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Diana Leiras Processo Executivo Sol 22/09/2022

3.º Ano ESG - IPCA

PROCESSO
EXECUTIVO
Parte geral

Diana Leiras
Solicitadoria - 3.º ano, IPCA

DIANA LEIRAS PROCESSO EXECUTIVO SOL 3.º ANO ESG - IPCA

Parte geral

■ Conceito e fins da ação executiva


■ Ação executiva versus ação declarativa
■ O acesso à ação executiva
■ Tipologia da ação executiva

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■ As ações são declarativas ou executivas (art. 10.º/1).


■ Princípio da proibição de autodefesa (art. 1.º) e princípio da garantia de
acesso aos tribunais (art. 2.º CPC e 20.º/1 CRP).
■ “Dizem-se ações executivas aquelas em que o credor requer as
providências adequadas à realização coativa de uma obrigação que lhe
é devida”(art. 10.º/4).

■ Ao invés da ação declarativa, a ação executiva surge numa fase em que


o credor detém um documento que comprova, com um grau razoável de
segurança, a existência do direito que pretende fazer valer - título
executivo (art. 10.º/5).
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■ A ação executiva pode ter por finalidade (art. 10.º, n.º 6):
– Pagamento de quantia certa
o arts. 601.º e 817.º, CC, e arts. 703.º-723.º, 724.º-858.º;
– Entrega de coisa certa
o art. 827.º, CC, e arts. 703.º-723.º, 859.º-867.º;
– Prestação de um facto (positivo ou negativo)
o arts. 828.º-829.º-A, CC, e arts. 703.º-723.º, 868.º-877.º

▪ O tipo de ação executiva é determinado em face do título executivo


(ainda que possa haver conversão da execução) – 10.º/5

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Tramitação eletrónica do processo – art. 712.º


■ A tramitação dos processos executivos é, em regra, efetuada eletronicamente -
através do sistema informático de suporte à atividade dos agentes de execução e
do sistema informático de suporte à atividade dos tribunais -, nos termos do art.
132.º e disposições regulamentares (Port. n.º 280/2013, de 26.08).
■ O modelos e termos de apresentação do requerimento executivo são definidos
pela Port. n.º 282/2013, de 29.08.
■ Regra: Todas as consultas a realizar pelo agente de execução com vista à
efetivação da penhora, assim como quaisquer comunicações entre este e os
serviços judiciais ou outros profissionais do foro e entidades públicas, para, por
exemplo, ordenar a realização de penhoras, a sua modificação ou levantamento,
são realizadas por meios eletrónicos.

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Competência para a prática de atos executivos


■ O agente de execução é designado pelo exequente ou pela secretaria (art.
720.º, n.ºs 1 a 3);
■ A designação do AE fica sem efeito se ele declarar que não a aceita por meios
eletrónicos – art. 720.º/8 e art. 36.º, da Port. n.º 282/2013, de 29.08.
■ Os cidadãos podem recorrer ao sistema público de justiça, requerendo que o
oficial de justiça desempenhe as funções de AE, em dois casos:
- em execuções para a cobrança de créditos de valor não superior ao dobro da
alçada do tribunal de 1.ª instância, desde que não resultem de uma atividade
comercial ou industrial (722.º/1/e);
- em execuções destinadas à cobrança de créditos laborais de valor não superior
à alçada da Relação (722.º/1/f).

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A cessação de funções do agente de execução pode resultar (art. 720.º/4):


– de substituição promovida pelo exequente, devendo este expor o motivo
da substituição, ou
– de destituição pelo órgão com competência disciplinar sobre os agentes
de execução, com fundamento em atuação processual dolosa ou em
violação reiterada dos deveres que lhe são impostos pelo respetivo
estatuto.

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■ A competência em matéria disciplinar sobre os agentes de execução


encontra-se repartida entre dois órgãos distintos e independentes entre
si na prossecução das respetivas atribuições legais:
– a Comissão de Disciplina dos Auxiliares da Justiça (CDAJ), integrada na
Comissão para o Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça (CAAJ) e,
– o Conselho Superior (CS), inserido na Ordem dos Solicitadores e dos
Agentes de Execução (OSAE).

■ A destituição ou substituição produzem efeitos na data da comunicação


ao AE, efetuada nos termos da Port. n.º 282/2013, 29.08.

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Competências do agente de execução (art. 719.º, n.º 1 e 2):


– Efetuar todas as diligências do processo executivo que não estejam atribuídas à
secretaria ou sejam da competência do juiz, incluindo, nomeadamente, citações,
notificações, publicações, consultas de bases de dados, penhoras e seus registos,
liquidações e pagamento.
– Assegurar a realização dos atos emergentes do processo que carecem da sua
intervenção, mesmo após a extinção da instância.

■ O AE pode, sob sua responsabilidade e supervisão, promover a realização


de quaisquer diligências materiais do processo executivo que não impliquem
a apreensão material de bens, a venda ou o pagamento, por empregado ao
seu serviço, devidamente credenciado pela entidade com competência para
tal nos termos da lei (720.º/6).

■ Prazo supletivo para a prática de atos pelo AE: 5 dias para as notificações e
10 dias para os demais atos (art. 720.º/7).

■ Pagamento de quantias devidas ao agente de execução – art. 721.º

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Competências do juiz – 723.º


■ Todos os atos conexionados com o princípio da reserva de juiz ou suscetíveis de
afetar direitos fundamentais das partes ou de terceiros.
■ Sem prejuízo de outras intervenções especificadas na lei, compete ao juiz
proferir despacho liminar, quando este deva ter lugar, julgar a oposição à
execução e à penhora, verificar e graduar créditos, decidir reclamações de atos e
impugnações de decisões do agente de execução e outras questões suscitadas
pelo agente de execução, pelas partes ou por terceiros intervenientes.

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Casos de exclusiva competência do juiz:


– adequar o valor da penhora de vencimentos à situação económica e familiar do
executado (738.º/6);
– tutelar os interesses do executado quando estiver em causa a sua habitação
(704.º/4; 733.º/5; 785.º/4);
– designar administrador para proceder à gestão ordinária do estabelecimento
comercial penhorado (782.º/2 e 3);
– autorizar o fracionamento do prédio penhorado (759.º);
– autorizar a venda antecipada de bens penhorados, em caso de deterioração ou
depreciação ou quando haja vantagem na antecipação da venda (814.º);

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Competências da secretaria – art. 719.º, n.ºs 3 e 4


■ Incumbe-lhe, para além das competências que lhe são especificamente
atribuídas no Título do Processo de Execução, exercer as funções que lhe são
cometidas pelo art. 157.º na fase liminar e nos procedimentos ou incidentes de
natureza declarativa, salvo no que respeita à citação;
■ E, notificar, oficiosamente, o AE da pendência de procedimentos ou incidentes
de natureza declarativa deduzidos na execução e dos atos aí praticados que
possam ter influência na instância executiva.

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Registo informático de execuções


■ Contém o rol das execuções pendentes e, relativamente a cada uma delas
informação sobre a identificação do processo de execução, do AE, das partes, o
pedido, bens indicados para penhora, bens penhorados, identificação dos
créditos reclamados (art. 717.º, n.º 1)
■ Contém ainda o rol das execuções findas ou suspensas, mencionando-se além
dos referidos elementos, os indicados no n.º 2 do art. 717.º.
■ O AE deve manter atualizado o registo informático de execuções.
■ Sobre a retificação, atualização, eliminação e consulta dos dados - art. 718.º
■ O acesso ao registo informático de execuções também é regulado pela Port.
282/2013, de 29.08 (arts. 56.º a 58.º).
■ O registo informático de execuções é regulado em diploma próprio – DL n.º
201/2003, de 10.09.
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Pressupostos processuais da ação executiva

■ Pressupostos processuais específicos:


– Título executivo
– Certeza, exigibilidade e liquidez da obrigação

▪ Pressupostos processuais gerais:


– Patrocínio judiciário
– Competência do tribunal
– Legitimidade das partes
– Pluralidade de pedidos

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Título executivo
■ Documento que demonstra a existência de um ato constitutivo de uma ou
mais obrigações ou do seu reconhecimento, ao qual a lei confere força
executiva.
■ É condição necessária da ação executiva (nulla executio sine titulo).
■ Por ele se determinam o fim e os limites da execução (art. 10.º/5), a
legitimidade ativa e passiva (53.º) e se verifica se a obrigação é certa,
líquida e exigível (713º ).
■ Define e delimita os contornos da execução: limites objetivos e subjetivos.
■ Consideram-se abrangidos pelo título executivo os juros de mora, à taxa
legal, da obrigação dele constante (703.º/2), quer o título seja judicial ou
extrajudicial.
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■ É também condição suficiente da ação executiva: torna dispensável


o recurso ao processo declaratório ou a um novo processo
declaratório para certificar a existência do direito.
– Contudo, dentro de certos limites, o executado pode provocar a
apreciação jurisdicional acerca da existência do direito de que o
credor se arroga titular ou da possibilidade de este mover uma
ação executiva.

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■ Uso desnecessário da ação declarativa pelo credor munido de título


com manifesta força executiva e sem fundamento que justifique a
necessidade do processo declarativo: se o réu não contestar, o autor
incorre na responsabilidade por custas (535º/1 e 2/c)).

■ O título executivo (cópia ou original) deve acompanhar o requerimento


executivo (art. 724º/4/a)):
- Dispensa no caso de execução de decisão judicial condenatória (art. 85.º).

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■ Falta ou insuficiência do título:


– A falta de apresentação do título executivo é motivo de recusa do
requerimento executivo, pela secretaria (725º/1/d)) ou pelo agente
de execução (855º/2/a)).
– Indeferimento liminar, se a falta ou insuficiência do título for
manifesta (726.º/2/a)); intervenção provocada do juiz pelo agente
de execução (855º/2/b)).
– Convite ao aperfeiçoamento quando não seja manifesta a falta ou
insuficiência do título; intervenção provocada do juiz pelo agente
de execução (726.º/4 e 855.º/2/b)).

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▪ O título executivo diz-se insuficiente quando não reúna os requisitos


formais e substanciais exigidos pela lei para ser considerado título
executivo.

▪ Possibilidade de indeferimento parcial quanto à parte do pedido que


exceda os limites constantes do título executivo ou aos sujeitos que
careçam de legitimidade para figurar como exequentes ou executados
(726º/3 e 855º/2/b)).

■ A inexistência ou inexequibilidade do título executivo constituem


fundamentos de embargos de executado (729.º/a, 731.º e 857.º).

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Espécies de títulos executivos (703.º, n.º 1)


– Judicial
■ A sentença condenatória (alínea a))
– Extrajudiciais (negociais)
■ O documento exarado ou autenticado por notário ou por outras
entidades ou profissionais com essa competência, que importem
constituição ou reconhecimento de qualquer obrigação (alínea b))
■ Os títulos de crédito, ainda que meros quirógrafos, desde que, neste
caso, os factos constitutivos da relação subjacente constem do próprio
documento ou sejam alegados no requerimento executivo (alínea c))
– Extrajudiciais (Judiciais impróprios)
■ O título executivo por força de disposição especial (alínea d)): títulos
judiciais impróprios; títulos administrativos; títulos particulares

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