outras crianças tinham seus
pais, mas eu não sentia que precisava de um. Eu era muito amado pela família
no meu lar.
O primeiro dia no jardim de infância foi uma experiência traumática para mim.
Minha avó me acompanhou à escola e ficou esperando numa sala com os outros
pais quando a aula começou. A Sra. Tyson, minha nova professora, pediu a cada
aluno para ficar em pé, falar seu nome e dizer aos colegas o que o seu pai
fazia para ganhar a vida. Porque eu estava assentado bem atrás tive vários
minutos para me lembrar o que meu pai fazia para ganhar a vida. Na realidade,
eu não tinha a mínima idéia! Muito mal o conhecia, por isso, não sabia a
profissão dele.
Um a um, cada aluno ficou em pé e falou orgulhosamente sobre seu pai. Quando
chegou a minha vez, olhei para a minha avó como que pedindo ajuda. Pude
percebê-la preocupada e quase pude ler a mente dela. “ Dickie, não minta!” ela
parecia me dizer com seus olhos. Comecei a perceber que eu era diferente das
outras crianças. Uma sensação de vergonha, uma sensação que era estranha para
mim, começou a me varrer. Senti desejo de sumir da sala, mas era tarde demais.
Meu amigo Gary Goldman estava sentado perto de mim. Ele ficou em pé e, com um
sorriso de orelha a orelha disse: “Meu pai é dono de um posto de gasolina”.
Era a minha vez. Olhei uma vez mais para a minha avó, levantei-me devagar e
sussurrei: “Meu nome é Dickie Bernal,
EXALTEMOS AO SENHOR
e meu pai também tem um posto de gasolina!” Sem hesitação, assentei-me a
seguir. Parecia ter passado uma eternidade antes de eu poder olhar para a
minha avó novamente. Em sua face eu podia ler bem claramente: “Espere até
chegar em casa, garoto!”
Alguém declarou certa vez que preocupar-se é pior do que sentir medo, porque
lhe dá muito tempo para perceber aquilo que vai dar errado. Eu me lembrei de
todos os detalhes do castigo que iria receber enquanto caminhava de volta para
casa. Minha avó era da velha escola — a escola que acreditava em uma
disciplina rígida e na perda de privilégios como forma de ensino.
Logo que cheguei em casa, ela me chamou para conversar. O seu dedo indicador
apontado para mim acentuava suas palavras: “Você deveria se envergonhar,
Dickie”, ela me falou zangada. Mas eu sabia que preferiria receber uma surra
dela a ter de enfrentar a vergonha e constrangimento que senti na sala de
aula.
Meu problema cresceu comigo. Ao participar de eventos atléticos na escola,
meus amigos sempre perguntavam: “Dickie, o seu pai virá?”
“Sim, ele virá depois. Ele está trabalhando até mais tarde esta noite”, mentia
eu. Criei um mundo de fantasia sobre o meu pai a fim de evitar a verdade sobre
a minha situação.
O problema não desapareceu quando aceitei a Cristo como meu Salvador.
Identifiquei-me, de forma imediata, com Jesus quando o aceitei. Ele fora um
carpinteiro e eu, um ferreiro. Ele fora criado por um pai adotivo, e eu,
também, tinha um pai adotivo. Ele gostava de pescar, coisa que eu, também,
gostava de fazer.
Mas eu tinha um problema com Deus-Pai. Eu não tinha a mínima idéia de como era
falar com um pai. Por essa ra
zão, não sabia como orar a Deus. Podia falar com Jesus, e eu, até mesmo,
acostumei-me às coisas do Espírito, mas o Dcus-Pai era uma situação confusa
para mim. Sentia-me estranho e desconfortável quando tentava me relacionar com
ele. Tinha medo de aproximar-me do Deus-Pai, pois receava me machucar.
Como jovem pastor, ensinava sobre muitos assuntos relacionados ã vida cristã
mas ignorava, por completo, a idéia da paternidade de Deus. Deus, que conhecia
o meu dilema, começou a me seduzir durante os períodos de adoração de que
participava. Comecei a ter visões dele que não eram diferentes da visão que
Isaías teve de Deus no capítulo seis da profecia que leva o seu nome. A medida
que ele revelava o seu coração de pai para mim, fui finalmente convencido de
que ele nunca me abandonaria ou se esqueceria de mim. A partir de então
formamos um relacionamento.
Hoje não me sinto mais como alguém espiritualmente disfuncional, solitário ou
carente. Não, meu Pai não é dono de um posto de gasolina — ele é o dono do
universo. Não me envergonho do seu evangelho, pois ele é o poder de Deus.
Adoração implica em uma jornada. Abraão e Isaque caminhavam para onde Deus
desejava que eles fossem (v. 4).
Na década de 1960 eram muito populares, especialmente aqui na Bay Area (região
de São Francisco, na Califórnia), as chamadas “viagens”. Muitos jovens tomavam
drogas que alteravam o seu estado mental e comportamento de tal forma que
podiam “fugir” do sofrimento e dos problemas da vida, dando-lhes, por assim
dizer, um entusiasmo artificial. Essa era uma prática perigosa e,
freqüentemente, fatal. Abria a porta
85
EXAJLTJtiMOS AO SENHOR
para o espírito do mundo, permitindo, assim, que demônios invadissem a vida
das pessoas.
A adoração, para usar esse tipo de linguagem, é adrenalina pura! Deus é o Ser
Supremo! A adoração é uma viagem santificada — uma jornada no Espírito! A vida
com Deus está sempre se movendo para alguma direção.
Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos (At 17.28).
As jornadas dos filhos de Israel estão registradas no capítulo trinta e três
do livro de Números. Eles acamparam, arrumaram suas coisas, partiram e
acamparam novamente cerca de cinqüenta vezes neste capítulo. Durante aqueles
anos formativos no deserto, os filhos de Israel aprenderam que viver com Deus
envolve uma boa quantidade de mudanças com paradas intermitentes ao longo do
caminho.
As nossas experiências de adoração podem nos ajudar no sentido de mover-nos em
direção a Deus. Com freqüência, as pessoas que participam de nossos cultos me
falam que se sentiram movidas pela presença de Deus. Eu mesmo tenho
experimentado esse mover de Deus durante os períodos de adoração; às vezes, é
uma visão que recebo sobre uma nova oportunidade de ministério através de uma
viagem à índia ou à China; outras vezes, é o desafio para que eu atinja um
novo nível de crescimento, como quando Deus me mostrou a necessidade de eu me
reconciliar com um irmão com quem estivera sem falar havia anos.
Adoração tem a ver com ordem. O fardo de lenha foi tirado das costas de Isaque
e colocado cuidadosamente em ordem sobre o altar (vv. 5-9).
17* jrruiuiuius ua n.uurni^nu
Jesus é o Alfa, o A, e o Ômega, o Z, de nossa fé. Mas ele é um Deus de ordem.
Adoração implica em ordem. Devemos caminhar de A até Z para obedecer à sua
ordem.
Na criação dos céus e da terra (veja Gn 1) vemos que Deus colocou ordem no
caos. O mundo em que vivemos é caótico, confuso, tentador, carnal e se
perverte cada vez mais a cada geração. Não é fácil nem popular viver uma vida
governada por princípios, por absolutos e por limites. Devemos aprender como
submeter a confusão do mundo ao controle de Deus.
Muitos domingos de manhã, ao dirigir-me para o Centro Jubilee, sinto-me como a
formiga atômica — sempre indo em frente! Estressado com a pressão enorme dos
problemas anseio o momento em que possa entrar em sua presença, erguer minhas
mãos para ele e, pela fé, louvá-lo em antecipação pela vitória que está a
caminho.
O quebrantamento, com freqüência, precede a ordem. No meio de um dos mais
escuros momentos da vida do rei Davi, depois que o profeta Natã denunciou o
pecado na cara do rei (2 Sm 12), ele escreveu as seguintes palavras:
Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado.
Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante
de mim.
Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto.
Não me lances fora da tua presença
e não retires de mim o teu Espírito Santo.
Abre, Senhor, os meus lábios,
c a minha boca entoará o teu louvor (SI 51.2-3, 10-11, 15).
EXALTEMOS AO SENHOR
Adoração envolve sacrifício. A história demonstra a disposição de Abraão em dar
algo muito precioso para Deus (v. 10).
A palavra grega para sacrifício é “thusia”, que denota primariamente o ato de
ofertar ou aquilo que é ofertado. Pode ser a presença de alguém na igreja (Rm
12.1), pode ser uma oferta de fé (Fp 2.17), pode ser uma oferta financeira
para a causa de Cristo (Fp 4.18), podem ser sacrifícios espirituais oferecidos
por crentes como membros de um sacerdócio santo (1 Pe 2.5) ou um sacrifício de
louvor.
Portanto, ofereçamos sempre, por ele, a Deus sacrifício de louvor, isto é, o
fruto dos lábios que confessam o seu nome (Hb 13.15).
A forma verbal da palavra sacrifício na língua grega é “thuo”. Essa palavra
denota matar ou apunhalar. A fim de verdadeiramente oferecermos um sacrifício
precisamos colocar morte na equação; morte ao orgulho, morte ao egoísmo, morte
à ambição e cobiça, morte à justiça própria e a outros impulsos carnais. Tive
de morrer diversas mortes para vir à igreja, para vir a Cristo e responder à
chamada para o ministério — e ainda creio que não estou pronto. Acostumei-me
demasiado com os meus próprios funerais!
Lembro-me muito bem da primeira vez em que levantei minhas mãos num culto.
Pensei que fosse morrer de constrangimento, mas esforcei-me em fazê-lo. Então,
houve, também, a primeira vez cm que dancei no Espírito. Eu, um ferreiro de
l,88m de altura e 97 quilos de peso, dançando dois passos com o Espírito
Santo. Mas uma vez que você faz os seus preconceitos morrer, eles permanecem
mortos. Hoje,
(Js Princípios da Adoração
sinto-me bem à vontade para adorar de forma integral — espírito, alma e corpo.
A adoração abre as portas da provisão. Deus faz provisão por meio da
substituição (w. 11-14).
Provisão — é o produto final, mas ela não chega senão depois de um longo
processo. Abraão e Isaque foram até à montanha para adorar a Deus. O processo
foi doloroso, até mesmo agonizante. Foi uma batalha entre o medo e a fé. Mas
aquilo que Abraão aprendeu durante o processo tornou a provisão muito mais
doce.
Recentemente um homem de negócios local doou 4,2 milhões de dólares ao Jubilee
Christian Center. Foi uma provisão milagrosa, mas um processo extenso e
demorado precedeu aquele milagre. Jubilee tem semeado e distribuído milhões de
dólares no campo missionário e em outros ministérios, ao longo dos anos, mas à
custa de nossas próprias necessidades. Seguíamos sem ter uma sede própria, sem
uma equipe adequada e sem um programa evangelístico pela televisão, a fim de
podermos ajudar outros ministérios.
Deus lembrou-se desse processo. Ele não se esqueceu de nossos esforços e amor,
e, um dia, o seu Espírito moveu aquele homem de negócios a fazer uma das
maiores doações na história da igreja.
Será uma jornada. Estou indo para onde ele deseja que eu vá no Espírito. Lutas
e confusões serão prontamente solucionadas. Sacrifícios de louvor serão
apresentados. Um desejo profundo de morrer para as disposições do ego não será
um problema à medida que avançarmos na adoração.
Finalmente, uma nova revelação do poder da ressurreição inundará nossas almas,
e alegremente celebraremos a Cristo com o todo de nossa mente, nosso coração e
nosso corpo.
11
O Tempo da Adoração
Mesmo agora, Pure Jo}^ (que é o grupo de louvor e adoração da Igreja Jubilee)
e Mark, o irmão de Ron, estão ministrando por todo o país dos Estados Unidos.
Mantenho-os na folha de pagamento? Você acertou! Mas se eles, como Ron, derem
mais tempo fora do que à nossa igreja, c as ofertas que receberem forem
suficientes para sustentá-los, nos reuniremos e discutiremos o trabalho deles
na Igreja Jubilee.
Nossa igreja tem sido sempre um centro de treinamento ministerial. Temos
enviado centenas de pessoas para institutos bíblicos, para o campo missionário
e outras igrejas com a finalidade de ajudar. Sentimo-nos vocacionados para
treinar, preparar e equipar os santos para a batalha.
13
A Adoração e a Batalha Espiritual
Ensinar sobre o assunto batalha espiritual é um dos pontos fortes do meu ministério. Faço-o regularmente no meu programa
internacional de televisão toda semana. Escrevi quatro livros sobre o assunto e o ensino em igrejas ao redor do mundo. E uma
investidura que Deus colocou sobre mim, e faço o melhor que posso para me desincumbir da tarefa.
Descobri que não se pode ensinar a dinâmica da batalha espiritual começando com o cântico de corinhos animados como prelúdio
da mensagem.
Ron e eu aprendemos a trabalhar como equipe quando viajamos a fim de ministrar juntos. Sua liderança no louvor
EXALTEMOS AO SENHOR
dos cultos toma meu trabalho muito mais fácil. Ele prepara musicalmente a
congregação para receber a mensagem.
O texto básico que utilizamos é o Salmo 149 que define os passos que devemos
dar na adoração para nos prepararmos para a batalha espiritual.
Cantai ao Senhor um cântico novo (v. 1)
Este versículo fala sobre um novo cântico — um cântico que captura o mover de
Deus no tempo que se chama hoje. Amo os hinos antigos. De vez em quando
seleciono um a fim de cantá-lo para o Senhor. Aquele hino antigo, seja da
autoria de Lutero ou de Wesley, já foi novo um dia. Tiveram uma unção nova
quando foram compostos sob a inspiração do Espírito de Deus. Mas para a
maioria das pessoas, eles são considerados um monumento memorial àquilo que
Deus fez no passado. Devemos lembrar a obra de Deus no passado, mas devemos,
também, acompanhar o que Deus está fazendo hoje. Então seremos capazes de
capacitar a congregação “a se alegrar naquele que o fez... no seu Rei” (v. 2).
Louvem o seu nome (v. 3).
Permita que a congregação adore a Deus com liberdade. Sei que existe
estrelismo, exibição c demonstrações carnais que precisam ser controlados, mas
não ao preço de se extinguir o Espírito. Para mim não há nada mais belo do que
ver alguém expressando livremente o seu louvor a Deus dançando no Espírito.
Um membro de nossa igreja que veio de um contexto fortemente presbiteriano me
procurou uma noite para dizer- me o que lhe acontecera durante o culto. Ele
estava muito
excitado. Este profissional de meia-idade visitara, com relutância, a nossa
igreja com a sua esposa alguns meses antes. Ele gostou do culto e continuou a
vir regularmente. Ele nunca havia aplaudido, levantado as mãos ou gritado
expressões de louvor a Deus durante qualquer dos cultos. Ele vinha
principalmente para manter-se em paz com a esposa dele.
Naquela noite em particular o culto foi especialmente poderoso e emocionante.
Meu amigo presbiteriano sentiu um calor tomar conta dele enquanto estava em pé
na parte de trás da igreja. O calor desceu de sua cabeça e, quando chegou a
seus pés, ele foi para o corredor e dançou, sem qualquer constrangimento, para
o Senhor, com lágrimas de humildade correndo de sua face. Ele fora libertado
para adorar a Deus de uma forma que nunca acontecera antes.
Cantem de alegria no seu leito (v. 5)
Somos solicitados a levar a nossa adoração para casa — até mesmo para as
nossas camas. Cantar em voz alta em nossas camas? Isto é o que acontece quando
experimentamos um mover real de Deus. Você o adora em casa, no trabalho, ao
fazer compras ou em suas férias. A experiência o marca, e você deseja
compartilhá-la com as outras pessoas.
Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus, e
espada de dois fios, nas suas mãos (v. 6).
Agora a nossa adoração se torna em batalha. Nossos cânticos se transformam em
espada do Espírito. Esses cânticos são proféticos em natureza e, quase certo,
são expontâneos ou composições feitas na hora. Ron tem o dom de cantar um novo
cântico imediatamente depois da pregação. Anos atrás
107
ÜAAJ - 1 HMAJ3 AU 3 tliNnuI\
Reba Rambo McGuire profetizou que Ron receberia um novo cântico da parte do
Senhor imediatamente depois de ouvir o seu pastor ministrar a Palavra. Essa
profecia tem sido cumprida em seu ministério e continua a acontecer, ainda
hoje, quando ele ministra.
Para tomarem vingança das nações e darem repreensões aos povos (v. 7).
Note o crescimento na intensidade do conflito.
Para tomarem vingança das nações e darem repreensões aos povos, para prenderem
os seus reis com cadeias e os seus nobres, com grilhões de ferro; para fazerem
neles o juízo escrito; esta honra, tê-la-ão todos os santos. Louvai ao Senhor!
(w. 7-9).
A Igreja Jubilee tem uma responsabilidade local, como uma vocação nacional, de
lembrar a “palavra de Deus” às pessoas. Cada crente deve estar preparado para
entrar em conflito com o inimigo. Isso não é apenas uma responsabilidade — é
uma honra que nos foi dada pelo próprio Deus (v. 9). Essa honra inclui o ato
de amarrar os espíritos malignos (v. 8). O livro de Efésios nos diz que os
poderes contra os quais lutamos não podem ser vistos, pois são invisíveis, mas
eles são tão reais quanto os poderes humanos (veja Ef 6.12).
Para fazerem neles o juízo escrito (v. 9).
Amo esse versículo. A Bíblia é, em última análise, o julgamento escrito de
Deus. Ela é a autoridade final. O privilégio de executar a Palavra de Deus não
é reservado apenas
para aqueles que têm parte no quíntuplo ministério (apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores e mestres [veja Ef 4.11]), mas pertence a “todos os
santos”.
Declarando os Propósitos de Deus
O massacre da Tiananmen Square foi um dos piores eventos dos últimos anos,
senão deste século. Seis meses depois do terrível acontecimento, Ron, Carla e
eu estávamos em Pequim com Nora Lam, Carolyn Sundseth (que fora uma das
nomeadas por Reagan) e Ruth Cox (uma amiga pessoal do presidente George Bush e
de sua esposa Barbara).
As coisas ainda estavam tensas em Pequim naquela ocasião. Podíamos sentir a
tensão no ar. Tive uma oportunidade histórica de pregar na maior igreja
evangélica da China, pastoreada por meu prezado amigo, pastor Kan. Até aquele
momento nosso relacionamento tinha sido apenas através do movimento
subterrâneo dos cristãos na China. Foi um fato notável eu poder pregar
abertamente na sua igreja. Soube que Billy Graham foi o outro único ministro
americano que teve oportunidade semelhante. Fui o primeiro carismático a
ministrar nessa igreja histórica.
O movimento da igreja evangélica é sancionado pelo governo comunista e é
tolerado desde que as pessoas não se tornem muito radicais em suas ações. O
presidente Bush c esposa freqüentaram essa igreja quando serviam como
embaixadores dos E.U.A. sob o presidente Nixon.
O pastor Kan me concedeu trinta minutos para fazer o que eu quisesse. Antes de
minha mensagem Ron cantou o hino “Amazing Grace” e encantou a multidão. A
medida que Ron cantava, o Senhor cochichou para mim: “Não pregue — apenas dê o
seu testemunho”.
EXALTEMOS AO SENHOR
Mudei rapidamente o tema de minha mensagem, que já estava preparada, para o
testemunho de minha história pessoal. As pessoas riam, aplaudiam e choravam.
Não me contive. Falei-lhes que Jesus e o seu batismo de fogo eram a única
esperança para a China. Enquanto falava, fui capaz de identificar vários
agentes do serviço secreto chinês no meio daquela multidão. A polícia secreta
da China não é muito secreta — pode-se identificar esses agentes por meio dos
seus uniformes com suas jaquetas pretas de couro que os destacam na multidão.
Parecia que estavam desfrutando do que estava acontecendo no culto.
Posteriormente, naquele mesmo dia, quando entrei no escritório do pastor Kan,
ele veio ao meu encontro com um abraço. “Desde o tempo em que meu pai
pastoreou esta igreja até hoje, esta igreja não havia experimentado um mover
de Deus como o que houve nesta manhã. Em todos esses anos ninguém na
congregação jamais bateu palmas ou gargalhou livremente como nesta manhã”. O
pastor Kan estava tão impressionado que continuou me abraçando por vários
momentos.
No dia seguinte, Carolyn e Ru th foram capazes de obter crachás de
identificação para poder visitar a Tiananmen Square. A praça deserta estava
ocupada apenas por uns poucos soldados marchando ao redor do perímetro da
praça. A lei marcial tinha sido declarada desde a manifestação anterior.
Enquanto caminhávamos vagarosamente para o centro da Praça podíamos ver as
marcas das esteiras dos tanques de guerra e buracos de projéteis das
metralhadoras nas paredes. A cena provocou calafrios em nossas espinhas.
Tínhamos trazido um pouco do óleo da unção sobre o qual muitos dos santos na
igreja do pastor Kan tinham orado anteriormente. Abri o recipiente e derramei
o óleo sobre a Praça, conduzindo o pequeno grupo numa oração de arre-
pendimento. Pedimos a Deus que perdoasse o governo da China por aquele
terrível crime contra o povo e derramasse sua misericórdia e graça sobre a
China. Ao final da minha oração, Ron começou a cantar e nos liderou num
momento de adoração. Adoramos nosso Senhor e declaramos que a China pertencia
a ele. Declaramos que Satanás e seus governantes não tinham poder porque Jesus
os havia derrotado. Proclamamos que a China, um dia, iria prostrar-se de
joelhos diante do nosso Deus.
Oito dias depois a lei marcial foi suspensa na China. Hoje a China está
abrindo, de forma gradativa, suas portas para o mundo e, eventualmente, estará
aberta para Deus.
Quando regressamos à América, trouxemos a filha do pastor Kan conosco. Nossa
igreja a colocou no Bethany College da Califórnia, em Santa Cruz. O pastor Kan
tornou-se chefe do departamento de religião na China. Tenho um amigo que algum
dia me dará a luz verde para realizar uma cruzada massiva no maior país do
mundo.
Quebrando o Jugo de Satanás
Jesus nos deu o direito legal de utilizar o seu nome e poder, mas esse direito
legal deve ser exercido para provocar os seus efeitos. As promessas de Deus
não são automáticas. A salvação está disponível, mas é preciso que a pessoa
exerça fé para agarrá-la. A Bíblia está cheia de oportunidades, mas precisamos
agir a fim de aproveitá-las. Sim, Jesus destituiu e desarmou o poder das
trevas. Mas não posso ficar sentado e descansar sobre a vitória que ele me
outorgou. Preciso diariamente reivindicar a verdade do Calvário.
No estado da Califórnia existem leis de tráfego que determinam a velocidade
dos veículos. É lei. Está sinalizada nas ruas. Ainda assim, precisamos de
policiais para patrulhar
111
EXALTEMOS AO SENHOR
as ruas. Por quê? Se é lei, por que gastar tempo e dinheiro para contratar
mais patrulheiros a fim de exigir o cumprimento da lei? A razão é muito
simples. As leis podem ser quebradas. É uma lei do universo que Satanás já
está derrotado. Está registrado no livro. Está sinalizado. Mas Satanás não é
um cidadão submisso às leis. Ele é um criminoso derrotado, mas o simples fato
de Jesus o ter derrotado não é suficiente para impedi-lo de nos atacar.
Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém
que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o
alistou para a guerra (2 Tm 2.3-4).
A batalha espiritual começa com a renovação de nossa mente. Então nossas
famílias, igrejas, cidades, nações e os próprios céus podem, também, ser
renovados.
Vencendo o Medo e a Ira
Vários anos atrás, em 1990, minha esposa Carla e eu testemunhamos a um jovem
chamado Eric Pryor. Depois de seis horas, Carla levou Eric a Cristo. Nas
semanas que se seguiram ajudamos o Eric a se mudar para San Jose. Ali o
ajudamos a se mudar para um apartamento pequeno e barato, que ficava bem perto
de nossa igreja, com a finalidade de discipulá- lo. Alguém doou um carro velho
para que o Eric pudesse ir e voltar da igreja.
Larry Lea e eu, juntamente com outros ministros destacados naquela área,
promovemos uma vigília de oração no dia de Halloween na cidade de São
Francisco em outubro de 1990. Não tenho a intenção de causar qualquer problema
às
comunidades gays e de ocultismo de São Francisco, mas, na noite de nossa
campanha de oração, cerca de três mil homossexuais, lésbicas e bruxas se
reuniram do lado de fora do auditório cívico para protestar. Eles chingavam e
causavam embaraço aos crentes que chegavam para participar da vigília de
oração. A atmosfera estava bastante explosiva.
Eric, Carla e eu viajamos juntos para a vigília de oração. Os manifestantes
gritaram quando viram Eric sair do carro, porque ele era bem conhecido por
muitas pessoas que estavam na multidão. Mas eles ficaram silenciosos quando
Carla e eu nos colocamos ao lado dele. Éramos um trio bem excêntrico. O meu
amigo Dr. Peter Wagner me contou que este foi um dos mais significativos
confrontos entre o bem e o mal dos últimos cinqüenta anos.
Como resultado daquela vigília de oração e batalha espiritual, o clima
espiritual naquela área mudou para melhor. Estamos experimentando uma unidade
entre as igrejas como nunca houve nos duzentos anos da história da igreja
evangélica daquela região.
Houve algum resultado? Não tínhamos idéia de que o evento receberia cobertura
da mídia local, muito menos da internacional. Mas o evento esteve noticiado
nas páginas principais dos periódicos locais e do Wall Street Journal. Foi
divulgado pela rede de rádio da CNN e pela NBC. Current Affair, Inside
lELdition, Montei Williams e mesmo um jornal de Paris desejavam fazer
entrevistas ao vivo.
O evento foi o catalisador para uma divulgação nacional no programa Prime Time
Live, em que Diane Sawyer deu um soco no que chamou de reivindicações
questionáveis dos líderes religiosos. Tanto Larry Lea e eu sofremos, por três
anos, de problemas tanto a nível pessoal como público. Pagamos o preço, mas
mantivemos nossas posições, e Deus socorreu os
113
seus servos. Eric ainda está comigo e serve a Deus de todo o seu coração.
No domingo de manhã, após a divulgação do programa num canal de televisão a
nível nacional, fui de carro até à igreja. Sentia-me deprimido, desencorajado
e derrotado. Per- guntava-me se seria capaz de adorar a Deus de todo o meu
coração, perguntando-me, também, em quem a congregação acreditaria — no seu
pastor ou na imprensa. Ron sabia do tumulto pelo qual eu estava passando, de
forma que conduziu maravilhosamente o culto naquela manhã de domingo de
novembro. Como resultado, fui capaz de vencer meu medo e ressentimento por
esse ataque pessoal contra o meu ministério e senti que Deus renovava em mim o
vigor e me capacitava novamente com o seu poder.
O Louvor Amarra o Medo
Como criança crescida em uma pequena cidade, gostava muito de assistir à
matinê no cinema local.
Durante a parte final do outono e nos primeiros meses de inverno, saíamos do
cinema por volta das cinco horas da tarde e tínhamos de caminhar cinco a seis
quilômetros até nossa casa. Atirávamos pedras, chutávamos latas, corríamos e
brincávamos de pique no caminho. Normalmente estava escuro quando chegávamos
em casa. Na metade do caminho para casa tínhamos de passar perto de um antigo
cemitério. Ninguém falava quase nada, mas todos cochichávamos e ficávamos tão
frios e impassíveis quanto podíamos. Aquelas sepulturas sempre me deram, de
alguma forma, um sentimento de paz interior.
O medo é uma força atormentadora. Ele prende e assola a alma da pessoa. O medo
significa simplesmente o senti-
SÍ /xaoraçao c a tfatallia Espiritual
mento de perder alguma coisa ou pessoa, o medo de perder a vida, família,
carreira, juventude, reputação ou alguma coisa preciosa aos nossos olhos.
Também conota a definição de “fugir de medo”. Temos a palavra fobia, que deriva
do vocábulo grego phóbos, o qual é encontrado várias vezes no Novo Testamento.
O medo, sendo um dos grandes repressores da fé, foi o primeiro fruto da
desobediência do homem.
Mas chamou o Senhor Deus ao homem e perguntou- lhe: Onde estás? Respondeu-lhe
o homem: Ouvi a tua voz no jardim e tive medo, porque estava nu; e escondi-me
(Gn 3.9-10, V. Revisada).
O medo não respeita as pessoas. Acomete a todos nós de formas diferentes. Vez
após vez a Bíblia nos recomenda a “não ter medo”. Mesmo Davi teve de lutar
contra o medo em sua vida.
Estou esquecido no coração deles, como um morto; sou como um vaso quebrado.
Pois ouvi a murmuração de muitos; temor havia ao redor; porquanto todos se
conluiavam contra mim; intentam tirar-me a vida. Mas eu confiei em ti, Senhor;
e disse: Tu és o meu Deus (SI 31.12-14).
Mas lembre que no salmo 23 Davi também escreveu:
Não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me
consolam (v. 4, V Revisada).
Lembro-me de ter medo da escuridão. Deitava-me na cama e procurava ouvir
alguma música que trouxesse paz à
EXALTEMOS AO SENHOR
minha alma. Hoje, como um homem de meia-idade, eu ainda luto contra meus medos
e temores. Só que agora os coloco diante de Deus. Não tenho de balbuciar ou de
ouvir músicas suaves à noite. Agora posso cantar os louvores de Deus e amarrar
o medo, sabendo que Deus está comigo. Ele tem o poder de trazer paz às águas
turbulentas de nossa alma.
14
O Papel da Música na Adoração
JR^on Kenoly e Dick Bernal nos ajudaram a compreender o poder do louvor. Eles
nos mostraram que, ao expressarmos o nosso ser interior através da música em
nosso louvor, podemos ser transportados ao próprio coração de Deus. Esse é o
lugar em que devemos estar. AH encontramos a força para deixar para trás os
problemas da vida que nos impedem de nos tornarmos um na experiência da
adoração. Ali derrotamos o inimigo, desarmando os poderes das trevas e vivendo
vidas cristãs vitoriosas. Ali recebemos uma nova unção que enchcrá a nossa
vida da mesma forma que a nuvem da presença de Deus encheu o santuário do
Templo. Ali nos tornamos no templo que Deus deseja que sejamos.
Quando Jacó despertou do sono, no lugar em que se encontrou com a presença
extraordinária de Deus, exclamou: “Na verdade, o Senhor está neste lugar, e eu
não o sabia”
(Gn 28.16). Aquele lugar comum e ordinário à beira da estrada foi transformado
em um lugar sagrado.
O santuário, o templo, tornou-se um lugar sagrado por causa da presença de
Deus. Isso pode acontecer conosco. Mantenhamo-nos firmes no louvor de
exaltação a Deus. Permitamos que ele nos eleve até a sua presença a fim de que
sejamos transformados de pessoas comuns em um povo santo para ele.