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Regulamento dos Mercados Digitais

SÍNTESE DE:
Regulamento (UE) 2022/1925 relativo à disputabilidade e equidade dos mercados no
setor digital (Regulamento dos Mercados Digitais)

QUAL É O OBJETIVO DESTE REGULAMENTO?


O regulamento visa garantir um setor digital competitivo e equitativo, permitindo o
crescimento de empresas digitais inovadoras e garantindo a segurança dos
utilizadores em linha, através do seguinte:
• obrigações e proibições claras para grandes plataformas em linha;
• melhores serviços e preços mais justos para os consumidores;
• promover a inovação e um ambiente de plataforma em linha mais equitativo
para as empresas em fase de arranque que operam no domínio da tecnologia;
• conferir aos utilizadores profissionais a capacidade de oferecer aos
consumidores uma maior escolha;
• proibição de práticas desleais nas grandes plataformas em linha.

PONTOS-CHAVE
O regulamento designa determinadas grandes plataformas em linha como
«controladores de acesso», caso estas:
• tenham realizado um volume de negócios anual mínimo de 7,5 mil milhões de
euros na União Europeia (UE) nos três anos anteriores, ou uma capitalização
bolsista de, pelo menos, 75 mil milhões de euros;
• tenham pelo menos 45 milhões de utilizadores finais ativos mensalmente e pelo
menos 10 000 utilizadores profissionais estabelecidos na UE;
• controlem um ou mais serviços essenciais de plataforma em, pelo menos,
três Estados-Membros da UE;
• tenham uma posição económica forte e um impacto significativo no mercado
interno;
• prestem um serviço essencial de plataforma que constitua uma porta de acesso
importante para os utilizadores profissionais chegarem aos utilizadores finais;
• tenham atualmente uma posição enraizada e duradoura no mercado, ou a
previsibilidade de beneficiar de tal posição no futuro.

Os serviços essenciais de plataforma incluem, nomeadamente:

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• mercados
• lojas de aplicações informáticas
• motores de pesquisa
• redes sociais
• serviços de computação em nuvem
• serviços de publicidade.
Os controladores de acesso devem:
• permitir a interoperação de terceiros com os serviços dos controladores em
algumas situações específicas;
• permitir que os seus utilizadores profissionais tenham acesso aos dados
gerados durante a utilização da plataforma dos controladores de acesso;
• permitir que os seus utilizadores profissionais promovam a sua oferta de
produtos e celebrem contratos com os seus clientes fora da plataforma dos
controladores de acesso;
• disponibilizar ferramentas e informações às empresas que anunciam na sua
plataforma para que estas efetuem uma verificação independente dos respetivos
anúncios alojados pelo controlador de acesso.

Os controladores de acesso não podem:


• tratar de forma mais favorável, em termos de classificação, os serviços e
produtos propostos pelo próprio do que serviços ou produtos semelhantes de
um terceiro;
• rastrear os utilizadores finais fora dos serviços essenciais de plataforma dos
controladores de acesso para fins de publicidade, sem o seu consentimento;
• impedir que os criadores utilizem plataformas de pagamento de terceiros para a
venda de aplicações;
• tratar dados pessoais dos utilizadores para efeitos de publicidade direcionada,
exceto se obtiverem o seu consentimento;
• pré-instalar determinadas aplicações informáticas ou impedir que os utilizadores
as desinstalem facilmente.

Cumprimento
A Comissão Europeia é a única responsável pela aplicação do regulamento, contando
com um comité consultivo e um grupo de alto nível para assistir e facilitar o seu
trabalho.
Quando uma grande empresa em linha é considerada um controlador de acesso, tal
empresa tem de cumprir as regras estabelecidas no regulamento no prazo de seis
meses.
Se um controlador de acesso violar as regras estabelecidas no regulamento, corre o
risco de:
• lhe ser aplicada uma coima num montante que pode ascender até 10 % do seu
volume de negócios total a nível mundial;
• lhe ser aplicada uma coima, por infrações repetidas, num montante que pode
ascender até 20 % do seu volume de negócios total a nível mundial;
• lhe serem aplicadas sanções pecuniárias compulsórias num montante que pode
ascender até 5 % do seu volume de negócios diário médio;
• lhe serem impostas medidas estruturais não financeiras, tais como a venda da
(de partes da) sua empresa, como medida de último recurso pelo não

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cumprimento sistemático.

Ato de execução
• O Regulamento de Execução (UE) 2023/814 estabelece regras
pormenorizadas para a instrução de determinados processos pela Comissão no
que diz respeito ao Regulamento de Execução (UE) 2022/1925. Estas dizem
respeito a aspetos como a notificação e a apresentação à Comissão, a abertura
do processo, o direito de ser ouvido, o acesso aos processos, os prazos e a
transmissão e a receção dos documentos.
• O Regulamento (UE) 2023/814 contém dois anexos:
• o primeiro é um formulário relativo à notificação para efeitos de designação
do porta-portas (formulário GD) — informação sobre a empresa
notificadora, os serviços de plataforma principal, os limiares quantitativos,
juntamente com a declaração a assinar pela empresa notificadora ou em
seu nome (anexo I); e
• o segundo inclui o formato e a duração dos documentos a apresentar à
Comissão nos termos do Regulamento (UE) 2022/1925 (anexo II) — este
anexo abrange documentos como notificações, apresentação de
informações, argumentos fundamentados, pedidos fundamentados e
respostas aos resultados preliminares.

Diretivas alteradas
O regulamento também altera duas diretivas:
• a Diretiva (UE) 2019/1937 relativa à proteção das pessoas que denunciam
violações do direito da UE (ver síntese);
• a Diretiva (UE) 2020/1828 relativa à proteção dos interesses coletivos dos
consumidores (ver síntese).

A PARTIR DE QUANDO É APLICÁVEL O REGULAMENTO?


O regulamento é aplicável desde 2 de maio de 2023.

CONTEXTO
O Regulamento dos Mercados Digitais faz parte de um pacote que também inclui o
Regulamento dos Serviços Digitais (ver síntese).
Para mais informações, consultar:
• Pacote legislativo sobre os serviços digitais (Comissão Europeia)
• Regulamento dos Mercados Digitais: garantir mercados digitais equitativos e
abertos (Comissão Europeia)
• Regulamento dos Serviços Digitais: garantir um ambiente em linha seguro e
responsável (Comissão Europeia)

PRINCIPAL DOCUMENTO
Regulamento (UE) 2022/1925 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de
setembro de 2022, relativo à disputabilidade e equidade dos mercados no setor digital
e que altera as Diretivas (UE) 2019/1937 e (UE) 2020/1828 (Regulamento dos
Mercados Digitais) (JO L 265 de 12.10.2022, p. 1-66).

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DOCUMENTOS RELACIONADOS
Regulamento de Execução (UE) 2023/814 da Comissão, de 14 de abril de 2023,
relativo às modalidades de instrução de determinados processos pela Comissão nos
termos do Regulamento (UE) 2022/1925 do Parlamento Europeu e do Conselho (JO L
102 de 17.4.2023, p. 6-19).
Regulamento (UE) 2022/2065 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de
outubro de 2022, relativo a um mercado único para os serviços digitais e que altera a
Diretiva 2000/31/CE (Regulamento dos Serviços Digitais) (JO L 277 de 27.10.2022,
p. 1-102).
Diretiva (UE) 2020/1828 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de novembro
de 2020, relativa a ações coletivas para proteção dos interesses coletivos dos
consumidores e que revoga a Diretiva 2009/22/CE (JO L 409 de 4.12.2020, p. 1-27).
As sucessivas alterações da Diretiva (UE) 2020/1828 foram integradas no texto de
base. A versão consolidada tem apenas valor documental.
Diretiva (UE) 2019/1937 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de outubro de
2019, relativa à proteção das pessoas que denunciam violações do direito da União
(JO L 305 de 26.11.2019, p. 17-56).
Ver versão consolidada.

última atualização 02.06.2023


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