Você está na página 1de 16

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA

THAIS PAIXÃO FRANÇA

ANÁLISE METODOLÓGICA:
Pelo Espaço de Doreen Massey.

Seropédica
2023
THAÍS PAIXÃO FRANÇA

Análise Metodológica: Pelo Espaço de Doreen Massey.

Uma análise metodológica do livro Pelo Espaço da


geografia britânica Prof. Drª. Doreen Massey para a
disciplina de Tutoria de monografia do curso de Geografia
da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro como
atividade avaliativa.

Seropédica
2023
SUMÁRIO

OBJETIVO 4
OBJETO 4
RECORTE DA PESQUISA 4
MÉTODOS DE PESQUISA UTILIZADOS 5
MÉTODO DE INTERPRETAÇÃO 6

ESTRUTURA DO TRABALHO 7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 13
OBJETIVO
Doreen Massey através das análises dos conceitos espaciais realizando uma crítica às
concepções tradicionais do espaço ainda assimiladas ainda na contemporaneidade do mundo
globalizado. A autora busca reorientar por meio da linha teórica por ela traçada a imaginação
do espaço pela produção das experiências identitárias multiplurais.

OBJETO
O objeto de Massey é a análise crítica das concepções de espaço na contemporaneidade, com
foco especial nas transformações decorrentes da globalização e da pós-modernidade. A autora
questiona as visões tradicionais do espaço como uma entidade estática e puramente
horizontal, divorciada do tempo, e explora como essa concepção influencia as relações
sociais, históricas e geopolíticas.

RECORTE DA PESQUISA
O recorte de pesquisa centraliza na análise crítica do conceito espacial e sua atuação
relacional com a temporalidade, precisamente nos períodos da modernidade, pós-moderna
(técnico científico informacional.)
MÉTODOS DE PESQUISA UTILIZADOS

Levantamento Bibliográfico

Adam (1990); Allen (2003); Appaduarai (2001); Appadurai (2001); Barnett (2000); Bhabha
(1994); Bingham (1996); Bill Gates (1995); Boundas (1996); Castells (1996); Cavarero
(1995); Callon (1986); Carnap (1937); Chantal Mouffe (1993); Chantal Mouffe (1998);
Cheah (1998); Clark (2002); David Sibley (1995); De Certeau (1984); Deleuze (1988);
Derrida (1972); Derrida (2001); Dirlik (1998); Dodge (2001); Ed Soja (1989); Edwin
Wilmsen (1989); Elizabeth Ferrier (1990); Eric Wolf (1982); Ernesto Laclau (1990); Escobar
(2001); Fabian (1983); Featherstone (1994); Ferguson (1992); Foucault ( ); Freferic Jameson
(1991); Gibson (1996); Genevieve (1999); Giddens (1990); Gillian Rose (1993); Goodchild
(1996); Granham (1996); Gross (1981-2); Grossberg (1996); Grosz (2001); Guattari (1988);
Gupta (1992); Haraway (1991); Haraway (1991); Harcourt (2002); Hayden (1998); Hayles
(1999); Haver (1997); Helène Pellerin (1999); Henri Bergson Henri Lefebvre (1991); Hirst
(1996); Huggan (1989); Irigaray (1993); Ingold (1993); Jakobson (1985); John Rajchman
(1998); Kamuf (1991); Kevin Robins (1997); Kitchin (1998); Kroeber (1994); Kuhn Lapham
(1998); Lash (1994); Latour (1993); Leche (1994); Lloyd (1996); Louvo Bergson Low
(1997); MacEwan (1999); Marcus Doel (1999); Massey (1996); Massumi (1988); McClintok
(1995); Meaghan Morris (1992); Mouffe (2001); Morris (1998); Morris (1998); Moira Gatens
(1999); Nicholas Negroponte (1995); Nietzsche Ohmae (1994); Okes (1993); Osborne
(1995); Pinder (1994); Pratt (2000); Prigogine (1984); Richard Peet (2001); Rob Kitchin
(1998); Rob Shields (1992); Robinson (1999); Rorty (1979); Sakai (1989); Sassen (2001);
Sheppard (2002); Simmel Simpson (1963); Slater (1999); Spivak (1990); Staple (1993);
Stengers (1984); Stengers (1997); Thompson (1996); Thrift (1996); Walker (1993); Walker
(1993); Watson (1998); Weiss (1998); William Mitchell (1995); Zygmunt Bauman (2000).
MÉTODO DE INTERPRETAÇÃO

Referencial Teórico
Massey construiu sua obra pelo método dialético Marxista.

Conceitos Principais
● Tempo-espaço;
● Geometrias de poder;
● Multiplicidade do espaço;
● Modernidade;
● Globalização;
● Percepção Espacial;
● Regionalismo - Filosofia;
● Geografia Política.
ESTRUTURA DO TRABALHO
A autora dividiu o livro em cinco seções, fazendo o leitor aprofundar a temática objetiva
progressivamente pelo direcionamento da leitura moldada por ela.

Parte I - Estabelecendo o cenário


O livro nos introduz à discussão reflexiva de Massey acerca da conceituação e o pensar o
espaço. Assim, ela explica sua análise a estória da sociedade asteca e processo da conquista
territorial da cidade de Tenochtitlán pelos espanhóis no Ano 1 Juco, para sociedade asteca e
no ano de Nosso Senhor de 1519 para o espanhóis. Nessa perspectiva, a autora já pontua a
relação espaço-temporal adotada pelas diferentes perspectivas da sociedade espanhola e
asteca, as quais pelo engessamento narrativo da história nos condicionou a interpretar os
acontecimentos espaciais apenas pela unilateralidade de fatos sequenciais e não com diversos
polos ao longo do espaço terrestre realizados, assim modulando o espaço por meio das
múltiplas trajetórias. Essas as quais a autora faz-se diferenciar em comparativo o
conceituação de estória, segundo ela a trajetória configura-se pela representação no espaço e
tempo enquanto a estória possui a conotação da interpretação ou realização dos
acontecimentos.
Massey em meio ao seu questionamento, nos denuncia como adotamos a interpretação do
espaço como algo estático, físico e interligado sendo em sua verdade uma assimilação
equivocada dos fenômenos ocorridos nele. Assim como, ela questiona o conceito de “lugar”
como uma delimitação fechada, cotidiana e regionalizada assim tornando algo divergente ao
espaço o qual foi atribuído pela interpretação da expansão das forças poderosas do capital.
Neste sentido, isso culminaria na atribuição classificativa do lugar como um refúgio alienante
e o espaço como a superfície correspondente à atuação das forças da globalização.
Em sequência, ela divide o espaço em três proposições:
1. o espaço como produto de inter-relações, sendo ele formado por meio das interações
desde a pequena escala até a grande.
2. a compressão do espaço pela ótica da pluralidade contemporânea, sendo uma esfera
na qual há coexistência das diferentes trajetórias.
3. o reconhecimento do espaço como em constante transformação, assim sujeito ou não
a realização de conexões e interligações.

Parte II - Associações pouco promissoras


Nesta parte Massey faz um aprofundamento do tema, desta vez nos apresentando como o
espaço esteve relacionado com o tempo.
Durante sua a narrativa pelos cinco capítulos presentes na segunda parte, ela faz um
levantamento da definição sobre tempo-espaço não essencialmente por uma base geográfica
mas em análise pela ótica filosófica também. Assim, a visão dos autores como De Certeau e
Bergson são apresentados sobre o espaço, entretanto, referente essa definição para ela:
Nos argumentos de Bergson e de De Certeau, também, a questão é
formulada como se o mundo vivido que está aí para ser representado
(conceituado/descrito) fosse apenas temporal. Ele é, certamente, temporal,
mas é também espacial. E “representação” é uma tentativa de apreender os
dois aspectos desse mundo. pág. 53.
Ainda dentro desta seção, a autora questiona o pensamento estabelecido no meio acadêmico,
de modo a fazermos o exercício da dúvida e na análise dos conceitos definidos previamente.
Mediante a isso, podemos revisitar a 3ª proposição sobre o espaço, da qual ela descreve como
um processo sujeito a mudanças e não em estase.
É o que eu estou chamando de espaço como dimensão de trajetórias
múltiplas, uma simultaneidade de estórias-até-agora. O espaço como
dimensão de uma multiplicidade de durações. O problema tem sido a velha
cadeia de significado-espaço-representação-estase-continua a exercer seu
poder. O legado permanece. pág. 49.

Ela ainda apresenta de forma muito explicativa como foi definido o conceito de espaço
conhecido por nós, contemporaneamente ao apresentar as ideias presentes antes o
fundamento estruturalista. O estruturalismo de Bergson associava o espaço a representação,
sendo apontado por outros teóricos como um dos maiores instigadores do desvalorização do
espaço mediante o tempo, segundo ela:
(...) a irresistível preocupação de Bergson com o tempo e seu desejo de
defender sua abertura acabaram tendo consequências devastadoras para sua
maneira de conceituar o tempo. Isto foi, frequentemente, atribuído “a
clássica (modernista?) priorização do tempo. pág.45.

Posteriormente a Bergson, houveram tentativas da desconstrução do conceito na qual resultou


na ideia de um espaço inerentemente dependente do tempo, em que ele assume um papel de
oposição ao tempo.
Assim também, Massey procura por meio destes capítulos a autora convida a imaginarmos o
espaço para além da ideia institucionalizada por meio da construção narrativa da discussão
filosófica presente nesta parte. Conquanto, é necessário pontuar que Massey não discorda
integralmente da base de autores os quais definiam espaço como representação, pois através
das tentativas pela sua conceituação ela incorporou em seu método de análise as noções de
identitárias (os “espaços “ do estruturalismo), a funcionalidade do espaço como um
organismo não estático, assim como sua multiplicidade simultânea.
Sendo assim, a autora no último capítulo realiza a conclusão dessa discussão pela
conceituação do espaço em relação do tempo pela ideia da multiplicidade discreta
(referenciando a filosofia de Bergson) na qual está inserida na temporalidade. Assim, para
ela:
Se o tempo deve ser aberto para um futuro do novo, então o espaço não
pode ser equiparado com fechamentos e horizontalidades da representação.
De um modo mais geral, se o tempo deve ser aberto, então o espaço tem de
ser aberto também. Conceituar o espaço como aberto, múltiplo e relacional,
não acabado e sempre em devir, é um pré requisito para que a história seja
aberta e, assim, pré-requisito, também para possibilidade da política. 95.

Parte III - Vivendo em Tempos Espaciais?


A parte três realiza um salto temporal ao retornarmos a ideia do espaço em um ambiente
globalizado, assim ela desenvolve sua análise a representação espacial presente na
temporalidade, fazendo questionamentos sobre os conceitos estabelecidos referentes ao
espaço. Ela critica a ideia anteriormente exposta do espaço como uma prática material e
unilateral sem considerar a multiplicidade, nesta medida, Massey assume uma crítica sobre a
heterogeneidade para o entendimento da política no espaço.
A história da modernidade é inserida pela argumentação de sua espacialização na construção
de conceitos como os limites fronteiriços impenetráveis os quais a autora atribui a criação do
conceito científico de lugar como conhecemos atualmente, sendo uma área reservada à
preservação ao externo ( espaço).
Massey utiliza o exemplo do Toussaint l’ Ouverture referente ao pensamento moderno, o
qual é apenas atribuído de conhecimento europeu, tendo a Revolução Francesa como emersão
da ruptura de um ciclo da humanidade como única linha de temporal, assim ignorando o que
estava fora dessa centralidade. Por muito tempo essa ótica europeia unilateral da
modernidade resultou na submissão do espaço e o pagamentos das múltiplas trajetórias
ocorridas simultaneamente.
De modo mais complexo, a modernidade, aqui sob a forma da Revolução
Francesa, abriu a possibilidade do questionamento de Toussaint l’
Ouverture, e a rebelião dos escravos haitianos multiplicou, assim, além da
Europa, as trajetórias através das quais a modernidade foi construída. Em
outras palavras, um dos efeitos da modernidade foi o estabelecimento de
uma relação particular de conhecimento/poder que se refletiu em uma
geografia, que foi também uma geografia do poder (os poderes coloniais/
espaços colonizados) - uma geometria de poder de trajetórias entrecruzadas.
E no momento pós-colonial ela voltou para ficar . Pois expor aquela
geografia - pelo clamor de vozes localizadas fora (apesar de,
geograficamente, muitas vezes, dentro) do espaço da modernidade com
direito a falar, insistindo na multiplicidade de trajetórias - também ajudou a
expor e a enfraquecer a relação poder / conhecimento.
Assim, por todas essas formas, a espacialização/ globalização da história da
modernidade forneceu uma explanação e, portanto, desafiou tanto um
sistema de comando quanto um sistema de conhecimento e representação. E
ambos os sistemas de comando e de conhecimento/poder tiveram geografias
muito bem definidas. pág. 101.

Mais a frente, ela descreve como essa fundamentação moderna do conceito de lugar contribui
para a ideia de que as fronteiras auxiliavam na reafirmação da regionalização e localidades.
Entretanto, a globalização possui um viés oposto de um cercamento identitário, mas tem por
sua essência o caráter migratório de fluxos transfronteiriços.
O questionamento de Massey de viver em espaços temporais, ganha um novo capítulo ao ser
inserido no mundo globalizado pois se pela modernidade tínhamos uma conceituação
científica da subserviência do espaço ao tempo, no período pós-moderno vemos o
encurtamento das distâncias. Entretanto, a própria Massey irá se contrapor esta ideia, pois a
globalização não se desvencilhar do conceito de espaço geográfico como uma representativo,
desta vez dos fluxos transnacionais. A globalização realizou segundo ela o processo de
achatamento temporal, ajudando na diminuição da distância dos acontecimentos espaciais
que ocorriam com menor notabilidade devido um desenvolvimento desacelerado das
atividades inter-relacionadas no espaço. Nesse sentido, ela adverte que embora a globalização
proporcionou o incremento e aceleração de ligações, não há a existência de um espaço
integralmente interligado, ou seja, um espaço fechado. Entender a globalização como
instanteneidade acabada é um ato ambíguo, pois ela explica como aquele ainda não
integralizados neste sistema de única globalidade são classificados como “atrasados” ou “em
desenvolvimento”, desse modo se apoiando pelo fundamento de uma temporalidade singular.
Sua defesa pela assimilação da imaginação de um espaço aberto e vivo a faz denunciar o
isomorfismo estabelecido pela ideia da relação de espaço e sociedade, espaço e tempo (parte
II). Em seu espaço imaginal, ela defende que espaço e lugar possuem conexões muito mais
profundas do que interpretamos, assim nesse espaço politizado a assimilação de lugar parte
da identificação.

Parte IV - Reorientações
Não meramente escolhido sem uma consistência significativa , a parte quatro carrega seu
desejo expresso durante todo o seu questionamento trazido até aqui, seu desejo da
reorientação do conceito de espaço. É a partir da imaginação alternativa formulada pela sua
explicação da heterogeneidade simultânea, na qual as relações sociais assumem um
protagonismo devido a essa nossa feição de uma espacialidade do “lugar”. Nessa imaginação,
a renovação do espaço se dá por meio das interações relacionais, as quais a autora utiliza pela
experiência por alguns territórios que ela aplica sua análise espacial do lugar, referenciando
até mesmo aos aspectos físicos do espaço como as estruturas terrestres e como a
transformação das feições da paisagem se relacionam com as sociedades nesses espaços
distintos, desse modo demonstrando que desde a relação sociedade e natureza a influência do
espaço como mutável.
Em configurações espaciais, narrativas de outra forma não conectadas
podem ser conduzidas a entrar em contato, ou outras previamente
conectadas, podem ser descartadas. Há sempre um elemento de “caos”. Este
é o acaso do espaço; o vizinho acidental é emblemático a este respeito. O
espaço como sistema fechado do corte essencial pressupõe (garante) o
universal singular, mas nessa outra espacialidade, diferentes temporalidades
e diferentes vozes precisam descobrir meios de acomodação. O acaso tem de
ser correspondido. pág 166.
Unicidade significa que não podemos alcançar regras eternas. Mas
“política”, em parte, repousa precisamente no fato de não sermos capazes de
alcançar tal tipo de regra, um mundo que exige a ética e a responsabilidade
de encarar a eventualidade, onde a situação não tem precedentes e o futuro é
aberto. Lugar é uma eventualidade também neste sentido. pág. 204.

Assim Massey, promove explicar que essa multiplicidade simultaneamente espacial promove
arranjos no espaço impremediáveis, mediante que o espaço é aberto e vivo; no qual se realiza
através da metabolização das conexões e não-conexões sociais. Neste sentido, a
heterogeneidade do espaço se mostra como um fator importante pois permite assim como
mencionado anteriormente na obra, a valorização dos grupos políticos os quais compõem este
espaço.
Reconceituar o lugar dessa maneira coloca em pauta um grupo diferente de
questões políticas. Não pode haver suposição de coerência preconcebida ou
de comunidade ou identidade coletiva. Em vez disso, o acabar juntos [
trowntogetheness] do lugar exige negociação. Em flagrante contraste com a
visão de lugar como estabelecido e preconcebido. pág. 204.
Parte V - Uma Política Relacional
A última parte do livro reúne em seus dois capítulos finais a relação expressa as
responsabilidades para com esse espaço no qual propõe a imaginação espacial das interações
e não interações, resultando em uma política espacial a qual diverge do conceito repassado de
um espaço submisso à temporalidade. Assim, ela dá ênfase sobre um espaço o qual não está à
parte do tempo, mas que seu funcionamento produtivo decorre de uma própria temporalidade,
ou seja, a multiplicidade espacial permite a ocorrência diversas interações, assim, trajetórias
simultanizadas.
O fechamento da identidade em um espaço territorializado de lugares
delimitados fornece pouco rumo das possibilidades para o desenvolvimento
de uma política radical. 219.
Dessa forma o espaço composto localidades é um espaço o qual é redefinido para além de
suas fronteiras, pois o conceito adotado de lugar não se aplica mais e por meio da
globalização desse espaço, os fluxos e ligações se expandem e aceleram, realizando para as
políticas locais uma expansão dos seu limites. Essa localidade está inerentemente ligada a
produção do global sendo explicado por ela que esta relação nos faz compreender que a
dinâmica espacial atua por diferentes óticas, a qual ela atribui sendo um circuito das
geometrias do poder.
A colocação diferencial das lutas locais dentro da complexa geometria de
poder das relações espaciais é um elemento chave na formação de suas
identidades políticas e de sua política. A atividade política, por sua vez, dá
nova forma tanto às identidades quanto às relações espaciais. Espaço
enquanto relacional e enquanto esfera da multiplicidade, é tanto uma parte
essencial do caráter do compromisso político quanto perpetuamente
reconfigurado por ele. pág. 258.
Nesse sistema relacional, haverá para cada lugar um arranjo diferente e imprevisível, no qual
há a possibilidade segundo ao ajuste das posições estabelecidas para cada lugar no presente
espaço de conectividades desiguais do meio técnico científico informacional.
O espaço político é um espaço de identidades, Massey nos mostra que essa diferenciação
atribui a politização do espaço que é heterogêneo e seu funcionamento se dá pela
simultaneidade de trajetórias interrelacionadas, as quais estão sujeitas à mutabilidade de
expressões no espaço. Massey conclui sua obra descrevendo o quanto o espaço é tão
desafiador quanto o tempo, pois para ela:
(...) Se o tempo nos apresenta as oportunidades de mudança e ( como alguns
perceberam) o terror da morte, então nos apresenta o social em seu mais
amplo sentido: o desafio da nossa inter-relacionalidade constitutiva - e,
assim, a nossa implicação coletiva nos resultados dessa intencionalidade, a
contemporaneidade radical de uma multiplicidade de outros, humanos e
não-humanos, em processo, e o processo, e o projeto sempre específico e em
processo das práticas através das quais essa sociabilidade está sendo
configurada. pág. 274.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADAM, Barbara. Time and Social Theory. Cambridge: Polity Press, 1990.
ALLEN, John. Lost Geographies of Power. Blackwell Publishing, 2003.
APPADURAI, Arjun. Modernity at Large: Cultural Dimensions of Globalization.
Minneapolis, MN: University of Minnesota Press, 1996.
BARNETT, Clive. The Consequence of Indeterminacy. New York: Routledge, 2000.
BHABHA, Homi K. The Location of Culture. New York: Routledge, 1994.
BINGHAM, Nick. Object-ions: From Technological Determinism towards Geographies of
Relations. Environment and Planning D: Society and Space, vol. 14, pp. 696-708, 1996.
CASTELLS, Manuel. The Rise of the Network Society. Oxford: Blackwell Publishers, 1996.
CAVARERO, Adriana. In Spite of Plato: A Feminist Rewriting of Ancient Philosophy.
Cambridge: Polity Press, 1995.
CALLON, Michel. Some Elements of a Sociology of Translation: Domestication of the
Scallops and the Fisherman of St. Brieuc Bay. In: LAW, John (org.). Power, Action and
Belief: A New Sociology of Knowledge. London: Routledge, 1986, pp. 196-232.
CARNAP, Rudolf. The Logical Syntax of Language. London: Kegan Paul, 1937.
CHANTAL MOUFFE (1993). Dimensions of Radical Democracy: Pluralism, Citizenship,
Community. Verso, 1993.
CHANTAL MOUFFE (1998). The Return of the Political. Verso, 1998.
CHEAH, Pheng. Given Culture: Rethinking Cosmopolitical Freedom in Transnationalism. In:
CHEAH, Pheng; ROBBINS, Bruce (orgs.). Cosmopolitics: Thinking and Feeling beyond the
Nation. Minneapolis, MN: University of Minnesota Press, 1998, pp. 290-328.
CLARK, Nigel. Inhuman Nature: Sociable Life on a Dynamic Planet. London: SAGE
Publications, 2002.
DAVID SIBLEY. Geographies of Exclusion: Society and Difference in the West. Routledge,
1995.
DE CERTEAU, Michel. The Practice of Everyday Life. University of California Press, 1984.
DELEUZE, Gilles. Difference and Repetition. Columbia University Press, 1994.
DERRIDA, Jacques. Margins of Philosophy. The University of Chicago Press, 1982.
DERRIDA, Jacques. Dissemination. University of Chicago Press, 1983.
DIRLIK, Arif. Postmodernism and Globalization. In: JAMESON, Fredric; MIYOSHI, Masao
(orgs.). The Cultures of Globalization. Duke University Press, 1998, pp. 287-308.
DODGE, Martin; KITCHIN, Rob; PERKINS, Chris. The Map: Critical Introduction to
Cartography and GIS. Wiley-Blackwell, 2009.
ED SOJA. Postmodern Geographies: The Reassertion of Space in Critical Social Theory.
Verso, 1989.
EDWIN WILMSEN. Land Filled with Flies: A Political Economy of the Kalahari. University
of Chicago Press, 1989.
ELIZABETH FERRIER. Tyranny of the Text. 1st ed., Routledge, 1990.
ERIC WOLF. Europe and the People without History. University of California Press, 1982.
ERNESTO LACLAU. New Reflections on the Revolution of Our Time. Verso, 1990.
ESCOBAR, Arturo. Welcome to Cyberia: Notes on the Anthropology of Cyberculture.
Current Anthropology, vol. 35, n. 3, pp. 211-231, June 1994.
FABIAN, Johannes. Time and the Other: How Anthropology Makes Its Object. Columbia
University Press, 1983.
FEATHERSTONE, Mike. Culture, Modernity and the Spaces of Femininity. Sage
Publications, 1990.
FERGUSON, James. The Anti-Politics Machine: Development, Depoliticization, and
Bureaucratic Power in Lesotho. University of Minnesota Press, 1994.
FOUCAULT, Michel. The Birth of the Clinic: An Archaeology of Medical Perception.
Pantheon Books, 1973.
JAMESON, Fredric. Postmodernism, or, the Cultural Logic of Late Capitalism. Duke
University Press, 1991.
GIBSON, James J. The Ecological Approach to Visual Perception. Houghton Mifflin
Harcourt, 1979.
GIDDENS, Anthony. The Consequences of Modernity. Polity Press, 1990.
GILLIAN ROSE. Feminism & Geography: The Limits of Geographical Knowledge. Polity
Press, 1993.
GOODCHILD, Michael F. Geographic information science. International Journal of
Geographical Information Science, vol. 10, n. 4, pp. 327-334, 1996.
GRANHAM, Bill. Frameworks for Urban Sustainability in Relation to Globalization. In:
SALLER, Thomas W.; ARNOLD, David (orgs.). The Environment in Anthropology: A
Reader in Ecology, Culture, and Sustainable Living. New York: New York University Press,
1996, pp. 321-340.
GROSS, Bertram M. Space, Time and Culture. Aldine Transaction, 1981.
GROSSBERG, Lawrence. We Gotta Get Out of This Place: Popular Conservatism and
Postmodern Culture. Routledge, 1992.
GROSZ, Elizabeth. Space, Time and Perversion: Essays on the Politics of Bodies. Routledge,
1995.
GUATTARI, Félix. Chaosmosis: An Ethico-Aesthetic Paradigm. Indiana University Press,
1995.
GUPTA, Akhil. Postcolonial Developments: Agriculture in the Making of Modern India.
Duke University Press, 1998.
HARAWAY, Donna. A Cyborg Manifesto: Science, Technology, and Socialist-Feminism in
the Late Twentieth Century. In: SIMIANS, CYBORGS, AND WOMEN: THE
REINVENTION OF NATURE. Routledge, 1991, pp. 149-181.
HARAWAY, Donna. The Biopolitics of Postmodern Bodies: Determinations of Self in
Immune System Discourse. In: SIMIANS, CYBORGS, AND WOMEN: THE
REINVENTION OF NATURE. Routledge, 1991, pp. 203-230.
HARCOURT, Wendy. The Establishment of Keynesianism: A Post-Keynesian Analysis. In:
FLEETWOOD, Steve; HARRISON, John; RICHARDSON, Ben (orgs.). Exploring
macroeconomics. Routledge, 2002, pp. 178-191.
HAYDEN, Dolores. Building Suburbia: Green Fields and Urban Growth, 1820-2000.
Pantheon Books, 2003.
HAYLES, Katherine N. How We Became Posthuman: Virtual Bodies in Cybernetics,
Literature, and Informatics. University of Chicago Press, 1999.
HAVER, William. Imitating Life: The Speculations of Architecture. Routledge, 1998.
HELENE PELLERIN. The Political Aesthetic of Yeats, Eliot, and Pound. Cambridge
University Press, 1999.
HENRI BERGSON. Duration and Simultaneity: With Reference to Einstein's Theory.
Clinamen Press, 2001.
HENRI LEFEBVRE. The Production of Space. Blackwell Publishing, 1991.
HIRST, Paul. Globalization in Question: The International Economy and the Possibilities of
Governance. Polity Press, 1996.
HUGGAN, Graham. Decolonising the Map: Post-Colonialism, Post-Structuralism and the
Cartographic Connection. In: Journal of Commonwealth Literature, vol. 24, n. 1, pp. 7-28,
1989.
IRIGARAY, Luce. An Ethics of Sexual Difference. Cornell University Press, 1993.
INGOLD, Tim. The Perception of the Environment: Essays on Livelihood, Dwelling, and
Skill. Routledge, 2000.
JAKOBSON, Roman. Fundamentals of Language. Mouton de Gruyter, 2014.
JOHN RAJCHMAN. The Deleuze Connections. The MIT Press, 2000.
KAMUF, Peggy. Sublime in Kant to Beckett. In: Camera Obscura, n. 24, pp. 3-31, 1991.
KEVIN ROBINS. Times of the Technoculture: From the Information Society to the Virtual
Life. Routledge, 1999.
ROB KITCHIN. Cyberspace: The World in the Wires. John Wiley & Sons, 1998.
KROEBER, A. L. Cultural and Natural Areas of Native North America. University of
California Press, 1952.
KUHN, Thomas S. The Structure of Scientific Revolutions. University of Chicago Press,
1962.
LAPHAM, Lewis. Money and Class in America: Notes and Observations on the Civil
Religion. Pantheon Books, 1988.
LASH, Scott. Another Modernity: A Different Rationality. Wiley, 1999.
LATOUR, Bruno. We Have Never Been Modern. Harvard University Press, 1993.
LECHE, Michael. Overhearing Film Dialogue. University of California Press, 2000.
LLOYD, Genevieve. The Man of Reason: "Male" and "Female" in Western Philosophy.
Routledge, 1984.
LOUVO BERGSON. Matter and Memory. The Macmillan Company, 1913.
LOW, Setha M. Theorizing the City: The New Urban Anthropology Reader. Rutgers
University Press, 1999.
MACEWAN, Arthur. Neo-Liberalism or Democracy? Economic Strategy, Markets, and
Alternatives for the 21st Century. Zed Books, 1999.
MARCUS DOEL. Poststructuralist Geographies: The Diabolical Art of Spatial Science.
Rowman & Littlefield Publishers, 1999.
MASSEY, Doreen. Spatial Divisions of Labor: Social Structures and the Geography of
Production. Methuen, 1995.
MASSUMI, Brian. A User's Guide to Capitalism and Schizophrenia: Deviations from
Deleuze and Guattari. The MIT Press, 1992.
McCLINTOK, Anne. Imperial Leather: Race, Gender, and Sexuality in the Colonial Contest.
Routledge, 1995.
MEAGHAN MORRIS. “Things to Do with Shopping Centers”. In: Encounters: Three
Studies in the Art of Confrontation, Serpent’s Tail, 1993.
MOUFFE, Chantal. The Return of the Political. Verso, 1993.
MORRIS, Meaghan. Banal Mobilization, Banal Nationalism, Banal Globalism. Critical
Inquiry, vol. 24, n. 2, pp. 267-276, Winter 1998.
MOIRA GATENS. Imaginary Bodies: Ethics, Power and Corporeality. Routledge, 1996.
NICHOLAS NEGROPONTE. Being Digital. Knopf, 1995.
NIETZSCHE, Friedrich. The Genealogy of Morals. Dover Publications, 2003.
OHMAE, Kenichi. The Borderless World: Power and Strategy in the Interlinked Economy.
Harper Business, 1990.
OKES, Karen. Worldly Subjects: The Transformation of Hegelianism in Britain. SUNY
Press, 2007.
OSBORNE, David. Aesthetics and Politics. Verso, 2007.
PINDER, David. Visions of the City: Utopianism, Power, and Politics in Twentieth-Century
Urbanism. John Wiley & Sons, 2005.
PRATT, Geraldine. Lively Capital: Biotechnologies, Ethics, and Governance in Global
Markets. University of North Carolina Press, 2002.
PRIGOGINE, Ilya. The End of Certainty: Time, Chaos, and the New Laws of Nature. Free
Press, 1997.
RICHARD PEET. Modern Geographical Thought. Blackwell Publishing, 1998.
ROB KITCHIN. The Nature of Geographic Information Systems. Pearson, 1996.
ROB SHIELDS. Places on the Margin: Alternative Geographies of Modernity. Routledge,
1991.
ROBINSON, Jennifer. Mapping Spatial Stories. Environment and Planning D: Society and
Space, vol. 17, pp. 47-66, 1999.
RORTY, Richard. Philosophy and the Mirror of Nature. Princeton University Press, 1979.
SAKAI, Naoki. Translation and Subjectivity: On Japan and Cultural Nationalism. University
of Minnesota Press, 1997.
SASSEN, Saskia. The Global City: New York, London, Tokyo. Princeton University Press,
1991.
SHEPPARD, Eric S. A World of Difference: Society, Nature, Development. Guilford
Publications, 2002.
SIMMEL, Georg. The Philosophy of Money. Routledge, 2018.
SIMPSON, G. C. Pleistocene changes of sea level and coastal evolution. American Journal of
Science, vol. 261, pp. 411-427, 1963.
SLATER, David. Consumer Culture and Modernity. Polity Press, 1997.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. In Other Worlds: Essays in Cultural Politics. Methuen, 1987.
STAPLE, Gordon C. W. Towns in Societies: Essays in Economic History and Historical
Sociology. Cambridge University Press, 1971.
STENGERS, Isabelle. Order Out of Chaos: Man's New Dialogue with Nature. Bantam, 1984.
STENGERS, Isabelle. Power and Invention: Situating Science. University of Minnesota
Press, 1997.
THOMPSON, E. P. Customs in Common. The New Press, 1993.
THRIFT, Nigel. Spatial Formations. SAGE Publications, 1996.
WALKER, Peter. Man and the Changing Landscape: An Introduction to Historical
Geomorphology. Methuen, 1978.
WALKER, Peter. Power and Human Geography. Routledge, 1993.
WATSON, Sophie. City Publics: The (Dis)enchantments of Urban Encounters. Routledge,
2006.
WEISS, Edith. In No Man's Land: Women and the Law of Property in Early America.
University of North Carolina Press, 1998.
WILLIAM MITCHELL. City of Bits: Space, Place, and the Infobahn. The MIT Press, 1995.
ZYGMUNT BAUMAN. Liquid Modernity. Polity, 2000.

Você também pode gostar