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NÚMEROS COMPLEXOS

E EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS

autor
JONAS DA CONCEIÇÃO RICARDO

1ª edição
SESES
rio de janeiro 2016
Conselho editorial luis claudio dallier, roberto paes e paola gil de almeida

Autor do original jonas da conceição ricardo

Projeto editorial roberto paes

Coordenação de produção paola gil de almeida, paula r. de a. machado e aline


karina rabello

Projeto gráfico paulo vitor bastos

Diagramação bfs media

Revisão linguística bfs media

Revisão de conteúdo daniel portinha alves

Imagem de capa evgeny karandaev | shutterstock.com

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2016.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)

R488n Ricardo, Jonas da Conceição


Números complexos e equações algébricas / Jonas da Conceição Ricardo.
Rio de Janeiro : SESES, 2016.
120 p. : il.

isbn: 978-85-5548-290-8

1. Matemática. 2. Números complexos. 3. Polinômios. 4. Teorema


fundamental da álgebra. I. SESES. II. Estácio.
cdd 512.5

Diretoria de Ensino — Fábrica de Conhecimento


Rua do Bispo, 83, bloco F, Campus João Uchôa
Rio Comprido — Rio de Janeiro — rj — cep 20261-063
Sumário

Prefácio 5

1. O Conjunto dos Números Complexos 7


1.1 A Unidade imaginária – i 9
1.1.1 A Forma Algébrica do Número Complexo 10
1.2 Potência de i. 10
1.3 Adição, Subtração e Produto de números complexos 13
1.4 Conjugado de um número complexo 14
1.4.1 Divisão de números complexos: 14

2. O Plano de Argand - Gauss e a Representação


Trigonométrica dos Números Complexos 19

2.1 O plano de Argand- Gauss 20


2.2 Módulo de um número complexo 21
2.3 Argumento de um número complex 23
2.4 Forma trigonométrica ou forma polar dos números complexos 27

3. Operações com Números Complexos na Forma


Trigonométrica 33

3.1 Multiplicação dos números complexos na forma trigonométrica. 34


3.2 Divisão de um número complexo na forma polar 37
3.3 Potenciação de números complexos 40
3.4 Radiciação de um número complexo. 43
3.5 Equações Binômiais 46
3.6 Equações trinômias 48
4. Polinômios 57

4.1 Monômio 58
4.2 Polinômios 59
4.2.1 Igualdade de polinômios 59
4.2.2 Valor numérico de um polinômio 60
4.3 Operações com polinômios 61
4.3.1 Adição e subtração de polinômios 61
4.3.2 Multiplicação de polinômios 62
4.3.3 Divisão de polinômios 63
4.3.3.1 Método das chaves 64
4.3.3.2 Divisão de um polinômio por um binômio do tipo (x – a) 68
4.3.3.3 Teorema do resto 68
4.3.4 Algoritmo de Briot-Ruffini 69

5. Equações Algébricas ou Polinomiais 75

5.1 Equação polinomial ou algébrica 76


5.1.1 Raiz de uma equação algébrica ou polinomial 77
5.2 Teorema fundamental da álgebra 77
5.2.1 Teorema da Decomposição 77
5.2.1.1 Consequência do Teorema da Decomposição 78
5.3 Multiplicidade de uma raiz 80
5.4 Relações de Girard (Relações entre coeficientes e raízes) 83
5.4.1 Relações de Girard – Equação do 2º Grau 83
5.4.2 Relação de Girard – Equação do 3o grau 84
5.4.3 Relação de Girard – Equação de grau n 86
5.5 Raízes complexas 88
5.6 Raízes racionais 89
Prefácio
Prezados(as) alunos(as),

Em vários momentos somos questionados por nossos alunos, em especial


os da educação básica: “Por que estudar determinados assuntos?”. Muitas ve-
zes deixamos essa pergunta solta ou até mesmo sem resposta. Em muitos ca-
sos, não paramos para dar a atenção que essa pergunta merece, pois temos
prazos e currículos a cumprir. Se parássemos alguns instantes a nossa aula e
contássemos como aquele conteúdo pode impactar a sociedade, como ele está
presente na sociedade, a aceitação seria muito mais rápida e prazerosa.
Um fato muito importante que todo estudante e os amantes da matemática
devem saber é que a matemática está presente em tudo. Desde as coisas mais
improváveis até as mais prováveis, não há como pensar em uma sociedade em
que a matemática não esteja presente, não há como pensar em vida sem a ma-
temática.
Este livro aborda o conteúdo de Números Complexos e Polinômios. Ao final
de cada assunto abordado, na parte de mídias, há exemplos de como a mate-
mática, por mais abstrata em determinados assuntos que possa parecer, se faz
presente em nossas vidas.
O livro foi produzido pensando no aluno, que muitas das vezes quer enten-
der um conteúdo, mas, ao fazer uma consulta no material, depara-se com uma
passagem que ele não entende. Prezamos sempre pela formalidade matemáti-
ca, da qual nunca podemos abrir mão, mas também nos apropriamos da Teoria
das Transposições Didáticas1. Portanto, escrevemos este livro numa linguagem
dialógica, em que o fundamental não é apresentarmos fórmulas e conceitos
(embora isso seja muito importante), mas, sim a compreensão do conteúdo por
parte dos alunos.
Este livro está dividido em cinco capítulos. No primeiro capítulo apresen-
tamos o conjunto dos números complexos, em que abordamos a conceituação
dos números complexos, a unidade imaginária, a forma algébrica e as opera-
ções com números complexos, dando destaque à apresentação do seu conju-
gado. No segundo capítulo, apresentamos o plano de Gauss e a representação
trigonométrica ou polar dos números complexos, estudando o módulo de um
número complexo e o seu argumento.

1 Instrumento através do qual se transforma o conhecimento científico em conhecimento escolar.

5
No terceiro capítulo, trabalhamos com a forma trigonométrica nas opera-
ções de multiplicação, divisão, potenciação e radiação, além de redução de fun-
ções a uma função binomial e trinomial.
No quarto capítulo, começamos a introduzir o conceito de polinômios,
passando pelas suas principais operações; apresentamos o teorema do resto,
o teorema de D’Alembert e o dispositivo de Briot-Ruffini. No quinto e último
capítulo, apresentamos as equações algébricas ou polinomiais, as relações de
Girard, o conceito de raízes complexas e raízes algébricas.
Esperamos que este livro seja de grande ajuda ao longo de toda a sua cami-
nhada acadêmica

Bons estudos!
Jonas Ricardo
1
O Conjunto dos
Números Complexos
1. O Conjunto dos Números Complexos
Durante muito tempo na nossa vida escolar, ouvíamos muitos professores
dizer que “não existe raiz quadrada de números negativos”. Isso implicava
diretamente quando precisávamos resolver uma equação do 2º grau do tipo:
x2 + 4x +20, pois, ao desenvolvermos essa equação, encontrávamos ∆ = – 64, o
que resultava em raiz quadrada de número negativo.
O impasse para a resolução desse problema começou a ser resolvido quan-
do Girolamo Cardano (1501-1576) estudou os números complexos, passando
por René Descartes (1596-1650) e culminando com a formalização dos núme-
ros complexos de Friedrich Gauss (1777-1855).
A aplicação dos números complexos vai muito além da resolução de uma
equação do 2º grau cujo delta é negativo. Os números complexos se aplicam,
por exemplo, na Engenharia Elétrica, principalmente em circuitos elétricos.

OBJETIVOS
• Reconhecer a forma dos Números Complexos;
• Aprender a usar o número imaginário i em uma operação;
• Reconhecer a forma algébrica dos números complexos;
• Reconhecer a forma de conjugado dos números complexos;
• Operar (adição, subtração, multiplicação e divisão) com os números complexos.

CONCEITO
Chama-se Conjuntos dos Números Complexos o conjunto C de todos os pares ordenados de
números reais nos quais os valores satisfazem às seguintes propriedades:
• Igualdade: ( a, b ) = ( c, d) ⇔ a = c eb = d
• Adição: ( a, b ) + ( c, d) = ( a + c, b + d)
• Subtração: ( a, b ) − ( c, d) = ( a − c, b − d)
• Multiplicação: ( a, b ) ⋅ ( c, d) = ( ac − bd, ad + bc )
Assim, z ∈ C ⇒ z = (a, b) em que a ∈ R e b ∈ R.

8• capítulo 1
1.1 A Unidade imaginária – i

Começaremos nosso capítulo apresentando, aparentemente, um problema


bem simples, uma equação do segundo grau: x2 + 4x +20. Ao resolvermos utili-
zando a fórmula de Bháskara teremos:

−b ± ∆
x=
2a

∆ = ( −4 ) − 4 ⋅ 1 ⋅ 20
2

∆ = 16 − 80 = −64

− ( −4 ) ± −64
x=
2 ⋅1

Com isso, cairemos no problema da raiz quadrada de radicando negativo.


Com o estudo dos números complexos, convencionou-se que, para resolver-
mos problemas como o descrito acima, devemos utilizar um valor, chamado de
unidade imaginária, que torne possível essa resolução. Assim, a raiz quadrada
de –1 é igual à unidade imaginária i; consequentemente, o valor de i ao quadra-
do é igual a –1:

−1 = i ⇔ i2 = −1

Utilizando a unidade imaginária para a resolução da equação acima,


teremos:
4 ± 64 ⋅ ( −1)
x=
2 ⋅1

O que nos dá:

4 + 8 −1 4 + 8i 4 − 8 −1 4 − 8i
x′ = = = 2 + 4i e x ′′ = = = 2 − 4i
2 2 2 2

Repare que tanto no x’ quanto x’’ foi feita a substituição do −1 = i (unidade


imaginária), pois só assim foi possível resolver a equação.

capítulo 1 •9
1.1.1 A Forma Algébrica do Número Complexo

Como observado no item anterior, quando resolvemos a equação x2 + 4x +20,


tivemos como resposta: x' = 4 + 2i e x" = 4 – 2i? Isso aconteceu devido a maneira
como é representada a forma algébrica dos números complexos.

z = a + bi

• a é chamado de parte real de Z, indicando-se por a = Re (z);


• b é chamado de parte imaginária de Z, onde indicamos por b = Im (z).

ATENÇÃO
Se tivermos: b = 0, teremos z = a. Sendo assim, teremos um número real, com Im (z) = 0. No
entanto, se a = 0, é z = bi, então dizemos que z é um imaginário puro, com Re (z) = 0.

Exemplos:
• Exemplo 1: O número complexo (1 + 3i ) tem Re(z) = 1 e Im(z) = 3.
• Exemplo 2: O número complexo (2 – 4i) tem Re(z) = 2 e Im(z) = –4.
• Exemplo 3: O número complexo ( 6 i ) tem Re(z) = 0 e Im(z) = 6.
• Exemplo 4: O número complexo (–6 i) tem Re(z) = 0 e Im(z) = –6,

Tanto no exemplo 3 quanto no exemplo 4, os números complexos são chamados de


imaginários puros.

1.2 Potência de i.

Até o momento, o que temos observado é que i2 = –1, como seria as demais va-
riações para as potências de in com n IN? Para respondermos essa pergunta,
recorremos as propriedades já conhecida da potenciação :

10 • capítulo 1
• i0 = 1
• i1 = i
• i2 = –1
• i3 = i2 · i = –1 · i = –i
• i4 = i2 · i2 = –1 · (–1) = 1
• i5 = i4 · i = 1 · i = i
• i6 = i5 · i = –1 · i = i2 = –1
• i7 = i6 · i = –1 · i = –i
• i8 = i7 · i = –i · i = –i2 = 1
• i9 = i8 · i = 1 · i = i
• i10 = i9 · i = i · i = i2 = –1

Reparem que a cada 4 potências, há uma repetição ( 1, i , –1 , –i ). Sendo as-


sim, quando quisermos calcular uma potência in, onde n seja um número natu-
ral qualquer, basta dividirmos a potência por 4, pois irá nos interessar somente
o resto da divisão:

Para efetuarmos uma potência de i, basta que saibamos os 4 valores:


i0 = 1
i1 = i
i = –1
2

i3 = –i
Pois, não importa qual seja a potência, ao efetuarmos a divisão por 4, sempre teremos
algum dos valores descritos acima, ainda que o expoente de i seja negativo.

EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Qual é o valor de i25?
Resolução:
Quando dividimos o expoente 25 por 4, temos como quociente 6 e resto 1, e para nós o
que interessa é o resto da divisão, que nesse caso é 1, ou seja: i25 = i1 = 1.

25 4
Resto da divisão 1 6

capítulo 1 • 11
02. Qual é o valor de i1023?

Resolução:
Efetuando a divisão temos:

1023 4
22 255
3 Resto da divisão

Ao dividirmos 1023 por 4 temos como quociente 255 e resto 3, ou seja : i1023 = i3 = –i.

03. Qual é o valor de i–78?

Resolução:
Podemos reescrever esse potência como (i78)–1, dai usaríamos o mesmo processo:

78 4
38 19
2 Resto da divisão

( ) (i2 )
−1 −1 −1
i78 = = ( −1) = −1

04. Qual é o valor de (2 + i)4?

Resolução:
Neste caso, devemos pensar como uma potência de potência, facilitando assim nossos
cálculos. Por exemplo podemos desmembrar o 4 como uma potência de 2, assim teríamos
( (2 + i)2 )2. Ao fazermos isso, teríamos:

(22 + 4i + i2 ) = (4 + 4i − 1)2 = ( 3 + 4i)2 ⇒


2

⇒ ( 9 + 24i + 4i2 ) = ( 9 + 24i − 16 ) = −7 + 24i

12 • capítulo 1
1.3 Adição, Subtração e Produto de números complexos

Dados os números complexos z1 = a + bi e z2 = c + di, ao nos lembrarmos das de-


finições no início do capítulo podemos fazer as operações de adição, subtração
e multiplicação entre números complexos e, posteriormente, com mais alguns
estudos, podemos operar também a divisão entre números complexos.

EXERCÍCIO RESOLVIDO
Dados os números complexos, na forma algébrica, tais que z1 = ( 3 + 4i) e z2 = ( 2 − 3i) .
Efetue:

a) z1 + z2
b) z1 – z2
c) z1 · z2

Para efetuarmos essas operações, devemos nos lembrar da definição dos números com-
plexos, listada logo no início do capítulo: na adição e subtração de complexos, devemos operar
parte real com parte real, assim como parte imaginária com parte imaginária; já na multiplicação
devemos multiplicar cada membro entre si. Com isso, temos as seguintes resoluções:

Resolução da letra a:

( 3 + 4i) + (2 − 3i) = ( 3 + 2 + 4i − 3i) = 5 + i

Resolução da letra b:

( 3 + 4i) − (2 − 3i) = ( 3 − 2 + 4i + 3i) = 1+ 7i

Resolução da letra c:

( 3 + 4i) ⋅ (2 − 3i) ⇒ ( 3 ⋅ 2 + 3 ⋅ ( −3i) + 4i ⋅ 2 + 4i ⋅ ( −3i)) ⇒ saWQ2z


(6 − 9i + 8i − 12i2 ) ⇒ 6 + 12 − i = 18 − i

Obs.: Devemos lembrar sempre que i2 = –1, sendo assim, toda vez que aparecer esse
valor em uma operação com números complexos, devemos efetuar a substituição do valor.

capítulo 1 • 13
1.4 Conjugado de um número complexo

Dado um números complexo z = a + bi, em que a e b ∈ R, chamamos de conjuga-


do de z, onde é representado por z o número complexo z = a − bi .
Exemplos:
a) z = 3 + 4i ⇒ z = 3 − 4i c) z = 3 ⇒ z = 3
b) z = 2 + 3i ⇒ z = 2 − 3i d) z = −4i ⇒ z = 4i

ATENÇÃO
Quando vamos escrever o conjugado de um número complexo, somente o valor da parte
imaginária troca de sinal. Por isso, no exemplo “C”, o conjugado de 3 continuou sendo 3.

1.4.1 Divisão de números complexos:

Dados dois números complexos z1 = a + bi e z2 = c + di, z2 ≠ 0 , em que a, b, c e d ∈ R,


z1
para efetuarmos a divisão de , basta multiplicarmos o numerador e denomi-
z2
nador pelo conjugado do denominador.

z1 z1 ⋅ z2
=
z2 z2 ⋅ z2

EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Determine o quociente de z1 = 4 + i por z2 = 2 –3i.
Resolução:

z1
Devemos fazer z , lembrando que, para resolvermos, devemos multiplicar tanto o nu-
2
merador quanto o denominador pelo conjugado de z2 ou seja: z2 = 2 + 3i . Com isso, temos :

z1 z1 ⋅ z2
=
z2 z2 ⋅ z2

z1 4+i 2 + 3i 8 + 12i + 2i + 3i2 8 − 3 + 14i 5 + 14i 5 14i


= ⋅ ⇒ ⇒ ⇒ = +
z2 2 − 3i 2 + 3i 4 − 9i2 4+9 13 13 13

14 • capítulo 1
02. Determine o quociente de 6i por 3 + 4i.

Resolução:
Apesar de não afirmar quem seria z1 e z2, como o enunciado pede o quociente, isto é,
divisão, de um termo pelo outro, entendemos que esse primeiro termo será o z1 e o segundo
o z2, sendo assim temos:
z2 = 3 − 4i

z1 6i 3 − 4i 18i − 24i2 −24 ( −1) + 18i 24 + 18i 24 18i


= ⋅ ⇒ ⇒ ⇒ = +
z2 3 + 4i 3 − 4i 9 − 16i2 9 − 16 ( −1) 25 25 25

03. Determine o quociente de 3 + 4i por 6i.

Resolução:
Repare que agora a ordem em que os valores aparecem está contrária à maneira como
foi apresentada no enunciado anterior. Assim, haverá uma inversão no z1 e no z2. Conse-
quentemente, muda também o valor pelo qual iremos multiplicar tanto o numerador quanto
o denominador.

z1 3 + 4i −6i −18i − 24i2 −24 ( −1) − 18i 24 − 18i 24 18i 2 i


= ⋅ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ − = −
z2 6i −6i −36i2 −36 ( −11) 36 36 36 3 2

ATIVIDADES
01. Calcule:
a) (3 + 2i) + (2 – 5i)
b) (1 + i) + (1 – i) –2i
c) (2 + 2i) · (1 – 5i)
d) (2 + 2i)2
e) (2 + i)3

02. Calcule as seguintes potencias de i:


a) i76
b) i110
c) i97
d) i503

capítulo 1 • 15
03. Sendo o complexo Z = (d2 – 4) + (d – 2)i um imaginário puro:
a) Qual o valor real de d?
b) Determine z.

04. Determine x ∈ R e y ∈ R para que se tenha:


a) 3 + 5xi = y – 15i
b) (x + yi) (2 + 3i) = 1 + 8i
c) (x + yi)2 = 2i
d) (3 + yi) + (x – 2i) = 7 – 5i

05. Coloque na forma a + bi os seguintes números complexos:


a) 1+ i
1− i

b) 3 + 4i
2 −i

c) i3 − i2 + i17 − i35
i16 − i13 + i30

d) i11 + 2 ⋅ i13
i18 − i37

06. Sabendo que f (z) = z2 – z + 1, qual é o valor de f (1 – i) ?

07. (UECE) Para os números complexos z = 3 + 4i e w = 4 – 3i, onde i2 = –1, a soma


z w
+ é igual a:
w z

a) 0
b) 2i
c) –2i
d) 1

2
08. (UECE) Se o número complexo z = (–3 – 2i)2 + é posto na forma a + bi, onde a e
i
b são números reais, então a + b é igual a:
a) 5
b) 10
c) 15
d) 20
e) 25

16 • capítulo 1
09. (UNESP) Se z = (2 + i) · (1 + i) · i, então z , o conjugado de z, será dado por
a) –3–i
b) 1 – 3i
c) 3–i
d) –3+i
e) 3 + i.

i2003 − i
10. (Mackenze- SP – modificado) Se i2 = –1, o complexo z = a parte real vale :
i −1
a) –1
b) 0
c) 1
d) 2
e) –2

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
IEZZI, G: Fundamentos da Matemática Elementar. V 06: Complexos, Polinômios e Equação. 7. Ed.
São Paulo: Atual 2005
CARMO, M P do; MORGADO, A. C; WAGNER, E.: Trigonometria e Números/ Números Complexos
- 3 ed. Rio de Janeiro: SBM 2005
ELON, L.L; et al.: A Matemática do Ensino Médio, V. 03- Rio de Janeiro: SBM 1998
IEZZI, G, et al : Matemática: Ciências e Aplicações, 3: ensino médio - 6 ed- São Paulo: Saraiva- 2010

capítulo 1 • 17
18 • capítulo 1
2
O Plano de
Argand - Gauss e
a Representação
Trigonométrica dos
Números Complexos
2. O Plano de Argand - Gauss e a Representação
Trigonométrica dos Números Complexos

Assim como podemos representar um conjunto de pontos num plano carte-


siano, também podemos representar um conjunto de números complexos em
um plano. No entanto, esse plano não é o cartesiano, e sim o plano de Argand-
Gauss. Dentre outras coisas, estudaremos este assunto neste capítulo.

OBJETIVOS
• Saber localizar as representações algébricas no Plano de Gauss
• Aprender a calcular o módulo de um número complexo
• Entender o significado geométrico do módulo de um número complexo
• Identificar o argumento de um número complexo
• Representar na forma trigonométrica um número complexo

2.1 O plano de Argand- Gauss

O Plano de Gauss assemelha-se muito com o plano cartesiano. A diferença é


que os eixos das abscissas e das ordenadas não terão valores de x e y, e sim de
Re(z) e Im(z), respectivamente. Sendo assim, podemos escrever:

z = a + bi ⇒ z = x + yi

Im (z)

a + bi
b

a
Re (z)

20 • capítulo 2
EXEMPLO
A: 2I E: –2 + 1
B: 1 F: –3 + 2i
C: –2i G: 2 + 2i
D: –1

3
F A
2
E G
1
D B
0
-6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8
-1

-2 C

-3

-4

2.2 Módulo de um número complexo

Dados um número complexo z = a + bi, onde a e b ∈ R, chamamos de módulo


de z, identificado por |z| ou pela letra grega ρ (rô) a raiz quadrada da soma dos
quadrados de a e b.

2
z = ρ2 = a2 + b2
ρ = a2 + b2

Se reparamos a representação geométrica do módulo do complexo, perce-


beremos ρ é a distância entre a origem e a sua imagem, formando um triângulo
retângulo de hipotenusa ρ e catetos a e b.

capítulo 2 • 21
Im (z)

ρ b

a
Re (z)

Im (z)

a + bi
ρ b

a
Re (z)

Utilizando o teorema de Pitágoras, temos:

ρ2 = a2 + b2
ρ = a2 + b2

Geometricamente falando, o módulo de um número complexo é a distância da origem


do plano à sua imagem.

EXEMPLO
Calcule o módulo dos números complexos a seguir.
a) z = 3 + 4i ⇒ z = ρ = 32 + 42 ⇒ 9 + 16 ⇒ 25 = 5

b) z = −3 + i ⇒ z = ρ = ( −3)2 + 12 ⇒ 9 + 1 = 10

22 • capítulo 2
c) z = 3i ⇒ z = ρ = ( 0 )2 + 32 =3

2 2
2 i  2   −1 4 1 5 5
d) z= − ⇒ z =ρ=   +  ⇒ + ⇒ =
3 3 3
    3 9 9 9 3

2.3 Argumento de um número complex

Reparemos o plano de Gauss a seguir:

Im (z)
a
cosΘ =
a + bi ρ
ρ b
b senΘ =
ρ

a
Re (z)

Define- se como argumento de um número complexo z = a + bi, o ângulo θ,


que satisfaz:

a b
cos θ = e sen θ = , em que ρ = z
ρ ρ

ATENÇÃO
I. O fato de trabalharmos com z ≠ 0 nos garante que seu módulo seja diferente de zero, ou
seja p ≠ 0;
II. Para o cálculo do argumento de z, utilizamos 0 ≤ θ ≤ 2π , o que chamamos de argumento
principal de z;
III. Sempre vai existir ao menos um ângulo θ que satisfaz a definição, pois, se tomarmos
como parâmetro a equação fundamental da trigonometria, temos:

capítulo 2 • 23
cos2 θ + sen2 θ =
2 2
a b x2 + y2
  +  ⇒
ρ ρ ρ2
Como ρ = a2 + b2 temos :
a2 + b2 a 2 + b2
⇒ ⇒ =1
( )
2
a2 + b2 a 2 + b2

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01. Determine o argumento dos seguintes números complexos.
a) z–5–i

Resolução:
a b
Para calcularmos o argumento θ, devemos lembrar que: cosθ = e sen θ = . Com
ρ ρ
isso devemos calcular o modulo de z. Sendo assim temos:

`ρ = ( −5)2 + ( −5)2 ⇒ 25 + 25 ⇒ 50 = 5 2

a −5 −1 −1 2 − 2
`cosθ = ⇒ ⇒ ⇒ ⋅ =
ρ 5 2 2 2 2 2
b −5 −1 −1 2 − 2
senθ = ⇒ ⇒ ⇒ ⋅ =
ρ 5 2 2 2 2 2

Reparem que tanto o valor do seno quanto o valor do cosseno é negativo. O quadrante
em que o seno e o cosseno são negativos ao mesmo tempo é o 3º quadrante.
2 π
Se o valor do cosθ ou do senθ fosse ` , teríamos ρ θ = 45” = , porém, como é nega-
2 4
tivo, devemos achar o seu arco côngruo no 3º quadrante.
Para isso, podemos lembrar da forma de redução do arco ao primeiro quadrante, que

neste caso seria: α – 180o. Assim, teremos : α − 180° = 45”; α = 225”ou .
5π 4
O argumento θ =
4

b) z = 2 – 2i

Resolução:
Utilizando os mesmos passos da resolução anterior, temos:
ρ= ( −2 )2 + ( −2 )2 ⇒ 4+4 ⇒ 8 =2 2

24 • capítulo 2
a 2 1 1 2 2
cosθ = ⇒ ⇒ ⇒ ⋅ =
ρ 2 2 2 2 2 2
b −2 −1 −1 2 − 2
senθ = ⇒ ⇒ ⇒ ⋅ =
ρ 2 2 2 2 2 2

Nesse caso, o valor do cosseno é positivo, e o seno é negativo. O quadrante em que o


cosseno é positivo e o seno é negativo é o 4º quadrante.
Como o valor do seno e do cosseno refere-se a ` 2 , fazendo distinção entre eles somente
2
 π o π  π π 
pelo sinal, temos que o ângulo a que se refere ézo=ângulo
2  cos + isen
de 45 e w = 3  cos
ou precisando apenas+ isen
achar 
 4 4  12 12
7π 
seu côngruo no 4º quadrante. No 4º quadrante temos : 360° − α ⇒ 360° − 45° = 315° ou
7π 4
O argumento θ =
4

c) z = 3i

Resolução: ρ = 02 + 32 ⇒ 9 = 3

a 0
cos θ = ⇒ =0
ρ 3
b 3
sen θ = ⇒ = 1
ρ 3

π
Nesse caso, o valor em que o cossenoθ é 0 e seno θ é 1 o ângulo de 90° θou=
π 2
O argumento θ =
2

d) z = − 2 +i 2

Resolução:
Utilizando os mesmos passos da resolução anterior temos:
( 2)
2
ρ= + ( 2 )2 ⇒ 2 + 2 ⇒ 4 = 2

a − 2
cosθ = ⇒
ρ 2
b 2
senθ = ⇒
ρ 2

capítulo 2 • 25
Podemos observar que o ângulo em questão é o de 45°, pois tanto o seno quanto o cos-
seno é ` 2 . Contudo, nesse caso, temos seno positivo e cosseno negativo, e isso acontece
2

no 2° quadrante. Com isso, temos de achar o arco côngruo de 45° no 2° quadrante. No 2°



quadrante, temos:180 − α ⇒ 180° − 45° = 135° ou
3π 4
O argumento θ =
4

ATENÇÃO
Seno

180o – α
+ +
α – 180o − − 360o – α

180o – α
− +
− + Cosseno

α – 180o 360o – α

As figuras acima são as representações dos sinais do seno e do cosseno, bem como as
fórmulas de redução ao 1º quadrante.

26 • capítulo 2
2.4 Forma trigonométrica ou forma polar dos números complexos

Chamamos de forma trigonométrica de um número complexo, o número com-


plexo não nulo da forma z = a + bi, que pode ser escrito na forma:

z = ρ ⋅ (cos θ + i ⋅ sen θ)

Podemos provar essa fórmula fazendo as seguintes substituições:


Como vimos no cálculo do argumento, temos:

a
cos θ = ⇒ a = ρ ⋅ cos θ
ρ
b
senθ = ⇒ b = ρ ⋅ senθ
ρ

Temos que z = a + bi. Fazendo a substituição na forma genérica da represen-


tação dos números complexos, teremos :

z = ρ ⋅ cos θ + ρ ⋅ senθi

Colocando ρ em evidência, temos:

z = ρ ⋅ (cos θ + i ⋅ sen θ)

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01. Coloque na forma trigonométrica cada um dos números complexos:
a) Z = –5 – 5i

Resolução:
Para colocar na forma trigonométrica, devemos ter o módulo e o argumento de z:
ρ= ( −5)2 + ( −5)2 ⇒ 25 + 25 ⇒ 50 = 5 2

a −5 −1 −1 2 − 2
cosθ = ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ = 
ρ 5 2 2 2 2 2  5π
⇒θ=
b −5 −1 −1 2 − 2 4
senθ = ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ = 
ρ 5 2 2 2 2 2 

capítulo 2 • 27
z = ρ ⋅ (cos θ + i ⋅ senθ)
 5π 5π 
z = 5 2 ⋅  cos + i ⋅ sen 
 4 4 

b) z = 2 – 2i

Resolução:
Utilizando os mesmos passos da resolução anterior, temos:
ρ= ( −2 )2 + ( −2 )2 ⇒ 4+4 ⇒ 8 =2 2

a 2 1 1 2 2 
cosθ = ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ = 
ρ 2 2 2 2 2 2  7π
 ⇒θ =
b −2 −1 −1 2 − 2 4
senθ = ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ = 
ρ 2 2 2 2 2 2 

z = ρ ⋅ (cos θ + i ⋅ senθ)
 7π 7π 
z = 2 2 ⋅  cos + i ⋅ sen 
 4 4 

c) z = 3i

Resolução:
ρ = 02 + 32 ⇒ 9 = 3

a 0 
cosθ = ⇒ = 0
ρ 3  π
 ⇒θ =
b 3 2
senθ = ⇒ = 1
ρ 3 

z = ρ ⋅ (cos θ + i ⋅ senθ)
 π π
z = 3 ⋅  cos + i ⋅ sen 
 2 2

Tanto a forma trigonométrica quanto a forma algébrica representam um número comple-


xo, porém a forma trigonométrica é mais prática nas operações que envolvem potenciação e
radiação em C, como poderemos comprovar mais à frente.

28 • capítulo 2
ATENÇÃO
Dados dois números complexos, z1 e z2, escritos na forma polar, z1 = z2, se, e somente se, os
seus módulos forem iguais e seus argumentos forem congruentes.

z1 = ρ1 ⋅ ( cos θ1 + i ⋅ senθ1) e z2 = ρ2 ⋅ ( cos θ2 + i ⋅ senθ2 )

ρ1 = ρ2 e θ1 = θ2 + k ⋅ 2π , com k ∈ N

ATIVIDADES
01. Determine o módulo dos seguintes números complexos:
a) z=4–i
b) z = –5i
c) z = P ⋅ ( cos θ + i sen θ )
d) z=8

02. Determine o argumento principal dos complexos:


a) z=1–i
b) z = 2 + 2 3i
c) z = 4i
d) z = − 2 + 2 3i

03. Escreva na forma trigonométrica os seguintes complexos.


a) z=i
b) z = –2
c) z = –1+ i
d) z = –1 – i
e) z = 3 − 3i

−1− i
04. Sendo z = , encontre a representação trigonométrica .
i

capítulo 2 • 29
05. Dado o número complexo na forma polar, reescreva-o na forma algébrica
a) z = 4 ⋅ ( cos120° + i ⋅ sen120° )

1
b) z= ⋅ ( cos 0 + i ⋅ sen 0 )
4

 5π 5π 
c) z = 2 ⋅  cos + i ⋅ sen 
 4 4 

06. (UNIRIO) Se z1 e z2 são números complexos representados pelos seus afixos no Plano
Argand-Gauss mostrado, calcule z3 = z1 · z2 na forma trigonométrica.

Im (z) 4
3
z1
2

1 z2
0
-6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7
-1 Re (z)
-2

-3

-4

RESUMO
Neste capítulo estudamos a representação geométrica de um número complexo, representa-
do no plano de Argand-Gauss; aprendemos a calcular e entender a representação do módulo
de um número complexo, bem como calcular o argumento de um número complexo.
A partir do cálculo do módulo de um número complexo e o seu argumento, aprendemos
a representar um número complexo na forma trigonométrica
• Módulo de um complexo: z = ρ = a2 + b2
a b
• Argumento de um número complexo : cosθ = e sen θ =
ρ ρ
• Forma trigonométrica de um número complexo: z = P ⋅ ( cos θ + i sen θ )

30 • capítulo 2
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
IEZZI, G: Fundamentos da Matemática Elementar. V 06: Complexos, Polinômios e Equação. 7. Ed.
São Paulo: Atual 2005
CARMO, M P do; MORGADO, A. C; WAGNER, E.: Trigonometria e Números/ Números
Complexos- 3 ed. Rio de Janeiro: SBM 2005
ELON, L.L; et al.: A Matemática do Ensino Médio, V. 03- Rio de Janeiro: SBM 1998
IEZZI, G, et al : Matemática: Ciências e Aplicações, 3: ensino médio - 6 ed- São Paulo: Saraiva- 2010

capítulo 2 • 31
32 • capítulo 2
3
Operações com
Números Complexos
na Forma
Trigonométrica
3. Operações com Números Complexos na
Forma Trigonométrica

No capítulo anterior, foi citado que, “em determinados casos”, a forma trigo-
nométrica seria muito mais útil do que a forma algébrica dos números comple-
xos. Chegou a hora de vermos como a forma trigonométrica pode nos ajudar.
Neste capítulo veremos a aplicação dos números complexos em quatro mo-
mentos: multiplicação, divisão, potenciação e radiação. É necessária muita
atenção, pois todo o conteúdo visto nos dois capítulos anteriores serão coloca-
dos em prática agora.

OBJETIVOS
• Aprender a operar na multiplicação, divisão, potenciação e radiação com os números com-
plexos na forma trigonométrica.
• Reconhecer e utilizar a primeira fórmula de Moivre
• Reconhecer e utilizar a segunda fórmula de Moivre
• Reconhecer e resolver uma equação binomial redutível ao número complexo.
• Reconhecer e resolver uma equação trinomial redutível ao número complexo.

3.1 Multiplicação dos números complexos na forma trigonométrica.

 z = ρ ⋅ (cos θ1 + isenθ1 )
Dados dois números complexos:  1 1 , o valor de z1· z2 será:
z2 = ρ2 ⋅ (cos θ2 + isenθ2 )
z1 ⋅ z2 = ρ1 (cos θ1 + isenθ1 ) ⋅ρ2 (cos θ2 + isenθ2 )

Multiplicado cada membro da primeira parte pela segunda parte, temos:

ρ1 ⋅ ρ2 (cos θ1 cos θ2 + isenθ1 ⋅cos θ2 + i cos θ1senθ2 +i2senθ1 senθ2 )

Separando os valores reais dos imaginários, temos

ρ 1 ⋅ ρ2 (cos θ1 cos θ2 − senθ1 ⋅senθ2 ) + i (senθ1 ⋅cos θ2 + cos θ1senθ2 )


 
I II

34 • capítulo 3
Podemos comparar a parte dos reais como sendo a soma dos arcos de
um cosseno:

Cos ( θ1 + θ2 ) = (cos θ1 cos θ2 − senθ1 ⋅ senθ2 )

Assim podemos comparar a parte imaginária dessa multiplicação dos com-


plexos com a soma dos arcos de um seno:

Sen ( θ1 + θ2 ) = (senθ1 ⋅cos θ2 + cos θ1senθ2 )

Sendo assim, temos:

z1 ⋅ z2 = ρ1 ⋅ ρ2 cos(θ1 + θ2 ) + isen(θ1 + θ2 )]

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01. Dados os números complexos:

5π 5π
z1 = 6 ⋅ (cos 240° + isen240°); z2 = 2 3 (cos 30° + isen30°); z3 = 3 ⋅ (coss + isen )
3 3

Determine a forma algébrica de:


a) z1 · z2

Resolução:
Como está pedindo a forma trigonométrica, não seria interessante transformarmos a
forma trigonométrica em algébrica para depois operarmos a multiplicação entre elas. Sendo
assim, devemos nos lembrar da fórmula de multiplicação entre números complexos na for-
ma trigonométrica:
z1 ⋅ z2 = ρ1 ⋅ ρ2 cos( θ1 + θ2 ) + isen( θ1 + θ2 )]
Sendo assim, temos:

z1 ⋅ z2 = 6 ⋅ 2 3 cos(240° + 30° ) + isen(240° + 30°)]


z1 ⋅ z2 =12 3 cos(270° ) + isen(270°)]
cos 270° = 0 sen 270° = −1
z1 ⋅ z2 =12 3  0 +i ( −1) 
z1 ⋅ z2 = −12i 3

capítulo 3 • 35
b) z1 · z2 · z3

Resolução:
Neste caso, temos a multiplicação entre três números complexos. A resolução se dá na
mesma maneira, como feito no exemplo anterior.

z1 ⋅ z2 ⋅ z3 = ρ1 ⋅ ρ2 ⋅ ρ3 cos( θ1 + θ2 + θ3 ) + isen( θ1 + θ2 + θ3 )]

Devemos, antes de começar a resolver, transformar os radianos em graus, pois facilita


na hora da operação.


= 300°
3

Com isso, temos:

z1 ⋅ z2 ⋅ z3 = 6 ⋅ 2 3 ⋅ 3cos (270° + 30° + 300° ) + isen (270° + 30° + 300°)]


z1 ⋅ z2 ⋅ z3 = 36 3 cos (600° ) + isen (600°)]

Como 600º excede o valor do círculo trigonométrico, devemos achar a 1a determina-


ção positiva.
Dividindo 600º por 360° obtemos quociente 1 e resto 240°, que está localizado no 3º
quadrante, ou seja tanto o seno quanto o cosseno serão negativos. reduzindo ao primeiro
quadrante 1ª temos que será igual a 60º; sendo assim temos:

z1 ⋅ z2 ⋅ z3 = 36 3 − cos (60° ) − i sen (60°)]


 1 3 
z1 ⋅ z2 ⋅ z3 = 36 3  − − i  = −18 3 − 54i
 2 2 
c) z2 · z2

Resolução:
Podemos entender esse enunciando como sendo z22. Como ainda não falaremos sobre
potência, o que será feito mais à frente, vamos resolver como os anteriores:

z2 ⋅ z2 = ρ2 ⋅ ρ2 cos( θ2 + θ2 ) + isen( θ2 + θ2 )]
z2 ⋅ z2 = 2 3 ⋅ 2 3 cos( 30° + 30° ) + isen( 30° + 30°)]
z2 ⋅ z2 = 4 ⋅ 3cos(60° ) + isen(60°)]
1 3
z2 ⋅ z2 = 12 ⋅  + i  = 6 + 6 3i
2 2 

36 • capítulo 3
3.2 Divisão de um número complexo na forma polar

Assim como na forma algébrica, para dividirmos um número complexo por


outro, devemos multiplicar tanto o numerador quanto o denominador pelo
seu conjugado.
Toda expressão para representarmos a forma de calcularmos a divisão entre
números complexos vem da definição a seguir. Vejamos:

 z = ρ ⋅ (cos θ1 + isenθ1 ) z
Dados dois números complexos :  1 1 o valor de 1
z
 2 = ρ ⋅ (cos θ + isen θ ) z
será: z1 ⋅ z2 2 2 2 2
z2 z2
z1 ρ1 ⋅ (cos θ1 + isenθ1 )
=
z2 ρ2 ⋅ (cos θ2 + isenθ2 )

Multiplicando pelo conjugado, temos:

z1 ρ1 ⋅ (cos θ1 + isenθ1 ) (cos θ2 − isenθ2 )


= ⋅
z2 ρ2 ⋅ (cos θ2 + isenθ2 ) (cos θ2 − isenθ2 )

Agora multiplicando cada termo no numerador e no denominador:

ρ1 (cos θ1 cos θ2 + senθ1 senθ2 ) +i(senθ1 ⋅cos θ2 − cos θ1senθ2 )


=
ρ2 cos2 θ2 + sen2 θ2 ⋅1

Separando agora os valores reais dos imaginários, temos:

ρ1 (cos θ1 cos θ2 + senθ1 senθ2 ) +i(senθ1 ⋅cos θ2 − cos θ1senθ2 )


=
ρ2 cos2 θ2 + sen2 θ2 ⋅1

Podemos comparar a parte dos reais como sendo a diferença dos arcos de
um cosseno:

sen ( θ1 − θ2 ) = (senθ1 ⋅cos θ2 − cos θ1senθ2 )

Assim como podemos comparar a parte imaginária dessa multiplicação dos


complexos como sendo a subtração dos arcos de um seno:

z1 ρ1
= cos(θ1 − θ2 ) + isen (θ1 − θ2 ) 
z2 ρ2 

capítulo 3 • 37
Sendo assim, podemos escrever a forma da divisão de dois números na for-
ma polar como:

z1 ρ1
= cos( θ1 − θ2 ) + isen ( θ1 − θ2 ) 
z2 ρ2 

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
3π 3π  11π 11π 
01. Sejam os números complexos a = 2  cos +isen  e b = 2  cos +isen ,
b  8 8   8 8 
obtenha a forma algébrica de .
a

Resolução:
Nesta atividade, estamos querendo fazer a divisão entre dois números complexos. Am-
bos já estão na forma polar; devemos então colocá-los na forma:

z1 ρ1
= cos( θ1 − θ2 ) + isen ( θ1 − θ2 ) 
z2 ρ2 

Com isso, temos:

b 2  11π 3π 11π 3π 
= ⋅ cos( − ) + isen ( − )
a 2  8 8 8 8 
b 2  8π 8π 
= ⋅ cos + isen 
a 2  8 8
b 2
= ⋅ (cos π + isenπ)
a 2
b 2 2
= ⋅ ( −1+ 0i) = −
a 2 2
b 2
=−
a 2

5π 5π
02. Dados os números complexos: z1 = 6 ⋅ (cos 240° + isen240°) e z2 = 3 ⋅ (cos + isen ) ,
z1 3 3
escreva na forma trigonométrica e algébrica
z2

38 • capítulo 3
Resolução:
Utilizando a forma do quociente dos números complexos, temos para a primeira situação

e lembrando que = 300° :
3
z1 ρ1
= cos( θ1 − θ2 ) + isen ( θ1 − θ2 ) 
z2 ρ2 
z1 6
= cos(240° − 300°) + isen (240° − 300°) 
z2 3 
z1
= 2 cos( −60° ) + isen ( −60 )]
z2

Ter um ângulo negativo significa dizer que esse ângulo vai andar em sentido horário,
ou seja, significa que, no círculo trigonométrico, começando do ponto 0°, ele voltará 60°:
360° – 60° = 300º. Podemos dizer que o ângulo de –60° equivale ao ângulo de 300°, que,
reduzindo ao primeiro quadrante, volta a ser 60°, positivo para o cosseno, por estar localizado
no 3° quadrante, e negativo para o seno.

z1
= 2 cos(60° ) + isen ( −60° )]
z2
z1 1 3
= 2  − i  = 1− 2 3i
z2  2 2 
z1
= −1 3i
z2

03. Sabendo que z1 = 4 ⋅ (cos150° + isen150°) e z1 ⋅ z2 = 2 ⋅ (cos 270° + isen270°) , determi-


ne a forma polar e a forma algébrica de z2

Resolução:
Para descobrirmos o valor de z2, devemos isolá-lo, fazendo assim divisão do resultado do
seu produto com z1 por z1, o que não será difícil, pois temos o seu valor.
Sendo assim, temos :

2 ⋅ (cos 270° + isen270°)


z2 =
z1

Como o valor de z1 foi dado no enunciado, valor utilizá-lo:

2 ⋅ (cos 270° + isen270°) 2 ⋅ (cos 270° + isen270°)


z2 = ⇒
z1 4 ⋅ (cos150° + isen150°)

capítulo 3 • 39
Efetuando a divisão de números complexos, temos:

1
z2 = [cos ( 270° − 150° ) + isen ( 270° − 150° )]
2

1
z2 = [cos (120° ) + isen (120° )] ⇒ Forma trigonométrica
2

Agora reduzindo o ângulo de 120° ao primeiro quadrante, temos:

1
z2 = [ − cos ( 60° ) + isen ( 60° )]
2
1 1 i 3  1 3
z2 =  − + =− + i
2 2 2  4 4

1 3
z2 = − + i ⇒ Forma algébrica
4 4

3.3 Potenciação de números complexos

Seja, por exemplo, um número co∈lexo (–2 + 10i)30. Para que tivéssemos a forma
algébrica desse número complexo, deveríamos ter a multiplicação de 30 parce-
las do número (–2 + 10i), e isso seria muito trabalhoso. Para casos como esse, o
melhor seria usarmos a forma trigonométrica dos números complexos e fazer-
mos esse cálculo utilizando a fórmula de Moivre.

CONCEITO
Dado um número complexo z = (a + bin), onde n ∈ N podemos escrever a potência de
z como:

zn = ρn ⋅ [cos (nθ) + isen (nθ)]

EXERCÍCIO RESOLVIDO
6
01. Calcule o valor de ( −4 + 4i 3)

40 • capítulo 3
Resolução:
Para resolvermos esse problema, devemos escrever esse número complexo da forma
zn = ρn ⋅ [cos (nθ) + isen (nθ)] , calculando primeiramente seu módulo e seu argumento.
Sendo assim temos :

( −4 )2 + (4 )
2
ρ = a2 + b2 ⋅ 3 = 64 = 8

Calculando o argumento agora:

a −4 −1 
cosθ =
⋅ =
ρ 8 2  2π
 ⋅θ =
b 4 3 3 3
senθ = ⋅ =
ρ 8 
2 

Seno é positivo e cosseno é negativo, ou seja, estão no 2º quadrante. Como o ângulo


de referência é o de 60°, no segundo quadrante o seu valor é de 120°. Sendo assim, temos:

2π 2π
z6 = 86 ⋅ [cos (6 ⋅ ) + isen (6 ⋅ )]
3 3
z6 = (23)6 ⋅ [cos (4π) + isen (4π)]
z6 = 218 ⋅1 = 218

(2 )
10
3 − 2i
02. Escreva o número complexo
(4 + 4i)6
Resolução:
Neste caso, temos uma divisão de números complexos, no qual devemos primeiramente
resolver a sua potenciação, ou seja, calcular para cada número complexo seu modulo e seu
argumento, depois expressando seu valor na forma polar. Assim, temos:

(2 3 )
2
+ ( −2 ) = 16 = 4
2
ρ1 = a2 + b2 ⇒

a 2 3 3
cos θ1 = ⇒ = 
ρ 4 2  11π
 ⇒ θ1 =
b −2 −1  6
senθ1 = ⇒ =
ρ 4 2 

capítulo 3 • 41
Expressando esse número na forma de potência, temos:

11π 11π
z110 = 410 ⋅ [cos (10 ⋅ ) + isen (10 ⋅ )]
6 6
11π 11π
= (22 ) ⋅ [cos (5 ⋅
10
z110 ) + isen (5 ⋅ )]
3 3
55π 55π
z110 = 220 ⋅ [cos ( ) + isen ( )]
3 3

Expressando a potência que está no denominador:

ρ2 = a2 + b2 ⇒ (4 )2 + (4 )2 = 16 ⋅ 2 = 4 2
a 4 1 2
cos θ2 = ⇒ ⇒ = 
ρ 4 2 2 2  π
 ⇒ θ2 =
b 4 1 2 4
senθ2 = ⇒ ⇒ =
ρ 4 2 2 2 
6 π π
z26 = (4 2) ⋅ [cos(6 ⋅ ) + isen (6 ⋅ )]
4 4
3π 3π 3π 3π
z2 = 4 ⋅ 2 ⋅ [cos ( ) + isen ( )  = 215 ⋅ cos ( ) + isen ( )]
6 6 3
2 2 2 2

Fazendo a divisão de z1 , temos:


z2
55π 55π
z1 2 ⋅ [cos ( 3 ) + isen ( 3 )]
20

=
z2 3π 3π
215 ⋅ [cos ( ) + isen ( )]
2 2
z1 220 55π 3π 55π 3π
= [cos ( − ) + isen ( − )]
z2 215 3 2 3 2
z1 110π 9π 110π 9π
= 25 [cos ( − ) + isen ( − )]
z2 6 6 6 6
z1 101π 101π
= 25 [cos ( ) + issen ( )]
z2 6 6

Para facilitar o cálculo, vamos achar a primeira determinação positiva. Sendo assim, temos
101π 5π 96π 5π
que: = + +8.2π, ou seja é a nossa determinação positiva, ou podemos dizer
6 2 6 6

101
101ππ 55ππ 96
96ππ 55ππ
que: =e= ++são +côngruos.
+88.2.2ππ, ,ou
ouseja
seja
Por estar localizado no 2º quadrante o seno será positivo e
66 22 66 66

o cosseno negativo, reduzindo ao primeiro quadrante este valor equivale ao ângulo de .
6
Sendo assim temos:

42 • capítulo 3
z1 π π
= 25 [ − cos ( ) + isen ( )]
z2 6 6
z1 3 1
= 25 [ − +i ]
z2 2 2
z1
= −16 3 +18 i
z2

 π π 
03. Dado o número complexo z = 4  cos + isen  , calcular z8
 12 12 

Resolução:
Como neste caso já está na forma polar, podemos aplicar diretamente o valor da potên-
cia desejada:

 π π 
z8 = 48  cos 8 ⋅ + isen 8 ⋅ 
 12 12 
 2 π 2 π
z8 = (22 )  cos
8
+ isen 
 3 3 
 2π 2π 
z = 2  cos
8 16 + isen 
 3 3 
 1 3 
z8 = 216  − + i 
 2 2 
z8 = −215 + 215 3 i

3.4 Radiciação de um número complexo.

Para descobrirmos as raízes enésimas de um número complexo, devemos en-


contrar um número complexo que, elevado a uma potência n, seja igual ao nú-
mero complexo inicial. Para que isso aconteça, devemos usar, nesse cálculo,
tudo o que foi estudado até aqui.
Dado um número complexo z, chamamos de raiz enésima de z o número
complexo que satisfaça a condição suficiente e necessária:

z n = z0 ⇔ z = n z0

capítulo 3 • 43
Para determinarmos as raízes enésimas de um número complexo, usamos
a segunda fórmula de Moivre.

θ 2π θ 2π
z0 = n ρ ⋅ [cos ( + k . ) + isen ( + k . )]
n n n n

Em que, n ≥ 2; k = ( n − 1) ∈ z; e n ρ ∈ R + , ρ =| z |

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1
01. Determine a raiz quadrada do número complexo z = − i
2

Resolução:
Como se pede raiz quadrada, estamos pedindo duas raízes somente; sendo assim, antes
de calcularmos as raízes, devemos calcular o módulo e o argumento:

2
 −1  1 1
ρ = a2 + b2 ⋅ 02 +   =   =
2 4 2
a 0 
cos θ = ⇒ = 0 
ρ 1

2  3π
−1  ⇒θ =
 2
b
senθ = ⇒ 2 = −1
ρ 1 
2 

Como k varia entre 0 e 1, devemos substituir o valor do módulo em ambos os casos.


Substituindo o valor do módulo na equação para k = 0, temos:

θ 2π θ 2π
z0 = ρ ⋅ [cos ( + k ⋅ ) + isen ( + k ⋅ )]
n n n n
3π 3π
1 2π 2π
z0 = ⋅ [cos ( 2 + 0 ⋅ ) + isen ( 2 + 0 ⋅ )]
2 2 2 2 2
1 3π 3π
z0 = ⋅ [cos ( ) + isen ( )]
2 4 4
2  2 2 
z0 = ⋅ − +i 
2  2 2 
1 1
z0 = − + i
2 2

44 • capítulo 3
Agora, para k =1, temos:
3π 3π
3π 3π
1 2 π 2π
z1 = 1 ⋅ [cos ( 2 + 1⋅ 2π ) + isen ( 2 + 1⋅ 2π )]
z1 = 2 ⋅ [cos ( 2 + 1⋅ 2 ) + isen ( 2
2
2 + 1⋅ 2 )]
2 2 2 2 2
2 3π 2π 3π 2π
z1 = 2 ⋅ [cos ( 3π + 2π ) + isen ( 3π + 2π )]
z1 = 2 ⋅ [cos ( 4 + 2 ) + isen ( 4 + 2 )]
2 4 2 4 2
2 3π 4π 3π 4π
z1 = 2 ⋅ [cos ( 3π + 4 π ) + isen ( 3π + π )]
4
z1 = 2 ⋅ [cos ( 4 + 4 ) + isen ( 4 + 4 )]
2 4 4 4 4
2 7π 7π
z1 = 2 ⋅ [cos ( 7π ) + isen ( 7π )]
z1 = 2 ⋅ [cos ( 4 ) + isen ( 4 )]
2 4 4
2  2 2 
z1 = 2 ⋅  2 − 2 i
z1 = 2 ⋅  2 − 2 i
2  2 2 
1 1
z1 = 1 − 1 i
z1 = 2 − 2 i
2 2
  1 1 1 1
S = − + i; − i
 2 2 2 2

02. Sabe-se que uma das raízes quartas de z = −8 + 8 3 i é z1 = 2 ( cos 30° + isen30° ) . De-
termine toda as raízes complexas na forma algébrica

Resolução:
Como z1 já está expressa, faltando apenas expressá-la na forma algébrica, vamos calcu-
lar as raízes z0, z2 e z3.

( −8 )2 + ( 8 )
2
ρ = a2 + b2 ⇒ 3 = 64 + 64 ⋅ 3 = 256 = 16
a −8 1 
cos θ = ⇒ =− 
ρ 16 2  4π
 ⇒θ =
b 8 3 3 3
senθ = ⇒ =
ρ 16 2 

Para k = 0, temos:

θ 2π θ 2π
z0 = n ρ ⋅ [cos ( + k ⋅ ) + isen ( + k ⋅ )]
n n n n
4π 4π
2π 2π
z0 = 4 16 ⋅ [cos ( 3 + 0 ⋅ ) + isen ( 3 + 0 ⋅ )]
4 4 4 4
π π
z0 = 2 ⋅ [cos ( ) + isen ( )]
3 3
1 3
z0 = 2 ⋅  + i 
2 2 
z0 = 1+ i 3

capítulo 3 • 45
Para k =1, como no enunciado a firma que z1 é uma das raízes, basta que coloquemos
o valor na forma algébrica:
z1 = 2 ( cos 30° + isen30° )
 3 1
z1 = 2 ⋅  + i 
 2 2 
z1 = 3 + i

Para k = 2, temos:

4π 4π
3 2π 2π
z2 4
= 16 ⋅ [cos ( + 2 ⋅ ) + isen ( 3 + 2 ⋅ )]
4 4 4 4
π π
z2 = 2 ⋅ [cos ( + π)) + isen ( + π)]
3 3
4π 4π
z2 = 2 ⋅ [cos ( ) + isen ( )]
3 3
 1 3 
z2 = 2 ⋅ − − i
 2 2 
z2 = −1− 3i

Para k = 3, temos:

4π 4π
2 π 2π
z3 = 16 ⋅ [cos ( 3 + 3 ⋅ ) + isen ( 3 + 3 ⋅ )]
4
4 4 4 4
π 3π π 3π
z3 = 2 ⋅ [cos ( + ) + isen ( + )]
3 2 3 2
11π 11π
z3 = 2 ⋅ [cos ( ) + isen ( )]
6 6
 3 1
z3 = 2⋅ − i
 2 2
z3 = 3 − i

{
S = 1+ i 3; 3 + i; − 1− i 3; 3 − i }

3.5 Equações Binômiais

Chamamos uma equação de equação binomial quando podemos torná-la redu-


tível à forma: axn + b = 0, em que a e b ∈ C, α ≠ 0 e n ∈ N.

46 • capítulo 3
Na resolução da equação binomial, devemos isolar a variável e podemos
aplicar a definição de radiação dos números complexos:

b b
axn + b = 0 ⇒ axn = −b ⇒ xn = − ⇒ x = n −
a a

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
03. Quais são as raízes complexas da equação binomial x3 – i = 0 ?

Resolução:
Em primeiro lugar, isolaremos o x.

x3 − i = 0 ⇒ x3 = i ⇒ x = 3 i

Sendo assim queremos as 3 raízes do número complexo z = i, portanto precisamos cal-


cular o módulo e o argumento de z.

ρ = a2 + b2 ⇒ 02 + (1) = 1 = 1
2

a 0 
cos θ = ⇒ = 0
ρ 1  π
 ⇒θ =
b 1 2
senθ = ⇒ = 1 
ρ 1 

Como k vale 0, 1 e 2, devemos calcular as raízes para esse valor.


Para k = 0, temos:

θ 2π θ 2π
z0 = n ρ ⋅ [cos ( + k ⋅ ) + isen ( + k ⋅ )]
n n n n
π π
2π 2π
z0 = 3 1⋅ [cos ( 2 + 0 ⋅ ) + isen ( 2 + 0 ⋅ )]
3 3 3 3
π π
z0 = 1⋅ [cos ( ) + isen ( )]
6 6
 3 1
z0 = 1⋅  +i 
 2 2
3 1
z0 = +i
2 2

capítulo 3 • 47
Para k = 1

π π
3 2 2π 2 2π
z1 = 1⋅ [cos ( + 1⋅ ) + isen ( + 1⋅ )]
3 3 3 3
π 2π π 2π
z1 = 1⋅ [cos ( + ) + isen ( + )]
6 3 6 3
π 4π π 4π
z1 = 1⋅ [cos ( + ) + isen ( + )]
6 6 6 6
5π 5π
z1 = 1⋅ [cos ( ) + isen ( )]
6 6
 3 1
z1 = 1⋅  − +i 
 2 2
3 1
z1 = − +i
2 2

Para K =2

π π
3 2 2π 2 2π
z2 = 1⋅ cos ( + 2 ⋅ ) + isen ( + 2 ⋅ )]
3 3 3 3
π 4π π 4π
z2 = 1⋅ [cos ( + ) + isen ( + )]
6 3 6 3
9π 9π
z2 = 1⋅ [cos ( ) + isen ( )]
6 6
z2 = 1⋅ 0 + i ⋅ ( −1) 
z2 = −i

 3 1 3 1 
S= + i ;− + i ; −i
 2 2 2 2 

3.6 Equações trinômias

Chamamos uma equação de equação trinomial quando podemos torná-la re-


dutível à forma:

ax2n + bxn + c = 0

Em que a, b e c ∈ C, α ≠ 0 e n ∈ N.

48 • capítulo 3
Em uma equação trinomial, o seu método de resolução acontece efetuando-
se a substituição de xn = y, e obtendo y1 e y2, que serão as raízes da nova equação:
ay2 + by + c = 0 e com isso recaindo nas equações binômiais em que xn = y1 e
xn = y2, e determinam-se 2n raízes.

Obs.: Como o maior índice de uma equação trinomial é 2n,


sempre teremos uma quantidade par de raízes.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01. Resolva a equação trinomial : x4 – 5x2 + 4 = 0.

Resolução:
Em primeiro lugar, devemos fazer a modificação das variáveis, chamando x2 = y e conse-
quentemente x4 = y2. Com isso teremos uma nova equação : y2 – 5y + 4 = 0. Determinando
o valor de y temos:

− ( −5) ± ( −5)2 − 4 ⋅1⋅ 4 5 ± 25 − 16 5± 9


y= ⇒ ⇒
2 ⋅1 2 2
5+3 5−3
O que nos dá dois valores para y que são: y1 = = 4 e y2 = =1
2 2

Agora devemos voltar x2 = y1 e x2 = y2. o que nos leva a uma equação redutível de uma
raiz enésima de um número complexo. Vamos primeiro calcular y1.

x2 = y1
x= 1

Sendo assim, queremos as duas raízes do número complexo z = 4. Precisamos calcular


o módulo e o argumento de z.

ρ = a2 + b2 ⇒ 42 + ( 0 ) = 16 = 4
2

a 4 
cos θ =⇒ = 1
ρ 4 
 ⇒ θ = 0°
b 0
senθ = ⇒ = 0 
ρ 4 

Como n = 2, K varia de 0 a 1. Devemos calcular as raízes para esse valor

capítulo 3 • 49
Para k = 0, temos:

θ 2π θ 2π
z0 = n ρ ⋅ [cos ( + k ⋅ ) + isen ( + k ⋅ )]
n n n n
0 2π 0 2π
z0 = 4 ⋅ [cos ( + 0 ⋅ ) + isen ( + 0 ⋅ )]
2 2 2 2
z0 = 2 ⋅ [cos ( 0) + isen ( 0)]
z0 = 2 ⋅ [1+ 0]
z0 = 2

Para k = 1, temos:

θ 2π θ 2π
z0 = n ρ ⋅ [cos ( + k ⋅ ) + isen ( + k ⋅ )]
n n n n
0 2π 0 2π
z1 = 4 ⋅ [cos ( + 1⋅ ) + isen ( + 1⋅ )]
2 2 2 2
z1 = 2 ⋅ [cos ( 0 + π) + isen ( 0 + π)]
z1 = 2 ⋅ [cos ( π) + isen ( π)]
z1 = 2 ⋅ [ −1+ 0]
z1 = −2

Agora calculando as raízes de y2

x2 = y2
x= 1

Sendo assim, queremos as duas raízes do número complexo z = 1. Precisamos calcular


o módulo e o argumento de z.

ρ = a2 + b2 ⇒ 12 + ( 0 ) = 1 = 1
2

a 1 
cos θ =
⇒ =1
ρ 1 
 ⇒ θ = 0°
b 0
senθ = ⇒ = 0 
ρ 1 

Como n = 2, K varia de 0 a 1. Devemos calcular as raízes para esse valor.

50 • capítulo 3
Para k = 0, temos:

θ 2π θ 2π
z0 = n ρ ⋅ [cos ( + k ⋅ ) + isen ( + k ⋅ )]
n n n n
0 2π 0 2π
z0 = 1⋅ [cos ( + 0 ⋅ ) + isen ( + 0 ⋅ )]
2 2 2 2
z0 = 1⋅ [cos ( 0) + isen ( 0)]
z0 = 1⋅ [1+ 0]
z0 = 1

Para k = 1, temos:

θ 2π θ 2π
z1 = n ρ ⋅ [cos ( + k ⋅ ) + isen ( + k ⋅ )]
n n n n
0 2π 0 2π
z0 = 1⋅ [cos ( + 0 ⋅ ) + isen ( + 1⋅ )]
2 2 2 2
z1 = 1⋅ [cos ( 0 + π) + isen ( 0 + π)]
z1 = 1⋅ [cos ( π) + isen ( π)]
z1 = 1⋅ [ −1+ 0]
z1 = −1

Sendo assim, o conjunto solução é s = {–2; –1; 1; 2}

MULTIMÍDIA
A história dos números complexos
Neste site é apresentada a história dos números de forma geral. Na página encontrare-
mos três episódios. No terceiro episódio é descrita a história dos números complexos.
Endereço eletrônico: http://webeduc.mec.gov.br/portaldoprofessor/matematica/condi-
gital2/campos_numericos/n%C3%BAmeros_complexos.html

História dos números complexos, conjuntos numéricos e fórmula de euler


O vídeo também apresenta uma breve história dos números complexos, dando destaque
aos principais personagens envolvidos, entendendo o assunto até EULER.
Endereço eletrônico: http://www.youtube.com/watch?v=iFoG9T2kEmk

Números complexos I PAPMEM


Nesta aula destaca-se a importância de, caso sejam trabalhados números complexos no
Ensino Médio, demonstrar seu uso no cotidiano para o aluno. É possível verificar a resolução

capítulo 3 • 51
de equações do 3º grau por meio da fórmula de Cardano. É mostrada ainda a representação
no plano cartesiano e operações com números complexos.
Endereço eletrônico: http://video.impa.br/index.php?page=janeiro-de-2006

CONEXÃO
Adição e subtração com números complexos
Nesse apllet podemos ver como é a representação no plano de Gauss das operações de
adição e subtração dos números complexos. No entanto, para que consiga ver essa simula-
ção, será preciso instalar no seu computador o programa chamado Geogebra:
Endereços eletrônicos:
• Geogebra: https://www.geogebra.org/download
• Adição e subtração de números complexos: https://tube.geogebra.org/ma-
terial/simple/id/34053

ATIVIDADES
01. Supondo z = 1 + i, calcule z16 na forma trigonométrica e na forma algébrica.

 π π  π π 
02. Sejam z = 2  cos + isen  e w = 3  cos + isen  . Represente a forma trigono-
 4 4   12 12 
métrica de (z · w).

( )
−6
03. Calcule o valor de 4 + 4i 3 .

(2 )
8
3 − 2i
04. Escreva o complexo z = na forma trigonométrica.
(4 + 4i)6
05. Resolva a equação x4 + 16 = 0.

 3π 3π   11π 11π 
06. Sejam u = 2  cos + isen  e v = 2  cos + isen  obtenha a forma algé-
 8 8   8 8 
brica de u · v.

07. (ITA-SP) Considere, no plano complexo, um polígono regular cujos vértices são as solu-
ções da equação z6 = 1. Qual a área desse polígono, em unidades de área?

52 • capítulo 3
08. Se um número complexo z tem módulo igual a 
2 ezargumento π a π , então  π π 
= 2  cos igual
+ isen e w = 3tem
 cos + isen 
 4 4  12 12 
parte real e parte imaginária, respectivamente, iguais a
a) 8e–8
b) –8e8
c) 8 2 e–8
d) –8e8 2
e) 8e8 2

09. (UC-MG) O produto de três números complexos:


z2 = 3 (cos135° + isen135°) e z3 = 1 (cos125° + isen125°) é:
a) 3 − 3i
b) 3 − 3 3i
c) 2 − 2 2i
d) 6 + 3i
e) 6 − 3i

π π
10. (FCC-SP) Dado um número complexo z = (cos + isen ) , o valor de z12 é:
16 16

a) 2 2
− + i
2 2
2 2
b) − − i
2 2

c) − 2 +i
d) −1+ 2i
e) 2i

3 3 3
11. (Fatec- SP) Os números z1 = + i, z2 e z3 são as raízes cúbicas de um mesmo
2 2
número complexo.
O valor de |z1| + |z2| + |z3| é:
a) 12
b) 10
c) 9
d) 8
e) 11

capítulo 3 • 53
RESUMO
Neste capítulo vimos como potencializar o uso da expressão polar dos números complexos,
seja na multiplicação, seja na divisão, na potenciação ou na radiciação.
Vimos, principalmente quando trabalhamos com a potência de números complexos, que
a melhor maneira, a mais simples de resolver é usarmos a forma polar com a primeira forma
de Moivre.
Vimos também como uma equação binomial pode ser resolvida como sendo uma raiz
enésima de um número complexo.
• Fórmula da multiplicação dos números complexos:

z1 ⋅ z2 = ρ1 ⋅ ρ2 cos( θ1 + θ2 ) + isen( θ1 + θ2 )]

• Fórmula da divisão dos números complexos:

z1 ρ1
= [cos( θ1 − θ2 ) + isen ( θ1 − θ2 )]
z2 ρ2

• Fórmula da multiplicação dos números complexos (1ª Fórmula de Moivre)

zn = ρn ⋅ [cos (nθ) + isen(nθ)]

• Fórmula da multiplicação dos números complexos (2ª Fórmula de Moivre)

θ 2π θ 2π
z0 = n ρ ⋅ [cos ( + k ⋅ ) + isen ( + k ⋅ )]
n n n n

• Fórmula da resolução da equação binomial.

b
x=n−
a

54 • capítulo 3
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEVERY, K. [et al]. Álgebra na Universidade. Um curso pré-cálculo. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
IEZZI, G. Fundamentos da Matemática Elementar. v. 6: Complexos, Polinômios e Equação. 7. Ed.
São Paulo: Atual, 2005.
CARMO, M. P. do; MORGADO, A. C.; WAGNER, E. Trigonometria e números/ Números
Complexos. 3. ed. Rio de Janeiro: SBM, 2005.
ELON, L.L. et al. A Matemática do Ensino Médio. v. 3. Rio de Janeiro: SBM, 1998.
IEZZI, G, et al. Matemática: Ciências e Aplicações 3 – Ensino Médio. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

capítulo 3 • 55
56 • capítulo 3
4
Polinômios
4. Polinômios
Considere as seguintes situações:
Em um retângulo, uma dimensão excede a outra em 3 cm. Adotemos que
o menor lado seja representado por L, o outro lado será (L + 3) e a área desse
retângulo será expressa por:

L ⋅ ( L + 3 ) = L2 + 3L

A medida da aresta de um cubo é x, seu volume é representado por:Image,


quando aumentamos em três unidades a sua aresta, o seu novo volume será:

( x + 3 )3 = x3 + 9x 2 + 27x + 27

As expressões destacadas acima são exemplos de expressões algébricas ou


polinomiais, assunto de nosso estudo a seguir.

OBJETIVOS
• Identificar um monômio e um polinômio.
• Identificar o grau de um polinômio.
• Efetuar a divisão de um polinômio utilizando o método das chaves.
• Efetuar a divisão de um polinômio utilizando o dispositivo de Briot-Ruffini.
• Utilizar o teorema do resto como facilitador em uma divisão de polinômios.

4.1 Monômio

Chamamos de monômio toda expressão em que a variável x é expressada na


forma axn com a ∈ C, n ∈ N e x sendo uma variável complexa. Chamamos o a de
coeficiente e o xn de parte literal do monômio. Quando a ≠ 0, o n dá o grau do
monômio; se a = 0 o monômio é nulo.

58 • capítulo 4
EXEMPLO
• r (x)= 8x2 → Monômio de grau 2
• s (x) = 12 ou 12x0 → Monômio de grau 0
• t (x) = -3x1 → Monômio de grau 1

4.2 Polinômios

Poli = vários = muitos. Podemos definir o polinômio como a junção de vários


monômios, representado como soma ou subtração de monômios.
Representamos um polinômio genérico da seguinte forma:

p ( x ) = a n x n ± a n −1 x n −1 ± a n −2 x n −2 ±…± a 2 x 2 ± a1 x1 ± a0

Os termos an, an – 1, an – 2, a1, a2, são chamados de coeficientes de p(x); a(0)é o


termo independente. Todos ∈ C e n ∈ N. O coeficiente an também é chamado de
coeficiente dominante, pois acompanha o monômio de maior grau.

EXEMPLO
Exemplos de polinômios:
• r (x) = 10x3 ± 12x2 ± 6x → Polinômio de grau 3
• s (x) = –x5 + 12x4 + x2 + 3 → Polinômio de grau 5
• t (x) = (1 + i) x2 + 6x – 1 → Polinômio de grau 2

4.2.1 Igualdade de polinômios

Dados dois polinômios, p (x) e q (x), diz-se que eles são iguais se, e somente se,
seus termos correspondentes tiverem os mesmos coeficientes.

p ( x ) = a n x n ± + a n −1 x n −1 +a n −2 x n −2 + …+ a2 x 2 + a1 x1 + a0
q ( x ) = bn x n + bn −1 x n −1 +…+ b2 x 2 + b1 x1 + b0
p ( x ) = q ( x ) ↔ a n = bn ; a n −1 = bn −1 ; a2 = b2 ; a1 = b1 ; a0 = b0

capítulo 4 • 59
EXEMPLO
1. Sejam os polinômios p ( x ) = 10 x 3 − 12 x 2 + 6 x e q ( x ) = ax 3 − bx 2 + cx
10 = a

Para que p ( x ) = q ( x ) ↔ 12 = b
6=c

2. Sejam os polinômios p ( x ) = 6 x 2 − 6 x + 1 e q ( x ) = ( a + 4 ) x 2 − bx 2 + c
6 = a + 4 ⋅ a = 2

Para que p ( x ) = q ( x ) ↔  6 =b
 1= c

4.2.2 Valor numérico de um polinômio

Dado um polinômio p (x) o valor numérico para esse polinômio é o valor resul-
tante da substituição do valor atribuído a x após os devidos cálculos indicados
nesse polinômio.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01. O valor numérico do polinômio p (x) = 2x2 – 3x + 2, para x = 1

Resolução:
p (1) = 2 · 12 – 3 · 1 + 2
p (1) = 2 – 3 + 2
p (1) = 1

x2
02. O valor numérico do polinômio p ( x ) = − 2x − 1 , para x = 0
3

Resolução:

02
p (0) = − 2 ⋅ 0 −1
3
p( 0) = 0 − 0 − 1
p( 0) = −1

Quando calculamos o valor numérico de um polinômio qualquer P(x), para determinado


valor x, se x= 0, então P(0) será o valor numérico representado pelo termo independente.

60 • capítulo 4
4.3 Operações com polinômios

Na operação com os polinômios, algumas atenções devem ser tomadas. Para


facilitar a compreensão, vamos dividir as operações em dois grupos: adição
e subtração; multiplicação e divisão, buscando assim melhor compreensão
do conteúdo.

4.3.1 Adição e subtração de polinômios

Dados dois polinômios genéricos:

p ( x ) = a n x n ± a n −1 x n −1 ± a n −2 x n −2 ±…± a 2 x 2 ± a1 x1 ± a 0

q ( x ) = bn x n ± bn −1 x n −1 ±…± b2 x 2 ± b1 x1 ± b0,

Tanto na adição quando na subtração só podemos efetuar as referidas ope-


rações trabalhando com os termos semelhantes.

p( x ) ± q( x ) =
( an ± bn ) xn + ( an−1 ± bn−1) xn−1 ±( a2 ± b2 ) x2 ± ( a1 ± b1) x1 ± ( a 0 ± b0 )

Caso um polinômio tenha uma variável com um determinado grau e o outro,


com o qual venhamos operar, não tenha a variável nesse mesmo grau, não fare-
mos nada, só repetiremos a variável existente.

EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Seja o polinômio f (x) = – 7x3 + 2x2 – 3x + 1 e g (x) = – x3 + 4x2 – 2x, calcular:
a) f (x) + g (x)

Resolução:
Devemos nos lembrar de operar somente com os termos semelhantes.

g ( x ) − f ( x ) ⇒ [( −1) − ( −7)]x3 + ( 4 − 2 ) x2 + ( ( −2 ) − ( −3) ) x + 0 − 1


g ( x ) − f ( x ) = 6 x 3 + 2x2 + x − 1

capítulo 4 • 61
b) g (x) – f (x)

Resolução:
A resolução se dá da mesma maneira, observando que agora temos uma subtração de
valores, obedecendo sempre à operação entre os coeficientes. Sendo assim, temos:

g ( x ) − f ( x ) ⇒ [( −1) − ( −7)]x3 + ( 4 − 2 ) x2 + ( ( −2 ) − ( −3) ) x + 0 − 1


g ( x ) − f ( x ) = 6 x 3 + 2x2 + x − 1

c) 2 · g (x) – 3 · f (x)

Resolução:
Neste caso, temos um valor real multiplicando a função g(x) por f(x). Antes de resolver a
operação de subtração, devemos efetuar essa multiplicação, multiplicando cada coeficiente
pelo valor indicado. Sendo assim, temos:

2g ( x ) ⇒ 2( − x3 + 4x2 − 2x ) = −2x3 + 8x2 − 4x


3f ( x ) ⇒ 3( −7x3 + 2x2 − 3x + 1) = −21x3 + 6x2 − 9x + 3
2 ⋅ g ( x ) − 3 ⋅ f ( x ) ⇒ [( −2 ) − ( −21)]x3 + ( 8 − 6 ) x2 + ( −4 ) − ( −9 )  x + 0 − 2
2 ⋅ g ( x ) − 3 ⋅ f ( x ) ⇒ 19x3 + 2x2 + 5x − 2

4.3.2 Multiplicação de polinômios

Dados dois polinômios genéricos r ( x ) = a n x n + bn x n −1 + a0 e s ( x ) = cn x n + d n x n −1 + e0,


bn x n −1 + a0 e s ( x ) = cn x n + d n x n −1 + e0, o produto de r (x) + s (x) será:

( anxn + bnxn−1 + a 0 ) ⋅ ( cnxn ) + ( anxn + bnxn−1 + a 0 ) ⋅ ( dnxn−1) + ( anxn + bnxn−1 + a 0 ) ⋅ ( e0 )

Resumidamente, na multiplicação de polinômios, devemos multipli-


car cada monômio de um dos polinômios por todos os monômios do ou-
tro polinômio.

62 • capítulo 4
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01. Resolver a multiplicação entre os polinômios f (x) = –x3 + 4x2 – 2x e h (x) = 2x2 – x.

Resolução:
Temos a seguinte situação:

(–x3 + 4x2 – 2x) · (2x2 – x)

Multiplicando cada termo do polinômio pelo binômio, temos:

(–x3 + 4x2 – 2x) · (2x2 – x)

( − x 3 ) ⋅ 2x2 + 4 x2 ⋅ 2x2 − 2x ⋅ 2x2 + ( − x 3 ) ⋅ ( − x ) + 4 x2 ⋅ ( − x ) − 2x ⋅ ( − x )


( −2x5 ) + 8x4 − 4x3 + ( + x4 ) − 4x3 + 2x2
f ( x ) ⋅ g ( x ) = −2x5 + 9x4 − 8x3 + 2x2

02. Resolver a multiplicação entre os polinômios r (x) = 3x3 – x2 e s (x) = 2x2 – 1.

Resolução:
Vamos multiplicar cada termo de um binômio por cada termo do outro binômio. Sendo
assim, temos:

r ( x ) ⋅ s ( x ) = ( 3x3 − x2 ) ⋅ (2x2 − 1)
r ( x ) ⋅ s ( x ) = 3x3 ⋅ 2x2 − x2 ⋅ 2x2 + 3x3 ⋅ ( −1) + ( − x2 ) ⋅ ( −1)
r ( x ) ⋅ s ( x ) = 6x5 − 2x4 − 3x3 + x2

4.3.3 Divisão de polinômios

Dados dois polinômios, p (x) e d (x), ao dividirmos p (x) por d (x) ≠ 0 encon-
traremos dois outros polinômios, q (x) e r (x), desde que sejam satisfeitas
as condições:

capítulo 4 • 63
p (x) d (x)
r (x) q (x)

1º p(x) = d(x) · q (x) + r (x);


2º O grau do polinômio de r (x) deve ser menor d(x) ou r (x) = 0.

EXEMPLO
O polinômio p ( x ) = 2x3 − 5x2 + 6x + 11, d ( x ) = x2 − 3x + 4, q ( x ) = 2x + 1 e r ( x ) = x + 7

1” ) 2x − 5x + 6x + 11 = ( 2x + 1) ( x − 3x + 4 ) + ( x + 7 )
3 2 2

 2” ) Gr = 1eGd = 2; Gr < Gd

Obs: Sempre que tivermos de dividir um polinômio por outro, se o grau do divisor for
menor que o grau do dividendo, o quociente será 0 e o resto será o próprio divisor.
Se na divisão de um polinômio p(x) por um polinômio d(x) o resto for 0, dizemos que a
divisão é exata e que p(x) é divisível por d(x).
Para resolvermos a divisão de polinômios, usaremos alguns métodos, que veremos
a seguir.

4.3.3.1 Método das chaves


O método das chaves utilizado na divisão de polinômios assemelha-se com a
divisão que fazemos entre os números inteiros. Vejamos um exemplo de como
podemos utilizar esse método.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01. Sejam os polinômios f ( x ) = 4x3 − 2x2 + 6x + 11 e g ( x ) = 2x2 − x + 2 efetuar a divisão de
f (x) por g (x).
Resolução:
Como será uma divisão um pouco trabalhosa, vamos dividir essa resolução em etapas:
1ª etapa: Dividir o monômio de maior grau de p (x) pelo monômio de maior grau de q (x).
Como isso, temos:
4x3 – 2x2 + 6x + 11 2x2 – x + 2
2x

64 • capítulo 4
2ª etapa: Devemos multiplicar o valor que obtivemos na divisão (2x) por g(x) após isso
somar o resultado oposto ao encontrado com f(x), obtendo assim o chamado resto parcial.
2x ⋅ ( 2x2 − x + 2 ) = − ( 4 x 3 − 2x2 + 4 x )

4x3 − 2x2 +6x + 11 2x2 – x + 2

+ − 4 x 3 + 2x2 − 4 x 2x

2x + 11

Como o grau do resto é menor que o grau do divisor, encerra-se a divisão. Então pode-
mos dizer que:

4x3 − 2x2 + 6x + 11 = (2x2 − x + 2) ⋅ ( 2x ) + (2x + 11)

02. Sejam os polinômios f ( x ) = 4x4 − 2x3 − 2x2 + 2x − 1 e g ( x ) = 2x2 − x + 1 , efetuar a di-


visão de f (x) por g(x)

Resolução:
Vamos adotar o mesmo procedimento da atividade anterior, para facilitar a demonstração.
1ª Etapa: Vamos dividir o monômio de maior grau pelo outro monômio de maior grau:

4 x4 − 2x 3 − 2x2 + 2x − 1 2x2 – x + 2
2x2

2ª Etapa: Multiplicar o quociente obtido por g (x) e subtrair de f (x) com sinal trocado.

2x2 ( x2 − x + 1) = −( 4x4 −2x3 + 2x2 )

4 x4 − 2x 3 − 2x2 + 2x − 1 2x2 – x + 2

− 4x4 +2x3 − 2x2 2x2

−4x2 + 2x − 1

3ª Etapa: Como o resto parcial tem o grau maior que o do polinômio q(x), vamos dividir
o resto parcial pelo polinômio q(x).

4 x4 − 2x 3 − 2x2 + 2x − 1 2x2 – x + 2

− 4x4 +2x3 − 2x2 2x2 – 2

−4x2 + 2x − 1

capítulo 4 • 65
Agora vamos multiplicar x por cada elemento de g (x) e somar com o sinal trocado ao f (x)

4 x4 − 2x 3 − 2x2 + 2x − 1 2x2 – x + 2
− 4x4 +2x3 − 2x2 2x2 – 2

−4x2 + 2x − 1
+4x2 + 2x − 2
4x − 3 resto

Como o resto tem grau menor que o do polinômio g(x), encerra-se a divisão. Sendo
assim, temos:

4x4 − 2x3 − 2x2 + 2x − 1 = ( 2x2 − x + 1) ⋅ ( 2x2 + 2 ) + (4x − 3)

03. Divida o polinômio p (x) 24x3 – 26x2 + 2 pelo polinômio a (x) = 4x + 1.

Resolução:
Utilizaremos o mesmo método de resolução adotado nas atividades anteriores, começan-
do pela divisão do monômio de maior grau de p(x) pelo monômio de a(x).

4x + 1
p (x) 24x3 – 26x2 + 2
6x2

2ª Etapa: Multiplicar o quociente obtido por a(x) e somando a de f(x) com sinal trocado.
6x2 ( 4x + 1) = − ( 24x3 + 6x2 )

24x3 − 26x2 + 2 4x + 1
− 24x3 − 6x2 6x2
−32x2 + 2 Resto parcial

3ª Etapa: Como o resto parcial tem grau maior que a(x), ainda podemos continuar a
divisão. Sendo assim:

24x3 − 26x2 + 2 4x + 1
− 24x3 − 6 x2 6x2 – 8x
−32x2 +2

66 • capítulo 4
4ª Etapa: Novamente iremos multiplicar o novo quociente por a(x) e somá-lo a f(x) com
sinal trocado.
−8x ( 4x + 1) = − ( −32x2 − 8x )

24x3 − 26x2 + 2 4x + 1
− 24x3 − 6x2 6x2 – 8x
−32x2 + 2
+32x2 + 8x
8x + 2 Novo resto parcial

5ª Etapa: Continuaremos dividindo, pois o novo resto parcial ainda tem grau igual ao
grau de a(x).

24x3 − 26x2 + 2 4x + 1
− 24x3 − 6x2 6x2 – 8x + 2
−32x2 + 2
+32x2 + 8x
8x + 2

Multiplicando o novo quociente ao polinômio a(x) e somando com sinal invertido ao


novo resto
2 (4x + 1) = – (8x + 2)

24x3 − 26x2 + 2 4x + 1
− 24x3 − 6 x2 6x – 8x + 2
2

−32x2 +2
+32x2 + 8x
−8x −2
0 Resto

Neste caso, diferentemente das outras duas atividades, o resto foi zero. Quando isso
acontece, dizemos que um polinômio é divisível pelo outro.

capítulo 4 • 67
4.3.3.2 Divisão de um polinômio por um binômio do tipo (x – a)
Dentre a divisão de polinômios, temos um caso particular, em que o divisor é
um polinômio de grau 1. Esse polinômio pode ser do tipo (x + a) ou (x – a), em
que a ∈ C. Caso o “a” seja raiz do polinômio, o resto da divisão será 0.

4.3.3.3 Teorema do resto


Dado um polinômio p (x) ao dividirmos por x – 4 o resto da divisão será um valor
numérico igual a p (x).
Demostrando:

Uma maneira de escrevermos a divisão de p (x) por x – 4 é:

p (x) = (x– a) · q (x) + r (x)

Como queremos provar p (a), temos:

p ( a ) = ( a − a ) ⋅ q ( x ) + r(a )
  
0
p (a ) = r (a ) ⋅ r = p (a )

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01. Qual é o resto da divisão de f(x) = x2 + x + 1 por x + 2?

Resolução:
Se fôssemos fazer pelo método das chaves, visto anteriormente, teríamos:

x2 + x + 1 x+2
− x2 − 2x x–1
−x + 1
+x + 2
3 Resto

Neste caso, não fiz etapa por etapa, pois anteriormente fizemos exaustivamente essa
resolução. A ideia nesse exemplo é comparar os resultados.

68 • capítulo 4
No entanto, se usássemos o teorema do resto, seria bem mais simples,. O único cuidado
que devemos ter é que não queremos calcular f (2), e sim f (–2), pois o teorema enunciava
x – a. Se temos x + 2 é porque temos x – (–2). Sendo assim:

f ( x ) = x2 + x + 1
f ( −2 ) = ( −2 ) + ( −2 ) + 1
2

f ( −2 ) = 4 − 2 + 1
f ( −2 ) = 3

Reparem que tanto pelo método das chaves como pelo teorema do resto, os restos são
os mesmos.

02. Qual é o resto da divisão de 4x4 + 2x3 – 6x2 + x + 2 por x – 1?

Resolução:
Utilizando o teorema do resto, temos:

f (1) = 4 ⋅14 + 2 ⋅13 − 6 ⋅12 + 1+ 2


f (1) = 4 + 2 − 6 + 1
f (1) = 1

Como consequência do teorema enunciado acima, o teorema do resto, temos outro teo-
rema muito importante, que será essencial no estudo de polinômios: o teorema de D’ Alem-
bert, que enuncia:

Um polinômio p (x) é divisível por x – a se, e somente se, a for raiz de p (x).

4.3.4 Algoritmo de Briot-Ruffini

Outro método existente de divisão de polinômios chama-se algoritmo de


Briot-Ruffini. Ele nos permite efetuar com rapidez a divisão de um polinômio p
(x) por outro polinômio do tipo x – a.

capítulo 4 • 69
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
03. Efetuar a divisão f (x) = x3 – 4x2 + 5x + 1 por h (x) = x – 1.

Resolução:
Em primeiro lugar, precisamos encontrar a raiz do divisor h (x) e colocarmos ao lado dos
coeficientes, de maneira ordenada, de f (x) seguindo a potência decrescente de x.
Calculando a raiz de h (x), temos: x – 1 = 0 → x = 1

1 1 –4 5 1

O número 1 isolado representa a raiz do polinômio. Os outros quatros números são os


coeficientes do polinômio f (x). Para resolver, deve-se descer o primeiro coeficiente, multipli-
cá-lo pela raiz de h (x) e somar ao próximo coeficiente (–4). O resultado obtido será colocado
embaixo do –4, e assim sucessivamente.

1 1 –4 5 1
1 –3

Agora multiplicando –3 pela raiz e somando com –5, temos:

1 1 –4 5 1
1 –3

Multiplicando o 2 pela raiz e somando a 1 temos:

1 1 –4 5 1
1 –3 2 3

Os valores encontrados (1; -3; 2) são coeficiente do novo polinômio, e 3 é o resto da


divisão. Sendo assim, temos como quociente: x2 – 3x + 2 e resto = 3.

70 • capítulo 4
04. Obtenha o quociente q e o resto r da divisão de f = 2x3 – 5x + 1 por x + 3

Resolução:
Observe que o monômio de grau 2 está suprimido. Quando isso acontece, podemos es-
crever o coeficiente com o valor 0. Sendo assim, temos: f = 2x3 + 0 · x2 – 5x + 1.
Colocando a raiz e os coeficientes de f de maneira ordenada, temos:

–3 2 0 –5 1
2

Depois de termos descido o primeiro coeficiente de f, devemos multiplicá-lo pela raiz e


somá-lo com o próximo coeficiente, zero.

–3 2 0 –5 1
2 –6

Fazendo o mesmo processo com –6, temos:

–3 2 0 –5 1
2 –6 13

Fazendo o mesmo processo com 13, temos:

–3 2 0 –5 1
2 –6 13 38

Temos como quociente q (x) = 2x2 – 6x + 13 e r (x) = – 38.


Obs: Como a divisão inicial era de um polinômio do 3º grau por um do 1º grau, o quo-
ciente deve ser um polinômio do 2º grau, sobre o resto r(x) podemos comparar o resultado
utilizando o teorema do resto.

capítulo 4 • 71
ATIVIDADES
01. Calcular a, b e c para que os polinômios f ( x ) = ( a − 1) x3 + bx + c − 3 e g ( x ) = x3 + ( 2 − b ) x + 5
3 + bx + c − 3 e g ( x ) = x3 + ( 2 − b ) x + 5 sejam idênticos.

02. Sabendo que o resto da divisão de f (x) = ax3 – 2x + 1 poe h (x) = x – 3 é 4, qual é o
valor de a?

03. Sabendo que a divisão do polinômio p (x) = x5 – 2x4 – x + m por q (x) = x – 1 é exata,
calcule o valor de m.
a) –2
b) –1
c) 0
d) 1
e) 2

04. Sejam Image e Image dois polinômios com valores de x em IR. Um valor de a para que o
polinômio p(x) seja divisível por q(x) é:
a) 1
b) –2
c) – 1/2
d) 2
e) 3

05. Dados p (x) = x2 – 4 e q (x) = x3 – 2x2 – 5x + a, em que q(2)=0, qual será o resto da
divisão de q(x) por p(x) ?

06. O polinômio p (x) = x3 + ix2 + 6x + m é divisível por (x – 3i). Determine m e o quociente


da divisão.

07. (Fuvest-SP) Dividindo-se o polinômio p (x) por (2x2 – 3x + 1), obtém-se quociente
(3x2 + 1) e resto (–x + 2) Nestas condições, calcule o resto da divisão de p(x) por (x – 1).

72 • capítulo 4
08. Na divisão de um polinômio P(x) pelo binômio (x – A), ao usar o dispositivo prático de
Briot-Ruffini, encontrou-se:

1 1 D –3 7 –5
V 1 –2 I O

Determine os valores de A, D, V e I.

09. Seja o polinômio p (x) = 3x3 – x2 + ax + 9, em que a é uma constante real. Se p (x) é
divisível por (x + 2), então ele também é divisível por:
a) x² + 9
b) x² – 9
c) 3x² + 10x – 3
d) 3x² – 10x + 3

10. Se m é raiz do polinômio real p (x) = x4 – (a + 1) x3 + 8, determine o resto da divisão de


p(x) por x – 1.

RESUMO
Neste capítulo fizemos uma revisão de operações básicas com monômios e polinômios. Tam-
bém introduzimos alguns conceitos sobre adivisão de polinômios – por exemplo, a divisão de
um polinômio p (x) por um polinômio do tipo x- a. Foi apresentado o dispositivo de Briot-Ruf-
fini, um método muito eficaz de divisão de polinômio.
Dois itens importantes apresentados neste capítulo foram o Teorema do Resto e o Teo-
rema de D’Alembert, que são:
• Teorema do Resto: “O resto da divisão de um polinômio p (x) por um polinômio (x – a)
é p (a).”
• Teorema de D’Alembert: “Um polinômio p (x) é divisível pelo polinômio (x – a) se, e so-
mente se, p (a) = 0, ou seja a for raiz de p (x).”

capítulo 4 • 73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEVERY, K. [et al]. Álgebra na Universidade. Um curso pré-cálculo. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
IEZZI, G. Fundamentos da Matemática Elementar. v. 6: Complexos, Polinômios e Equação. 7. Ed.
São Paulo: Atual, 2005.
CARMO, M. P. do; MORGADO, A. C.; WAGNER, E. Trigonometria e números/ Números
Complexos. 3. ed. Rio de Janeiro: SBM, 2005.
ELON, L.L. et al. A Matemática do Ensino Médio. v. 3. Rio de Janeiro: SBM, 1998.
IEZZI, G, et al. Matemática: Ciências e Aplicações 3 – Ensino Médio. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

74 • capítulo 4
5
Equações
Algébricas ou
Polinomiais
5. Equações Algébricas ou Polinomiais
No capítulo anterior, estudamos polinômios, raízes, divisão e métodos de divi-
são. Neste capítulo prosseguiremos aplicando alguns conceitos de polinômios
estudados no capítulo anterior, bem como o aprofundamento nos métodos
para determinação de raízes.

OBJETIVOS
• Identificar uma equação algébrica.
• Reconhecer o Teorema Fundamental da Álgebra.
• Saber utilizar as relações de Girard.
• Saber utilizar o teorema da decomposição e das raízes múltiplas.
• Saber utilizar o conceito das raízes complexas e raízes racionais.

5.1 Equação polinomial ou algébrica

Denominamos uma equação polinomial ou algébrica de grau n uma equação


redutível à forma p (x) = 0, em que:

p ( x ) = a n x n ± a n −1 x n −1 ± a n −2 x n −2 ±…± a1 x1 ± a0

com a ≠ 0, com n ≥ 1, com coeficientes ∈ C e suas incógnitas podendo assu-


mir qualquer valor em C.

EXEMPLO
• 2x + 3 = 0
• –3x5 + 12x4 – 12x2 + 3 = 0
• x2 – 6ix – 2 = 0
• x6 – i = 0

76 • capítulo 5
5.1.1 Raiz de uma equação algébrica ou polinomial

Quando temos um número complexo C, dizemos que ele é raiz da equação po-
linomial p(x), em que: p ( x ) = a n x n ± a n −1 x n −1 ± a n −2 x n −2 ±…± a1 x1 ± a 0 . Se, ao
substituirmos x por C, após efetuados os devidos cálculos, tivermos: p (x) = 0.

EXEMPLO
a) O número –3 é raiz da equação: 2x + 3 = 0, pois 2 (–3) + 3 =0;
b) O número 1 é uma das raízes da equação: –3x5 + 12x4 – 12x2 + 3 = 0, pois:
−3 (1) + 12 (1) − 12 (1) + 3 = 0 ⇒ −3 + 12 − 12 + 3 = 0
5 4 2

O conjunto de soluções de uma equação polinomial, que envolve todas as soluções exis-
tentes no conjunto Image é denominado de conjunto solução.

5.2 Teorema fundamental da álgebra

Na álgebra e na aritmética existem três teoremas que são a sustentação para to-
dos os cálculos matemáticos: Teorema Fundamental da Aritmética1, Teorema
Fundamental da Álgebra e Teorema Fundamental do Cálculo2. Para o estudo
abordado neste capítulo nos interessa o Teorema Fundamental da Álgebra.
Carl Gauss foi o matemático que enunciou o teorema fundamental da álge-
bra. Ele constitui um dos elementos centrais para o estudo de equações algé-
bricas e diz:

Todo polinômio de n ≥ 1 admite ao menos uma raiz complexa.

5.2.1 Teorema da Decomposição

Seja um polinômio p (x), cujo grau n seja n ≥ 1 e esse polinômio seja expresso
por: p ( x ) = a n x n + a n −1 x n −1 + a1 x1 + a0 com an ≠ 0 Com isso, podemos decompor
o polinômio p (x) em n fatores do 1º grau, na forma:

p ( x ) = a n ( x − r1 ) ⋅ ( x − r2 ) ⋅ ( x − r3 ) ⋅…⋅( x − rn )

1 Todos os números inteiros positivos maiores que 1 podem ser decompostos num produto de números primos.
2 Se uma função contínua é primeiramente integrada e depois diferenciada, volta-se à função original.

capítulo 5 • 77
Em que r1, r2, r3, rn, são raízes de p (x) e an é coeficiente dominante de p (x).

Obs:
• Cada um dos polinômios ( x − r1 ) , ( x − r2 ) , ( x − r3 ) , ( x − rn ) é um fator de p (x)
• p (x) é divisível por cada um dos seus fatores e também pelos seus produtos.

5.2.1.1 Consequência do Teorema da Decomposição

Como consequência do teorema da decomposição e apoiando-se no teorema


fundamental da álgebra, temos as seguintes situações:
• O polinômio do 1o grau p (x) = 2x – 2 admite 1 como raiz, Sendo assim,
podemos escrevê-lo como: p (x) = 2 (x – 2). Nesse caso, temos o 2 fazendo o papel
de coeficiente dominante, e o 1 sendo a raiz.
• O polinômio do 2o grau p (x) = x2 – 2x + 2 admite como raízes 1 + i e 1 – i.
Sendo assim, podemos escrevê-lo como: p (x) = 1 (x – 1 + i) · (x – i + i). Neste caso, te-
mos o 1 fazendo o papel de coeficiente dominante, e o 1 + i e 1 – i sendo as raízes.
• O polinômio do 2o grau p (x) = x2 – 5x + 6 admite como raízes 2 e 3. Sendo
assim, podemos escrevê-lo como:p (x) = 1 (x – 2) · (x + 3). Neste caso, temos o 1
fazendo o papel de coeficiente dominante, e o 2 e 3 sendo as raízes.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01. Resolva, em C, a equação x3 – 3x2 – 46x + 48 = 0 sabendo que 1 é uma das raízes.

Resolução:
Se 1 é uma das raízes, então a equação −b ± b2 − 4ac
x=
é divisível por (x – 1). Utilizando o dispositivo 2a

prático de Briot-Ruffini (ver capítulo 4), pode- − ( −2 ) ± ( −2 )2 − 4 ⋅1⋅ ( −48 )


x=
mos reduzir essa equação e achar com maior 2 ⋅1
2 ± 4 + 192
facilidade as outras raízes: x=
2
Sendo assim, a nossa nova equação
2 ± 196
será: x2 – 2x –48 = 0. Utilizando a forma de x=
2
Bháskara para resolução, temos: 2 + 14
x1 = =8
2
2 − 14
x2 = = −6
2

S = {–6; 1; 8}

78 • capítulo 5
02. O polinômio p (x) = ax3 + bx2 + cx + d = 0, tem coeficiente dominante unitário e suas
raízes são 7, –5 e –3. Qual é o valor de a + b + c + d ?

Resolução:
Como o coeficiente dominante foi fornecido, podemos usar o teorema da decomposição
para escrever a função:

p ( x ) = an ( x − r1) ⋅ ( x − r2 ) ⋅ ( x − r3 )
p ( x ) = 1( x − 7) ⋅ ( x + 5) ⋅ ( x + 3)

Efetuando as multiplicações, temos:

p ( x ) = ( x2 − 2x − 35) ⋅ ( x + 3)
p ( x ) = x3 − 2x2 − 35x + 3x2 − 6x − 105
p ( x ) = x3 + x2 − 41x − 105

Como o enunciado pede a soma dos coeficientes, temos:

1+1 – 41 -105 = –144

03. O gráfico abaixo representa uma função polinomial g(x) definida em R por g (x) = ax3 +
bx + c = 0, com a, b e c coeficientes reais.

-3 2

a) Obtenha os valores de a, b e c.

capítulo 5 • 79
Resolução:
Repare que o gráfico toca no eixo x três vezes, sendo que dois valores estão explícitos,
ou seja, esse gráfico não tem raiz complexa, somente raízes reais, faltando apenas desco-
brirmos uma, pois as outras duas estão indicadas (são elas –3 e 2). Sendo assim, temos as
seguintes situações:

 a ( −3)3 + b ( −3) + c = 0


a (2 ) + b (2 ) + c = 0
3


a ( 0 ) + b ( 0 ) + c = 6 ⇒ c = 6
3

a ( −3)3 + b ( −3) + 6 = 0 −27a − 3b = −6 ⋅ ( 2 )


 ⇒
 a ( 2 ) + b ( 2 ) + 6 = 0
3
 8a + 2b = −6 ⋅ ( 3)
−54a − 6b = −12
 ⇒ −30a = −30 ⇒ a = 1
 24a + 6b = −18
24 ⋅1+ 6b = −18 ⇒ 6b = −18 − 24 ⇒ b = −7

b) Quantas dessas raízes são complexas?

Resolução:
Não há raízes complexas, pois o gráfico toca em três pontos do eixo x.

c) Determine as raízes dessa função.

Resolução:
Com os valores descobertos de a, b e c, a equação ficou da seguinte maneira: x3 – 7x + 6 = 0.
Repare que a soma dos coeficientes é igual a zero. sendo assim, uma raiz é 1, justamente a
última raiz desconhecida.

S = {–3; 1; 2}

5.3 Multiplicidade de uma raiz

Diremos que um número complexo r é raiz de multiplicidade m, com m ∈ N e


m ≥ 1 da equação algébrica p (x) = 0 se, e somente se, a forma fatorada de p (x) for:

p ( x ) = ( x − r ) ( x − r ) ⋅…⋅ ( x − r ) ⋅ q ( x )
 
m vezes

80 • capítulo 5
Podendo escrever da seguinte forma:

p (x) = (x – r)m · q (x), onde q (r) ≠ 0

Das definições anteriores, seguem algumas consequências. São elas:


• Se p (x) = (x – r)m · q (x), em que q (r) ≠ 0, p (x) é divisível por (x – r)m;
• Se q (r) ≠ 0, implica dizer que r não é raiz de q (x), consequentemente p (x)
não é divisível por (x – r)m + 1.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01. Construir uma equação polinomial cujas raízes sejam –1, 2 e –4, com multiplicidade 2,
1 e 3, respectivamente.

Resolução:
Como pede para construir uma equação polinomial qualquer, em que as únicas referên-
cias são as raízes e suas respectivas multiplicidades, podemos escolher qualquer coeficiente
dominante. Sendo assim, temos:

p ( x ) = an ( x − r ) ⋅ q ( x )
m

p ( x ) = an ( x + 1) ⋅ ( x − 2 ) ⋅ ( x + 4 )
2 1 3

Como não foi determinando o coeficiente dominante, podemos escolher qualquer valor
≠ 0, por exemplo 2:

p ( x ) = 2 ( x + 1) ⋅ ( x − 2 ) ⋅ ( x + 4 )
2 1 3

02. Resolver a equação x4 + 4x3 + 2x2 + 12x + 45 = 0, sabendo que –3 é uma raiz dupla
dessa equação.
Resolução:
Por ser um uma equação do quarto grau, ela possui duas 4 raízes, das quais duas já
foram informadas. Por definição, esta equação é divisível pelo produto das raízes pelo quo-
ciente. Sendo assim, basta calcularmos este quociente:

capítulo 5 • 81
p ( x ) = an ( x − r ) ⋅ q ( x )
m

x4 + 4x3 + 2x2 + 12x + 45 = 1( x + 3) ⋅ q ( x )


2

x4 + 4x3 + 2x2 + 12x + 45


q(x) =
( x + 3)2
x4 + 4x3 + 2x2 + 12x + 45
q(x) =
x2 + 6 x + 9

Temos agora que dividir essa equação para acharmos q (x) e depois determinar a sua raiz,
utilizando o método das chaves (ver capítulo 4) para fazermos essa divisão temos:

x4 + 4x3 + 2x2 + 12x + 45 x2 + 6x + 8


− x4 − 6x3 − 9x2 x2 – 2x + 5

−2x3 − 7x2 + 12x + 45


+2x3 + 12x2 + 18x
5x2 +30x +45
−5x2 −30x −45
0

Sendo assim, q (x) = x2 – 2x + 5. Utilizando a fórmula de Bháskara, temos:

−b ± b2 − 4ac
x=
2a
− ( −2 ) ± ( −2 )2 − 4 ⋅1⋅ 5
x=
2 ⋅1
2 ± −16
x=
2
2 ± 4i
x=
2
2 + 4i
x1 = = 1+ 2i
2
2 − 4i
x2 = = 1− 2i
2

S = {1; 1 – 2i; 1 + 2i}

82 • capítulo 5
5.4 Relações de Girard (Relações entre coeficientes e raízes)

As relações de Girard relacionam os coeficientes e as raízes de uma equação poli-


nomial. Essas relações constituem importantes ferramentas no estudo de raízes de
um polinômio de grau n ≥ 2 quando conhecemos algumas informações sobre elas.

5.4.1 Relações de Girard – Equação do 2º Grau

Seja a equação ax2 + bx + c = 0, com a ≠ 0 em que r1 e r2 sejam raízes dessa equa-


ção. Pelo teorema da decomposição, podemos escrever:

ax2 + bx + c = a (x – r1) · (x – r2)

Ao dividirmos ambos os membros por a (a ≠ 0), temos:

b c
x 2 + x + = ( x 2 − xr2 − xr1 + r1r2 )
a a
b c
x 2 + x + = x 2 − ( r2 + r1 ) x + r1r2
a a

Utilizando a igualdade de polinômios, temos:

 b
r1 + r2 = − a

 rr =c
 1 2 a

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01. Sejam s e t raízes da equação 3x2 + 6x + 8 determine:
1 1
a) +
s t

Resolução:
Para iniciar, vamos reduzir ao mesmo denominador:

1 1 t+s
+ =
s t st

capítulo 5 • 83
Como podemos perceber, temos no numerador a soma das raízes e no denominador o
produto das raízes. Utilizando a relação de Girard, temos:

b

1 1 t+s
+ = = a
s t st c
a
−6

1 1 t+s
+ = = 3
s t st 8
3
1 1 t+s 6 3
+ = = =
s t st 8 4

b) s2 + t2

Resolução:
Podemos pensar nessa atividade como sendo (s + t)2 = s2 + 2st + t2, ou seja, “a soma
das raízes ao quadrado mais o dobro da soma”.
Sendo assim, temos:

( s + t )2 = s2 + 2st + t2
2
 −6  8 2
−  = s +2⋅ + t
2
 3  3
16 2
4 = s2 + +t
3
16
4− = s2 + t2
3
−4
= s2 + t2
3

5.4.2 Relação de Girard – Equação do 3o grau

Para demonstrarmos a relação de Girard numa equação do 3º grau, utilizare-


mos os mesmos princípios utilizados na equação do 2º grau.
Seja uma equação ax3 + bx2 + cx + d = 0 com a ≠ 0 e, em que r1, r2 e r3 sejam
raízes da equação. Utilizando o teorema da decomposição, temos:

ax3 + bx 2 + cx + d = a ( x − r1 ) ⋅ ( x − r2 ) ⋅ ( x − r3 )

84 • capítulo 5
Ao dividirmos ambos os membros por a(a ≠ 0), temos:

b c d
x3 + x 2 + x + = ( x − r1 ) ⋅ ( x − r2 ) ⋅ ( x − r3 )
a a a

Agora efetuamos as multiplicações e agrupamos os termos semelhantes:

b c d
x3 + x 2 + x + = ( x 2 − xr2 − xr1 + r1r2 ) ⋅ ( x − r3 )
a a a
b 2 c d 3
x + x + x + = x − ( r1 + r2 + r3 ) x 2 + ( r1r2 + r2 r3 + r1r3 ) x − r1r2 r3
3
a a a

Utilizando novamente a igualdade entre os polinômios, temos:

 b
 r1 + r2 + r3 = − a

 c
r1r2 + r2 r3 + r1r3 =
 a
 d
 r1r2 r3 = −
 a

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01. Resolver a equação x3 – 8x2 + 19x – 12 = 0, sabendo que uma das raízes é igual à soma
das outras duas.
 b
 r1 + r2 + r3 = − a
Resolução: 
 c
Utilizando a relação de Girard, temos: 12 + r2r3 + rr
rr 13 =
 a
 d
 rr 12r3 = −
 a

Substituindo os valores, temos:

 ( −8 )
 r1 + r2 + r3 = − =8
 1
 19
rr 13 =
12 + r2r3 + rr = 19
 1
 12
 rr 12r3 = − = −12
 1

capítulo 5 • 85
Como o enunciado diz que “uma raiz é a soma das outras”, vamos usar essa informação
na soma das raízes: r1 + r2 = r3. Sendo assim, temos:

r3 + r3 = 8
2r3 = 8
r3 = 4

Como uma das raízes é 4, todo o polinômio é divisível por (x – 4 ). Utilizando o dispositivo
prático de Briot-Ruffi (ver capítulo 4), encontraremos as outras raízes:

4 1 –8 19 –12
1 –4 3 0

Nossa próxima equação será x2 – 4x + 3 = 0. Utilizando a fórmula de Bháskara para a


resolução, temos:

−b ± b2 − 4ac
x=
2a
− ( −4 ) ± ( −4 )2 − 4 ⋅1⋅ 3
x=
2 ⋅1
− ( −4 ) ± 4
x=
2
4+2
x1 = =3
2
4 −2
x2 = =1
2

Sendo assim, nosso conjunto solução é {1; 3; 4}.

5.4.3 Relação de Girard – Equação de grau n

Como agora não temos um grau específico para o polinômio, vamos generali-
zar para um polinômio qualquer de grau n, o que inclusive poderia ser adotado
para quando tivéssemos um polinômio do 2º ou 3º grau; porém, essa generali-
zação é mais interessante para polinômios em que n > 3.
Seja uma equação p ( x ) = a n x n ± a n −1 x n −1 ± a n −2 x n −2 ±…± a1 x1 ± a 0 com an ≠ 0, que
tem r1, r2, ... , rn, como raízes, utilizando os mesmo raciocínios anteriores temos:

86 • capítulo 5
 a
 r1 + r2 +…+ rn = − n −1
 an
 a
 r1r2 + r2 r3 +…+ rn rn −1 = n −2
 an

 a n −3
r1r2 r3 + r1r2 r4 + … + rn −2 rn −1rn = − a
 n
 

 n a
r1r2 r3 …rn = ( −1) ⋅ 0
 an

a n −1
• r1 + r2 +…+ rn = − (soma das raízes)
an
a
• r1r2 + r2 r3 +…+ rn rn −1 = n −2 (soma dos produtos das raízes tomadas duas
an
a duas)

a
• r1r2 r3 + r1r2 r4 +…+ rn −2 rn −1rn = − n −3 (soma dos produtos das raízes toma-
an
das três a três)

a0
• r1r2 r3 …rn = ( −1) ⋅
n
(produto das raízes)
an

Em que an = coeficiente dominante; a0 = termo independente.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01. Qual é a soma e o produto das raízes da equação 2x6 – 4 = 0?
Resolução:
Como pede a soma e o produto das raízes, vamos utilizar a relação de Girard para resol-
ver, porém temos de atentar para o grau na equação algébrica, que é maior que 3. Sendo
assim, teremos os seguintes coeficientes:

2x6, 0x5, 0x4, 0x3, 0x2, 0x, –4

b 0
• A soma das raízes = − =− =0
a 2
a0 −4
• O produto das raízes = ( −1) ⋅ = ( −1) ⋅ = 1⋅ ( −2 ) = −2
n 8
an 2

capítulo 5 • 87
5.5 Raízes complexas

Ao determinarmos as raízes da equação: x2 – 2x + 4 = 0, encontramos como raí-


zes x1 = 1 + i e x2 = 1 – i, assim como, ao resolvermos a equação: –x2 – 9 = 0, encon-
tramos x1 = 3i e x2 = –3i. Repare que em ambas as situações as raízes são com-
plexas, formando como resposta um par de números complexos conjugados.
Esse fato ocorre por estar diretamente ligado ao número de raízes comple-
xas de uma equação algébrica em que todos os seus coeficientes são reais.
O teorema das raízes complexas é enunciado da seguinte forma:

Se um número complexo z = a + bi , com b ≠ 0, é raíz de uma equação com coeficien-


tes reais, então seu conjugado, z = a − bi , também é raiz dessa equação.

Decorrente desse teorema, temos as seguintes consequências:


• Se um número complexo z = a + bi , com b ≠ 0, é raiz com multiplicidade
m de uma equação polinomial, seu conjugado também será raiz dessa equação
com a mesma multiplicidade.
• Em uma equação de coeficientes reais, em que ocorrem raízes complexas
não reais, sempre elas ocorrem aos pares. Com isso, uma equação de grau ím-
par apresenta ao menos uma raiz real.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01. A equação x2 + sx + p = 0, com Image coeficientes reais, admite 1 + 2i como raiz. Qual
é a outra raiz que essa equação tem? Quais os valores de s e p?

Resolução:
Como os coeficientes são reais, pelo teorema das raízes complexas, se temos uma raiz
complexa, a outra raiz será o seu conjugado. Como é uma equação que tem duas raízes,
temos:

x1 = 1 + 2i e x2 = 1 – 2i

88 • capítulo 5
b
Utilizando a relação de Girard para calcularmos a soma das raízes, temos que: x1 + x2 = −
a
s
(1+ 2i) + (1− 2i) = −
1
s
2=−
1
s = −2
c
Utilizando a relação de Girard para calcularmos o produto das raízes, temos: x1 ⋅ x2 =
a
p
(1+ 2i) ⋅ (1− 2i) =
1
p
(1)2 − ( −2i)2 =
1
1− 4i2 = p
1+ 4 = p
p=5

Sendo assim, nossa equação será x2 – 2x + 5 = 0

5.6 Raízes racionais

O teorema das raízes racionais nos ajuda a pesquisar possíveis raízes racionais
de uma equação algébrica cujos coeficientes sejam inteiros.

Seja uma equação polinomial cujos coeficientes sejam inteiros do tipo:


p ( x ) = a n x n ± a n −1 x n −1 ± a n −2 x n −2 ±…± a1 x1 ± a 0 com an ≠ 0. Se o número racional
p
, p ∈ zeq ∈ z* , com p e q primos entre si, é raiz dessa equação, então p e divisor
q
de a0 e q de an.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01. Seja a equação x3 – x2 – x – 2 = 0, determine as raízes inteiras e obtenha, em C, o con-
junto solução da equação.

capítulo 5 • 89
Resolução:
Pela definição, temos que p é divisor de –2 e q divisor de 1, assim temos: p ∈ {–1; 1; 2;
p
–2} e q ∈ {–1; 1} a divisão ∈ {−112; ; ; −2}
q
Vamos trabalhar agora com o resultado da divisão para tentarmos achar qual é uma
raiz racional.

f ( x ) = x 3 − x2 − x − 2
f ( −1) = ( −1) − ( −1) − ( −1) − 2 = −1− 1+ 1− 2 ≠ 0
3 2

f (1) = (1) − (1) − (1) − 2 = 1− 1− 1− 2 ≠ 0


3 2

f (2 ) = (2 ) − (2 ) − (2 ) − 2 = 8 − 4 − 2 − 2 = 0
3 2

Como f (2) = 0, essa é uma raiz racional. Podemos até verificar o f (–2) para comprovar:

f ( −2 ) = ( −2 ) − ( −2 ) − ( −2 ) − 2 = −8 − 4 + 2 − 2 ≠ 0
3 2

Como 2 é uma raiz da equação, ela é divisível por x – 2. Sendo assim, podemos usar o
dispositivo de Briot-Ruffini (ver capítulo 4) para determinar as outras raízes:

2 1 –1 –1 2
1 1 1 0

Nossa nova equação terá os seguintes coeficientes: 1, 1, 1. Sendo assim, podemos es-
crever a nova equação da seguinte forma: x2 + x + 1 = 0. Resolvendo a equação temos pelo
método de Bháskara, temos:

−b ± b2 − 4ac
x=
2a
−1± 12 − 4 ⋅1⋅1
x=
2 ⋅1
−1± −3
x=
2
−1± i 3
x=
2

 −1+ i 3 −1− i 3 
Então, o nosso conjunto solução será: 2; ; 
 2 2 

90 • capítulo 5
ATIVIDADES
01. Quais são as raízes da equação (x3 – 4x) · (x2 + 2x + 1) = 0 no conjunto dos reais?

1
02. Se p, qe − são as raízes da equação 2x3 + 3x2 – 3x – 2 = 0, calcule o produto de p · q.
2

03. A equação 2x3 + 5x2 – x + 6 = 0, admite uma raiz igual a 2. Encontre as outras duas raízes.

1 1 1
04. Dada a equação 6x3 – 13x2 + 9x – 2 = 0, de raízes a, b e c, determine: + +
ab ac bc

05. Com relação à equação x3 – 5x2 + 9x – 5 = 0 determine as raízes da equação.

06. (PUC-PR)- Se a, b e c são raízes da equação x3 – 4x2 – 31x + 70 = 0, podemos afirmar


que log2(a + b + c) é:
a) 4
b) 0
c) 1
d) 2
e) 3

07. (Unesp-SP) Consideremos a equação x2 – ax + b = 0. Sabendo-se que 4 e –5 são as


raízes dessa equação, então:
a) a = 1, b = 7
b) a = 1, b= –20
c) a = 3, b = –20
d) a = –20, b = –20
e) a=b=1

08. Os números complexos 1 e 3 + i são raízes do polinômio x3 + bx2 – cx + d = 0, em que


b, c e d são números reais. O valor de d é:
a) –5
b) –3
c) 3
d) 5
e) –10

capítulo 5 • 91
09. (Mackenzie-SP Adaptada) Uma das raízes da equação x2 – bx + 2c = 0, b e c reais, é
1− 2i . Os valores de b e c são, respectivamente:
a) –2 e 3
2
3
b) –2 e −
2
3
c) 2e −
2
2
d) 2e
3

e) 2e 3
2

OBJETOS EDUCACIONAIS
• Funções polinomiais – família de funções e parâmetros
Este objeto educacional proporciona a alteração dos valores dos parâmetros e análise
das modificações obtidas na representação gráfica das funções. A simulação proporciona a
manipulação de parâmetros das funções de 3º, 4º e 5º graus.
Endereço eletrônico:
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/12856

• Jogo do polinômio
O objetivo deste jogo é identificar uma função polinomial através de seu gráfico, adquirin-
do sensibilidade no tratamento do gráfico de funções através da identificação de suas raízes.
As atividades estão organizadas em níveis crescentes de dificuldade e a qualquer momento o
aluno pode solicitar uma dica para tentar responder ou mesmo suspender momentaneamen-
te o jogo e ir para o modo aprender, em que poderá obter mais informações sobre maneiras
de resolver os problemas.
Endereço eletrônico:
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/17108

• Janela em arco romano


Este objeto educacional modela uma situação em que é utilizado polinômio de segundo
grau.

92 • capítulo 5
O formato proposto para ser investigado é o da janela com base retangular e topo em
forma de arco romano. A área da janela, assim como a luminosidade, pode ser estabelecida
como uma função que é um polinômio do segundo grau com domínio restrito. O caminho de
investigação proposto parte da percepção visual dos valores através de gráficos dinâmicos e
induz ao “modelamento” do problema por funções.
Endereço eletrônico:
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/17105

MULTIMÍDIA
• Arte e matemática
Vídeo produzido pela Universidade de Campinas que trata da relação entre polinômio
e fractais.
Endereço eletrônico:
https://www.youtube.com/watch?v=XQb7GEd7Zgk

RESUMO
Neste capítulo abordamos as equações algébricas ou polinomiais, dando ênfase maior ao
cálculo das raízes. Para isso nos valemos de importantes ferramentas, como o Teorema Fun-
damental da Álgebra e as relações de Girard.
Apresentamos também o teorema da decomposição e as multiplicidades das raízes,
como um meio facilitador para obtenção delas, além de intensificar o uso do dispositivo de
Briot-Ruffini, conteúdo visto no capítulo anterior.
Outros dois pontos que merecem destaque na abordagem deste capítulo são o conceito
de raízes complexas e o conceito das raízes racionais, que, somados aos métodos estudados
de obtenção de raízes, facilitam muito a vida do estudante de matemática.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEVERY, K. [et al]. Álgebra na Universidade. Um curso pré-cálculo. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
IEZZI, G. Fundamentos da Matemática Elementar. v. 6: Complexos, Polinômios e Equação. 7. Ed.
São Paulo: Atual, 2005.

capítulo 5 • 93
CARMO, M. P. do; MORGADO, A. C.; WAGNER, E. Trigonometria e números/ Números
Complexos. 3. ed. Rio de Janeiro: SBM, 2005.
ELON, L.L. et al. A Matemática do Ensino Médio. v. 3. Rio de Janeiro: SBM, 1998.
IEZZI, G, et al. Matemática: Ciências e Aplicações 3 – Ensino Médio. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

GABARITO
Capítulo 1

01.
a) ( 3 + 2i) + (2 − 5i) = 3 + 2 + 2i − 5i ⇒ 5 − 3i
b) (1+ i) + (1− i) − 2i = 1+ 1+ i − i − 2i ⇒ 2 − 2i
c) (2 + 2i) ⋅ (1− 5i) = 2 − 10i + 2i − 10i2 ⇒ 2 + 10 − 8i ⇒ 12 − 8i
d) (2 + 2i)2 = 4 + 8i + 4i2 ⇒ 4 + 8i − 4 ⇒ 8i
e) (2 + i)3 = 1⋅ 23 ⋅ i0 + 3 ⋅ 22 ⋅ i + 3 ⋅ 21 ⋅ i2 + 1⋅ 20 ⋅ i3 ⇒ 8 + 12i + 6i2 + (i2 ⋅ i) ⇒ 8 + 12i − 6 − i ⇒ 2 + 11i
⇒ 8 + 12i − 6 − i ⇒ 2 + 11i
02. Para resolvermos potência de i, devemos nos lembrar de dividir por 4 quando a potência
de i for maior que 3. Assim, temos:
a) i76 = i0 ⇒ 1
b) i110 = i2 ⇒ −1
c) i97 = i1 ⇒ i
d) i503 = i3 ⇒ −i
03. Para que tenhamos um imaginário puro, devemos ter um complexo z = a + bi com a =
0 e b ≠ 0. Sendo assim, temos:

a) d2 – 4 = 0 → ± 2, como d – 2 ≠ 0, d = – 2
b) Como d = – 2 e z é um imaginário puro, temos: iz = ( d − 2 ) i ⇒ ( −2 − 2 ) i ⇒ −4i
04. Para que z1 = a + bi e z2 = c + di sejam iguais, devemos ter a = c e b = d. Com isso,
temos:
a) 3 + 5ix = y – 15i
3=y 5x = –15 x = –3
b) Primeiro devemos fazer a multiplicação (x + yi) (2 + 3i) e depois igualarmos a
a = 1 + 8i

( x + yi) (2 + 3i) = 2x + 3xi + 2yi + 3yi2 = (2x − 3y ) + ( 3x + 2y )i

94 • capítulo 5
Igualando os dois lados, temos:

(2x − 3y ) + ( 3x + 2y )i = 1+ 8i
 2 x − 3y = 1

I 3x + 2y = 8

Resolvendo o sistema, temos:

 2x − 3y = 1⋅ ( 2 )  4 x − 6 y = 2
 ⇒ ⇒ 13x = 26 ⇒ x = 2
3x + 2 y = 8 ⋅ ( 3)  9x + 6 y = 24

Substituindo x na equação, temos:

4 ⋅ 2 − 6 y = 2 ⇒ 8 − 6 y = 2 ⇒ −6 y = −6 ∴ y = 1

c) Desenvolvendo o produto notável (x + yi)2, temos:

x 2 + 2 xyi + y 2i 2 = x 2 − y 2 + 2 xyi
x 2 − y 2 + 2 xyi = 2i
 x2 = y2 ∴ x = y
 x2 − y2 = 0  1
 ⇒ 1 ⇒ x = ⇒ x2 = 1⇒ x = ∓1
 2xy = 2  xy = 1∴ x = x
 y

Substituindo x em y, temos: y = ±1
d) Devemos somar a parte real com a parte real, assim como a parte imaginária com a
parte imaginária antes de igualarmos os valores:

( 3 + x ) + ( y − 2 ) i = 7 − 5i
3+ x =7⇒ x =4
y − 2 = −5 ⇒ y = −5 + 2 ⇒ y = −3

05. Devemos lembrar que, para resolvermos uma razão entre números complexos, devemos
multiplicar tanto o numerador quanto o denominador pelo conjugado.
a)

1+ i 1+ i 1+ 2i + i2 1− 1+ 2i 2i
⋅ = ⇒ ⇒ =i
1− i 1+ i 1− i2 1+ 1 2

b)

3 + 4i 2 + i 6 + 3i + 8i + 4i2 6 + 11i − 4 2 + 11i 2 11i


⋅ = ⇒ ⇒ = +
2 −i 2 +i 4 − i2 4 +1 5 5 5

capítulo 5 • 95
c) Para podermos resolver essa questão, devemos nos lembrar de transformar a po-
tência, para só depois efetuarmos as operações:

i3 − i2 + i17 − i35 −i − ( −1) + i − ( −i) −i + 1+ 2i 1+ i i i + i2 −1+ i


= ⇒ ⇒ ⋅ ⇒ ⇒ = −1+ i
i16 − i13 + i30 i0 − i1 + i2 1− i − 1 −i i −i2 1

d) Usaremos o mesmo princípio da resolução anterior, a substituição das potências


de i .

i11 + 2 ⋅ i13 i3 + 2 ⋅ i1 −i + 2i i −1+ i −i + i2 −1− i −1 i


= 2 1 ⇒ ⇒ ⋅ ⇒ ⇒ = −
i −i
18 37 i −i −1− i −1− i −1+ i 1− i2 2 2 2

06. Apesar de ser um exercício de números complexos, devemos pensar nele como se fosse
uma função simples, por exemplo, de variável x, ou seja, onde tivermos z, substituiremos por
(1 – i). Sendo assim, temos:

f ( z ) = z2 − z + i
f (1− i) = (1− i) − (1− i) + 1⇒ 1− 2i + i2 − 1+ i + 1⇒ 1− 1− 1+ 1− 2i = 2i
2

07. Neste exercício, temos uma soma de frações de complexos. Devemos lembrar que fra-
ção nada mais é que uma divisão, e que, para a divisão de números complexos, devemos
multiplicar numerador e denominador pelo conjugado do denominador. Assim, temos:

( 3 + 4i) (4 + 3i) (4 − 3i) ( 3 − 4i) 12 + 9i + 16i + 12i2 12 − 16i − 9i + 12i2


⋅ + ⋅ ⇒ + ⇒
(4 − 3i) (4 + 3i) ( 3 + 4i) ( 3 − 4i) 16 − 9i2 9 − 16i2
12 + 25i − 12 12 − 25i − 12 25i − 25i 0
⇒ + ⇒ ⇒ =0
16 + 9 9 + 16 25 25

Resposta letra A
08. Em primeiro lugar, devemos desenvolver a potência e depois efetuar as outras operações:
• Fazendo: ( −3 − 2i) = a2 − 2ab + b2
2

• temos: ( −3) − 2 ( −3)( 2i) + ( 2i) = 9 + 12i − 4


2 2

2 2 −i −2i −2i
• agora temos: = ⋅ ⇒ = = −2i
i i −i − (i )
2
− ( −1)

Somando o produto notável e a fração, temos:

9 + 12i − 4 − 2i ⇒ 5 + 10i ⇒ a = 5 eb = 10

Resposta letra C

96 • capítulo 5
09. Não importa quem eu vou multiplicar primeiro, “a ordem dos fatores não altera o produ-
to”. Efetuando a multiplicação na ordem em que aparece, temos:

(2 + 2i + i + i2 )i ⇒ (2 − 1+ 3i)i ⇒ (1+ 3i)i ⇒ i + 3i2 = −3 + i

Resposta letra D
10. Trabalhando com a potência de i, temos:

i2003 − i i3 − i −i − i −i − 1 +2i2 + 2i −2 + 2i
= ⇒ ⋅ ⇒ ⇒ = −1+ i
i −1 i −1 i − 1 −i − 1 − (i)2 + 1 1+11

Resposta letra A

Capítulo 2

01.
a) z = ρ = a2 + b2 ⇒ 42 + 12 = 5
ρ = 02 + ( −5) ⇒ 25 = 5
2
b)
( 2)
2
c) ρ= + 12 ⇒ 2 + 1 = 3
ρ = 82 + ( 0 ) ⇒ 64 = 8
2
d)
02.
a)

ρ = 12 + ( −1) = 2
2

a 1 2 2 
cos θ = ⇒ ⋅ = 
ρ 2 2 2 

b −1 2 − 2 
senθ = ⇒ ⋅ =
ρ 2 2 2 

O quadrante em que o cosseno é positivo e o seno negativo, simultaneamente, é o 4º


quadrante. Como esse ângulo é um ângulo notável de 45°, precisamos saber sua correspon-
dência, seu arco côngruo, no 4° quadrante.

360° − α = 45 ⇒= 315°

θ=
4

capítulo 5 • 97
b)

( )
2
ρ = 22 + 2 3 ⇒ 4 + 12 ⇒ 16 = 4
a 2 1
cos θ = ⇒ = 
ρ 4 2 π
⇒θ=
b 2 3 3 3
senθ = ⇒ =
ρ 4 2 

c)

ρ = 02 + 42 ⇒ 16 = 4
a 0 
cos θ = ⇒ = 0
ρ 4  π
 ⇒=
b 4 2
senθ = ⇒ = 1
ρ 4 

d)

( )
2
ρ = ( −2)2 + 2 3 ⇒ 4 + 12 ⇒ 16 = 4
a −2 1 
cos θ = ⇒ =− 
ρ 4 2 

b 2 3 3
senθ = ⇒ =
ρ 4 2 

Nessa questão, devemos reparar que o valor do cosseno é negativo e o do seno é posi-
tivo, ou seja, ambos estão no 2º quadrante.


θ=
3

03.
a)

ρ = 02 + 12 ⇒ 1 = 1
a 0 
cos θ = ⇒ = 0
ρ 1  π
 ⇒=
b 1 2
senθ = ⇒ = 1 
ρ 1 
z = ρ ⋅ (cos θ + i ⋅ senθ)
 π π
z = 1⋅  cos + i ⋅ sen 
 2 2 

98 • capítulo 5
b)

ρ= ( −2 )2 + 0 ⇒ 4 =2
a −2 
cos θ = ⇒ = −1
ρ 2 
 ⇒θ = π
b 0
senθ = ⇒ = 0 
ρ 2 
z = ρ ⋅ (cos θ + i ⋅ senθ)
z = 2 ⋅ ( cos π + i ⋅ senπ )

c)

ρ= ( −1)2 + 12 ⇒ 2
a −1 2 − 2
cos θ = ⇒ ⇒ = 
ρ 2 2 2  3π
 ⇒=
b 1 2 2  4
senθ = ⇒ ⇒ = 
ρ 2 2 2 

Nessa questão, devemos reparar que o valor do cosseno é negativo e o do seno é posi-
z =sendo
tivo, ou seja, ambos estão no 2º quadrante, ρ ⋅ (cosque
θ + io⋅ senθ) de referência é o de 45° ou
ângulo
 π π  π π   de3π 3π 
z = 2  cos + isen ; no
e w2º=quadrante,
3  cos +oisen
seu arco
 côngruo tem z = o2valor
⋅  cos 135° ou
+ i ⋅ sen .
 4 4   12 12   4 4 
z = ρ ⋅ (cos θ + i ⋅ senθ)
 3π 3π 
z = 2 ⋅  cos + i ⋅ sen 
 4 4 

d)

ρ= ( −1)2 + ( −1)2 ⇒ 2
a −1 2 − 2 
cos θ = ⇒ ⋅ = 
ρ 2 2 2  5π
 ⇒θ =
b −1 2 − 2  4
senθ = ⇒ ⋅ = 
ρ 2 2 2 

ρ = ( −1) + ( −1)2 ⇒ 2
2
Nessa questão, devemos reparar que tanto o seno como o cosseno são negativos, e isso
acontece no 3° quadrante. a 
−1 2valor−de2referência o ângulo em que o cosseno é 2 ,
cos θ =Tendo
⇒ como ⋅ = 
 π π  π ρ π  2
2 2  5π 2
z = 2  cos 45°
+ isen e w=3
ou , temos que + isen
seu arco
 cos côngruo é o de 225°  ⇒ θou= .
 4 4  12 b −12
1  2 − 2 4
senθ = ⇒ ⋅ =  θ)
ρ z2 = ρ ⋅ (cos
2 θ +2 i ⋅ sen

 5π 5π 
z = 2 ⋅  cos + i ⋅ sen 
 4 4 

capítulo 5 • 99
e)

ρ = 32 + ( − 3 )2 ⇒ 9 + 3 ⇒ 12 = 2 3
a 3 3 3 3 3
cos θ = ⇒ ⋅ ⇒ = 
ρ 2 3 3 6 2  11π
 ⇒=
b − 3 −1  6
senθ = ⇒ = 
ρ 2 3 2 

Nessa questão, devemos reparar que o valor do seno é negativo e o do cosseno é posi-
θ + i ⋅ senθ)
tivo, ou seja, ambos estão noz = ⋅ (cos θ + i ⋅ sen
4ºρquadrante, θ) que o ângulo de referência é o de 30° ou
sendo
11π π  é de11π 11π 
cos + i ⋅ sen .No 4º quadrante, seu arco z =côngruo
2 3 ⋅  cos 330° ou
+ i ⋅ sen .
6 6  6 6 
z = ρ ⋅ (cos θ + i ⋅ senθ)
 11π 11π 
z = 2 3 ⋅  cos + i ⋅ sen 
 6 6 

04. Em primeiro lugar, devemos colocar na forma z = a + bi pois isso facilitará muito os
cálculos seguintes:

−1− i −1− i −i i + i2 −1+ i


z= ⇒ ⋅ ⇒ 2 ⇒ = −1+ i
i i −i −i 1

Calculando o módulo e o argumento, temos:

ρ = ( −1)2 + 12 = 2
a −1 2 − 2 
cos θ = ⇒ ⋅ = 
ρ 2 2 2  3π
 ⇒=
b 1 2 2  4
senθ = ⇒ ⋅ = 
ρ 2 2 2 

Colocando na forma: z = ρ ⋅ (cos θ + i ⋅ senθ) , temos:

 3π 3π 
z = 2 ⋅  cos + i ⋅ sen 
 4 4 

05.
a) O ângulo de 120º está no 2° quadrante, devendo reduzir ao primeiro para que te-
nhamos os valores de seno e de cosseno.

1 3
cos120° = − cos 60° = − sen120° = sen 60o =
2 2
 1 3
z = 4 ⋅  − +i ⋅  = −2 + i ⋅ 2 3
 2 2 

100 • capítulo 5
b) cos 0o = 1 e sen 0o = 0

1 1
z= ⋅ (1+ i ⋅ 0 ) =
4 4


 O ângulo de 5π = 225o, estando no 3° quadrante, nele reduzindo ao primeiro qua-
z = 2c)⋅  cos + i ⋅ sen
 4 4 
drante, temos que ele tem o mesmo valor do ângulo de

 5π 5π 
z = 2 ⋅  cos + i ⋅ sen 
 4 4 

06. Em primeiro lugar, identificamos os números complexos e os colocamos na for-


ma algébrica.

Z1 = −2 + 2ie z2 = 0 + i
z3 = z1 ⋅ z2 ⇒ ( −2 + 2i) ⋅ i ⇒ −2i + 2i2 = −2 − 2i

Calculando o argumento de z3

ρ = ( −2)2 + ( −2 ) ⇒ 8 = 2 2
2

a −2 2 − 2
cos θ = ⇒ ⋅ = 
ρ 2 2 2 2  5π
⇒θ=
b −2 2 − 2  4
senθ = ⇒ ⋅ =
ρ 2 2 2 

Nessa questão, devemos reparar que tanto o valor do seno quanto o do cosseno são
negativos, ou seja, ambos estão no 3º quadrante, sendo que o ângulo de referência é o de
 π π  π π   é de5π
z = 2  cos 45°ou
+ isen . No
e w3º= quadrante,
3  cos +seu
isenarco côngruo
z = 2 ⋅  cos 225° ou 5π .
+ i ⋅ sen
 4 4  12 12   4 4 
Escrevendo o z3 na forma trigonométrica, temos:

z = ρ ⋅ (cos θ + i ⋅ senθ)
 5π 5π 
z = 2 2 ⋅  cos + i ⋅ sen 
 4 4 

capítulo 5 • 101
Capítulo 3

01.

ρ = a2 + b2 ⇒ 12 + (1) = 2
2

a 1 2
cos θ = ⇒ = 
ρ 2 2  π
 ⇒=
b 1 2 4
senθ = ⇒ =
ρ 2 2 

Escrevendo na forma:

zn = ρn ⋅ [cos (nθ) + isen (nθ)]


π π
( )
16
z16 = 2 ⋅ [cos (16( ) + isen (16 ⋅ )]
4 4
z16 = 28 ⋅ [cos (4π) + isen (4π)]
z16 = 256 ⋅ [1+ i ⋅ 0] = 256

02. Devemos escrever o produto na forma:

z1 ⋅ z2 = ρ1 ⋅ ρ2 cos( θ1 + θ2 ) + isen( θ1 + θ2 )]

Assim, temos:

 π π  π π
z1 ⋅ z2 = 2 ⋅ 3 cos( +  + isen( + )]
 4 12  4 12
 3π π  3π π
z1 ⋅ z2 = 3 2 cos( +  + isen( + )]
 12 12  12 12
 4π  4π
z1 ⋅ z2 = 3 2 cos(  + isen( )]
 12  12
 π π
z1 ⋅ z2 = 3 2 cos(  + isen( )]
 3 3
1 3
z1 ⋅ z2 = 3 2  + i ⋅ 
2 2 
3 2 3 6
z1 ⋅ z2 = + i⋅
2 2

102 • capítulo 5
03. Colocando esses valores na forma polar e calculando a sua potência, temos:

( −4 )2 + (4 )
2
ρ = a2 + b2 ⇒ 3 ⇒ 16 + 48 = 8
a −4 −1 
cos θ = ⇒ =
ρ 8 2  2π
 ⇒=
b 4 3 3 3
senθ = ⇒ =
ρ 8 2 

Escrevendo na forma de potência, temos:

zn = ρn ⋅ [cos (nθ) + isen (nθ)]


−6 π π
z −6 = ( 8 ) ⋅ [cos ( −6 ⋅ ) + isen ( −6 ⋅ )]
4 4
−3π −3π
z = (2 ) ⋅ [cos (
− −6
6 3 ) + isen ( )]
2 2

−3π 3π
Obs.: = , pois o que difere é que um vai andar no sentido anti-horário e o outro
2 2
vai no sentido horário, parando no mesmo ponto. Sendo assim, temos:

i
z −6 = 2−18 ⋅ 0 + i ⋅ ( −1)  = −
218

04.

( )
2
ρ1 = a2 + b2 ⇒ 2 3 + ( −2 ) = 16 = 4
2

( )
2
ρ1 = a2 + b2 ⇒ 2 3 + ( −2 ) = 16 = 4
2
a 2 3 3 
cos θ1 = ⇒ = 
ρ
a 2 43 23  11π
cos θ1 = ⇒ =  ⇒1=
ρb −42 −2 1  6π
11
senθ1 = ⇒ =  ⇒1=
bρ −42 −21  6
senθ1 = ⇒ =
ρ 4 2  

Expressando esse número na forma de potência, temos:

11π 11π
z18 = 48 ⋅ [cos ( 8 ⋅ ) + isen ( 8 ⋅ )]
6 6
11π 11π
z18 = (22 ) ⋅ [cos (4 ⋅
8
) + isen (4 ⋅ )]
3 3
44π 44π
z18 = 216 ⋅ [cos ( ) + isen ( )]
3 3

capítulo 5 • 103
Expressando a potência que está no denominador:

ρ2 = a2 + b2 ⇒ (4 )2 + (4 )2 = 16 ⋅ 2 = 4 2
a 4 1 2
cos θ2 = ⇒ ⇒ = 
ρ 4 2 2 2  π
 ⇒ θ2 =
b 4 1 2 4
senθ2 = ⇒ ⇒ =
ρ 4 2 2 2 
6 π π
z26 = (4 2) ⋅ [cos(6 ⋅ ) + isen (6 ⋅ )]
4 4
3π 3π 3π 3π
z2 = 4 ⋅ 2 ⋅ [cos ( ) + isen ( )  = 215 ⋅ cos ( ) + isen ( )]
6 6 3
2 2 2 2

z1
Fazendo a divisão de temos:
z2
44π 44π
z1 2 ⋅ [cos ( 3 ) + isen ( 3 )]
16

=
z2 3π 3π
215 ⋅ [cos ( ) + isen ( )]
2 2
z1 216 44π 3π 44π 3π
= [cos ( − ) + isen ( − )]
z2 215 3 2 3 2
z1 88π 9π 88π 9π
= 21[cos ( − ) + isen ( − )]
z2 6 6 6 6
z1 79π 79π
= 2[cos ( ) + isen ( )]
z2 6 6

Para facilitar o cálculo, vamos achar a primeira determinação positiva. Sendo assim, temos
79π 7π 72π 7π 7π π é a nossa determinação positiva.
que: = + = + 12, ou seja e
7π 672
79π Também π 6 7π dizer
6 6 79π7π 7π 72 6π 67π 7π π
= + podemos
= que
+ 12, ou seja =ee +são = + 12
côngruos. Usaremos
, ou sejaesseevalor para nos-
6 sa divisão:
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6

z1 π π
= 2[cos ( ) + ( −isen ( ))]
z2 6 6
z1  3 1
= 2 − −i⋅ 
z2  2 2 
z1
= −2 3 − i
z2

104 • capítulo 5
05.

x4 + 16 = 0 ⇒ x4 = −16 ⋅ 4 −16

ρ = a2 + b2 ⇒ 02 + ( −16 ) = 16
2

a −16 
cos θ = ⇒ = −1
ρ 16 
⇒θ=π
b 0
senθ = ⇒ =0 
ρ 16 

Como k vale 0, 1, 2 e 3, devemos calcular as raízes para esse valor.


Para k = 0, temos:

θ 2π θ 2π
z0 = n ρ ⋅ [cos ( + k . ) + isen ( + k . )]
n n n n
4 π 2π π 2π
z0 = 16 ⋅ [cos ( + 0. ) + isen ( + 0. )]
4 2 4 2
π π
z0 = 2 ⋅ [cos ( ) + isen ( )]
4 4
 2 2 
z0 = 2 ⋅  +i 
 2 2 
z0 = 2 + i 2

Para k = 1

π 2π π 2π
z1 = 4 16 ⋅ [cos ( + 1⋅ ) + isen ( + 1⋅ )]
4 2 4 2
π 2π π 2π
z1 = 2 ⋅ [cos ( + ) + isen ( + )]
4 4 4 4
5π 5π
z1 = 2 ⋅ [cos ( ) + isen ( )]
4 4
 2 2
z1 = 2 ⋅  − −i 
 2 2 
z1 = − 2 + i 2

Para k =2

π 2π π 2π
z3 = 4 16 ⋅ [cos ( + 3 ⋅ ) + isen ( + 3 ⋅ )]
4 4 4 4
π 6π π 6π
z3 = 2 ⋅ [cos ( + ) + isen ( + 2 )]
4 4 4 4
7π 7π
z3 = 2 ⋅ [cos ( ) + isen ( )]
4 4
 2 2
z3 = 2 ⋅  −i 
 2 2 
z3 = 2 − i 2

capítulo 5 • 105
Para k= 3

π 2π π 2π
z3 = 4 16 ⋅ [cos ( + 3 ⋅ ) + isen ( + 3 ⋅ )]
4 4 4 4
π 6π π 6π
z3 = 2 ⋅ [cos ( + ) + isen ( + 2 )]
4 4 4 4
7π 7π
z3 = 2 ⋅ [cos ( ) + isen ( )]
4 4
 2 2 
z3 = 2 ⋅  −i 
 2 2 
z3 = 2 − i 2

06. Colocando na forma z1 ⋅ z2 = ρ1 ⋅ ρ2 cos( θ1 + θ2 ) + isen( θ1 + θ2 )]


Assim, temos:

 3π 11π  3π 11π
u ⋅ v = 2 ⋅ 2 cos( +  + isen( + )]
 8 8  8 8
 14 π  14π
u ⋅ v = 2 2 cos(  + isen( )]
 8  8
 7π  7π
u ⋅ v = 2 2 cos(  + isen( )]
 4  4
 2 2
u ⋅ v = 2 2  −i 
 2 2 
u ⋅ v = 2 − 2i

07. Como o polígono é regular, todas as suas arestas têm a mesma medida, lembrando que
o módulo de um número complexo é a distância do vértice até a origem. Como o módulo
da questão é igual a um, podemos dizer que esse polígono é um hexágono regular de 1 u a
cada lado.
Sendo assim, a área da figura será 6 vezes a área do triângulo equilátero de lado 1:

 l2 3 
A = 6  
 4 
 12 3 
A = 6  
 4 
3 3
A= u⋅a
2

106 • capítulo 5
08. Colocando esses valores na forma polar e calculando a sua potência, temos:

7  π π
z = ( 2) ⋅ cos(7 ⋅  + isen(7 ⋅ )]
 4  4
 2 2 
z = 23 2 ⋅  −i 
 2 2 
 23 2 ⋅ 2 23 2 ⋅ 2 
z =  −i 
 2 2 
z = 8 − 8i

Letra A
09. Colocando todos esses números na forma de produto, temos:

z1 ⋅ z2 ⋅ z3 = ρ1 ⋅ ρ2 ⋅ ρ3 cos( θ1 + θ2 + θ3 ) + isen( θ1 + θ2 + θ3 )]
z1 ⋅ z2 ⋅ z3 = 2 ⋅ 3 ⋅1cos(40° + 135° + 125° ) + isen(40° + 135° + 125°)]
z1 ⋅ z2 ⋅ z3 = 6 cos( 300° ) + isen( 300°)]
1 3 
z1 ⋅ z2 ⋅ z3 = 6  − i
 2 2 
z1 ⋅ z2 ⋅ z3 = 3 − 3 3i

Letra B
π π
10. Repare que o número complexo z = (cos + isen ) está expresso na forma polar,
16 16
porém não está explícito o valor do argumento, ou seja, o argumento é 1.
Expressando o número complexo na forma de potência, temos:
2
 3 3   3 2 27 9
ρ = a2 + b2 ⇒  2 +   ⇒ + =3

 2 
  2 2 4 4
3 3 3 27 9
ρ = a + b ⇒ 
2 2
 +  ⇒ + =3
z1 = z2 = z3 = 3 + 32+ 3 = 9 2  4 4
z1 = z2 = z3 = 3 + 3 + 3 = 9

Letra A

capítulo 5 • 107
11. Os módulos são iguais para todas as raízes. Sendo assim, basta que calculemos apenas
o módulo de z1.

2
 3 3   3 2 27 9
ρ = a2 + b2 ⇒   +   ⇒ + =3
 2   2  4 4
z1 = z2 = z3 = 3 + 3 + 3 = 9

Letra C

Capítulo 4

01. Para que dois polinômios sejam iguais, os coeficientes dos monômios de mesmo grau
têm de ser iguais. Sendo assim, temos:

( a − 1) = 1⇒ a = 1+ 1⇒ a = 2
b = 2 − b ⇒ 2b = 2 ⇒ b = 1
c−3=5⇒c =5+3⇒c =8

02. Como a divisão é por um polinômio do tipo (x – a), podemos utilizar o teorema do resto
para calcular o valor de a, ou seja, f (3) = 4.

f ( 3) = a ( 3) − 2 ( 3) + 1 = 4
3

27a − 6 + 1 = 4
27a = 9
9 1
a= =
27 3

03. Como a divisão é por um polinômio do tipo (x – a), podemos utilizar o teorema do resto
para calcular o valor de m; e, como a divisão é exata, temos que p(1) = 0:

p (1) = 15 − 2 (1) − 1+ m = 0
4

1− 2 − 1+ m = 0
−2 + m = 0
m=2

Letra E
04. Toda vez que a soma dos coeficientes de um polinômio for igual a zero, esse polinômio
terá 1 como uma de suas raízes.
Sendo assim, a resposta é a letra A.

108 • capítulo 5
05. Em primeiro lugar, devemos saber qual será o polinômio q(x). Para isso, sabemos que
q(2) = 0. Assim podemos substituir o 2 no lugar de x e teremos o valor de a, ou seja:

q ( 2 ) = 23 − 2 ( 2 ) − 5 ( 2 ) + a = 0
2

8 − 8 − 10 + a = 0
a = 10

Utilizando o método das chaves e dividindo agora o q(x) por p(x), temos:

x3 − 2x2 − 5x + 10 x2 – 4
−x3 + 4x x–2
−2x2 − x + 10
2x 2 − 8
−x + 2

06. Como estamos querendo o quociente da divisão e descobrir o valor de m, tudo ao mes-
mo tempo, a melhor maneira de resolvermos é utilizando o dispositivo de Briot-Ruffini.
Como o polinômio é divisível por x- 3i e sabemos que o resto da divisão é zero, isso nos
ajudará no final. Ordenando os coeficientes do polinômio p(x) e sabendo que 3i é uma das
raízes, pelo Teorema de D’Alembert, temos:

3i 1 i 7 m
1 4i –5 –15i + m

O resto da divisão foi –15i+m. Como a divisão é exata, o resto tem de ser 0. Assim,
temos:

–15i + m = 0
m = 15 i
q (x) = x + 4ix – 5 e m = 15i
2

07. Sabendo que p ( x ) = d ( x ) ⋅ q ( x ) + r ( x ) vamos usar essa relação para determinarmos o


polinômio p (x):

p ( x ) = (2x2 − 3x + 1) ⋅ ( 3x2 + 1) + ( − x + 2 )

capítulo 5 • 109
Como estamos querendo saber o resto da divisão do polinômio p (x) por (x – 1), não há
a necessidade de desenvolvermos, basta aplicarmos o teorema do resto, ou seja, aplicar a
raiz no polinômio.
Sendo assim, temos:

( )
p (1) = (2 (1) − 3 (1) + 1) ⋅ 3 (1) + 1 + ( − (1) + 2 )
2 2

p (1) = ( 2 − 3 + 1) ⋅ ( 3 + 1) + ( −1+ 2 )
p (1) = ( −1+ 1) ⋅ ( 4 ) + (1)
p (1) = 1

Pelo teorema do resto, r (x) = 1


08.

1 1 D –3 7 –5
V 1 –2 I 0

Determine os valores de A, D, V e I.
Como o 1 está isolado e é por ele que todos os outros coeficientes estão sendo divididos,
logo ele é a raiz. Sendo assim:
A=1
O “V” está logo abaixo do primeiro coeficiente. Isso indica que ele também tem valor igual
a 1; V = 1.
O 1 que está baixo do “D” é resultado da operação: “V · 1 + D”. Como já sabemos o valor
de V, fica:
1 x 1 + D = 1, ou seja D = 0
O “I” é o resultado da operação: “ (–2) · 1 +7. Sendo assim, temos:
–2 + 7 = I, em que temos I = 5. Com isso, ficamos:
A = 1; V = 1; D = 0 e I = 5
09. Como p (x) é divisível por (x + 3), pelo teorema do resto, temos que p (–3) = 0:

3( −3)3 − ( −3) + a ( −3) + 9 = 0


2

−81− 9 − 3a + 9 = 0
−3a = −3a = −81
−81
a=
−3
a = 27
p ( x ) = 3x3 − x2 − 27x + 9

110 • capítulo 5
Como o resto da divisão é exato, o polinômio p(x) também é divisível pelo quociente.
Sendo assim, devemos efetuar a divisão para achar o quociente.

3x3 − x2 − 27x + 9 x+3


−3x3 − 9x2 3x2 – 10x + 3
−10x2 − 27x + 9
10x2 + 30x
3x + 9
−3x + 9
0

Letra D
10. Sendo a uma raiz do polinômio p (x), temos que p (a) = 0. Sendo assim, temos:

p ( a ) = a4 − ( a + 1) a 3 + 16 = 0
a4 − a4 − a 3 + 8 = 0
− a 3 = −8
a =2
p ( x ) = x4 − x 3 + 8

Utilizando o teorema do resto, temos:

p (1) = 14 − 13 + 8
p (1) = 8

Capítulo 5
01. Utilizando o teorema da decomposição, podemos escrever a equação como sendo:

x ( x2 − 4 ) ⋅ ( x + 1) = 0
2

ou ainda:

x ( x + 2 ) ⋅ ( x − 2 ) ( x + 1) = 0
2

Como na equação original o maior grau é 3 e na segunda equação o maior grau é 2, ao


multiplicarmos, teremos uma equação de grau 5, ou seja, 5 raízes, que são elas:

s = {−2, 2, 0,1(multiplicidade 2 )}

capítulo 5 • 111
02. Como estamos querendo o produto de duas de três raízes da equação, podemos utilizar
a relação de Girard para resolver a questão:

d
12r3 = −
rr
a
 1  −2 
p ⋅ q ⋅ −  = −  
 2  2 
 1
p ⋅ q ⋅ −  = 1
 2
p ⋅ q ⋅ ( −1) = 1⋅ 2
p ⋅ q = −2

03. Como uma raiz é igual a 2, a equação é divisível por (x – 2). Utilizando o dispositivo de
Briot-Ruffini (ver capítulo 4), determinaremos uma equação de grau 2, em que a determina-
ção das outras raízes se torna mais simples:

2 2 –5 –1 6
2 –1 –3 0

Nossa nova equação terá os seguintes coeficientes, 2, –1, –3. Sendo assim, podemos
escrever a nova equação da seguinte forma: 2x2 – x – 3 = 0. Resolvendo a equação pelo
método de Bháskara, temos:

−b ± b2 − 4ac
x=
2a
− ( −1) ± ( −1)2 − 4 ⋅ 2 ⋅ ( −3)
x=
2⋅2
1± 25
x=
4
−1± 5
x=
4
−1−−5 3 −1+ 5
x1 = = − e x2 = =1
4 2 4

04. Antes de qualquer coisa, devemos desenvolver a soma das frações, pois isso facilitará
muito a resolução. Efetuando o mmc, temos:

1 1 1 c+d+a
+ + =
ab ac bc abc

Repare que no numerador temos as somas das raízes e, no denominador, o produto das
raízes. Utilizando a relação de Girard, temos:

112 • capítulo 5
b

c+d+a
= a
abc d
a


( −13)
c+d+a 6 = 13 = − 13
=
abc −2 −2 2
6

p
05. Utilizando o teorema das raízes racionais em que p | a 0 e q | an , temos pela definição
q
que p é divisor de –5 e q é divisor de 1. Assim, temos:
p
p ∈ {−11; ; − 5; 5} e q ∈ {−11
; } a divisão ∈ {−11; ; −5;5}
q

Substituindo cada valor na equação x3 – 5x2 + 9x – 5 = 0, temos:

f ( −1) = ( −1) − 5 ( −1) + 9 ( −1) − 5 ≠ 0


3 2

f (1) = (1) − 5 (1) + 9 (1) − 5 = 0 ( raiz )


3 2

f ( −5) = ( −5) − 5 ( −5) + 9 ( −5) − 5 ≠ 0


3 2

f (5) = (5) − 5 (5) + 9 (5) − 5 ≠ 0


3 2

Sendo 1 uma raiz, utilizamos o dispositivo de Briot Ruffini para determinar as outras raízes:

1 1 –5 9 –5
1 –4 5 0

Nossa nova equação terá os seguintes coeficientes: 1, -4, 5. Sendo assim, podemos
escrever a nova equação da seguinte forma: x2 – 4x + 5 = 0. Resolvendo a equação pelo
método de Bháskara, temos:

−b ± b2 − 4ac
x=
−b ± 2ba2 − 4ac
x=
− ( −4 )2±a ( 4 ) − 4 ⋅1⋅ 5
2
x=
− ( −4 ) ± 2( 4⋅1) − 4 ⋅1⋅ 5
2
x=
4 ± 16 − 220 ⋅1
x=
4 ± 16 2 − 20
x=
4 ± −24
x=
4 ± 2 −4
x = 4 − 2i 4 + 2i
x1 = 2 = 2 − i e x2 = =2+i
2
4 − 2i 4+ 2 2i
x1 = = 2 − i e x2 = =2+i
2 2

s = {1; 2 – i; 2 + i}

capítulo 5 • 113
06. Neste problema nos interessa encontrar a soma das 3 raízes (a + b + c). Utilizando a
relação de Girard para a soma das raízes, temos:

b
r1 + r2 + r3 = −
a
( −4 )
r1 + r2 + r3 = − =4
1

Como o exercício pede log2(a + b + c), temos: log24 = 2


Letra D
07. Neste exercício o a está no lugar da soma, e o b, no lugar do produto. Utilizando a relação
de Girard, temos:

 b a
r1 + r2 = − a ⇒ 4 − 5 = − 1 ⇒ −1 = −a ⇒ a = 1

 rr = c = 4 ⋅ ( −5) = b ⇒ −20 = b
 12 a 1

Letra B
08. Pelo teorema das raízes complexas, quando uma raiz é complexa, seu módulo também é
raiz. Para determinarmos os valores, utilizaremos a relação de Girard:

 b b
r1 + r2 + r3 = − a ⇒ 1+ ( 2 + i) + ( 2 − i) = − 1

 c c
12 + r2r3 + rr
rr 13 = ⇒ 1⋅ ( 2 + i) + ( 2 + i) ⋅ ( 2 − i) + 1⋅ ( 2 − i) =
 a 1
 d d
12r3 = − ⇒ 1⋅ ( 3 + i ) ⋅ ( 3 − i ) = −
 rr
 a a

Repare que o único que relaciona o coeficiente d é o que trata do produto das três raízes.
Sendo assim, basta calcularmos somente este produto:
d
1⋅ ( 3 + i) ⋅ ( 3 − i) = −
1
32 − i2 = −d
9 − ( −1) = −d
10 = −d

Letra A

114 • capítulo 5
09. Pelo teorema das raízes complexas, temos que as raízes são: 1− i 2 e 1+ i 2 . Saber-
b c
mos que a soma das raízes é dada por − e o produto é . Portanto:
a d

( )
1− i 2 + (1+ i 2 ) =
b
a
b
2=
1
2 = −b
b = −2

(1− i 2 ) ⋅ (1+ i 2 )=
c
a
2 2c
12 − (i 2) =
1
1− (i) ⋅ 2 = 2c
2

1− ( −1) ⋅ 2 = 2c
1− ( −2 ) = 2c
3 = 2c
3
c=
2

Letra A

capítulo 5 • 115
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116 • capítulo 5
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capítulo 5 • 117
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118 • capítulo 5
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120 • capítulo 5

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