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Capítulo 1 - A Oratória

A oratória é a Arte de Falar ao Público.

Primeiramente para se falar algum tema ou assunto é primordial saber do


que está falando, não adianta ser um ótimo orador se não conhece do que irá
se falar.

Algumas pessoas tem verdadeiro pavor de falar em público.


Em determinados casos isso é tão sério que somente a possibilidade de falar
para uma plateia, por menor que seja, provoca sensações desagradáveis.
Para outras falar em público é algo natural, mas se isso não acontece com
você mantenha a calma. Esse é um problema que pode ser solucionado. Com
técnica e confiança é possível contornar o medo.
E o principal segredo é estar preparado para quando a oportunidade surgir .

Para isto devemos ter em mente que para falar bem é necessário dois
requisitos:

 Técnica

 Treino

Há dois modos de fala:

 Comunicação ou fala verbal

 Comunicação ou fala não verbal (com o corpo / gestos)

Devemos sempre além de falar corretamente, nos portar adequadamente para


falar ao público ou a uma outra pessoa.

São comuns alguns erros de postura como:

1) Mãos (refúgio):

 Pegar a roupa

 Mãos no bolso

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 Mãos para trás

 Cruzar os braços

2) Segurar objetos:

 Batendo caneta

 Apertando algo (caneta, livro, etc)

3) Gestos:

 “Folha de parreira”

 Mãos na cintura

 Esfregar as mãos

 Bater as mãos

 Mãos em concha

Ao falar para uma plateia é necessário:

1) Gesticular:

 Harmonia (2 braços e 2 mãos)

 Cintura (braços flexionados na região do abdomem)

2) Pernas:

 Movimente-se (andar)

 Chegar perto (próximo)

3) Olhar:

 Olhar nos olhos

 Olhar com segurança

 Olhar com confiança


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 Olhar com credibilidade

 Nunca olhar somente para uma só pessoa

 Olhar para as pessoas

4) Sorriso:

 Sincero

 Natural

Preparação
Para se fazer um discurso é necessário preparação.

Deve-se saber que alguns simples tópicos fazem a diferença como:

 Não voltar no assunto se você esqueceu, ou seja, se esqueceu o meio,


no final não volte a comentar o que esqueceu.

 Não segure nada na mão (folha), do que você esta falando, evite ler
diante das pessoas.

 Não meça força com ninguém (discutir).

 Ser natural, não ficar preso ao papel.

 Evite o verbo no começo “tentar”, isto é insegurança; evite o verbo


no final “esperar” (eu espero que tenham gostado).

 “muletas”, (cuidado com as frases “na verdade”, e “com certeza”, o


correto é certamente).

 Fugir do texto (cuidado para não fugir do texto que está sendo falado).

 Fale sempre com entusiasmo (veemência e vigor no falar, inspiração,


dedicação ardente e júbilo) (in = dentro - teo = Deus).

 Desça do púpito, chegue perto das pessoas.

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Roteiro
O roteiro é uma redação, e é muito importante para o discurso.

No roteiro há três pontos:

 Introdução

 Desenvolvimento ou conteúdo

 Encerramento ou conclusão

Introdução - As pessoas lembram do começo.

Faça estes quatro passos bem devagar (devido a adrenalina).

 Cumprimento

 Apresentação (evite falar “para quem não me conhece” e evite


também falar de seu currículo).

 Faça elogios ou agradecimentos

 Desperte o interesse de início

Desenvolvimento ou conteúdo - As pessoas não conseguem prestar atenção


o tempo todo. Você deve dominar o que está falando (saber).

Encerramento ou conclusão - Preste atenção nestes cinco ítens a seguir:

 Não cometer erros no final (é isso aí, é só, espero que tenha…, e pedir
desculpas).

 Não esquecer que são às últimas palavras que as pessoas lembram.

 Deixar sempre uma mensagem ou reflexão.

 Evitar frases feitas, jargões evangélicos ou coisas parecidas. Antes


reflita qual a mensagem que vai deixar.

 No final diga obrigado.

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Dicas Importantes
 Elimine palavras que tragam dúvidas (eu acho - verbo + ia = gostaria,
queria).

 Faça exemplos.

 Não fale de você mesmo.

 Não use palavras como:

Né, Tipo Assim, Muitas Das Vezes, Coisa Assim.

 Em um apresentação as palavras valem 7%, o tom de voz 38%, a


postura 55%.

 Mude o tom de voz durante a palestra.

 Não imite os outros, seja você mesmo.

 Sorria, movimente-se, gesticule.

 Relaxe, não seja um robô.

 Quando se esquecer de algo ou perceber que está indo rápido demais


dê uma pausa de 5 segundos respire, aja naturalmente.

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Capítulo 2 - Homilética

A Homilética é o estudo dos fundamentos e princípios de como preparar e


proferir sermões.

É a ciência cuja arte é a pregação e cujo resultado é o sermão.


É a arte do preparo e pregação de sermões.

Há necessidade de estudo e pesquisa para que os sermões tenham conteúdos


bíblicos e contemporâneos. Para isto é necessário organização das idéias que
serão apresentadas, juntamente com o uso do idioma e a apresentação do
sermão.

Vejamos as várias definições sobre “A Pregação Bíblica”:

É a apresentação da verdade através da personalidade; é a comunicação da


verdade aos homens mediante o homem.

É a proclamação da graça de Deus, sob a autoridade do trono de Deus,


visando atender as necessidades humanas.

É a verdade de Deus apresentada por uma personalidade escolhida, para ir ao


encontro das necessidades humanas.

É uma manifestação do Verbo Encarnado desde o Verbo escrito e por meio


do verbo falado.

É a proclamação pública da verdade divina baseada nas Escrituras, por uma


personalidade escolhida, com o propósito de satisfazer as necessidades
humanas.

A pregação expositiva é a comunicação de um conceito bíblico, derivado de


e transmitido através de um estudo histórico, gramatical e literário de uma
passagem no seu contexto, que o Espírito Santo primeiramente aplica à
personalidade e experiência do pregador e depois, através dele, aos seus
ouvintes.

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É a fiel exposição do sentido correto de um ou mais textos da Bíblia,
ilustrando a exposição e aplicando-a à vida dos ouvintes, envolvendo-os de
tal maneira que são satisfeitas as suas necessidades, sendo que esta
comunicação é feita por uma pessoa com experiência real com Cristo e
guiada pelo Espírito Santo.

Preparando o Sermão

Para se preparar um bom Sermão há necessidade de:

 Conhecer o livro e o tempo bíblico do texto escolhido. (faça sua


própria pesquisa do tempo bílbico e conheça sobre o livro escolhido).

 Estudar o texto bíblico escolhido (palavras difíceis, termos de cunho


teológico, nomeações, locais, objetos, costumes da época).

 Analise as repetições do texto escolhido.

 Identifique as principais partes do texto escolhido.

 Analise as parábolas.

 Identifique e analise as “falas” do texto.

 Analise os sentimentos dos personagens do texto.

 Descreva o assunto principal do texto escolhido.

 Relacione as doutrinas bíblicas iluminadas pelo texto.

 Relacione os ensinamentos do texto.

 Veja os outros correlatos do texto escolhido (mesmo texto em outro


local da Bíblia).

Regras para um bom sermão

1. Prepare bem o seu sermão, decida fazer o melhor.

2. Tente achar uma boa introdução: adequada, criativa, interessante.

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3. Formule para você mesmo o objetivo do sermão: tenha certeza da direção
que precisa apontar aos ouvintes.

4. Afaste tudo que poderia desviar os pensamentos dos seus ouvintes para
uma trilha secundária.

5. Organize sua mensagem: tome todas as precauções para não ficar


repetitivo, inseguro, perdido em meio às idéias.

6. Use uma linguagem viva e simples.

7. Use ilustrações e exemplos práticos em quantidade suficiente.

8. Diga “eu”. Não adquira o hábito de referir-se a você como “nós”.

9. Seja você mesmo. Não queira imitar outros pregadores.

10. Mostre humildade e apreço pelos ouvintes.

11. Fale ao coração dos seus ouvintes.

12. Sempre dê aos ouvintes algo que eles possam colocar em prática.

Preparo homilético do pregador.


É fundamental que este se aperfeiçoe homileticamente, que estude, que se
aprofunde na homilética a fim de conhecer técnicas, métodos e formas
sermônicas que enriquecerão seu trabalho.

Concordo com aquilo que ouvi, que o bom sermão é aquele que "conforta os
abatidos e incomoda os acomodados".

Pois o sermão deve constituir-se num instrumento de Deus para falar ao seu
povo.

Vejamos alguns aspectos que são importantes na preparação dos sermões:

a) Dependência do Espírito - O pregador deve encher-se dEle


continuamente (Efésios 5:18), pois o Espírito foi quem o escolheu e é quem
o capacitará para a sua tarefa.

b) Oração - É fundamental a todo cristão, principalmente ao pregador que,


através da oração, poderá trilhar o caminho do ministério da pregação com
eficiência.

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c) Estudo da Bíblia - Meditação e estudo são imprescindíveis. O pregador
precisa alimentar-se da Palavra, ouvir os conselhos de Deus para sua vida
antes de transmiti-los aos seus ouvintes.

d) Visão - O pastor precisa ter visão de onde pretende chegar com seu
rebanho. Como Igreja, temos uma Missão tremendamente abrangente e a
visão do pastor orientará o rebanho na parcela que lhe caberá dentro dessa
Missão. A partir da visão, de onde se quer chegar, e da consciência de onde
se está no momento, o pregador estabelecerá um programa de pregação que
vise alimentar e conclamar seu rebanho na direção certa. Este programa deve
ser previamente elaborado e dosado de criatividade e variedade, haja visto
que a monotonia prejudicará a comunicação.

e) Técnicas de comunicação e homilética. O pregador precisa especializar-


se a fim de eficientemente comunicar-se com seu povo. Para isso, pode
buscar reciclar-se através de leituras ou aperfeiçoar-se com cursos. Este
aperfeiçoamento é importante para que consiga transmitir idéias contidas nos
sermões com clareza de modo a serem absorvidas pelos ouvintes. Este
cuidado levará o pregador a ter sempre um objetivo específico em cada
sermão e a saber como alcança-lo mediante a pregação.

f) Conhecimento da natureza humana. O pregador que busca a eficiência


em seu trabalho precisa conhecer seu povo e reconhecer suas carências. Se o
sermão não for relevante, também não será interessante ao povo. A Bíblia
não pode ser usada a pretexto, pois a pregação eficiente é bíblica e
contemporânea. L. M. Perry e Charles Sell afirmam que de nada vale falar
de detalhes da vida do século I e nada dizer sobre a vida do século XXI.

g) Boa administração do tempo. Em geral os pregadores se envolvem com


diversas atividades, mas o bom pregador é alguém que reconhece a
preciosidade da obra que tem a desempenhar e investe a parcela necessária
de tempo neste trabalho. Vale ressaltar que a preguiça é uma terrível inimiga
da eficiência do pregador.

h) O celeiro de idéias. É uma prática igualmente importante. Uma simples


agenda pode registrar idéias para sermões e ilustrações que o pregador leu,
ouviu ou mesmo viveu e que futuramente poderão lhe servir para enriquecer
seu trabalho.

i) Criatividade e variedade. O pastor nunca deve ser tido como repetitivo e


previsível em seu trabalho como pregador. Deve surpreender sua
congregação ao usar de inteligência e criatividade, podendo alcançar isto
variando as formas homiléticas de apresentar seus sermões. Sermões

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narrativos, segmentados, monólogos, biográficos, dentre outros, poderão
compor o calendário de pregação.

j) Avaliação. Destaco a necessidade do pregador avaliar-se e, para tanto,


acredito que uma pessoa de confiança do pastor pode auxiliá-lo (quase
sempre a esposa é uma pessoa indicada). Sugiro também que todo pregador
vez por outra grave seus sermões e depois os ouça a fim de avaliar-se.

Os rumos que a Igreja deverá seguir daqui para a frente dependerão dos seus
púlpitos.

Se os pregadores forem aptos a discernir a vontade de Deus e dedicados a


transmiti-la aos seus ouvintes, viveremos tempos de colheita abundante.

O USO DO MATERIAL ILUSTRATIVO NO SERMÃO

 Definição de "material ilustrativo"

A palavra "ilustrar" vem do latim, ilustrare, e significa "lançar luz ou brilho,


ou tornar algo mais evidente e claro".
Os educadores reconhecem que uma das principais leis de ensino, para
alcançar a mente e o coração é a ASSOCIAÇÃO DE IDÉIAS.
O material ilustrativo tem sido comparado a janelas, que deixam a luz entrar
e iluminar uma casa. A ilustração visa ajudar os ouvintes a "VER A
VERDADE".

 O uso de material ilustrativo na Bíblia

Natã: usou a ilustração de um homem pobre com uma cordeirinha para levar
o Rei Davi a condenar-se a si mesmo (II Sm 12:1-14);

Aías: rasgou a sua roupa nova em doze pedaços e deu dez para Jeroboão,
representando o fato de que Deus havia determinado que dez das doze tribos
de Israel seriam tiradas de Reoboão (I Rs 11:26-40);

Jesus Cristo: quase sempre usava material ilustrativo para apresentar


profundos conceitos de natureza espiritual. As parábolas (52% do Evangelho
de Lc é composto de parábolas). O uso de uma moeda para ensinar o dever
do bom cidadão (Mt 22:19). A pregação significativa através de uma bacia e
de uma toalha (Jo 13:1-17). Jesus também falou das aves dos céus, dos lírios
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do campo, do pão, da água. Jesus, também usou uma criança para mostrar
que é preciso se tornar como uma criança para entrar no Reino de Deus.
(vide o comentário de Mateus ao uso das parábolas por Jesus: Mt 13:34-35,
53-54)

 Os propósitos para o emprego de material ilustrativo

a) despertar o interesse e prender a atenção dos ouvintes.


b) aclarar, iluminar e explicar as verdades apresentadas.
c) confirmar, fortalecer os argumentos apresentados e persuadir os ouvintes
a aceitarem estas verdades.
d) ajudar os ouvintes a gravarem bem as idéias do sermão.
e) tocar nos sentimentos dos ouvintes.
f) dar mais vida ao sermão.
g) ornamentar e embelezar o sermão.
h) tornar o sermão mais agradável.
i) ajudar com a repetição da verdade.

 Tipos de ilustrações e fontes de bom material ilustrativo

A própria Bíblia é um verdadeiro tesouro de ilustrações. Elas dão até mais


autoridade ao sermão. São autênticas e atuais!

O mundo da literatura:
Biografias e autobiografias; obras de ficção; poesia; dramas, mitologia,
fábulas, lendas e folclore relacionadas à vida de países e regiões, etc.

A história. Aquilo que aconteceu no passado e também aquilo que está


acontecendo em nossos dias, como aparece nos jornais, revistas como Veja,
etc.
Experiências pessoais.

A ciência e a medicina.

Obras de arte, como pinturas de quadros e obras de escultura servem como


ilustração.

Citações que ouvimos ou lemos.

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Artigos que lemos ou outros sermões que ouvimos.

Acontecimentos esportivos.

O trabalho secular do povo da igreja e da comunidade.

A leitura em geral de jornais, revistas e livros.

Ilustrações criadas por nós mesmos.

Advertências quanto ao uso de ilustrações

a) não é necessário ilustrar as coisas óbvias.


b) ilustrações que tem pouco a ver com o ponto que está sendo focalizado no
sermão ou cuja relação com ela é vaga, ou que esclarece pouco, não devem
ser utilizadas.
c) evite ilustrações cujas bases não têm nenhuma relação com a vida dos
ouvintes.
d) evite ilustrações que parecem exageradas ou improváveis, mesmo que
tenham acontecido.
e) não faça o seu sermão somente de ilustrações.
f) evite ilustrações que exijam muitas explicações para entendê-las.
g) não use ilustrações somente para mostrar o seu grande conhecimento ou
impressionar os ouvintes.
h) não é bom destacar uma só ilustração ao ponto de deixar o resto do
sermão prejudicado.
i) não se deve usar uma ilustração somente para fazer o povo rir.
j) não utilize ilustrações que não entenda bem. Tenha certeza dos detalhes
das suas ilustrações. (Um teólogo fez referência a um sermão que ouviu,
onde o pregador contou de um soldado, do século 16, que saiu para uma
batalha com a metralhadora na mão!)
l) nunca conte a experiência de outrem como se fosse sua.
m) tenha muito cuidado em elogiar pessoas não crentes em suas ilustrações.
n) evite o se desculpar pelo uso de qualquer ilustração pessoal.
o) varie o tipo de ilustração que você utiliza.
p) tenha cuidado com ilustrações "enlatadas".

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Formulação e análise dos sermões
Ao fazermos um Sermão este deve conter:

Texto para exemplo (Mateus 8: 14-17).

 Afirmação Teológica - é a maior verdade do texto escolhido para o


sermão. Deve-se sempre pensar, “qual é a maior verdade deste texto
bíblico?” Exemplo em Mt 8: 14-17, a afirmação teológica é que quando
Jesus entra em uma casa, todos são abençoados. A afirmação teológica
sempre tem uma énfase, no texto acima é dado uma énfase evangelística.

 Propósito específico - Em Mt 8: 14-17, no final do sermão o ouvinte


deverá convidar Jesus a entrar em sua casa.

 A Fundamentação Bíblica - é o ensino principal de cada divisão do


sermão. No exemplo do texto de Mt 8: 14-17, a principal fundamentação
bíblica é a cura divina, podendo ser fundamentada por Isaías 53: 58.

 O Ponto Cruz - é o aspecto da cruz de Cristo para cada verdade bíblica.


Exemplo: Jesus cura os doentes, pois Ele verdadeiramente tomou sobre si
as nossas enfermidades Isaías 55: 4.

 Título - ainda que os ouvintes não precisam saber o título do sermão, é


aconselhável todo sermão ter um título. Nosso título de exemplo é: “Leve
Jesus para casa”.

 Frase de Efeito - é uma frase que deve ser dita várias vezes durante a
pregação, pois serve para o ouvinte gravar em sua mente. Nossa frase de
efeito de exemplo será: “leve Jesus para casa”, neste caso o título serviu e
muito bem como frase de efeito.

 O Apelo Final - é o objetivo do sermão, neste caso como evangelístico, o


apelo final é o de receber a Cristo, ou seja, de levá-lo para casa. Mas
pode ser qualquer outro apelo como: santidade, arrependimento, busca
por Deus e pelo Seu poder, cura, etc.

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Capítulo 3 - Hermenêutica Bíblica

O termo "hermenêutica" deriva do grego hermeneuein, "interpretar".

A Hermenêutica Bíblica cuida da reta compreensão e interpretação das


Escrituras.

Consiste num conjunto de regras que permitem determinar o sentido literal


da Palavra de Deus.

A IMPORTÂNCIA DESTE ESTUDO

a. O próprio Pedro admitiu que há textos difíceis de entender: "os quais


os indoutos e inconstantes torcem para sua própria perdição" (2
Pedro 3:15 e 16).

b. A arma principal do soldado cristão é a Escritura, e se desconhece o


seu valor ou ignora o seu legítimo uso, que soldado será? (2 Timóteo
2:15).

c. As circunstâncias variadas que concorreram na produção do


maravilhoso livro exigem do expositor que o seu estudo seja
meticuloso, cuidadoso e sempre científico, conforme os princípios
hermenêuticos.

A REGRA FUNDAMENTAL

A Escritura é explicada pela Escritura.

A Bíblia interpreta a própria Bíblia..

PRIMEIRA REGRA

Enquanto for possível, é necessário tomar as palavras no seu sentido usual e


ordinário.

SEGUNDA REGRA

É absolutamente necessário tomar as palavras no sentido que indica o


conjunto da frase..

Esta regra tem importância especial quando se trata de determinar se as


palavras devem ser tomadas em sentido literal ou figurado. Para não incorrer
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em erros, convém, também, deixar-se guiar pelo pensamento do escritor, e
tomar as palavras no sentido que o conjunto do versículo indica.

TERCEIRA REGRA

É necessário tomar as palavras no sentido que indica o contexto, isto é, os


versos que precedem e seguem o texto que se estuda.

QUARTA REGRA

É preciso tomar em consideração o desígnio ou objetivo do livro ou


passagem em que ocorrem as palavras ou expressões obscuras.

QUINTA REGRA

É indispensável consultar as passagens paralelas explicando as coisas


espirituais pelas espirituais (I Cor 2:13). (I Cor 2:13).

SEXTA REGRA

Um texto não pode significar aquilo que nunca poderia Ter significado para
seu autor ou seus leitores.

SÉTIMA REGRA

Sempre quando compartilhamos de circunstâncias comparáveis (isto é,


situações de vida específicas semelhantes) com o âmbito do período quando
foi escrita, a Palavra de Deus para nós é a mesma que Sua Palavra para eles.

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Capítulo 4 - Exegese

É a disciplina que aplica métodos e técnicas que ajudam na compreensão do


texto.

Do ponto de vista etimológico, hermenêutica e exegese são sinônimos, mas


hoje os especialistas costumam fazer a seguinte diferença:

 Hermenêutica é a ciência das normas que permitem descobrir e


explicar o verdadeiro sentido do texto

 Exegese é a arte de aplicar essas normas.

Sendo assim a exegese é o estudo cuidadoso e sistemático da Escritura para


descobrir o significado original que foi pretendido.

É a tentativa de escutar a Palavra conforme os destinatários originais devem


tê-la ouvido; descobrir qual era a intenção original das palavras da Bíblia.

a. contexto histórico: a época e a cultura do autor e dos seus leitores:


fatores geográficos, topográficos e políticos, a ocasião da produção do livro.

A questão mais importante do contexto histórico tem a ver com a ocasião e o


propósito de cada livro.

b. contexto literário: as palavras somente fazem sentido dentro das frases, e


estas em relação às frases anteriores e posteriores.

Devemos procurar descobrir a linha de pensamento do autor. O que o autor


está dizendo e por que o diz exatamente aqui?

Princípios Básicos
Todo pregador do evangelho deve, por obrigação, dominar as técnicas
básicas da exegese, sob pena de trair o real sentido do texto sagrado a ser
explanado e de ser um disseminado de heresias, portanto se você ainda não
domina a arte de interpretar e compreender os textos, deve então começar
agora, pelo básico.

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Dez princípios que devem ser seguidos na interpretação bíblica:

 1° - denomina-se princípio da unidade escriturística. Sob a inspiração


divina a Bíblia ensina apenas uma teologia. Não pode haver diferença
doutrinária entre um livro e outro da Bíblia.

 2° - Deixe a Bíblia interpretar a própria Bíblia. Este princípio vem da


Reforma Protestante. O sentido mais claro e mais fácil de uma passagem
explica outra com sentido mais difícil e mais obscuro. Este princípio é
uma ilação do anterior.

 3° - Jamais esquecer a Regra Áurea da Interpretação, chamada por


Orígenes de Analogia da Fé. O texto deve ser interpretado através do
conjunto das Escrituras e nunca através de textos isolados.

 4° - Sempre ter em vista o contexto. Ler o que está antes e o que vem
depois para concluir aquilo que o autor tinha em mente.

 5° - Primeiro procura-se o sentido literal, a menos que as evidências


demonstrem que este é figurado.

 6° - Ler o texto em todas as traduções possíveis - antigas e modernas.


Muitas vezes uma destas traduções nos traz luz sobre o que o autor queria
dizer.

 7° - Apenas um sentido deve ser procurado em cada texto.

 8° - O trabalho de interpretação é científico, por isso deve ser feito com


isenção de ânimo e desprendido de qualquer preconceito. (o que
poderíamos chamar de "achismos").

 9° - Fazer algumas perguntas relacionadas com a passagem para chegar a


conclusões circunstanciais. Por exemplo: a) - Quem escreveu?
b) - Qual o tempo e o lugar em que escreveu?
c) - Por que escreveu?
d) - A quem se dirigia o escritor?
e) - O que o autor queria dizer?

 10° - Feita a exegese, se o resultado obtido contrariar os princípios


fundamentais da Bíblia, ele deve ser colocado de lado e o trabalho
exegético recomeçado novamente.

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As Ferramentas necessárias ao exegeta
 Usar a Bíblia que contiver o texto mais fidedigno na língua original.
(Os que não podem ler a Bíblia no original devem usar uma tradução fiel,
tanto quanto possível). Escolhido o texto é necessário saber exatamente o
que ele diz. Para isso são necessárias suas espécies de ferramentas:

a) - Dicionários: - Dicionário da Lingua Portuguesa.

- Dicionário Bíblico.

- Dicionário Teológico.

b) - Gramáticas: - Enciclopédia Bíblica.

- Enciclopédia Teológica.

- Teologia Sistemática.

- Concordância Bíblica.

- Átlas Bíblico.

- Livros Arqueológicos.

O PROCEDIMENTO EXEGÉTICO
Procedimento errado - Ler o que muitos comentários dizem com sendo o
significado da passagem e então aceitar a interpretação que mais agradece.
Este procedimento é errado pelas seguintes razões:
a) encoraja o intérprete a procurar interpretação que favorece a sua pre-
concepção e
b) forma o hábito de simplesmente tentar lembrar-se das interpretações
oferecidas. Isto para o iniciante, freqüentemente resulta em confusão e
ressentimento mental a respeito de toda a tarefa da exegese. Isto não é
exegese, é outra forma de decoreba e é muito desinteressante. O péssimo
resultado e mais sério do "procedimento errado" na exegese é que próprio
interprete não pensa por si mesmo.

Procedimento Correto - O interprete deve perguntar primeiro o que o autor


diz e depois o que significa a declaração.

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Consultar os dicionários para encontrar o significado das palavras
desconhecidas ou que não são familiares. É preciso tomar muito cuidado
para não escolher o significado que convêm ao interprete apenas.

O USO DE INSTRUMENTOS
Comentários: eles não são um fim em si mesmo. O interprete deve manter
em mente o clima teológico em que foram produzidos, porque isso afeta de
maneira direta a interpretação das Escrituras. Um comentarista pode ser
capaz, em certa media, de evitar " bias" (tendências) e permitir que o
documento fale por si mesmo, mas sua ênfase nos vários pensamentos na
passagem será afetada pela corrente de pensamento de seus dias. Os
comentários principalmente os devocionais, tem a marca da desatualização.

Uso de dicionário e gramáticas: e importante manter em mente a data da


publicação. Todas as traduções de uma palavra devem ser avaliadas e não
apenas tirar só o significado que interessa a nossa interpretação. Explore o
recurso dos próprios sinônimos.

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