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TREINAMENTO INTENSIVO
nível 1
Ao todo, serão três pdfs: um para cada um dos três níveis. Decidi compilar** assim pois,
ao juntar todos os níveis em um único pdf, obtive um pdf com mais de 2300 páginas, o
que não seria prático porque certamente levaria uma eternidade para ser completamente
aberto. Por observação, acredito que os materiais em pdf, principalmente dos níveis 2 e 3,
tenham sido elaborados em 2012 por diversos professores com vasta experiência em
olimpíadas (e em preparação olímpica). Posteriormente, fora elaborado um curso básico
(em 2015) para o nível 2 composto apenas por problemas resolvidos e mais listas foram
adicionadas no site, notadamente do nível 2.
Adendo: é possível encontrar alguns errinhos na numeração das aulas. Por exemplo, o
curso de teoria dos números do nível 3 tem duas aulas de número 6, mas, na verdade, uma
dessas aulas era para ser a aula de número 5 (congruências e bases). Ou também, ter no
título “grafos I” mas não ter pelo menos uma outra aula “grafos II” (curso de
combinatória, nível 2). Sendo assim, elaborei um sumário e acredito que sua ordem seja a
correta, ou que, pelo menos, seja a ordem caso não houvessem os pequenos errinhos na
numeração das aulas.
Aqui, temos os materiais elaborados para o nível 1 (6º e 7º anos), divididos em três partes:
teoria dos números (chamada de aritmética no nível 1), geometria e combinatória. Cada
uma dessas partes contêm várias aulas sobre assuntos recorrentes em olimpíadas de
matemática. Cada uma dessas aulas contêm parte teórica, problemas resolvidos,
problemas propostos, soluções… O POTI é, de certo, a melhor e mais completa referência
em português para se estudar matemática olímpica gratuitamente.
geometria 109
Aula 1 - áreas 110
Aula 2 - segmentos e perímetros 144
Aula 3 - objetos tridimensionais 172
Aula 4 - ângulos 187
Aula 5 - congruência de triângulos 214
Aula 6 - teorema de pitágoras 235
Aula 7 - semelhança e segmentos proporcionais 255
combinatória 277
Aula 1 - jogos e brincadeiras I 278
Aula 2 - jogos e brincadeiras II 285
Aula 3 - raciocínio lógico I 291
Aula 4 - raciocínio lógico II 297
Aula 5 - paridade 304
Aula 6 - percebendo padrões 310
Aula 7 - exemplos e contra-exemplos 318
Aula 8 - configurações mágicas 324
Aula 9 - tabuleiros 333
Aula 10 - contagem I (princípio multiplicativo) 339
Aula 11 - contagem II 345
POLOS OLÍMPICOS DE
TREINAMENTO INTENSIVO
Problemas sobre operações aritméticas elementares utilizam, além dos conceitos de soma,
subtração, multiplicação e divisão, os conceitos de fração e potência. Essa seção é muito
importante, já que as contas permeiam todo o resto do material. Boas contas!
(d) 26 + 26 + 26 + 26 − 44
Solução.
107 107−4 103 1000
(a) 4
= = = = 200
5 × 10 5 5 5
2 22 2×3 6
(b) = == = =6
2 3 2 1 1×3 1
1− −
3 3 3 3 3
1 1 1 1 1 2 3 9 1
(c) 1 − 1− 1− ··· 1 − = ··· =
2 3 4 10 2 3 4 10 10
4
(d) 26 + 26 + 26 + 26 − 44 = 4.26 − 44 = 22 .26 − 22 = 28 − 22.4 = 28 − 28 = 0
1 Porcentagem
Esses próximos exemplos contém os conceitos de porcentagem de um número e também
a ideia de aumento e redução percentual, os dois tipos de aplicação de porcentagem em
problemas de olimpı́ada. Bons estudos!
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 01 - Emiliano Chagas 2 PROBLEMAS
Problema 2. (OBMEP 1a Fase) Em 2009 uma escola tinha 320 alunos esportistas, dos
quais 45% jogavam vôlei. Em 2010 essa porcentagem diminuiu para 25%, mas o número
de jogadores de vôlei nâo se alterou. Qual era o número de alunos esportistas em 2010?
Solução. Primeiramente vamos ver quantos alunos jogavam vôlei em 2009, são 45% de
45 25 1
320, ou seja × 320 = 144. Agora veja que em 2010 25% = = dos esportistas
100 100 4
eram jogadores de vôlei, portanto o total de alunos esportistas em 2010 será 4 × 144 = 576.
Problema 3. (OBM 1a Fase) Se Joana comprar hoje um computador de 2000 reais, ela
conseguirá um desconto de 5%. Se ela deixar para amanhã, irá conseguir o mesmo desconto
de 5%, mas o computador irá aumentar 5%. Se ela esperar, o que acontecerá?
Solução. Alternativa D - Comprando hoje o computador, Joana gastaria 1900 reais. Es-
perando o próximo dia, o preço do computador subiria para 2100 reais e ela gastaria
95
× 2100 = 1995 reais. Assim, ela perderia 95 reais. Podemos fazer a conta de uma vez
100
só, já que um desconto de 5% em cima de 2000 reais pode ser escrito como (1−5%)×2000 =
(1 − 0, 05) × 2000 = 0, 95 × 2000 = 1900 reais, e o aumento de 5% em cima do preço de
1900 reais pode ser escrito como (1 + 5%) × 1900 = (1 + 0, 05) × 1900 = 1, 05 × 1900 = 1995
reais. A conta poderia ser escrita como (1 − 5%) × (1 + 5%) × 2000 = 1995 reais.
2 Problemas
Operações Aritméticas Elementares: Problemas Introdutórios
Problema 7. Sabendo que 987 × 154 = 151998 podemos concluir que 9870 × 1, 54 é igual a
(a) 15,1998
(b) 1519,98
(c) 15199,8
2
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 01 - Emiliano Chagas 2 PROBLEMAS
(d) 151998
(e) 1519980
2004 + 2004
Problema 8. Simplifique a fração .
2004 + 2004 + 2004
Problema 9. Em maio, o valor total da conta de telefone celular de Esmeralda foi 119,76
reais, sem os impostos. Esse valor corresponde aos itens: chamadas, acesso á internet,
envio de mensagens. Se ela gastou 29,90 reais com acesso á Internet e 15,50 reais com o
serviço de envio de mensagens, quanto foi que ela gastou com chamadas?
Problema 10. Uma data curiosa neste ano é o dia 11/11/11, pois o dia, mês e dois últimos
dı́gitos do ano são iguais. No ano passado, esse padrão aconteceu em 10/10/10. Quantos
dias há desde 10/10/10 até 11/11/11, incluindo o dia 10 e o dia 11?
Problema 11. Marina, ao comprar uma blusa de R$17,00, enganou-se e deu ao vendedor
uma nota de R$10,00 e outra de R$ 50,00. O vendedor, distraı́do, deu o troco como se
Marina lhe tivesse dado duas notas de R$ 10,00. Qual foi o prejuı́zo de Marina?
Problema 12. Pedro vende na feira cenouras a R$1,00 por quilo e tomates a R$1,10 por
quilo. Certo dia ele se distraiu, trocou os preços entre si, e acabou vendendo 100 quilos de
cenoura e 120 quilos de tomate pelos preços trocados. Quanto ele deixou de receber por
causa de sua distração?
Problema 13. Na adição de termos iguais 20132013 + 20132013 + · · · + 20132013 = 20132014
, escrita de forma simplificada, foram escritos muitos sinais de adição (+). Quantos foram
escritos?
3
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 01 - Emiliano Chagas 2 PROBLEMAS
Problema 20. Colocando sinais de adição entre alguns dos algarismos do número 123456789
podemos obter várias somas. Por exemplo, podemos obter 279 com quatro sinais de adição:
123 + 4 + 56 + 7 + 89 = 279. Quantos sinais de adição são necessários para que se obtenha
assim o número 54?
a
Problema 21. A fração , onde a e b são inteiros positivos, representa um número entre 0
b
e 1, na posição indicada no desenho a seguir. Qual é um possı́vel valor para a soma a + b?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Problema 22. Colocando apenas parêntesis, tantos quantos necessários, mas usando apenas
as adições e subtrações já indicadas, podemos fazer com que a expressão 1 − 2 + 3 − 4 +
5 − 6 + 7 − 8 + 9 − 10 represente o maior número possı́vel. Qual é este número?
Problema 23. Uma loja de CD’s realizará uma liquidação e, para isso, o gerente pediu
para Anderlaine multiplicar todos os preços dos CD’s por 0, 68. Nessa liquidação, qual é o
desconto que a loja está oferecendo em seus produtos?
Problema 24. Por conta de uma erupção de um vulcção, 10% dos voos de um aeroporto
foram cancelados. Dos voos restantes, 20% foram cancelados pela chuva. Que porcentagem
do total de voos deste aeroporto foram cancelados?
Problema 25. Em uma prova de olimpı́ada, 15% dos estudantes não resolveram nenhum
problema, 25% resolveram pelo menos um problema, mas cometeram algum erro, e os
restantes, 156 estudantes, resolveram todos os problemas corretamente. Quantos estudantes
participaram da olimpı́ada?
Problema 26. Aumentando 2% o valor um número inteiro positivo, obtemos o seu sucessor.
Qual é a soma desses dois números?
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POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 01 - Emiliano Chagas 2 PROBLEMAS
Problema 27. Diamantino colocou em um recipiente três litros de água e um litro de suco
composto de 20% de polpa e 80% de água. Depois de misturar tudo, que porcentagem do
volume final é polpa?
Problema 28. Uma classe tem 22 alunos e 18 alunas. Durante as férias, 60% de todos
os alunos dessa classe foram prestar trabalho comunitário. No mı́nimo, quantas alunas
participaram desse trabalho?
Problema 29. Três anos atrás, a população de Pirajussaraı́ era igual à população que
Tucupira tem hoje. De lá para cá, a população de Pirajussaraı́ não mudou mas a população
de Tucupira cresceu 50%. Atualmente, as duas cidades somam 9000 habitantes. Há três
anos, qual era a soma das duas populações?
Problema 30. A massa de gordura de uma pessoa corresponde a 20% de sua massa total.
Essa pessoa, pesando 100 kg, fez um regime e perdeu 40% de sua gordura, mantendo os
demais ı́ndices. Quantos quilogramas ela pesava ao final do regime?
Problema 31. O tanque do carro de Esmeralda, com capacidade de 60 litros, contém uma
mistura de 20% de álcool e 80% de gasolina ocupando metade de sua capacidade. Esmeralda
pediu para colocar álcool no tanque até que a mistura ficasse com quantidades iguais de
álcool e gasolina. Quantos litros de álcool devem ser colocados?
Problema 32. Num folheto de propaganda, uma montadora explica que um veı́culo equi-
pado com a tecnologia flex fuel, bicombustı́vel, pode usar álcool, gasolina, ou uma mistura
de álcool e gasolina em qualquer proporção. Testes realizados com cinco proporções apre-
sentaram os seguintes desempenhos:
Considere que o preço do litro de álcool é R$1,00 e o preço do litro de gasolina é R$2,00.
Nesse problema você pode utilizar calculadora!
Numa viagem de 400 km com esse veı́culo:
(a) Quantos reais seriam gastos se o veı́culo fosse abastecido somente com álcool?
(b) Qual das cinco proporções apresentadas possibilita o menor gasto com combustı́vel?
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POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 01 - Emiliano Chagas 2 PROBLEMAS
Problema 33. Francisca compra produtos em grande quantidade para uma rede de restau-
rantes. No momento ela deve comprar detergente lı́quido, escolhendo entre as marcas A, B
e C, que são vendidas em frascos com volumes diferentes. As três tem a mesma qualidade
e um galão com 80 litros do detergente B custa 50 reais, mas
• o detergente A é 40% mais caro que o B e contém 20% menos lı́quido que o C;
• o detergente C custa 50% a mais que A e contém 50% mais lı́quido que o B;
Francisca pensou e comprou a marca mais econômica. Qual é a marca mais econômica?
Utilize uma calculadora para fazer esse problema.
Problema 34. Segundo uma reportagem da revista Veja, 20% dos brasileiros nunca foram
ao dentista. Considere que a população do Brasil é de 200 milhões, dos quais 38 milhões
moram na zona rural, responda:
(b) A partir dos dados do problema, podemos afirmar que há residentes da zona urbana
que nunca foram ao dentista?
Problema 35. Um fabricante de chocolate cobrava R$ 5,00 por uma barra de 250 gramas.
Recentemente o peso da barra foi reduzido para 200 gramas, mas seu prećo continuou R$
5,00. Qual foi o aumento percentual do preço do chocolate desse fabricante?
Problema 37. Na população de uma espécie rara de 1000 aves da floresta amazônica, 98%
tinham cauda de cor verde. Após uma misteriosa epidemia que matou parte das aves
com cauda verde, esta porcentagem caiu para 95%. Quantas aves foram eliminadas com a
epidemia?
Problema 38. Júlia comprou 3 camisetas iguais e pagou sua compra com desconto de 10%,
enquanto que seu irmão comprou 2 camisetas iguais ás de Júlia com desconto de 5%. Júlia
gastou 12 reais a mais que seu irmão. Qual era, em reais, o preço sem desconto de cada
camiseta?
Problema 39. A quantidade de água de uma melancia corresponde a 95% de seu peso.
Joaquim retirou água dessa melancia até que a quantidade de água correspondesse a 90%
de seu peso, que passou a ser 6 kg. Qual era o peso original da melancia?
Problema 40. A Fuvest, maior vestibular do paı́s, seleciona os estudantes que ingressarão
na Universidade de São Paulo (USP). Em valores aproximados, a cada ano são 150 mil can-
didatos, dos quais são escolhidos os 10 mil novos estudantes da USP. A Fuvest é composta
de duas fases. Em cada curso, o número de estudantes que são aprovados para a segunda
fase é aproximadamente igual a três vezes o número de vagas. Por exemplo, na carreira de
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POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 01 - Emiliano Chagas 2 PROBLEMAS
Engenharia da Computação são oferecidas 900 vagas e, dos 9000 candidatos iniciais, 2700
classificam-se para a segunda fase. Em Medicina, 90% dos candidatos são eliminados na
primeira fase. Encontre o quociente A/B, onde A é o número de candidatos e B o número
de vagas da carreira de Medicina na primeira fase.
Estamos cansados de trabalhar com números negativos! Utilizando uma calculadora, res-
ponda as perguntas:
(a) Suponha que em 1990 o funcionário Arnald tinha um salário mensal de US$1.000, 00.
Qual é o salário de Arnald no final de 1995?
(b) Suponha que em 1990 o funcionário Bernald tinha um gasto mensal de US$1.000, 00.
Qual o gasto mensal de Bernald no final de 1995, levando-se em consideração que ele
continua gastando com as mesmas coisas desde 1990?
(c) Baseados na tabela, os funcionários pediram um aumento salarial de 14, 3%. Nesse
caso, seriam realmente repostas todas as perdas salariais?
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POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 01 - Emiliano Chagas 2 PROBLEMAS
10) (OBM 1a Fase) Vamos quebrar o perı́odo em duas partes. Temos: De 10/10/10 até
09/10/11, há 365 dias. De 10/10/11 até 11/11/11 há 22 dias mais 11 dias, ou seja, 33
dias. Logo, de 10/10/10 até 11/11/11, incluindo o dia 10 e o dia 11, há 365 + 33 = 398
dias.
11) (OBMEP 1a Fase) Marina, ao dar 60 reais para pagar uma conta de 17 reais, deveria
receber 60 − 17 = 43 reais de troco, mas recebeu somente 20 − 17 = 3 reais. Logo, seu
prejuı́zo foi de 43 − 3 = 40 reais. Uma outra maneira de resolver o problema é notar
que, ao confundir uma nota de 10 reais com uma de 50 reais, Marina teve um prejuı́zo
de 50 − 10 = 40 reais. Esta solução mostra que o prejuı́zo de Marina não depende do
preço da blusa.
12) (OBMEP 1a Fase) Solução 1: Se Pedro não tivesse trocado os preços, a quantia que
ele teria recebido pela venda de 100 quilos de cenoura e 120 quilos de tomate seria
100 × 1 + 120 × 1, 10 = 100 + 132 = 232 reais. A quantia que ele recebeu, de fato, foi
de 100 × 1, 10 + 120 × 1 = 110 + 120 = 230 reais. Logo, por causa de sua distração, ele
perdeu 232 − 230 = 2 reais. Solução 2: Como a diferença dos preços dos dois produtos
é R$ 0,10 por quilo, ao trocar os preços Pedro ganhou 100 × 0, 10 = 10 reais na venda
das cenouras e perdeu 120 × 0, 10 = 12 reais na venda dos tomates. Logo, no final, ele
perdeu 2 reais.
13) (OBM 1a Fase) Veja que 20132014 = 20131 .20132013 , logo nessa soma temos 2013 termos
20132013 . Veja também que essa soma começa com um 20132013 e termina com 20132013 ,
portanto entre os números teremos um sinal de mais a menos. Portanto são 2012 sinais
de +.
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POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 01 - Emiliano Chagas 2 PROBLEMAS
14) (OBMEP 1a Fase) Para encontrar a expressão que a professora escreveu no quadro
negro, precisamos destrocar tudo o que Carlos trocou, logo o resultado da expressão
que professora escreveu no quadro negro é (15 ÷ 3) + (35 × 2) − 23 = 5 + 70 − 23 = 52
19) (OBM 1a Fase) Observe que 5!, 6!, 7!, 8!, ... terminam em 0, já que todos eles possuem
2 e 5 dentro da multiplicação, ou seja, são múltiplos de 2 × 5 = 10 e, por isso mesmo,
terminam em 0. Assim, o algarismo das unidades de 5! + 6! + ... + 2010! + 2011! é igual
a 0, e como 1! + 2! + 3! + 4! = 1 + 2 + 6 + 24 = 33, que termina em 3, temos finalmente
que 1! + 2! + 3! + 4! + 5! + 6! + ... + 2010! + 2011! termina em 3 + 0 = 3.
20) (OBMEP 1a Fase) Como queremos obter a soma 54, devemos colocar sinais de adição
entre todos os algarismos a partir do 5, isto é, 1?2?3?4? |5 + 6 +{z
7 + 8 + 9} = 54
30
Logo precisamos que 1?2?3?4?5 = 24. Com o mesmo argumento usado anteriormente,
vemos que isso só pode ser feito como 12+3+4+5. Logo 12+3+4+5+6+7+8+9 = 54
é a expressão procurada, para a qual necessitamos de 7 sinais de adição.
a
21) (OBM 1a Fase) Alternativa E - A soma a + b é 1 se a = 0 e b = 1, ou seja, = 0,
b
a 1
incompatı́vel com o desenho. A soma é 2 se = = 1, também incompatı́vel. E a
b 1
a 1 a 2
soma é 3 se = ou = = 2 > 1, ambos incompatı́veis. Os casos em que a soma é
b 2 b 1
a 1 1 a 2 a 3
4 são: = < ou = = 1 ou = = 3 > 1 , todos incompatı́veis. Como todas
b 3 2 b 2 b 1
as quatro primeiras alternativas são falsas, a alternativa E é a verdadeira. De fato, a
a 1 1 a 2 1 a 3 a 4
soma é 5 nos casos: = < ou = > ou = > 1 ou = = 4 > 1 , dos
b 4 2 b 3 2 b 2 b 1
a 2
quais a possibilidade a = 2 e b = 3 dá a fração = ≈ 0, 67.
b 3
22) (OBM 2a Fase) Primeiro note que só vale colocar parênteses logo depois de sinais de −,
já que se o fizermos em frente ao sinal de + não alteramos o resultado.
9
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 01 - Emiliano Chagas 2 PROBLEMAS
23) (OBM 1a Fase) Ao multiplicar os preços por 0, 68 = 68% a loja oferece um desconto
100% − 68% = 32%.
24) (OBM 1a Fase) Seja N o número de voos. Se 10% dos voos foram cancelados, restaram
90% de N. Dos voos restantes, 20% foram cancelados pela chuva, ou seja, 20% de 90%
de N = 0, 20 × 0, 90 × N = 0, 18 × N = 18% de N. Dessa forma, a porcentagem do total
de voos que foram cancelados é 28%.
25) (OBM 1a Fase) Os 156 estudantes que resolveram todos os problemas corretamente
correspondem a 100% − 25% − 15% = 60% do total. Logo, o número total de estudantes
600
é .156 = 260.
100
26) (OBM 1a Fase) Se 2% de um número é igual a 1, então esse número é 50, pois, sendo
2 1
x esse número temos .x = 1 ⇔ .x = 1. Seu sucessor é 51, portanto a soma de
100 50
ambos é 101.
27) (OBM 1a Fase) A mistura final tem 0, 2 litros de polpa e litros de água. A porcentagem
0, 2 2
de polpa em relação ao volume da mistura é = = 0, 05 = 5%.
4 40
Porcentagem: Soluções dos Problemas Propostos
28) (OBM 1a Fase) De todos os alunos dessa classe, 60%.(22 + 18) = 0, 6.40 = 24 foram
prestar trabalho comunitário. O número mı́nimo de alunas que participaram desse
trabalho é obtido quando número de alunos que participaram é máximo, ou seja, quando
22 alunos se envolveram, restando assim o mı́nimo de 24−22 = 2 vagas para as meninas.
29) (OBM 1a Fase) Seja p a população de Tucupira há três anos. Atualmente, Tucupira tem
p + 50% de p = p + 0, 5p, população igual à atual de Pirajussaraı́. Temos 1, 5p + 1, 5p =
9000 ⇔ 3p = 9000 ⇔ p = 3000. Há três anos, a soma das populações das duas cidades
era 1, 5p + 0, 5p = 1, 5.3000 + 3000 = 4500 + 3000 = 7500 pessoas.
10
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 01 - Emiliano Chagas 2 PROBLEMAS
30) (OBM 2a Fase) Como 20% da massa total dessa pessoa correspondem á massa de gor-
20
dura, ela tem .100 = 20 kg de gordura. Ela perdeu 40% da sua gordura, ou seja,
100
40
perdeu .20 = 8 kg de gordura, e como manteve os demais ı́ndices, ela pesava ao final
100
do regime 100 − 8 = 92 kg.
31) (OBM 2a Fase) O tanque contém uma mistura de 30 litros, sendo 0, 2 × 30 = 6 litros de
álcool e 30 − 6 = 24 litros de gasolina. Portanto, para que as quantidades de gasolina e
álcool fiquem iguais, devem ser colocados no tanque 24 − 6 = 18 litros de álcool.
(a) Somente com álcool, o veı́culo percorre 400 km com 1 litro de combustı́vel. Logo
400
serão necessários = 50 litros, gerando um gasto de 50 × 1 = 50 reais.
8
(b) As proporções de combustı́vel apresentadas possibilitam os seguintes gastos para
se percorrer os 400 km:
400
× (0% × 1, 00 + 100% × 2, 00) ≈ 57, 14 reais
14
400
× (40% × 1, 00 + 60% × 2, 00) ≈ 48, 48 reais
13, 2
400
× (50% × 1, 00 + 50% × 2, 00) ≈ 50, 84 reais
11, 8
400
× (70% × 1, 00 + 30% × 2, 00) ≈ 52, 14 reais
10
400
× (100% × 1, 00 + 0% × 2, 00) = 50, 00 reais
8
Assim, a proporção que possibilita o menor gasto com combustı́vel é formada por 40%
de álcool e 60% de gasolina.
33) (OPM Primeira Fase) Vejamos primeiramente o preço de cada marca de detergente,
lembrando que os volumes são diferentes. A marca B custa 50 reais, e como o detergente
A é 40% mais caro que a marca B, entã o preço de A é (1 + 40%) × 50 = (1 + 0, 4) × 50 =
1, 4 × 50 = 70 reais. O detergente C custa 50% a mais que a marca A, portanto preço da
marca C é (1 + 50%) × 70 = (1 + 0, 5) × 70 = 1, 5 × 70 = 105 reais. Agora vamos calcular
os volumes. O volume de B é de 80 litros, e como o detergente C contém 50% mais
liquido que B, o volume de C é de (1+50%)×80 = (1+0, 5)×80 = 1, 5×80 = 120 litros.
O detergente A tem um volume 20% menor que o detergente C, portanto o detergente A
tem (1 − 20%) × 120 = (1 − 0, 2) × 120 = 0, 8 × 120 = 96 litros. Para pensar em economia
podemos fazer um quociente, do volume pelo preço, quanto maior esse quociente então
isso quer dizer se leva um volume maior de detergente. Para o detergente A o quociente
96 80
é ≈ 1, 37, para o detergente B = 1, 6 e finalmente para o detergente B temos o
70 50
120
quociente ≈ 1, 14. Portanto o detergente B é o mais econôomico.
105
34) (OPM Fase Final)
11
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 01 - Emiliano Chagas 2 PROBLEMAS
20
(a) 20% de 200 milhões é .200000000 = 40000000 .
100
(b) Há mais pessoas que não vão ao dentista do que moradores da zona rural, em
outras palavras, se considerarmos que todos os 38 milhões de habitantes da zona
rural nunca foram ao dentista ainda restariam 40 − 38 = 2 milhões de pessoas que
nunca foram ao dentista, e que são da zona urbana.
35) (OBMEP 1a Fase) Inicialmente o fabricante cobrava R$ 20,00 por quilo e passou, com
o aumento de preço, a cobrar R$ 25,00 por quilo. Logo o aumento do preço foi de R$
5
5,00 por quilo e o aumento percentual de = 25%.
20
36) (OBM 2a Fase) Seja x a quantidade de meninas no ano passado. Então havia 200 − x
meninos. Assim, como o aumento foi de 10% para meninos, 20% para meninas e 30 no
total, temos 0, 10.(200 − x) + 0, 20x = 30 ⇔ x = 100. Logo, após o aumento de 20%,
existem 100.1, 20 = 120 meninas na escola.
37) (OBM 2a Fase) Inicialmente existiam 980 aves com a cauda verde e 20 das demais. Após
a epidemia, estas 20 aves correspondem a 5%, donde o total de aves agora é 20×20 = 400
(sendo 380 da cauda verde). Portanto, morreram 600 aves.
38) (OBM 2a Fase) Seja p o preço de cada camiseta em reais. Júlia comprou 3 camisetas e
pagou por elas 3p reais. Mas como teve 10% de desconto, ao final pagou 100% − 10% =
90% desse valor, ou seja, pagou 90%.3p = 0, 9.3p = 2, 7p reais. O irmão de Júlia
comprou 2 camisetas e pagou por elas 2p reais. Mas como teve 5% de desconto, ao final
pagou 100% − 5% = 95% desse valor, ou seja, pagou 95%.2p = 0, 95.2p = 1, 9p reais.
Como Júlia gastou 12 reais a mais que seu irmão, temos que 2, 7p = 1, 9p + 12 ⇔ 0, 8p =
12 ⇔ p = 15
39) (OBMEP 1a Fase) Aqui usaremos os termos peso e massa como sinônimos, para tornar o
texto mais próximo da linguagem coloquial. Uma melancia é constituı́da de duas partes:
água e componentes sólidos (fibras, açúcares, etc.). Durante a desidratação somente
ocorre perda de água; o peso dos demais componentes, antes e depois da desidratação,
permanece o mesmo. O enunciado diz que, após ser desidratada, a melancia pesa 6 kg,
1 6
dos quais 90% correspondem a água; os 10% restantes, cujo peso é ×6= = 0, 6
10 10
kg, correspondem aos componentes sólidos. Por outro lado, antes de ser desidratada, a
melancia tinha 95% de água, logo ela continha 5% de componentes sólidos; como o peso
desses componentes não muda, vemos que 5% do peso original da melancia era 0,6 kg.
Portanto 10%, ou seja, a décima parte, do peso original da melancia era igual a 1,2 kg;
logo, o peso original da melancia era 10 × 1, 2 = 12 kg.
40) (OPM Fase Final) Como 90% dos candidatos são eliminados na primeira fase, somente
1
100%−90% = 10% = dos candidatos passam para a segunda fase. Desses candidatos,
10
1
1 em cada 3 é chamado para uma das vagas de Medicina. Assim, de dos candidatos
10
12
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 01 - Emiliano Chagas 2 PROBLEMAS
1
que fizeram a primeira fase, são chamados para as vagas de Medicina. Logo a razão
3
candidatos 1 1 1 vagas 1
é . = , ou seja, a razão é o inverso de , que é 30.
vagas 10 3 30 candidatos 30
41) (OPM Fase Final)
13
Múltiplos, Divisores e Primos - Aula 02
Nessa lista vamos explorar conceitos básicos de divisão Euclidiana, múltiplos, divisores
e primos.
Quando dividimos o número 7 pelo número 3, obtemos um quociente 2 e um resto 1.
Podemos transformar essa divisão na equação 7 = 3 × 2 + 1. De um modo mais geral, ao
dividirmos um número a por um número b, obtemos um quociente q e um resto r.
a=b×q+r (1)
Perceba que o resto não pode assumir qualquer valor, por exemplo, na divisão por 3
os restos possı́veis são 0, 1 ou 2, em outras palavras, o resto pode ir de 0 até o número
anterior ao divisor. Portanto, ao dividirmos por b, os restos possı́veis são 0, 1, 2, · · · , b − 1.
Um caso muito especial acontece quando o resto da divisão é zero. A equação anterior
fica:
a=b×q (2)
Dessa expressão podemos fazer quatro definições, que são equivalentes:
• a é múltiplo de b
• a é divisı́vel por b
• b é divisor de a
• b é fator de a
Assim, um número primo pode ser definido como um número p que possui exatamente
dois divisores positivos: 1 e p. São primos os números 2, 3, 5, 7, 11, · · · enquanto que 4
não é primo já que possui como divisores positivos 1, 2 e 4, assim como 6 também não é
já que possui como divisores positivos 1, 2, 3 e 6. Números que podem ser representados
como o produto de pelo menos dois números primos são chamados de números compostos,
como exemplo temos 4 = 2 × 2 ou 12 = 2 × 2 × 3.
Problema 1. (OBM 1a Fase) A soma de dois números primos a e b é 34 e a soma dos
primos a e c é 33. Quanto vale a + b + c?
Solução. Como a+b = 34, que é um número par, ou a e b são pares, ou são ambos ı́mpares,
como o único primo par é 2, terı́amos a + b = 4, portanto a e b são ı́mpares. Com a mesma
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 02 - Emiliano Chagas
análise verificamos que, como a + c = 33, então temos um número par e um número ı́mpar
entre a e c, e como anteriormente verificamos que a é ı́mpar, então c é um número primo
par, logo c = 2, portanto: a + c = 33 ⇔ a + 2 = 33 ⇔ a = 31. Substituindo na outra
equação temos: a + b = 34 ⇔ 31 + b = 34 ⇔ b = 3 Finalmente, a + b + c = 31 + 3 + 2 = 36.
Problema 2. (OBM 1a Fase) Dos números a seguir, qual é o único que pode ser escrito
como produto de quatro naturais consecutivos?
a) 712
b) 548
c) 1026
d) 1456
e) 1680
Solução. Uma ideia para resolver esse problema é fatorar cada uma das alternativas para
verificar se podemos escrever tal número como um produto de quatro números consecutivos.
De fato a alternativa e) dá a resposta, já que 1680 = 24.3.5.7 = 5.6.7.8.
Como essa resolução pode demorar muito, podemos fazer de outra maneira. Perceba
que o produto de números consecutivos cresce muito rápido. Outra solução possı́vel seria
ir testando o produto de quatro números consecutivos até encontrar uma das alternativas,
nesse caso começarı́amos com 1.2.3.4 = 24, depois tentarı́amos 2.3.4.5 = 120, o próximo é
3.4.5.6 = 360, 4.5.6.7 = 840, e finalmente 5.6.7.8 = 1680.
Por último, vamos considerar uma ideia mais elaborada. Da resolução anterior podemos
perceber que no produto de quatro números consecutivos sempre teremos pelo menos um
número múltiplo de 3 (veja que aparece o 3 e depois começa a aparecer o 6), um número
múltiplo de 4 (veja que quando o 4 para de aparecer, o 8 aparece) e um número par que não
é múltiplo de 4, em outras palavras, um múltiplo de 2 (o 2 aparece no começo, ai aparece
o 6). Resumidamente, um múltiplo simultâneo de 2, 3 e 4 é um múltiplo de 2.3.4 = 24.
Podemos pegar cada alternativa e ver qual desses números é divisı́vel por 24.
Problema 3. (OBM 1a Fase) Uma professora tem 237 balas para dar a seus 31 alunos.
Qual é o número mı́nimo de balas a mais que ela precisa conseguir para que todos os
alunos recebam a mesma quantidade de balas, sem sobrar nenhuma para ela?
Solução. Dividindo 237 por 31 obtemos quociente 7 e resto 20, ou seja, se a professora
conseguir uma quantidade tal que, somada com 20 dê 31, então ela consegue entregar mais
uma bala para cada aluno. Portanto a professora precisa de 11 balas a mais.
2
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 02 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
quatro terças e quatro sábados, os 3 dias restantes só podem ser quarta-feira, quinta-feira
e sexta-feira. Montando esse calendário de janeiro verificamos que dia 1 de Janeiro é uma
quarta-feira.
1 Problemas
Múltiplos, Divisores e Primos: Problemas Introdutórios
a) 119268903
b) 119268907
c) 119268911
d) 119268913
e) 119268923
Problema 6. Em 2006, o primeiro dia do ano foi um domingo, o primeiro dia da semana.
Qual é o próximo ano em que isso ocorrerá?
Considere que os anos não bissextos têm 365 dias e os bissextos têm 366 dias. São
bissextos:
Por exemplo, 1996 e 2000 foram anos bissextos e 1900 não foi um ano bissexto.
Desta forma:
3
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 02 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Problema 8. Um certo número inteiro positivo, quando dividido por 15 dá resto 7. Qual
é a soma dos restos das divisões desse número por 3 e por 5?
Problema 9. Um conjunto de inteiros positivos, dois a dois distintos, é chamado auto-
divisor se a soma de todos os seus elementos é múltiplo de cada um de seus elementos. Por
exemplo, {1; 2; 3} é um conjunto auto-divisor com 3 elementos, pois 1 + 2 + 3 = 6 é múltiplo
de 1, 2 e 3.
Agora é sua vez! Invente um conjunto auto-divisor com
(a) 4 elementos.
(b) 5 elementos.
(c) 10 elementos.
Problema 10. A primeira fase da OBM de 2008 se realizou no dia 14 de junho, um sábado
do ano bissexto 2008.
Problema 11. O número 1000...02 tem 20 zeros. Qual é a soma dos algarismos do número
que obtemos como quociente quando dividimos esse número por 3?
Problema 12. Em um ano, no máximo quantos meses têm cinco domingos?
Problema 13. Você conhece o critério de divisibilidade por 11? Veja só:
• O número 93918 é divisı́vel por 11 pois 8 − 1 + 9 − 3 + 9 = 22 e 22 é divisı́vel por 11;
b) Qual é o menor número natural de 5 algarismos distintos que é divisı́vel por 11?
Problema 14. Vamos chamar de selo de um número inteiro positivo o par (x; y) no qual
x é o número de divisores positivos desse número menores do que ele e y é a soma desses
divisores. Por exemplo, o selo do número 10 é (3; 8) pois o número 10 tem como divisores
menores do que ele os números 1, 2 e 5, cuja soma é 8. Já o selo do número primo 13 é
(1; 1).
4
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 02 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
c) Há números cujo selo é (6; m). Qual é o menor valor possı́vel para m?
Problema 15. Neste problema vamos mostrar uma forma de calcular o resto da divisão de
um número inteiro positivo por 7. Considere a figura a seguir, com os restos que um número
inteiro pode deixar na divisão euclidiana por 7 e algumas flechinhas pretas ou brancas entre
eles. Para descobrir o resto da divisão de um número qualquer n por 7, fazemos o seguinte:
partimos do zero e seguimos o caminho indicado por x1 flechas pretas, sendo x1 o algarismo
mais á esquerda de n. Seguimos por uma flecha branca e então seguimos o caminho indicado
por x2 flechas pretas, sendo x2 o segundo algarismo mais á esquerda de n. Seguimos por
uma flecha branca e então seguimos o caminho indicado por x3 flechas pretas, sendo x3
o terceiro algarismo mais á esquerda de n e assim por diante até seguir a quantidade de
flechas pretas indicada pelo algarismo das unidades de n e terminar em algum dos restos
de 0 a 6. O número no qual terminarmos é o resto da divisão de n por 7.
• Seguimos uma flecha branca para 2 e, então, seguimos por 4 flechas pretas, chegando
em 6.
• Seguimos uma flecha branca para 4 e, então, seguimos por 0 flecha preta (ou seja,
ficamos na mesma posição), continuando em 4.
• Seguimos uma flecha branca para 5 e, então, seguimos por 1 flecha preta, chegando
em 6.
a) Encontre, segundo a regra descrita, o resto da divisão de 4288 por 7. Seguindo o modelo
acima, descreva os passos para obtenção do resto.
b) Encontre, segundo a regra descrita, o resto da divisão de 102010 por 7. Não é necessário
descrever todos os 2011 passos, mas não se esqueça de justificar a sua resposta.
5
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 02 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Problema 16. Neste problema, vamos apresentar um método de fatoração criado por Pierre
de Fermat. O método consiste em tentar escrever n como a diferença de dois quadrados:
n = x2 − y 2
√
Para isto atribuı́mos a x o primeiro inteiro maior ou igual a n. Então, testamos se
√
y = x2 − n
• Então pede para ela inverter o número (primeiro algarismo vira o último, o segundo
vira o penúltimo e assim por diante) e subtrair o maior do menor (pode usar lápis e
papel, pois a conta é grande). Nada é revelado ainda.
• O convidado, então, diz Zero, Dois, Nove, Zero, Zero, Descubra!, Zero.
6
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 02 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
O segredo de Benjamini é que ele sabe que o número obtido após a subtração deve ser
múltiplo de onze. E sabe também o critério de divisibilidade por onze: Seja an an−1 · · · a2 a1 a0
a representação decimal de um número inteiro n. O número n é múltiplo de 11 se, e so-
mente se, (a0 + a2 + a4 + · · · ) − (a1 + a3 + a5 + · · · ) é múltiplo de 11. Por exemplo: 4770216
é múltiplo de 11, pois (6 + 2 + 7 + 4) − (1 + 0 + 7) = 11 é um múltiplo de 11; já 5672109
não é múltiplo de 11, pois (9 + 1 + 7 + 5) − (0 + 2 + 6) = 14 não é múltiplo de 11.
Explicando o truque: 0290070 é múltiplo de 11, pois (0 + 0 + 9 + 0) − (7 + 0 + 2) = 0
que é múltiplo de 11.
a) Um membro da plateia disse: Quatro, Três, Dois, Zero, Descubra!, Cinco, Cinco. Faça
como o grande Benjamini e determine o algarismo que falta.
b) Um outro membro da plateia disse: Seis, Zero, Oito, Descubra!, Zero, Oito, Quatro. E
Benjamini, para surpresa de todos, afirmou que não diria o algarismo porque o resultado
da conta estava errado! Baseado no critério de divisibilidade por onze, explique mais
esse mistério envolvendo o maior dos matemágicos.
Problema 18. Frações redutı́veis e irredutı́veis:
a) Algumas vezes, quando somamos frações irredutı́veis, obtemos uma fração que pode
4 1 4.5 + 1.7
ser simplificada, ou seja, redutı́vel. Por exemplo, + = é uma fração
21 13 105
9
equivalente a . Notando que 2009 = 72 .41, concluı́mos que, ao somarmos as frações
25
a b a + 49b
irredutı́veis e , obtemos a fração . Exiba inteiros positivos a e b de
2009 41 2009
modo que tal fração seja redutı́vel.
5
b) Acontece também de termos como resultado uma fração irredutı́vel; por exemplo, +
12
7 5.3 + 7.2 29
= = . Mais ainda, pode-se demonstrar que, para alguns pares de
18 36 36
denominadores, é impossı́vel obter como resposta uma fração que possa ser simplificada.
x y x y
Sejam e frações irredutı́veis. Mostre que a fração obtida ao calcular + será
12 18 12 18
sempre irredutı́vel.
Problema 19. No jogo denominado “Chomp”, dois jogadores, Arnaldo e Bernaldo, dizem
alternadamente divisores de um número N dado inicialmente. Os números ditos não podem
ser múltiplos de nenhum dos números escolhidos anteriormente. Perde quem escolher o
número 1.
Por exemplo, sendo N = 432 = 24 · 33 , um jogo possı́vel é
• Bernaldo escolhe 6 (Observe que ele não poderia escolher 72 = 2 · 36, 108 = 3 · 36,
144 = 4 · 36, 216 = 6 · 36, 432 = 12 · 36 e nem o próprio 36 = 1 · 36.);
• Arnaldo escolhe 16; Bernaldo escolhe 4; Arnaldo escolhe 9; Bernaldo escolhe 3; Ar-
naldo escolhe 2; Bernaldo escolhe 1, perdendo. Arnaldo é o vencedor!
7
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 02 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Uma maneira de visualizar o que está ocorrendo no jogo é desenhar uma barra de cho-
colate formada por quadradinhos numerados com os divisores de N . E, então, imaginar que
os jogadores estão comendo os quadradinhos abaixo e à direita dos números que escolhem.
O quadradinho 1 está envenenado! Para o nosso exemplo, terı́amos:
1 2 4 8 16
3 6 12 24 48
9 18 36 72 144
27 54 108 216 432
(b) Mostre que se Arnaldo começar escolhendo 10, ele consegue vencer o jogo, não im-
portando quais números Bernaldo escolha.
(c) Mostre que se Arnaldo começar escolhendo qualquer número diferente de 10, Bernaldo
consegue vencer o jogo.
8
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 02 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
5) (OBM 1a Fase) Como 119268916 é divisı́vel por 13, já que 9174532 × 13 = 119268916,
podemos concluir que os números da forma 119268916 + x, para x inteiro, são divisı́veis
por 13 se, e somente se, x é divisı́vel por 13. Dentre os números apresentados, o número
119268916 + (−13) = 119268903 é o único divisı́vel por 13.
6) (OPM Fase Inicial) Como 2006 não é bissexto, tem 365 dias e, como 365 = 52 × 7 + 1 ,
o primeiro dia do ano de 2007 será uma segunda-feira, um dia a frente do que aconteceu
em 2006. E o mesmo no ano seguinte, ou seja, o primeiro dia do ano de 2008 será
uma terça-feira, um dia a frente do que aconteceu em 2007. Já 2008 á bissexto. Como
366 = 52 × 7 + 2, o primeiro dia do ano de 2009 será uma quinta-feira, dois dias a frente
do que aconteceu em 2008. Como 2009, 2010 e 2011 não são bissextos, os primeiros dias
de 2010, 2011 e 2012 serão, respectivamente, uma sexta-feira, um sábado e um domingo.
Portanto a próxima vez que o ano iniciará em um domingo será em 2012.
A 15p + 7 7
8) (OBM 1a Fase) Seja A = 15p + 7. Como = = 5p + , concluı́mos que o
3 3 3
resto da divisão de A por 3 é igual ao resto da divisão de 7 por 3, ou seja, 1. De forma
análoga, o resto da divisão de A por 5 é o mesmo que o da divisão de 7 por 5, ou seja,
igual a 2. A soma desses restos é igual a 1 + 2 = 3.
(a) {1, 2, 3, 6}
(b) {1, 2, 3, 6, 12}
(c) {1, 2, 3, 6, 12, 24, 48, 96, 192, 384}
Esses são alguns exemplos. Há outros conjuntos que cumprem as condições impostas
pelo problema.
9
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 02 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
10) (OBM 1a Fase) Perceba que ao dividirmos 365 por 7 obtemos resto 1, portanto ao
dividirmos 366 por 7 obtemos resto 2. Em outras palavras, se o resto dessa divisão fosse
zero, então o próximo ano começaria no mesmo dia da semana, e como num ano regular
temos resto 1, temos que o ano seguinte começa no dia da semana seguinte. É verdade
que 14 de junho de 2008 é um sábado. Logo 14 de junho de 2009 será um domingo, de
2010 será uma segunda-feira, de 2011 será uma terça-feira, de 2012 (que é bissexto) será
uma quinta-feira, de 2013 será uma sexta-feira e, finalmente, de 2014 será um sábado.
Portanto a próxima vez que o dia 14 de junho será num sábado e acontecerá daqui a 6
anos.
11) (OBM 2a Fase) O quociente da divisão de 102 por 3 é 34, de 1002 por 3 é 334, de
10002 por 3 é 3334, etc. Assim, o quociente da divisão de 10...02, com vinte algarismos
zero, por 3, é igual a 33...34, com vinte algarismos três. Logo a soma dos algarismos do
quociente é 20 × 3 + 4 = 64.
12) (OBM 1a Fase) Como 365 dividido por 7 dá quociente 52 e resto 1 e 366 dividido por
7 dá o mesmo quociente e resto 2, em um ano, bissexto ou não, há no máximo 53
domingos. Um mês tem entre 28 = 4 × 7 e 31 = 4 × 7 + 3 dias, então todo mês tem
4 ou 5 domingos. Como 53 dividido por 12 dá quociente 4 e resto 5, há no máximo 5
meses com 5 domingos. Um exemplo de ano com cinco meses com cinco domingos é um
iniciado no domingo.
10
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 02 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
de 2, e para ter apenas dois divisores menores que ele próprio, então o número deve
ser 4.
c) Seja n um número com selo (6; m). n possui 7 divisores contando com ele próprio,
logo a única possibilidade é que ele seja da forma p6 , com p primo, e m é igual a
1 + p + p2 + · · · + p5 . Para que m seja mı́nimo, p terá que ser mı́nimo, logo p = 2 e
m = 1 + 2 + 22 + · · · + 25 = 63.
a) Partimos do 0 e seguimos por 4 flechas pretas até 4. Seguimos uma flecha branca
até 5 e depois por 2 flechas pretas até 0. Seguimos uma flecha branca até 0 e depois
por 8 flechas pretas até 1. Seguimos uma flecha branca até 3 e depois por 8 flechas
pretas até 4, que é o resto da divisão de 4288 por 7.
b) Partimos do 0 e seguimos por 1 flecha preta até 1. A partir de agora, seguiremos
apenas por flechas brancas, num total de 2010 passos: de 1 a 3, de 3 a 2, de 2 a 6,
de 6 a 4, de 4 a 5, e 5 a 1. Note agora que cada 6 passos seguidos que executarmos
nos levará de volta ao 1. Como 2010 é múltiplo de 6, ao final dos passos chegaremos
no 1, e esse é o resto da divisão de 102010 por 7.
√
16) (OPM Fase Final) Temos n = 290,8 . . ., portanto começamos com x = 291. A tabela
a seguir resume os cálculos
x x2 − n
291 94
292 677
293 1262
294 1849
Veja que, como um quadrado perfeito não pode terminar em 2 ou 7, somente o primeiro
e o último valores devem ser verificados. Apenas o último é um quadrado perfeito:
1849 = 432 . Logo
11
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 02 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
a + 49b
a) Como a fração deve ser irredutı́vel, temos que a + 49b deve ser múltimplo
2009
a
de 7 ou de 41. Mas é irredutı́vel; logo a não pode ser múltiplo de 7 e, con-
2009
sequentemente, a + 49b também não. Assim, a + 49b deve ser múltitplo de 41, ou
seja, a + 49b = 41k, para k inteiro positivo. Vale observar que 7 não divide a, 6 não
divide b e 7 não divide k. A tabela a seguir mostra alguns exemplos de valores para
a e para b:
x y 3x + 2y
b) Temos + = . Para que tal fração seja redutı́vel, 3x + 2y deve ser
12 18 36
múltiplo de 2 ou de 3, o que ocorre se, e somente se, x é múltitplo de 2 ou y é
x
múltiplo de 3. Mas x não pode ser múltiplo de 2, pois a fração é irredutı́vel, da
12
mesma forma que y não pode ser múltiplo de 3, pois é irredutı́vel. Logo a fração
x y
+ será sempre irredutı́vel.
12 18
19) (OPM Fase Final)
(a)
1 2 4 8 16
5 10 20 40 80
25 50 100 200 400
125 250 500 1000 2000
625 1250 2500 5000 10000
(b) Se Arnaldo começar com 10, Bernaldo só poderá escolher 1, ou as potências de
5 (5, 25, 125 e 625) ou as potências de 2 (2, 4, 8 e 16). Se essa escolha for 1,
Arnaldo ganha direto, se for uma das potências de 2, Arnaldo escolhe 5, a menos
que Bernaldo escolha 4, 8 ou 16, pois Arnaldo deverá, neste caso, escolher 25, 125
ou 625, respectivamente. Se Bernaldo, ao invés de potência de 2 escolher 5, Arnaldo
escolhe 2 e ganha, mas se Bernaldo escolher 25, 125 ou 625, Arnaldo escolhe 4, 8
ou 16 respectivamente e também ganha.
(c) Se Arnaldo escolher outro número se não 10, Bernaldo ganha. Se Arnaldo escolher
uma potência de 2, Bernaldo escolhe a potência de 5 correspondente. Se Arnaldo
escolher um número que não é potência nem de 2 nem de 5, Bernaldo escolhe 10 e
procede da mesma maneira que Arnaldo faria para ganhar (tudo explicado no item
anterior, num tabuleiro simétrico).
12
Problemas de Álgebra I - Aula 03
Problema 2. (EUA 1a Fase) A taxa de meninos para meninas na sala de aula do Sr. Brown
é de 2 : 3. Se existem 30 estudantes na sala, quantas meninas a mais do que meninos existem
na sala?
Solução. Seja 2x o número de meninos, então o número de meninas é 3x. O total de
estudantes é 30, logo 2x + 3x = 30 ⇔ x = 6. Como queremos quantas meninas a mais do
que meninos temos na sala, queremos 3x − 2x = x, logo temos 6 meninas a mais do que
meninos.
Problema 3. (OBM 1a Fase) Carlos e seus dois amigos, Danilo e Edson, foram ao cinema.
Carlos pagou a entrada de todos, Danilo pagou a pipoca e o suco para todos e Edson pagou
o estacionamento do carro. Para acertar as contas, Danilo e Edson pagaram R$ 8,00 e R$
14,00, respectivamente, para Carlos, pois a despesa total de cada um foi de R$ 32,00. Qual
era o preço da entrada no cinema?
Solução. Para cada um, o gasto com a pipoca e o suco foi (32 − 8) ÷ 3 = 24 ÷ 3 = 8 reais
e com o estacionamento foi (32 − 14) ÷ 3 = 18 ÷ 3 = 6 reais. Se a despesa total de cada
um foi de 32 reais, o preço da entrada foi 32 − 8 − 6 = 18 reais.
1 Problemas
Problemas de Álgebra: Problemas Introdutórios
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 03 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Problema 4. Rosa e Maria começam a subir uma escada de 100 degraus no mesmo instante.
Rosa sobe 10 degraus a cada 15 segundos e Maria sobe 10 degraus a cada 20 segundos.
Quando uma delas chegar ao último degrau, quanto tempo faltará para a outra completar
a subida?
Problema 6. Sı́lvia pensou que seu relógio estava atrasado 10 min e o acertou, mas na
verdade o relógio estava adiantado 5 min. Cristina pensou que seu relógio estava adiantado
10 min e o acertou, mas na verdade o relógio estava atrasado 5 min. Logo depois, as duas
se encontraram, quando o relógio de Sı́lvia marcava 10 horas. Neste momento, que horas o
relógio de Cristina indicava?
Problema 7. Esmeralda lançou um dado dez vezes e obteve 57 como soma de todos os
pontos obtidos nesses lançamentos. No mı́nimo, quantas vezes saı́ram 6 pontos?
Problema 8. Ontem Dona Dulce gastou R$ 12,00 no mercado para comprar 4 caixas de
leite e 6 pães. Hoje, aproveitando uma promoção no preço do leite, ela comprou 8 caixas
de leite e 12 pães por R$ 20,00 no mesmo mercado. O preço do pão foi o mesmo que o de
ontem. Qual foi o desconto que o mercado deu em cada caixa de leite?
Problema 9. Numa festa, na casa de Cláudia, havia crianças somente na cozinha, na sala
e na varanda. Em certo momento, várias crianças começaram a correr ao mesmo tempo:
7 crianças correram da varanda para a cozinha, 5 crianças correram da cozinha para a
sala, e 4 crianças correram da sala para a varanda. Ao final dessa correria, a quantidade de
crianças na sala era igual a quantidade de crianças na varanda e também igual a quantidade
de crianças na cozinha. Quantas crianças, no mı́nimo, havia na casa de Cláudia?
Problema 10. Uma empresa de telefonia celular oferece planos mensais de 60 minutos a
um custo mensal de R$ 52,00, ou seja, você pode falar durante 60 minutos no seu telefone
celular e paga por isso exatamente R$ 52,00. Para o excedente, é cobrada uma tarifa de
R$ 1,20 cada minuto. A mesma tarifa por minuto excedente é cobrada no plano de 100
minutos, oferecido a um custo mensal de R$ 87,00. Um usuário optou pelo plano de 60
minutos e no primeiro mês ele falou durante 140 minutos. Se ele tivesse optado pelo plano
de 100 minutos, quantos reais ele teria economizado?
2
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 03 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Problema 11. Ana e Beatriz compraram dezoito bombons de mesmo preço. Ana pagou
por oito deles e Beatriz pelos outros dez. Na hora do lanche, dividiram os bombons com
Cecı́lia e cada uma delas comeu seis. Para dividir igualmente o custo dos bombons, Cecı́lia
deveria pagar R$ 1,80 para Ana e Beatriz. Ela pensou em dar R$ 0,80 para Ana e R$ 1,00
para Beatriz, mas percebeu que essa divisão estava errada. Quanto ela deve pagar para
Beatriz?
Problema 12. João fez uma viagem de ida e volta entre Pirajuba e Quixajuba em seu
carro, que pode rodar com álcool e com gasolina. Na ida, apenas com álcool no tanque,
seu carro fez 12 km por litro e na volta, apenas com gasolina no tanque, fez 15 km por
litro. No total, João gastou 18 litros de combustı́vel nessa viagem. Qual é a distância entre
Pirajuba e Quixajuba?
b) Supondo que estes números se mantenham nos próximos anos, estime em que ano
pelo menos metade das 525 mil lâmpadas de iluminação pública estarão queimadas.
Você deve supor que não havia lâmpadas queimadas no dia primeiro de janeiro de
2003.
Problema 15. Ao redor de um grande lago existe uma ciclovia de 45 quilômetros de compri-
mento, na qual sempre se retorna ao ponto de partida se for percorrida num único sentido.
Dois amigos partem de um mesmo ponto com velocidades constantes de 20 km por hora e
25 km por hora, respectivamente, em sentidos opostos. Quando se encontram pela primeira
vez, o que estava correndo a 20 km por hora aumenta para 25 km por hora e o que estava a
25 km por hora diminui para 20 km por hora. Quanto tempo o amigo que chegar primeiro
ao ponto de partida deverá esperar pelo outro?
2 5
Problema 16. Sabe-se que do conteúdo de uma garrafa enchem de um copo. Para
9 6
encher 15 copos iguais a esse, quantas garrafas deverão ser usadas?
3
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 03 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Problema 17. Antônio é um perito da polı́cia que analisa acidentes automobilı́sticos. Ele
sempre inicia uma investigação tentando descobrir a velocidade com a qual o veı́culo tra-
fegava momentos antes do acidente. Um dos métodos por ele utilizado consiste em medir
o tamanho de marcas (vestı́gios) ininterruptas
√ deixadas pelos pneus travados pelos freios e
então utilizar a fórmula V = 3,6 · 19,6 · µ · d para obter uma aproximação da velocidade.
Nesta fórmula, V indica a velocidade, em km/h, com a qual o veı́culo trafegava no
momento em que os freios foram acionados, travando as rodas até sua parada total, d
corresponde ao tamanho, em metros, das marcas da freada e µ é o coeficiente de atrito
(aspereza) da superfı́cie. Veja alguns valores médios de coeficientes de atrito (µ):
(a) Em um teste para uma revista automotiva, um motorista conduz um veı́culo sobre
uma superfı́cie seca de concreto novo. Em certo momento, o motorista aciona os
freios, bloqueando as rodas até a parada total do veı́culo, deixando uma marca de
17 m de comprimento. Qual é a velocidade aproximada com que o veı́culo trafegava
no momento em que os freios foram acionados?
(b) Sob intensa chuva, um motorista conduz, a 144 km/h, um veı́culo por uma rodovia de
asfalto já bastante trafegado. Num trecho de reta, após perceber a presença de uma
árvore caı́da sobre a rodovia, impedindo a passagem de qualquer veı́culo, ele reage
e aciona os freios, travando as rodas até a parada completa do veı́culo. Exatamente
no momento em que as rodas são travadas, o veı́culo está a 130 m da árvore. Se o
carro continuar sua trajetória em linha reta, com as rodas bloqueadas, o motorista
irá colidir com a árvore?
Problema 18. Anita imaginou que levaria 12 minutos para terminar a sua viagem, enquanto
dirigia a velocidade constante de 80 km/h, numa certa rodovia. Para sua surpresa, levou
15 minutos. Com qual velocidade constante essa previsão teria se realizado?
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POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 03 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
têm 9, 4, 4 e 0 pontos, respectivamente, há um sorteio para definir a segunda equipe que
participará da final.
b) Qual é a maior pontuação possével de uma equipe que não foi classificada para a
final?
Problema 20. Joana foi comprar 20 canetas e comparou os preços em duas lojas: na loja
A, cada caneta custa 3 reais, mas há uma promoção de 5 canetas pelo preço de 4, e na loja
B, cada caneta custa 4 reais, mas a cada 5 canetas compradas, como brinde ela pode levar
até mais duas de graça. Tentando fazer a melhor escolha entre comprar somente na loja A
ou somente na loja B, quanto ela pode economizar?
Problema 21. Na Matemática, existem problemas que ninguém, nem mesmo matemáticos
profissionais, resolveu ainda. Esses são os chamados problemas em aberto. Um problema
em aberto famoso é o 3x + 1: Considere um número inteiro positivo. Se esse número é
ı́mpar, multiplique-o por 3 e some 1 ao resultado (daı́ o nome do problema!); se é par,
divida-o por 2. Se o número obtido é 1, pare; se não, repita esse procedimento com o
número obtido.
Por exemplo, se começamos com o número 20, obtemos os seguintes números:
:2 :2 ×3+1 :2 :2 :2 :2
20 −→ 10 −→ 5 −→ 16 −→ 8 −→ 4 −→ 2 −→ 1
O que ninguém sabe é se sempre obtemos o número 1, não importando qual é o número
inicial. Já foram testados todos os números até 290 quatrilhões!
(b) Note que no final do nosso exemplo há uma sequência de potências de 2 iniciada por
16. O número que antecede 16 não é uma potência de 2. Existe algum número inicial
para o qual os últimos números obtidos formem uma sequência de potências de 2
iniciada por 32? Não se esqueça: nesse caso, o número que antecede 32 não pode ser
64.
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POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 03 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
(b) A empresa quer criar o passe Múltiplo de 8, que dará direito a oito viagens quaisquer.
De acordo com as informações apresentadas, quanto custará o passe Múltiplo de 8?
Problema 23. Em uma prova de múltipla escolha, Júlia acertou 100 das 128 questões
possı́veis. Ela verificou que a maior quantidade de questões consecutivas que ela acertou é
N. Qual é o valor mı́nimo para N?
Problema 24. O Homem sempre foi fascinado por números gigantes. Na Antiguidade,
Arquimedes inventou um método para escrever um número que excedesse a quantidade de
grãos de areia necessários para preencher o universo. O número de Arquimedes é aproxi-
16902 )
madamente 10(10 .
Há uma maneira simples para se escrever números gigantes. Utilizando o sı́mbolo ↑,
podemos representar potências da seguinte maneira:
Problema 25. Certo banco brasileiro obteve um lucro de R$ 4,1082 bilhões ao final do
primeiro semestre de 2008. Esse valor representa um aumento de 2,5% em relação ao
resultado obtido no mesmo perı́odo do ano passado. Qual é a soma dos dı́gitos do número
inteiro que representa, em reais, o lucro desse banco no primeiro semestre de 2007?
Problema 26. Três carros com velocidades constantes cada um, na mesma estrada, passam
no mesmo momento por Brasilópolis. Ao viajar 100 quilômetros, o carro A passa por
Americanópolis, 20 quilômetros a frente do carro B e 50 quilômetros a frente do carro C.
Quando o carro B passar por Americanópolis, quantos quilômetros estará a frente do carro
C?
Problema 27. No planeta POT o número de horas por dia é igual a número de dias por
semana, que é igual ao número de semanas por mês, que é igual ao número de meses por
ano. Sabendo que em POT há 4096 horas por ano, quantas semanas há num mês?
6
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 03 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
6) (OBM 1a Fase) Se Sı́lvia acertou o relógio, ela adiantou 10min. Como já estava adian-
tado 5min, o relógio ficou 15min adiantado. Portanto, se marcava 10h, era na verdade
9h45min. Se Cristina acertou o relógio, ela atrasou 10min. Como já estava atrasado
5min, o relógio ficou 15min atrasado. Como 9h45min foi o horário real do encontro, o
relógio de Cristina indicava 9h30min.
8) (OBMEP 1a Fase) Hoje Dona Dulce comprou o dobro do que comprou ontem, logo ela
deveria pagar 2 × 12 = 24 reais. Como ela pagou apenas 20 reais, a promoção fez com
que ela economizasse 24 − 10 = 4 reais na compra de 8 caixas de leite. Logo o desconto
em cada caixa de leite foi de 4 ÷ 8 = 0, 50 reais, ou seja, de R$ 0,50.
10) (OBM 1a Fase) O usuário pagou 52 + (140 − 60) × 1, 20 = 148 reais; no plano de 100
minutos teria pago 87 + (140 − 100) × 1, 20 = 135 reais, ou seja, teria economizado
148 − 135 = 13 reais.
7
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 03 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
11) (OBMEP 1a Fase) Cada uma das meninas comeu 6 bombons. Como Cecı́lia pagou
R$1,80 pelos seus, cada bombom custou R$1, 80 ÷ 6 = R$0, 30. Beatriz comprou dez
bombons e comeu seis, logo ela deu quatro para Cecı́lia e por isso deve receber 4 ×
R$0, 30 = R$1, 20.
12) (OBMEP 1a Fase) Vamos chamar de D a distância entre Pirajuba e Quixajuba. Qual-
quer que seja o combustı́vel utilizado, temos D = litros consumidos × quilômetros por
litro . Isso mostra que as grandezas “litros consumidos” e “quilômetros por litro” são in-
versamente proporcionais (pois seu produto é constante). Sendo A os litros consumidos
na ida, e B os litros consumidos na volta, podemos escrever:
A 15 5
= =
B 12 4
5
Basta então achar uma fração equivalente a na qual a soma do numerador com o
4
10
denominador seja 18. Essa fração é ; ou seja, João gastou 10 litros de álcool na
8
ida e 8 litros de gasolina na volta. Logo a distância entre Pirajuba e Quixajuba é
12 × 10 = 8 × 15 = 120 quilômetros.
8
13) (OBM 1a Fase) O número de braceletes feitos pelo artesão é 4horas × braceletes
20
8
por minuto = 72. O auxiliar produz braceletes por hora = 16 braceletes por hora.
1/2
braceletes 72
Então 72 braceletes = 16 × ×t ⇔ t = = 4, 5 horas. Temos 9 horas + 4,5
hora 16
horas = 13 horas e 30 minutos.
15) (OBM 1a Fase) O intervalo de tempo entre a partida e o primeiro encontro é igual ao
intervalo de tempo entre o primeiro encontro e o segundo encontro, no ponto de partida.
Isso acontece porque ao se inverterem as velocidades, a situação seria a mesma que se
cada um deles retornasse ao ponto de partida pelo caminho que veio, com a mesma
velocidade. Portanto, eles chegarão no mesmo instante, ou seja, o tempo que um irá
esperar pelo outro será igual a 0.
2
2 6
16) (OBM 1a Fase) Serão necessários 15 × 9
5 = 15 × × = 4 garrafas.
6
9 5
8
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 03 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
a) Uma possibilidade de resultados para que algum time passe para a segunda fase
com 2 pontos é a seguinte: o Optigol ganha de todos os outros três times; todos os
outros três jogos (Mithbol x Oithclub; Oithclub x Arapiraca; Arapiraca x Mithbol)
terminam empatados. Nesse caso, Optigol fica com 9 pontos e todos os outros três
times com 2 pontos.
Suponha agora que, em uma outra situação, um dos clubes, digamos, o Arapiraca,
fez 1 ponto ou menos. Então pelo menos dois times ganharam do Arapiraca e
fizeram pelo menos 3 pontos, o superando. Deste modo, um time que faz menos
de 2 pontos n ao pode ser classificado para a final. Portanto a menor pontuação
possı́vel de uma equipe classificada para a final é 2 pontos.
b) Uma possibilidade de resultados para que algum time não passe para a segunda
fase com 6 pontos é a seguinte: o Optigol perde de todos os outros três times; o
Mithbol ganha do Oithclub; o Oithclub ganha do Arapiraca; o Arapiraca ganha
do Mithbol. Nesse caso, a tabela do campeonato fica assim: Mithbol, Oithclub e
Arapiraca empatados com 6 pontos e Optigol com 0 pontos. Assim, um dos times
que fez 6 pontos não se classificará para a final.
Suponha agora que, em uma outra situação, um dos clubes, digamos, o Arapiraca,
fez 7 pontos ou mais. Então dois times perderam do Arapiraca e fizeram no máximo
6 pontos, ou seja, o Arapiraca está na frente de dois times na tabela, estando
classificado para a final. Deste modo, um time que faz mais de 6 pontos com
certeza está classificado para a final. Portanto a maior pontuação possı́vel de uma
equipe que não foi classificada para a final é 6 pontos.
20) (OBM 1a Fase) Se Joana comprar as 20 canetas na Loja A, ela pagará o preço de 16
canetas (já que 20 = 4 × 5 e a cada cinco canetas ela paga o preço de apenas quatro).
Assim, na Loja A ela gastaria 16 × 3 = 48 reais, já que cada caneta custa 3 reais. Se
Joana comprar as 20 canetas na Loja B, como ela compra 5 e ganha 2, ou seja, a cada
7 ela paga o preço de apenas 5. Assim, Joana precisa de 7 + 7 + 6 canetas, que saem
pelo preço de apenas 3 × 5 = 15 canetas. Como cada unidade custa 4 reais, ela gastaria
15 × 4 = 60 reais na Loja B. Assim, entre a opção mais barata e a mais cara, Joana
pode economizar 60 − 48 = 12 reais.
9
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 03 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
(a) Os Kr$3,10 cobrados pelo passe Múltiplo de 2 referem-se ao gasto com sua confecção
mais 2 viagens e os Kr$5,90, pelo Múltiplo de 4, referem-se ao gasto com sua
confecção mais 4 viagens. Portanto, fazendo Kr$5,90 menos Kr$3,10 obtemos
Kr$2,80, que correspondem ao gasto com 2 viagens. E assim, fazendo Kr$3,10
− Kr$2,80, obtemos Kr$0,30, que corresponde ao gasto com a confecção de um
passe.
(b) No passe Múltiplo de 8 deverão ser computados o gasto com a confecção mais 8
viagens. Logo deverá custar Kr$0,30 + 4 × Kr$2,80, ou seja, Kr$11,50.
23) (OBM 2a Fase) A resposta é 4. Vamos supor que esse máximo fosse 3. Sendo C a questão
que ela marcou a alternativa correta e E a questão que ela errou, então, a maior quan-
tidade que Júlia poderia acertar ocorreria quando C, C, C, E, C, C, C, E, C, C, C, E, . . .
Ou seja, ela acertaria 3 e erraria 1 em cada 4 questões. Ora, mas isso seria igual
3
a × 128 = 96, que é menor do que as 100 que ela acertou. Desse modo, N > 3.
4
Analisando o caso seguinte, veja que ela pode acertar, por exemplo:
C, C, C, C, E, C, C, C, C, E, . . . , C, C, C, C, E, E, E, E
4
onde ela acertaria × 125 = 100 questões até a questão 125 e ela erraria as 3 últimas.
5
24) (OPM Fase Inicial)
a) 25 e 3125.
b) Devemos colocar 4 flechas. Temos 2 ↑ (2 ↑ (2 ↑ 2)) = 216 < 109 e 2 ↑ (2 ↑ (2 ↑ (2 ↑
16
2))) = 22 > 109 .
25) (OBM 2a Fase) Seja x o lucro desse banco no primeiro semestre de 2007, em bilhões de
reais. Logo x + 2, 5%x = 4, 1082 ⇔ x + 0, 025x = 4, 1082 ⇔ 1, 025x = 4, 1082 ⇔ x =
4, 008 bilhões de reais, ou seja, o lucro foi de R$ 4008000000,00, cuja soma dos dı́gitos
é 12.
26) (OBM 1a Fase) No trajeto de 100 km, como o carro A passa por Americanópolis 20
quilômetros a frente do carro B, o carro B já percorreu 100 − 20 = 80 km do trajeto e,
de forma análoga, o carro C já percorreu 100 − 50 = 50 km do mesmo trajeto. Perceba
que, enquanto o carro B percorre 80 km, o carro C percorre 50 km, ou seja, enquanto
10
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 03 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
27) (OBM 1a Fase) Supondo que x seja o número de horas por dia, então x também é o
número de dias por semana, o número de semanas por mês e o número de meses por
ano. Logo, o número de horas por ano é x · x · x · x = x4 = 4096 ⇔ x4 = 212 ⇔ x4 =
(23 )4 ⇔ x = 23 = 8. Portanto o número de semanas por mês é 8.
11
Dı́gitos e Sistema Decimal - Aula 04
Nesse material vamos trabalhar com dı́gitos, algarismos e o sistema decimal. Considere
por exemplo o número 2373, podemos escreve-lo como:
• Por 2 : Basta o algarismo das unidades ser divisı́vel por 2. Exemplo: 294 e 7770 são
já que 4 e 0 são divisiveis por 2, por sua vez 45 e 609 não são já que 5 e 9 não são
divisiveis por 2.
• Por 3 : A soma dos algarismos deve ser divisı́vel por 3. Exemplo: 492 e 7077 são já
que 4 + 9 + 2 = 15 e 7 + 0 + 7 + 7 = 21 são divisiveis por 3, por sua vez 25 e 526 não
são já que 2 + 5 = 7 e 5 + 2 + 6 = 13 não são divisiveis por 3.
• Por 4 : O número formado pelos dois últimos algarismos deve ser divisı́vel por 4.
Exemplo: 492 e 5036 são já que 92 e 36 são divisiveis por 4, por sua vez 725 e 5046
não são já que 25 e 46 não são divisiveis por 4.
• Por 5 : Basta o algarismo das unidades ser 0 ou 5, em outras palavras, divisı́vel por
5. Exemplo: 395 e 7770 são já que terminam em 5 e 0, por sua vez 401 e 609 não são
já que terminam em 1 e 9.
• Por 8 : O número formado pelos três últimos algarismos deve ser divisı́vel por 8.
Exemplo: 7496 e 15236 são já que 496 e 236 são divisiveis por 8, por sua vez 1725 e
5046 não são já que 725 e 046 não são divisiveis por 8.
• Por 9 : A soma dos algarismos deve ser divisı́vel por 9. Exemplo: 4392 e 7677 são já
que 4 + 3 + 9 + 2 = 18 e 7 + 6 + 7 + 7 = 27 são divisiveis por 9, por sua vez 25 e 526
não são já que 2 + 5 = 7 e 5 + 2 + 6 = 13 não são divisiveis por 9.
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 04 - Emiliano Chagas
2
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 04 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
1 Problemas
Dı́gitos e Sistema Decimal: Problemas Introdutórios
Problema 6. Daniela gosta de brincar com números de dois ou mais algarismos. Ela escolhe
um desses números, mutiplica seus algarismos e repete o procedimento, se necessário, até
chegar a um número com um único algarismo, que ela chama de número-parada do número
escolhido. Por exemplo, o número parada de 32 é 6, pois 32 → 3 × 2 = 6 e o número parada
de 236 é 8, pois 236 → 2 × 3 × 6 = 36 → 3 × 6 = 18 → 1 × 8 = 8
(b) Ache um número de quatro algarismos, sem o algarismo 1, cujo número-parada seja
6.
3
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 04 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Problema 10. Determine o maior e o menor número múltiplo de 6 formados por 9 algaris-
mos distintos. Observação: Lembre-se de que zeros a esquerda de um número não devem
ser contados como algarismos; por exemplo, 0123 tem somente 3 algarismos.
Problema 11. Joãozinho chama um número natural maior do que 100 de aditivado quando
seu algarismo das unidades é igual a soma dos demais algarismos. Por exemplo, 224 é
aditivado, pois 2 + 2 = 4.
(a) Escreva o número aditivado de quatro algarismos cujo algarismo das unidades é 1.
(b) Escreva todos os números aditivados de três algarismos cujo algarismo das unidades
é 6.
(c) Para qualquer número de até 9 algarismos, podemos calcular o resumo do resumo
de seu resumo. Mostre que esse procedimento leva sempre a um mesmo resultado,
qualquer que seja o número inicial.
4
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 04 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
(b) Conclua que caso ela tenha cometido o mesmo erro de Esmeraldinho (trocar dezena
com unidade do ano de seu nascimento) e a idade obtida for menor do que 100 anos,
então basta inverter as casas decimais para obter a sua idade correta.
Problema 14. Joãozinho tem que fazer uma multiplicação como lição de casa, mas a chuva
molhou o caderno dele, borrando alguns algarismos, que estão representados por um qua-
dradinho (cada algarismo borrado pode ser diferente dos outros). Qual é a soma dos
algarismos que foram borrados?
Problema 15. No código numérico de diversos produtos, como, por exemplo, aquele que
aparece no código de barras, utiliza-se o seguinte esquema para detectar erros de digitação:
multiplicando-se cada dı́gito alternadamente por 1 e 3 e adicionando-se os resultados, sem-
pre se obtém um múltiplo de 10. Por exemplo, um possı́vel código de um produto é
4905370265546, pois 4 × 1 + 9 × 3 + 0 × 1 + 5 × 3 + 3 × 1 + 7 × 3 + 0 × 1 + 2 × 3 + 6 × 1 +
5 × 3 + 5 × 1 + 4 × 3 + 6 × 1 = 120 é um múltiplo de 10. Por outro lado, 4905370265564
não pode ser o código de um produto pois 4 × 1 + 9 × 3 + 0 × 1 + 5 × 3 + 3 × 1 + 7 × 3 +
0 × 1 + 2 × 3 + 6 × 1 + 5 × 3 + 5 × 1 + 6 × 3 + 4 × 1 = 124 não é um múltiplo de 10. Assim,
conferindo esta conta, o computador é capaz de detectar erros de digitação.
(b) Como você pode observar nos dois primeiros exemplos, os dois últimos dı́gitos troca-
ram de lugar. Esse é um dos erros mais comuns de digitação, a transposição. Mais
precisamente, a transposição de dois dı́gitos consecutivos ocorre quando em vez de se
digitar ab digita-se ba, onde a e b representam algarismos distintos.
5
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 04 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
1. Um corretivo lı́quido tem código 7897254113302. Mostre que, mesmo que haja
uma transposição entre os dı́gitos 7 e 2, obtemos um possı́vel código de um
produto. Ou seja, caso ocorra essa transposição, ela não será detectada.
2. Como vimos no item anterior, o esquema acima é capaz de detectar quase todos
os erros de transposição. Determine todos os pares de dı́gitos consecutivos dis-
tintos ab cuja transposição ba não é detectada pelo esquema acima em qualquer
código. Observe que, pelo item anterior, 72 é um desses pares.
(c) Quantos códigos de produto são da forma 7897073010xyz, em que x, y e z são dı́gitos?
Problema 16. Na adição a seguir de três números de quatro algarismos cada um, as dife-
rentes letras representam diferentes algarismos. Qual é o número ZY X?
6
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 04 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
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POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 04 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
4) (EUA 1a Fase) Veja que o primeiro produto, 2 × B nos dá um número cujo dı́gito das
unidades é 6, portanto tudo que devemos fazer é ver quais são os valores de B para que
isso ocorra. Esses valores são B = 3, pois 2 × 3 = 6 ou B = 8, pois 2 × 8 = 16. Agora é
só testarmos para ver qual deles funciona, e isso ocorre com B = 8.
5) (OBMEP 1a Fase) Na conta apresentada podemos observar o seguinte:
Coluna das unidades: como 7 + 5 = 12 , vai 1 para a coluna das dezenas;
Coluna das dezenas: como 1 + ♣ + 9 = 10 + ♣, o algarismo das dezenas do resultado é
♣ e vai 1 para a coluna das centenas;
Coluna das centenas: como 1 + 4 + 8 = 13 , o algarismo das centenas da soma é 3 e vai
1 para a coluna dos milhares.
Em resumo, concluı́mos que 1♣♣2 = 13♣2 , o que nos mostra que ♣ = 3 (e a conta é
437 + 895 = 1332). Logo ♣ × ♣ + ♣ = 3 × 3 + 3 = 12.
6) (OBMEP 2a Fase)
(a) O número-parada de 93 é 4, pois 93 → 9 × 3 = 27 → 2 × 7 = 14 → 1 × 4 = 4
(b) Escrevendo 3 × 2 = 6 vemos que 32 → 3 × 2 = 6. Como 32 = 4 × 2 × 2 × 2, temos
4222 → 4 × 2 × 2 × 2 = 32 → 3 × 2 = 6. Assim o número-parada de 4222 é 6, bem
como de 2422, 2242 e 2224.
Outra alternativa é escrever 1 × 6 = 6, o que nos dá 16 → 1 × 6 = 6; como
2 × 2 × 2 × 2 = 16 segue que 2222 → 2 × 2 × 2 × 2 = 16 → 1 × 6 = 6 e
vemos que o número-parada de 2222 também é 6. Pode-se também pensar a partir
48 → 4 × 8 = 32 e temos um caso anterior.
(c) Há apenas duas maneiras de obter 2 multiplicando dois algarismos, a saber, 12 →
1×2 = 2 e 21 → 2×1 = 2. Para obter 12, temos as possibilidades , 26 → 2×6 = 12,
62 → 6 × 2 = 12, 34 → 3 × 4 = 12 e 43 → 4 × 3 = 12; para obter 21, temos as
possibilidades 37 → 3 × 7 = 21 e 73 → 7 × 3 = 21. Como os números 21, 26, 62, 34,
43, 37 e 73 não podem ser obtidos como produto de dois algarismos, concluı́mos
que os números de dois algarismos cujo número-parada é 2 são 12, 21, 26, 62, 34,
43, 37 e 73.
7) (OBM 2a Fase) Na primeira inspeção, podemos admitir que os três algarismos na direita
de todos os números estão corretos, isto é, estão corretamente escritos os algarismos
0, 1, 3, 4, 5, 6 e 8. Portanto, dentre os algarismos 2, 7 e 9, um deles está escrito
incorretamente. O 9 está escrito corretamente, pois se o mudarmos, a soma com 2 não
estará certa. Logo ou 2 ou 7 está errado. Se o 7 estiver errado, então 2 estará correto,
mas isso não é possı́vel pois a soma de 2 com 4 mais 1 não estaria certa. Logo, o 2 é que
deve ser substituı́do; olhando novamente a soma de 2 com 4 mais 1 resultando 1 vemos
que o resultado só dará certo se no lugar de 2 colocarmos 6. Fazendo a substituição,
verificamos que o resto se encaixa. Teremos, então, ab = 26 = 64.
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POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 04 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
10) (OPM Fase Inicial) Para que um número seja múltiplo de 6 ele deve ser:
Para obter o maior número possı́vel excluı́mos o zero e tomamos um número terminado
em 2: 987654312.
Para obter o menor número possı́vel excluı́mos o nove e tomamos um número terminado
em 8: 102345678.
(a) Como o algarismo das unidades é 1, para que o número seja aditivado, a soma dos
algarismos das casas das dezenas, centenas e unidades de milhar deve ser igual a
1. Existe só um número com quatro algarismos com essas propriedades: 1001.
(b) Para que um número aditivado de três algarismos termine em 6, a soma do alga-
rismo das dezenas com o das centenas deve ser igual a 6. Como um tal número
não pode ter 0 na casa das centenas, há exatamente seis possibilidades: 156, 246,
336, 426, 516 e 606.
(c) Quanto mais algarismos tem um número, maior ele é. Assim, para conseguirmos
o maior número aditivado possı́vel, devemos ter 9 na sua casa das unidades, a
9
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 04 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
12) (OBMEP 2a Fase) No que segue, por “número” queremos dizer “número de até nove
algarismos”.
(a) Consideremos um número cujo resumo seja 523. Então ele tem cinco dı́gitos,
dos quais dois são ı́mpares e três são pares. Podemos formar muitos números
satisfazendo estas condições; alguns exemplos são 11222, 23456 e 36854.
(b) Como o resumo de qualquer número tem três algarismos, vemos que para que um
número seja igual ao seu próprio resumo é necessário que ele tenha três algarismos.
Suponhamos então que exista um número que seja seu próprio resumo, e sejam c
seu algarismo das centenas, d o das dezenas e u o das unidades.
Como o algarismo das centenas do resumo de um número de três algarismos é 3,
devemos ter c = 3 . Somando os algarismos das dezenas e das unidades do resumo
devemos obter o número de algarismos do número original, ou seja, d + u = 3
. Logo as possibilidades para o resumo de um resumo são 303, 312, 321 ou 330;
destes, o único que é seu próprio resumo é o 321, que é então o número procurado.
(c) O resumo de um número tem sempre três algarismos. Como vimos no item b,
as possibilidades para o resumo de um número de três algarismos são 303, 312,
321 ou 330; logo as possibilidades para o resumo do resumo de qualquer número
estão entre estas quatro. Os resumos de 303, 312, 321 ou 330 são todos iguais a
321. Como 321 tem como resumo ele mesmo, sempre chegaremos a ele quando
calculamos sucessivas vezes o resumo de um número. Mais precisamente, para
qualquer número inicial, o resumo do resumo de seu resumo é 321. Podemos
visualizar este raciocı́nio no diagrama abaixo.
número → número de três algarismos → 303, 312, 321 ou 330 → 321
Observação: notamos que o resumo do resumo de qualquer número só pode ser
303 ou 321. De fato, da primeira vez que calculamos o resumo de algum número
obtemos um número de três dı́gitos cdu, com d + u = c. Temos então dois casos:
c é par: neste caso d e u são ambos pares ou ambos ı́mpares. Se d e u são pares, o
próximo resumo será 303; se d e u são ı́mpares, o próximo resumo será 321.
10
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 04 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
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POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 04 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
16) (OBM 2a Fase) Os números somados são XXXX = 1000X +100X +10X +X = 1111X,
Y Y Y Y = 1111Y e ZZZZ = 1111Z, e o resultado da soma é Y XXXZ = 10000Y +
1110X + Z. Logo 1111X + 1111Y + 1111Z = 10000Y + 1110X + Z ⇔ 8889Y =
1110Z + X = ZZZX. O número ZZZX tem quatro algarismos, logo Y só pode ser
igual a 1, Z = 8 e X = 9. Assim ZY X = 819.
17) (OBM 2a Fase) Vamos fazer uma cota, já que 45 × a3 deve ser três mil e alguma coisa.
Quanto pode valer a? Vamos ver quando 45 × a3 = 3000 e quando 45 × a3 = 3999. A
primeira conta nos dá a3 ≈ 67 e a segunda a3 ≈ 89. Isso significa que a3 está entre 67 e
89, mas como o algarismo das unidades é 3, temos que a3 pode ser 73 ou 83. Colocando
a = 7 ou a = 8 temos a mesma soma b + c + d, já que 45 × 73 = 3285 e 45 × 83 = 3735,
a soma dos algarismos pedidos é 15 de qualquer maneira.
18) (OBM 2a Fase) Veja que b × 3 deve terminar em 1. O único caso possı́vel é b = 7, logo
temos que 1a7 × 73 = 1cc01. Testamos agora valores para a. O menor valor que a pode
assumir é 3, já com esse valor temos que 137 × 73 = 10001.
19) (OBM 1a Fase) Analisamos abc × d7 = 6157, além disso na conta de multiplicação os
termos intermediários (que possuem asterisco) que se somam tem 3 algarismos. Segue
automaticamente que c = 1 e a = 1. Se a fosse maior que 1, a conta 7 × a teria dois
algarismos e isso provocaria um número com 4 asteriscos. Veja que b não pode ser grande
também, já que 7 × 1b1 tem que ter 3 algarismos. Fazemos a conta para descobrirmos
que b pode ser 0, 1, 2, 3 ou 4. Uma maneira de terminar o problema nesse instante é
perceber que 101, 111, 121, 131 ou 141 devem dividir o número 6157. Fazemos as contas
para descobrir que 131 é o número, portanto temos que 131 × 47 = 6157, ai é só fazer
a conta dos asteriscos.
20) (OBM 2a Fase) Veja que o maior resultado dessa conta acontece quando pegamos o maior
par de números possı́veis nas dezenas dos números somados. Além disso, devemos ter
um “vai um”, pois o resultado possui 3 dı́gitos. Assim, considere os maiores pares em
ordem decrescente:
Caso 7 e 6: no resultado terı́amos nas centenas e dezenas 13 ou 14 (havendo vai um das
unidades), mas como não temos 4, então teria que ser 13. Aı́ sobram apenas 0,2 e 5
para completar a conta, o que não é possı́vel.
Caso 7 e 5: no resultado terı́amos nas centenas e dezenas 12 ou 13. Restaria nas unidades
0,3,6 ou 0,2,6. E nos dois casos não é possı́vel completar a expressão.
Caso 5 e 6: no resultado terı́amos nas centenas e dezenas 11 ou 12. Como só temos
um dı́gito 1, teria que ser o 12, sobrando 0,3 e 7 que permite completar a expressão,
12
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 04 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
21) (OBM 2a Fase) Seja A o número de três dı́gitos e B = 10x + y o número de dois dı́gitos.
Portanto, ao trocar a ordem dos dı́gitos de B, obtemos o número 10y + x. Montando a
equação segundo as condições do problema, temos:
Com isso,
13
Problemas de Álgebra II - Aula 05
Solução. Vamos chamar de y o número que está na casa superior direita. Dessa forma a
diagonal que possui essa casa tem soma 26 + 14 + y, que deve ser o mesmo valor da soma da
última coluna, que é y +x+13. Igualando as duas temos: y +x+13 = 26+14+y ⇔ x = 27.
Problema 2. (OBM 1a Fase) João disse para Maria: “Se eu lhe der um quarto do que
tenho, você ficará com metade do que vai me sobrar”. Maria acrescentou: “E eu lhe daria
5 reais, se lhe desse a metade do que tenho”. Juntos, os dois possuem quanto?
Solução. Seja J o total que João possui e M o total que Maria possui. João disse “Se eu
lhe der um quarto do que tenho, você ficará com metade do que vai me sobrar”, podemos
J 1 3
escrever como: M + = × J. Maria disse “E eu lhe daria 5 reais, se lhe desse a metade
4 2 4
M
do que tenho”, escrevemos como: = 5 ⇔ M = 10.
2
Substituindo na primeira equação encontramos J = 80, portanto J + M = 90.
Problema 3. (OBM 1a Fase) Em uma certa cidade, a razão entre o número de homens e
mulheres é 2 : 3 e entre o número de mulheres e crianças é 8 : 1. Qual é a razão entre o
número de adultos e crianças?
Solução. Sejam H, M e C as quantidades de homens, mulheres e crianc cas, respectiva-
H 2 M H H M 16
mente. Temos = e = 8. Veja que, = × = . Logo, a razão entre o
M 3 C C M C 3
H +M H M 16 40
número de adultos e crianças é = + =8+ = .
C C C 3 3
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1 Problemas
Problemas de Álgebra II: Problemas Introdutórios
Problema 4. Os alunos de uma escola participaram de uma excursão, para a qual dois
ônibus foram contratados. Quando os ônibus chegaram, 57 alunos entraram no primeiro
ônibus e apenas 31 no segundo. Quantos alunos devem passar do primeiro para o segundo
ônibus para que a mesma quantidade de alunos seja transportada nos dois ônibus?
Problema 5. Uma barra de chocolate é dividida entre Nelly, Penha e Sônia. Sabendo que
Nelly ganha 25 da barra, Penha ganha 14 e Sônia ganha 70 gramas. Qual é o peso da barra?
Problema 6. Os gatos Mate e Tica estão dormindo no sofá. Mate chegou antes e quando
Tica chegou, ela ocupou um quarto da superfı́cie que havia sobrado do sofá. Os dois juntos
ocupam exatamente a metade da superfı́cie do sofá. Qual parte da superfı́cie do sofá está
ocupada por Tica?
Problema 7. Um time de futebol ganhou 8 jogos mais do que perdeu e empatou 3 jogos
menos do que ganhou, em 31 partidas jogadas. Quantas partidas o time venceu?
Problema 8. Figuras com mesma forma representam objetos de mesma massa. Quantos
Problema 9. Paulinho e sua irmã saem ao mesmo tempo de casa para a escola. Paulinho
vai de bicicleta, a uma velocidade média de 18 quilômetros por hora e sua irmã vai com
uma moto. Ela chega 20 minutos antes de Paulinho. Neste momento, quantos quilômetros
ainda faltam para Paulinho chegar?
Problema 10. O conteúdo de uma garrafa de refrigerantes enche três copos grandes iguais
e mais meio copo pequeno ou 5 desses copos pequenos iguais mais a metade de um daqueles
grandes. Qual é a razão entre o volume de um copo pequeno e o de um grande?
Problema 11. Mostre uma maneira de colocar nos oito vértices de um cubo os números de
1 a 8, um em cada vértice, de modo que a soma dos números em cada face seja sempre a
mesma.
2
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 05 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Problema 13. No fim de 1994, Neto tinha a metade da idade de sua avó. A soma dos anos
de nascimento dos dois é 3844. Quantos anos Neto completa em 2016?
Problema 14. Numa classe do sexto ano, de cada 11 estudantes, 4 são meninas. Se há 15
meninos a mais que meninas, quantos alunos há na classe?
Problema 15. Adão, Bernardo e Carlos jogaram uma partida com bolinhas de gude. Adão
perdeu 5 bolinhas, Bernardo perdeu 4 e Carlos ganhou todas as bolinhas que eles perderam.
Ao final do jogo, todos os meninos acabaram ficando com a mesma quantidade de bolinhas.
Lembrando que sem bolinhas ninguém joga, pelo menos quantas bolinhas Adão e Bernardo
tinham, juntos, quando começaram a jogar?
3
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 05 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Problema 17. Numa loja de ferragens, vários produtos são vendidos pelo peso. Um prego,
três parafusos e dois ganchos pesam 24 g. Dois pregos, cinco parafusos e quatro ganchos
pesam 44 g. Juquinha comprou 12 pregos, 32 parafusos e 24 ganchos. Quanto pesou sua
compra?
Problema 18. O coeficiente de isolamento é uma medida da capacidade de isolamento
térmico de um material: quanto maior este coeficiente, menor é a quantidade de calor per-
dida através de uma parede feita deste material. Ou seja, quanto maior o coeficiente de
isolamento, melhor o material protege do frio. A quantidade de calor Q perdida por uma
parede em uma hora depende não só do material utilizado para construı́-la, mas também
de sua área e da diferença entre as temperaturas interna e externa. Q é dado pela fórmula:
A × ∆T
Q=
I
Aqui A é a área, ∆T é a diferença de temperatura e I é o coeficiente de isolamento.
Q é dado em BTU por hora, a área da parede é dada em pés quadrados e a diferença de
temperatura é dada em graus Fahrenheit. A unidade BTU á a abreviatura de British
Thermal Unit. Sendo essa uma unidade de origem britânica, a fórmula acima utiliza
unidades do antigo sistema de medidas desenvolvido no Reino Unido. Desta forma, devemos
fazer os cálculos somente com essas unidades. Caso os dados estejam em outras unidades,
devemos convertê-las. Na casa de Aino, em Helsinque, Finlândia, a parede que separa a
sua sala e o lado de fora tem 9 pés de altura e 12 pés de largura. Em um certo dia no
inverno, a temperatura interna da casa era de 20 graus Celsius.
9.C
a) Para converter graus Celsius em Fahrenheit, utilizamos a fórmula F = +32 sendo
5
F e C a temperatura em graus Fahrenheit e Celsius, respectivamente. Qual era a
temperatura, em graus Fahrenheit, dentro da sala de Aino?
b) Se a parede for construı́da com blocos com coeficiente de isolamento igual a 1, 8 e a
perda de calor através dela é 4320 BTU por hora, qual era a temperatura, em graus
Celsius, fora da casa de Aino?
c) No rigoroso inverno finlandês, a menor temperatura é −40 graus Fahrenheit e deseja-
se que a temperatura interna da casa seja sempre de pelo menos 60 graus Fahrenheit.
Suponha que a perda média de calor nos dias mais frios seja 4800 BTU por hora.
Para isto, qual o menor coeficiente de isolamento dos blocos que se pode utilizar para
construir a parede?
Problema 19. Maria tem 90 cartões. Ela numerou os cartões de 10 a 99 numa das faces e,
para cada número escrito, escreveu a soma dos seus algarismos na outra face. Por exemplo,
o cartão de número 43 tem o número 7 escrito no verso. Em quais cartões um número de
uma face é o dobro do número escrito na outra face?
Problema 20. Com o dinheiro que Carlinhos tinha, poderia ter comprado 600 gramas de
queijo ou 400 gramas de presunto. Usando esse dinheiro, ele resolveu comprar quantidades
iguais de presunto e queijo. Quantos gramas de cada item ele comprou?
4
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 05 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Problema 21. Na tabela a seguir, escreva os números de 1 a 9 em cada linha, de modo que
a soma dos números escritos nas 9 colunas seja a mesma, igual a Y . Seja X a soma dos
números de cada clinha. Calcule X + Y .
32 − 12 = 8 = 8 × 1
52 − 32 = 16 = 8 × 2
72 − 52 = 32 = 8 × 3
···
20092 − 20072 = 8 × N ,
Problema 24. As pesquisas eleitorais são feitas com uma quantidade relativamente pequena
de pessoas. Por exemplo, na eleição da cidade de São Paulo, costumam ser entrevistadas
cerca de duas mil pessoas. Um número bem pequeno considerando que há aproximada-
mente 7,5 milhões de eleitores na cidade. Neste problema, veremos que essa quantidade de
pessoas é suficiente para se ter uma boa idéia dos percentuais de intenções de voto de cada
candidato. Em toda pesquisa eleitoral, é calculada a margem de erro das porcentagens
de cada candidato. Por exemplo, se um candidato tem 23% com margem de erro de 3
5
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 05 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
pontos percentuais, então ele deve receber entre 23% − 3% = 20% e 23% + 3% = 26% dos
votos. O cálculo da margem de erro E para cada candidato é baseado em conhecimentos
de Estatı́stica, sendo feito a partir da fórmula:
√
p.(1 − p)
E = Z. em que
n
• n é a quantidade de pessoas entrevistadas;
a) Suponha que em uma pesquisa foram entrevistadas 1600 pessoas e o candidato Oba-
maldo foi escolhido por 36% desse total. Calcule E nesse caso e determine o intervalo
em que está o percentual de intenções de voto para Obamaldo.
6
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 05 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
4) (OBM 1a Fase) Seja x o número de alunos que deve sair de um ônibus e ir para o outro,
então 57 − x = 31 + x, resolvemos a equação para chegar em x = 14.
2 1 13
5) (OBM 1a Fase) Seja x o peso da barra. Veja que Nelly e Penha pegam juntas + =
5 4 20
de x. A soma dessa parcela com os 70 gramas de Nelly é o total da barra. Portanto,
13 7
x + 70 = x ⇔ x = 70 ⇔ x = 200 gramas.
20 20
6) (OBM 1a Fase) Sendo M a fração da superfı́cie ocupada por Mate e T a fração da
1 1
superfı́cie ocupada por Tica, temos que M + T = e T = (1 − M ). Logo, M = 1 − 4T
2 4
1 1
e então 1 − 3T = ⇒ T = .
2 6
7) (OBM 1a Fase) Seja n o número de partidas que o time venceu. Então perdeu n − 8
e empatou n − 3 jogos. Portanto, somando o total de partidas que perdeu, empatou e
ganhou, temos 31 ou seja, n + n8 + n − 3 = 31 ⇔ 3n − 11 = 31 ⇔ 3n = 42 ⇔ n = 14.
O time venceu 14 partidas.
9) (OBM 1a Fase) Seja d a distância, em quilômetros, que falta para Paulinho chegar.
d
Sabendo que 20min = 13 h, pelo enunciado, temos: 1 = 18 ⇔ 3d = 18 ⇔ d = 6 km.
3
10) (OBM 1aFase) Seja G o volume do copo grande e P , o do copo pequeno. Temos
P 2, 5 5
3G + 0, 5P = 5P + 0, 5G ⇔ 2, 5G = 4, 5P ⇔ = = .
G 4, 5 9
11) (OPM Fase Inicial) Chamemos os valores dos vértices de a, b, c, d, e , f , g, h. Sejam
os vértices da face de baixo a, b, c, d e os vértices da face de cima f , g, h, i. Veja que
a+b+c+d = f +g+h+i. Mas como a+b+c+d+e+f +g+h+i = 1+2+...+7+8 = 36,
então a + b + c + d = f + g + h + i = 18. Aplicamos a mesma ideia para as faces laterais
e o problema termina. Uma configuração é a seguinte:
7
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 05 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
12) (OBM 1a Fase) Todo gol marcado por um time conta também como gol sofrido por
outro time, assim a quantidade total de gols marcados é igual a quantidade total de
gols sofridos. Sendo x a quantidade de gols sofridos pelo Esmeralda FC, o EC Boleiros
sofreu x − 2 gols. Assim:
8 + 1 + 4 + 5 = 4 + 6 + x + x − 2 ⇔ 18 = 8 + 2x ⇔ x = 5
13) (OBM 1a Fase) Se x era a idade de Neto no final de 1994, então o ano em que nasceu
é 1994 − x; de forma análoga, o ano em que sua avó nasceu é 1994 − 2x. Assim, temos
1994 − x + 1994 − 2x = 3844 ⇔ 3988 − 3x = 3844 ⇔ 3x = 144 ⇔ x = 48. Portanto,
Neto completa em 2016 a idade de (2016 − 1994) + 48 = 70 anos.
8
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 05 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
9.12.∆T
b) Temos 4320 = ⇔ ∆T = 72 F. Como era inverno e a temperatura interna
1, 8
9.2C
era 68 F, a temperatura externa era 68 − 72 = −4F , ou seja, −4 = + 32 ⇔
5
C = −20 C.
9.12.(60 − (−40))
c) O menor coeficiente de isolamento neste caso é 4800 = ⇔I =
I
10800
= 2, 25
4800
19) (OBM 1a Fase) Para um número cujo algarismo das dezenas é a e cujo algarismo das
unidades é b, temos 10a + b = 2(a + b) ou a + b = 2(10a + b). A segunda equação não
tem soluções positivas, e na primeira equação temos 10a + b = 2(a + b) ⇔ 10a + b =
2a + 2b ⇔ 8a = b. Necessariamente temos a = 1 e b = 8. De fato, no cartão de número
18 a soma dos algarismos é 9.
20) (OBM 2a Fase) Supondo que Carlinhos tem Q reais, o preço do grama de queijo é
Q Q
e o preć co do grama de presunto é . Seja m a quantidade, em gramas, de
600 400
Q Q
queijo e de presunto que Carlinhos comprou. Dessa forma: m. + m. = Q ⇔
( ) 600 400
1 1
m. + = 1 ⇔ m = 240. Portanto ele comprou 240 gramas de cada item.
600 400
21) (OBM 2a Fase) A soma dos 27 números escritos na tabela é igual a 3 vezes X e a 9 vezes
o Y . Como X é a soma dos números de cada linha, temos X = 1+2+3+· · ·+8+9 = 45.
Portanto 3 × X = 3 × 45 = 9 × Y ⇔ Y = 15. Logo X + Y = 15 + 30 = 45.
a) Veja os quadrados mágicos: Vendo-os, podemos afirmar que a soma total do qua-
9
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 05 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
a8 + a12 = 22 (só podem ser 15 e 6, pois alguns dos números dos outros pares já
aparecem).
a7 + a15 = 26 (só podem ser 16 e 10, pois alguns dos números dos outros pares já
aparecem).
a10 + a14 = 15 (só podem ser 13 e 2, pois alguns dos números dos outros pares já
aparecem).
a5 + a13 = 8 (só podem ser 7 e 1, pois se fossem 6 e 2 não daria certo, pois o 2 já
aparece em a10 ou a14 ).
Sendo assim, na linha 3 a única combinação qua dá certo é a10 = 13 e a12 = 6 caso
fossem valores diferentes a soma da linha não daria 34. Tendo descoberto esses dois
valores podemos descobrir os outros: Se a8 não for 6, só pode ser 15. Se a14 não for
13, só pode ser 2. Na linha 2 a única combinação que dá certo é a5 = 1 e a7 = 10
pois caso fossem outros valores a soma não daria 34. Tendo descoberto esses outros
dois valores vamos descobrir mais outros: Se a5 = 1, a13 só pode ser 7. Logo se
a13 é 7 e a14 é 2, a15 só pode ser 16. Sabendo todos os valores desconhecidos, o
quadrado mágico fica completo.
23) (OBM 2a Fase) Cada linha pode ser associada a um número ı́mpar e a um múltiplo de
8 da seguinte forma: na linha 1 temos o quadrado de 1 = 2.1 − 1 (no lado esquerdo da
igualdade) e 8 vezes 1 (no lado direito da igualdade), na linha 2 temos o quadrado de
3 = 2.2 − 1 e 8 vezes 2, na linha 3 temos o quadrado de 5 = 2.3 − 1 e 8 vezes 3 e assim
sucessivamente, até chegarmos na linha N onde temos o quadrado de 2007 = 2.N − 1 e
8 vezes N . Assim, 2N − 1 = 2007 ⇔ 2N = 2008 ⇔ N = 1004.
10
Sequências - Aula 06
Muitos problemas, de álgebra ou teoria dos números, envolvem sequências. Elas podem
ser definidas como uma lista ordenada de elementos. Por exemplo, na sequência (2, −3, 5, 8)
o primeiro termo é 2, o segundo é −3, o terceiro é 5 e o quarto termo é 8. Sequências podem
ter uma quantidade limitada ou ilimitada de elementos. Em geral as sequências possuem
um padrão e geralmente os problemas pedem para encontrarmos, efetuando alguns passos,
alguns termos partindo desses padrões.
Bons estudos!
Problema 1. (EUA 1a Fase) A figura a seguir mostra parte de uma escada feita de qua-
drados pretos e brancos alternados, onde podemos ver a primeira e a quarta linha. Todas
as linhas começam e terminam com um quadrado branco. Qual é o número de quadrados
pretos da 37a linha?
1 Problemas
Sequências: Problemas Introdutórios
pregadas em toda a decoração considerando-se que na última peça montada foram utilizadas
40 pastilhas?
2
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 06 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
b) Comece agora a brincadeira com o número 345 e mostre uma maneira de prosseguir
até chegar ao número 1.
Problema 9. Numa sequência, cada termo, a partir do terceiro, é a soma dos dois termos
anteriores mais próximos. O segundo termo é igual a 1 e o quinto termo vale 2005. Qual é
o sexto termo?
Problema 10. Esmeralda foi escrevendo os quadrados dos números inteiros positivos um em
seguida ao outro formando o número 149162536 · · · e parou quando chegou no centésimo
algarismo. Qual foi o último algarismo que ela escreveu?
3
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 06 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Problema 13. Rubinho constrói uma sequência de 10 figuras, cada uma delas formadas
por quadradinhos de 1 cm de lado, conforme indicado ao seguir. A figura 2, por exemplo,
tem área igual a 5 cm2 e perı́metro igual a 12 cm.
Problema 14. O troca-inverte é uma brincadeira com números em que há dois tipos de
movimentos:
Por exemplo, começando com 35421 podemos obter 31245, como mostrado abaixo.
a) Brincando com o troca-inverte e começando com 123456, como podemos obter 165432?
4
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 06 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
b) Brincando com o troca-inverte e começando com 123, como podemos obter todos os
outros cinco números de três algarismos diferentes que podem ser escritos com 1, 2 e
3?
Problema 15. Parte das casas de um quadriculado com o mesmo número de linhas (fi-
leiras horizontais) e colunas (fileiras verticais) é pintada de preto, obedecendo ao padrão
apresentado pelo desenho a seguir.
a) Quantas casas serão pintadas num quadriculado com 14 linhas e 14 colunas, de acordo
com esse padrão?
b) Podemos também começar uma sequência esnúrfica com apenas dois números cujo
produto seja um quadrado perfeito. Por exemplo, 2 e 8 cujo produto é 16 = 42 .
Calcule o próximo número (terceiro termo) dessa sequência.
5
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 06 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Desembaralhatus!, como diria Parry Hotter. Após três embaralhadas o monte de cartas
volta para a ordem original!
A embaralhada pode ser representada através de diagramas: Ou seja: Após cada uma
das três embaralhadas, a 1a carta é levada para a 2a posição, a 2a carta é levada para a 4a
posição, a 4a carta é levada para a 1a posição. E a 3a carta é levada para a 6a posição, a
6a carta é levada para a 5a posição e a 5a carta é levada para a 3a posição.
b) Qual é o número mı́nimo de embaralhadas que devem ser feitas para que um baralho
com 32 cartas volte para a ordem original?
c) A sequência S2 termina quando o primeiro termo se repete. Quantos termos tem essa
sequência?
6
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 06 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Problema 19. Esmeralda escolhe um número inteiro positivo qualquer e realiza a seguinte
operação com ele: cada um de seus algarismos é trocado pelo seu sucessor, com exceção
do 9, que é trocado por 0. Em seguida, os eventuais zeros que aparecem na esquerda
são eliminados. Por exemplo, ao se realizar a operação no número 990003953 obtém-se
1114064 (note que os dois zeros na esquerda gerados pelos dois primeiros algarismos 9
foram eliminados). A operação é repetida até que se obtenha 0. Por exemplo, começando
com 889, obtemos a sequência de números:
889, 990, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 0
b) Mostre que, independente do número inicial, após uma quantidade finita de operações
Esmeralda obtém 0.
7
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 06 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
4) (OBM 1a Fase) No resultado da multiplicação de 101 por 1111 . . . 11, composto por
2007 algarismos 1, o dı́gito 1 aparece 4 vezes e o dı́gito 2 aparece 2007 − 2 = 2005 vezes.
Portanto a soma dos algarismos desse número é 1 × 4 + 2 × 2005 = 4014.
5) (OBM 1a Fase) A soma de todos os números positivos ı́mpares até 2007 menos a soma
dos números positivos pares até 2007 pode ser escrita como (1 − 2) + (3 − 4) + (5 − 6) +
· · · + (2005 − 2006) + 2007 = −1003 + 2007 = 1004.
6) (OBM 1a Fase) Seja n o número de quadradinhos para formar um lado de uma peça.
Então, são necessários 4 × (n − 2) + 4 = 4n − 8 + 4 = 4n − 4 quadradinhos para formar a
peça inteira. Na última peça da decoração temos 4n − 4 = 40 ⇔ n = 11. Note que para
contar o número de quadradinhos utilizados basta observar que cada peça da esquerda
se encaixa na da direita. Se encaixarmos todas, teremos um quadrado completo de lado
igual a 11 quadradinhos. Portanto, o número de pastilhas utilizadas foi 112 = 121.
1+a
7) (OBM 2a Fase) Como 2 é a média aritmética de 1 e a, podemos escrever =
2
1+2+3 1+2+3+2
2, logo1 + a = 4 ⇔ a = 3; portanto, b = = 2; c = = 2;
3 4
1+2+3+2+2
d= = 2. Esses exemplos sugerem que todos os termos, a partir do
5
terceiro, são iguais a 2. De fato, quando introduzimos em uma sequência um termo
igual a média de todos os termos da sequência, a média da nova sequência é a mesma
que a da sequência anterior. Assim, o último termo da sequência dada é 2.
8) (OBMEP 2a Fase)
8
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 06 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
9) (OBM 1a Fase) Seja x o primeiro termo. Como o segundo termo é 1, o terceiro termo é
x + 1 , o quarto é 1 + (1 + x) = x + 2. Como o quinto termo é 2005, (x + 1) + (x + 2) =
2x + 3 = 2005 ⇔ 2x = 2002 ⇔ x = 1001. Logo o sexto termo é (x + 2) + (2x + 3) =
3x + 5 = 3.1001 + 5 = 3008.
a) F8 = F6 + F7 = 8 + 13 = 21, F9 = F7 + F8 = 13 + 21 = 34, F9 = F7 + F8 =
21 + 34 = 55 e F9 = F7 + F8 = 34 + 55 = 89.
b) Analisando a sequência de Fibonacci 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, . . . percebe-
mos um padrão. F0 = 0 é par, F1 = 1 é ı́mpar, logo F2 = F0 + F1 é ı́mpar, por
ser a soma de um número par com outro ı́mpar. F3 será a soma de dois números
ı́mpares, logo será par, F4 será a soma de um número par com um ı́mpar, logo é
ı́mpar. Com relação a paridade a sequência fica: par, ı́mpar, ı́mpar, par, ı́mpar,
ı́mpar, par, ı́mpar, ı́mpar, . . ., iniciando em F .
Perceba: F0 , F3 e F6 são pares, na verdade sempre que tivermos um Fk com k
múltiplo de 3, ele será par, caso contrário, será ı́mpar. Como 2002 não é um
múltiplo de 3 então F2002 será ı́mpar.
12) (OBM 2a Fase) Para fazer um novo andar num castelo já construı́do, precisamos de três
cartas para cada andar anterior mais duas para o topo. Assim, a partir do castelo de
3 andares, para fazer o de 4 andares, precisamos de mais 3 × 3 + 2 cartas, num total
de 15 + 11 = 26 cartas. Portanto, para fazer o castelo de 5 andares, precisamos de
26 + 4 × 3 + 2 = 40 cartas.
Outra solução: Para acrescentarmos um quarto andar a um castelo de 3 andares, pre-
cisamos de 3 cartas para separar a base dos demais andares e 4 pares de cartas para a
base, totalizando 3 + 2.4 = 11 cartas a mais. Analogamente, para acrescentarmos um
quinto andar a um castelo de 4 andares, precisamos de 4 cartas para separar a base dos
demais andares e 5 pares de cartas para a base, totalizando 4 + 2.5 = 14 cartas a mais.
Assim, para montar um castelo de 5 andares, precisamos de 15 + 11 + 14 = 40 cartas.
Observação: De fato, o acréscimo de um n-ésimo andar necessita de n − 1 cartas para
apoiar a base anterior, e n pares de cartas para a nova base. Portanto, são acrescentadas
n − 1 + 2n = 3n − 1 cartas por andar.
9
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 06 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
15) (OBM 3a Fase) Considerando a figura, conseguimos ver um padrão (de cima para abaixo
e da esquerda para a direita). Número de quadrados pintados: 2 × 2 → 2 , 3 × 3 → 7,
4 × 4 → 8, 5 × 5 → 17, 6 × 6 → 18, 7 × 7 → 31, 8 × 8 → 32. Podemos perceber que, do
10
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 06 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
a)
11
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 06 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
a) A sequência é 2008, 3119, 4220, 5331, 6442, 7553, 8664, 9775, 886, 997, 8, 9, 0
b) Independente do dı́gito que ocupa a 1a posição do número, após uma certa quanti-
dade de operações, ele chegará a 9 e, basta mais uma operação para ele chegar a 0,
que “desaparecerá”, e o número ficará assim com um dı́gito a menos. Em seguida,
independente do dı́gito que agora ocupa a 2a posição, após uma certa quantidade
12
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 06 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
13
Múltiplos, Divisores e Primos II - Aula 07
2
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 07 - Emiliano Chagas
Vamos agora encontrar D, o divisor. Como MDC(690, 2415, 2070) = 345 , o número D
é um dos divisores positivos de 345, ou seja, pode ser 1, 3, 5, 15, 23, 69, 115 ou 345. Veja
3
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 07 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
que o primeiro passo é dividir 952 por D e obter resto 262 (lembre que o resto é sempre
menor que o divisor!); logo os números 1, 3, 5, 15, 23, 69 e 115 não podem ocupar o lugar
de D. Portanto o único que resta, 345, é o divisor.
Problema 2. (OBM 1a Fase) Em 2012 foi realizada a edição 34 da OBM, e M DC(2012, 34) =
2. Supondo que a OBM sempre será realizada todo ano, qual é o maior valor possı́vel para
o MDC do ano e da edição da OBM realizada no ano?
Solução. Note que se estivermos na edição de número x da OBM, estaremos no ano de
1978 + x . Assim, estamos interessados no maior valor possı́vel de M DC(x, 1978 + x). Mas
veja que isso é o mesmo que calcular M DC(x, 1978 + x − x) = M DC(x, 1978). O maior
valor possı́vel para esse MDC é 1978, que pode ser atingido tomando x = 1978.
1 Problemas
Múltiplos, Divisores e Primos II: Problemas Introdutórios
Problema 3. O máximo divisor comum entre os números 1221, 2332, 3443, 4554, . . . , 8998
é:
Problema 5. Senhor Namm assou 252 biscoitos, senhora Clancy assou 105 biscoitos e
senhor Palavas assou 168 biscoitos. Cada um deles colocou os biscoitos em pacotes com o
mesmo número de biscoitos. Qual é o maior número de biscoitos que um pacote poderia
ter?
Problema 6. Quatro números inteiros positivos a < b < c < d são tais que o MDC entre
quaisquer dois deles é maior do que 1, mas M DC(a, b, c, d) = 1. Qual é o menor valor
possı́vel para d?
Problema 7. Carlinhos escreve números inteiros positivos diferentes e menores do que 1000
em várias bolas e coloca-as numa caixa, de modo que Mariazinha possa pegar ao acaso duas
dessas bolas. Quantas bolas no máximo Carlinhos irá colocar na caixa se os números das
duas bolas deverão ter um divisor comum maior do que 1?
Problema 8. Juca listou todos os números que podem ser escritos, da esquerda para a
direita, obedecendo as seguintes regras:
4
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 07 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Por exemplo, o número 2015 está na lista de Juca, pois ele é escrito começando com 2,
que é diferente de 0, depois com 0, que é múltiplo de 2, depois com 1, que é divisor de 0,
e seguido de 5, que é múltiplo de 1. A escrita termina com 5, pois este algarismo não é
múltiplo nem divisor dos algarismos que ainda não foram escritos (3, 4, 6, 7, 8e9).
a) O número 1063 não está na lista de Juca, pois é possı́vel acrescentar um último
algarismo na direita do 3. Qual é esse algarismo?
b) Juca escreveu os números de sua lista em ordem crescente. Qual é o primeiro número
que ele escreveu depois do 2015?
Problema 9. Qual é o maior valor possı́vel do MDC de dois números distintos pertencentes
ao conjunto 1, 2, 3, . . . , 2011?
Problema 10. No encarte do álbum Presence do grupo musical Led Zeppelin, uma ilus-
tração mostra parte de uma multiplicação, na qual os números multiplicados e o resultado
não aparecem. Todavia, as parcelas que aparecem quando se multiplica cada dı́gito de um
número pelo outro número são visı́veis:
????
× ???
33240
77240+
25080++
???????
5
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 07 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
4) (OBM 1a Fase) Sendo d o MDC destes números, temos que a diferença entre 1221 e 2332
é 1111, ou seja, 2332 = 1221 + 1111. Na verdade a diferença entre dois números con-
secutivos da sequência é 1111. Portanto d = M DC(1221, 2332) = M DC(1221, 2331 −
1221) = M DC(1221, 1111). Como 1111 = 11 × 101e ambos os fatores são primos, 101
não divide 1221, mas 11 divide todos os 8 números, 11 é o M DC procurado.
5) (EUA - Mathcounts) Veja, 12 = 22 .31 , 15 = 31 .51 , 20 = 22 .51 e 420 = 22 .31 .51 .71 .
Como M M C(12, 15, 20, k) = 420 e a fatoração de 420 é feita com as maiores potências
de primos dos números 12, 15, 20 e k, temos que os fatores 2, 3 e 5 já estão e com as
potências certas, falta apenas o 71 , portanto k = 7.
6) (EUA - Mathcounts) O número que estamos procurando deve ser um divisor simultâneo
dos três números de biscoitos, como queremos o maior número de biscoito, estamos
procurando o M DC(252, 105, 168). Veja que M DC(105, 252) = M DC(105, 252 − 2 ×
105) = M DC(105, 42) = M DC(105 − 2 × 42, 42) = M DC(21, 42) = 21. Agora é so
verificar se 21 também é divisor de 168, e de fato é, portanto eles podem fazer pacotes
com 21 biscoitos. Outra solução seria fatorar 252, 105 e 168 em fatores primos.
7) (OBM 1a Fase) Nenhum dos inteiros em questão é uma potência de um primo p pois
caso contrário todos os outros inteiros teriam o fator p em comum e isso não é permitido.
Logo d possui pelo menos dois fatores primos distintos. Além disso, um dos números
a, b, c, d é ı́mpar; caso contrário M DC(a, b, c, d) = 2. Assim, como o menor número
ı́mpar com dois fatores primos distintos é 15, d ≥ 15 .Para d = 15, temos como exemplo
a = 6, b = 10, c = 12 e d = 15.
8) (OBM 2a Fase) São 499. Não podemos colocar o número 1 em nenhuma bola, pois
o MDC entre 1 e qualquer outro número é 1, assim temos 998 números disponı́veis.
Além disso, se forem usadas 500 bolas ou mais, haverá duas com números consecutivos,
sempre primos entre si, então não podemos colocar mais que 499 bolas. Mas existe uma
forma de colocar 499 bolas, usando os números pares de 2 a 998.
9) (OBMEP 2a Fase)
a) Como não é possı́vel repetir algarismos, os algarismos que podem ser acrescentados
na direita de 1063 são 2, 4, 5, 7, 8 e 9; desses, o único que é múltiplo ou divisor de
3 é o algarismo 9 (9 é múltiplo de 3). O número 10639 está na lista de Juca, não
é possı́vel acrescentar um novo algarismo pois 2, 4, 5, 7 e 8 não são múltiplos nem
divisores de 9.
6
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 07 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
b) O número natural sucessor de 2015 é 2016, entretanto ele não está na lista de
Juca, pois os números dessa lista devem ser acrescidos de algarismos enquanto for
possı́vel colocar múltiplo ou divisor do último algarismo escrito, ou seja 2016 pode
ser completado a 201639. O próximo número que vem depois do 2016 é 2017, e
este sim está na lista de Juca, já que 3, 4, 5, 6, 8 e 9 não são múltiplos nem divisores
de 7.
c) Como qualquer número é múltiplo de 1 e divisor de 0, todos os números listados
por Juca vão conter os algarismos 0 e 1 e sempre será possı́vel acrescentar outro
algarismo disponı́vel na direita desses dois algarismos. Assim, todos os números
listados por Juca têm pelo menos três algarismos. Os primeiros números com três
algarismos distintos são 102, 103 e 104, que não estão na lista de Juca, pois é
possı́vel acrescentar 4 ou 8 na direita do 2, 6 ou 9 na direita do 3 e 2 ou 8 na direita
do 4. Como 105 está na lista de Juca, pois não é possı́vel acrescentar os algarismos
2, 3, 4, 6, 7, 8 e 9 na direita do 5, segue que esse é o menor número na lista de Juca.
d) O maior número da lista de Juca é o 9362841705. Ele é o maior porque contém
todos os algarismos, começa com 9 e sempre é acrescentado, a cada vez, o maior
algarismo possı́vel que seja múltiplo ou divisor do último algarismo escrito.
10) (OBM 2a Fase) O MDC de dois números é divisor de cada um dos dois números, ou seja,
cada um dos dois números é múltiplo de seu MDC. Logo queremos o maior valor de d
que tem dois múltiplos positivos menores ou iguais a 2011. O maior dos dois múltiplos
de d é maior ou igual a 2d, logo 2d ≤ 2011 ⇐⇒ d ≤ 1005. Como 1005 e 2 × 1005 = 2010
são ambos menores do que 2011, o valor procurado é 1005.
7
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 07 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
8360
× 394
33440
75240+
25080++
3293840
8
Problemas Gerais I - Aula 08
Problema 1. (OBMEP 2a Fase) A caminhonete do Tio Barnabé pode carregar até 2000
quilos. Ele aceita um serviço para transportar uma carga de 150 sacas de arroz de 60 quilos
cada e 100 sacas de milho de 25 quilos cada.
a) Você acha possı́vel que o Tio Barnabé faça esse serviço em cinco viagens? Por quê?
Solução.
a) Tio Barnabé tem que transportar uma carga total de 150 quilos. Como a carga
máxima da caminhonete é 2000 quilos, em cinco viagens Tio Barnabé poderá trans-
portar no máximo 5×2000 = 10000 quilos, faltando ainda 11500 quilos para completar
o serviço. Logo, não é possı́vel fazer o serviço em apenas 5 viagens.
b) Tio Barnabé pode fazer 5 viagens carregando, em cada uma, 30 sacas de arroz e
8 de milho, totalizando 30 × 60 + 8 × 25 = 1800 + 200 = 2000 quilos. Em cinco
viagens, ele levaria 30 × 5 = 150 sacas de arroz e 5 × 8 = 40 sacas de milho, restando
100 − 40 = 60sacas de milho, pesando 60 × 25 = 1500 quilos, que poderiam ser todas
transportadas na sexta viagem.
Outra solução: Tio Barnabé pode fazer 5 viagens levando, em cada uma, 28 sacos de
arroz e 12 de milho, totalizando 28 × 60 + 12 × 25 = 1980 quilos em cada viagem; na
sexta viagem ele pode levar os 10 sacos de arroz e os 40 de milho restantes, totalizando
10 × 60 + 12 × 25 = 1600 quilos.
Problema 2. (OBMEP 2a Fase) Alberto, Beatriz, Carlos, Dulce e Eduardo ainda dormiam
quando sua mãe saiu e deixou uma vasilha com jabuticabas e a instrução para que fossem
divididas igualmente entre eles. Alberto acordou primeiro, pegou 15 das jabuticabas e
saiu. Beatriz acordou depois, mas pensou que era a primeira a acordar e, por este motivo,
pegou 15 das jabuticabas restantes e também saiu. Os outros três irmãos acordaram juntos,
perceberam que Alberto e Beatriz já haviam saı́do e dividiram as jabuticabas restantes
igualmente entre eles.
b) Quem ficou com a menor quantidade de jabuticabas? Quem ficou com a maior quan-
tidade de jabuticabas?
c) Ao final da divisão, nenhum dos irmãos ficou com mais do que 20 jabuticabas. Quan-
tas jabuticabas havia na vasilha?
Solução.
1 1 4
a) Alberto, primeiro a acordar, pegou do total de jabuticabas deixando 1 − =
5 5 5
1
para os demais irmãos. Beatriz, segunda a acordar, pegou das jabuticabas deixadas
5
1 4 1 4 4
por Alberto, pegando assim de , ou seja, × = do total de jabuticabas.
5 5 5 5 25
1 1 4
b) Alberto pegou exatamente do total de jabuticabas, deixando 1 − = delas na
5 5 5
vasilha. Como Beatriz dividiu as jabuticabas deixadas por Alberto em cinco partes,
1 3
ela ficou com menos que e deixou mais que das jabuticabas. Os irmãos restantes,
5 5
3 1
dividindo esses em três partes iguais, ficaram com mais de cada. Logo foi Beatriz
5 5
quem ficou com menos jabuticabas e Carlos, Dulce e Eduardo com mais jabuticabas.
1
Podemos também pensar como segue. Alberto ficou com das jabuticabas e deixou
5
1 4 1 4 4
1 − = delas na vasilha. Beatriz ficou então com × = das jabuticabas e
5 5 5 5 25
4 4 16 1 16 16
deixou − = na vasilha. Cada um dos irmãos restantes ficou com × =
5 25 25 3 25 75
1 15 4 12
das jabuticabas. Como = e = , a conclusão segue.
5 75 25 75
16
c) Como Carlos, Dulce e Eduardo ficaram com das jabuticabas cada um e essa fração
75
é irredutı́vel, o total de jabuticabas tem que ser múltiplo de 75; por outro lado, como
cada um dos irmãos ficou com um número inteiro de jabuticabas menor ou igual a
20, o número total de jabuticabas é no máximo 100. O único múltiplo de 75 que é
menor ou igual a 100 é o próprio 75. Logo, havia 75 jabuticabas na vasilha; Alberto
1 4
ficou com × 75 = 15 jabuticabas, Beatriz com × 75 = 12 jabuticabas e Carlos,
5 25
16
Dulce e Eduardo com × 75 = 16 jabuticabas cada um.
75
1 Problemas
Problemas Gerais I: Problemas Introdutórios
Problema 3. Ariadne brinca com números de dois ou mais algarismos. Ela soma, aos
pares, os algarismos do número, da esquerda para a direita, e escreve os resultados em
2
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 07 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
ordem; em seguida, ela repete a brincadeira com o novo número e assim por diante. Se ela
chegar a um número com um único algarismo, a brincadeira acaba. Por exemplo, de 294
ela obtém 1113, pois 2 + 9 = 11 , 9 + 4 = 13, Depois, de 1113 ela obtém 224, pois 1 + 1 = 2,
1 + 1 = 2 e 1 + 3 = 4, e assim por diante. Essa brincadeira acaba com 1 (faça as contas) :
294 → 1113 → 224 → 46 → 10 → 1.
a) Escreva a sequência que começa com 4125.
b) Escreva os seis primeiros números da sequência que começa com 995.
a) Qual será a média anual do Quim se ele escolher as provas dos três primeiros bimes-
tres? E se ele escolher as provas dos três últimos?
b) Faça uma tabela com a porcentagem de acertos do Quim em cada prova para cada
bimestre.
c) Quim acha que sua média anual será a mais alta possı́vel se escolher as três provas
com as maiores porcentagens de acerto. Ele está certo? Por quê?
Problema 5. Joãozinho coleciona números naturais cujo algarismo das unidades é a soma
dos outros algarismos. Por exemplo, ele colecionou 10023, pois 1 + 0 + 0 + 2 = 3.
a) Na coleção de Joãozinho há um número que tem 4 algarismos e cujo algarismo das
unidades é 1. Que número é esse?
c) Qual é o maior número sem algarismos repetidos que pode aparecer na coleção?
Problema 6. Daniela gosta de brincar com números de dois ou mais algarismos. Ela escolhe
um desses números, multiplica seus algarismos e repete o procedimento, se necessário, até
chegar a um número com um único algarismo, que ela chama de número-parada do número
escolhido. Por exemplo, o número-parada de 32 é 6, pois 32 → 3 ×2 = 6 e o número-parada
de 236 é 8, pois 236 → 2 × 3 × 6 = 36 → 3 × 6 = 18 → 1 × 8 = 8.
3
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 07 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Problema 7. Ana e Cristina estão jogando contra Beatriz e Diana. No inı́cio de cada
partida, elas embaralham nove cartões numerados de 1 a 9 e cada uma pega dois cartões,
sobrando sempre um cartão na mesa. Cada menina calcula seus pontos somando os números
de seus cartões e o número de pontos da dupla é a soma dos pontos das duas parceiras.
Vence a dupla que fizer o maior número de pontos. Veja um exemplo de uma partida na
tabela:
a) Numa partida, Ana e Cristina tiraram somente cartões com números ı́mpares, e
sobrou o cartão de número 7. Qual foi o resultado da partida? Por quê?
b) Uma partida pode terminar empatada se sobrar o cartão de número 8? Por quê?
c) Uma partida pode terminar empatada se sobrar o cartão de número 5? Por quê?
d) Em outra partida, uma das meninas tirou o cartão de número 3. Ana fez um ponto
a menos que Beatriz, que fez um ponto a menos que Cristina, que fez um ponto a
menos que Diana. Quantos pontos fez a dupla que ganhou?
Problema 8. Três tanques iguais contêm, inicialmente, 32, 24 e 8 metros cúbicos de água
e estão ligados por registros, como na figura. Estes registros servem para deixar a água
passar de um tanque (mais cheio) para o outro (menos cheio) até que ambos fiquem com
o mesmo volume de água. Só se pode abrir um registro de cada vez, e ele é fechado assim
que os tanques que ele liga fiquem com o mesmo volume de água.
4
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 07 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
a) A partir da situação inicial, qual será o volume de água nos tanques A e B após
abrirmos o registro R1?
c) Explique por que o tanque A sempre vai ficar com mais de 21 metros cúbicos de água,
qualquer que seja a sequência de abertura de registros a partir da situação inicial.
c) Mostre que é possı́vel realizar corridas com extensão igual a qualquer número inteiro
de quilômetros.
Problema 10. Juca listou todos os números que podem ser escritos, da esquerda para a
direita, obedecendo as seguintes regras:
5
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6
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 07 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
4) (OBMEP 2a Fase)
5) (OBMEP 2a Fase)
a) Se Quim escolher as provas dos três primeiros bimestres, sua média anual será
10 × (20 + 6 + 32) 580
= ≈ 8, 3, já se ele escolher as provas dos três últimos
20 + 10 + 40 70
10 × (6 + 32 + 40) 780
bimestres sua média anual será = ≈ 8, 7.
10 + 40 + 40 90
O sı́mbolo ≈ significa aproximadamente.
20 6 32 40
b) Como = 1 = 100%, = 0, 6 = 60%, = 0, 8 = 80% e = 1 = 100%, a
20 10 40 40
tabela com a porcentagem de acertos do Quim é:
6) (OBMEP 2a Fase)
a) Há apenas três maneiras de escrever 1 como soma de três números naturais: 1 =
1 + 0 + 0 , 1 = 0 + 1 + 0 e 1 = 0 + 0 + 1, que nos dão as possibilidades 1001,
0101 e 0011. Os números 0101 e 0011 devem ser descartados, pois não têm quatro
algarismos significativos. Logo na coleção do Joãozinho aparece o número 1001.
7
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 07 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
b) Primeiro notamos que se um número com algarismos não nulos está na coleção,
então ele tem no máximo 10 algarismos. De fato, se ele tivesse 11 ou mais algarismos
não nulos então a soma de todos seus algarismos, exceto o das unidades, seria no
mı́nimo 10, o que não é possı́vel pois o maior algarismo é o 9. Logo todos os
números com algarismos não nulos na coleção têm no máximo 10 algarismos, o que
mostra que existe um maior número sem o 0 na coleção.
Vamos supor que a coleção do Joãozinho está completa. O número 2316 está na
coleção; trocando o 3 por 111 obtemos 211116, que também está na coleção e é
maior que 2316, pois tem mais algarismos. Em geral, se um número sem o algarismo
0 está na coleção e tem algum algarismo que não o das unidades diferente de 1,
podemos “espichar” o número, trocando esse algarismo por uma sequência de 1’s
e obtendo um novo número, que está na coleção e é maior que o primeiro. Logo o
maior número com algarismos não nulos na coleção deve ter todos seus algarismos
iguais a 1, com exceção do algarismo das unidades, que é igual ao número de 1’s
que o precedem. Como o maior algarismo das unidades possı́vel é 9, segue que o
número procurado é 1111111119.
Notamos que a coleção pode ter números arbitrariamente grandes com o algarismo
0, como (por exemplo) 101, 1001, 10001 e assim por diante.
c) Um número da coleção não pode ter seis algarismos distintos, pois nesse caso a
soma dos cinco algarismos na esquerda do algarismo das unidades seria no mı́nimo
0+1+2+3+4 = 10 . Por outro lado, a coleção pode ter números de cinco algarismos
distintos como, por exemplo, 25108. Se um destes números tem o algarismo das
unidades diferente de 9, podemos “aumentá-lo” adicionando 1 ao algarismo das
unidades e 1 ao algarismo das dezenas de milhares (que, claramente, não pode
ser 9), sem sair da coleção. Por exemplo, o número 43108 pode ser “aumentado”
para 53109, que também está na coleção. Logo o maior número de cinco algarismos
distintos na coleção deve ter 9 como algarismo das unidades. Basta agora escrever 9
como soma de quatro parcelas distintas em ordem decrescente para “montar“ nosso
número; segue imediatamente que a decomposição procurada é 9 = 6 + 2 + 1 + 0 e
obtemos o número 62109.
7) (OBMEP 2a Fase)
8
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 07 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
8) (OBMEP 2a Fase)
a) Como sobrou o cartão de número 7 e Ana e Cristina só tiraram cartões ı́mpares,
seus cartões foram 1, 3, 5 e 9; logo, a soma de seus pontos foi 1 + 3 + 5 + 9 = 18
. Beatriz e Diana tiram os cartões 2, 4, 6 e 8, cuja soma é 2 + 4 + 6 + 8 = 20 ;
podemos também ver este total como 45 − 18 − 7 = 20, onde 45 é o total de pontos,
18 os pontos de Cristina e Ana e 7 a carta que ficou na mesa. Logo Beatriz e Diana
ganharam por 20 a 18.
b) A soma dos valores de todos os cartões é 1 + 2 + · · · + 9 = 45; se o 8 fica na mesa
então, para que a partida termine empatada, 45 − 8 = 37 (ou então 1 + 2 + 3 + 4 +
5 + 6 + 7 + 9 = 37 ) pontos devem ser divididos igualmente pelas duas duplas, o
que é impossı́vel pois 37 é um número ı́mpar. Mais geralmente, se sobra um cartão
de número par na mesa, a soma dos pontos das duplas é 45 menos um número par
= número ı́mpar , e não pode haver empate neste caso.
c) Quando sobra o cartão de número 5, a soma dos pontos das duplas é 45 − 5 = 40
, que é um número par. Se nesse caso uma partida termina empatada, cada dupla
deve ter feito 40 ÷ 2 = 20 pontos. Para argumentar que o empate pode realmente
acontecer nessa situação, é necessário exibir uma partida que termine empatada
em 20 a 20; um exemplo é quando uma dupla retira os cartões de números 1, 2, 8e9
e a outra retira os restantes.
d) Uma solução: O cartão com menor número que pode sobrar é 1 e o maior é 9. Logo,
a soma dos pontos feitos pelas duas duplas varia de 45 − 9 = 36 a 45 − 1 = 44 , ou
seja, os pontos das meninas são quatro números consecutivos cuja soma está entre
36 e 44. As possibilidades 1, 2, 3, 4, 2, 3, 4, 5, 3, 4, 5, 6, 4, 5, 6, 7, 5, 6, 7, 8, 6, 7, 8, 9 e
7, 8, 9, 10 não servem pois, em qualquer delas, a soma dos números é menor que 36.
Analogamente 10, 11, 12, 13, 11, 12, 13, 14, 12, 13, 14, 15, 13, 14, 15, 16 e 14, 15, 16, 17
não servem pois, em qualquer caso, a soma dos números é maior que 44. Restam
as possibilidades 8, 9, 10, 11 e 9, 10, 11, 12. No primeiro caso, o cartão que ficou
na mesa é o de número 45 − (8 + 9 + 10 + 11) = 7 e no segundo é o de número
45 − (9 + 10 + 11 + 12) = 3 . Como o cartão que ficou na mesa não foi o de número
3, só resta a primeira possibilidade; concluı́mos que Ana fez 8 pontos, Beatriz fez
9, Cristina fez 10 e Diana fez 11. A dupla que venceu foi Beatriz e Diana, com
9 + 11 = 20 pontos contra 8 + 10 = 18 de Ana e Cristina.
9
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 07 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Uma solução com variável fica bem mais curta. Se x é a pontuação de Ana, então
x+1, x+2 e x+3 são as pontuações de Beatriz, Cristina e Diana, respectivamente.
Logo a soma dos pontos das duas duplas é x + (x + 1) + (x + 2) + (x + 3) = 4x + 6
, que como vimos no parágrafo anterior é no mı́nimo 36 e no máximo 44. Logo
36 ≤ 4x + 6 ≤ 44 , ou seja, 30 ≤ 4x ≤ 38 e concluı́mos que 7, 5 ≤ x ≤ 9, 5. Logo
x = 8 ou x = 9 são os possı́veis números de pontos de Ana. Se x = 8 estamos
no caso 8, 9, 10, 11, quando sobra o cartão de número 45 − (8 + 9 + 10 + 11) = 7
, e para x = 9 estamos no caso 9, 10, 11, 12, quando sobra o cartão de número
45 − (9 + 10 + 11 + 12) = 3 . O restante do argumento segue como no parágrafo
anterior.
9) (OBMEP 2a Fase) Quando dois tanques são equalizados, o volume total de água desses
tanques é a soma dos volumes antes da equalização; logo, ao final de uma equalização,
o volume de água de cada um dos tanques é a média aritmética dos volumes iniciais.
Em particular, quando dois tanques são equalizados, o tanque com mais água fica com
menos e o com menos fica com mais. Isso mostra que o volume de água do tanque A
será sempre maior ou igual ao de B, que por sua vez será sempre maior ou igual ao
de C; em particular, vemos que o volume de água de A sempre será maior ou igual ao
volume de água dos outros tanques e que o volume de água em C nunca diminui.
32 + 24 56
a) Ao abrir R1, os tanques A e B ficarão com = = 28 metros cúbicos de
2 2
R1
água cada; com a notação do enunciado, temos (32; 24; 8) → (28; 28; 8)
b) Observamos que há apenas duas sequências possı́veis: a que começa com R1 e a
que começa com R2. A segunda delas é a sequência procurada:
R2 R1 R2 R1 R2
(32; 24; 8) → (32; 16; 16) → (24; 24; 16) → (24; 20; 20) → (22; 22; 20) → (22; 21; 21).
c) Mostramos a seguir os termos iniciais das sequências que começam com R1 e R2:
R2 R1 R2 R1 R2 R1
(32; 24; 8) → (32; 16; 16) → (24; 24; 16) → (24; 20; 20) → (22; 22; 20) → (22; 21; 21) →
(21, 5; 21, 5; 21)
R1 R2 R1 R2 R1
(32; 24; 8) → (28; 28; 8) → (28; 18; 18) → (23; 23; 18) → (23; 20, 5; 20, 5) → (21, 75; 21, 75; 20, 5)
Como o volume de água de A é sempre maior ou igual que o de C e o volume
de C não diminui, segue que, o volume de água em A será sempre maior que 21
m3 . Podemos também argumentar que como a média aritmética de um conjunto
de números é menor ou igual que o maior desses números, o volume de água em
A será sempre maior ou igual do que a média aritmética do volume total de água
32 + 24 + 8 64 1
dos três tanques; essa média é = = 21 + metros cúbicos, que é
3 3 3
maior que 21 etros cúbicos.
10
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 07 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
a) Como não é possı́vel repetir algarismos, os algarismos que podem ser acrescentados
na direita de 1063 são 2, 4, 5, 7, 8 e 9; desses, o único que é múltiplo ou divisor de
3 é o algarismo 9. O número 10639 está na lista de Juca, não é possı́vel acrescentar
um novo algarismo pois 2, 4, 5, 7 e 8 não são múltiplos nem divisores de 9.
b) O número natural sucessor de 2015 é 2016, entretanto ele não está na lista de
Juca, pois os números dessa lista devem ser acrescidos de algarismos enquanto for
possı́vel colocar múltiplo ou divisor do último algarismo escrito, ou seja 2016 pode
ser completado a 201639. O próximo número que vem depois do 2016 é 2017, e este
sim está na lista de Juca, j’a que 3, 4, 5, 6, 8 e 9 não são múltiplos nem divisores
de 7.
c) Como qualquer número é múltiplo de 1 e divisor de 0, todos os números listados
por Juca vão conter os algarismos 0 e 1 e sempre será possı́vel acrescentar outro
algarismo disponı́vel na direita desses dois algarismos. Assim, todos os números
listados por Juca têm pelo menos três algarismos. Os primeiros números com três
algarismos distintos são 102, 103 e 104, que não estão na lista de Juca, pois é
possı́vel acrescentar 4 ou 8 na direita do 2, 6 ou 9 na direita do 3 e 2 ou 8 na direita
do 4. Como 105 está na lista de Juca, pois não é possı́vel acrescentar os algarismos
2, 3, 4, 6, 7, 8 e 9 na direita do 5, segue que esse é o menor número na lista de
Juca.
d) O maior número da lista de Juca é o 9362841705. Ele é o maior porque contém
11
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 07 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
12
Problemas de Teoria dos Números e Contagem - Aula 09
Após os conceitos de números inteiros que foram trabalhados até este ponto, como divi-
sores, múltiplos e outros, estes podem ser utilizados em problemas de contagem. Perguntas
como: quantos são os números inteiros que satisfazem tal condição, ou quantos divisores
tal número possui, podem ser explorados utilizando ideias simples de contagem.
Nesta aula os princı́pios aditivo e multiplicativo serão bastante utilizados, lembrando
que problemas de contagem possuem diversas soluções, sempre é bom tentar pensar uma
resposta por outros caminhos.
Problema 1. (OBMEP 2a Fase) Um número A de dois algarismos é um supernúmero se é
possı́vel encontrar dois números B e C, ambos também de dois algarismos, tais que:
• A=B+C
• soma dos algarismos de A = (soma dos algarismos de B) + (soma dos algarismos de
C).
Por exemplo, 35 é um supernúmero. Duas maneiras diferentes de mostrar isto são
35 = 11 + 24 e 35 = 21 + 14, pois 3 + 5 = (1 + 1) + (2 + 4) e 3 + 5 = (2 + 1) + (1 + 4). A
única maneira de mostrar que 21 é um supernúmero é 21 = 10 + 11.
a) Mostre de duas maneiras diferentes que 22 é um supernúmero e de três maneiras
diferentes que 25 é um supernúmero.
b) De quantas maneiras diferentes é possı́vel mostrar que 49 é um supernúmero?
c) Quantos supernúmeros existem?
Solução.
a) Duas maneiras de mostrar que 22 é um supernúmero são 22 = 10 + 12 (2 + 2 =
1 + 0 + 1 + 2) e 22 = 11 + 11 (2 + 2 = 1 + 1 + 1 + 1).
Três maneiras de mostrar que 25 é um supernúmero são 25 = 10 + 15 (2 + 5 =
1 + 0 + 1 + 5), 25 = 11 + 14 (2 + 5 = 1 + 1 + 1 + 4) e 25 = 12 + 13 (2 + 5 = 1 + 2 + 1 + 3).
b) A seguir estão todas as maneiras possı́veis de escrever 49 como soma de dois algarismos
cada (colocando sempre a menor parcela na esquerda):
49 = 10 + 39, 49 = 11 + 38, 49 = 12 + 37, · · · , 49 = 24 + 25
De 10 até 24 temos 24 − 10 + 1 = 15, e qualquer uma dessas pode ser usada para
mostrar que 49 é um supernúmero, por exemplo, 4 + 9 = 1 + 7 + 2 + 2.
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 09 - Emiliano Chagas
Problema 2. (OBMEP 2a Fase) Dois números naturais formam um casal quando eles têm
o mesmo número de algarismos e em sua soma aparece apenas o algarismo 9. Por exemplo,
225 e 774 são um casal, pois ambos têm três algarismos e 225 + 774 = 999.
Casais especiais são casais em que os dois números têm os mesmos algarismos e, em
cada número, os algarismos são distintos. Por exemplo, 36 e 63 formam um casal especial,
mas 277 e 722 não.
d) Explique por que não existem casais especiais com números de três algarismos.
Solução.
a) O número que forma um casal com 2010 é 7989, pois ambos possuem quatro dı́gitos
e sua soma é 2010 + 7989 = 9999.
b) Existem noventa números com dois dı́gitos, a saber, os números de 10 a 99. Desses
números, só não possuem par aqueles que começam com 9, ou seja, os dez números
de 90 a 99. Logo, oitenta números com dois dı́gitos têm par para formar um casal, e
portanto existem quarenta casais distintos com dois dı́gitos.
c) Damos a seguir três exemplos de casais especiais: (2376, 7623), (5814, 4185) e (8901, 1098).
d) 1a solução: Vamos supor que exista um casal especial de números com três algarismos.
Sejam A o algarismo das centenas, B o algarismo das dezenas e C o algarismo das
unidades de um dos números desse casal; esse número é então ABC, onde notamos
que A não é igual a 0. Esses são também os algarismos do segundo número do
casal, que pode então ser ABC, ACB, BAC, BCA, CAB ou CBA. Temos então
2
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 09 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
1 Problemas
Problemas de Teoria dos Números e Contagem: Problemas Introdutórios
3
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 09 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Problema 6. Cláudia gosta de brincar com números de dois ou mais algarismos. Ela
escolhe um desses números, multiplica seus algarismos e, caso o produto tenha mais de um
algarismo, ela os soma. Ela chama o resultado final de transformado do número escolhido.
Por exemplo, o transformado de 187 é 11, pois 1×8×7 = 56 e 5+6 = 11; já o transformado
de 23 é 6, pois 2 × 3 = 6.
a) Ao todo, quantos cartões foram utilizados? Lembre-se que, por exemplo, 037 é um
número de dois algarismos, bem como 0853 é um número de três algarismos.
b) Todos os cartões são então colocados numa mesma urna e embaralhados. Depois
Jade retira os cartões, um a um, sem olhar o que está pegando. Quantos cartões Jade
deverá retirar para ter certeza de que há dois cartões azuis entre os retirados?
Problema 8. Quantos números inteiros maiores do que 20032 e menores do que 20042 são
múltiplos de 100?
Problema 9. Qual é o maior número de algarismos que devem ser apagados do número de
1000 algarismos 20082008 · · · 2008, de modo que a soma dos algarismos restantes seja 2008?
Problema 11. Carlinhos escreve números inteiros positivos diferentes e menores do que
1000 em várias bolas e coloca-as numa caixa, de modo que Mariazinha possa pegar ao
acaso duas dessas bolas. Quantas bolas no máximo Carlinhos irá colocar na caixa se os
números das duas bolas deverão ter um divisor comum maior do que 1?
Problema 12. Esmeralda, de olhos vendados, retira cartões de uma urna contendo inici-
almente 100 cartões numerados de 1 a 100, cada um com um número diferente. Qual é o
número mı́nimo de cartões que Esmeralda deve retirar para ter certeza de que o número
do cartão seja um múltiplo de 4?
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POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 09 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Problema 13. Quantos os números de dois algarismos têm a soma desses algarismos igual
a um quadrado perfeito? Lembre-se que, por exemplo, 09 é um número de um algarismo.
Problema 14. Quantos números inteiros maiores que zero e menores que 100 possuem
algum divisor cuja soma dos dı́gitos seja 5?
Problema 15. Dizemos que dois ou mais números são irmãos quando têm exatamente os
mesmos fatores primos. Por exemplo, os números 10 = 2 × 5 e 20 = 22 × 5 são irmãos, pois
têm 2 e 5 como seus únicos fatores primos. O número 60 tem quantos irmãos menores do
que 1000?
Problema 16. Começando com qualquer número natural não nulo é sempre possı́vel formar
uma sequência de números que termina em 1, seguindo repetidamente as instruções abaixo:
21 −→ 22 −→ 11 −→ 12 −→ 6 −→ 3 −→ 4 −→ 2 −→ 1
Nessa sequência aparecem nove números, por isso, dizemos que ela tem comprimento
9. Além disso, como ela começa com um número ı́mpar, dizemos que ela é uma sequência
ı́mpar.
b) Existem três sequências de comprimento 5, sendo duas pares e uma ı́mpar. Escreva
essas sequências.
d) Existem ao todo 377 sequências de comprimento 15, sendo 233 pares e 144 ı́mpares.
Quantas são as sequências de comprimento 16? Dessas, quantas são pares? Não se
esqueça de justificar sua resposta.
Problema 17. Um hotel tem 15 andares com 25 quartos cada um. As chaves dos quartos
são identificadas por um número de três ou quatro algarismos indicando o andar, de 1 a 15,
seguido do número do quarto, de 01 a 25. Por exemplo, a chave 106 é a do quarto número
06 do 1o andar e a chave 1315 é a do quarto número 15 do 13o andar.
c) Dionı́sio não aceita ficar em um quarto em cuja chave aparece o algarismo 1 seguido
de 1 ou de 3. Em quantos quartos do hotel ele pode se hospedar?
5
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 09 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
Problema 18. Dizemos que um número natural é teimoso se, ao ser elevado a qualquer
expoente inteiro positivo, termina com o mesmo algarismo. Por exemplo, 10 é teimoso,
pois 102 , 103 , · · · são números que também terminam em zero. Quantos números naturais
teimosos de três algarismos existem?
Problema 19. Em uma face de cada um de três cartões foi escrito um número inteiro
positivo. Em seguida, os cartões foram colocados lado a lado sobre uma mesa, com a face
numerada para baixo. Arnaldo, Bernaldo e Cernaldo sabem que:
b) Agora é hora de descobrir os números que foram escritos nos cartões. Primeiramente,
Arnaldo olha o número do primeiro cartão na esquerda e diz que não tem informações
suficientes para descobrir os outros dois números sem levantar os outros cartões.
Depois, Bernaldo levanta o último cartão na direita, olha o número e diz também que
não consegue descobrir os dois números na esquerda, sem levantar todos os cartões.
E o mesmo acontece com Cernaldo, que levanta o cartão do meio, olha seu número e
afirma que não consegue descobrir os números nos outros dois cartões. Sabendo que
todos ouvem o que os demais dizem, mas não vêem o cartão que o outro olhou, qual
número está escrito no cartão do meio?
6
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 09 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
3) (OBM 1a Fase) Em 600 números consecutivos, existem 600÷3 = 200 números múltiplos
de 3 e 600 ÷ 4 = 150 números múltiplos de 4, mas veja que existem números que foram
contados duas vezes, os números múltiplos de 3 e de 4, que são os números múltiplos
de 12, e eles são 600 ÷ 12 = 50. Portanto são 200 + 150 − 50 = 300 páginas impressas.
4) (OBM 1a Fase) Dentre os números de 10 a 99, a soma dos algarismos mais frequente é
9 ou 10, ambas aparecendo 9 vezes cada. Logo o maior número de tentativas erradas
que a segunda pode fazer é 9 − 1 = 8.
5) (OBM 1a Fase) Seja XY Z um número de três dı́gitos que detona 314. Devemos ter X
= 4, 5, 6, 7, 8 ou 9; Y = 2, 3, · · · , 9 e Z = 5, 6, 7, 8 ou 9. Portanto, temos 6 opções
para o primeiro dı́gito, 8 para o segundo e 5 para o terceiro. Ou seja 6 × 8 × 5 = 240.
6) (OBMEP 2a Fase)
7
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 09 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
7) (OBM 2a Fase)
a) Há 999 − 100 + 1 = 900 números de três algarismos, escritos em cartões amarelos,
e 9999 − 1000 + 1 = 9000 números de quatro algarismos, escritos em cartões azuis.
Ao todo, foram utilizados 900 + 9000 = 9900 cartões.
b) Como existe a possibilidade de serem retirados todos os cartões amarelos antes de
aparecer algum azul, para Jade ter certeza de que há dois cartões azuis entre os
retirados ela deverá retirar 900 + 2 = 902 cartões.
8) (OBM 2a Fase) Perceba que 20032 é um número que termina em 9, mais precisamente
20032 = 4012009, logo ele não é um múltiplo de 100, e 20042 é um número que termina
em 16, mais precisamente 20032 = 4016016, que também não é múltiplo de 100. Logo
a quantidade de múltiplos de 100 entre os dois números pode ser obtida olhando a
diferença entre esses números.
20042 − 20032 = 4016016 − 1012009 = 4007
Logo ao fazermos 4007 ÷ 100 temos quociente 40 e resto 7, ou seja, são 40 múltiplos de
100 e um deslocamento de 7 unidades, insuficiente para atingir outro múltiplo de 100.
8
POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 09 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
11) (OBM 2a Fase) Não podemos colocar o número 1 em nenhuma bola, pois o M DC entre
1 e qualquer outro número é 1, assim temos 998 números disponı́veis. Além disso, se
forem usadas 500 bolas ou mais, haverá duas com números consecutivos, sempre primos
entre si, então não podemos colocar mais que 499 bolas. Mas existe uma forma de
colocar 499 bolas, usando os números pares de 2 a 998.
12) (OBM 2a Fase) De 1 a 100, existem 25 múltiplos de 4; logo, 75 cartões não contêm
múltiplos de 4. No pior caso possı́vel, Esmeralda tiraria todos esses cartões antes de
sair algum cartão com múltiplo de 4. Assim, para ter certeza de que o número tirado
seja múltiplo de 4, Esmeralda deve retirar todos eles e mais um, ou seja, 76 cartões.
13) (OBM 2a Fase) A soma dos algarismos dos números de dois algarismos varia de 1 a 18.
Dessas somas, as que são quadrados perfeitos são 1, 4, 9 e 16. Temos então:
• Soma 1: número 10
• Soma 4: números 13, 22, 31 e 40
• Soma 9: números 18, 27, 36, 45, 54, 63, 72, 81 e 90
• Soma 16: números 79, 88 e 97
Portanto, nas condições propostas, há 17 números.
14) (OBM 2a Fase) São os múltiplos de 5, que nesse intervalo são 19; os múltiplos de 14,
que são 6 (pois o 70 já foi contado); os múltiplos de 23, que são 4; os múltiplos de 32,
que são 3 e, finalmente, os múltiplos de 41, que são 2. Note que o único múltiplo de 50
no intervalo, que é o próprio 50, já foi contato nos múltiplos de 5. Portanto ao todo são
19 + 6 + 4 + 3 + 2 = 34 números.
15) (OBM 2a Fase) 60 = 22 × 3 × 5 tem os fatores 2, 3 e 5, logo os irmãos de 60 são múltiplos
de 2 × 3 × 5 = 30. Veja que 1000 ÷ 30 retorna quociente 33, logo são 33 múltiplos de 30
menores que 1000, então 60 tem no máximo 32 irmãos. Destes múltiplos, os que tem
outros fatores além de 2, 3 e 5 são: 7 × 30, 11 × 30, 13 × 30, 14 × 30, 17 × 30, 19 × 30,
21 × 30, 22 × 30, 23 × 30, 26 × 30, 28 × 30, 29 × 30, 31 × 30 e 33 × 30. Logo 60 possui
32 − 14 = 18 irmãos.
16) (OBMEP 2a Fase)
a) A sequência é: 37 −→ 38 −→ 19 −→ 20 −→ 10 −→ 5 −→ 6 −→ 3 −→ 4 −→ 2 −→
1.
b) A única sequência de comprimento 3 é 4 −→ 2 −→ 1. As sequências de compri-
mento 4 são 3 −→ 4 −→ 2 −→ 1 e 8 −→ 4 −→ 2 −→ 1; elas são obtidas a partir
de 4 −→ 2 −→ 1, a primeira acrescentando 4 − 1 = 3 na esquerda e a segunda
acrescentando 2 × 4 = 8 na esquerda. Do mesmo modo, a sequência ı́mpar 3 −→
4 −→ 2 −→ 1 dá origem a sequência par 6 −→ 3 −→ 4 −→ 2 −→ 1; a sequência
par 8 −→ 4 −→ 2 −→ 1 dá origem a sequência ı́mpar 7 −→ 8 −→ 4 −→ 2 −→ 1 e
a sequência par 16 −→ 8 −→ 4 −→ 2 −→ 1. Temos assim as três únicas sequências
de comprimento 5, sendo 2 pares e 1 ı́mpar. O raciocı́nio pode ser representado
pelo esquema a seguir.
9
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POTI - Aritmética - Nı́vel 1 - Aula 09 - Emiliano Chagas 1 PROBLEMAS
18) (OBM 2a Fase) São teimosos apenas os números que terminam em 0,1, 5 e 6. A quan-
tidade de números teimosos de 3 algarismos é 9 × 10 × 4 = 360 (na casa das centenas
podemos escrever qualquer algarismo de 1 a 9, na casa das dezenas podemos escrever
qualquer algarismo de 0 a 9 e na casa das unidades podemos escrever um dos quatro
algarismos acima).
a) Temos 1 + 2 + 10, 1 + 3 + 9, 1 + 4 + 8, 1 + 5 + 7, 2 + 3 + 8, 2 + 4 + 7, 2 + 5 + 6 e
3+4+6
b) Quando Arnaldo olha, pode-se eliminar o 3 + 4 + 6, pois ele saberia, já que é o
único que começa com 3. Quando Bernaldo olha, pode-se eliminar o 1 + 2 + 10, o
1 + 3 + 9 e o 2 + 5 + 6. O primeiro porque é o único que acaba com 10. O segundo
com 9. E o último, já que não pode ser o 3 + 4 + 6 graças a Arnaldo é o único que
acaba com 6. Quando Cernaldo olha, pode-se eliminar o 1 + 5 + 7 e o 2 + 3 + 8. Já
que o 2 + 5 + 6 foi eliminado por Bernaldo, o 1 + 5 + 7 é o único com 5 no meio. E
já que Bernaldo também eliminou o 1 + 3 + 9, o 2 + 3 + 8 é o único com 3 no meio.
Resposta: Assim sobraram apenas o 1 + 4 + 8 e o 2 + 4 + 7. Então o 4 está no
cartão do meio.
12
POLOS OLÍMPICOS DE
TREINAMENTO INTENSIVO
geometria
nível 1
Polos Olímpicos de Treinamento
Curso de Geometria - Nível 1
Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Aula 1
Áreas I
A área de uma figura plana é um conceito primitivo de Geometria Plana que é difı́cil de
formalizar de maneira rigorosa, mas fácil de se entender de maneira intuitiva. Para facili-
tar nosso entendimento, estudaremos as áreas das figuras planas a partir de três premissas
básica que iremos assumir como verdadeiras. São elas:
Premissa II. Se uma figura plana é dividida em dois ou mais pedeços, a soma das
áreas dos pedaços é igual à área da figura original.
Premissa III. Se duas figuras são idênticas, então possuem a mesma área.
F B E C
A D
Figura 1: Veja que a área do paralelogramo ABCD é igual à área do retângulo ADEF .
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
A D
B C
Para descobrirmos a área de um triângulo ABC, trace uma paralela ao lado BC pas-
sando por A e uma paralela ao lado AC passando por B. Se D é o ponto de encontro entre
essas duas paralelas, veja que ABCD é um paralelogramo e que os triângulos ABC e ACD
são idênticos. Agora, sendo B a medida da base BC e h a altura do triângulo, pelo o que
vimos anteriormente, sabemos que a área do paralelogramo ABCD é igual a B × h. Por
outro lado, esse paralelogramo pode ser divido em duas partes iguais (os triângulos ABC
e BCD). Portanto, cada um terá área igual a B×h
2 .
Notação: Utilizaremos colchetes para denotar áreas de figuras. Por exemplo, a área
do triângulo ABC será denotada por [ABC] e a área do quadrilátero XY ZW será
denotada por [XY ZW ].
Para finalizar a parte teórica neste capı́tulo, iremos demonstrar o seguinte resultado:
B M C
Demonstração. Note que os dois triângulos têm a mesma altura e a mesma medida
de base, pois BM = M C (por definição). Logo, utilizando a fórmula de área para
triângulos, o resultado é imediato.
2
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Problemas Introdutórios
Problema 1. (OBMEP 2015 - 1a Fase) Os pontos destacados nos quadrados abaixo são
1
pontos médios dos lados. Quantos desses quadrados têm área sombreada igual a de sua
4
área?
Problema 3. (OBMEP 2017 - 1a Fase) A área da figura é igual à soma das áreas de quantos
quadradinhos do quadriculado?
Problema 4. Cada lado do quadrado ABCD de lado quatro é dividido em partes iguais
por três pontos. Escolhendo um ponto (dos três internos) em cada lado podemos formar
um quadrilátero cinza. Qual é a área desse quadrilátero?
3
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D C
A B
Problema 5. (OBM 2005 - 1a Fase) Seis retângulos idênticos são reunidos para formar um
retângulo maior conforme indicado na figura. Qual é a área deste retângulo maior?
21cm
Problemas Propostos
4
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Problema 8. (OBMEP 2009 - 1a Fase) A figura mostra cinco triângulos equiláteros. A que
fração da área da figura corresponde a área sombreada?
Problema 9. (OBMEP 2012 - 1a Fase) O retângulo ao lado, que foi recortado de uma folha
de papel quadriculado, mede 4 cm de largura por 5 cm de altura. Qual é a área da região
sombreada?
Problema 10. (OBM 2011 - 1a Fase) O retângulo da figura abaixo está dividido em 10
quadrados. As medidas dos lados de todos os quadrados são números inteiros positivos e
são os menores valores possı́veis. Qual é a área desse retângulo?
5
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Problema 11. (OBMEP 2009 - 1a Fase) Na figura, o quadrado ABCD tem área 40 cm2 .
Os pontos P, Q, R e S são pontos médios dos lados do quadrado e T é o ponto médio do
segmento RS. Qual é a área do triângulo PQT?
D R C
S Q
A P B
Problema 12. (OBMEP 2010 - 1a Fase) A figura mostra um quadrado com suas diagonais
e segmentos que unem os pontos médios de seus lados. A área em cinza corresponde a que
fração da área do quadrado?
Problema 13. (OBMEP 2015 - 1a Fase) A figura abaixo é formada por dois quadrados de
lado 6 cm e dois triângulos. Se M é o ponto médio de AB, qual é a área total da figura?
6
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Problema 14. (OBM 2004 - 2a Fase) No desenho, os quadriláteros ABCD, EFAG e IAJH
são retângulos e H é ponto médio de AE. Calcule a razão entre a área do retângulo ABCD
e o triângulo AHI.
A I F B
J H
G E
D C
Problema 15. (OBM 2009 - 1a Fase) Na figura, C é um ponto do segmento BD tal que
ACDE é um retângulo e ABCE é um paralelogramo de área 22 cm2 . Qual é a área de
ABDE, em cm2 ?
A
E B
Problema 16. (OBM 2006 - 1a Fase) A figura a seguir representa um Tangram, quebra-
cabeças chinês formado por 5 triângulos, 1 paralelogramo e 1 quadrado. Sabendo que a
área do Tangram a seguir é 64 cm2 , qual é a área, em cm2 , da região sombreada?
7
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Problema 17. (OBM 2015 - 1a Fase) Com dois cortes perpendiculares, Pablo dividiu uma
folha de madeira quadrada em dois quadrados, um de área 400 cm2 e outro de área de 900
cm2 e mais dois retângulos iguais, conforme desenho. Qual é a área da folha de madeira?
Problema 18. (OBM 2008 - 1a Fase) Juntando quatro trapézios iguais de bases 30 cm e 50
cm, como o da figura ao lado, podemos formar um quadrado de área 2500 cm2 , com um
buraco quadrado no meio. Qual é a área de cada trapézio, em cm2 ?
30cm
45o 45o
50 cm
Problema 19. (OBMEP 2006 - 1a Fase) Na figura, os cinco quadrados são iguais e os
vértices do polı́gono sombreado são pontos médios dos lados dos quadrados. Se a área de
cada quadrado é 1 cm2 , qual a área do polı́gono sombreado?
Problema 20. (OBMEP 2016 - 1a Fase) Alice fez três dobras numa folha de papel quadrada
de lado 20 cm, branca na frente e cinza no verso. Na primeira dobra, ela fez um vértice
8
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
coincidir com o centro do quadrado e depois fez mais duas dobras, como indicado na figura.
Após a terceira dobra, qual é a área da parte cinza da folha que ficou visı́vel?
3 cm
3 cm
a)
1 cm
b)
9
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5 cm
c)
Problema 22. (OBMEP 2013 - 2a Fase) Dafne tem muitas peças de plástico: quadrados
cinzas claros de lado 3 cm, quadrados pretos de lado 4 cm e triângulos retângulos cinzas
cujos lados menores medem 3 cm e 4 cm, como mostrado à esquerda. Com estas peças e
sem sobreposição, ela forma figuras como, por exemplo, o hexágono à direita.
b) Usando somente peças quadradas, Dafne formou a figura ao lado, com um buraco em
seu interior. Qual é a área do buraco?
c) Mostre como Dafne pode preencher, sem deixar buracos, um quadrado de lado 15 cm
com suas peças, sendo apenas uma delas um quadrado de lado 3 cm.
10
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
d) Explique por que Dafne não pode preencher um quadrado de lado 15 cm sem usar
pelo menos um quadrado de lado 3 cm.
Problema 23. (OBMEP 2016 - 2a Fase) A figura ao lado foi desenhada sobre um quadri-
culado formado por nove quadradinhos, cada um com área igual a 4 cm2 .
Problema 24. (OBMEP 2008 - 1a Fase) Uma tira retangular de cartolina, branca de um
lado e cinza do outro, foi dobrada como na figura, formando um polı́gono de 8 lados. Qual
é a área desse polı́gono?
11
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48 cm 24 cm
12 cm
Problema 25. (OBMEP 2010 - 1a Fase) A figura mostra quatro quadrados iguais dentro
de umquadrado maior. A área em cinza é 128 cm2 e a área de cada quadrado menor é igual
a 9% da área do quadrado maior. Qual é a área do quadrado maior?
Problema 27. (OBMEP 2013 - 1a Fase) Juliana desenhou, em uma folha de papel, um
retângulo de comprimento 12 cm e largura 10 cm. Ela escolheu um ponto P no interior do
retângulo e recortou os triângulos sombreados como na fi gura. Com esse s triângulos, ela
montou o quadrilátero da direita. Qual é a área do quadrilátero?
12
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Problema 28. (OBMEP 2014 - 1a Fase) A figura é formada por dois quadrados, um de
lado 8 cm e outro de lado 6 cm. Qual é a área da região sombreada?
Problema 29. (OBMEP 2016 - 1a Fase) Na figura, os pontos C e F pertencem aos lados BD
e AE do quadrilátero ABDE, respectivamente. Os ângulos B e E são retos e os segmentos
AB, CD, DE e FA têm suas medidas indicadas na figura. Qual é a área do quadrilátero
ACDF?
E
7
D
2
C
B A
10
Problema 30. (OBMEP 2016 - 1a Fase) O triângulo equilátero ABC da figura é formado
por 36 triângulos equiláteros menores, cada um deles com área 1. Qual é a soma das áreas
dos quatro triângulos sombreados?
13
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A B
Problema 31. (OBM) Na figura a seguir, temos três quadrados de área 1, qual é a área do
retângulo que o contorna?
Problema 32. Na figura abaixo ABCD é um retângulo de área 11cm2 . Sabemos também
que A0 A = AD, BB 0 = BA, CC 0 = CB e DD0 = DC. Determine a área do quadrilátero
A0 B 0 C 0 D 0 .
B0
B C
C0
A D
A0
D0
Problema 33. (OBM 2005) Quatro peças iguais, em forma de triângulo retângulo, foram
dispostas de dois modos diferentes, como mostram as figuras.
14
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I M
J N
F
B
C
A
D
K H
L O
P
Problema 34. João dividiu uma folha de papel quadrada, com 20cm de lado, em 5 pedaços
de mesma área. O primeiro corte teve inı́cio no centro do quadrado e prolongou-se até a
fronteira do papel a 7cm de um canto, como indicado na figura seguinte.
D C
F
E
A B
Sabendo que o João fez todos os cortes em linha recta a partir do centro do quadrado,
de que forma cortou o papel?
a) S5 = S2 + S3 .
b) S1 = S4 + S6 .
15
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D C
S4
S5 F
E S6
S1
S3
S2
A P B
Problema 36. Na figura abaixo ABCD e DEF G são paralelogramos. Além disso, C está
sobre F E e G estpa sobre AB. Prove que ambos paralelogramos têm a mesma área.
A G B
D C
B D C
Problema 38. Na figura abaixo E, F, G, H são pontos médios. Determine a área do qua-
drilátero que está faltando.
16
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B
E
A
200 F
210
C
H
240 G
Problema 39. (Maio 2011) No retângulo ABCD, BC = 5 e 3EC = CD. Seja F o ponto
de encontro entre DB e AE. Se a área do ∆F DE é 12 e a área do ∆F AB é 27, calcule a
área do retângulo.
D E C
A B
Problema 41. (OBM) Sobre cada lado de um triângulo de área 10cm2 foi construı́do um
quadrado. Em seguida, foram construı́dos três triângulos usando um vértice do triângulo
e dois vértices dos quadrados, como mostrado na Figura 1. Depois, os quadrados foram
retirados e cada um dos triângulos construı́dos foi girado até um de seus lados coincidir com
um lado do triângulo inicial. Qual é a área da Figura 2, formada pelos quatro triângulos?
17
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Figura 2
Figura 1
Problema 42. (OBM 2013) Paulo possui uma folha de papel ABCD quadrada de lado
20cm. A frente da folha é branca e o verso é cinza. O ponto E é marcado no centro da
folha. Ele decide fazer um cata-vento com a folha. Para isso, ele recorta o segmento BE e
dobra a ponta que estava no ponto B até o ponto E. Ele repete o procedimento para cada
um dos outros três vértices do quadrado, completando o cata-vento.
A B
D C
b) Paulo pegou outra folha quadrada XY ZW igual à folha ABCD e montou outro cata-
vento. Ele girou o cata-vento XY ZW de um ângulo de 45◦ e colocou sobre o cata-vento
ABCD de modo que os centros das folhas ficassem sobrepostos, montando a figura a
seguir. Qual a área branca da figura formada?
18
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
X
A B
W
Y
E
C
D
Z
Problema 43. Na figura, ABCD é um quadrado de lado 10cm e BEF G um outro quadrado
de lado maior. Qual é o valor da área do triângulo ACF ?
F E
A D
G B C
19
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Dicas e Soluções
1
1. Em todas as quatro figuras, a área sombreada é igual a da área do quadrado
4
correspondente. Uma maneira simples de confirmar isto é contar, em cada caso,
o número de triângulos sombreados que são formados nas decomposições abaixo (8
8 1
triângulos sombreados para um total de 32 triângulos, isto é, ou )
32 4
O N
3. Observe que a figura é formada por 12 quadradinhos inteiros, em cinza escuro, cada
2×2
um com área 1; por 4 triângulos de base 2 e altura 2, cada um com área 2× = 2;
2
1
e por 4 metades de quadrados de lado 1, cada um com área . Logo, a área total da
2
figura equivale a 12 × 1 + 4 × 2 + 4 × 1 = 22 quadradinhos.
20
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
4. A área do quadrilátero cinza é igual a área do quadrado menos a soma das áreas dos
triângulos brancos. Ou seja,
3·1 3·2 2·1 3·1
4·4− + + + = 16 − 10 = 6.
2 2 1 2
5. A partir da figura, vemos que o comprimento a dos retângulos menores é o dobro
da sua largura b. Temos então que a + b = b + 2b = 3b = 21 , ou seja, b = 7 cm e
a = 14 cm. Portanto, o comprimento do retângulo maior é 4b = 28 e a sua área é
21 × 28 = 588 cm2 .
6. O quadrado está dividido em 16 quadradinhos. A área sombreada é a soma das áreas
de 8 triângulos iguais, cada um com área igual a metade da área de um quadradi-
1
nho. Portanto, a área sombreada é igual à área de 8 × = 4 quadradinhos, o que
2
4 1
corresponde a = da área do quadrado.
16 4
7. Como as faixas são retângulos de mesmas dimensões, elas têm a mesma área, que é
36 ÷ 3 = 12 m2 . Segue que, na faixa inferior, a área de cada parte é 12 ÷ 2 = 6 m2 ,
essa é a área da parte cinza; na faixa do meio, a área de cada parte é 12 ÷ 3 = 4,
as duas partes cinzas têm então área total igual a 2 × 4 = 8 m2 ; na faixa de cima,
a área de cada parte é 12 ÷ 4 = 3, as três partes cinzas têm então área total igual a
2 × 3 = 6 m2 . A área total da região colorida de cinza é, portanto, 6 + 8 + 6 = 20 m2 .
8. Podemos decompor a figura no paralelogramo ABCD e no triângulo BEC. Em cada
uma destas figuras a área sombreada corresponde a metade da área, e assim a área
sombreada na figura original é a metade da área total.
21
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
C
B B
A A
B B
A C C A
C
1
10. Cada quadrado da coluna X tem lado de medida igual a da medida do quadrado
4
1
da coluna W , cada quadrado da coluna Y tem lado igual a do lado do quadrado
3
1
da coluna W e cada quadrado da coluna Z tem lado igual a do lado do quadrado
2
da coluna W . Assim, o menor valor para o lado do quadrado W é o menor múltoplo
comum entre 2, 3 e 4, que é 12 e os lados dos quadrados das colunas X, Y e Z são,
respectivamente, 3, 4 e 6. Portanto as dimensões do retângulo são 3 + 4 + 6 + 12 = 25
e 12, cuja área é 25 × 12 = 300.
X Y Z W
11. Veja que P QRS também é um quadrado e os lados RS e P Q são paralelos. Perceba
que o triângulo P QT e P QS possuem a mesma área, uma vez que: os dois possuem
o lado P Q em comum; e como S e T pertencem ao lado RS, paralelo ao lado P Q, a
altura dos dois triângulos tem a mesma medida. Finalmente, ao traçarmos o segmento
P R, percebemos pela figura que temos 8 triângulos congruentes, cada triângulo possui
40
uma área de = 5 cm2 . Finalmente temos que [P QT ] = 2 × 5 = 10 cm2 .
8
22
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
D R C
S Q
A P B
12. O quadrado está dividido em quatro quadrados menores iguais. Cada um dos triângulos
brancos tem um lado que é um lado de um quadrado menor e sua altura, relativa a
1 × 12 1
este lado, é a metade do lado do quadrado menor; logo sua área é = da área
2 4
de um quadrado menor. Como são quatro desses triângulos, vemos que a área da
1
parte branca é igual à área de 4 × = 1 quadrado menor. Como área de um desses
4
1 1 3
quadrados é da área do quadrado maior, segue que a área preta é igual a 1 − =
4 4 4
da área do quadrado maior.
13. Como os quadrados estão dispostos de forma que os pontos A, M e B estão alinhados,
e como M é o ponto médio de AB, segue que os dois triângulos da figura são triângulos
retângulos, com catetos medindo 6 e 3 centı́metros. Assim, a área de cada quadrado
6×3
é 6 × 3 = 36 cm2 e a área de cada triângulo é = 9 cm2 . A área total da figura
2
é 36 + 36 + 9 + 9 = 90 cm2 .
14. [ABCD] = 4 × [AF EG] e [AF EG] = 4 × [AIHJ] , logo [ABCD] = 16 × [AIHJ] .
[ABCD]
Mas [AIHJ] = 2 × [AHI], portanto [ABCD] = 32 × [AHI]. Então = 32.
[AHI]
15. Como ACDE é um retângulo então AE = CD e AE k CD, além disso, como ABCE
é um paralelogramo, AE = BC e AE k BC. Como AE = CD = BC e AE k BD,
então as áreas dos triângulos ABC , ACE e CDE são iguais. Além disso, as áreas
dos triângulos ABC e ACE são iguais a 11, assim a área de ABDE é 33.
16. Colocando o Tangram sobre uma malha quadriculada, a região sombreada ocupa 3
3
quadradinhos da malha e sua área é, portanto, da área do Tangram, ou seja,
16
3
× 64 = 12 cm2 .
16
23
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
17. Como 400 = 202 , o quadrado menor tem lado 20 cm, e como 900 = 302 , o quadrado
maior tem lado 30 cm. Portanto a folha de madeira tem lado 20 + 30 = 50 cm e a
sua área é 502 = 2500 cm2 .
18. Juntando os quatro trapézios, formamos um quadrado de área 2500 cm2 . Como o
buraco quadrado no meio tem área 30 × 30 = 900 cm2 , a área de cada um dos 4
2500 − 900 1600
trapézios, em cm2 , é = = 400.
4 4
19. A região sombreada é formada pelo quadrado central, quatro retângulos cada um com
metade da área de um quadrado e quatro triângulos cada um com um oitavo da área
1 1
de um quadrado. Logo a área da região sombreada é 1 + 4 × + 4 × = 3, 5 cm.
2 8
20. Podemos colocar a folha de papel sobre um quadriculado 4 × 4 que a divide inicial-
mente em 16 quadradinhos iguais. Cada um desses quadradinhos tem área igual a 25
cm2 , pois o lado da folha de papel mede 20 cm. A figura abaixo ilustra a situação a
partir da segunda dobra.
2ª dobra 3ª dobra
25
Assim, a área da parte cinza que ficou visı́vel é de 3 × 25 + 3 × = 112, 5 cm2 .
2
21. O argumento geral para a resolução desta questão está ilustrado ao lado. O triângulo
ABC é um dos triângulos resultantes do corte do quadrado e D é um ponto qualquer
no lado AB, com DE perpendicular a AB. O triângulo ADE também é retângulo
com dois lados iguais, e sua área é igual a metade da área do quadrado ADEF ; a
1
área do triângulo ADG é então igual a da área do quadrado ADEF .
4
24
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1
a) O argumento acima mostra que a região cinza (à esquerda) tem área igual a
4
1 9
da área do quadrado de lado 3 cm, ou seja, × 32 = = 2, 25cm2 . Podemos
4 4
também usar a fórmula da área de um triângulo. A altura relativa ao lado de 3
3
cm mede a metade do lado do quadrado, ou seja, cm. A área da região cinza
2
1 3 9
é então metade da base vezes altura, ou seja, × 3 × = = 2, 25 cm2 .
2 2 4
1 1
b) Aqui, a área da região cinza é ×1 = = 0, 25 cm2 . Alternativamente, podemos
4 4
usar a fórmula para a área de um triângulo, metade da base vezes altura, para
1 1 1 1
obter × 1 × = × 1 = = 0, 25 cm2 .
2 2 4 4
25
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22. Cada uma das peças amarelas tem área 3 × 3 = 9 cm2 , as azuis têm 4 × 4 = 16 cm2
3×4
e as verdes têm = 6 cm2 .
2
a) O hexágono montado por Dafne compõe-se de duas peças verdes, uma amarela
e uma azul. Portanto, sua área é igual a 2 × 6 + 9 + 16 = 37 cm2 .
b) A figura construı́da forma um quadrado de lado 4 + 3 + 4 = 11 cm, cuja área
é 11 × 11 = 121 cm2 . Ele é composto de 4 amarelas e 4 peças azuis; a área
total dessas peças é 4 × 9 + 4 × 16 = 100 cm2 . A área do buraco é a área do
quadrado menos a soma das áreas dessas peças, ou seja, é igual a 121 − 100 = 21
cm2 . Alternativamente, podemos pensar no buraco (em cinza claro) como um
quadrado de 5 cm de lado do qual foram retirados, nos cantos, quadradinhos de
lado 1 cm (em cinza escuro); sua área é então 5 × 5 − 4 × 1 × 1 = 21 cm2 .
26
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
23. a) A parte em preto é formada por quatro triângulos pretos menores, os quais são
retângulos isósceles. Um desses triângulos aparece na figura abaixo:
3
vemos que a área de cada trapézio é × 4 = 3 cm2 e, portanto, a área total da
4
parte listrada é igual a 4 × 3 = 12 cm2 .
27
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
24. Na figura dada a parte cinza obtida depois da primeira dobradura pode ser dividida
em duas partes: um quadrado de lado 12 cm e um triângulo de área igual a metade
da área do quadrado. A área do quadrado é 12 × 12 = 144 cm2 , logo a área do
1
triângulo é × 144 = 72 cm2 . Assim, a área dessa parte cinza é 144 + 72 = 216 cm2 .
2
Depois da segunda dobradura, obtemos duas partes cinzas iguais, cuja área total é
2 × 216 = 432 cm2 .
26. Considere o retângulo ABCD e o segmento M N . Como [ABCD] = 120 cm2 então
[ABCD]
para os retângulos ABN M e N CDM temos que [ABN M ] = [N CDM ] = =
2
2
60 cm , mais ainda, esses retângulos estão divididos em dois triângulos retângulos,
60
portanto [ADN ] = [CDN ] = = 30 cm2 . Observe agora o paralelogramo AN CM ,
2
sua área é a área do retângulo ABCD menos a área dos dois triângulos retângulos
das pontas, portanto [AN CM ] = [ABCD] − [ADN ] − [CDN ] = 120 − 30 − 30 = 60
cm2 . Finalmente, veja que a diagonal BD corta o paralelogramo AN CM em duas
60
figuras de mesma área, portanto a área da região sombreada é = 30 cm2 .
2
28
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B N C
A M D
27. A área do quadrilátero é a soma das áreas dos triângulos. Traçando por P uma
paralela a um dos lados do retângulo, como na figura, este fica dividido em dois
retângulos menores. A área de cada um dos triângulos é igual à metade da área do
retângulo menor correspondente; como a soma das áreas dos retângulos menores é
igual à área do retângulo maior, segue que a soma das áreas dos triângulos é igual à
1
metade da área do retângulo maior, ou seja, é igual a × 10 × 12 = 60 cm2 ; essa é a
2
área do quadrilátero.
28. Se juntarmos à região cinza o retângulo cujos lados medem 6 cm e 2 cm, como na
figura abaixo, teremos um novo retângulo com lados medindo 14 cm e 8 cm cuja área
é 112 cm2 .
A área da região cinza será igual à diferença entre a área da metade desse último
retângulo e a área do retângulo 2 × 6 que foi acrescentado, isto é, 56 − 12 = 44 cm2 .
29. A área do quadrilátero ACDF é a soma das áreas dos triângulos ACD e ADF . O
triângulo ACD tem base CD = 2 e altura AB = 10 relativa à base CD, enquanto o
triângulo ADF tem base F A = 6 e altura DE = 7 relativa à base F A. Logo a área
29
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E
7
D
2
C
B A
10
30
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
S
R
Q
A B
31. Divida o retângulo em quadrados menores de acordo com a figura a seguir. Note que
cada quadrado inicial é formado por quatro triângulos menores. Logo, cada triângulo
desse tem área igual a 14 . Como o retângulo é formado por 24 destes triângulos, sua
área será igual a 24
4 = 6.
4x + 9 = 81 − 4x
8x = 72
x = 9.
Portanto, [LKJI] = [N M OP ] = 45.
31
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
34. Sabemos que AF = 13. Veja que as distâncias do ponto E até os lados do quadrado
são iguais a 10. Estas distâncias funcionam como alturas dos triângulos que têm
vértice em E e lados sobre os lados do quadrado ABCD. Além disso, cada pedaço
de papel terá área igual a 20·20
5 = 80. Note que o triângulo AEF tem área igual
13·10
a 2 = 65. Portanto, ainda falta 15 para completarmos o pedaço de 20 de área.
Escolha um ponto G sobre AB de modo que AG = 3. Assim, [F EGA] = 80. Para
descobrirmos o próximo corte, podemos escolher H sobre AB de modo que GH = 16.
Neste caso, [EGH] = 80. Continuando com o mesmo raciocı́nio, devemos escolher
pontos I sobre BC e J sobre DC de modo que IB = 15 e JC = 9. Assim, dividimos
o quadrado em cinco parte de mesma área conforme a figura a seguir.
D J C
F I
A G H B
S5 + S4 + S6 = S1 + S2 + S3 .
Por outro lado, o paralelogramo ABCD e o triângulo P CD têm a mesma base (DC)
e a mesma altura. Portanto, a área do paralelogramo é o dobro da área do triângulo
P DC. Portanto, temos que
S1 + S5 = S2 + S6 + S3 + S4 .
(S1 + S5 ) + S4 + S6 = S1 + S1 + S2 + S3 .
Daı́,
(S2 + S6 + S3 + S4 ) + S4 + S6 = S1 + S1 + S2 + S3 .
⇒ 2(S4 + S6 ) = 2S1 .
E com isso, demonstramos o item (b). Para demonstrar o item (a) basta somar S5
dos dois lados da primeira equação e proceder de maneira semelhante.
32
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
36. Note que o paralelogramo ABCD e o triângulo GDC têm a mesma base (DC) e a
mesma altura. Logo, [ABCD] = 2[DCG]. Por outro lado, o paralelogramo DGF E e o
triângulo GDC têm a mesma base (DG) e a mesma altura. Logo, [GF ED] = 2[DGC].
Como as áreas do dois paralelogramos sãi iguais ao dobro da área do mesmo triângulo,
elas devem ser iguais.
37. O segmento AD divide o triângulo ABC em duas partes de mesma área, pois D é o
ponto médio. Assim, [ABD] = 36. Da mesma forma, BE divide o triângulo ABD
em duas partes de mesma área. Logo, [BED] = 18. Aplicando esse raciocı́nio mais
uma vez, encontramos que [EF D] = 9.
39. Seja S a área do triângulo DF A. Como os triângulos DAB e EAB têm a mesma
área, pois têm a mesma base (AB) e a mesma altura (AD), podemos garantir que
[EF B] = S. Por outro lado, [ABD] é metade da área do retângulo ABCD. Assim,
[DBC] = S + 27. Consequentemente, [ECB] = 15. Sendo, CB = 5 e EC = x, a área
do triângulo ECB também é igual a 5x
2 . Portanto, x = 6 e então CD = 18. Por fim,
a [ABCD] = 18 · 5 = 90.
1
[M AD] = [ABCD] − ([ABC] + [DBC])
2
De maneira análoga,
1
[N BC] = [ABCD] − ([BAD] + [CAD])
2
Somando estas duas últimas equações, temos que
1
[M AD + [N BC] = 2[ABCD] − ([ABC] + [DBC] + [BAD] + [CAD]).
2
Por outro lado, [ABC] + [CAD] = [BAD] + [DBC] = [ABCD]. Portanto,
1
[M AD + [N BC] = 2[ABCD] − (2[ABCD]) = [ABCD].
2
41. Note que cada triângulo cinza possui dois lados que são iguais a dois lados do triângulo
branco. Isso ocorre devido aos quadrados terem lados iguais aos lados do triângulo
branco. Assim, ao fazermos os encaixes da segunda figura, podemos perceber que
33
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
cada triângulo branco terá a mesma área do triângulo cinza, pois terão todos a mesma
medida de altura e mesma medida de base. Portanto, a área da segunda figura será
igual a quatro vezes a área do triângulo cinza que é 4 · 10 = 40.
1
Assim, é possı́vel visualizar que cada triângulo cinza corresponde a 16 da área do
1
quadrado e que cada triângulo branco corresponde a 8 da área do mesmo quadrado.
Portanto, como temos o mesmo número de triângulos cinzas e brancos na figura do
catavento, a razão entre as áreas será 21 . Para o item (b), veja que cada triângulo
cinza cobre uma parte de um triângulo branco, deixando a vista um trapézio branco.
Como a área do triângulo cinza é metade da área do triângulo branco, a área do
trapézio será igual à área do triângulo cinza. Sendo a área do quadrado ABCD igual
a 400, cada triângulo cinza terá área igual a 25 e cada triângulo branco terá área
igual a 50. Portanto, a área branca da segunda figura será igual a 4 · 50 + 4 · 25 = 300.
34
Polos Olímpicos de Treinamento
Curso de Geometria - Nível 1
Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Aula 2
Segmentos e Perı́metros
O perı́metro de uma figura plana é dado pela medida do contorno dessa figura. Quando
a figura trata-se de um polı́gono, como será o caso dos problemas que serão apresentados a
seguir, seu perı́metro é dado pela soma dos comprimentos dos seus lados externos. Nosso
objetivo com esse capı́tulo é apresentar uma coleção de problemas (alguns deles bem de-
safiantes) que abordam os conceitos de perı́metros de figuras planas e de soma de segmentos.
Problema 1. (OBMEP 2006) A figura é formada por três quadrados, um deles com área
de 25 cm2 e o outro com área 9 cm2 . Qual é o perı́metro da figura?
25cm2
9cm2
Problema 2. (OBMEP 2015) Júlia dobrou várias vezes uma tira retangular de papel com
3cm de largura, como na figura. Todas as dobras formam um ângulo de 45◦ com os lados
da tira. Qual é o comprimento dessa tira?
POTI - Geometria - N1 - Aula 2 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
3 cm
4 cm
5 cm
Problema 3. (OBMEP 2015) Lucinha tem três folhas retangulares iguais, cujos lados me-
dem 20 cm e 30 cm.
20 cm
30 cm
2
POTI - Geometria - N1 - Aula 2 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
c) Lucinha pegou a terceira folha, amarela na frente e verde no verso, e fez duas dobras:
a primeira a 8 cm da margem esquerda e a segunda a uma certa distância da margem
inferior, de forma que o perı́metro da região não coberta da folha (contorno da região
amarela da última figura) fosse de 54 cm. Qual é a distância da segunda dobra à
margem inferior?
8 cm
Solução.
b) Com um traço horizontal e dois verticais geramos os quadrados de maior área possı́vel.
Para formar apenas quadrados, o valor do lados desses quadrados deve dividir 20 e
30. A maior área ocorre, então, quando o lado desses quadrados for o máximo divisor
comum de 20 e 30, ou seja, 10 cm.
c) Vamos chamar a distância da segunda dobra até a margem inferior da folha de altura
da dobra. Como a folha tem 30 cm de largura e a primeira dobra foi feita a 8 cm da
margem direita da folha, a largura da região em amarelo da última figura é igual a
30 cm menos duas vezes 8 cm, ou seja, 30 − 16 = 14 cm. Após a segunda dobra, o
dobro da altura do retângulo amarelo será a diferença entre seu perı́metro e o dobro
de sua largura, ou seja, 54 − 28 = 26 cm. Portanto, a altura do retângulo amarelo
na terceira figura é 13 cm. Assim, da altura da folha original sobraram 20 − 13 = 7
cm para a realização da segunda dobra e, portanto, a altura da dobra é a metade, ou
seja, 7 ÷ 2 = 3, 5 cm.
Problema 4. (OBMEP 2005) Tia Anastácia uniu quatro retângulos de papel de 3cm de
comprimento por 1cm de largura, formando a figura a seguir. Qual é o perı́metro da figura?
3
POTI - Geometria - N1 - Aula 2 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Solução. Cada retângulo tem perı́metro igual a 3 + 1 + 3 + 1 = 8cm. Por outro lado, cada
retângulo têm um lado de 1cm e parte de um lado de 3cm no interior na figura em formato
de cruz. Isso significa que cada retângulo coladora com 8 − 2 = 6cm para o perı́metro da
figura maior. Portanto, o valor buscado é 4 × 6 = 24cm.
Problema 5. (OBM 2010 - adaptado) Esmeralda tem quatro triângulos retângulos iguais
com lados 3cm, 4cm e 5cm. Fazendo coincidir partes dos lados, sem sobrepor triângulos,
Esmeralda montou a figura a seguir. Qual é o perı́metro dessa figura?
Solução. Cada triângulo tem perı́metro igual a 3 + 4 + 5 = 12cm. Porém, temos duas
hipotenusas, dois lados de 3cm e três partes de 3cm internas à figura. Portanto, o perı́metro
será
4 · 12 − 2 · (5 + 3 + 3) = 48 − 22 = 26.
Problemas Introdutórios
4
POTI - Geometria - N1 - Aula 2 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Problema 7. (OBMEP 2016) A figura foi construı́da com triângulos de lados 3cm, 7cm e
8cm. Qual é o perı́metro da figura?
Problema 9. (OBM 2004) Dois quadrados, cada um com área 25 cm2 , são colocados lado
a lado para formar um retângulo. Qual é o perı́metro do retângulo?
Problema 10. (OBM 2007) Uma folha retangular de cartolina foi cortada ao longo de sua
diagonal. Num dos pedaços restantes, na forma de um triângulo retângulo, foram feitos
dois cortes, paralelos aos lados menores, pelos meios desses lados. Ao final sobrou um
retângulo de perı́metro 129 cm. O desenho abaixo indica a seqüência de cortes.
Problema 11. (OBM 2006) No quadriculado a seguir, cada quadradinho tem 1 cm2 de
área.
5
POTI - Geometria - N1 - Aula 2 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Problema 12. (OBM 2004) Um arquiteto apresenta ao seu cliente cinco plantas diferentes
para o projeto de ajardinamento de um terreno retangular, onde as linhas cheias represen-
tam a cerca que deve ser construı́da para proteger as flores. As regiões claras são todas
retangulares e o tipo de cerca é o mesmo em todos os casos. Em qual dos projetos o custo
da construção da cerca será maior?
A) B) C) D) E)
Problema 13. (OBM 2010) O desenho mostra dois quadrados de papel sobrepostos, um
de lado 5 cm e outro de lado 6 cm. Qual é o perı́metro da figura formada (linha grossa no
contorno do desenho), em centı́metros?
Problema 15. (OBMEP 2009) A figura mostra um quadrado de lado 12 cm, dividido em
três retângulos de mesma área. Qual é o perı́metro do retângulo sombreado?
6
POTI - Geometria - N1 - Aula 2 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Problema 16. (OBMEP 2013) A figura representa um polı́gono em que todos os lados são
horizontais ou verticais e têm o mesmo comprimento. O perı́metro desse polı́gono é 56 cm.
Qual é sua área?
Problema 17. (OBMEP 2017) Vários quadrados foram dispostos um ao lado do outro em
ordem crescente de tamanho, formando uma figura com 100 cm de base. O lado do maior
quadrado mede 20 cm. Qual é o perı́metro (medida do contorno em vermelho) da figura
formada por esses quadrados?
20 cm
100 cm
Problema 18. (OBMEP 2007) João Grilo tem um terreno retangular onde há um galinheiro
e um chiqueiro retangulares e uma horta quadrada, cujas áreas estão indicadas na figura.
c) João Grilo cercou a horta, o galinheiro e o chiqueiro com cercas feitas com diferentes
números de fios de arame, como indicado na figura. Quantos metros de arame ele
usou?
7
POTI - Geometria - N1 - Aula 2 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Problemas Propostos
Problema 19. (OBM 2013) Um quadrado de área 144 cm2 pode ser decomposto em seis
quadrados de lados inteiros, não todos iguais. Qual é a soma dos perı́metros de todos os
seis quadrados?
Problema 20. (OBM 2009) Carlinhos tem folhas iguais na forma de triângulos retângulos
de lados 6 cm, 8 cm e 10 cm. Em cada triângulo, o ângulo assinalado opõe-se ao menor
lado. Fazendo coincidir lados iguais desses triângulos sobre uma mesa, sem superpor as
folhas, ele desenha o contorno de cada figura obtida, como nos exemplos a seguir.
Figura 1 Figura 2
b) Com figuras de três triângulos, qual é o maior perı́metro que pode ser obtido?
Problema 21. (OBM 2012) Um triângulo equilátero tem o mesmo perı́metro que um
hexágono regular, cuja área é 240 cm2 . Qual é a área do triângulo, em cm2 ?
Problema 22. (OBM 2013) Jurema tem 12 peças retangulares de plástico de 3 cm por 4 cm.
Ela junta essas peças fazendo coincidir seus lados iguais e monta retângulos maiores, um
de cada vez. Um desses retângulos tem o maior perı́metro possı́vel. Qual é esse perı́metro,
em centı́metros?
Problema 23. (OBMEP 2008) A região cinza na figura é um quadrado de área 36 cm2 que
corresponde a 83 da área do retângulo ABCD. Qual é o perı́metro desse retângulo?
D C
A B
Problema 24. (OBMEP 2011) Márcia cortou uma tira retangular de 2 cm de largura de
cada um dos quatro lados de uma folha de papel medindo 12 cm por 20 cm. Qual é o
perı́metro do pedaço de papel que sobrou?
8
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Problema 25. (OBMEP 2014) Os irmãos Luiz e Lúcio compraram um terreno cercado por
um muro de 340 metros. Eles construı́ram um muro interno para dividir o terreno em duas
partes. A parte de Luiz ficou cercada por um muro de 260 metros e a de Lúcio, por um
muro de 240 metros. Qual é o comprimento do muro interno?
o
ern
Luiz
int
ro
mu
Lúcio
Problema 26. (OBMEP 2016) O retângulo ABCD foi dividido em nove retângulos me-
nores, alguns deles com seus perı́metros indicados na figura. O perı́metro do retângulo
ABCD é 54 cm. Qual é o perı́metro do retângulo cinza?
A B
16 cm
18 cm 14 cm
26 cm
D C
Problema 27. (OBMEP 2006) Miguilim brinca com dois triângulos iguais cujos lados me-
dem 3 cm, 4 cm e 6 cm. Ele forma figuras planas unindo um lado de um triângulo com um
lado do outro, sem que um triângulo fique sobre o outro. Abaixo vemos duas das figuras
que ele fez.
6
4 3 4
I II
a) Quais os comprimentos dos lados que foram unidos nas figuras I e II?
c) Qual o menor perı́metro de uma figura que Miguilim pode formar? Desenhe duas
figuras que ele pode formar com esse perı́metro.
Problema 28. (OBMEP 2008) A figura ao lado representa o terreno de Sinhá Vitória. Esse
terreno é dividido em duas partes por uma cerca, representada pelo segmento AC. A parte
triangular ABC tem área igual a 120 m2 .
9
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cerca C
A 20 m
10 m
E 10 m D
b) Dona Idalina quer fazer uma nova cerca, representada pelo segmento AF na figura,
de modo a dividir o terreno em duas partes de mesma área. Qual deve ser a distância
CF?
C
A
nova cerca
F
Problema 29. (OBM 2014) Janaı́na cortou uma folha quadrada ao meio e colou com adesi-
vos as duas metades, fazendo coincidir seus lados menores, obtendo uma folha retangular.
Qual é a razão entre o perı́metro do quadrado original e o perı́metro do retângulo?
Problema 30. (OBM 2006) São dadas duas tiras retangulares de papel com 20cm de com-
primento, uma com 5cm de largura e outra com 11cm de largura. Uma delas foi colada
sobre a outra, perpendicularmente, de modo a formar a figura ilustrada abaixo. Qual é o
perı́metro dessa figura, em centı́metros?
10
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Problema 31. (OBM 2012) Juliana cortou a folha quadriculada, representada abaixo, ao
longo da linha mais grossa. Ela obteve dois pedaços com diferentes perı́metros. Qual é a
diferença entre esses perḿetros?
Problema 32. (Maio 2002) Uma folha de papel retângular (branca de um lado e cinza do
outro) foi dobrada três vezes, como mostra a figura abaixo:
2 3
1
O retângulo 1, que ficou da cor branca após a primeira dobra, tem 20cm a mais de
perı́metro que o retângulo 2, que ficou branco após a segunda dobra, e este por sua vez
tem 16cm a mais de perı́metro que o retângulo 3, que ficou branco após a terceira dobra.
Determine o perı́metro da folha branca.
Problema 33. Na figura a seguir, temos um retângulo dividido em vários quadrados meno-
res. Sabendo que o quadrado cinza tem lado igual a 1cm, qual é o perı́metro do retângulo
maior?
11
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Problema 34. (OBM 2017 - adaptado) Manoela tem cinco pedaços de papel: um quadrado
e quatro retângulos iguais. Utilizando os cinco pedaços ela primeiro monta um retângulo de
perı́metro 780cm e, em seguida, desmonta o retângulo e usa os cinco pedaços para montar
um quadrado conforme mostrado na figura. Qual é o perı́metro deste quadrado?
Problema 35. (OBM 2015) No quadrado abaixo, de perı́metro 48cm, M e N são pontos
médios dos lados, O é o centro e A um vértice. Lena cortou o quadrado ao longo das linhas
tracejadas e, usando os três pedaços, montou um retângulo com a mesma área do quadrado
original, porém com um perı́metro diferente. Qual é o valor desse perı́metro?
O M
Problema 36. (OBMEP 2010) A Professora Clotilde desenhou três figuras no quadro-negro,
todas com área igual a 108 cm2 .
12
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c) A terceira figura é um quadrado que ela dividiu em dois retângulos brancos e dois
quadrados cinza R e S, como na figura. O perı́metro de um dos retângulos é igual a
três vezes o perı́metro do quadrado S. Qual é a área do quadrado R?
6 cm
Problema 38. (OBMEP 2011) Sara recortou três tiras retangulares diferentes de papel.
a) Ela recortou a primeira tira em três retângulos iguais, como na figura abaixo. Com
esses retângulos, formou um quadrado de 36 cm2 de área. Encontre as medidas dos
lados dos retângulos que ela recortou.
13
POTI - Geometria - N1 - Aula 2 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
b) Ela recortou a segunda tira em seis retângulos de mesma largura e com eles formou
um quadrado de 36 cm2 de área, como na figura. Encontre o perı́metro e a área do
retângulo indicado com ∗.
c) As medidas da terceira tira eram 4, 5 cm e 2 cm. Sara recortou essa tira em três
pedaços e com eles formou um quadrado, como na figura. Qual é a área do triângulo
indicado com ∗?
* *
14
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Dicas e Soluções
x + 7x + x + 7x = 32 ⇒ 16x = 32 ⇒ x = 2.
12. (OBM 2004) Alternativa C - Nas figuras, basta ver se nos retângulos menores a linha
tracejada é metade do perı́metro. Isto não ocorre na figura onde a linha tracejada é
menor que a metade.
15
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13. (OBM 2010) Para calcular o perı́metro da figura, conte o perı́metro dos dois quadra-
dos, que é igual a 4 × 5 + 4 × 6 = 44 cm e desconte o perı́metro do retângulo formado
pela sobreposição das áreas, que é 2 × 1 + 2 × 2 = 6 cm Essa diferença é 38 cm.
14. (OBMEP 2007) Na figura I mostramos o retângulo antes de ser cortado e, na figura
II, o modo como as peças se encaixam para formar o quadrado.
O encaixe mostra que os segmentos pontilhados são todos iguais, assim como os seg-
mentos em traço mais grosso. Observando a figura I, vemos então que 3×(comprimento
de um segmento em traço grosso) = 45 cm, donde o comprimento de um desses seg-
mentos é 45 ÷ 3 = 15 cm. Da figura II temos lado do quadrado = 45+ comprimento
do segmento em traço grosso = 60 cm. Por outro lado, ainda observando a figura II,
vemos que 3× (comprimento de um segmento pontilhado) = 60 cm, donde o compri-
mento de um desses segmentos é 60 ÷ 3 = 20 cm. Finalmente, voltando à figura I,
temos 4× (comprimento de um segmento em traço pontilhado) = base do retângulo,
e segue que a base do retângulo mede 4 × 20 = 80 cm.
15. (OBMEP 2009) O quadrado tem lado 12 cm, logo sua área é igual a 122 = 144 cm2
144
. Portanto, cada um dos três retângulos tem área igual a = 48 cm2 . Os dois
3
retângulos inferiores são iguais, pois têm a mesma área e a mesma altura. Logo, têm
12 48
a mesma largura, igual a = 6 cm e, dessa forma, sua altura é = 8 cm. Assim,
2 6
o perı́metro do retângulo sombreado é 6 + 8 + 6 + 8 = 28 cm.
16. (OBMEP 2013) O polı́gono tem 14 lados que são segmentos verticais e 14 que são seg-
mentos horizontais. Seu perı́metro é a soma dos comprimentos desses 28 segmentos;
logo, o comprimento de cada segmento é 56 ÷ 28 = 2 cm. Podemos agora decompor o
polı́gono em 25 quadrados de 2 cm de lado, como na figura a seguir. A área de cada
quadrado é 2 × 2 = 4 cm2 e a do polı́gono é então 25 × 4 = 100 cm2 .
16
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17. (OBMEP 2017) Para calcular o perı́metro da figura, observamos que o contorno é
formado por dois segmentos cujas medidas são 100 cm e 20 cm, um conjunto de seg-
mentos horizontais (que estão acima da base de 100 cm) e um conjunto de segmentos
verticais (que estão à esquerda do lado do quadrado maior de 20 cm). A soma dos
comprimentos dos segmentos horizontais corresponde à soma dos comprimentos dos
lados dos quadrados que foram dispostos lado a lado na parte inferior da figura, e essa
soma é 100 cm. Por outro lado, a soma dos comprimentos dos segmentos verticais
é igual ao comprimento do lado do quadrado maior, isto é, 20 cm. O perı́metro é,
portanto, 100 + 20 + 100 + 20 = 240 cm.
a) A área do terreno do João Grilo é igual à soma das áreas da horta, do galinheiro
e do chiqueiro, ou seja, é igual a 30 + 100 + 50 = 180 m2 .
b) A área de um quadrado de lado a é a2 e a área de um retângulo de lados a e b
é ab. Como a horta é quadrada e tem 100 m de área, concluı́mos que cada lado
da horta mede 10 m, pois 100 = 102 . Assim, o lado comum do galinheiro e da
horta mede 10 m. Como a área do galinheiro é igual a 50 m2 , a medida de outro
lado é 5 m, pois 10 × 5 = 50. Logo as medidas dos lados do galinheiro são 10 m
e 5 m.
c) O chiqueiro tem um lado formado por um lado da horta e um dos lados menores
do galinheiro. Logo esse lado mede 10 + 5 = 15 m; como a área do chiqueiro
é 30 m2 , a medida de outro lado é 2 m, pois 15 × 2 = 30 m. Observando a
planta e a legenda indicando o número de fios de cada um dos lados cercados,
concluı́mos que João Grilo usou 2 × 4 × 10 = 80 m nos lados de traço grosso,
2 × 3 × 10 + 1 × 3 × 5 = 75 m nos lados de traço fino e 2 × 2 × (2 + 15) = 68 m
nos lados pontilhados, totalizando 80 + 75 + 68 = 223 metros de arame.
17
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Veja que temos cinco quadrados de lado 4 e um quadrado de lado 8. Logo, a soma
dos perı́metros é 5 × 16 + 32 = 112 cm.
4
A área do triângulo equilátero de lado a é, então, da área do hexágono, ou seja,
6
2
× 240 = 160 cm2 .
3
22. (OBM 2013) Sendo x a quantidade de retângulos que enfileiramos com o lado 3 cm
e y a quantidade que enfileiramos com o lado 4 cm, então x × y = 12 é o total de
18
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23. (OBMEP 2008) Como a área de um quadrado de lado a é a2 e o quadrado tem área
36 cm , segue que seu lado mede 6 cm, Temos que:
3 1
área = 36 cm2 ⇔ área = 36 ÷ 3 = 12 cm2 ⇔ área = 12 × 8 = 96 cm2 .
8 8
Logo, o retângulo tem 96 cm2 de área e sua largura AD mede 6 cm , portanto
6 × CD = 96 e segue que CD = 96 ÷ 6 = 16 cm. Logo o perı́metro do retângulo é
2 × (6 + 16) = 44 cm.
24. (OBMEP 2011) Cortar uma tira de dois centı́metros de largura de cada lado da folha
faz com que cada lado da folha passe a medir 4 cm a menos. Logo o pedaço de papel
que sobrou é um retângulo de dimensões 12 − 4 = 8 cm e 20 − 4 = 16 cm, cujo
perı́metro é 2 × 8 + 2 × 16 = 48 cm.
25. (OBMEP 2014) Somando as metragens dos muros de Luiz e de Lúcio, obtemos 240 +
260 = 500 m. Neste total estão computados o comprimento do muro original (de 340
m) mais duas vezes o comprimento do muro interno. Logo, o comprimento do muro
500 − 340
interno é igual a = 80 metros.
2
Podemos também resolver algebricamente: como o muro interno pertence ao cercado
dos terrenos de Luiz e de Lúcio, se x é a medida do muro interno, temos: 340 + 2x =
240 + 260. Portanto x = 80 m.
19
POTI - Geometria - N1 - Aula 2 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
a seguir. O perı́metro dessa figura é igual a soma da medida de todos os lados dos
quatro retângulos externos, menos as de cada de seus lados que coincidem com os
lados do retângulo cinza. A soma das medidas dos de todos os lados desses quatro
retângulos externos é 16 + 18 + 26 + 14 = 74 e o perı́metro da figura em formato de
cruz é 54, pois ele é igual ao perı́metro do retângulo ABCD. Logo, o perı́metro do
retângulo cinza é 74 − 54 = 20 cm.
A B
D C
2a solução: As letras de a até f na figura são as medidas dos lados dos retângulos
menores. Calculando o perı́metro de cada um dos retângulos menores, temos:
2b + 2d = 16
2a + 2e = 18
2c + 2e = 14
2b + 2f = 26
2b + 2d =?
O perı́metro do retângulo maior ABCD é 2(a + b + c) + 2(d + e + f ) = 2a + 2b +
2c + 2d + 2e + 2f = 54. Somando os perı́metros dos quatro retângulos ao redor do
retângulo central cujas medidas são dadas, temos:
2b + 2d + 2a + 2e + 2c + 2e + 2b + 2f = 2a + 2b + 2c + 2d + 2e + 2f +2b + 2e, onde
| {z }
esses seis termos agrupados representam o perı́metro do retângulo maior. Assim,
16 + 18 + 14 + 26 = 54 + 2b + 2e ⇔ 2b + 2e = 74 − 54 = 20. Portanto o perı́metro do
retângulo cinza é 20 cm.
20
POTI - Geometria - N1 - Aula 2 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
I vemos que as medidas de dois lados que não foram unidos são 4 cm e 6 cm,
e os dois lados que foram unidos são do mesmo tamanho, logo eles não podem
medir 4 cm nem 6cm. Portanto os lados que foram unidos sõ podem medir 3
cm. Na figura II, vemos que o maior lado de um dos triângulos (que mede 6 cm)
foi unido ao menor lado do outro triângulo (que mede 3 cm). Portanto, os lados
unidos medem 6 cm e 3 cm.
b) A solução segue do item anterior, que fornece as medidas dos lados que não foram
unidos. Logo, o perı́metro da figura I é 4 + 6 + 4 + 6 = 20 cm e o perı́metro da
figura II é 6 + 4 + 3 + 4 + (6 − 3) = 20 cm. Foi subtraı́do 3 cm correspondente
ao lado do triângulo que foi unido e não conta no perı́metro da figura II.
c) Da maneira como Miguilim forma as figuras, ele conseguirá a de menor perı́metro
quando unir os lados maiores, isto é, os de 6 cm (já que eles não contarão no
cálculo do perı́metro). Veja a seguir duas figuras que ele pode formar assim. O
perı́metro de cada uma é 2 × 3 + 2 × 4 = 14 cm.
H C
A
10 m
E 10 m D
21
POTI - Geometria - N1 - Aula 2 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
b) Como o terreno tem 270 m2 , ao dividi-lo em duas partes iguais cada uma das
270
partes terá área de = 135 m2 . Desse modo, devemos ter 135 = [ABCF ] =
2
[ABC] + [ACF ] = 120 + [ACF ] e vemos que [ACF ] = 15 m2 . Por outro
AC × CF 20 × CF
lado, a área do triângulo ACF é = = 10 × CF . Portanto
2 2
10 × CF = 15 e logo CF = 1, 5 m.
C
A
nova cerca
F
x
29. (OBM 2014 ) Seja x o lado do quadrado. O retângulo terá perı́metro igual 2 + 2x +
x 5x 5
2 + 2x = 5x. Portanto, a razão é 4x = 4 .
31. (OBM 2012 ) Veja que a parte em comum entre as duas figuras (dada pelo corte
feito por Juliana) desaparecerá quando efetuarmos a subtração. Portando, podemos
ignorá-la e achar os perı́metros parciais das figuras desconsiderando essa parte comum.
Se x é o tamanho do caminho comum, o perı́metro da figura da esquerda é igual a
8 + x. Enquanto que o perı́metro da figura da direita é igual a x + 26. Portanto, a
diferença é igual a (x + 26) − (x + 8) = 18.
32. (Maio 2002) Vamos trabalhar de “trás para frente”. Sejam x a medida do lado vertical
e y a medida do lado horizontal do retângulo 3. Observe que o retângulo 2 tem lados
iguais a x+y e x, enquanto que o retângulo 1 tem lados iguais a x+y e 2x+y. Assim,
os perı́metros dos retângulos 1, 2 e 3 são iguais a 2(3x + 2y), 2(2x + y) e 2(x + y),
respectivamente. Pelo o que foi descrito no enunciado, podemos montar as seguintes
equações: (
2(3x + 2y) − 2(2x + y) = 20
2(2x + y) − 2(x + y) = 16.
22
POTI - Geometria - N1 - Aula 2 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Portanto, podemos deduzir que y = 2. Agora, veja que a folha tem lados iguais a
2x + y e 3x + 2y. Logo, o perı́metro é igual a 2(5x + 3y) = 2(40 + 6) = 92cm.
E H
D
F
A
C G
B
35. (OBM 2015 ) Em primeiro lugar, veja que o quadrado original tem lado igual a
48
4 = 12 e que o quadrado menor que tem O, M e N como vértices tem lado igual a
23
POTI - Geometria - N1 - Aula 2 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
12
2 = 6. Em segundo lugar, veja que o retângulo montado por Lena é o apresentado
a seguir.
Observe que o lado menor do retângulo é igual ao lado do quadrado menor da figura
original, enquanto que o lado maior é igual a quatro vezes o lado do quadrado menor.
Portanto, o perı́metro desse retângulo é igual a 6 + 24 + 6 + 24 = 60.
b) Como o quadrado cinza tem área igual a 36 cm2 , o comprimento de seu lado é
um número cujo quadrado é 36, ou seja, é igual 6 cm. Logo o retângulo maior
tem um lado de comprimento 6 cm; como sua área é 108 cm2 , segue que seu
outro lado mede 108 ÷ 6 = 18 cm. Logo um lado do retângulo branco mede 6 cm
e o outro me de 18 − 6 = 12 cm, e assim seu perı́metro é 12 + 12 + 6 + 6 = 36 cm.
Algébricamente, o lado do quadrado, que mede 6 cm, é um lado do retângulo
branco e também do retângulo maior. Seja x o outro lado do retângulo branco;
então o outro lado do retângulo maior tem comprimento x + 6 cm. Como sua
área é 108 cm2 , segue que 6(x + 6) = 108, ou seja, 6x + 36 = 108. Logo
6x = 108 − 36 = 72 e segue que x = 72 ÷ 6 = 12. O cálculo do perı́metro do
retângulo branco segue como acima.
24
POTI - Geometria - N1 - Aula 2 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
b) A área da figura é a soma das áreas das partes branca e cinzenta. Como essas
25
POTI - Geometria - N1 - Aula 2 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
duas partes formam o quadrado original, sua área total é 6 × 6 = 36 cm2 . Para
o perı́metro, vamos oferecer duas soluções distintas, observando que ele também
pode ser calculado diretamente por observação da figura.
26
POTI - Geometria - N1 - Aula 2 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
27
POTI - Geometria - N1 - Aula 2 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
28
Polos Olímpicos de Treinamento
Curso de Geometria - Nível 1
Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Aula 3
Objetos Tridimensionais
Premissa III. Se dois objetos são idênticos, então possuem o mesma volume.
Problemas Propostos
Problema 1. (OBM 2016 - 1a fase) Um cubo foi pintado de verde. Em seguida, foi cortado
paralelamente às faces, obtendo-se oito blocos retangulares menores. As faces sem cor
desses blocos foram pintadas de vermelho. Qual é a razão entre a área da superfı́cie total
verde e a área da superfı́cie total vermelha?
POTI - Geometria N1 - Aula 3 - Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Problema 4. (OBM 2011 - 2a fase) Com cubinhos de mesmo tamanho construiu-se um cubo
4 × 4 × 4. Os cubinhos são feitos de madeiras diferentes e foram colados assim: cubinhos
com três cubos vizinhos (cubos com faces comuns) pesam 10 gramas, com quatro vizinhos
pesam 8 gramas, com cinco vizinhos pesam 6 gramas e com seis vizinhos pesam 4 gramas.
Qual é a massa do cubo, em gramas?
Problema 5. (OBM 2013 - 2a fase) O ourives Carlos tem um cubo de madeira de arestas
de 10 centı́metros. Ele retira cubos de 2 centı́metros de aresta de cada vértice do cubo e
cola sobre toda a superfı́cie do sólido resultante uma folha fina de ouro ao preço de 8 reais
por centı́metro quadrado. Sem desperdı́cios, qual é o custo em reais dessa cobertura?
Problema 6. (OBM 2015 - 2a fase) Esmeralda cola cubinhos brancos para montar cubos
maiores. Depois de montar os cubos maiores, ele pinta algumas faces dos cubinhos de verde
ou de amarelo.
a) Depois de montado um cubo grande, Esmeralda pintou de verde as faces dos cubinhos
com três faces visı́veis e de amarelo as faces dos cubinhos com duas faces visı́veis. Após
a pintura, são visı́veis no cubo grande exatamente 120 faces pintadas de amarelo.
Quantas faces visı́veis permaneceram brancas?
2
POTI - Geometria N1 - Aula 3 - Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
b) Depois de montar um cubo com oito cubinhos, Esmeralda pintou três faces do cubo
maior de verde e três faces de amarelo. No máximo, quantos cubinhos tiveram duas
faces pintadas de verde e uma face pintada de amarelo?
Problema 7. (OBM 2010 - 3a fase) Dado um sólido formado por cubos de 1 cm de aresta,
como mostra a figura da esquerda, podemos indicar a quantidade de cubos em cada direção,
como mostra a figura da direita.
3
3 2
2 1 1
1 0
2 1
1
0 1
3 0 0 2
1 1
3 0 1 3
3 2
2 3
Esmeraldino montou um sólido com cubos de 1 cm de aresta e fez uma figura similar à da
direita.
1
3 c
a b f
1 e
2 2
d
2 3
2 2 1 1
x 3
1 2 3 2
2 2
1 m
Problema 8. (OBM 2006 - 2a fase) Com a parte destacada da folha retangular a seguir,
pode-se montar um cubo. Se a área da folha é 300cm2 , qual é o volume desse cubo, em
cm3 ?
3
POTI - Geometria N1 - Aula 3 - Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Problema 9. (OBM 2015 - 1a fase) Juliana fez a planificação de uma caixa de papelão com
duas faces brancas, duas pretas e duas cinzentas. As faces brancas têm área de 35cm2 cada
uma, as faces pretas têm área de 21cm2 cada uma e as cinzentas, 15cm2 . Qual é o volume
da caixa?
Problema 10. Uma caixa fechada de vidro em formato de paralelepı́pedo está parcialmente
preenchida com 1 litro de água. Ao posicionarmos essa caixa sobre uma mesa de três for-
mas diferentes, a altura do nı́vel da água é de 2cm, 4cm e 5cm respectivamente. Qual é a
capacidade máxima (em litros de água1 ) dessa caixa?
Problema 11. (OBM 1998) Pintam-se de preto todas as faces de um cubo de madeira cujas
arestas medem 10 centı́metros. Por cortes paralelos às faces, o cubo é dividido em 1000
cubos pequenos, cada um com arestas medindo 1 centı́metro. Determine:
4
POTI - Geometria N1 - Aula 3 - Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Problema 12. (OBM 1999) Diga como dividir um cubo em 1999 cubinhos. A figura mostra
uma maneira de dividir um cubo em 15 cubinhos.
Problema 13. (OBM 2001) Um cubinho foi colocado no canto de uma sala, conforme a
Figura 1. Empilharam-se outros cubinhos iguais ao primeiro, de forma a cobrir as faces
visı́veis do mesmo, usando-se o menor número possı́vel de peças. Como se pode ver na
Figura 2, após a colocação dos novos cubinhos, restam 9 faces visı́veis desses cubinhos.
Figura 1
Figura 2
a) Quantos cubinhos iguais a esses, no mı́nimo, seria necessário empilhar, de forma a cobrir
aquelas 9 faces visı́veis?
Problema 14. (OBM 2004) Juntando cubinhos de mesmo volume mas feitos de materiais
diferentes - cada cubo branco pesando 1 grama e cada cubo cinza pesando 2 gramas -
formou-se um bloco retangular, conforme mostrado na figura abaixo. Qual é a massa, em
gramas, desse bloco?
5
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Problema 16. (OBMEP 2005) Emı́lia quer encher uma caixa com cubos de madeira de 5cm
de aresta. Como mostra a figura, a caixa tem a forma de um bloco retangular, e alguns
cubos já foram colocados na caixa.
5 cm
c) Quantos cubos ainda faltam para Emı́lia encher a caixa completamente, se ela continuar
a empilhá-los conforme indicado na figura?
Problema 17. (OBMEP 2017 - adaptado) Janaı́na junta cubinhos de modo que as faces
em contato coincidam completamente. Ela montou a peça a seguir sobre uma mesa.
Problema 18. (OBM 2015) Zuleica cola cubinhos iguais de isopor para montar “esqueletos”
de cubos, estruturas conforme o exemplo dado.
6
POTI - Geometria N1 - Aula 3 - Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
b) Se ela quiser completar o maior cubo maciço com este esqueleto, preenchendo os espaços
vazios com cubinhos iguais aos usados e continuando a ver o esqueleto, quantos cubinhos
a mais deverá usar?
c) Existe um cubo cujo esqueleto, para ser montado, precisa de uma quantidade de cubi-
nhos igual à quantidade de cubinhos necessários para completar os espaços vazios do
esqueleto desse cubo. Se Zuleica quiser montar esse esqueleto, quantos cubinhos terá
que usar?
Problema 19. (OPM 2011) Temos um cubo de aresta 4 cm, com 3 faces marcadas com •.
a) Vamos cobrir essas 3 faces marcadas com cubos de aresta 2 cm para formar um cubo
de aresta 6 cm. Quantos cubos de aresta 2 cm são necessários?
7
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Dicas e Soluções
1. (OBM 2016 - 1a fase) Cada face verde dos oito blocos menores obtidos após cortar
o cubo é oposta a extamente uma face pintada de vermelho, e vice-versa. Assim, a
razão entre a área da superfı́cie total verde e a área da superfı́cie total vermelha é
1 : 1.
a
c
1, 92
Portanto 4h = 1, 92 ⇔ h = = 0, 48 m = 48 cm. Como a altura inicial do lı́quido
4
era 100 cm, a nova altura será 148 cm.
8
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4. (OBM 2011 - 2a fase) No cubo 4 × 4 × 4, há 8 cubinhos nos vértices (que tem 3
vizinhos), 2 × 12 = 24 cubinhos nas arestas (que tem 4 vizinhos), 4 × 6 = 24 cubinhos
nas faces (que tem 5 vizinhos) e 8 cubinhos no interior do cubo maior (que tem 6
vizinhos). Assim, o cubo maior pesa 8 × 10 + 24 × 8 + 24 × 6 + 8 × 4 = 448 g.
5. (OBM 2013 - 2a fase) O corte dos cubinhos em cada vértice do cubo não muda a
superfı́cie total do cubo (é como retirar e aumentar três faces de cada cubinho), igual
a 6 × 102 = 600 cm2 . Logo o preço do revestimento é 8 × R$600 = R$4.800, 00.
a) Os cubinhos com apenas duas faces visı́veis são aqueles dispostos ao longo da
aresta do cubo maior, sem estar nos vértices dessas arestas, como no exemplo ao
lado, onde mostramos a camada superior de um cubo 4×4. Assim, em cada uma
das doze arestas de um cubo n × n são pintados de amarelo exatamente n − 2
cubinhos, num total de 12 × (n − 2) cubinhos. Neste caso, temos 12 × (n − 2) =
120
⇔ n − 2 = 5 ⇔ n = 7 Em cada uma das seis faces do cubo maior há
2
(n − 2) × (n − 2) = (n − 2)2 faces visı́veis dos cubinhos que permanecem brancas,
num total de 6 × (n − 2)2 . Em nosso caso, temos que 6 × (7 − 2)2 = 6 × 25 = 150
faces visı́veis não foram pintadas, isto é, permaneceram brancas.
b) Há somente duas maneiras diferentes de pintar três faces de verde e três faces
de amarelo de um cubo. Numa delas as três faces pintadas de mesma cor têm
um vértice comum e as faces opostas têm cores diferentes (1), enquanto que na
outra maneira há duas faces opostas amarelas, duas faces opostas verdes e uma
face amarela oposta a uma face verde (2). Note que os cubos são formados por
oito cubinhos menores. No primeiro caso, há um cubinho com três faces verdes,
um cubinho com três faces amarelas, três com duas faces amarelas e uma verde e
três com duas faces verdes e uma amarela. No segundo caso, há quatro cubinhos
com duas faces verdes e uma amarela e quatro cubinhos com duas faces amarelas
e uma verde. Portanto, o número máximo de cubinhos que tiveram duas faces
pintadas de verde e uma de amarelo é 4.
9
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7. (OBM 2010 - 3a fase) Nesse cubo, podemos formar expressões a partir das placas
3 × 3 × 1 e a partir delas, encontramos o resultado. Ao encontrarmos uma expressão
que depende de mais de uma letra, tentamos encontrar outra expressão que retorne
o valor de uma letra só e substituı́mos na expressão que depende de mais letras.
1 c
3 b
a 1
2 2
2 1
2 x
x 3
1 2 2 3
a + 3 + 1 = 2 + 2 + 1 ⇔ a = 1 e 2 + 2 + x = 3 + 3 + 1 ⇔ x = 3.
1 + b + c = 2 + x + 2 ⇔ 1 + b + c = 2 + 3 + 2 ⇔ b + c = 6. Como os valores de cada
letra só podem ser de 0 a 3, e a única soma que dá 6 é 3 + 3, então b = 3 e c = 3.
3 a 1
b 1 c
e d f
3 1 2
1 2
2 2 3 3 1
1 m
2 m 2
1 + 2 + 1 = m + 2 + 2 ⇔ m = 0. 3 + b + e = 3 + 3 + 2 ⇔ 3 + 3 + e = 3 + 3 + 2 ⇔ e = 2.
a + 1 + d = 1 + 3 + m ⇔ 1 + 1 + d = 1 + 3 + 0 ⇔ d = 2 e finalmente 1 + c + f =
2 + 1 + 2 ⇔ 1 + 3 + f = 5 ⇔ f = 1.
8. (OBM 2006 - 2a fase) Note que a folha pode ser dividida em 12 quadrados iguais
através de uma grade 3 × 4. Cada um desses quadrados terá área igual a 300 12 =
25. Logo, o lado de cada quadrado será igual a 5. Além disso, observe que os seis
quadrados cinzas serão as faces do cubo. Consequentemente, o cubo terá aresta igual
a 5 e seu volume será 5 × 5 × 5 = 125cm3 .
10
POTI - Geometria N1 - Aula 3 - Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
10. Sejam x, y, z (em centı́metros) as dimensões da caixa de vidro. Observe que o volume
da água não muda ao posicionarmos a caixa sobre as diferentes faces. Assim, temos
as seguintes equações:
2xy = 4yz = 5zx = 1000.
Ou seja, xy = 500, yz = 250 e zx = 200. Multiplicando essas três equações, obtemos
(a) Estão sem nenhuma face pintada, os cubos interiores ao cubo maior. Portanto
devem ser retiradas uma fila de cima e uma fila de baixo, uma da frente e outra
de trás, e uma de cada lado, ficando assim com um cubo de aresta 8 que contém
83 = 512 cubos pequenos.
(b) Estão com uma face pintada aqueles que pertencem a uma face mas não possuem
lado comum com a aresta do cubo maior, isto é, 82 = 64 em cada face. Como
são seis faces, temos 6 × 64 = 384 cubos pequenos.
(c) Estão com duas faces pintadas aqueles que estão ao longo de uma aresta mas
não no vértice do cubo maior, isto é, 8 cubos em cada aresta. Como são 12
arestas, temos 8 × 12 = 96 cubos pequenos.
(d) Estão com 3 faces pintadas aqueles que estão nos vértices do cubo maior, ou
seja, 8 cubos pequenos.
12. (OBM 1999) O cubo deve ser dividido em 1000 cubinhos, ou seja 10 × 10 × 10, depois,
deve-se pegar um deles e dividı́-lo novamente em 1000 cubinhos para que obtenhamos
1999 cubinhos. Assim teremos (1000 − 1) + 1000 = 1999 cubinhos. O “−1” ocorre na
conta anterior pois o cubo que dividido deve deixar de ser contado.
(a) Serão necessários mais 6 cubinhos: três para o andar mais baixo, dois para o
segundo andar e mais um para o terceiro.
(b) Para chegar a 56, vamos somando: 1, 3 = 1 + 2, 6 = 1 + 2 + 3, 10 = 1 + 2 + 3 + 4,
15 = 1 + 2 + 3 + 4 + 5 e 21 = 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6. A parede terá a altura de 6
cubos, quando isso acontecer. Vamos listar as faces e cubos à mostra:
• No andar de cima há 1 cubo e 3 faces.
• No segundo andar há 6 faces e 2 cubos.
• No terceiro andar há 9 faces e 3 cubos.
• No quarto andar há 12 faces e 4 cubos.
11
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14. (OBM 2004) O objeto mostrado no enunciado é formado por 5×5×7 = 175 cubinhos.
Como 175 é ı́mpar, significa que temos um cubinho branco a mais do que pretos. Se
P é a quantidade de cubos pretos, temos que P + (P + 1) = 175, então P = 87.
Portanto, temos 87 cubos pretos e 88 cubos brancos. Assim, a massa total será igual
a:
88 + 2 × 87 = 262g.
15. (OBM 2005) Se o cubo grande estivesse completamente cheio, seriam necessários
53 = 125 cubinhos. Como ele está oco, devemos descontar todos os cubinhos que
fazem parte do seu interior. Observe que o inteior de um cubo 5 × 5 × 5 é um outro
cubo menor 3 × 3 × 3. Portanto, apenas para montar a superfı́cie, são necessários
125 − 27 = 98 cubinhos.
16. (a) Podemos contar os cubos em camadas a partir do fundo da caixa ; na primeira
camada temos 14 cubos visı́veis e 4 não visı́veis, cuja existência é evidente pois há
cubos sobre eles. Na segunda camada há 3 cubos visı́veis e 1 oculto; a terceira
camada tem 2 cubos, a quarta camada tem 3 cubos, a quinta camada tem 2
cubos e finalmente duas camadas de 1 cubo cada, totalizando (14 + 4) + (3 +
1) + 2 + 3 + 2 + 1 + 1 = 31 cubos.
(b) O comprimento da caixa corresponde a 10 cubinhos; logo este comprimento é
igual a 10 × 5 = 50cm; do mesmo modo, a largura é igual a 7 cm e a altura é
igual a 7 × 5 = 35cm e a altura igual a 6 × 5 = 30cm.
(c) O número máximo de cubos que a caixa comporta, empilhados como indicado, é
igual ao produto do número de cubos que podem ser colocados ao longo de cada
uma das dimensões (comprimento, largura, altura) da caixa, ou seja 10 × 7 × 6 =
420 cubos. Como já foram colocados 31 cubos, faltam 420 − 31 = 389 cubos
para encher a caixa completamente.
17. Visualizando a parte mais ao fundo do objeto, verificamos que ele tem dimensões
4, 4, 5. Portanto, o menor cubo que pode ser construı́do a partir dessa figura deve ter
53 = 125 cubinhos. Como já foram colocados 16 cubinhos, ainda faltam 125−16 = 109
cubinhos.
18. (a) Observe que cada aresta do esqueleto possui 6 cubos. Como a estrutura tem
12 arestas, poderı́amos contar 6 × 12 = 72 cubos. Por outro lado, ao fazermos
essa contagem, os cubinhos que estão nos vértices do esqueleto são contados três
vezes cada um. Assim, temos que descotar duas contagens repetidas para cada
um destes oito cubinhos. Portanto, a estrutura tem 72 − (8 × 2) = 72 − 16 = 56
cubinhos.
12
POTI - Geometria N1 - Aula 3 - Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
(b) O cubo preenchido deve ser formado por 6 × 6 × 6 = 216 cubinhos. Portanto,
ainda faltam 216 − 56 = 160 cubinhos.
(c) Seja n a quantidade de cubos na aresta desse segundo esqueleto. Utilizando a
mesma estratégia de contagem do item (a), a quantidade de cubinhos no novo
esqueleto será 12n − 16. Por outro lado, esse número deverá representar metade
dos n3 cubinhos necessários para completar o cubo maior. Assim,
n3
12n − 16 = ⇒ 24n − 32 = n3 ⇒ 24n − n3 = 32 ⇒ n(24 − n2 ) = 32.
2
Como n é um inteiro, n é divisor de 32. Assim, as únicas possibilidades que
devemos testar são n = 1, 2, 4, 8, 16 e 32. Porém, o único número que resolve a
equação é n = 4.
19. (a) Primeiramente, veja que são necessários 4 cubos de aresta 2 cm para cobrir
completamente uma face.
13
POTI - Geometria N1 - Aula 3 - Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Da mesma forma, podemos colocar mais uma camada de cubos de aresta 3 cm,
ficando agora com 6 cubos de aresta 3 cm. Também é possı́vel colocá-los de
várias maneiras, mas não mais do que 3, pois a soma das arestas alinhadas não
pode ser maior do que 7 cm. Vamos tomar um caso, sem perda de generalidade.
14
POTI - Geometria N1 - Aula 3 - Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Veja que agora só é possı́vel colocar mais 1 cubo de aresta 3 cm, sob a face
marcada que ainda não recebeu nenhum cubo, ficando agora com 7 cubos de
aresta 3 cm. Também, sem perda de generalidade, vamos tomar um caso.
Para finalmente obter um cubo de aresta 7 cm, os demais espaços devem obri-
gatoriamente serem preenchidos com cubos de aresta 1 cm. Como é possı́vel ter
no máximo 2 cubos de aresta 3 cm em cada uma das três dimensões do cubo de
aresta 7 cm, só há espaço para 23 = 8 cubos de aresta 3 cm. Um deles não pode
ser colocado, para haver espaço para o cubo de aresta 4 cm. Assim concluı́mos
que não é possı́vel utilizar mais do que 7 cubos.
15
Polos Olímpicos de Treinamento
Curso de Geometria - Nível 1
Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Aula 4
Ângulos
Iremos começar este capı́tulo enunciando uma das versões do quinto Postulado de Eu-
clides. Ou seja, é um fato que deve ser tomado como verdadeiro sem necessidade de prova.
Quinto Postulado. Sejam duas retas r e s que são cortadas por uma terceira. As
retas r e s são paralelas se e somente se os ângulos marcados na figura (que são
chamados de alternos internos) são iguais. Ou seja,
r k s ⇔ α = β.
Agora vamos mostrar um conjunto de fatos importantes sobre ângulos que serão utili-
zados durante todo o livro.
Ângulos opostos pelo vértice. Considere duas retas, a primeira que passa pelos
pontos A e B, a segunda que passa pelos pontos C e D que encontram-se no ponto P .
Então, ∠AP C = ∠BP D.
A D
C B
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D A E
B C
Demonstração. Considere uma reta ` paralela ao lado BC que passa pelo ponto A.
Sejam ainda D e E dois pontos sobre essa reta. Pelo quinto postulado, temos que
∠ABC = ∠DAB e que ∠ACB = ∠EAC. Como o ângulo ∠DAE é raso, segue o
resultado.
Ângulo externo. Em um triângulo, o ângulo externo é igual à soma dos dois ângulos
internos opostos.
P B C
Demonstração. Veja que ∠ABP = 180◦ − ∠ABC. Por outro lado, a soma dos ângulos
internos do triângulo é 180◦ . Assim, ∠ABC + ∠BCA + ∠CAB = 180◦ . Substituindo
o valor de 180◦ na primeira equação, temos que
2
POTI - Geometria - N1 - Aula 4 - Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
B C
Ao longo do capı́tulo também utilizaremos um fato que só iremos demonstrar no capı́tulo
sobre congruências de triângulos, mas que é fundamental para resolver diversos problemas
de geometria que envolvem ângulos.
AB = AC ⇔ ∠ABC = ∠ACB.
Problemas Introdutórios
Problema 1. (OBMEP 2005 - 1a fase) Qual é a medida do menor ângulo formado pelos
ponteiros de um relógio quando ele marca 12 horas e 30 minutos?
3
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B C
Problema 3. (OBMEP 2006 - 1a fase) Uma tira de papel retangular é dobrada ao longo
da linha tracejada, conforme indicado, formando a figura plana da direita. Qual a medida
do ângulo x?
O
50 X
A B C
Problema 5. (OBM 2004 - 1a fase) Na figura a seguir temos dois triângulos equiláteros.
Determine o valor de x.
4
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G
H
E I
x
D
75◦ 65◦
C F
F
x
D
B C E
5x
3x 2x
6x
4x
5
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A
E
D
F
30°
x
B C
D
Problemas Propostos
Problema 10. (OBMEP 2007 - 1a fase) A figura mostra um polı́gono regular de dez lados
com centro O. Qual é a medida do ângulo a?
Problema 11. (OBMEP 2008 - 1a fase) Na figura o ângulo ∠ADC mede 48◦ e os triângulos
ACD, DBE e EAF são isósceles de bases AD, DE e EF , respectivamente. Quanto mede
o ângulo ∠DEF ?
6
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B A
Problema 13. (OBMEP 2009 - 1a fase) A figura é formada por 5 trapézios isósceles iguais.
Qual é a medida do ângulo indicado?
Problema 14. (OBM 2016 - 2a fase) Na figura, os quadrados cinzentos têm um vértice
comum e o quadrado maior tem um vértice de cada um desses quadrados em seus lados.
As medidas de alguns ângulos, em graus, estão indicadas na figura. Qual é o valor de X?
7
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D C
E
A B
Problema 16. (OBM 2007 - 2a fase) Na figura abaixo temos um pentágono regular, um
quadrado e um triângulo equilátero, todos com a mesma medida de lado.
Q
C
P E
R
S T A D
Com cópias desse polı́gono podemos cobrir todo o plano, sem sobreposições, como
mostra a figura a seguir.
8
POTI - Geometria - N1 - Aula 4 - Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
b) Seja ABCDE um pentágono com todos os lados iguais e tal que a medida do ângulo
interno nos vértices A e B são ∠A = 100◦ e ∠B = 80◦ . Mostre como é possı́vel cobrir
todo o plano com cópias desse pentágono, sem sobreposições.
Problema 18. (OBM 2006 - 1a fase) Três quadrados são colados pelos seus vértices entre
si e a dois bastões verticais, como mostra a figura.
x
75°
30° 126°
Problema 19. (OBM 2009 - 1a fase) Na figura a seguir, ABCDE é um pentágono regular,
CDF G é um quadrado e DF H é um triângulo equilátero. O valor do ângulo β é:
9
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H F
ß
G
D
E
C
A B
Q S
R
P T
Problema 21. (OBM 2011 - 1a fase) Em um triângulo ABC com ∠ABC − ∠BAC = 50◦ ,
a bissetriz do ângulo ∠ACB intersecta o lado AB em D. Seja E o ponto do lado AC tal
que ∠CDE = 90◦ . A medida do ângulo ∠ADE é:
B E D C
Problema 23. (OBM 2016 - 1a fase) Na figura a seguir sabe-se que ABCDEF GH é um
octógono regular, ABIJK é um pentágono regular e ABLM é um quadrado. Determine
a medida em graus do ângulo ∠LCI denotado na figura pela letra θ.
10
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H G
K
M A
F
L B
E
I
θ
C D
Problema 24. (OBM 2014 - 2a fase) Na figura abaixo, ABCDE é um pentágono regular e
EF G é um triângulo equilátero. Determine a medida, em graus, do ângulo ∠AEG.
E
C
F A G B
11
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F
E
J
D
G
H
I
C
12
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C
M B
D P
A
Problema 28. (OBMEP 2009 - 2a fase) Um polı́gono convexo é elegante quando ele pode
ser decomposto em triângulos equiláteros, quadrados ou ambos, todos com lados de mesmo
comprimento. Ao lado, mostramos alguns polı́gonos elegantes, indicando para cada um
deles uma decomposição e o número de lados.
c) Mostre que um polı́gono elegante não pode ter mais que 12 lados.
13
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Problema 32. (Torneio das Cidades 1994) No triângulo ABC, retângulo em C, os pontos
M e N são escolhidos sobre a hipotenusa de modo que BN = BC e AM = AC. Ache a
medida do ângulo ∠N CM .
Problema 33. O triângulo ABC é isósceles com vértice em A. Determine os ângulos deste
triângulo sabendo que BC = BD = DE = EF = F A.
D
B C
Problema 35. (Maio 2017) No triângulo ABC marcam-se o ponto D sobre o lado BC e o
ponto E sobre o lado AC de modo que CD = DE = EB = BA. O ângulo ∠ACB = 20◦ .
Calcular a medida do ângulo ∠ADE.
Problema 36. (IGO 2017) No triângulo ABC, os pontos D e E estão sobre o lado BC
(D mais próximo de B), o ponto F está sobre AC e G está sobre AB. Sabe-se que
EC = EF = F G = GD = DE = GB = AF . Ache as medidas dos ângulos do triângulo
ABC.
Problema 37. Seja ABCDEF um hexágono com todos os ângulos internos iguais a 120◦ .
Mostre que
AB − DE = CD − F A = EF − BC.
14
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Dicas e Soluções
1. (OBMEP 2005 - 1a fase) Às 12h30 min o ponteiro dos minutos deu meia volta no
relógio a partir do número 12 do mostrador, ou seja, percorreu 360◦ ÷ 2 = 180◦ .
Os números 1, 2, 3, · · · , 12 do mostrador do relógio dividem a circunferência em
doze ângulos iguais, cada um com 360◦ ÷ 12 = 30◦ . Logo, a cada hora, o ponteiro
das horas (o menor) percorre um ângulo de 30◦ ; em meia hora este ponteiro percorre
então 30◦ ÷ 2 = 15◦ . Logo, o ângulo formado pelos dois ponteiros é 180◦ − 15◦ = 165◦ .
2. (OBMEP 2005 - 1a fase) A soma dos três ângulos internos de um triângulo é 180◦ .
Como o ângulo ∠A do triângulo ABC mede 30◦ , a soma dos ângulos ∠ABC e ∠ACB
é 180◦ − 30◦ = 150◦ . Por outro lado, como o triângulo é isósceles de base BC, os
ângulos ∠ABC e ∠ACB são iguais, logo cada um deles mede 150◦ ÷ 2 = 75◦ . Como
o triângulo BCD é isósceles de base BD, temos ∠BDC = ∠CBD = 75◦ . O mesmo
raciocı́nio usado acima mostra que ∠DCB = 180◦ − 2 × 75◦ = 30◦ . Segue que
∠DCA = ∠ACB − ∠DCB = 75◦ − 30◦ = 45◦ .
3. (OBMEP 2006 - 1a fase) Observando a figura da fita dobrada vemos que x+50◦ +50◦ =
180◦ , donde x = 80◦ .
O
50
X O
50
4. (OBMEP 2014 - 1a fase) A soma dos ângulos internos de um triângulo é 180◦ . Observe
que os três o ângulos não marcados dos triângulos (com vértices em B) somam 180◦
, já que A, B e C estão alinhados. Assim, a soma dos ângulos marcados é (180◦ ×
3) − 180◦ = 360◦ .
5. (OBM 2004 - 1a fase) Seja P o ponto de encontro entre os lados ED e HF . Note que
∠P CF = 180 − 75 − 60 = 45◦ e que ∠P F C = 180 − 65 − 60 = 55◦ . Como ∠DP F
é externo do triângulo P CF , temos que ∠DP F = 45 + 55 = 100◦ . Por outro lado,
∠DP F também é externo do triângulo IP D. Logo,
6. (OBM 2007 - 1a fase) Como o triângulo ABC é equilátero, o ângulo interno ∠A mede
60◦ . Se DG é paralelo a AB, então o ângulo entre DG e AC é 60◦ ou 180◦ −60◦ = 120◦ .
Sendo x o maior ângulo entre esses dois segmentos, x = 120◦ .
15
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5x
3x + 4x = 7x 6x + 2x = 8x
3x 2x
6x
180° – 7x
4x
9. (OBM 2006 - 1a fase) Pelo teorema do ângulo externo, ∠ADE + x = 30◦ + ∠ABD
⇔ ∠ADE = ∠AED = 30◦ + ∠ABD − x = x + ∠ACD ⇔ x = 15◦ .
10. (OBMEP 2007 - 1a fase) O triângulo AOB é isósceles pois os lados OA e OB são
iguais. Logo, os ângulos ∠OAB e ∠OBA também são iguais, ou seja, ambos têm
4
medida a . Notamos agora que o ângulo central ∠AOB mede ×360◦ = 144◦ . Como
10
a soma dos ângulos internos de um triângulo vale 180◦ , segue que 2a + 144 = 180◦ .
180◦ − 144◦ 36◦
Logo a = = = 18◦ .
2 2
A
a
B
O
11. (OBMEP 2008 - 1a fase) Lembramos primeiro que em um triângulo um ângulo externo
é igual à soma dos dois ângulos internos não adjacentes. Logo ∠ACB = ∠CAD +
∠CDA = 2 × ∠CDA = 96◦ . Notamos que ∠CAD = ∠CDA pois o triângulo CAD
é isósceles. Do mesmo modo obtemos ∠CBA = 2 × ∠DEA e ∠BAC = 2 × ∠F EA.
Somando essas três igualdades e lembrando que a soma dos ângulos internos de um
triângulo é 180◦ , obtemos 180◦ = 96◦ + 2 × (∠DEA + ∠F EA) = 2 × ∠DEF ⇔
∠DEF = 42◦ .
12. (OBMEP 2009 - 1a fase) Nesta solução vamos usar repetidamente o teorema do ângulo
externo. Vamos indicar por x a medida do ângulo ∠BAC . Como o triângulo ∠ADE
é isósceles, temos ∠DEA = x. O ângulo ∠EDF é externo ao triângulo ADE, e pelo
16
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4x 2x 2x x
B F D A
13. (OBMEP 2009 - 1a fase) Lembramos que a soma dos ângulos internos de um polı́gono
de n lados é (n − 2) × 180◦ . Podemos ver a figura do enunciado como um polı́gono
de 6 lados (em traço mais grosso na figura ao lado); a soma de seus ângulos internos
é então (6 − 2) × 180◦ = 720◦ . Por outro lado, como os trapézios são congruentes,
a soma destes ângulos internos é igual a 10 vezes a medida do ângulo marcado, que
720◦
vale então = 72◦ .
10
14. (OBM 2016 - 2a fase) Um quadrilátero convexo pode ser dividido em dois triângulos.
Portanto, a soma das medidas dos ângulos internos de um quadrilátero é igual a
360◦ . Na figura, o prolongamento de cada um dos lados dos triângulos internos e dois
desses lados formam um quadrilátero cujos ângulos internos medem 90◦ , 90◦ , 122◦ e
x + 47◦ . Para se convencer disso, considere a linha verde vertical traçada a partir do
vértice superior do quadrilátero, paralela ao lado do quadrado maior. Veja a figura a
seguir.
17
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47o
x
18
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Todo pentágono pode ser cortado em três triângulos, de modo que a soma de seus
ângulos internos é 3 × 180 = 540. Assim, cada ângulo interno de um pentágono
540◦
regular é = 108◦ . Como 108 < 180 < 2 × 108 e 3 × 108 < 360 < 4 × 108,
5
não é possı́vel cobrir o plano com cópias de um pentágono regular.
b) Note que, como ∠A + ∠B = 180, EA e BC são paralelos, de modo que EABC é
um losango. Assim CE = DE = CD e CDE é um triângulo equilátero. Assim
é possı́vel cobrir o plano com o pentágono ABCDE, como mostra a figura a
seguir:
A B
E C
… …
18. (OBM 2006 - 1a fase) Trace retas horizontais pelos vértices mais baixos dos três
quadrados.
x
75º
30º 126º
19. (OBM 2009 - 1a fase) As medidas dos ângulos internos de um triângulo equilátero, de
(5 − 2) × 180◦
um quadrado e de um pentágono regular são, respectivamente, 60◦ , 90◦ e =
5
19
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108◦ . Assim, ∠HDE = 360◦ −(60◦ +90◦ +108◦ ) = 102◦ . Temos ainda que o triângulo
HDE é isósceles com HD = DE e, portanto, β + β + 102◦ = 180◦ ⇔ β = 39◦ .
20. (OBM 2010 - 1a fase) Prolongue QR até encontrar o segmento XS. Através da figura,
podemos encontrar o valor do ângulo externo do polı́gono, que deve ser 360◦ dividido
pelo número de lados n.
X
2e A
Q e e e S
R
P T
360◦ 40◦
3e + 140◦ = 180◦ ⇔ 3e = 40◦ ⇔ = ⇔ n = 27.
n n
21. (OBM 2011 - 1a fase) Sejam α = ∠BAC, β = ∠ADE e 2θ = ∠BCA. Temos
∠ABC = 50◦ + α. Pelo teorema do ângulo externo no triângulo BCD, α + 50◦ + θ =
90◦ + β. Além disso, 2α + 2θ + 50◦ = 180◦ pela soma dos ângulos internos do ∆ABC.
180◦ − 50◦
Substituindo o valor de α + θ = = 65◦ na primeira equação, obtemos
2
β = 25◦ .
A
α E
β
α+β
D
θ
α + 50 θ
B C
22. (OBM 2011 - 1a fase) Sejam α = ∠BAE e β = ∠DAC. Como BD = AB, ∠BDA =
40◦ + α. Analogamente, ∠AEC = 40◦ + β. A soma dos ângulos internos do ∆AED
produz 120◦ + α + β = 180◦ ⇔ α + β = 60◦ . Portanto, ∠BAC = α + β + 40◦ = 100◦ .
20
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α β
40° + β 40° + α
B E D C
23. (OBM 2016 - 1a fase) O ângulo interno de qualquer vértice de um polı́gono regular de
180◦ (n − 2)
n lados é . Consequentemente, ∠ABL = 90◦ , ∠ABI = 108◦ e ∠ABC =
n
135◦ . Daı́, ∠CBI = 27◦ e ∠LBC = 360◦ −90◦ −135◦ = 135◦ . Como LB = BC = BI,
os triângulos LBC e CBI são isósceles de bases LC e CI. Assim θ = ∠LCB +
180◦ − 135◦ 180◦ − 27◦
∠BCI = + = 99◦ .
2 2
24. (OBM 2014 - 2a fase) O ângulo externo a um vértice de um pentágono regular é
72◦ enquanto que o ângulo interno de de um triângulo equilátero é 60◦ . Assim, pelo
teorema do ângulo externo aplicado ao triângulo EAG com respeito ao ângulo externo
do vértice A, temos: x = ∠F AE − ∠EGA = 72◦ − 60◦ = 12◦ .
25. Observe que ∠GHC é externo do ∆DHE. Logo, ∠GHC = ∠DEH + ∠EDH. Da
mesma forma, ∠HGC é externo do ∆ABG. Logo, ∠HGC = ∠ABG+∠BAG. Assim,
a soma dos ângulos da estrela é igual à soma dos ângulos do ∆HGC que é 180◦ .
26. (OBMEP 2007 - 2a fase)
a) Para completar a primeira coluna da tabela basta substituir os valores n = 5,6
e 8 na fórmula (n − 2) × 180◦ . Para completar a segunda coluna, basta dividir
os valores da primeira coluna pelo valor correspondente de n, ou seja, calcular
(n − 2) × 180◦
; a justificativa para essa expressão é que polı́gono de n lados tem
n
n ângulos internos iguais, cuja soma é (n − 2) × 180◦ . A tabela completa é dada
abaixo.
b) O ângulo interno de um quadrado é 90◦ e o de um octógono regular é 135◦ . Para
que alguns polı́gonos regulares se encaixem, a soma de seus ângulos internos
deve ser 360◦ . Como 90◦ + 135◦ + 135◦ = 360◦ , segue que um quadrado e dois
octógonos regulares se encaixam.
21
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C
M B
D P
A
22
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29. A soma dos ângulos de um pentágono qualquer é igual a 3 × 180◦ = 540◦ . Como o
◦
pentágono é regular, todos os seus ângulos devem ser iguais a 540 ◦
5 = 108 . Além disso,
◦
os ângulos do triângulo P RS são todos iguais a 60 , pois trata-se de um triângulo
equilátero. Por outro lado, todos os lados do pentágono e todos os lados do triângulo
P RS são iguais entre si. Com isso, podemos provar que os triângulos P T S e U V T
são isóceles. Daı́,
180◦ −48◦
(i) ∆P BT isóceles e ∠P ST = 48◦ implicam em ∠T P S = ∠P T S = 2 = 66◦ .
23
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180◦ −108◦
(ii) ∆U V T isóceles e ∠P ST = 108◦ implicam em ∠T P S = ∠P T S = 2 =
36◦ .
V T
R S
30. Veja que todos os lados do pentágono e todos os lados do quadrado são iguais entre si,
pois possuem um lado em comum (ED) e são ambos polı́gonos regulares. Portanto, o
∆F EA é isósceles. Já sabemos que o ângulo interno de um pentágo regular é 108◦ e
que o ângulo interno do quadrado é 90◦ . Note que ∠F EA = 360◦ −108◦ −90◦ = 162◦ .
Agora, no sendo ∠EAF = ∠EF A = x, no ∆F EA, temos:
2x + 162◦ = 180◦ ⇒ x = 9◦ .
F
D
C
E
A B
31. Como ABC é isósceles, ∠ABC = ∠ACB = 50◦ . Além disso, os triângulos BDF e
CDE são isósceles. Assim,
24
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B D C
32. Seja ∠CAB = x, então ∠ABC = 90◦ − x. Note que os triângulos AM C e EN C são
isósceles, assim:
180◦ −(90◦ −x)
(i) No triângulo CBN , ∠CN B = ∠N CE = 2 = 45◦ + x2 .
◦
(ii) No triângulo ACM , ∠AM C = ∠ACM = 1802 −x = 90◦ − x2 .
Para finalizar, CN M a soma dos ângulos 180◦ , logo:
x ◦ x
∠N CM = 180◦ − 90◦ − + 45 + = 45◦ .
2 2
A
N
C E
33. Seja ∠BAC = x. Como AF E é isósceles, ∠AEF = x e ∠EF D = 2x, pois é externo
ao triângulo AEF . Sendo F ED isósceles, ∠EDF = 2x. Além disso, ∠BED = 3x
(pois é externo ao triângulo AED). Note que ∠EBD = 3x, pois BED é isósceles.
Usando o ângulo externo no ∆BDA, ∠BDC = 4x. Logo, ∠BCD = 4x, pois ∆BDC
é isósceles e ∠DBC = x pois ABC é isósceles. Somando agora todos os ângulos do
∆ABC, temos:
x + 4x + 4x = 180◦ ⇒ 9x = 180◦ ⇒ x = 20◦ .
25
POTI - Geometria - N1 - Aula 4 - Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
35. Note que ∆DEC é isósceles, logo ∠DEC = ∠ECD = 20◦ . Pelo ângulo externo,
∠EDB = 40◦ . Como EBD também é isósceles, ∠EBD = 40◦ . Observe que ∠AEB =
60◦ , pois é exeterno do ∆EBC. Agora, AEB é isósceles e têm um ângulo de 60◦ ,
logo é equilátero. Dessa forma, AE = EB = AB. Por outro lado, pelo enunciado
EB = ED. Com isso, ∆AED é isósceles. Portanto, ∠EAD = ∠EDA. Como
∠DEC = 20◦ é exeterno do ∆AED, segue que ∠EDA = 10◦ .
B
D C
26
POTI - Geometria - N1 - Aula 4 - Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
G F
B D E C
P Q = QR ⇒ x + AB + y = y + DC + z ⇒ AB − DC = z − x = DE − AF.
E
D
F C
P A B Q
27
Polos Olímpicos de Treinamento
Curso de Geometria - Nível 1
Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Aula 5
Congruência de Triângulos
Neste capı́tulo iremos estudar uma das ferramentas mais importantes para dar rigor aos
argumentos geométricos cuja conclusão é a de que dois segmentos são iguais ou a de que
dois ângulos são iguais.
A X
B C Y Z
Notação: Utilizaremos o sı́mbolo (≡) para denotar dois triângulos congruentes. Por
exemplo, neste caso, ∆ABC ≡ ∆XY Z.
De maneira intuitiva, dois triângulos serão congruentes quando for possı́vel fazer com
que o primeiro encaixe no segundo através de transformações rı́gidas (que não envolvem
dilatações).
Felizmente, para provar que dois triângulos são congruentes, não é necessário verificar
todas as seis igualdades da definição. Veremos que certas combinações de três dessas seis
igualdades serão suficientes para demonstrar que dois triângulos são congruentes. E é esse
o poder dessa estratégia para resolver problemas de Geometria: A partir de três igualdades
(já verificadas como verdadeiras), podemos demonstrar outras três igualdades. O primeiro
caso de congruência é o:
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Caso ALA. Se ABC e XY Z são dois triângulos tais que ∠ABC = ∠XY Z, BC = Y Z
e ∠BCA = ∠Y ZX, então ∆ABC ≡ ∆XY Z.
Observe que este caso de congruência pode ser demonstrado a partir do caso ALA,
uma vez que a soma dos ângulos em qualquer triângulo é sempre igual a 180◦ . Portanto, se
sabemos as medidas de dois ângulos de um triângulo, sabemos também a medida do terceiro.
Por fim, ainda temos o caso especial para triângulos retângulos. A demonstração desse
caso de congruência utiliza o chamado Teorema de Pitágoras, que veremos no próximo
capı́tulo. De fato, se sabemos as medidas de um dois lados de um triângulo retângulo,
então sabemos a medida do terceiro lado pelo Teorema de Pitágoras.
Vamos ver dois problemas que utilizam em sua resolução congruência de triângulos.
O primeiro é um resultado muito utilizado como fato conhecido, e que em problemas de
olimpı́ada de fato você pode se utilizar do resultado sem provar, mas que agora terá uma
demonstração formalizada. O segundo problema já possui caracterı́sticas de olimpı́ada,
e poderia ser um problema ou uma parte da resolução de um problema, mas escrito de
maneira formal.
Problema 1. Mostre que um triângulo que têm dois ângulos iguais é isósceles.
2
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Considere um triângulo ABC com ∠ABC = ∠BCA. Seja P o pé da altura de A até
BC. Note que os triângulos ABP e ACP são congruentes pelo caso LAAo . Portanto,
AB = AC.
B P C
D C
A B
Para provar que AB e CD são paralelos, vamos procurar ângulos congruentes. Veja
que AD k BC, portanto ∠DAC = ∠ACB, e como AD = BC e AC é comum, então
∆CAD ∼ = ∆ACB por LAL. Em particular, ∠DCA = ∠BAC, portanto AB k CD. Veja
que ∆DAE ∼ = ∆BCF por ALA, em particular temos que AE = CF . Vamos provar que
∼
∆ADF = ∆CBE, olhando os lados desses triângulos temos AF = AE +EF = CF +EF =
CE, como já temos os ângulos congruentes e os outros lados, então essa congruência é
verdadeira pelo caso LAL, em particular, mostramos finalmente que DF = BE.
D C
A B
3
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Fatos Importantes
Antes de partirmos para a seção de problemas, iremos demonstrar uma série de fatos
importantes que são demonstrados através de casos de congruência de triângulos.
B P C
O
B C
M
Demonstração. Seja O o ponto de encontro entre as mediatrizes dos lados BC e CA. Veja
que essas duas retas não podem ser paralelas. Portanto, o ponto O existe. Seja M o ponto
4
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
médio de BC veja que os triângulos OM B e OM C são congruentes pelo caso (LAL). Logo,
OB = OC. De modo análogo, podemos demonstrar que OC = OA. Logo, o ∆AOB
é isósceles. E como vimos no comentário anterior, a mediana de um triângulo isósceles
também é sua altura. Logo, se N é o ponto médio de AB, ON será a mediatriz de AB.
Fato Importante. As três alturas relativas aos lados de um triângulo ABC encontram-
se em um único ponto chamado de ortocentro.
C0 A B0
B C
A0
Demonstração. Sejam r, s e t três retas paralelas aos lados BC, CA e AB passando pelos
pontos A, B e C, respectivamente. Sejam ainda A0 , B 0 e C 0 os pontos de interseção entre
essas retas. Note que AB 0 CB é um paralelogramo, pois tem dois pares de lados paralelos.
Com isso, ∆ABC ≡ ∆AB 0 C. De modo análogo, ∆ABC ≡ ∆ABC 0 e ∆ABC ≡ ∆A0 BC.
Daı́, perceba que as alturas do triângulo ABC são as mediatrizes do triângulo A0 B 0 C 0 , que
se encontram em um único ponto pelo resultado anterior.
B M D
5
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Demonstração. Seja M o ponto médio de AC. Como os triângulos ABC e ADC são
isósceles, BM e DM são alturas. Logo, B, M e D são colineares. Portanto, M será o
ponto de encontro das diagonais e estas serão perpendiculares.
Observação. Quadriláteros como esse são chamados de pipas.
D C
A B
Demonstração. Traçamos a diagonal AC. Veja que ∆DAC =∼ ∆ABC pelo caso LLL. Desse
modo ∠BAC = ∠ACD, portanto AB k CD. Analogamente, temos ∠DAC = ∠ACD, e
assim AD k BC.
A demonstração de que um paralelogramo possui lados opostos congruentes utiliza a
mesma figura, mas as hipóteses agora são que AB k CD e AD k BC. Desse modo temos
que ∠BAC = ∠ACD e ∠DAC = ∠ACD. Assim sendo, ∆ABC ∼ = ∆CDA pelo caso ALA.
Problemas Introdutórios
Problema 3. Seja ABCD um quadrilátero convexo que possui dois lados opostos iguais e
paralelos. Mostre que ABCD é um paralelogramo.
Problema 5. Mostre que um triângulo que tem duas alturas iguais é isósceles.
Problema 6. (OBM 2009 - 1a Fase) Na figura, P é um ponto da reta CD. A região cinza
é comum ao retângulo ABCD e ao triângulo ADP . Se AB = 5 cm, AD = 8 cm e a área
3
da região cinza é da área do retângulo, quanto vale a distância P C?
4
6
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A B
D C P
Problemas Propostos
D G C
2
F 6
E
A B
8
7
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D E
I
H
B F G C
H
B F G C
M A N
J
L
D E
I
H
B F G C
Os itens acima mostram que HJKL é um retângulo formado com as quatro partes em que
o triângulo ABC foi dividido.
c) Mostre que LH = EF .
8
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M A N
J
L
D E
I
H
B C
F G
Problema 10. (OBM 2005 - 2a Fase) O canto de um quadrado de cartolina foi cortado
com uma tesoura. A soma dos comprimentos dos catetos do triângulo recortado é igual ao
comprimento do lado do quadrado. Qual o valor da soma dos ângulos α e β marcados na
figura abaixo?
27°
β
Problema 11. (OBM 2006 - 2a Fase) Seja ABC um triângulo retângulo em A. Considere
M e N pontos sobre a hipotenusa BC tais que CN = N M = M B. Os pontos X e Y são
tais que XA = AM e Y A = AN . Determine a área do quadrilátero XY BC, sabendo que
o triângulo ABC tem área 12 cm2 .
C
A B
9
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E D
A
B C
Problema 13. (Teorema de Thébault) Seja ABCD um quadrado e ADE e DCF triângulos
equiláteros construı́dos exteriormente ao quadrado. Mostre que EBF é um triângulo
equilátero.
Problema 15. Seja ABC um triângulo, ABP Q e ACRS são quadrados construı́dos exter-
namente a este triângulo. Mostre que BS = QC.
Problema 16. (Rioplatense 2015) Seja ABCD um quadrado de centro O. São construı́dos
triângulos isósceles BCL e DCK externos ao quadrado com DK = KC = LC = LB. Seja
M o ponto médio de CL. Mostre que BK e OM são perpendiculares.
Problema 17. ABCD é um paralelogramo e ABF e ADE são triângulos equiláteros cons-
truı́dos exteriormente ao paralelogramo. Prove que F CE também é equilátero.
Problema 18. Quatro quadrados são construı́dos exteriormente nos lados de um paralelo-
gramo. Mostre que os centros destes quadrados também formam um quadrado.
Problema 19. (Cone Sul 1989) Seja ABECDF um hexágono (nesta ordem). De modo que
ABCD e AECF são paralelogramos. Mostre que BE k DF .
Problema 21. (Rússia 1946) Dados três pontos A, B e C sobre uma reta, são construı́dos
triângulos equiláteros ABC1 e BCA1 no mesmo semi-plano em relação a reta dos pontos
A, B e C. Sejam M e N os pontos médios de AA1 e CC1 , respectivamente. Prove que o
triângulo BM N também é equilátero.
10
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Problema 23. (Maio 2013) Seja ABCD um quadrado de papel de lado 10 e P um ponto
sobre o lado BC. Ao dobrar o papel ao longo da reta AP , o ponto B determina o ponto
Q, como na figura a seguir. A reta P Q corta o lado CD em R. Calcular o perı́metro do
triângulo P CR.
B P C
Q
A D
Problema 24. No triângulo ABC (AB > AC) sejam BE e CF as alturas relativas aos
−−→
vértices B e C. Seja P sobre BE e Q sobre a extensão CF tais que BP = AC, CQ = AB.
Prove que AP e AQ são perpendiculares.
11
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Dicas e Soluções
A C
B D
D B C
E D
B C
12
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6. (OBM 2009 - 1a Fase) Traçando uma paralela a DC por Q, temos que [ABQ] =
[AQM ], já que suas bases e suas alturas terão a mesma medida. Logo Q é ponto
médio de BC, ou seja, BQ = QC. Os ângulos opostos pelo vértice Q são congruentes,
além disso os triângulos ABQ e QCP são retângulos. Dessa forma os triângulos ABQ
e QCP são congruentes pelo caso ALA e com isso, P C = AB = 5.
A B
D C P
7. (OBMEP 2005 - 1a Fase) A área pedida é igual a área do polı́gono ABCDEF menos
a soma das áreas dos triângulos retângulos AEF e DEG. A área do triângulo AEF
AF × EF 3×2
é = = 3 cm2 . Vamos agora calcular a área do triângulo DEG.
2 2
Para calcular DE prolongamos EF até o ponto H, obtendo assim os retângulos
ABHF e CDEH. Como os lados opostos de um retângulo são iguais, segue que
DE = CH = CB − BH = 6 − AF = 6 − 3 = 3. Como os lados AF e DE
são paralelos, então ∠EAF = ∠GED. Além disso AF = ED, logo os triângulos
AEF e DEG são congruentes (caso ALA) e portanto, têm a mesma área. A área
do retângulo ABHF é AD × AF = 8 × 3 = 24 cm2 , e a do retângulo CDEH é
DE × CD = 3 × (AB − EF ) = 3 × (8 − 2) = 18 cm2 . Portanto a área procurada é
24 + 18 − 2x3 = 36 cm2 . Alternativamente, a área do trapézio ABCG cuja altura é
BC = 6 e cuja as bases são AB = 8 e CG = CD − GD = 6 − 2 = 4 pode ser calculada
8+4
diretamente. Portanto a área é × 6 = 36 cm2 .
2
D G C
2
F 6
E H
A B
8
13
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AB e CD, além disso, N D = M B já que tanto M quanto N são pontos médios.
Como os lados AB e CD são paralelos, temos que ∠N DO = ∠M BO, então os
triângulos ON D e OM B são congruentes pelo caso ALA. Em particular, OM = ON .
Os triângulos AM N e CN M são congruentes pelo caso LAL, já que AM = N C,
∠AM N = ∠CN M e M N é um lado comum. Em particular ∠AN M = ∠CM N . Os
ângulos marcados na figura à partir do centro O do retângulo são congruentes por
serem opostos pelo vértice. Finalmente, temos que os triângulos ON Q e OP M são
congruentes pelo caso ALA, e portanto possuem a mesma área. A área do quadrilátero
1
CP QN é então igual à área do triângulo CM N , que por sua vez é igual a da área
4
1 2
do retângulo, ou seja, igual a × 120 = 30 m .
4
D N C
A M B
H
B F G C
14
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
b) Na figura os ângulos marcados sem traço, com um traço, dois traços e três
traços são congruentes. Notamos agora que M N = M A + AN = BF + CG =
BC − F G = 2F G = F G = F G Segue pelo critério ALA que os triângulos F GI
e M N K são congruentes.
K
M A N
J
L
D E
I
H
B F G C
H
B F G C
15
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
A B
27°
β
M
D N C
11. (OBM 2006 - 2a Fase) Observe que os triângulos AXY e AN M são congruentes pelo
caso LAL, portanto ∠Y XA = ∠AM N . Assim, XY k M N e como XY = M N =
M C = N B, segue que os quadriláteros XY CM e XY N B são paralelogramos, como
2
A é ponto médio de XM e N Y temos que [AY C] = [BAX] = × 12 = 8. Logo,
3
8
[XY CB] = × 12 = 32.
3
12. Para mostrar que ∆DEF é equilátero, temos duas opções: mostrar que todos os seus
lados são congruentes; ou mostrar que todos seus ângulos internos são congruentes.
Vamos marcar todos os lados e ângulos congruentes para tentar enxergar qual caminho
é melhor. Como ∆ABC é equilátero, temos ∠CAB = ∠ABC = ∠BCA = 60◦ ,
além disso, por hipótese temos que AE = EB = BF = CF = AD = CD, desse
modo temos que ∆EAB ∼ = ∆F BC ∼ = ∆DCA por LLL. Em particular, os ângulos
correspondentes são congruentes nesses triângulos isósceles. Seja α a medida do
ângulo da base de cada um desses triângulos isósceles.
Para mostrar que ∆DEF é equilátero, podemos mostrar que ∆EAD ∼ = ∆F EB ∼ =
∆DF C obtendo que ED = DF = F E. Veja que nesses três triângulos isósceles, se
mostrarmos que os ângulos opostos à base são congruentes, temos as congruências
desses triângulos por LAL. Tomemos o vértice A, temos que ∠EAD + ∠EAB +
∠BAC + ∠CAD = 360◦ ⇔ ∠EAD + α + 60◦ + α = 360◦ ⇔ ∠EAD = 300◦ − 2α. De
modo análogo, fazemos o mesmo processo com os vértices B e C, mostrando assim
que ∆EAD ∼ = ∆F EB ∼ = ∆DF C por LAL, acarretando em ED = DF = F E, logo
∆DEF é equilátero.
16
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E D
A
B C
A D
B C
14. Veja que os triângulos ∆AM C e ∆ABP são congruentes pelo caso LAL, pois AB =
AM e AC = AD e ∠M AC = ∠BAP . Assim, M C = BP . De modo análogo, também
provamos que o terceiro lado é igual a estes dois.
A
M
B C
17
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
15. Note que ∆AQC ≡ ∆ABS (LAL), pois AB = AQ, ∠QAC = ∠BAS e AC = AS.
Como consequência, QC = BS.
Q
R
A
P C
B
16. Primeiramente, observe que ∆BLC ≡ ∆CKD (LLL). Sejam ∠LCB = ∠LBC =
∠KCD = ∠KDC = α. Se N é o ponto médio de KD, veja que ∆ODN ≡ OCM ,
pois M C = N D, OD = OC e ∠ODN = ∠OCM = α + 45◦ . Portanto, ∠N OD =
∠COM = β. Como ∠COD = 90◦ , segue que ∠N OM = 90◦ . Ou seja, ON ⊥ OM .
Por outro lado, ON k BK, pois ON é a base média do ∆DBK. Assim, OM ⊥ BK.
B C
K
O
A N
D
18
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F A D
B C
18. Sejam M , N , O e P os centros dos quadrados que estão sobre os lados AB, BC, CD
e DA, respectivamente. Seja ∠DAB = β. Assim, ∠DCB = β e ∠CBA = 180◦ − β.
Veja que ∠OCN = ∠N BM = 90◦ + β. Veja que ∆OCN ≡ ∆N BM (LAL). Logo,
∠BN M = ∠ON C = θ e M N = N O. Além disso, veja que ∠BN C = 90◦ . Portanto,
∠ON M = 90◦ . Por analogia, podemos demonstrar que todos os lados e todos os
ângulos do quadrilátero ON M P são iguais entre si.
P D C
B
N
A
M
19
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
D C
F E
A B
20. Como ∆ABC é isósceles, ∠ABC = ∠ACB = 72◦ . Logo, ∆ABD é isósceles e BD =
DA. Sendo BD bissetriz, ∠ABD = ∠DBC = 36◦ . Sendo DP bissetriz, ∠BDP =
∠P DC = 36◦ . Logo, ∆BP D é isósceles e RB = BP = P D. Por último, veja que
∠RBD = ∠P DA = 180◦ − 36◦ = 144◦ . Assim, ∆RBD ≡ ∆P DA (LAL). Com isso,
AP = RD.
R B P C
21. Note que ABA1 ≡ CBC1 (pelo caso LAL). Assim, todas as medidas correspondentes
nos dois triângulos são congruentes. Em particular, BM = BN (as mediadas relativas
aos lados AA1 e CC1 são iguais) e ∠M BA1 = ∠N BC (pois são as medidas dos ângulos
entre as medianas e os lados correspondentes BA1 e BC). Dessa última igualdade
de ângulos, obtemos que ∠M BN = 60◦ . Portanto, ∆BM N é um triângulo isósceles
com ângulo de 60◦ .
20
POTI - Geometria - N1 - Aula 1 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
C1
A1
N
M
A B C
22. Seja ∠CAB = 2α. Note que ∆AM P ≡ ∆ACP (ALA), então AM = AC e com isso,
∠AM C = ∠ACM = 90◦ − α. De modo análogo, ∆QN B ≡ ∆QCB (ALA), logo
BC = BN e com isso, ∠CN B = ∠N CB = 45◦ + α. Agora olhando a soma dos
ângulos internos no triângulo ∆CN M , temos que ∠M CN = 45◦ .
A
F
E
H
P
C B
1
Note que dessa congruência também podemos demonstrar que AQ = AP .
21
Polos Olímpicos de Treinamento
Curso de Geometria - Nível 1
Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Aula 6
Teorema de Pitágoras
AB 2 = BC 2 + CA2 .
S Z R
W
1−α
α
P X Q
A B
Observação: Para resolver alguns dos problemas a seguir, talvez seja útil conhecer os
seguintes produtos notáveis:
Solução.
A B
2
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Problemas Introdutórios
Problema 2. (OBM 2007 - 1a Fase) O jardim da casa de Maria é formado por cinco
quadrados de igual área e tem a forma da figura abaixo. Se AB = 10 m, então qual é a
área do jardim em metros quadrados?
Problema 3. (OBMEP 2007 - 1a Fase) A figura mostra um triângulo retângulo ABC e três
triângulos retângulos congruentes sombreados. O lado BC tem comprimento 1 cm. Qual
é o perı́metro do triângulo ABC, em centı́metros?
C
1 cm
A B
Problemas Propostos
3
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D C
H G
M
A B E F
Problema 6. Neste problema temos quatro itens, cada um correspondente a um dos quatro
desenhos da figura. Determine o valor dos segmentos pedidos.
B E
I
A C
H
F G
D
J M N
K L O Q P
4
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A F B
D E C
Problema 10. (OBM 2008 - 2a Fase) Um viajante, que se encontrava perdido na floresta,
andou 1 metro para o Leste, 2 metros para o Norte, 3 para o Oeste, 4 para o Sul, 5 para
o Leste, 6 para o Norte, · · · , 2006 metros para o Norte, 2007 para o Oeste e 2008 para o
Sul. Calcule, em metros, o valor inteiro mais próximo da distância entre as posições inicial
e final do viajante.
Problema 11. (OBM 2011 - 1a Fase) Seja XOY um triângulo retângulo com ∠XOY = 90◦ .
Sejam M e N os pontos médios de OX e OY , respectivamente. Dado que XN = 19 e
Y M = 22, determine a medida do segmento XY .
Problema 12. (Holanda 2008) No quadrilátero ABCD, AB = 3, BC = 4, CD = 5 e
DA = 6. Sabemos que ∠ABC = 90◦ , qual é a área do quadrilátero ABCD?
Problema 13. No triângulo ABC sabe-se que ∠ACB = 90◦ , AC = 20 e AB = 101. Seja
D o ponto médio de BC. Ache a área do triângulo ADB.
Problema 14. (OBM 2016 - 1a Fase) Considere o triângulo ABC a seguir tal que AB = 3,
AC = 4 e BC = 5. Sobre o lado BC, são marcados os pontos D e E de modo que BD = 1,
DE = 2 e EC = 2. Determine a medida do ângulo ∠DAE.
5
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B C
D E
Problema 15. (OBM 2012 - 2a Fase) Seja ABCD um retângulo tal que AD = 6 e DC = 8
. Construa um triângulo equilátero CED tal que E, A e B estão no mesmo semiplano
determinado pela reta CD. Determine a área do triângulo AEC.
Problema 16. (OBM 2015 - 2a Fase) João cortou os quatro cantos de uma folha retangular
e obteve o um octógono equiângulo ABCDEF GH, como mostra a figura abaixo.
G F
√
√ 4 2
5 2
E
H
3
√ √
A 3 2
2 2
7
B C
√ √ √ √
Sabendo que AB = 2 2, BC = 7, CD = 3 2, DE = 3, EF = 4 2 e GH = 5 2,
determine a área desse octógono.
Problema 17. (OBMEP 2017 - 1a Fase) Na figura, os ângulos ∠ABC e ∠BCD medem
120◦ , o ângulo ∠BAD é reto e os segmentos BC e CD medem 4 cm e 8 cm, respectivamente.
Qual é a área do quadrilátero ABCD em cm2 ?
6
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8 cm
120° C
4 cm
120°
A B
Problema 18. (OBMEP 2013 - 1a Fase) Uma escada com 2, 9 metros de comprimento e
uma articulação central C possui a extremidade B fixa no chão e a extremidade A móvel,
conforme a figura. A escada, inicialmente estendida no chão, foi dobrada de tal forma que
a extremidade A deslizou 2 centı́metros. A quantos centı́metros do chão ficou a articulação
C?
Problema 19. (Holanda 2009) Na figura a seguir, temos três quadrados de lado 1 e dois
triângulos equiláteros. Determine o lado do triângulo equilátero maior.
1 1
1
Problema 20. (Olimpı́ada de Maio 2006) Um retângulo de papel 3cm × 9cm é dobrado
ao longo de uma reta, fazendo coincidir dois vértices opostos. Deste modo se forma um
pentágono. Calcular sua área.
Problema 21. Seja ABCD um quadrado de lado 28. Seja P um ponto no seu interior e E
um ponto no lado CD de modo que AP = BP = P E e que CD e P E sejam perpendiculares.
Ache AP .
Problema 22. Seja P um ponto no interior do retângulo ABCD. Se P A = 2, P B = 3 e
P C = 10, ache P D.
7
POTI - Geometria - N1 - Aula 6 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Problema 23. No interior do quadrado ABCD são escolhidos dois pontos E e F de modo
que AE = F C = 7, EF = 2 e ∠AEF = ∠EF C = 90◦ .
Problema 26. Seja ABC um triângulo acutângulo e K um ponto no seu interior. Sejam
P , Q e R os pés das alturas de K até os lados BC, CA e AB, respectivamente. Mostre que
Problema 27. (OBMEP 2006 - 1a Fase) No triângulo ABC, o comprimento dos lados AB,
BC e CA, nessa ordem, são números inteiros e consecutivos. A altura relativa a BC divide
este lado em dois segmentos de comprimentos m e n, como indicado. Quanto vale m − n?
A
B C
n m
Problema 28. (OBM 2007 - 3a Fase) Seja ABC um triângulo retângulo isósceles. K e M
são pontos sobre hipotenusa AB, com K entre A e M , e o ângulo ∠KCM = 45◦ . Prove
que AK 2 + M B 2 = KM 2 .
8
POTI - Geometria - N1 - Aula 6 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Dicas e Soluções
2. (OBM 2007 - 1a Fase) A área do jardim é 5a2 , onde a é o lado do quadrado. Pelo
Teorema de Pitágoras, AB 2 = a2 + (2a)2 = 5a2 . Daı́, 5a2 = 100, que é a área do
jardim.
Observação: também é possı́vel resolver o problema sem usar o Teorema de Pitágoras,
formando o quadrado de lado AB e observando que sua área é equivalente à de 5
quadrados menores.
1 cm
1 cm P
A B
13
. .
Q 9 F 5 R
CM 2 = 64 + 36 = 100.
9
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x
a
.
50 – a
10
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O l N l Y
D 5
C
3
4
3
A 3 B
121 · 81 = x2 ⇒ x = 99.
20·99
Logo, [ABC] = 2 = 990 e [ADB] = 495.
11
POTI - Geometria - N1 - Aula 6 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
14. (OBM 2016 - 1a Fase) Sejam p e q as medidas dos ângulos ∠BAD e ∠EAC, res-
pectivamente. Como BA = BE, segue que ∠ABE = ∠BAE = p + x. Ana-
logamente, como AC = DC, temos ∠DAC = ∠ADC = x + q. Pela recı́proca
do Teorema de Pitágoras, como é verdade que BC 2 = AB 2 + AC 2 , segue que
p + q + x = ∠BAC = 90◦ . Finalmente, analisando a soma dos ângulos do triângulo
DAE, temos 180◦ = (p + x) + x + (q + x) = 90◦ + 2x, ou seja, x = 45◦ .
E
A B
D C
F
16. (OBM 2015 - 2a Fase) Os ângulos internos de um octógono equiângulo são iguais
(8 − 2) · 180◦
a = 135◦ . Assim, prolongando AH, BC, DE e F G, obtemos um
8
retângulo subtraı́do de quatro triângulos retângulos isósceles.
12
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G F
√
√ 4 2
5 2
E
H
3
√ √
A 3 2
2 2 3
7
2 3
B C
30° 30°
8 cm
120° C
60°
4 cm 4 cm
120°
60° 60° 60°
A B 4 cm E
13
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√
3l
Pelo Teorema de Pitágoras, a altura de um triângulo equilátero de lado l é h = .
√ √ 2
6 · 6 3 16 3 √
Logo, [ABCD] = [DAE] − [CBE] = − = 14 3 cm2 .
2 4
18. (OBMEP 2013 - 1a Fase) Suponhamos que a escada tenha comprimento AB = x . Na
figura, os pontos A1 e D indicam, respectivamente, as posições dos pontos A e C após
o movimento. Como C é o ponto médio de AB, o triângulo A1 BD é isósceles com
x
A1 B = x − 2 e A1 D = BD = . A distância h = DE do ponto D ao chão pode então
2
x 2 x − 2 2 √
2
ser calculada pelo teorema de Pitágoras como h = + ⇔ h = x − 1.
√ 2 2
No problema, temos x = 290 cm e então h = 289 = 17 cm.
1 1
1
20. Seja ABCD o retângulo e ABEF D0 o pentágono formado ao dobrar o papel como
é mostrado na figura (2). Por construção, sabemos que AD0 = 3 e que o triângulo
AD0 E é retângulo em D0 . Sendo D0 E = x, devemos ter AE = 9 − x. Agora, usando
o Teorema de Pitágoras no triângulo AD0 E, obtemos que:
(9 − x)2 = x2 + 32
81 − 18x + x2 = x2 + 9 ⇒ x = 4.
Pontando, a área de AD0 E é igual a 6. Além disso, AEF B e EDCF são congruentes,
pois EF é mediatriz da diagonal AC. Com isso, a área do quadrilátero AEF B é
metade da área do retângulo ABCD e, portanto, igual a 13, 5. E como ABF e AD0 E
são congruentes, a área do pentágono será igual a 13, 5 + 6 = 19, 5.
14
POTI - Geometria - N1 - Aula 6 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
D0
A E D
B F C
A B
P
F
D E C
AP 2 − P D2 = BP 2 − P C 2
15
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A E D
P
H G
B F C
23. Veja AECF tem dois lados paralelos e iguais (AE e CF ). Portanto, é um paralelo-
gramo. Logo, suas diagonais AC e EF cortam-se mutualmente ao meio. Seja M o
ponto de encontro dessas diagonais. Veja que M F = 1. Pelo teorema de Pitágoras
aplicado no ∆M F C, temos que
√
CM 2 = 72 + 12 = 50 ⇒ CM = 50.
√
Como AC = 2 · CM , então AC = 2 50. Agora seja ` a medida do lado do quadrado
ABCD. Usando Pitágoras no ∆ABC, temos que
AC 2 = `2 + `2 ⇒ 200 = 2`2 ⇒ `2 = 100.
Porém, sabemos que [ABCD] = `2 = 100.
D C
E
M
F
A B
24. Suponha sem perda de generalidade que D está mais próximo de C do que de B. Seja
M o ponto médio de BC. Como o triângulo ABC é isósceles, AM também é altura.
Sendo ∠CBA = ∠ACB = 45◦ , o triângulo AM B é isósceles. De modo análogo, ACM
também é isósceles. Portanto, AM = M B = M C. Seja x = AB = AC. Usando √o
teorema de Pitágoras no triângulo ABC, 2 2 2
temos que CB = x +x . Logo, CB
√ √ = x 2.
Sendo M o ponto médio, M B = x 2 2 . Consequentemente, M A = M C = x 2 2 . Agora
seja y = DM , temos que:
√ √ !2
x 2 2 x 2
CD = CM − DM = − y ⇒ CD = −y ,
2 2
16
POTI - Geometria - N1 - Aula 6 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
√ √ !2
x 2 x 2
BD = BM + DM = + y ⇒ BD2 = +y .
2 2
Somando essas duas equações obtemos:
√ !2 √ !2
x2 √ √
2
2 2 x 2 x 2 2 x
CD +BD = −y + +y = − xy 2 + y + + xy 2 + y = x2 +2y 2
2
2 2 2 2
A B
25. Seja D o pé da altura relativa ao vértice A. Suponha, sem perda de generalidade,
que D está mais próximo de B do que de C. Usando o teorema de Pitágoras nos
triângulos ABD e ADC, temos:
AB 2 = AD2 + BD2 ,
AC 2 = AD2 + AD2 .
Somando essas duas, temos que
BD2 + DC 2 = (M B − DM )2 + (M C + M D)2 =
= (M B 2 − 2M B · DM + DM 2 ) + (M C 2 + 2M C · DM + DM 2 )
MA
Como M é ponto médio de BC, M B = M C = 2 . Portanto,
17
POTI - Geometria - N1 - Aula 6 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
B D M C
26. Vamos dividir a demonstração em dois passos. No primeiro passo, vamos utilizar o
teorema de Pitágoras no triângulos KP C, KAQ e KRB:
KC 2 = KP 2 + P C 2 ,
18
POTI - Geometria - N1 - Aula 6 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
R Q
B P C
x h x+2
n H m
B C
x+1
19
POTI - Geometria - N1 - Aula 6 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
45°
K
a
45°
ß 45°
C a B ≡ A´
K´
20
Polos Olímpicos de Treinamento
Curso de Geometria - Nível 1
Prof. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Aula 7
Neste capı́tulo, apresentaremos algumas estratégias para resolver problemas que en-
volvem razão de segmentos. Uma forma comum de trabalhar com razões de segmentos é
através de triângulos semelhantes.
AB BC CA
= = = λ.
XY YZ ZX
Além disso, λ é chamada razão de semelhança.
Notação: Utilizaremos o sı́mbolo (∼) para denotar dois triângulos semelhantes. Por
exemplo, neste caso, ∆ABC ∼ ∆XY Z. Veja também que dois triângulos semelhantes
serão congruentes quando λ = 1.
Para provar que dois triângulos são semelhantes, temos três casos:
Y K Z
B M C
2
POTI - Geometria - N1 - Aula 7 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Figura 1: três retas paralelas cortadas por duas transversais em segmentos proporcionais.
B P C
PC BP AB AC
= ⇒ = .
AC AQ BP CP
Observação. Também podemos demonstrar que a recı́proca do teorema da bissetriz
interna é verdadeiro. Ou seja, que se P é um ponto sobre o lado BC do ∆ABC tal que
AB AC
BP = CP , então P é o pé da bissetriz do ∠BAC. Para isso, utilize a mesma construção e
a recı́proca do teorema de Tales.
3
POTI - Geometria - N1 - Aula 7 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
N M
G
B C
N M
G0
G
B R C
4
POTI - Geometria - N1 - Aula 7 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Problemas Introdutórios
A B
Problema 2. (OBM 2010 - 1a Fase) No triângulo ABC, ∠BAC = 140◦ . Sendo M o ponto
médio de BC, N o ponto médio de AB e P o ponto sobre o lado AC tal que M P é
perpendicular a AC, qual é a medida do ângulo NMP?
Problema 3. (OBM 2007 - 1a Fase) Uma mesa de bilhar tem dimensões de 3 metros por
6 metros e tem caçapas nos seus quatro cantos P , Q, R e S. Quando uma bola bate na
borda da mesa, sua trajetória forma um ângulo igual ao que a trajetória anterior formava.
R Q
S P
5
POTI - Geometria - N1 - Aula 7 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
Problemas Propostos
Y
A
B X C
Problema 6. (OBM 2015 - 1a Fase) Na figura, os quadrados ABGH e CDEF têm lados
de medidas 4 e 6 cm, respectivamente. O ponto P pertence à reta contendo os pontos B,
C, G, e F , sendo C o ponto médio do lado BG. A semirreta AP divide a figura formada
pelos dois quadrados em duas regiões, uma branca e uma cinza. Para que essas duas regiões
tenham áreas iguais, qual deve ser o valor de x = CP ?
6
POTI - Geometria - N1 - Aula 7 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
A B
C D
P
x
H G
F E
Problema 7. (OBM 2010 - 1a Fase) Uma figura no formato de cruz, formada por quadrados
de lado 1, está inscrita em um quadrado maior, cujos lados são paralelos aos lados do
quadrado tracejado, cujos vértices são vértices da cruz. Qual é a área do quadrado maior?
Problema 8. (OBM 2016 - 1a Fase) Na figura a seguir, AEF G e ABCD são quadrados
e o ponto E está na reta CD. Além disso, M é o ponto médio do segmento CD e C é o
ponto médio do segmento M E. Sabendo que o quadrado ABCD possui lado 6, determine
a razão entre as áreas do quadrilátero CHAM e do quadrado AEF G.
D M C
E
A B
7
POTI - Geometria - N1 - Aula 7 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
A
F
E
G
B C
Problema 10. (OBM 2014 - 2a Fase) No desenho abaixo, o triângulo ABC é equilátero e
AB EG
BD = CE = AF = . Determine a razão .
3 GD
A B
D
Problema 11. (OBM 2009 - 2a Fase) Na figura abaixo, ABCD e EF GH são quadrados de
lado 48 cm. Sabendo que A é o ponto médio de EF e G é o ponto médio de DC, determine
a área destacada em cm2 .
E
A L B
H
F
K
D G C
8
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Problema 12. (OBM 2004 - 2a Fase) Uma folha de papel retangular ABCD foi dobrada
de modo que o vértice B foi levado no ponto B 0 sobre o lado AD. A dobra é EF , com E
sobre AB e F sobre CD. Sabe-se que AE = 8, BE = 17 e CF = 3.
C0
D F C
B0
A B
E
Problema 13. (OBMEP 2016 - 1a Fase) Dois triângulos retângulos, ambos com catetos de
medidas a e b , com a > b , são sobrepostos como na figura. Qual é a área do quadrilátero
sombreado em termos de a e b?
A F
I G
B C D E
9
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Problema 15. (OBMEP 2014 - 1a Fase) O paralelogramo ABCD tem área 24 cm2 e os
pontos E e F são os pontos médios dos lados AB e BC, respectivamente. Qual é a área
do quadrilátero EF GH?
A D
H
E
G
B F C
Problema 16. Na figura abaixo existem três quadradro de lados 3 < 4 < x. Determine x.
Problema 17. Na figura a seguir, P é um ponto interno ao triângulo ABC pelo qual
desenhamos três retas paralelas aos lados do triângulo. Se S = [ABC] e S1 , S2 e S3 são as
áreas dos triângulos menores sombreados, mostre que
p p p
S = ( S1 + S2 + S3 )2 .
A C
Problema 18. Uma reta passando pelo vértice A do quadrado ABCD intersecta o lado
−−→
CD em E e a semireta BC em F . Prove que
1 1 1
2
+ 2
= .
AE AF AB 2
10
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Problema 20. (Maio 2000) Seja ABC um triângulo com ∠BAC = 90◦ e tal que AC = 1.
A bissetriz do ângulo ∠BAC corta a hipotenusa no ponto R. A reta perpendicular à reta
AR passando por R corta AB em seu ponto médio. Qual é a medida do lado AB?
Problema 21. (Banco IMO 1983) Seja ABC um triângulo e D, E, F pontos (sendo E e F
fora do triângulo e D dentro) tais que os triângulos ABE, ACF e BDC são isósceles com
∠BEA = ∠AF C = ∠BDC. Mostre que AF DE é um paralelogramo.
Problema 22. Sejam ABC um triângulo com baricentro G e ` uma reta que passa por G
e corta os lados AB e AC do triângulo. Sejam D, E e F os pés das perpendiculares de A,
B e C até `, respectivamente. Prove que AD = BE + CF .
Problema 23. (Maio 2006) Seja ABCD um trapézio de bases AB e CD. Seja O o ponto
de interseção de suas diagonais AC e BD. Se a área do triângulo ABC é 150 e a área do
triângulo ACD é 120, calcular a área do triângulo BOC.
Problema 24. Seja ABCD um retângulo com área 1, e E um ponto sobre CD. Qual é a
área do triângulo formado pelos baricentros dos triângulos ABE, BCE, e ADE?
Problema 25. (Maio 2018) Em um paralelogramo ABCD, seja M o ponto sobre o lado
BC tal que M C = 2BM e seja N o ponto sobre o lado CD tal que N C = 2DN . Se a
distância do ponto B à reta AM é 3, calcule a distância do ponto N à reta AM .
11
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Dicas e Soluções
BH AH
1. Observe que ∆AHC ∼ BHA (dois pares de ângulos iguais). Assim, AH = HC .
Multiplicando em cruz, chegamos ao resultado procurado.
D
E
A F C
Os triângulos BN M e BAC são semelhantes pelo caso LAL, ou seja, dois pares de
lados correspondentes proporcionais e o ângulo entre eles igual. Então os segmentos
AC e N M são paralelos. Assim, os ângulos N M P e M P C devem ser iguais, e como
M P C é igual a 90◦ , temos que N M P também é igual a 90◦ .
12
POTI - Geometria - N1 - Aula 7 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
5. Em primeiro lugar, veja que a equação do enunciado pode ser reescrita como
XC XB
1= + .
BC BC
Note que ∆CXA ∼ ∆CBY . Assim,
AX XC
= .
BY BC
Note que ∆BXA ∼ ∆BZC. Assim,
AX BX
= .
CZ BC
Somando as duas equações encontradas e usando o fato que BX + XC = BC, o
resultado segue de imediato.
A B Q
C D
P
x
H G
F E
13
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5
2
h 5
Com respeito ao quadrado pontilhado, cada triângulo destacado exterior a esse qua-
drado corresponde a um triângulo branco no interior do mesmo. Concluı́mos assim
que sua área vale 5. Seja h a distância do vértice direito do quadrado central
√ ao lado
h 1 5
direito do quadrado pontilhado. Por semelhança temos: √ = 5 ⇔ h =
5
2
2
2
14
POTI - Geometria - N1 - Aula 7 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
procurada, basta subtrair a área do quadrado EFGH das áreas dos triângulos AF K
e AEL. Portanto a área será 1704.
G F
x
x
A B C D
15
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A b F
x-h H
x
I G
x/2
h
B C D E
1 b·x
A área do triângulo BHE é 4 da área do retângulo ABEF , ou seja, igual a .
4
b
h x
Como os triângulos BIC e F IA são semelhantes, = 3 ⇔ h = . [BIC] =
x−h b 4
1 b x b · x [ABEF ] [ABEF ] [ABEF ]
[GDE] = · · = . Portanto, [CDGHI] = − −
2 3 4 24 24 4 24
[ABEF ] [ABEF ] [CDGHI] 1
= ⇔ = .
24 6 [ABEF ] 6
15. (OBMEP 2014 - 1a Fase) Sejam b a medida da base do paralelogramo e h sua altura.
A b
D
H h2
E h
G
h1
B F C
b
h1 1
Então:[ABC] = 24 ⇔ b · h = 24. ∆GCF ∼ ∆GDA ⇔ = 2 = ⇔ h2 = 2h1 ⇔
h2 b 2
b h
h · b · h 24
3h1 = h ⇔ h1 = . Portanto [GF C] = 2 3 = = = 2. Da mesma forma,
3 2 12 12
também podemos concluir que [AHE] = 2. Vamos calcular agora a área [BEF ],
lembrando que triângulos semelhantes possuem áreas relacionadas com! o quadrado
b
EBF 1
da constante de proporcionalidade. ∆EBF ∼ ∆ABC ⇔ = 2 = . Então
ABC b 4
[ABC] 12
[EBF ] = = = 3. Agora vamos calcular a área do quadrilátero EF GH
4 4
por diferença: [EF GH] = [ABC] − [GF C] − [AEH] − [EBF ] = 12 − 2 − 2 − 3 = 5
cm2 .
16. Marque os pontos A, B, C, D e E na figura conforme ilustrado a seguir. Veja que
∆ABC ∼ ∆ADE, pois têm dois pares de ângulos iguais. Sejam `1 e `2 as medidas dos
lados dos quadrados inscritos nos triângulos ABC e ADE, respectivamente. Então,
`1 `2 3 4 16
= ⇒ = ⇒x= .
BC DE 4 x 3
16
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18. Seja ` a medida do lado do quadrado ABCD e x = DE. Observe que a equação do
enunciado é equivlente a
AE 2 AE 2
1+ = 2 .
AF `
Por outro lado, ∆ADE ∼ ∆ABF . Logo,
AF AB AE x2
= ⇒ = 2.
AE DE AF `
17
POTI - Geometria - N1 - Aula 7 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
x2 AE 2
1+ = .
`2 `2
Porém, essa última equação é equivalente ao teorema de Pitágoras no ∆ADE.
A D
B C F
19. Sejam S = [ABC], S1 = [EF C] e S2 = [ADE]. A equação inicial pode ser reescrita
como
p p p p
S − S1 − S2 = 2 S1 S2 ⇐⇒ S = S1 + 2 S1 S2 + S2 = ( S1 + S2 )2
√ √ 2
S1 S2
⇐⇒ 1 = √ + √ .
S S
Por outro lado,
√
EC 2 S1 √S1 EC
• ∆EF C ∼ ∆ABC ⇒ AC = S ⇒ S
= AC .
√
AE 2 S2 S AE
• ∆ADE ∼ ∆ABC ⇒ AC = S ⇒ √ 2
S
= AC .
√ √
Como AE + EC = AC, segue que √S1 + √S2 = 1.
S S
20. Sejam M o ponto médio de AB, P o pé da perpendicular de R até AC, e Q o pé
da perpendicular de R até AB. Seja x = P C e 1 − x = P A. Note que AP RQ é
um quadrado. Além disso, como ARQ é isósceles, Q é o ponto médio de M A. Daı́,
QA = QM = 1 − x. Logo, AB = 4(1 − x). Agora veja que ∆BQR ∼ ∆RP C, então:
BQ RP 3(1 − x) 1−x 1
= ⇒ = ⇒ 3x = 1 − x ⇒ x = .
QR PC 1−x x 4
Portanto, BA = 4 1 − 14 = 3.
18
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E R
A
D C
21. Em primeiro lugar, observe que ∆BDC ∼ ∆AF C, pois têm todos os pares de ângulos
FC AC
correspondentes iguais. Daı́, CD = BD . Com isso, note que ∆F DC ∼ ∆ABC pois
tem um par de ângulos correspondentes iguais (∠DCF = ∠BCA) e os pares de lados
adjacentes a este ângulo são proporcionais. Portanto,
FC DF F C × AB
= ⇒ DF = .
AC AB AC
Por outro lado, ∆BEA ∼ ∆AF C, então:
EA AB F C × AB
= ⇒ EA = .
FC AC AC
Logo, DF = AE. De modo análogo, podemos demonstrar que ED = AF . Portanto,
AF DE é um paralelogramo.
F
E
B C
19
POTI - Geometria - N1 - Aula 7 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
F
E D G K
B M C
23. Observe que os triângulos CAB e DAB têm a mesma área pois têm a mesma base
e a mesma altura. Observe que AOB é uma área comum aos dois triângulos. Logo,
BOC e AOD também têm a mesma área. Seja S = [BOC] = [AOD]. Assim,
[AOB] = 150 − S e [COD] = 120 − S.
Por outro lado, se h é a medida da altura do trapézio, temos que
150 [ABC] AB × h AB
= = = .
120 [ACD] CD × h CD
Agora veja que ∆AOB ∼ ∆COD, pois os dois triângulos têm todos os ângulos iguais.
Portanto,
AB 2 150 2
[AOB]
= = .
[COD] CD 120
Simplificando os termos, temos que
150 − S 25
= .
120 − S 16
200
Multiplicando em cruz e resolvendo a equação, achamos que S = 3 .
D C
A B
20
POTI - Geometria - N1 - Aula 7 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
D F E G C
M O s
r
N
A H B
25. Veja que basta calcular a razão entre as áreas dos triângulos AN M e ABM para
descobrirmos a distância de N até AM . Seja [ABCD] = S a área do paralelogramo.
Veja que [ABC] = S2 e que [ABM ] BM 1 S
[ABC] = BC = 3 . Portanto [ABM ] = 6 . De modo
análogo, [ADN ] = S6 . Agora veja que ∆CN M ∼ ∆CDB com razão de semelhança
igual a 23 . Logo, como [DCB] = S2 , segue que
2
2 S 2S
[CN M ] = · = .
3 2 9
Daı́,
S S 2S 4S
[AM N ] = S − − − = .
6 6 9 9
Agora veja que
4S
[AN M ] 9 8
= S
= .
[ABM ] 6
3
21
POTI - Geometria - N1 - Aula 7 - Profs. Bruno Holanda & Emiliano Chagas
8
Logo, a distância procurada é 3 · 3 = 4.
D N C
A B
A X B
Y
D
P
C
22
POLOS OLÍMPICOS DE
TREINAMENTO INTENSIVO
combinatória
nível 1
Polos Olímpicos de Treinamento
Curso de Combinatória - Nível 1
Prof. Bruno Holanda
Aula 1
Jogos e Brincadeiras I
1. Brincadeiras
Nesta primeira parte da aula resolveremos duas questões retiradas da Olimpı́ada Brasileira
de Matemática. Nosso objetivo é demonstrar que alguns tipos de brincadeiras ajudam a
desenvolver a capacidade de raciocı́nio lógico.
Problema 1. (OBM 2006) Esmeralda inventou uma brincadeira. Digitou alguns algarismos
na primeira linha de uma folha. Depois, na segunda linha, fez a descrição dos algarismos
digitados da seguinte maneira: ela apresentou as quantidades de cada um dos que apa-
receram, em ordem crescente de algarismo. Por exemplo, após digitar 21035662112, ela
digitou 103132131526, pois em 21035662112 existe um algarismo 0, três algarismos 1, três
algarismos 2, um algarismo 3, um algarismo 5 e dois algarismos 6.
a) Ela começou uma nova folha com 1. Fez, então, sua descrição, ou seja, digitou 11
na segunda linha. Depois, descreveu 11, ou seja, digitou 21 na terceira linha, e assim
continuou. O que ela digitou na 10a linha da folha?
b) Esmeralda gostou tanto de fazer isso que decidiu preencher várias folhas com essa brin-
cadeira, começando com 01 na primeira linha da primeira folha. Quais são os dois
primeiros algarismos da esquerda do que ela digitou na 2006a linha?
Solução.
a) Para resolver a questão, basta escrevermos em ordem as listas obtidas por Esmeralda
seguindo as regras do enunciado até obtermos a décima lista:
1
11
21
1112
3112
211213
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 1 - Prof. Bruno Holanda
312213
212223
114213
31121314
Problema 2. A partir do tabuleiro mostrado nas figuras abaixo e quatro peças, duas cir-
culares cinzas e duas quadradas pretas, Esmeraldinho inventou o seguinte jogo:
Figura 1
• A meta do jogo é, após um certo número de movimentos, trocar as peças de posição,
chegando na situação mostrada na figura 2.
Figura 2
• Cada movimento consiste em mover uma das quatro peças uma ou mais casas acima,
abaixo, à esquerda ou à direita; todavia, tal peça não pode pular nenhuma peça que,
eventualmente, esteja no caminho, ou ocupar uma casa onde já existe uma peça. Por
exemplo, a peça marcada com A só pode se mover para alguma das casas destacadas
em cinza.
• Os movimentos dos cı́rculos e dos quadrados são alternados. O jogo começa com um
movimento de um dos quadrados.
2
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 1 - Prof. Bruno Holanda
Determine a menor quantidade total de movimentos necessários para terminar o jogo. Mos-
tre, passo-a-passo, através de desenhos, como movimentar as peças com esta quantidade
de movimentos e prove que não é possı́vel terminar o jogo com menos movimentos.
Solução. Veja que não existem duas peças diferentes (um quadrado e um cı́rculo) que estão
na mesma linha ou coluna do tabuleiro. Isso significa que cada peça deve utilizar ao menos
dois movimento para ir de sua posição original para a final. Portanto, devemos utilizar pelo
menos oito movimentos. O exemplo a seguir nos garante que bastam oito movimentos:
1 2 3
4 5 6
7 8 9
2. Jogos de Simetria
3
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 1 - Prof. Bruno Holanda
assuntos mais abordados em provas de olimpı́ada. Nesta aula vamos mostrar vários destes
jogos e uma das principais estratégias vencedoras: a simetria.
Problema 3. Pedro e Mônica jogam em um tabuleiro 1 × 11. Cada um, em sua vez, pode
pintar um dos quadrados (que não foram pintados anteriormente), ou dois quadrados con-
secutivos (se ambos estiverem brancos). Quem não puder mais jogar perde. Sabe-se que
Pedro será o primeiro a jogar. Quem pode sempre garantir a vitória?
(ii) Agora, depois que Mônica fizer sua jogada, Pedro deve jogar sempre simetricamente
em relação ao centro do tabuleiro (i.e. sempre deixando o tabuleiro simétrico). Por
exemplo, se Mônica jogar nas casas 9 e 10, Pedro deve jogar nas casas 2 e 3.
× × ×
(iii) Assim, Mônica nunca poderá ganhar, pois na sua jogada ela “quebra a simetria” e a
configuração final do jogo todas as casas estarão pintadas, ou seja, a configuração é
simétrica.
O próximo exemplo é um dos problemas que apareceu na prova da OBM de 2004. Vamos
apresentar uma solução diferente da solução proposta na Eureka! 22, usando simetria:
Qual dos dois jogadores tem uma estratégia vencedora, ou seja, uma estratégia que o
leva à vitória quaisquer que sejam as jogadas de seu adversário, para:
4
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 1 - Prof. Bruno Holanda
a) n = 2004?
b) n = 2005?
Solução. Quando n = 2005 o primeiro jogador garante a vitória. Ele pode fazer isto colo-
cando um dominó na vertical no meio do tabuleiro e, em seguida, jogar simetricamente ao
segundo jogador. Quando n = 2004 o tabuleiro possui um número par de colunas. Desse
modo, o segundo ganha jogando simetricamente ao primeiro jogador.
Como você deve ter visto, usar a simetria é realmente uma técnica muito eficiente.
Porém, às vezes, usar apenas a simetria não é suficiente para resolver o problema. Observe
o próximo exemplo retirado da olı́mpiada da Bielorússia de 2000.
Problema 5. Tom e Jerry jogam o seguinte jogo. Eles colocam alternadamente pinos
idênticos em casas vazias de um tabuleiro 20 × 20 (um pino de cada vez). Tom é o primeiro
a jogar. Vence quem, em sua jogada, formar um bloco de quatro pinos vizinhos. Dois pinos
são vizinhos se estiverem em casas com um lado em comum. Determine quem possui a
estratégia vencedora.
Problemas Propostos
Problema 6. Sobre uma mesa existem duas pilhas (uma com 15 e outra com 16 pedras). Em
um jogo cada jogador pode, em sua vez, retirar qualquer quantidade de pedras de apenas
uma pilha. Quem não puder mais jogar perde. Quem possui a estratégia vencedora?
Problema 7. Dois jogadores colocam alternadamente bispos (da mesma cor) em um ta-
buleiro 8 × 8, de forma que nenhum bispo ataque outro. Quem não puder mais jogar
perde.
Problema 8. Dois jogadores colocam alternadamente reis (da mesma cor) em um tabuleiro
9 × 9, de forma que nenhum rei ataque outro. Quem não puder mais jogar perde.
Problema 9. São dados um tabuleiro de xadrez (8 × 8) e palitinhos do tamanho dos lados
das casas do tabuleiro. Dois jogadores jogam alternadamente e, em cada rodada, um dos
jogadores coloca um palitinho sobre um lado de uma das casas do tabuleiro, sendo proibido
sobrepor os palitinhos.
Vence o jogador que conseguir completar primeiro um quadrado 1 × 1 de palitinhos. Su-
pondo que nenhum dos jogadores cometa erros, qual dos dois tem a estratégia vencedora?
Problema 10. São dados vinte pontos ao redor de um cı́rculo. Cada jogador em sua vez
pode ligar dois desses pontos se essa novo segmento não cortar os feitos anteriormente.
Quem não puder mais traçar nenhum segmento perde.
5
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 1 - Prof. Bruno Holanda
Problema 11. (Rússia 1997) Os números 1, 2, 3, ..., 1000 são escritos no quadro. Dois joga-
dores apagam alternadamente um dos números da lista até que só restem dois números. Se
a soma desses números for divisı́vel por 3, o primeiro jogador vence, caso contrário vence o
segundo. Quem tem a estratégia vencedora?
Problema 12. Sobre uma mesa existem duas pilhas de moedas com 11 moedas cada. Em
cada turno, um jogador pode retirar duas moedas de uma das pilhas ou retirar uma moeda
de cada pilha. O jogador que não puder mais fazer movimentos perde.
Bibliografia Recomendada
Muitos dos exercı́cios propostos nesta aula foram retirados dos livros:
6
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 1 - Prof. Bruno Holanda
Dicas e Soluções
6. O jogador 1 deve retirar uma pedra da pilha com 16. Em seguida, deve jogar sime-
tricamente em relação ao jogador 2.
7. Divida o tabuleiro em duas partes, cada uma formada por 4 linhas. O jogador 1 deve
jogar então simetricamente.
10. O primeiro jogador deve ligar dois vértices opostos (digamos 1 e 11) e em seguida
jogar simetricamente em relação a este primeiro segmento.
11. Observe que a soma de dois elementos opostos sempre é 1002, que é um múltiplo de
3.
12. Construa um tabuleiro 11 × 11, onde a casa (i, j) represente quantidade de pedras em
cada pilha. Observe que o movimento do jogo original é equivalente ao movimento
do cavalo no tabuleiro. Termine o problema descobrindo as posições vencedoras e
perdedoras através de indução retroativa.
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Polos Olímpicos de Treinamento
Curso de Combinatória - Nível 1
Prof. Bruno Holanda
Aula 2
Jogos e Brincadeiras II
Problema 1. Quatro garotos jogam tiro ao alvo. Cada um deles atirou três vezes. No alvo
abaixo, pode-se ver os lugares atingidos. A pontuação é 6 para o centro e diminui um ponto
para cada nı́vel mais distante. Se os quatro garotos empataram, determine:
⊗ ⊗
⊗
⊗
⊗ ⊗ ⊗
⊗ ⊗
⊗ ⊗
⊗
jogadores fez 5 pontos. Para completar os outros cinco pontos, deve ter necessariamente
acertado 2 e 3 pontos nas suas outras duas jogadas. Um terceiro jogador acertou 4 pontos.
Para completar os 10 pontos totais, ele pode ter acertado (4 e 2) ou (3 e 3). Enquanto
que o quarto jogador ficará com as marcações restantes. Dessa forma, podemos resumir as
pontuções na triplas a seguir: (6, 2, 2) (5, 3, 2) (4, 4, 2) (4, 3, 3)
Problema 2. (OBM 2015 - 3a Fase) Ana e Beatriz possuem muitas moedas. Elas colocam
várias sobre uma mesa e jogam de acordo com as seguintes regras:
ii. quem jogar a seguir pode retirar no mı́nimo uma moeda e no máximo o dobro do
número de moedas que o jogador anterior retirou;
a) Suponha que elas coloquem 11 moedas sobre a mesa. Se Ana for a primeira a jogar e
retirar duas moedas, mostre como Beatriz pode vencer o jogo (não importando quais
sejam as demais jogadas de Ana).
b) Agora suponha que elas coloquem 15 moedas sobre a mesa. Mostre como a primeira a
jogar pode vencer o jogo sempre (não importando quais sejam as jogadas da segunda).
B A B
4 3 2 0
A
A
B
6 5 B B
A 3 0 1 0
A
8
B
A B 2 0
7 5
A
A B
1 0
1. Primeiro deve retirar uma moedas, deixando a mesa com oito moedas.
2
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 2 - Prof. Bruno Holanda
4. Veja que neste ponto, Ana não poderá vencer o jogo. De fato, ela pode retirar no
máximo quatro moedas. Caso ela retire duas ou mais moedas, Beatriz vence retirando
todas as moedas que sobrarem. Caso Ana retire apenas uma moeda, Beatriz deverá
retirar mais outra, deixando a mesa com apenas três moedas.
5. Dessa forma, Ana só poderá retirar uma ou duas moedas, e em cada um destes casos,
Beatriz poderá vencer retirando todas as moedas que sobrarem.
b) Suponha que Beatriz é a primeira a jogar. Vamos mostrar que ela sempre pode ven-
cer, independente das jogadas escolhidas por Ana. Basta que ela siga a seguinte estratégia:
1. O primeiro passo é retirar duas moedas deixando 13 moedas para Ana. Se Ana
retirar, em sua jogada, cinco ou mais moedas, Beatriz poderá vencer retirando todas
as moedas restantes em sua próxima jogada.
2. Caso Ana retire duas, três ou quatro moedas, Beatriz deve retirar uma quantidade
suficiente de moedas para entregar oito moedas para Ana. Se, em sua jogada, Ana
retirar uma ou duas moedas, Beatriz deve prosseguir com a mesma estratégia men-
cionada no item (a) deste exercı́cio. Caso Ana retire três ou mais moedas, Beatriz
vence retirando as moedas restantes.
3. Se Ana retirar uma moeda na rodada anterior, deixando 12 moedas na mesa, Be-
atriz deve retirar apenas uma moeda, deixando 11 na mesa. Dessa forma, Ana só
poderá retirar uma ou duas moedas. Em qualquer caso, Beatriz poderá retirar uma
quantidade suficiente de moedas para deixar a mesa com exatamente oito moedas.
Reduzindo à estratégia do ponto anterior.
B A B
12 11 10 8
A
B B
11 8 9 8
B
10 8
13
A
A B
9 8
3
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 2 - Prof. Bruno Holanda
Alguns tipos de jogos possuem certas configurações que sempre levam um jogador à
vitória. Essas configurações são chamadas de posições vencedoras. O próximo exemplo é
um jogo bastante simples em que essa estratégia aparece facilmente.
Solução. Como em muitos problemas de olimpı́ada, vamos analisar alguns casos pequenos.
Vamos supor que em vez de 13 casas o tabuleiro tivesse apenas quatro. Neste caso, fica
fácil ver que quem começa ganha basta avançar três casas.
O mesmo iria ocorrer se o tabuleiro tivesse 2, 3, 4, 5 ou 6 casas. Porém, em um tabuleiro
7 × 1 o primeiro jogador perde. Veja que após a primeira jogada a moeda estará em uma
das casas 2, 3, 4, 5 ou 6. E já sabemos que essas casas levam o jogador à vitória.
Desse modo, vamos dizer que 7 é uma posição perdedora e 6, 5, 4, 3 e 2 são posições
vencedoras. Assim, se um o jogador estiver em uma das casas 8, 9, 10, 11 ou 12, ele pode
garantir a vitória movendo a moeda para a casa 7, deixando o seu adversário em uma
posição perdedora. Com isso, podemos afirmar que as posições 8, 9, 10, 11 e 12 também são
posições vencedoras.
Resta analisar a 13a casa. Observe que a partir desta casa podemos mover a moeda
apenas para uma das casas 8, 9, 10, 11 ou 12 que são vencedoras. Daı́, quem começar perde
pelo simples fato de iniciar em uma posição perdedora.
A grande dificuldade para a maioria dos alunos é descobrir quais são as posições vence-
doras de um jogo. Para evitar esse tipo de problema, tenha sempre em mente as seguintes
definições:
E como fazer para descobrir quais são as posições vencedoras e perdedoras? A melhor
maneira de se fazer isto é analisando o final do jogo e aplicar as definições acima. Vamos
praticar um pouco resolvendo o próximo problema.
4
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 2 - Prof. Bruno Holanda
Problema 4. Em um tabuleiro 8 × 8, uma torre está na casa a1. Dois jogadores a movi-
mentam com objetivo de colocá-la na casa h8. Sabendo que a torre pode mover-se apenas
para cima ou para direita (quantas casas o jogador desejar) e que não se pode passar a vez,
determine qual jogador tem a estratégia vencedora.
Solução. Primeiramente note que todas as casas da última linha e da última coluna (exceto
a h8) são vencedoras pois, a partir delas podemos escolher um movimento que nos leve à
vitória. Com, isso a casa g7 se torna perdedora pois, a partir dela qualquer movimento leva
o outro jogador a uma posição vencedora (veja a figura 1).
Agora, como g7 é perdedora, as demais casas da sétima linha e da sétima coluna são
vencedoras. Mais ainda, a casa f 6 também deve ser perdedora (figura 2). Continuando
de maneira análoga, obtemos que a casa a1 é perdedora (figura 3). Logo, quem começar,
perde.
Problemas Propostos
Problema 5. Sob uma mesa estão 38 moedas. Alberto e Biaca jogam em turnos. Em cada
turno é permitido retirar 1, 2, 3 ou 4 moedas. Quem retirar as últimas moedas é o vencedor.
Se Bianca começar jogando, ela pode ter certeza da vitória?
Problema 6. Uma pilha de 500 pedras é dada. Dois jogadores jogam o seguinte jogo: Em
cada turno, o jogador pode retirar 1, 2, 4, 8, ... (qualquer potência de 2) pedras da pilha. O
jogador que não puder mais jogar perde.
Problema 7. Em uma caixa existem 300 bolinhas. Cada jogador pode retirar não mais do
que a metade das bolinhas que estão na caixa. O jogador que não puder mais jogar perde.
Problema 8. Sobre uma mesa existem duas pilhas (uma com 7 e outra com 15 pedras). Em
um jogo cada jogador pode, em sua vez, retirar qualquer quantidade de pedras de apenas
uma pilha ou a mesma quantidade de ambas as pinhas. Quem não puder mais jogar perde.
Quem possui a estratégia vencedora?
5
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 2 - Prof. Bruno Holanda
Bibliografia Recomendada
Muitos dos exercı́cios propostos nesta aula foram retirados dos livros:
Dicas e Soluções
5. Este jogo é muito similar ao jogo proposto no problema 3 deste material. Veja que
os múltiplos de 5 são posições perdedoras. Neste caso, Bianca vence retirando três
moedas. E toda vez que Carlos retirar x moedas, Bianca deve retirar 5 − x moedas
em seu turno.
8. Novamente, use a idéia do tabuleiro que foi usada para resolver o problema 4. Mais
precisamente, pense no jogo como um tabuleiro 8×16 com uma peça no canto inferior
esquerdo. Retirar uma quantidade x de moedas da primeira pilha corresponderá
mover a peça x casas para cima na vertical. Retirar uma quantidade y de moedas
da segunda pilha corresponderá mover a peça y casas para a direita na horizontal.
Retirar uma quantidade z de moedas das duas pilhas corresponderá mover a peça z
casas para cima e z casas para a direita na diagonal. Dessa forma, o objetivo do jogo
passa a ser chegar na casa do canto superior direito do tabuleiro.
6
Polos Olímpicos de Treinamento
Curso de Combinatória - Nível 1
Prof. Bruno Holanda
Aula 3
Raciocı́nio Lógico I
Solução. Primeiramente vamos listar todos os números de dois algarismos que são múltiplos
de 7 ou 13. São eles:
Múltiplos de 7: 14, 21, 28, 35, 42, 49, 56, 63, 70, 77, 84, 91, 98
Múltiplos de 13: 13, 26, 39, 52, 65, 78, 91
Como não podemos repetir nenhum algarismo, devemos descartar o 77. Por outro lado,
nenhum dos números acima (excluindo o 77) termina em 7. Daı́, pode-se ter certeza que o
primeiro número da lista deve ser 7. Para saber as possı́veis listas, usamos um diagrama
de árvore:
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 2 - Prof. Bruno Holanda
= 5⊗
{{{
{{
{{
{{ /9 / 1⊗
3
~>
~~~
~~
~~
/ 5⊗ / 6⊗
6
@ {= 5
{{{
{{
{{{
7 /8 /4 /2 /1 /3 / 9⊗
<<
<<
<<
<<
√
/1 /3 /5 /2 /6
9 BB
BB
BB
BB
B!
6⊗
Representamos com um ⊗ quando não foi possı́vel continuar a lista sem repetir nenhum
dı́gito. Assim, o modo correto de se escrever os algarismo é: 784913526.
Em alguns casos é necessário o uso de variáveis para resolver um problema. Isto acon-
tece pois existem informações não especificadas no enunciado, e o uso de letras se mostra
uma forma inteligente e fácil de trabalhar com valores desconhecidos. A seguir vamos re-
solver um problema que apareceu em uma olimpı́ada russa de 1995.
Problema 2. (Rússia 1995) Um trem deixa Moscou às x horas e y minutos, chegando em
Saratov às y horas e z minutos. O tempo da viagem foi de z horas e x minutos. Ache todos
os possı́veis valores para x.
⇒ 60(y − x − z) = x + y − z.
Com isso, podemos garantir que x + y − z é um múltiplo de 60. Por outro lado, como
0 ≤ x, y, z ≤ 23, o único valor possı́vel para x + y − z é 0. Ou seja, x + y = z. Além disso,
na equação inicial temos que 60(y − x − z) = 0. Daı́, y = x + z. Logo, o único valor de x
que garante essas igualdades é x = 0.
É importante perceber que no exemplo anterior que apenas o uso de letras não seria
o suficiente para resolver o problema. O fundamental para resolver as equações acima era
o significado das letras: números inteiros entre 0 e 60. Sem esta restrição o problema
apresentaria infinitas soluções. Então fica a dica: nunca se esqueça do significado das
variáveis que estiver usando, se são dı́gitos, números inteiros, racionais ou seja qual
for a propriedade. Lembre-se que esta propriedade terá papel importante na solução do
2
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 2 - Prof. Bruno Holanda
problema.
Problema 3. Paulo possui 13 caixas vermelhas e cada uma delas está vazia ou contém 7
caixas azuis. Cada caixa azul está vazia ou contém 7 caixas verdes. Se ele possui 145 caixas
vazias, quantas caixas ele possui no total?
Suponha que o número de caixas vermelhas cheias seja x e que o número de caixas azuis
cheias seja y. Portanto, temos 7x caixas azuis e 7y caixas verdes. Note também que todas as
caixas verdes estão vazias. Dessa forma, o total de caixas vazias é (13 − x) + (7x − y) + 7y =
145. Assim, podemos concluir que x+y = 22. Como o número total de caixas é 13+7(x+y),
a resposta correta será 13 + 7 × 22 = 167.
Pergunta-se:
(a) Quantas crianças foram consultadas?
3
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C
140 130
20 30
10
60 10 100
A B
Problema 5. (Torneio das Cidades) Carlitos possui seis moedas, sendo uma delas falsa.
Nós não sabemos o peso de uma moeda falsa e nem o peso de uma moeda verdadeira,
sabemos apenas que as moedas verdadeiras possuem todas o mesmo peso e que o peso da
moeda falsa é diferente. Dispomos de uma balança de dois pratos. Mostre como é possı́vel
descobrir a moeda falsa usando apenas três pesagens.
Agora, se não houve equilı́brio em (AB) <> (CD), então E e F são verdadeiras. Fa-
zemos então a pesagem (AB) <> (EF ). Se equilibrar, ou C ou D é falsa. Neste caso,
fazemos a pesagem (A) <> (C). Se equilibrar, D é falsa. Caso contrário, C é falsa.
Para finalizar, se (AB) 6= (EF ), então ou A ou B é falsa. Neste caso, fazemos a pesa-
gem (A) <> (C). Se equilibrar B é falsa. Caso contrário, A é falsa.
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POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 2 - Prof. Bruno Holanda
Problemas Propostos
Problema 6. São dadas 4 moedas aparentemente iguais. Sabe-se que uma delas é falsa
(tem peso diferente das demais e não se sabe se ela é mais leve ou mais pesada). Mostre
como descobrir a moeda falsa com 2 pesagens em uma balança de dois pratos.
Problema 7. Você tem nove moedas, e sabe que uma delas é mais leve do que as demais.
As outras oito têm o mesmo peso. Determine a moeda mais leve com duas pesagens em
uma balança de dois pratos.
Problema 10. Etevaldo pensou em cinco números distintos e escreveu no quadro todos dez
números que são somas de dois destes cinco números. Será que Ovozildo pode descobrir os
números que Etevaldo pensou observando apenas os números escritos no quadro?
Bibliografia Recomendada
Alguns dos exercı́cios propostos nesta aula foram retirados das seguintes referências:
1. What is the name of this book - The riddle of Dracula and other logical
puzzles. Raymond Smullyan.
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POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 2 - Prof. Bruno Holanda
Dicas e Soluções
6. Sejam A, B, C e D as moedas. Primeiro compare A com B. Se equilibrar, então
sabemos que estas são verdadeiras. Daı́, compare A com C. Se equilibrar, D é
a moeda falsa. Caso contrário C é a falsa. Se na primeira pesagem ocorrer um
desiquilı́brio, então C e D são verdadeiras. Na segunda pesagem, compare A com C.
Se equilibrar, B é falsa. Caso contrário, a falsa será A.
8. Liste todas as possı́veis somas cujo resultado é um quadrado perfeito. Observe que a
sequência deve ser iniciada por 8 ou 16.
⋆ ⋆ ⋆ ⋆
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⋆ ⋆
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⋆ ⋆ ⋆ ⋆
Se olharmos para os vizinhos das casas marcadas acima, vemos que eles cobrem todo
o tabuleiro e de maneira disjunta! Como a soma dos vizinhos de cada casa é 1, a
soma total dos números do tabuleiro será igual ao número de casas marcadas, que é
20.
10. Sim, é possı́vel. Sejam a < b < c < d < e os números escolhidos por Etevaldo. A soma
dos números escritos no quadro é igual ao quadruplo da soma S = a + b + c + d + e.
Podemos escolher o maior e o menor valor escrito no quadro. Somando estes valores
e multiplicando-o por quatro obtemos 4S − 4c. Assim, é possı́vel achar o valor de c.
Note que os três maiores valores escritos por Etevaldo são e + d > e + c > d + c. Daı́,
fazendo (e + d) + (e + c) − (d + c) = 2e é possı́vel achar o valor de e. Mais ainda,
como conhecemos e + d, consequentemente, também achamos d. De modo análogo,
observando os três menores valores (a + b < a + c < b + c) é possı́vel determinar a e b.
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Polos Olímpicos de Treinamento
Curso de Combinatória - Nível 1
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Aula 4
Raciocı́nio Lógico II
Solução. Vamos assumir que todos os retângulos são distintos. Os retângulos de menor
área possı́vel são:
Área 1: 1 × 1 Área 4: 2 × 2 e 1 × 4
Área 2: 1 × 2 Área 5: 1 × 5
Área 3: 1 × 3 Área 6: 2 × 3 e 1 × 6
Note que a menor área coberta por oito retângulos distintos deve ser pelo menos
1 + 2 + 3 + 4 + 4 + 5 + 6 + 6 = 31 > 30. Logo é impossı́vel obter 8 retângulos distin-
tos.
Problema 2. Considere 100 números naturais não-nulos cuja soma é 5049. Mostre que
existem dois destes números que são iguais.
Solução. Suponha que existam 100 naturais distintos cuja soma é 5049. Sejam a1 , a2 ,...,
a100 estes naturais e suponha ainda que a1 < a2 < · · · < a100 . Veja que o menor valor
natural que a1 pode assumir é 1, logo a1 ≥ 1. De forma análoga, podemos concluir que
a2 ≥ 2, a3 ≥ 3 e assim por diante até que tenhamos a100 ≥ 100. Somando todas estas
desigualdades, temos:
a1 + a2 + · · · + a99 + a100 ≥ 1| + 2 + · · {z
· + 99 + 100} .
=S
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 4 - Prof. Bruno Holanda
Por outro lado, podemos calcular a soma S utilizando a seguinte técnica: Primeiro, escreve-
se a soma com os termos em sua ordem crescente
S = 1 + 2 + 3 + · · · + 99 + 100.
S = 100 + 99 + 98 + · · · + 2 + 1.
Como a ordem não altera o resultado da adição, as suas somas são exatamente as mesmas.
Agora, soma-se as duas equações, de modo a somar as colunas do lado esquerdos destas
equações.
S + S = 101 + 101 + 101 + · · · + 101 + 101.
Veja que em cada coluna, o resultado da soma dos termos é sempre 101. Como há um total
de 100 colunas, podemos concluir queremos
⇒ S = 5050.
Ou seja, a soma de 100 naturais distintos é sempre pelo menos 5050, nunca podendo ser
igual a 5049. Dessa forma, se a soma de 100 naturais é 5049, então é falsa a hipótese de
que todos são distintos. Logo, há pelo menos dois iguais.
Problema 3. Dez amigos possuem juntos 29 moedas. Sabendo que cada garoto possui pelo
menos uma moeda, mostre que existem três deles que possuem a mesma quantidade de
moedas.
Solução. Sejam a1 , a2 ,..., a10 as quantidades de moedas que garoto possui. Suponha que
a1 ≤ a2 ≤ · · · ≤ a10 e que não existam três destes números iguais. Como cada garoto
possui pelo menos uma moeda, então a1 ≥ 1. Da mesma forma, a2 ≥ 1. Veja que a3 > 1,
pois caso contrário a1 = a2 = a3 = 1. Assim, a3 ≥ 2. Continuando de forma análoga,
podemos verificar que a4 ≥ 2, a5 ≥ 3,..., a10 ≥ 5. Portanto,
a1 + a2 + · · · + a10 ≥ 2 × (1 + 2 + 3 + 4 + 5) = 30.
Logo, se a soma é, na verdade, igual a 29, nossa hipótese de não termos três garotos com a
mesma quantidade de moedas é incompatı́vel com as demais hipóteses do problema. Logo,
devemos ter pelo menos três garotos com a mesma quantidade de moedas.
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POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 4 - Prof. Bruno Holanda
Solução. Sejam a1 , a2 ,..., a20 as quantidades de apertos de mãos que cada pessoa deu na
festas. Suponha que todos estes números sejam distintos e que estejam em ordem crescente,
i.e. a1 < a2 < · · · < a20 . O menor valor que a1 pode assumir é zero. Neste caso, existe uma
pessoa que não apertou a mão de ninguém. Já que assumimos que todas quantidades são
distintas, devemos ter que a2 ≥ 1. De forma análoga, a3 ≥ 2, a4 ≥ 3 e assim por diante, até
que demonstremos que a20 ≥ 19. Por outro lado, a quantidade máxima de apertos de mão
que uma pessoa pode dar na festa é 19. E neste caso, haverá alguém que cumprimentou
todas as outras pessoas da festas. Esta conclusão contradiz o fato de existir alguém que
não cumprimentou ninguém.
Solução. Apesar de parecer um pouco confuso, este é um problema bem formulado e muito
interessante. Seu segredo está em uma propriedade fundamental do conjunto dos números
inteiros positivos: ele possui um menor elemento (o número 1) que não possui antecessor.
Primeiramente, veja que Francisco não recebeu o número 1, pois se este fosse o caso, ele
saberia imediatamente que Fernando havia recebido o número 2. Além disso, ao falar que
não sabe o número de seu amigo, Fernando também deduz que Francisco não recebeu o
número 1. Dessa forma, podemos concluir que Fernando não recebeu o número 2. Pois,
se fosse este o caso, ele saberia que Francisco haveria recebido o número 3. Além disso,
ao escutar a primeira afirmação de Fernando, Francisco também deduz que Fernando não
recebeu o número 2. Continuando este raciocı́nio de forma análoga, podemos perceber que:
3
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 4 - Prof. Bruno Holanda
Agora, veja que Francisco recebeu o número 7. Pois é a única forma dele ter descoberto
o número de Fernando com as deduções anteriores. De fato, ao receber o número 7, ele
ficará na dúvida se Fernando recebeu o número 6 ou o número 8. E a dúvida é solucinada
apenas quando ele percebe que Fernando não recebeu o número 6. Além disso, com a
última afirmação de Francisco, Fernando também conclui que Francisco recebeu a carta 7
e por isso, sua última afirmação é uma certesa sobre o número de Francisco.
Solução. Vamos listar todas as triplas ordenadas de inteiros positivos cujos produtos de
seus termos é igual a 36.
1 + 1 + 36 = 38; 1 + 2 + 18 = 21;
1 + 3 + 12 = 16; 1 + 4 + 9 = 14;
1 + 6 + 6 = 13; 2 + 2 + 9 = 13;
2 + 3 + 6 = 11; 3 + 3 + 4 = 12;
Apesar de não sabermos qual é quantidade de janelas do prédio, o funcionário do Senso
sabia (ele pode contar). Se ele não conseguiu deduzir as idades de cada um dos filhos,
significa que esta infomação não é suficiente. A única possibilidade disto ter ocorrido é se a
quantidade de janelas do prédio for 13. De fato, este é o único número para o qual existem
4
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 4 - Prof. Bruno Holanda
duas triplas listadas cujas somas de seus elemento sejam as mesmas. Desta forma, ficamos
apenas com duas possibilidades
Por outro lado, apenas a segunda possui um filho mais velho. Logo, a idade dos filhos desta
senhora são 2, 2, 9.
Problemas Propostos
Problema 7. Existem cinco inteiros cuja soma é 101. Mostre que podemos encontrar dois
deles cuja soma é pelo menos 41.
Problema 8. Existem sete inteiros cuja a soma é 36 ao redor de um cı́rculo. Mostre que
existem dois vizinhos cuja soma é pelo menos 11.
f (a − b + c − d + e) < 0
a(b − c + d − e + f ) < 0
Demonstre que af < 0.
Bibliografia Recomendada
Alguns dos exercı́cios propostos nesta aula foram retirados da seguinte referência:
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Dicas e Soluções
7. Sejam a, b, c, d, e estes cinco inteiros tais que a + b + c + d + e = 101. Suponha que
quaisquer dois destes números possuam soma no máximo 40. Veja que existem dez
pares de números que podemos formar escolhendo dois destes cinco números. Dessa
forma, temos
a + b ≤ 40, a + c ≤ 40,
b + c ≤ 40, a + d ≤ 40,
c + d ≤ 40, b + d ≤ 40,
d + e ≤ 40, b + e ≤ 40,
e + a ≤ 40, c + d ≤ 40.
Somando todas essas dez desigualdades, temos:
4 × (a + b + c + d + e) ≤ 10 × 40 = 400.
2 × (a + b + c + d + e + f + g) ≤ 7 × 10 = 70.
9. Primeiramente, veja que a e f são não-nulos. Caso contrário, pelo menos um dos
números f (a − b + c − d + e) ou a(b − c + d − e + f ) seria zero. Agora suponha que
af > 0. Isso significa que a e f possuem o mesmo sinal. Considere o caso em que
ambos são positivos. Assim, temos:
(a − b + c − d + e) < 0
(b − c + d − e + f ) < 0
6
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7
Polos Olímpicos de Treinamento
Curso de Combinatória - Nível 1
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Aula 5
Paridade
Todo número é par ou ı́mpar. Óbvio, não? Pois é com essa simples afirmação que
vamos resolver os problemas deste capı́tulo.
Problema 1. No reino da Frutilândia existe uma árvore mágica que possui 2005 maçãs e
2006 tomates. Todo dia um garoto sobe na árvore e come duas frutas. Quando ele come
duas frutas iguais, nasce um tomate na árvore; quando ele come duas frutas diferentes,
nasce uma maçã. Após alguns dias restará apenas uma fruta na árvore. Que fruta será?
Solução. Sempre que o garoto pega duas frutas da árvore, o número de maçãs diminuirá
de 2 ou permanecerá constante. Dessa forma a paridade do número de maçãs será sempre
o mesmo. Como inicialmente tı́nhamos um número ı́mpar de maças, a quantidade delas
continuará ı́mpar até o final. Logo, a última fruta deve ser uma maçã.
Problema 2. Um jogo consiste de 9 botões luminosos (de cor verde ou amarelo) dispostos
da seguinte forma:
1 2 3
4 5 6
7 8 9
Apertando um botão do bordo do retângulo, trocam de cor ele e os seus vizinhos (do lado
ou em diagonal). Apertando o botão do centro, trocam de cor todos os seus oito vizinhos
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 5 - Prof. Bruno Holanda
porém ele não. Inicialmente todos os botões estão verdes. É possı́vel, apertando sucessiva-
mente alguns botões, torná-los todos amarelos?
Solução. Note que ao apertar um dos botões 1, 3, 7 ou 9 trocamos de cor 4 botões. Aper-
tando um dos botões 2, 4, 6 ou 8 trocamos a cor de 6 botões. Apertando o botão do centro
trocamos a cor de 8 botões. Como 4, 6 e 8 são números pares a quantidade total de botões
verdes é sempre um número par e para ter os 9 botões amarelos, deveriamos ter zero botões
verdes. Absurdo, já que 0 é um número par.
Problema 3. (Leningrado 1990) Paula comprou um caderno com 96 folhas, com páginas
enumeradas de 1 a 192. Nicolas arrancou 25 folhas aleatórias e somou todos os 50 números
escritos nestas folhas. É possı́vel que esta soma seja 1990?
Solução. Observe que a soma dos números escritos em uma mesma folha sempre é ı́mpar.
Dessa forma, se Nicolas arrancou 25 folhas, a soma de todos os números será ı́mpar. Pois é
a soma de uma quantidade ı́mpar de números ı́mpares. Logo, esta soma não pode ser 1990.
Solução. Pela resposta das pessoas do grupo, podemos concluir que do lado esquerdo de
um fı́sico sempre está sentado um mentiroso e que do lado direito de um mentiroso sempre
existe um fı́sico. Então, o número de fı́sicos é igual ao número de mentirosos, que é clara-
mente par. Então K é par.
Solução. Note que a cada salto, muda a paridade do ponto em que o gafanhoto se encon-
tra. Logo, após 2003 saltos, ele estará em uma coordenada par. Portanto, não pode ser 3.
2
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 5 - Prof. Bruno Holanda
Para finalizar vamos resolver um problema interessante onde o uso da paridade não
é tão fácil de perceber. Convidamos o leitor a tentar achar uma solução, antes de ler a
resposta em sequência.
Imagine que 10 prisioneiros estejam trancados em uma cela quando chega um carcereiro
com o seguinte comunicado:
— Amanhã todos vocês passarão por um teste. Todos vocês ficarão em fila indiana e
serão colocados chapéus nas cabeças de um de vocês. Cada um poderá ver os chapéus dos
que estarão a sua frente. Porém, não poderão ver os chapéus dos que estão atrás, nem
o seu próprio chapéu. Os chapéus serão pretos ou brancos. Feito isso, será perguntado a
cada um de vocês, do último para o primeiro, em ordem, qual a cor do seu chapéu. Se a
pessoa errar a cor do seu chapéu, será morta.
Será que os prisioneiros podem montar uma estratégia para salvar pelo menos 9 deles?
Pensando no problema:
Bem, vamos começar a discutir o problema da seguinte maneira: será que se eles com-
binarem de cada um deles falar a cor do chapéu que está imediatamente a sua frente, eles
podem salvar a maior parte do bando?
Esta é a ideia que todos têm inicialmente, mas logo verifica-se que essa estratégia não
funciona, pois basta que as cores dos chapéus estejam alternadas para a estratégia não fun-
cionar. (Lembre-se: estamos procurando uma estratégia que seja independente da escolha
dos chapéus).
Então devemos pensar de maneira mais profunda. Veja que durante o teste, cada um
dos prisioneiros pode falar apenas uma entre duas palavras que são; preto ou branco. Isto
corresponde a um sistema de linguagem binário. Outras formas de linguagem binária são:
sim e não, zero ou um, par ou ı́mpar. E é exatamente esta analogia que vamos utilizar para
montar nossa estratégia. Que será a seguinte:
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POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 5 - Prof. Bruno Holanda
O último da fila deve olhar para a frente e contar o número de chapéus pretos. Se este
número for ı́mpar, ele deve gritar preto. Caso contrário, ele deve gritar branco. Com isso,
todos ficam sabendo a paridade da quantidade de chapéus pretos que existem entre os nove
da fila.
Agora, o penúltimo vai olhar para frente e ver a quantidade de chapéis pretos. Se a
paridade continuar a mesma informada pelo último, então seu chapéu é branco. Se mudar,
ele pode concluir que seu chapéu é preto. E isto pode ser feito para todos os membros
da fila, pois todos saberão a cor dos chapéus dos anteriores (tirando a cor do chapéu do
último) e a paridade dos chapéus pretos que existem entre os nove primeiros.
Portanto, é possı́vel salvar os nove primeiros, enquanto o último pode ser salvo, se ele
tiver sorte!
Vale ressaltar que as ideias presentes nesta aula serão de certa forma generalizadas em
aulas futuras como nas aulas de tabuleiros e invariantes.
Problemas Propostos
Problema 8. Raul falou que tinha dois anos a mais que Kátia. Kátia falou que tinha o
dobro da idade de Pedro. Pedro falou que Raul tinha 17 anos. Mostre que um deles mentiu.
Problema 9. (Torneio das Cidades 1987) Uma máquina dá cinco fichas vermelhas quando
alguém insere uma ficha azul e dá cinco fichas azuis quando alguém insere uma ficha ver-
melha. Pedro possui apenas uma ficha azul e deseja obter a mesma quantidade de fichas
azuis e vermelhas usando essa máquina. É possı́vel fazer isto?
Problema 10. (Rússia 2004) É possı́vel colocarmos números inteiros positivos nas casas
de um tabuleiro 9 × 2004 de modo que a soma dos números de cada linha e a soma dos
números de cada coluna sejam primos? Justifique sua resposta.
Problema 11. *(Ucrânia 1997) Considere um tabuleiro pintado de preto e branco da ma-
neira usual e, em cada casa do tabuleiro, escreva um número inteiro, de modo que a soma
dos números em cada coluna e em cada linha é par. Mostre que a soma dos números nas
casas pretas é par.
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POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 5 - Prof. Bruno Holanda
Dicas e Soluções
R=K +2
K = 2P
Dessa forma, podemos concluir que a idade de Raul é par. Por outro lado, 17 é um
número ı́mpar.
10. Suponha que seja possı́vel fazer tal construção. Sejam L1 , L2 , ..., L9 as somas dos
números de cada uma das 9 linhas, e C1 , C2 , ..., C2004 as somas dos números de cada
uma das 2004 colunas. Como cada Li e Cj são primos, estes devem ser números
ı́mpares (já que são soma de pelo menos nove inteiros positivos). Seja S a soma de
todos os números do tabuleiro. Por um lado terı́amos:
S = L1 + L2 + · · · + L9
donde concluı́mos que S é ı́mpar, pois é soma de 9 ı́mpares. Por outro lado:
S = C1 + C2 + · · · + C2004
e daqui concluirı́amos que S é par, o que é um absurdo. Logo tal construção não é
possı́vel.
11. Seja ai,j o número escrito na casa da i-ésima linha e da j-ésima coluna, 1 ≤ i ≤ 1998 e
1 ≤ j ≤ 2002. A casa (i, j) é branca se e somente se i e j possuem a mesma paridade.
999 2002
X X
L= a2i−1,j
i=1 j=1
é a soma dos números nas 999 linhas de ordem ı́mpar. Como a soma dos números de
cada linha é ı́mpar, L é ı́mpar. De maneira análoga, a soma dos números nas 1001
colunas de ordem par
1001
X 1998
X
C= a2j,i
j=1 i=1
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POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 5 - Prof. Bruno Holanda
também é ı́mpar. Seja P o conjunto de todas as casas pretas que estão em colunas
de ordem par, e S(P ) a soma de todos os números escritos nas casas de P .
Cada número escrito em uma casa de P aparece exatamente uma vez na soma L e
exatamente uma vez na soma C. Ademais, cada número escrito em uma casa branca
aparece exatamente uma vez na soma L + C. Assim, a soma dos números escritos
nas casas brancas é igual a L + C − 2S(P ), que é par.
Bibliografia Recomendada
Muitos dos exercı́cios propostos nesta aula foram retirados dos livros:
6
Polos Olímpicos de Treinamento
Curso de Combinatória - Nível 1
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Aula 6
Percebendo Padrões
Uma das principais habilidades que deve ser desenvolvida pelos alunos que desejam ter
um bom desempenho em competições de matemática é sua capacidade de perceber padrões.
Nesta aula iremos resolver alguns exercı́cios que tratam deste tema e que foram retirados
de olimpı́adas passadas.
Problema 1. Victor e Maria começam a trabalhar no mesmo dia. Victor trabalha 3 dias
seguidos e depois tem um dia de descanso. Maria trabalha 7 dias seguidos e descansa outros
3. Quantos dias de descanso em comum os dois tiveram durante os 1.000 primeiros dias?
Solução. O ciclo de trabalho de Vitor possui quatro dias. Ou seja, forma um perı́odo de
tamanho quatro. E o ciclo de trabalho de Maria tem dez dias. Portanto, só precisamos
verificar o que acontece nos primeiros 20 dias.
Vitor T T T F T T T F T T T F T T T F T T T F
Maria T T T T T T T F F F T T T T T T T F F F
Portanto, a cada 20 dias eles têm dois dias de descanso em comum. Assim, durante os
1.000 primeiros dias , terão 100 dias de descanso em comum.
Solução. Para fazer um novo andar num castelo já construı́do, precisamos de três cartas
para cada andar anterior mais duas para o topo. Assim, a partir do castelo de três andares,
para fazer o de quatro andares, precisamos de mais 3 × 3 + 2 = 11 cartas, num total
de 15 + 11 = 26 cartas. Portanto, para fazer o castelo de cinco andares, precisamos de
26 + 4 × 3 + 2 = 40 cartas.
Problema 3. Para construir o arranjo triangular a seguir, que tem 2008 linhas, obedeceu-se
a uma certa regra.
O
OB
OBM
OBMO
OBMOB
OBMOBM
OBMOBMO
1. Quantas vezes a palavra OBM apararece completamente na maior coluna desse ar-
ranjo?
Solução.
1. A maior coluna tem 2008 letras e OBM é um bloco de 3 letras. Como 2008 =
669 × 3 + 1, o número de vezes em que a palavra OBM aparece completamente na
maior coluna é 669.
O
OB
OBM
OBMO
OBMOB
OBMOBM
OBMOBMO
2
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 6 - Prof. Bruno Holanda
ag l 1
ag l 2
ag l 3
4
di na
al
a
di na
on
on
o
o
ag
di
di
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1
2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2
3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3
4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4
5 6 7 8 9 0 1 2
2. Qual é o resto da divisão por 100 da soma dos elementos da diagonal 2007?
Solução. Pode-se concluir, examinando a tabela, que a soma dos elementos da diagonal n
é igual a 2n + (n − 1)k, em que k é o algarismo das unidades do número n. Por exemplo,
na diagonal de número quatro, a soma dos números é 2 · 4 + (4 − 1) · 4 = 20, na diagonal
de número 10, a soma dos números é 2 × 10 + (10 − 1) × 0 = 20 etc.
Problema 5. O arranjo a seguir, composto por 32 hexágonos, foi montado com varetas,
todas de comprimento igual ao lado do hexágono. Quantas varetas, no mı́nimo, são ne-
cessárias para montar o arranjo?
Solução. Pela figura do problema, podemos percceber que os hexágonos estão dispostos
em três linhas horizontais e que a linha do meio possui um hexágono a menos em relação
às duas outras linhas. Dessa forma, temos 11 hexágonos na primeira e terceiras linhas e 10
hexágonos na segunda linha.
3
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 6 - Prof. Bruno Holanda
6 + (5 × 10) = 56
4 + (3 × 9) = 31
Solução. Os primeiros números da seqüência são (7, 14, 17, 20, 5, 8, 11, 5...) donde vemos
que exceto pelos 4 primeiros termos, a sequência é periódica com perı́odo 3. Como 2002
deixa resto 1 quando dividido por 3 o número procurado coincide com aquele que ocupa o
sétimo lugar na seqüência, ou seja, o número 11.
13
5 6 7 12
4 3 8 11
1 2 9 10
4
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 6 - Prof. Bruno Holanda
Solução. Observe que os pontos correspondentes aos quadrados perfeitos pares e ı́mpares
estão sobre os lados vertical e horizontal do quadriculado, respectivamente. Os quadrados
perfeitos mais próximos de 2001 são 1936 = 442 e 2025 = 452 . Como 2001 está mais
próximo de 2025, o ponto correspondente está no segmento vertical descendente que termina
em 2025. Logo, o ponto imediatamente abaixo dele corresponde ao número 2002. Para
determinar o número do ponto imediatamente à sua esquerda, consideramos o quadrado
perfeito ı́mpar anterior ao 2015, que é o 432 = 1849. O ponto desejado está no segmento
ascendente que começa em 1850 e situado à mesma distância que o ponto 2001 está de
2025. Dessa forma, o número procurado é 1850 + (2025 − 2001) = 1850 + 24 = 1874.
Problema 8. Sobre uma mesa, 2010 fósforos são disposto em escadas como indicado na
seguinte figura:
1a escada 2a escada 3a escada 4a escada
Nível 3
Nível 2
Nível 1
Nível 0
an+1 = an + 4
Mais ainda, an = 4n + 1 para todo n ≥ 1. Daı́, até a n-ésima escada teremos utilizado
Sn = (4 · 1 + 1) + (4 · 2 + 1) + (4 · 3 + 1) + · · · + (4n + 1)
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POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 6 - Prof. Bruno Holanda
Problemas Propostos
Problema 11. Quantos números entre 1 e 2009 possuem a soma dos dı́gitos múltiplos de
5?
Problema 12. (ENEM) O padrão internacional ISO 216 define os tamanhos de papel utili-
zados em quase todos os paı́ses. O formato-base
√ é uma folha retangular de papel chamada
de A0, cujas dimensões estão na razão 1 : 2 . A partir de então, dobra-se a folha ao meio,
sempre no lado maior, definindo os demais formatos, conforme o número da dobradura.
Por exemplo, A1 é a folha A0 dobrada ao meio uma vez, A2 é a folha A0 dobrada ao meio
duas vezes, e assim sucessivamente, conforme figura.
A2
A0 A1
a) 21, 0 × 118, 8
b) 84, 0 × 29, 7
c) 84, 0 × 118, 8
d) 168, 0 × 237, 6
e) 336, 0 × 475, 2
6
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 6 - Prof. Bruno Holanda
Dicas e Soluções
S1 = 1 + 2 + 3 + · · · + 19 = 190
S2 = 2 + 4 + 6 + · · · + 38 + 40 = 420
Dessa forma, em cada grupo deste tipo temos exatamente dois números cuja soma
dos dı́gitos é um múltiplo de 5. De 0 a 1999, temos 200 grupos como estes. Então,
temos 2 × 200 − 1 = 399 números deste tipo, já que no grupo de números de 1 a 9 há
apenas um número. Ainda faltando contar os números 2003 e 2008. Portanto, temos
um total de 399 + 2 = 401 números.
7
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 6 - Prof. Bruno Holanda
12. Percebemos que a cada tipo de folha, dobra-se o maior comprimento ao meio, dei-
xando a largura de mesmo tamanho. Então, para voltarmos um tipo de folha, basta
dobrar o menor comprimento e não mexer na largura. Assim, temos:
A4 = 21 × 29, 7
A3 = 29, 7 × 42
A2 = 42 × 59, 4
A1 = 59, 4 × 84
A0 = 84 × 118, 8.
Gabarito: C
Bibliografia Recomendada
Muitos dos exercı́cios propostos nesta aula foram retirados da página da Olimpiada Bra-
sileira de Matemática (www.obm.org.br). Outros livros que também podem servir como
apoio são:
8
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Aula 7
Exemplos e Contra-Exemplos
Você que já tentou resolver alguns problemas de provas anteriores de Olimpı́ada de Ma-
temática deve ter percebido que é frequente perguntas na quais questiona-se a existência
de uma determindada propriedade. Por exemplo: Existe alguma potência de dois que é
soma de duas potências de três?. De imediato, podemos perceber que esta pergunta tem
duas possı́veis respostas: “É possı́vel” ou “Não é possı́vel”.
Se a resposta for afirmativa, o aluno deverá justificá-la usando algum exemplo. Se não
for possı́vel, a demonstração deverá ser feita usando algum argumento (geralmente em-
pregando ideias de demonstração por absurdo como vimos em uma aula anterior). Agora
considere a seguinte lista de exercı́cios propostos.
Problema 1. Mostre que os números de 1 a 16 podem ser escritos em uma linha reta de
modo que a soma de quaisquer dois números consecutivos seja um quadrado perfeito.
Solução. Vamos escrever todos os quadrados perfeitos até 25 que são soma de dois números
que estão entre 1 e 16 (inclusive).
1+3=4 1+8=9 1 + 15 = 16 9 + 16 = 25
2+7=9 2 + 14 = 16 10 + 15 = 25
3+6=9 3 + 13 = 16 11 + 14 = 25
4+5=9 4 + 12 = 16 12 + 13 = 25
5 + 11 = 16
6 + 10 = 16
7 + 9 = 16
Note que 8 e 16 são os únicos números que aparecem uma única vez. Logo, o primeiro
número deve ser 8 e o último deve ser 16, ou o contrário. Assim, pela somas acima, temos
a sequência:
8 − 1 − 15 − 10 − 6 − 3 − 13 − 12 − 4 − 5 − 11 − 14 − 2 − 7 − 9 − 16
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 6 - Prof. Bruno Holanda
2 13 16 11 23
15 1 9 7 10
14 12 21 24 8
3 25 22 18 4
20 19 6 5 17
Solução.
a) Considere o conjunto {23, 7, 21, 3, 19}.
b) Observe que devemos escolher um número pertencente à terceira linha e que o menor
número desta linha é o 8. Então suponha que exista algum conjunto como mencionado
no enunciado em que 8 é o elemento máximo. Neste caso, também devemos escolher
algum número na quarta linha (que não pode ser o 4 pois este número está na mesma
coluna do 8). Então devemos escolher o 3, para manter 8 como elemento máximo.
Devemos escolher algum elemento na primeira linha, que não pode ser 2 por este se
encontrar na mesma coluna do 3. Portanto, devemos escolher um número na primeira
linha que será maior do que 8. Contradição. Nosso próximo candidato é o segundo
menor elemento da terceira linha: 12. Para verificar que 12 é a solução, basta observar
o exemplo {2, 12, 9, 5, 4}.
Problema 3. Um número n é dito azul se a soma de seus dı́gitos for igual à soma dos
dı́gitos de 3n + 11. Prove que existem infinitos números azuis.
Solução. Um exemplo de número azul é 17. Veja que a soma de seus dı́gitos é 8 e a soma
dos dı́gitos de 3 · 17 + 11 = 62 também é 8. Agora, a ideia é construir vários exemplos
utilizando o caso inicial como base. Para tanto, considere os números da forma
1 |000...00
{z } 7.
n zeros
3 · 1 |000...00
{z } 7 + 11 = 3 000...00
| {z } 32
n zeros n−1 zeros
2
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 6 - Prof. Bruno Holanda
Solução.
a) Veja que a soma de todos os números de 1 a 30 é 465, um número que não é divisı́vel
por 6. Portanto, é impossı́vel dividı́-los em seis grupos de mesma soma.
b) Neste caso é possı́vel. Podemos utilizar o seguinte exemplo como justificativa:
1 10 11 20 21 30
2 9 12 19 22 29
3 8 13 18 23 28
4 7 14 17 24 27
5 6 15 16 25 26
Problemas Propostos
Problema 5. Mostre que os números de 1 a 16 não podem ser escritos em um cı́rculo de
modo que a soma de quaisquer dois números consecutivos seja um quadrado perfeito.
Problema 6. É possı́vel distribuir todos os números de 1 a 18 em nove pares do tipo (a, b)
de modo que a + b seja sempre um quadrado perfeito?
Problema 7. Como cortar um retângulo 13 × 7 em treze retângulos diferentes?
Problema 8. Mostre como cortar o tabuleiro abaixo em quatro partes iguais de modo que
cada parte possua exatamente um x.
X
X X X
Problema 9. Um rei deseja construir seis fortalezas e conectar quaisquer duas delas através
de uma estrada. Mostre como ele poderá dispor as fortalezas e as estradas de modo que
existam no máximo três interseções entre estradas.
3
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 6 - Prof. Bruno Holanda
Problema 10. Um triângulo equilátero pode ser recortado em triângulos equiláteros meno-
res. A figura abaixo mostra como recortá-lo em sete triângulos equiláteros. Mostre como
recortar um triângulo equilátero em vinte triângulos equiláteros menores.
Problema 11. Dentre os polı́gonos de cinco lados, o maior número possı́vel de vértices
alinhados, isto é, pertencentes a uma única reta, é três, como mostrado a seguir. Qual é a
Bibliografia Recomendada
Muitos dos exercı́cios propostos nesta aula foram retirados da página da Olimpiada Bra-
sileira de Matemática (www.obm.org.br). Outros livros que também podem servir como
apoio são:
1. Mathematical Circles: Russian Experience (Mathematical World, Vol. 7).
Dmitri Fomin, Sergey Genkin, Ilia V. Itenberg.
2. Leningrad Mathematical Olympiads 1987-1991 (Contests in Mathematics
Series ; Vol. 1). Dmitry Fomin, Alexey Kirichenko.
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POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 6 - Prof. Bruno Holanda
Dicas e Soluções
5. Considere a tabela feita na solução do Problema 1. Veja que não existem dois números
x e y entre 1 e 16 tais que 8 + x e 8 + y sejam ambos quadrados perfeitos. Dessa
forma, é impossı́vel fazer o que se pede.
1+3=4 1+8=9 1 + 15 = 16 9 + 16 = 25
2+7=9 2 + 14 = 16 10 + 15 = 25
3+6=9 3 + 13 = 16 11 + 14 = 25
4+5=9 4 + 12 = 16 12 + 13 = 25
5 + 11 = 16
6 + 10 = 16 7 + 18 = 25
7 + 9 = 16 8 + 17 = 25
Como 18, 17 e 16 aparecem apenas em uma única possibilidade, já sabemos quais
números devem ser seus respectivos pares. São (18, 7), (17, 8) e (16, 9). Para comple-
tar os demais pares da lista, basta observar as seis primeiras somas da terceira coluna
e daı́ retirar os demais pares.
X
X X X
5
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 6 - Prof. Bruno Holanda
11. Veja que não podemos ter três vértices consecutivos do polı́gono sobre uma mesma
reta. Caso contrário, o polı́gono teria um ângulo 180◦ . Portanto, o máximo de
vértices alinhados é 23 · 12 = 8. Para confirmar que este é realmente o número
máximo, considere o exemplo a seguir:
6
Polos Olímpicos de Treinamento
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Aula 8
Configurações Mágicas
De maneira geral, podemos dizer que as configurações mágicas são tipos especiais de
diagramas em que devemos colocar um conjunto de números obedecendo alguma regra ou
padrão. Um dos exemplos mais famosos de configurações mágicas é o quadrado mágico,
que consiste de um tabuleiro 3 × 3 no qual devemos colocar os números de 1 a 9 (sem
repetir) de modo que a soma dos elementos escritos em cada linha, coluna o diagonal seja
sempre o mesmo.
A ideia básica para construirmos um quadrafo mágico é perceber que a soma de todos
os números será
1 + 2 + 3 + · · · + 8 + 9 = 45,
e dessa forma, a soma dos elementos em cada linha deve ser 45 3 = 15. Para determinar a
posição de cada um dos números, use as variáveis a,...,i para representar os valores de cada
casa do tabuleiro da seguinte forma:
a b c
d e f
g h i
Agora veja que g + i deve ser igual a 6. Portanto, g e i são, em alguma ordem, 2 e 4.
Sem perda de generalidade, faça g = 2 e i = 4. Neste caso, a = 6 e c = 8. Para finalizar,
veja que devemos ter d = 3 e f = 7. Logo, um possı́vel exemplo de quadrado mágico é:
8 1 6
3 5 7
4 9 2
Problema 1. Mostre como distribuir os números de 1 a 7 de modo que a soma dos números
em cada uma das linhas seja sempre o mesmo.
Solução. Sejam a, b, ..., g os números que ocupam as casas do diagrama da seguinte maneira:
b c d
e f g
a + b + c + · · · + g = 1 + 2 + 3 + · · · + 7 = 28
Seja x a soma dos elementos em cada uma das linhas. Somando os elementos das três
linhas que partem de (a), temos
2a + (a + b + c + · · · + g) = 3x
2a + 28 = 3x
Somando os elementos das duas linhas horizontais:
b + c + · · · + g = 2x
2
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 8 - Prof. Bruno Holanda
28 − a = 2x
Resolvendo o sistema com variáveis a e x encontramos que a = 4 e x = 12. Neste caso,
b+e=c+f =d+g =8
Os únicos pares de números do conjunto {1, 2, 3, 5, 6, 7} que somam oito são (1, 7), (2, 6) e
(3, 5). Dessa forma, assuma que b = 1. Portanto, devemos ter e = 7 e c + d = 11. Assim,
concluı́mos que c = 6, d = 5, f = 2 e g = 3 é uma possı́vel solução.
Solução. Seja S a soma dos três números escritos em cada linha. Defina x, y e z os
números que ocupam as casas centrais da configuração da seguinte forma:
6
z y
9 x
4S = 1 + 2 + 3 + · · · + 8 + 9 + (6 + 9 + x) = 60 + x.
• Se x = 4, então S = 16. Neste caso, y deveria ser igual a 6. Impossı́vel, pois nenhum
número deve ser repetido.
1 6 4
7 2 3 5
9 8
3
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 8 - Prof. Bruno Holanda
4 5 7
6 3
11 12 9
10
4 5 7 a
6 b 3
11 12 9
10 c
x + (x + 1) + · · · + (x + 9) = 2 · 136 + 10 + 12 + 3 + 4 + 9 + a + b + c
10x + (1 + 2 + · · · + 9) = 272 + 38 + (a + b + c)
10x + 45 = 310 + (a + b + c)
10x = 265 + (a + b + c).
Na última equação, temos do lado direito um número múltiplo de 10. Portanto, a + b + c
deve ser um número terminado em 5.
Observe que a, b, c pertencem ao conjunto F = {1, 2, 8, 13, 14, 15, 16} formado pelos
números que estão faltando ser colocados na tabela. Note ainda que os possı́veis valores de
a + b + c são limitados:
11 = 1 + 2 + 8 ≤ a + b + c ≤ 14 + 15 + 16 = 45.
Dessa forma, a + b + c só poderia assumir um dos seguintes valores: 15, 25, 35, 45.
Por outro lado, não há três elementos em F cuja soma seja 15. Portanto, descartamos
essa possibilidade. Testando os outros casos:
4
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 8 - Prof. Bruno Holanda
10 + 12 + 3 + a ≤ 40 ⇒ a ≤ 15.
Por outro lado, se a = 15 a soma dos números na primeira linha será 4 + 5 + 7 + 15 = 31 que
é igual à soma dos elementos da primeira coluna. Assim, descartamos esta possibilidade.
Mais ainda, a soma dos elementos da primeira linha deve ser maior que ou igual a 29. Logo,
4 + 5 + 7 + a ≥ 29 ⇒ a ≥ 13.
Sabemos que a soma da primeira diagonal é 34 e que a soma da terceira linha não pode
ser superior a 38 (pois 39 já é a soma dos números na segunda diagonal). Portanto,
11 + 12 + 9 + e ≤ 38 ⇒ e ≤ 6.
Como e ∈ G e e 6= 2, pois caso contrário a soma dos elementos da terceira linha seria 34,
concluimos que e = 1.
Na terceira coluna, observe que 7 + 3 + 9 + g ≥ 30, logo g ≥ 11. Como g ∈ G, devemos
ter que g = 15 ou g = 16. Se g = 15, a soma dos elementos da terceira linha será 34 (o
mesmo da segunda diagonal). Portanto, g = 16. Refazendo a tabela:
5
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 8 - Prof. Bruno Holanda
4 5 7 14
6 b 3 d
11 12 9 1
10 f 16 c
Agora sabemos que {b, c} = {8, 13} e {d, f } = {2, 15}. Veja ainda que não podemos
ter b = 13 e f = 15, pois a soma da segunda coluna seria 13 + 12 + 15 + 5 = 45 > 39. E
também não podemos ter b = 8 e d = 2, pois neste caso, a soma da segunda linha seria
6 + 8 + 3 + 2 = 22 < 30. Para finalizar, se f = 2 e c = 13 a soma dos números da quarta
linha será igual a 10 + 2 + 16 + 13 = 41 > 39. Portanto,
Problemas Propostos
Problema 4. Mostre como escrever os números de 1 a 7, um por casa, de modo que a soma
dos três números em cada uma das três linhas seja o mesmo. Já foram colocados o 3 e o 4.
Mostre como colocar os demais.
4
3
Problema 5. As casas de um tabuleiro 4×4 devem ser numeradas de 1 a 16, como mostrado
parcialmente no desenho, formando um Quadrado Mágico, ou seja, as soma dos números
de cada linha, de cada coluna e de cada uma das duas diagonais são iguais.
14 11 5 X
8
12 3
Y
6
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 8 - Prof. Bruno Holanda
Y
Y
Y
Y
Y
Y
Y
Y
Y
X X X
Bibliografia Recomendada
Muitos dos exercı́cios propostos nesta aula foram retirados da página da Olimpiada Bra-
sileira de Matemática (www.obm.org.br). Outros livros que também podem servir como
apoio são:
Você poderá buscar outras questões nos bancos de questões e nas provas antigas da OBMEP,
no site www.obmep.org.br.
Dicas e Soluções
4. Seja x o número que deverá ser colocado abaixo do quatro, como mostrado na figura
a seguir: Seja S a soma dos elementos em cada uma das três linhas presentes na
4
3 x
7
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 8 - Prof. Bruno Holanda
Dessa forma, x deve ser um número que deixa resto 2 na divisão por 3. As únicas
possibilidades são x = 2 ou x = 5.
4
3 5
3
14 + 11 + 5 + X = 34 ⇒ X = 4
14 + 8 + 3 + Y = 34 ⇒ Y = 9
14 11 5 4
a 8 b c
12 d 3 e
f g h 9
11 + 8 + d + g + 5 + b + 3 + h = 34 + 34
⇒ b + d + g + h = 41
8
POTI - Combinatória - Nı́vel 1 - Aula 8 - Prof. Bruno Holanda
Destas, apenas a segunda possui os números ainda não utilizados. Logo, temos
duas possibilidades:
• Se b = 15. Neste caso, h = 34 − 5 − 15 − 3 = 11. Impossı́vel, pois o número
11 já foi utilizado.
• Se b = 10. Neste caso, c = 15 e h = 16. Encontrando-se facilmente os demais
números a partir deste ponto, chegamos à seguinte tabela:
14 11 5 4
1 8 10 15
12 13 3 6
7 2 16 9
6. A soma dos 27 números escritos na tabela é igual a três vezes X e igual a nove vezes
Y . Como X é a soma dos números em cada coluna,
X = 1 + 2 + 3 + · · · + 9 = 45
1 5 9 Y
2 6 7 Y
3 4 8 Y
4 9 2 Y
5 7 3 Y
6 8 1 Y
7 2 6 Y
8 3 4 Y
9 1 5 Y
X X X
9
Polos Olímpicos de Treinamento
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Prof. Bruno Holanda
Aula 9
Tabuleiros
Quem nunca brincou de quebra-cabeça? Temos várias “pecinhas” e temos que encontrar
uma maneira de unir todas elas para formar uma figura maior. O que costumava ser apenas
um passa-tempo, ganhou uma irmã que estudada por muitos matemáticos sérios pelo mundo
a “Tiling Theory” (traduzindo: Teoria da Cobertura). E por se tratar de um tema muito
atrativo, logo ganhou força nas principais competições de matemática.
Solução. Pinte o tabuleiro de branco e preto da maneira usual (como no xadrez). Note
que ao colocarmos um T-tetraminó no tabuleiro ele pode assumir colorações do tipo 1 ou
2.
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T ipo 1 T ipo 2
E não é apenas a pintura do xadrez que é útil para resolver problemas. Vejamos o
próximo exemplo.
Se duas cores ajudam muita gente, quatro cores ajudam muito mais! É isso mesmo!
Não vá pensando que é só pintar o tabuleiro de preto e branco que você vai resolver todos
os problemas de tabuleiro do mundo! O próximo exemplo mostra que às vezes apenas duas
cores não bastam.
Problema 4. É possı́vel que um cavalo do xadrez passe por todas as casas de um tabuleiro
4 × 10 exatamente uma vez e, em seguida retorne para o quadrado original?
1 2 1 2 1 2
3 4 3 4 3 4
4 3 4 3 4 3
2 1 2 1 2 1
2
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Solução. Pinte o tabuleiro 4 × n como mostra a figura anterior. Assuma que seja possı́vel
fazer que o cavalo passe por todas as casas. Note que, se o cavalo está na casa 1 só poderá
ir para casa 3 desse modo para o cavalo ir para uma casa de cor 1 ele passa por duas casas
de cor 3, e como cada cor possui o mesmo número de casas, fica impossı́vel o cavalo fazer
o passeio.
Vimos que pintar tabuleiros usando cores é uma exelente idéia. Uma idéia melhor ainda
é pintar usando números! Você deve estar se perguntando por que? Bem, os números possui
propriedades aritméticas (i.e, podem ser somados e multiplicados), coisa que não podemos
fazer com cores. A não ser que você ache que preto+branco=cinza.
Problema 5. (Estônia 1993) Para quais naturais n é posı́vel cobrir um retângulo de tamanho
3 × n com peças mostradas na figura abaixo sem sobreposição?
1 1 1 1 1 1 1
−1 −1 −1 −1 −1 −1 −1
1 1 1 1 1 1 1 1
Veja que a soma dos números cobertos por um L-trinimó é sempre 1 ou −1. Enquanto
a soma dos números cobertos por um Z-tetraminó é sempre zero. Além disso, a soma de
todos os números do tabuleiro é n. Observe que para cobrir um tabuleiro 3 × n podemos
usar no máximo n peças. Assim, todas as peças devem ser L-triminós. Além disso, não
podemos dispor nenhum L-triminó de modo que a soma dos números escritos em suas casas
seja −1. Dessa forma, se pintarmos o tabuleiro como no xadrez, cada L-triminó terá que
ocupar duas casas pretas. Portanto, n deve ser um número par.
Bibliografia Recomendada
Muitos dos exercı́cios propostos nesta aula foram retirados da página da Olimpiada Bra-
sileira de Matemática (www.obm.org.br). Outros livros que também podem servir como
apoio são:
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Problemas Propostos
Problema 6. Sobre uma das casas de um tabuleiro infinito, existe um cubo que cobre a
casa perfeitamente. A face no topo do cubo é branca, enquanto as demais faces são pretas.
A cada passo, podemos tombar o cubo para um dos lados. É possı́vel que:
(a) Após 2004 passos o cubo volte ao mesmo quadrado com a face branca para baixo?
Problema 9. (Estônia 2004) Ache a medida do lado do menor cubo que pode ser coberto
por crymbles (figura 9).
Problema 10. (Rússia 1996) Podemos cobrir um tabuleiro 5 × 7 com L-triminós que tal
forma que cada casa do tabuleiro seja coberta por um mesmo número de peças?
Problema 11. Determine se a última peça do resta um pode terminar na casa indicada
(figura 2)
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Dicas e Soluções
6. (a) Sim. Vire o cubo duas vezes para a direita, uma para baixo, duas para a esquerda
e uma para cima (figura 3). Após estes seis passos, a face branca estará virada
para baixo. Depois basta repetidamente o cudo para direira e para esquerda 996
vezes.
(b) Não. Pinte o tabuleiro na maneira usual. Note que, a cada movimento, o cubo
muda de uma casa preta para uma casa branca e vice-versa. Logo, após um
número ı́mpar de movimentos não poderá estar na casa inicial.
Nota. Com um pouco mais de trabalho podemos provar que o “menor” tabuleiro
(em número de casas) que podemos cobrir usando apenas Y-pentaminós é o 5 × 10.
Note que para cobrı́-lo usamos 10 peças. Dessa forma, dizemos que o Y-pentaminó
tem ordem 10. Veja que alguns polinimós já são um tabuleiro, como acontece com
o monominó e o dominó. Esse tipo de peça tem ordem 1 ou trivial. Algumas peças
(como o Z-tetraminó) possuem ordem infinita, já que não existe nenhum tabuleiro
n × m que possa ser inteiramente coberto usando somente elas.
9. Dica: Use a pintura como mostra a figura 5 para mostrar que o cubo de lado 5 não
pode ser coberto.
10. Pinte o tabuleiro usando −2’s e 1’s como mostrado na figura a seguir. Cada T-triminó
ocupa três casas cuja a soma é 3 ou 0. Por outro lado a soma de todas casas do ta-
buleiro é −1. Logo, é impossı́vel cobrir já que a soma não é um múltiplo positivo de 3.
5
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Figura 5:
Figura 6:
6
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Curso de Combinatória - Nível 1
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Aula 10
Princı́pio Multiplicativo I
De quantos modos podemos nos vestir? Quantos números menores que 1000 possuem
todos os algarismos pares? Contar coisas é algo tão antigo quanto a própria humanidade.
Porém, ao longo do tempo as idéias evoluiram e novas técnicas surgiram.
Existem várias formas de contar coisas, a mais simples delas é a contagem caso a caso.
Este é o processo que mais usamos em nosso cotidiado. Mas, é uma forma primitiva de
resolver os problemas. Vamos aprender uma técnica mais prática pensando no seguinte
exemplo:
Problema 1. Uma porta só é aberta quando usamos simultaneamente a chave e o cartão
corretos. Se você possui duas chaves e três cartões, quantos testes devemos fazer para
garantir que a porta irá abrir?
No diagrama acima podemos ver todas as combinações possı́veis de uma chave com um
cartão. Assim, a solução é visual e igual a 6. Por outro lado, poderı́amos ter resolvido o
problema da seguinte forma:
Note que para cada escolha de chave existem três maneiras para escolher o cartão. Como
temos duas chaves, o total de combinações é 2 × 3 = 6. Nesse caso, seriam necessários 6
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Assim, se houvesse 30 chaves e 5 cartões não seria necessário fazer um diagrama para
contar as combinações uma por uma, o resultado seria simplesmente 30 × 5 = 150. O
método que acabamos de usar é conhecido como princı́pio multiplicativo. Nos próximos
problemas vamos usá-lo de uma forma mais geral.
Solução. Vamos primeiro contar o número de maneiras que Teddy pode escolher a blusa
e a calça. Bem, para cada calça que Teddy escolhe, ele tem ainda cinco maneiras de es-
colher a blusa. Como ele possui três calças, o número total de modo de escolher o par
(calça e blusa) é 5 × 3 = 15. Agora, para cada maneira de escolher esse par, ele ainda tem
duas maneiras de escolher os sapatos. Daı́, é fácil concluir que Teddy pode se vestir de
5 × 3 × 2 = 30 maneiras diferentes.
Solução. Podemos pintar a primeira casa de três maneiras diferentes, a segunda de duas
maneiras (não podemos usar a cor da primeira casa), a terceira casa pode ser pintada de
duas maneiras (não podemos usar a cor da segunda casa), o mesmo ocorre com a quarta
casa. Assim, o total de maneiras de pintar o tabuleiro é 3 × 2 × 2 × 2 = 24.
Suponha que Carlos, Felipe, Marina e Ana estejam em uma fila. Se trocarmos a posição
de alguns deles dizemos que fizemos uma permutação. A pergunta é: Quantas permutações
podemos ter usando quatro pessoas? Antes de resolver o problema vamos introduzir uma
notação muito usada em problemas de contagem por simplificar algumas contas.
Observe que o conseito de fatorial está fortemente ligado à noção de permutação. Para
fixar essa notação, vamos resolver alguns exercı́cios simples:
1. Calcule 4!, 5! e 6!
100! 47!
2. Calcule e
98! 44!3!
3. Resolva a equação (m + 2)! = 72 · m!
4. Prove que
1 1 n
(a) − =
n! (n + 1)! (n + 1)!
2
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(b) 2 · 4 · 6 · 8 · · · (2n) = 2n · n!
Problema 4. De quantas maneiras podemos formar uma fila com Carlos, Felipe, Marina e
Ana?
Problema 5. (OBM 2005) Num relógio digital, as horas são exibidas por meio de quatro
algarismos. O relógio varia das 00:00 às 23:00 horas. Quantas vezes por dia os quatro
algarismos mostrados são todos pares?
Solução. Note que neste problema existe uma restrição nos dı́gitos que marcam as horas
e no primeiro dı́tido que marca os minutos. Dessa forma, em vez de pensar em cada dı́gito
separadamente, vamos pensar em três blocos de algarismos. O primeiro, que é formado
pelos dois primeiros algarismos, pode assumir 7 valores diferentes (00, 02, 04, 06, 08, 20 ou
22); o segundo é formado apenas pelo terceiro dı́gito e pode assumir 3 valores (0,2 ou 4); e
o último dı́gito pode assumir 5 valores (0,2,4,6 ou 8). Logo, o total de vezes em que todos
aparecem pares é 7 × 3 × 5 = 105.
Agora vamos nos preocupar com alguns problemas mais “clássicos”. Apesar de serem
problemas bem conhecidos por todos, vamos abordá-los aqui, pois empregam idéias que
são constantemente usadas em vários problemas.
Solução. A cada subconjunto de M vamos associar uma seqüência de 10 dı́gitos que podem
ser 0 ou 1. Essa associação será dada através da seguinte regra: O primeiro termo dessa
seqüência será 1 se o elemento 1 estiver no subconjunto e 0 caso contrário; O segundo termo
dessa seqüência será 1 se o elemento 2 estiver no subconjunto e 0 caso contrário; O terceiro
termo dessa seqüência será 1 se o elemento 3 estiver no subconjunto e 0 caso contrário; e
assim por diante.
Por exemplo, o subconjunto {1, 2, 5, 8, 10} está associado à seqüência 1100100101, o sub-
conjunto {2, 3, 5, 8} está associado à seqüência 0110100100, enquanto o subconjuto vazio
∅ é representado por 0000000000. Note que a quantidade de subconjuntos de M é igual à
quantidade destas seqüências. Por outro lado, podemos escolher cada dı́gito de duas formas
e, conseqüêntimente, temos 210 seqüências (que é a mesma quantidade de subconjuntos).
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Solução. Note que cada divisor positivo de n é da forma n = pβ1 1 · pβ2 2 · · · pβk k , onde cada
expoente βi é um número entre 0 e αi (inclusive). Dessa forma, temos (α1 + 1) maneiras
de escolher o expoente de p1 ; (α2 + 1) maneiras de escolher o expoente de p2 ; assim por
diante. Logo, segue o resultado do princı́pio multiplicativo.
Problemas Propostos
Problema 8. (OBM 2004) De quantos modos diferentes podemos pintar (usando apenas
uma cor) as casas de um tabuleiro 4 × 4 de modo que cada linha e cada coluna possua
exatamente uma casa pintada?
Problema 10. De quantos modos podemos por três torres de três cores diferentes em um
tabuleiro 8 × 8 de modo que nenhuma delas ataque outra?
Problema 11. Uma embarcação deve ser tripulada por oito homens, dois dos quais só
remam do lado direito e um apenas do lado esquerdo. Determine de quantos modos esta
tripulação pode ser formada, se de cada lado deve haver quatro homens.
Obs : A ordem dos homens deve ser considerada.
Problema 12. De quantas maneiras podemos ir de A até B sobre a seguinte grade sem
passar duas vezes pelo mesmo local e sem mover-se para esquerda? A figura abaixo mostra
um caminho possı́vel.
Problema 13. (OBM 2005) Num tabuleiro quadrado 5 × 5, serão colocados três botões
idênticos, cada um no centro de uma casa, determinando um triângulo. De quantas ma-
neiras podemos colocar os botões formando um triângulo retângulo com catetos paralelos
às bordas do tabuleiro?
Problema 14. De quantas maneiras é possı́vel colocar em uma prateleira 5 livros de ma-
temática, 3 de fı́sica e 2 de biologia, de modo que livros de um mesmo assunto permaneçam
juntos?
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Problema 15. De quantas formas podemos colocar 4 bolas verdes e 4 bolas amarelas em
um tabuleiro 4 × 4 de modo que cada coluna e cada linha possua exatamente uma bola de
cada cor.
Problema 16. (Maio 2006) Um calendário digital exibe a data: dia, mês e ano, com 2
dı́gitos para o dia, 2 dı́gitos para o mês e 2 dı́gitos para o ano. Por exemplo, 01-01-01
corresponde a primeiro de janairo de 2001 e 25-05-23 corresponde a 25 de maio de 2023.
Em frente ao calendário há um espelho. Os dı́gitos do calendário são como os da figura
abaixo.
Bibliografia Recomendada
Muitos dos exercı́cios propostos nesta aula foram retirados da página da Olimpiada Bra-
sileira de Matemática (www.obm.org.br). Outros livros que também podem servir como
apoio são:
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Dicas e Soluções
8. Em cada coluna devemos escolher exatamente uma casa para pintar. Temos 4 pos-
sibilidades de escolher a da primeira coluna, 3 para a segunda, 2 para a terceira, e 1
para última. Dessa forma, temos 4 · 3 · 2 · 1 = 24 maneiras de pintar o tabuleiro.
9. O primeiro algarismo pode ser escolhido de 9 modos (não podemos escolher o zero),
para o segundo temos 9 possibilidades (pois deve ser diferente do primeiro) e o terceiro
de 8 modos (deve ser diferente dos outros dois). Desse modo, a quantidade de números
é 9 · 9 · 8 = 648.
11. 4 × 3 × 4 × 5! = 5760
12. A formiga deve ir para direita extamente 5 vezes. Ao escolhermos esses movimentos,
o resto do caminho estará bem definido. Como podemos escolher cada um destes
cinco movimentos de seis maneiras, o total de caminhos será 6 · 6 · 6 · 6 · 6 = 65 .
17. Considere os três blocos formados por livros da mesma matéria. Podemos organizar
esses blocos de 3! maneiras. Agora, em cada bloco ainda podemos permutar seus
livros. Assim, o número correto de maneiras é 5! · 3! · 2! · 3!.
19. Existem 4! maneiras de colocar as bolas verdes. Depois disso, escolha uma das bolas
verdes. Ponha uma bola amerela na sua linha e uma na sua coluna. Note que, ao
fazermos isto, as posições das outras duas bolas amarelas estará bem definida. Dessa
maneira, temos um total de 4! · 3 · 3 = 216 configurações.
21. Como não podemos usar os dı́gitos 3, 4, 6, 7, 9 para formar uma data, os únicos valores
possı́veis para os dois primeiros dı́gitos (os que marcam o dia) são: 01, 02, 05, 08, 10,
11, 12, 15, 18, 20, 21, 22, 25, 28. Para os dois próximos dı́gitos temos as seguintes
possibilidades: 01, 02, 05, 08, 10, 11, 12. Por outro lado, apenas os pares 01, 10 e
11 também correspondem a um mês quando são refletidos. Para os dois últimos as
possibilidades são: 10, 20, 50, 80, 01, 11, 21, 51, 81, 02, 12, 22, 52, 82. Pois seus
reflexos devem corresponder a um dia. Logo, o total de datas pedidas é 14 × 3 × 14 =
588.
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Aula 10
Contagens II
Neste material vamos dar continuidade ao que foi introduzido na aula anterior e apren-
deremos novas técnicas relacionadas aos problemas de contagem.
1. Separando em casos
Solução. Existem 3 palavras com uma letra, 32 com duas letras, 33 com três letras, e 34
com quatro letras. Logo, o total de palavras é 3 + 32 + 33 + 34 = 120.
Problema 2. De quantos modos podemos pintar (usando uma de quatro cores) as casas da
figura a baixo de modo que as casas vizinhas tenham cores diferentes?
1 2
4 3
i. Se as casas 1 e 3 tiverem a mesma cor, temos quatro maneiras de escolher essa cor.
Podemos escolher a cor da casa 2 de três maneiras (basta não ser a cor usadas nas
casas 1 e 3), o mesmo vale para casa 4. Logo, temos 4 × 3 × 3 = 36 maneiras de pintar
dessa forma.
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ii. Agora se 1 e 3 têm cores diferentes, podemos escolher a cor da casa 1 de quatro
maneiras, da casa 3 de três maneiras e, das casas 2 e 4, podemos escolher de duas
maneiras cada. Assim, temos 4 × 3 × 2 × 2 = 48 maneiras de pintar desta outra forma.
Desse modo, podemos concluir que existem 36 + 48 = 84 maneiras de pintar a rosquinha.
Problema 3. Quantos são os números de quatro dı́gitos que não possuem dois algarismos
consecutivos com a mesma paridade?
2. Contagens Múltiplas
Os problemas que abordamos até agora tinham algo em comum: o papel da ordenação
na diferenciação das possibilidades. Porém, há casos em que a ordem dos elementos não é
relevante para a contagem. Isso fica claro quando analisamos as seguintes situações:
Perceba que, apesar de serem semelhantes, são problemas diferentes, com respostas
também diferentes. O primeiro sabemos resolver. A resposta é 7 × 6 × 5 = 210. Agora,
sabendo a essa resposta podemos dar uma solução para o segundo problema.
Note que, para cada comitê formado, podemos montar 3 × 2 × 1 = 6 pódios distintos.
Logo, o número de pódios é seis vezes o número de comitês. Portanto, a resposta para o
210
segundo problema é = 35.
6
Podemos usar essa estratégia para resolver problemas de anagramas em que as palavras
possuem letras repetidas.
2
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m1 a1 t1 em2 a2 t2 ica3 ,
o número total de anagramas será 10!. Porém, ao trocarmos letras que na realidade são
iguais (como a1 e a3 ) o anagrama continua o mesmo. Dessa forma, cada anagrama foi
10!
contado 2 × 2 × 3! vezes. Portanto, a resposta é .
2 × 2 × 3!
Problema 5. De quantas formas podemos por oito pessoas em uma fila se Alice e Bob
devem estar juntos, e Carol deve estar em algum lugar atrás de Daniel?
Solução. Vamos imaginar Alice e Bob como uma única pessoa. Existirão 7! = 5040 pos-
sibilidades. Alice pode estar na frente de Bob ou vice versa. Então devemos multiplicar o
número de possibilidades por 2. Por outro lado, Carol está atrás de Daniel em exatamente
metade dessas permutações, então a resposta é apenas 5040.
Problemas Propostos
Problema 6. Escrevem-se todos os inteiros de 1 a 9999. Quantos números têm pelo menos
um zero?
Problema 7. Quantos números de três dı́gitos possuem todos os seus algarismos com a
mesma paridade?
Problema 8. De quantas maneiras podemos colocar um rei preto e um rei branco em um
tabuleiro de xadrez (8 × 8) sem que nenhum deles ataque o outro?
Problema 9. Na cidade Gótica as placas das motos consistem de três letras. A primeira
letra deve estar no conjunto {C, H, L, P, R}, a segunda letra no conjunto {A, I, O}, e a
terceira letra no conjunto {D, M, N, T }. Certo dia, decidiu-se aumentar o número de
placas usando duas novas letras J e K. O intendente dos transportes ordenou que as novas
letras fossem postas em conjuntos diferentes. Determine com qual opção podemos obter o
maior número de placas.
Problema 10. Em uma festa havia 6 homens e 4 mulheres. De quantos modos podemos
formar 3 pares como essas pessoas?
Problema 11. De quantas maneiras podemos por três torres de mesma cor em um tabuleiro
8 × 8 de modo que nenhuma delas ataque a outra?
Problema 12. (AIME 1996) Duas casas de um tabuleiro 7 × 7 são pintadas de amarelo e as
outras são pintadas de verde. Duas pinturas são ditas equivalentes se uma é obtida a partir
de uma rotação aplicada no plano do tabuleiro. Quantas pinturas inequivalentes existem?
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Problema 13. Em uma sala de aula existem a meninas e b meninos. De quantas formas
eles podem ficar em uma fila, se as meninas devem ficar em ordem crescente de peso, e os
meninos também? (Suponha que 2 pessoas quaisquer não tenham o mesmo peso.)
Bibliografia Recomendada
Muitos dos exercı́cios propostos nesta aula foram retirados da página da Olimpiada Bra-
sileira de Matemática (www.obm.org.br). Outros livros que também podem servir como
apoio são:
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Dicas e Soluções
6. Ache a quantidade de números de 0 a 9999 sem nenhum dı́gito zero. Faça essa
contagem separando em quatro casos (de acordo com a quantidade de algarismos).
7. Separe em dois casos: 1) quando todos os dı́gitos são pares; 2) quando todos os dı́gitos
são ı́mpares. Não se esqueça que zero não pode ser o primeiro dı́gito!
8. Podemos dividir o tabuleiro em três regiões: A primeira é formada pelas quatro casas
nos cantos do tabuleiro; a segunda pelas 24 casas da borda (que não estão nos cantos);
e a terceira pelo tabuleiro 6 × 6 no interior do tabuleiro. Se o primeiro rei for posto
na primeira região, temos 60 maneiras de colocar o segundo rei; se ele for posto na
segunda, temos 58 maneiras; e se for posto na terceira, temos 55 maneiras. Logo,
temos um total de 4 × 60 + 24 × 58 + 36 × 55 = 3612 modos diferentes de colocar os
dois reis.
13. Temos (a + b)! maneiras de permutar todas as crianças. Porém apenas uma das a!
permutações das meninas está na ordem correta e apenas b! das permutações dos
(a + b)!
meninos está correta. Logo, a resposta é .
a!b!