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O astro guia parou sobre o lugar onde o Menino se encontrava, como S.

Mateus
dissera no seu Evangelho. Terminara a viagem e logo os escrínios se abriram para
deporem, humildemente, as pedras preciosas, a mirra e o incenso que de tão longe
tinham vindo em acção de graças, junto Daquele que nascera para a Salvação da
Humanidade.

O tema e vasto e o perfume de ternura que o envolve ainda mais o liga a


sensibilidade popular, tentando-a, assim, a sua interpretação plástica e, até mesmo,
a simbólica.

Datam do século IV, pelo menos, as iniciada celebração da Natividade sob estes
dois aspectos. Foi Santa Helena, mãe de Constantino, a iniciadora do culto do Natal
e, por suplica sua, demove seu filho a erigir uma basílica onde, pela primeira vez,
aparece um retábulo ou oratório com a figuração do Presépio.

Para que o mistério mantenha com todo o seu poder as almas em vibração mística,
surge-nos a lenda que nos conta ter existido ainda antes de Constantino gravar uma
estrela de prata no lugar do estabulo em que Cristo nascera, um Presépio de barro,
no mesmo local.

Se entre nós o culto do Natal se exterioriza pelos Presépios, que nos levaram a
sublime criação de tipos populares Portugueses, não deve-mos deixar de atender,
também, a novos hábitos — hábitos importados — que, sem a forca da sinceridade,
nem a ingenuidade que tao bem caracteriza os escultores anónimos, presepistas por
índole e de mãos aquecidas a luz suave da Adoração para, depois, a argila inerte e
fria, transmitirem o calor da sua fé, nos forcem a perder a feição nacionalista se,
por acaso, uma reacção bem dirigida chegar atrasada ou, ate mesmo, não iniciada,
veremos dentro em breve, desaparecer a obra de arte do povo. que e, sem duvida
alguma, aquela que melhor nos fala.

Referimo-nos ao culto vegetalista que nos veio dos países anglo-saxãos, onde talvez
se exerça ainda como reminiscência da primitiva idolatria e, por não ser contraria
as místicas cristas, nela se introduziu e fixou no ambiente da liturgia.

São varias as espécies vegetais que entram nas celebrações desta época e, de entre
elas, lembremos o abeto, o azevinho, o zimbro e o agárico, todas elas arvores
particularmente simb6licas que com o norte europeu faz as celebrações do Natal.

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