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UNIVERSIDADE WUTIVI

FACULDADE DE ENGINHARIAS, ARQUITECTURA E PLANEAMENTO FÍSICO


CURSO DE LICENCIATURA EM ARQUITECTURA E PLANEAMENTO FÍSICO

Monografia
Título:
O Papel de Resort na Promoção do Turismo: Caso da Xefina Grande, zona dos
pescadores, Bairro Costa de Sol.

Candidato: Ataídes Do Plénio Miguel


Supervisor: Hilartino Chambule
Co-supervisor:

Boane, Junho de 2023

0
O Papel de Resort na Promoção do Turismo: Caso da Xefina Grande, zona dos pescadores,
Bairro Costa de Sol.

Monografia a ser apresentada à faculdade de engenharias, arquitectura e planeamento físico


como requisito final para obtenção do grau de Licenciatura em arquitectura e planeamento
físico

Candidato: Ataídes Do Plénio Miguel

Supervisor: Arq. Hilartino Chambule

Co-supervisor:

1
Universidade Wutivi

Faculdade de Engenharias, Arquitectura E Planeamento Físico

Curso de Arquitectura E Planeamento Físico

DECLARAÇÃO

Declaro por minha honra que esta Monografia que, no presente momento, submeto à
Universidade Wutivi, em cumprimento dos requisitos para a obtenção do grau de licenciatura em
Arquitectura E Planeamento Físico, nunca foi apresentada para a obtenção de qualquer outro grau
académico e que constitui o resultado da minha investigação pessoal, tendo indicado no texto e
na bibliografia as fontes que utilizei.

O (A) candidato (a) O supervisor

(Nome ……………………………………) (Dr. (a), ou Prof. (a) Doutor (a) …………….)

2
Universidade Wutivi
Termo de Recepção da Monografia

Declaro que o estudante________________________________________________, entregou no


dia ____/____/_____ , quatro cópias da Monografia, para submissão da defesa da sua monografia
de Conclusão do Curso de Licenciatura em______________________________

________________________________________________________.

Título do Trabalho:______________________________________________________________

______________________________________________________________________________

(Local),______________________ de__________________ de_________________

A Direcção da Faculdade

_________________________________________________________

3
Universidade Wutivi
Faculdade de Enginharias, Arquitectura E Planeamento Físico
Curso de Arquitectura E Planeamento Físico

Acta de Defesa do Trabalho de Licenciatura

No dia _____do mês de_________________do ano______________, compareceu para a defesa


do seu trabalho o estudante_____________________, nascido (a) a_____/______/______,
portador do BI n°_____________________ emitido pelo arquivo de Identificação
de_________________________________________

candidato(a) ao grau académico de Licenciatura em_____________________________________

______________________________________________________________________________

tendo defendido o seu trabalho e obtido a classificação de ____ ( _______________________)


valores

______________, aos de______________ de_______________________

Assinatura dos Membros constituintes do Júri

Presidente:_______________________________________________________________

Supervisor:_______________________________________________________________

Arguente:________________________________________________________________

4
Universidade Wutivi

Faculdade de Engenharias, Arquitectura E Planeamento Físico

Curso de Arquitectura E Planeamento Físico

Termo de Recepção da Versão final da Monografia em formato físico e em CD- ROM

Declaro que o estudante _______________________________________________________

entregou no dia_____ /_____ /____ , 3 exemplares físicos e um em CD-ROM com a Monografia


da Conclusão do Curso de Licenciatura em PDF para o arquivo e para o Registo Académico da
Universidade Wutivi.

Título do Trabalho:______________________________________________________________

______________________________________________________________________________

(Local), _______________de________________ de____________________

A Direcção da Faculdade

5
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Miguel
Mapezuane e Casimira
Nhantumbo meu suporte, minha
força e exemplo de sujeito a ser.

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Agradecimentos

Gostaria de expressar meus sinceros agradecimentos ao meu supervisor, Professor Hilartino


Chambule, pela competência e dedicação com que me orientou ao longo deste projecto. Sua
assistência calorosa, valiosas contribuições e gestos de amizade e solidariedade académica foram
essenciais para o meu desenvolvimento. Agradeço especialmente por sua paciência na orientação
e pelo tempo generosamente dedicado em compartilhar os melhores ensinamentos e conselhos.

Quero estender meus agradecimentos aos meus irmãos e à minha família em geral, pelo amor,
carinho, ensinamentos e confiança que sempre me prestaram. Sou imensamente grato pelo apoio
financeiro que recebi desde o primeiro ano até o último dos meus estudos.

Também gostaria de agradecer aos meus amigos, colegas de curso e a todos os professores que
compartilharam seu conhecimento comigo ao longo dessa jornada académica.

Por fim, expresso minha gratidão a todos os envolvidos na elaboração desta pesquisa,
especialmente àqueles que disponibilizaram seu tempo para responder às entrevistas e
contribuíram para tornar este estudo possível.

Seu apoio e contribuição foram inestimáveis, e sou profundamente grato por todo o suporte
recebido ao longo deste projecto.

7
Resumo

A presente pesquisa intitulada, O Papel de Resort na Promoção do Turismo: Caso da Xefina


Grande, é uma pesquisa aplicada, que apresenta uma discussão relevante em volta dos meios de
hospedagem como instrumentos de promoção do turismo, no caso concreto o resort. Este estudo
tem como objectivo principal compreender o papel dos resorts na promoção do turismo, tendo
como caso de estudo a Xefina. Para atingir esse objectivo, foram estabelecidos objectivos
específicos, que incluem a caracterização da área de estudo em termos físico-naturais e
sociodemográficos, a descrição da actividade turística na região, a exploração da importância dos
resorts na formação e desenvolvimento do turismo, e a criação de uma proposta de desenho para
um resort na zona dos pescadores. A metodologia adoptada envolve a pesquisa bibliográfica, o
estudo de caso e a colecta de dados por meio de técnicas como pesquisa documental, observação
directa e indirecta, e entrevista estruturada. A análise e interpretação dos dados foi realizada com
o auxílio de programas como o Word e o Excel. A amostra seleccionada para as entrevistas inclui
75 indivíduos entre residentes e visitantes. Constatou-se que o resort pode contribuir para a
promoção do turismo na Ilha Xefina, impulsionando o seu potencial positivo para atrair mais
turistas, impulsionar a economia local e melhorar o desenvolvimento turístico.

Palavras-Chaves: Resort, Promoção, Turismo.

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Abstract

The present research entitled The Role of Resorts in the Promotion of Tourism: The Case of
Xefina Grande, is an applied research, which presents a relevant discussion around the means of
accommodation as instruments for promoting tourism, in this specific case the resort. The main
objective of this study is to understand the role of resorts in promoting tourism, using Xefina as a
case study. To achieve this objective, specific objectives were set, which include the
characterization of the study area in physical-natural and socio-demographic terms, the
description of tourist activity in the region, the exploration of the importance of resorts in the
formation and development of tourism, and the creation of a design proposal for a resort in the
fishermen's area. The methodology adopted involves bibliographical research, case studies and
data collection through techniques such as documentary research, direct and indirect observation,
and structured interview. The analysis and interpretation of data was performed with the aid of
programs such as Word and Excel. The sample selected for the interviews includes 75 individuals
among residents and visitors. It appears that the resort can contribute to the promotion of tourism
on Xefina Island, boosting its positive potential to attract more tourists, support the local
economy and improve tourism development.

Keywords: Resort, Promotion, Tourism.

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Índice

Lista de Abreviaturas e Símbolos...............................................................................................................11


Lista de figuras...........................................................................................................................................12
Lista de gráficos.........................................................................................................................................12
Lista de tabelas...........................................................................................................................................12
0. Introdução..........................................................................................................................................13
0.1. Definição do problema...................................................................................................................14
0.2. Hipótese..........................................................................................................................................15
0.3. Objectivos......................................................................................................................................16
0.4. Justificativa do estudo....................................................................................................................16
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................19
1.1. Definição de conceitos....................................................................................................................19
Turismo......................................................................................................................................................19
Resort.........................................................................................................................................................21
1.2. O turismo de resort.........................................................................................................................21
1.3. Meios de hospedagem como meio de promoção do turismo...........................................................25
1.4. Resorts, destinos turísticos e sustentabilidade................................................................................27
CAPÍTULO II: METODOLGIA................................................................................................................29
2.1. Descrição da área de estudo............................................................................................................30
2.2. Caracterização do produto turístico................................................................................................31
CAPITULO III: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS............................................32
3.1. Dados sócio demográficos..............................................................................................................32
2.3. Motivo de visita à Xefina Grande...................................................................................................34
3.2. Factos que estão por de trás do baixo desenvolvimento do turismo na Xefina de acordo com os
entrevistados..............................................................................................................................................35
Referências bibliográficas..........................................................................................................................40
APÊNDICES..............................................................................................................................................43
Apêndice I: cronograma de actividades......................................................................................................43
Apêndice II: guião de entrevista aos operadores, trabalhadores, donos de empreendimentos turísticos e
pessoa singular/residente ou não no bairro dos pescadores........................................................................44

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Lista de Abreviaturas e Símbolos

DINATUR – Direcção nacional de turismo;


FIG. – Figura;
OMT – Organização mundial do turismo;
ONU – Organização das Nações Unidas.

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Lista de figuras
Fig.: Localização da Ilha Xefina Grande………………………………………………………..30

Lista de gráficos
Gráfico nº 1: Distribuição da amostra por sexo…………………………………………………32

Gráfico 2: Distribuição da população por idade…………………………………………………33

Gráfico 3: Nível de escolaridade dos pais e encarregados de educação…………………………33

Gráfico 4: Principais usos da praia………………………………………………………………35

Gráfico 5: Razões da baixa atractividade………………………………………………………..38

Gráfico 6: Opinião sobre a contribuição do resort para a promoção do turismo ………………39

Lista de tabelas
Tabela 1: Cronograma de actividades………………………………………………………….43

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0. Introdução

O turismo é visto como uma actividade promissora para o século XXI, especialmente quando
implementado com princípios sustentáveis. Ele pode impulsionar o desenvolvimento da área
receptora, melhorar a qualidade de vida dos moradores e contribuir para a redistribuição de renda
entre regiões desenvolvidas e subdesenvolvidas. A revolução industrial, que começou na
Inglaterra em 1844, desempenhou um papel importante na evolução do turismo, pois trouxe
mudanças na economia, no tempo de trabalho e no aumento do lazer.

Actualmente, com o desenvolvimento socioeconómico e o acesso à informação, as pessoas têm


uma maior propensão a viajar. Isso aumenta a demanda por destinos turísticos diferentes e mais
exigências por parte dos turistas. Portanto, é necessário que os locais criem condições favoráveis
para a estadia dos turistas, como mobilidade, acessibilidade e atractivos turísticos bem definidos.
A criação dessas facilidades contribui directamente e indirectamente para o desenvolvimento dos
locais onde o turismo é desenvolvido.

O turismo é uma das actividades que mais impactam a dinâmica territorial e ampliam os
indicadores de desenvolvimento, especialmente em áreas costeiras, como é o caso de Xefina
Grande, situada na foz do rio Incomati até ao noroeste da Baía de Maputo. Essa região possui
uma paisagem ecológica propícia para o turismo, com dunas, manguezais e uma praia com águas
serenas. No entanto, falta a este local produtos turísticos que valorizem esses atractivos naturais.

Nesse contexto, surgem empreendimentos turísticos, como os resorts, que são capazes de suprir
todas as necessidades dos hóspedes e podem ser instrumentos de promoção do turismo. Eles
oferecem um alto grau de artificialidade e aproveitam o potencial do local para atrair turistas. No
entanto, é importante considerar que cada região possui suas particularidades únicas.

O trabalho propõe a construção de um resort na Xefina Grande para promover o turismo. O


objectivo é explorar o potencial turístico da região, fornecer entretenimento aos hóspedes e criar
um destino ideal. O trabalho está dividido em três partes: introdução, onde são destacadas a
justificativa, o problema de pesquisa e os objectivos; o primeiro capítulo, que aborda o marco
teórico e discute conceitos relacionados à hospedagem, promoção do turismo e desenvolvimento
13
local; o segundo capítulo, que descreve a metodologia utilizada na pesquisa, incluindo o tipo de
pesquisa, a amostra, os instrumentos de colecta de dados e as categorias de análise; e, por fim, a
apresentação e análise das informações colectadas no local de pesquisa, conclusões e sugestões.

0.1. Definição do problema

O turismo representa um importante instrumento de transformação da sociedade, promove a


inclusão social, oportunidades de emprego, novos investimentos, receitas e empreendedorismo;
além de ser uma actividade de relevante importância para a economia local, pois, é actualmente
uma das mais rentáveis e promissoras em franca expansão no mundo. E por sua, vez torna-se um
impulsor de desenvolvimento local, que produz rendimento aos vários intervenientes que prestam
serviços directo e indirectamente. (MACAMO, 2014: 1).

O plano estratégico para o desenvolvimento do turismo em Moçambique (Ministério da cultura e


turismo, 2015), defende que áreas costeiras constituem uma ferramenta essencial e promissora
para a crescente indústria turística, no território nacional ao longo da sua linha costeira, de modo
a promover e desenvolver atracções de um turismo sociocultural, e disponibilizar áreas, nas zonas
prioritárias para investimentos em estâncias turísticas na costa, de forma a melhorar os pacotes de
turismo e garantir a qualidade e sustentabilidade dos empreendimentos turísticos.

Nesta perspectiva, a criação de empreendimentos turísticos e o reaproveitamento de espaços


costeiros, podem ser uma das formas, de promover o desenvolvimento das actividades turísticas e
ainda potencializar cada vez mais estas áreas pela sua transformação e na captação de
investimentos (Silva, 2012).

Os empreendimentos turísticos para além de fornecer uma variedade de opções de actividades


recreativas, de lazer e entretimento, eles agregam uma visão de unir a natureza às pessoas de
forma racional, preservando-a e agregando valor maior à sua paisagem, em meio à natureza.
(Andrade. 2017, p 12).

Actualmente a zona dos pescadores, apresenta uma vocação socio-espacial diferente dos moldes
previstos no plano estratégico para o desenvolvimento do turismo em Moçambique, que olha
estes espaços costeiros, como locais destinados a atenções turísticas e para o desenvolvimento do
sector, e como consequência, a desapropriação espacial na zona dos pescadores contribuiu nas
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ocupações, através de assentamentos humanos e de forma desordenada, e ao longo do tempo,
foram dominando a grande parte da extensão litoral.

Considerado um dos sectores mais representativos na actividade turística entre os


empreendimentos turísticos no geral, os meios de hospedagem compostos por restauração detém
uma relação histórica importante frente ao desenvolvimento desta actividade em todo o mundo,
dada a envergadura que mobiliza, é um alto campo de promoção económica, sociocultural e
também pode ser ambiental. Constitui um dos suportes básicos para o desenvolvimento do
turismo num país. Encontramos em BRITO (2011: 81), citando autores como BENI, OLIVEIRA
et al, que o ponto que marca a utilização destes como meio de promoção do turismo são os jogos
olímpicos na Grécia antiga.

Seria neste contexto o Resort um instrumento muito importante na promoção do turismo a


diferentes níveis, pode auxiliar significativamente em todo o processo do turismo,
disponibilizando do um leque de serviços turísticos como hospedagem, alimentação, lazer e
entretenimento, acima de tudo actividades recreativas e convívio junto a natureza dentro do
próprio estabelecimento, sem que para isso, o visitante sinta a necessidade de deixar esta
estrutura para ir buscar quaisquer destes elementos fora do espaço físico do empreendimento, esta
tentativa de aproximação homem-natureza tem sido um dos principais objectivos dos Resorts.

Entretanto, na Xefina observa-se que há falta de estabelecimentos como hotéis, restaurantes,


serviços dos mais diversificados, museus, meios de hospedagem, incluindo Resorts. Partindo do
exposto levanta-se a seguinte pergunta de partida: De que maneira o resort pode contribuir na
promoção do turismo na Ilha Xefina Grande?

0.2. Hipótese

Fazendo face ao problema e à pergunta de partida referente a este assunto, é apresentada a


seguinte hipótese:

 O Resort pode servir como um modelo de empreendimento turístico que pode revitalizar
as áreas costeiras e tornar qualquer espaço mais atractivo promovendo dessa forma o
desenvolvimento do turismo.

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0.3. Objectivos

Geral

 Desenvolver uma proposta arquitetónica de um resort na ilha xefina-zona dos pescadores,


que esteja inserido no contexto da região, de forma que acolhe e ofereça de maneira
sustentável, actividades que promovam a promoção do turismo.

Específicos

 Caracterizar a actividade turística na área de estudo sob ponto de vista físico-natural e


sociodemográfico;
 Explicar a importância do Resort na formação e desenvolvimento do turismo;
 Compreender a forma que o Resort pode constituir um instrumento para promoção do
turismo na zona dos pescadores.

0.4. Justificativa do estudo

Os Resorts representam grande importância para o turismo por serem responsáveis pelo
crescimento da economia e contribuir para a manutenção e valorização ambiental e cultural, na
criação de postos de emprego, na melhoria das infra-estruturas, desenvolvendo a comunidade, na
construção, no reforço e na manutenção da identidade das regiões como destino. A escolha pela
criação de um empreendimento turístico na Xefina, deve-se ao facto do turismo apropriar-se do
meio ambiente e dos recursos como um dos seus principais atractivos e que muita das vezes
devido a sua apropriação insustentável surgem vários impactos negativos que ameaçam a
continuidade desses recursos pondo em risco não só do turismo como também a sobrevivência do
homem, visto que ele depende do meio ambiente que se encontra.

A ideia de criar um Resort, vincula-se na importância de acesso a vastas opções de lazer que este
tipo de empreendimento apresenta. Sendo um tipo de infra-estrutura turística ou meio de
hospedagem com as mais diversas opções de actividades recreativas, de lazer, entretenimento, e
que também dispõe de serviços, actividades físicas, desportivas, culturais e de convívio com a

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natureza. O Resort é responsável pelo bem-estar e serviços terapêuticos (na manutenção e
melhoria da saúde física e mental do usuário) agregando conforto e se tornando um local
alternativo que sirva de refúgio da vida cotidiana na cidade, no meio a natureza (Andrade, 2017).

Este tipo de infra-estrutura buscará atender uma variedade de públicos com faixa etária bem
distinta, com a ideia de inclusão social em espaços públicos destinados ao lazer, o que não se tem
verificado a maioria das vezes na nossa capital (cidade de Maputo) na busca de lugares
aprazíveis.

No que refere-se a escolha da Ilha Xefina – na Baia de Maputo, como área de estudo, deve-se ao
facto deste ser um destino turístico, que apresenta diversos recursos turísticos tais como praias,
paisagens ecológicas, dunas, mangais e uma praia com águas serenas que podem atrair turistas.
Xefina pode ser lembrada como o primeiro baluarte de defesa costeira durante a I guerra mundial.
A ilha contém ainda vestígios visíveis em forma de ruínas, quando outrora foi, uma fortaleza
munida de canhões, bunkers e celas de prisão actualmente tomadas pelo mar ao longo da linha do
tempo:

A escolha em desenvolver o estudo na óptica de criação de um Resort na Xefina prende-se


também ao facto de ser estudante do curso de licenciatura em Arquitectura e Planeamento físico
despertou interesse em seguir com estudo nesta vertente.
Pessoalmente escolheu-se esta zona, primeiro por se tratar de uma área de estudo próxima do
pesquisador, o que possibilita poupar muito em termos de custos e tempo para a materialização
dos trabalhos de campo desde as observações até as entrevistas.
O trabalho será útil para academia pois acredita-se que este trará outras linhas de debate que
ajudará na continuidade de estudos ligados a área da arquitectura e ambiente. Considera-se
também pertinente o documento uma vez que poderá servir de suporte aos trabalhos de pesquisas
académicas no âmbito de elaboração de monografia e dissertação para Faculdade de Engenharias,
Arquitectura e Planeamento Físico da UNITIVA, com o qual ajudará a orientar os mesmo de
modo a trazer novos tipos de abordagens.

A escolha deste local na cidade de Maputo deve-se também as suas características a citar: ser
uma ilha e praia dentro da cidade e capital do País, a considerar ser uma praia de multiuso
(práticas desportivas, banhistas, comércio e turismo) ao nosso ver estas características atraem
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atenção dos turistas vindos de diferentes cantos e que em curto espaço de tempo criam fortes
mudanças na paisagem local e novas dinâmicas sociais principalmente as turístico-ambientais
contudo o mesmo será útil no âmbito social pois acredita-se que vai melhor elucidar e orientar os
ao público em geral que tenha interesse na área.
Na vertente ambiental o estudo é de tamanha importância pois nota-se ao longo dos anos o
empobrecimento e danos ambientais das zonas costeiras do país são devido as actividades
antrópicas e inconsciente do cidadão que cresce sobre o olhar impávido das autoridades, deste
modo o estudo poderá fornecer informações científicas dignas de serem usadas para a
contribuição e desenvolvimento de estratégias e políticas focadas para a promoção e gestão
sustentável do turismo em zonas litorais e seus recursos.

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CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesta seção, é apresentada o embasamento teórico que embasará todo o assunto do estudo, que
dará suporte e irá justificar a proposta deste estudo, além de definir, com mais precisão, os
objectivos da pesquisa. Segundo VERGARA (2004), a fundamentação teórica objectiva
apresentar diversos estudos sobre o tema ou problema, já realizados por outros autores. Para tal, é
feita uma revisão na literatura tanto no acervo de teorias quanto em trabalhos realizados e as
tomam como referência.
Logo são apresentados aspectos conceituais em volta do turismo e relação entre os resorts e
promoção turística, estes que são os principais norteadores da nossa pesquisa. Partimos por uma
discussão em volta turismo, sua conceituação, meios de hospedagem, , estratégia para promoção
do turismo através da hospitalidade e recreação que podem ser promovidos pelo resort.

1.1. Definição de conceitos

Turismo
Compreende as actividades realizadas pelas pessoas durante as suas viagens e a estadias em
lugares diferentes do seu entorno habitual por um período de tempo consecutivo inferior a um
ano, tendo em vista negócios ou outros motivos. (OMT, 1995: 1)

FUSTER (apud CUNHA, s/d), identifica o turismo como “o conjunto das viagens cujo objectivo
é o prazer ou por motivos comerciais ou profissionais ou outros análogos e durante os quais a
ausência da residência habitual é temporal.

BERNECKER (apud CUNHA, s/d) o turismo é “o conjunto de todos os fenómenos, em primeiro


lugar de ordem económica, que se produzem pela chegada, estada e partida de viajantes numa
comuna, província ou um estado determinado e, por consequência estão directamente ligadas
entre eles”.

ALMEIDA (2016: 59) apresenta o conceito do turismo numa vertente mais económica
sustentando que “o turismo é um negócio porque apresenta um produto, promovido num
mercado, que se desloca para consumi-los num determinado destino.”

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Entende-se que é um fenómeno social, económico e cultural que se manifesta pelo movimento de
pessoas de um lugar de estadia habitual (suas casas) para lugares diferentes por um determinado
período de tempo. Esse movimento (viagem) por sua vez tem diversas motivações, dentre as
quais o lazer como mostram os conceitos arrolados a cima. Para esta pesquisa o conceito que
mais se adequa é o de Bernecker.

Classificação do Turismo

Segundo ROSE (2002: 92), o turismo pode ser classificado de várias formas, seja pelo volume de
turistas, pela direcção do fluxo ou pela abrangência espacial das viagens realizadas.
De acordo com volume de turistas tem-se:

i. Turismo de massa – refere-se ao grande número de pessoas que se desloca em grupos a


um destino turístico;
ii. Turismo individual – refere-se a deslocamentos realizados de forma isolada e, organizado
pelo próprio turista;

De acordo com direcção de fluxo, encontramos:

i. Turismo Emissivo – representa o fluxo de saída de turistas que residem em uma


localidade;
ii. Turismo Receptivo – caracterizado pelo fluxo de entrada de turistas em uma localidade.

De acordo com a amplitude das viagens, entende-se:

i. Turismo local – quando ocorre entre regiões vizinhas;


ii. Turismo Doméstico – quando ocorre dentro do pais de residência do turista;
iii. Turismo Internacional – quando ocorre fora do país de residência do turista, podendo ser
continental ou intercontinental.

Para Oliveira (2002), os vários tipos de turismo praticados no mundo tornam esta actividade uma
opção de desenvolvimento. Cada local define os tipos de turismo, de acordo com as
características ou as potencialidades do território, que podem ser: turismo de lazer, de eventos, de
20
águas termais, desportivo, religioso, de juventude, social, cultural, ecológico, de aventura,
gastronómico, de cruzeiros marítimos, de negócio.

Resort
Os resorts têm origem nos spas e mais remotamente nas casas de banho da antiguidade clássica,
que valorizavam a recreação e o desporto. Na contemporaneidade, os resorts podem ser definidos
como a
(...) forma mais recente e predominante de hotéis de lazer neste fim de século,
vêm ampliando significativamente esse atractivo, instalando-se em imensas
áreas, verdadeiras ilhas de auto-suficiência, onde os hóspedes encontram
satisfação para uma variada gama de interesses – desporto, lazer, vida social e
negócios -, numa combinação que atende a todas as faixas etárias. Pelo que são
e oferecem, buscam constituir-se em destinações turísticas que por si só
justifiquem uma viagem. (ANDRADE,BRITO e JORGE, 2003, p. 73)

A Associação de Resorts do Brasil define o resort como


Empreendimentos hoteleiros de alto padrão em instalações e serviços,
fortemente voltados param o lazer em área de amplo convívio com a natureza,
na qual o hóspede não precise se afastar para atender suas necessidades de
conforto, alimentação, lazer e entretenimento (BSH INTERNATIONAL, 2008, p.
8).

A implantação de resorts exige localizações privilegiadas, proximidade com o mar, lagoas e rios,
além de infra-estrutura de apoio e acessibilidade, embora prefira um certo distanciamento de
áreas urbanizadas. A construção desses empreendimentos turísticos demanda extensas áreas de
terrenos para conter um programa diversificado de lazer e desporto, já que o resort é o destino em
si. Os usos são dinamizados pela instalação de espaços destinados à alimentação, bares, eventos e
conferências.
Geralmente os resorts se diferenciam dos meios de hospedagem como o hotel, tanto pelas
diferenças em relação à localização, à dimensão e ao tipo de serviço ofertado. Por outro lado,
constitui um dos meios de hospedagem mais intensamente dominado pelo capital internacional de
grandes cadeias hoteleiras, assim como também se direcciona para o mercado internacional.

1.2. O turismo de resort

De acordo com Borba (citado por BRITO, 2011: 87), os resorts perfazem uma trajectória de
origem incerta. Fundadas a partir dos banhos públicos do séc. II a.C. essas instalações
localizavam-se próximo a fontes de água mineral, dado aos fins terapêuticos que esses locais
21
ofereciam. Algumas actividades eram voltadas ao lazer e ao desporto, praticados em espaços
abertos e com excelentes condições climáticas.

Estes empreendimentos, com as partes das características que lhe constituem, surgiram na
Europa, especificamente na Inglaterra e França, por volta do seculo XVIII. Já no século XIX
surge nos EUA e começam a se proliferar por todas as cidades costeiras daquele país,
promovendo potencial desenvolvimento turísticos destes meios de hospedagem. Devido ao amplo
nível de competitividade no mercado mundial, os resorts tendem a se instalar, preferencialmente,
em locais caracterizados pelo segmento turístico “sol e mar”. São destinos com forte atracão
turística tais como balneários, parques nacionais ou ainda em regiões exóticas e pouco exploradas
(BRITO, 2011: 87). A expansão deste meio de hospedagem remota a uma tendência de expansão
do próprio turismo, pois em diversas partes do mundo construíram-se hotéis e resorts como
edifícios isolados, muitos cercados por novas construções levantados em loteamentos colocados
no mercado com antecedência para aproveitar a mais-valia gerada nas terras adjacentes por tais
empreendimentos (BOULLÓN citado por BRITO, 2011: 88).

Constituídos por amplas áreas de lazer e recreação, permitem que os clientes desfrutem longos
períodos de tempo apenas estando dentro de suas imediações, tornando desnecessário ou mesmo
dispensável a saída do equipamento para obter relação com o seu entorno. Todos os serviços
necessários no interior do resort, e ao pronto atendimento do hóspede, estão disponíveis durante
toda estadia. Não sendo cobrados valores extras para o pagamento desses serviços. Para
SILVEIRA (1999: 41), isto leva a crer que os resorts são, talvez, a forma organizacional turística
mais moderna que centraliza um conjunto de serviços.

Por sua envergadura e organização operacional, os resorts podem ser descritos sob diversas
tipologias, tais como resorts litorâneos, de campo, montanhas, ecológicos, entre outos. Na sua
essência, essas instalações são compostas por uma série de serviços que podem se desfrutados
pelos hóspedes com uma variabilidade em sua oferta que vai desde a arrumação do quarto a
qualquer tempo que seja solicitado pelo hóspede, até permanente disponibilidade de actividades
recreativas para todos os membros de uma família (BRITO, 2011: 88).

Os resorts dispõem de características distintas aos demais meios de hospedagem em operação,


seja pelo porte estrutural que congregam seja pela gama de serviços prestados. Tal distinção se
22
deu por conta dos requisitos exigidos, ao longo do tempo, pela demanda, de modo que os
hóspedes solicitavam ou sugeriam determinadas condições e serviços, os quais passaram a se
incorporar ao conceito do equipamento. Alem disso, estes meios de hospedagem passaram a
operar com um número mínimo de unidades habitacionais para lhe conferir mais uma
característica específica. (BRITO, 2011: 88).

Entende-se por unidade habitacional como sendo o local destinado ao uso particular do hóspede
dentro do equipamento, constituindo-se num compartimento, chalé ou quarto usado para fins de
estadia e descanso.

De acordo BRITO (2011: 90), visando ponderar com maior especificidade as características que
constituem um resort se estabelecem vários requisitos que devem ser atendidos por um
equipamento dessa natureza, entre eles:

 Serviço de recepção aberto 24h;


 Unidades habitacionais com 25m2;
 Camas com dimensões superiores as normais;
 Medidas de sensibilização aos hóspedes relativas a sustentabilidade;

Portanto, percebe-se que um dos principais elementos de diferenciação dos resorts em relação
aos outros meios de alojamento compreende aos serviços prestados. Outra componente que
compõe ampla estrutura dos resorts é a gastronomia, uma vez que por estas estarem um pouco
mais afastados dos centros urbanos é preciso que este sector trabalhe no pronto atendimento de
todas as demandas que tenham a ver com alimentação, bebidas e serviços relacionados a esta
área.

De acordo BRITO (2011: 91), dada essa especificidade ao cenário turístico, atribuída pelos
resorts, em face de sua ampla dimensão económica, sociocultural e ambiental de crescimento, é
importante considerar os impactos oriundos da instalação desses empreendimentos em
determinados destinos turísticos.

CORIOLANO (1998), pontua que a lógica global concebida pelo princípio da exploração do
turismo de resorts é comandada por grandes corporações, as quais se sobrepõem a autonomia
governamental, ditando a forma de consumo do espaço turístico.
23
Tal lógica assume um papel crucial, tanto para os investidores, quando para os governos, pois
como advoga CORIOLANO (1998), a implantação de um equipamento desse porte em
determinada localidade significa um importante passo rumo ao crescimento e desenvolvimento
económico local.

Entretanto, por sua vez os resorts, matem relações miniaturizadas com a comunidade local, estas
relações em muitos casos são usadas para o entretenimento dos turistas, não contribuindo de
forma significante para a qualidade de vida dos residentes, estas resultam em sérios impactos na
transformação de costumes e tradições das comunidades locais. Como sugere Augé (citado por
BRITO, 2011), Os resorts constituem espaços desprovidos de identidade, de relações sociais e de
história própria, de forma que os pontos de trânsito e de ocupações provisorias tais como hotéis
constituem no que Augé classifica de não-lugar. De acordo com BRITO (2011), muitos estudos
acabaram associando a ideia de não-lugar ao conceito atribuído aos resorts, pois os mesmos
consistem em equipamentos de padrão globalizado, em cenários paradisíacos, prontos para
receber visitantes a qualquer dia do ano, operados por grupos internacionais e sob uma égide
antagónica de desenvolvimento na localidade ao qual está instalado.

Ainda se pode afirmar que os resorts por tendência buscam concentrar a produtividade turística
num único atractivo, que é ele próprio, de forma que sua implantação em determinado local
acarreta impactos de variada ordem: económicos, ambientais e socioculturais.

A respeito disso Mendonça et al (citados por BRITO, 2011), afirmam que o verdadeiro motivo
que acarreta impactos desse tipo de não-lugar não se refere apenas ao crescimento do turismo,
mas a ausência de politicas e planos específicos que possam consolidar o desenvolvimento local,
entendido como o processo de empoderamento dos actores de um determinado local para, a parir
de sues activos, potencialidade e vocações nativas, construir um projecto de desenvolvimento
com participação social, equidade e sustentabilidade.

Ainda em torno desse facto MARCELINO (1999: 181), afirma que a materialização de conflitos
de interesse no local se dá de forma múltipla, por meio da acumulação crescente de impostos pelo
estado sem o devido retorno para aquela comunidade, o lucro obtido pelas empresas turísticas à
custa dos activos endógenos, as formas de competição e inflação do espaço entre os residentes e
os investidores externos e o estímulo ao crescimento desse paradigma nestes destinos turísticos.
24
Diante do exposto é sensato enunciar que o processo de segregação social e espacial das
populações nativas, bem como o desgaste dos recursos ambientais, são resultado da inexistência
de acções públicas racionais no sector por do estado e investidores como actores que se articulam
na promoção do turismo.

O modelo de desenvolvimento ambicionado pelo turismo de resorts vê no litoral, aliado ao


turismo de sol e mar um amplo campo de expansão, tanto que MARCELINO (1999: 180), afirma
que se observa uma avançada ocupação espacial de solos menos nobres nas cidades litorâneas, o
que por sua vez vem acarretando segregação espacial e expulsão de comunidades inteiras para
campos mais longínquos de residência.

Assim na medida em que o valor do solo se eleva, o espaço construído se amplia e áreas de uso
potencial adequado à preservação e/ou conservação são degradadas em virtude da implantação de
estradas e outros factores típicos de expansão urbana. Conforme BRITO (2011: 93), a ocupação
do território litorâneo, para fins de fomento pelo turismo de resorts, requer controle
governamental e participação da sociedade, isto porque os sectores que prestam suporte logístico
do turismo, como a infra-estrutura viária, acabam favorecendo a ocupação desordenada do solo e
dos núcleos populacionais. Tal facto associado a ausência de um planeamento urbano
direccionado a ordenar o desenvolvimento turístico, conduz a degradação do ambiente costeiro e
consequente deterioração da qualidade de vida da população residente (CORIOLANO, 2006).

Disto isto e em conformidade com LLINAS (1996: 195), todo o litoral passa a ser considerado
zona apta para o crescimento turístico, já que se levantam hotéis, apartamentos e zonas
residenciais em todos os locais possíveis, passando o local a ser considera mercadologicamente,
um bem de consumo.

1.3. Meios de hospedagem como meio de promoção do turismo

Os meios de hospedagem desempenham um papel fundamental na actividade turística,


promovendo o desenvolvimento económico, sociocultural e ambiental. De acordo com Beni
(citado por Brito, 2011), toda essa mobilização do turismo representa um amplo campo de
promoção económica e sociocultural. Os turistas procuram esses estabelecimentos para descansar

25
e recuperar energias durante suas viagens, o que torna os meios de hospedagem o sector mais
representativo na economia turística (Cooper, 2001).

A utilização dos meios de hospedagem para promover o turismo remonta aos Jogos Olímpicos de
1896 em Atenas, onde milhares de visitantes se dirigiram à Grécia antiga e se hospedaram em
balneários e hospedarias (Cooper, 2001). Com o passar do tempo, a demanda por hospedagem
aumentou devido aos deslocamentos entre cidades conquistadas e a construção de vias, como a
Via Appia no século IV a.C., que exigiram melhores condições de estalagem (Brito, 2011).

Após a construção das vias romanas, surgiram mais hospedagens para atender os viajantes, e a
Pax Romana proporcionou o desenvolvimento dessas estruturas, incluindo os centros de
tratamento termal, que combinavam deslocamento, hospedagem e descanso (Brito, 2011;
Oliveira, 2002). Com o tempo, os serviços oferecidos nas estalagens passaram a ser cobrados,
profissionalizando a actividade e proporcionando experiências culturais aos jovens ricos por meio
dos Grand Tours (Brito, 2011; CNC, 2005).

Após a interrupção causada pela Primeira Guerra Mundial, grandes investimentos foram feitos no
mercado hoteleiro dos EUA na década de 1920, resultando em luxuosos hotéis com uma ampla
gama de serviços disponíveis (Brito, 2011). A actividade hoteleira obteve maiores lucros após a
Segunda Guerra Mundial, com a construção de muitos hotéis nos EUA, impulsionada pelas
condições favoráveis das vendas de armamentos (Brito, 2011). Nesse período, surgiram as redes
hoteleiras, que estabeleciam padrões de qualidade para os empreendimentos associados à sua
marca (Castelli, 1992).

Com o avanço do turismo, os meios de hospedagem se diversificaram para atender às diferentes


demandas dos viajantes. Surgiram hotéis de praia, de montanha, de floresta, especializados em
eventos, convenções e negócios, entre outros (Brito, 2011). Além disso, foram desenvolvidos eco
hotéis e resorts, localizados em áreas de potencial turístico e oferecendo uma ampla variedade de
produtos e serviços (Brito, 2011; Oliveira, 2002).

Os empreendimentos turísticos possuem especificidades determinadas pela localização, potencial


turístico, capacidade de acomodação, serviços oferecidos, infra-estrutura local e grau de
26
desenvolvimento, resultando em interacções económicas, socioculturais e ambientais (Brito,
2011). O sector de hospedagem não beneficia apenas os viajantes, mas também os residentes, por
meio da geração de empregos, captação de recursos para a localidade e movimentação da
economia local (Brito, 2011).

Portanto, os meios de hospedagem desempenham um papel crucial na promoção do turismo e no


desenvolvimento das localidades onde estão localizados, gerando benefícios económicos,
socioculturais e ambientais (Brito, 2011).

1.4. Resorts, destinos turísticos e sustentabilidade

De acordo com Cardoso (2005, p. 83), “os resorts são destinos turísticos integrados e
relativamente independentes que oferecem uma variedade de instalações e actividades para os
turistas”.
Neste contexto observa-se que o papel das empresas turísticas no destino, de acordo com o
Programa PPT (Pro-Poor Tourism - Sustainable Tourism and Poverty Elimination Study, 1999),
atribui à empresa um papel muito mais amplo que sugere que, além da contribuição de sua
estrutura, a empresa pode colaborar catalisando e incentivando outros atores (como organismos
internacionais e governo) a participar das acções para o desenvolvimento do local. O conceito e
as características dos resorts pressupõem a acomodação simultânea de muitos turistas durante
todos os períodos do ano. Por outro lado, as directrizes para se obter o desenvolvimento
sustentável de uma determinada localidade impõem determinadas regras, como a capacidade de
carga.
Analisa-se que os resorts atraem muitos turistas e o desenvolvimento sustentável tem a
preocupação com a capacidade de carga de uma localidade, e isto não significa dizer que há uma
inviabilização dos dois aspectos. Porque a ligação do resort com o desenvolvimento sustentável
vai depender das características ambientais, culturais e do formato, tamanho e políticas adoptadas
pelo resort (PINHEIRO et al, 2010).
Portanto o respeito pela capacidade de carga da natureza onde o resort está instalado deveria ser
de total interesse do empreendimento em função de que é responsável em fazer com que o turista

27
tenha vontade de retornar ao local para usufruir destes atractivos turísticos, que são parte da
matéria-prima de atractivos naturais do resort em determinado destino.

Outro aspecto importante é a construção de um resort, juntamente com toda a infra-estrutura


necessária para a sua operação que não implica necessariamente num grande impacto negativo ao
meio ambiente, pois esse impacto poderá ser reduzido, caso os projectos construtivos e os
recursos de materiais empregados forem ecologicamente correctos, possibilitando a criação de
uma harmonia entre a hospitalidade e a preservação do ecossistema local. Neste aspecto o
projecto poderá contemplar uma arquitectura local (nativa) e utilizar ao máximo materiais de
construção locais apropriados. Além disso, a operação do resort pode encorajar uma interacção
positiva dos hóspedes com as tradições das comunidades locais, integrando a importância da
cultura local (Loureiro, 2005: 97).

28
CAPÍTULO II: METODOLGIA

Nesta parte do trabalho, é descrito o percurso metodológico a ser utilizado na realização prática
do estudo. A metodologia compreende o tipo de pesquisa, a amostra, os instrumentos de colecta
de dados e as dimensões ou categorias de análise desses dados.

No que diz respeito aos métodos de pesquisa, são apresentados dois tipos: o método indutivo e o
método estatístico. O método indutivo envolve a inferência de uma verdade geral ou universal a
partir de dados particulares. Já o método estatístico consiste na redução de fenómenos a termos
quantitativos e na manipulação estatística para obter generalizações sobre sua natureza.

Quanto aos tipos de pesquisa, são seleccionados quatro de acordo com as variáveis envolvidas:
natureza da pesquisa, objectivos, procedimentos técnicos e forma de abordagem do problema. A
pesquisa é classificada como pesquisa aplicada, pois busca soluções para problemas específicos.

Os procedimentos técnicos seleccionados são a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso. A


pesquisa bibliográfica consiste na busca de contribuições culturais ou científicas sobre o tema em
estudo, enquanto o estudo de caso envolve a análise detalhada de um caso ou grupo humano.

Em relação à abordagem do problema, a pesquisa é considerada mista, combinando abordagens


quantitativas e qualitativas. A colecta de dados é realizada por meio de técnicas como pesquisa
documental, observação directa e indirecta, e entrevista estruturada.

A análise e interpretação dos dados são feitas por meio da organização e sumarização dos dados
obtidos, utilizando programas como o Word e o Excel.

Quanto ao universo e amostra, estima-se que a ilha tenha 496 habitantes, e a amostra
seleccionada para entrevistas é de 75 indivíduos, além de 5 estâncias turísticas.

A escolha da amostra é intencional e inclui indivíduos que residem há mais de 5 anos na


comunidade ou que possuem uma ligação estreita com a mesma. A inclusão de ambos os sexos é
importante para abranger as diferentes utilizações da flora pelos informantes.

29
2.1. Descrição da área de estudo

A Ilha Ilha Xefina Grande é o nome dado a uma Ilha estuarina, situada na foz do rio Incomáti até
ao noroeste da Baía de Maputo. A Xefina, com cerca de 6,2 km² de área e com densidade
demográfica estimada em cerca de 80 pessoas por quilómetro quadrado correspondente a 27
famílias, está localizada a nordeste da cidade de Maputo, a cerca de 5 km da praia da Costa do
Sol, e integrada na unidade administrativa da capital Moçambicana. A ilha constitui afloramento
de uma extensa zona sedimentar protegida da erosão directa da ondulação do Oceano Índico por
um longo cordão dunar sito imediatamente a leste da ilha. A zona central da Xefina está
localizada nas coordenadas geográficas 25° 50' 21 S e 32° 42' 58 E. A proximidade a terra e as
extensas áreas de sedimento lodoso permitem que nas marés vivas seja possível caminhar até à
ilha, pese embora o risco de ser apanhado pela subida das águas. Esta população usa lenha como
fonte de energia para cozinha. A ilha sofre de erosão costeira, a qual tem vindo a diminuir a sua
extensão e destruir as estruturas existentes. Outro problema ambiental é a redução do número de
espécies vegetais presentes e a invasão dos mangais degradados por espécies exóticas. Ilha de
Xefina, ou Ilha Xefina, é o nome dado a uma Ilha estuarina, situada na foz do rio Incomáti até ao
noroeste da Baía de Maputo.

Fig.: localização da Ilha Xefina Grande

Fonte: Google Earth Pro (2023), adptado pelo autor.

30
2.2. Caracterização do produto turístico

Actualmente, a Ilha de Xefina não possui hotéis, resorts ou infra-estrutura turística significativa.
No entanto, a proposta deste estudo é justamente implantar um resort nessa região, que está
próxima à famosa praia da Costa do Sol e apresenta uma variedade de produtos e serviços
voltados para o turismo.

A localização privilegiada da ilha, nordeste da cidade de Maputo e a apenas cerca de 5 km da


praia da Costa do Sol, torna-a acessível e atractiva para turistas em busca de um destino natural e
tranquilo. Além disso, a ilha está integrada na unidade administrativa da capital moçambicana, o
que facilita a logística e o desenvolvimento de infra-estruturas complementares.

A Ilha de Xefina é caracterizada por sua paisagem estuarina e pela protecção natural
proporcionada por um longo cordão dunar situado a leste da ilha, que a preserva da erosão directa
do Oceano Índico. Durante as marés vivas, é possível chegar à ilha caminhando devido à
proximidade da terra e às extensas áreas de sedimento lodoso, embora seja necessário estar atento
ao risco de ser pego pela subida das águas.

No entanto, a ilha enfrenta desafios ambientais importantes, como a erosão costeira, que tem
reduzido sua extensão e destruído estruturas existentes. Além disso, ocorre a diminuição do
número de espécies vegetais e a invasão de manguezais degradados por espécies exóticas,
representando um problema para a biodiversidade local.

Em resumo, a Ilha de Xefina é um destino turístico natural com potencial a ser explorado. A
implantação de um resort na região pode impulsionar o desenvolvimento socioeconómico local,
preservar a cultura e o meio ambiente, além de oferecer aos turistas uma experiência única em um
ambiente paradisíaco da Baía de Maputo.

31
CAPITULO III: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

São apresentados a seguir dados obtidos em conformidade com a pesquisa proposta e


discutidos os resultados, considerando os objectivos propostos, diante dos procedimentos
metodológicos propostos na secção anterior e com base na fundamentação teórica descrita no
primeiro capítulo, foi embasada a presente análise, gerando por sua vez os resultados obtidos
a partir desta. A pesquisa de campo foi realizada junto a comunidade e empreendimentos
turísticos. Os instrumentos de recolha de dados respondidos por estes foram divididos em
duas partes. A primeira versa sobre questões demográficas relativas aos sujeitos. A segunda é
composta por questões cujas respostas permitiram-nos saber que impactos gerados pelo
turismo os actores envolvidos no mesmo na área de estudo em questão conhecem e que
inferências estes fazem em relação ao resort como meio de promoção do turismo. A
organização das respostas igualmente obedece a mesma ordem. Os dados colhidos estão
ilustrados em gráficos elaborados através do pacote Excel 2010 e também sintetizados em
forma de texto. Nas análises realizadas foi necessária a revisão bibliográfica, o trabalho de
campo deu-se por meio da observação directa (entrevista).

3.1. Dados sócio demográficos

A amostra desta pesquisa foi composta por 80 indivíduos, sendo 63% do sexo feminino e 37% do
sexo masculino.

Gráfico nº 1: Distribuição da amostra por sexo

37%
Mulheres
Homens
63%

Fonte: Autor (2023).

32
Observou-se que a média dos entrevistados tem idade superior a 30 anos, o maior número
encontra-se na faixa etária entre 30 a mais de 45 anos. Sendo que a idade máxima é de 57 anos e
a mínima de 17 anos, como mostra o gráfico a seguir.

Gráfico 2: Distribuição da população por idade

25
Idade

2.5
17-25
25-30
30-45
45>

Fonte: Autor (2023).

Relativamente ao nível de escolaridade dos entrevistados, observa-se o maior número dos


entrevistados possui o nível básico (47%); 33% com nível médio; 7% com ensino superior e 13%
não escolarizados, estes últimos são na sua maioria membros da comunidade local. Vide o
gráfico nº3.

Gráfico 3: nível de escolaridade dos pais e encarregados de educação

13%

7%
Ensino básico
47% Ensino médio
Ensino superior
Não escolarizado
33%

Fonte: Autor (2023).

33
2.3. Motivo de visita à Xefina Grande

As praias da Ilha de Xefina são verdadeiros paraísos naturais, oferecendo uma infinidade de
possibilidades para actividades recreativas, como banhos de mar, exposição ao sol e natação. A
facilidade e a relativa segurança de acesso ao mar tornam essas praias destinos turísticos muito
procurados. A sua importância é evidente, uma vez que são locais onde pessoas de diferentes
perfis e interesses podem encontrar satisfação.

A utilização das praias pode ocorrer ao longo de todo o ano ou se concentrar em uma época
balnear específica, dependendo das preferências dos visitantes. Dentre os diversos usos das
praias, podemos destacar os seguintes percentuais: 3% dos frequentadores afirmam fazer uso
religioso das praias, 21% as utilizam para fins de negócios, 67% buscam o lazer e 9% têm outros
usos não especificados.

Aqueles que fazem uso religioso das praias encontram um ambiente sereno e espiritualmente
inspirador para práticas e rituais de natureza religiosa. A maioria esmagadora dos frequentadores,
cerca de 67%, utiliza as praias de Xefina para o lazer. Essas pessoas buscam relaxamento,
diversão e momentos de descontracção em um ambiente paradisíaco. As praias oferecem a
oportunidade de desfrutar do mar, tomar sol, praticar desportos aquáticos, ou simplesmente
passear pela areia enquanto apreciam a beleza natural ao seu redor.

Os outros 9% dos usuários das praias têm usos não especificados, o que indica uma variedade de
propósitos individuais. Esses usos diversificados demonstram a versatilidade e a riqueza de
possibilidades que as praias de Xefina oferecem aos seus visitantes.

Independentemente do propósito de utilização, as praias da Ilha de Xefina são verdadeiros


tesouros naturais que atraem pessoas de diferentes perfis e interesses. Elas proporcionam
momentos de relaxamento, aventura, conexão com a natureza e oportunidades únicas de lazer. A
diversidade de usos das praias reflecte a sua importância cultural, social e económica, tornando-
as destinos turísticos verdadeiramente especiais.

34
Gráfico 4: Principais usos da praia

outros
religioso 9%
3% negocios
21%

lazer
67%

negocios lazer religioso outros

Fonte: Autor (2023).

3.2. Factos que estão por de trás do baixo desenvolvimento do turismo na Xefina de
acordo com os entrevistados

A partir dos dados da entrevista, podemos observar que a maioria dos entrevistados apontou duas
principais razões para o baixo desenvolvimento turístico na Ilha Xefina: limitação da oferta
turística e falta de produtos turísticos que contribuam para a valorização do local. Apenas uma
pequena percentagem considerou o atractivo turístico não expressivo, e ninguém mencionou que
o segmento turístico não está alinhado com a demanda.

Esses dados destacam a importância de compreender os desafios enfrentados pela Ilha Xefina em
termos de desenvolvimento turístico. Alguns pontos positivos e negativos relacionados a essas
questões destacam-se a seguir.

Limitações da oferta turística:

 Pontos positivos: A identificação das limitações da oferta turística é um primeiro passo


para melhorar o desenvolvimento turístico. Saber quais são as carências existentes

35
possibilita o direccionamento de esforços para suprir essas demandas e desenvolver a
infra-estrutura necessária.
 Pontos negativos: A falta de oferta turística limita a atractividade e a diversidade de
experiências que a Ilha Xefina pode oferecer aos visitantes. Isso pode resultar na perda de
potenciais turistas e na dificuldade de competir com outros destinos que possuem uma
oferta mais abrangente.

Falta de produtos turísticos que contribuam para a valorização do local:

 Pontos positivos: A identificação dessa lacuna indica uma oportunidade de desenvolver


produtos turísticos específicos que explorem os recursos e atractivos únicos da Ilha
Xefina. A criação de produtos turísticos autênticos e diferenciados pode aumentar o
interesse dos visitantes e proporcionar uma experiência mais enriquecedora.
 Pontos negativos: A falta de produtos turísticos que valorizem o local pode limitar a
motivação dos turistas em escolher a Ilha Xefina como destino. A ausência de opções
atractivas pode resultar em menor tempo de permanência dos visitantes e menor gasto
médio por turista.

A ausência de menções sobre o atractivo turístico não ser expressivo indica que a Ilha Xefina
possui potencial e atractivos que podem ser explorados para promover o turismo. Por outro lado,
é importante destacar que a falta de alinhamento do segmento turístico com a demanda não foi
mencionada, o que pode sugerir que as actividades turísticas existentes na ilha estão de acordo
com as preferências dos visitantes.

Diante desses dados, é essencial tomar medidas para superar as limitações da oferta turística e
criar produtos turísticos que valorizem o local. Isso pode ser feito por meio de investimentos em
infra-estrutura, diversificação da oferta, promoção dos atractivos naturais e culturais da Ilha
Xefina, envolvimento da comunidade local no desenvolvimento do turismo e busca por parcerias
para atrair investimentos e conhecimentos especializados.
O resort, como uma infra-estrutura turística, tem o potencial de desempenhar um papel

36
fundamental no desenvolvimento do turismo na Ilha Xefina, ao colmatar as lacunas identificadas
anteriormente.

Uma das principais vantagens do resort é a sua capacidade de oferecer uma oferta turística mais
abrangente e diversificada. Ao desenvolver diferentes tipos de acomodações, actividades e
serviços, o resort pode suprir as limitações da oferta turística existente, proporcionando uma
experiência completa e atractiva para os visitantes. Isso inclui não apenas quartos confortáveis,
mas também instalações recreativas, restaurantes, espaços de lazer e outras comodidades que
agregam valor à estadia dos turistas.

Além disso, o resort pode contribuir para a valorização da Ilha Xefina, criando produtos
turísticos que explorem os recursos e atractivos locais. Por meio de parcerias com a comunidade
e o envolvimento de empreendedores locais, o resort pode promover a cultura, tradições e
artesanato da região, oferecendo experiências autênticas que enriquecem a visita dos turistas.

O resort também desempenha um papel importante na promoção e divulgação da Ilha Xefina


como destino turístico. Com estratégias eficazes de marketing e comunicação, o resort pode atrair
um público diversificado e aumentar a visibilidade da ilha, despertando o interesse de potenciais
visitantes. Isso contribui para o desenvolvimento sustentável do turismo, gerando empregos e
oportunidades de negócios para a comunidade local.

No entanto, é importante ressaltar que o desenvolvimento do resort deve ser realizado de forma
responsável e sustentável. É essencial considerar os impactos ambientais, culturais e sociais,
adoptando práticas de gestão sustentável, preservação dos recursos naturais e respeito à cultura
local.

Em suma, o Resort pode ser uma infraestrutura chave para promover o desenvolvimento do
turismo na Ilha Xefina, colmatando as lacunas identificadas anteriormente. Ao oferecer uma
oferta turística diversificada, valorizar os atrativos locais, promover a região como destino
turístico e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico da comunidade, o Resort
desempenha um papel fundamental no crescimento sustentável do turismo na ilha

37
Gráfico 5: razões da baixa atractividade

1%

43% Falta de produtos turísticos que


contribuam para a valorização
do local
Oferta turística muito limitada
Atractivo turístico não ex-
56% pressivo
Segmento turístico não-alinhado
com a potencial demanda

Fonte: Autor (2023).

Os resultados da pesquisa mostram ainda que a maioria dos entrevistados (88%) acredita que o
Resort pode contribuir para a promoção do turismo na Ilha Xefina. Isso demonstra um
reconhecimento por parte da comunidade local sobre o potencial positivo que a construção de um
resort pode trazer para o desenvolvimento turístico da região.

A resposta positiva da maioria dos entrevistados indica que eles têm expectativas de que o resort
possa trazer benefícios significativos para a ilha. Eles reconhecem que a infra-estrutura hoteleira
e as comodidades oferecidas pelo resort podem atrair mais turistas, aumentando a demanda e
impulsionando a economia local. No entanto, é importante considerar a opinião dos 3% dos
entrevistados que responderam que o resort não pode contribuir para a promoção do turismo. Os
9% dos entrevistados que responderam que não sabem se o resort pode contribuir para a
promoção do turismo sugerem uma necessidade de mais informações e esclarecimentos sobre os
impactos e benefícios potenciais do empreendimento.

38
Gráfico 6: opinião sobre a contribuição do resort para a promoção do turismo

9%
3%

Sim
Não
Não sabem

88%

Fonte: Autor (2023).

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Félix Varela..

TEIXEIRA, Filipe. (2013). Resorts, Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em


Arquitectura. Universidade Da Beira Interior. Pt.

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APÊNDICES

Apêndice I: cronograma de actividades


Duração
Actividade Início (semanas) Término
Definição do tema da monografia e revisão
1 bibliográfica 28/03/2022 1 05/04/2022
2 Elaborar a estrutura preliminar da monografia 30/03/2022 2 16/04/2022
Definir a metodologia de pesquisa e o quadro teórico
4 conceitual 11/05/2022 5 24//07/2022
5 Elaborar o instrumento de colecta de dados 17/07/2022 3 05/08/2022
6 Colecta de dados 14/08/2022 5 21/09/2022
7 Análise de dados 09/10/2022 16 22/01/2023
8 Discussão dos resultados obtidos 02/02/2023 12 27/05/2023
9 Revisão da Monografia 03/06/2023 ---------- ----------
10 Submissão da monografia -------------- --------- -----------

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Apêndice II: guião de entrevista aos operadores, trabalhadores, donos de empreendimentos
turísticos e pessoa singular/residente ou não no bairro dos pescadores.

O guião de entrevista insere-se no âmbito da execução do trabalho de monografia científica e tem


um carácter meramente científico. Pretende orientar o estudante na recolha de dados relativos ao
tema: “O Papel de Resort na Promoção do Turismo: Caso da zona dos pescadores-Bairro
costa de sol, Cidade de Maputo. As respostas colhidas são confidencias e serão apenas
utilizadas nesta pesquisa.

Dados sociodemográficos do entrevistado

1. Nacionalidade:________________________________
2. Local de Residência___________________________
3. Sexo:__________________
4. Nível de escolaridade:

a. Ensino básico c. Ensino técnico b. Ensino secundário

d. Ensino superior e. Outro (Qual):__________________________

Motivo de visita à Xefina Grande

1. Quais motivos o/a levaram a visitar a Praia da Xefina Grande?

a. Negócios ____

b. Lazer ___

c. Religioso ____

d. Outros _____

e. Se assinalou em outros digas na linha que se segue quais


são:____________________________________________________________________
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O Resort como instrumento de promoção do turismo

2. Dos factores alistados baixo quais são os que estão por de trás do baixo desenvolvimento
do turismo na Xefina?

Falta de produtos turísticos que contribuam para a valorização do local

Oferta turística muito limitada

Atractivo turístico não expressivo

Segmento turístico não-alinhado com a potencial demanda

3. Acha que o Resort pode contribuir para a promoção do turismo na Xefina?

a) Sim b) Não c) Não sabe responder

Se a resposta anterior é sim, de que forma?

R:____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

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