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No.

39 / Novembro 2015 ©2015, Nestlé Nutrition Institute


CH–1800 Vevey - Suiça
Impresso na Suíça
Traduzido e Reimpresso no Brasil

A importância da
programação da
alimentação complementar
Programação para uma vida saudável por
meio da alimentação complementar?
Mary S. Fewtrell, Londres (Reino Unido)

Alimentação complementar e imunidade


David M. Fleischer, Aurora, CO (EUA)

Alimentação complementar para


lactentes nascidos prematuros
Pinkal Patel e Jatinder Bhatia,
Augusta, GA (EUA)
the
nest Programação para
meio da alimentação
Mary S. Fewtrell

Centro de Pesquisa em Nutrição Infantil


Instituto de Saúde Infantil da Universidade de Londres
Londres, Reino Unido
m.fewtrell@ucl.ac.uk

Mensagens principais
As práticas de alimentação complemen- sas práticas não são apropriadas aos mentos para controlar o comportamen-
tar podem influenciar a saúde na vida ambientes obesogênicos modernos, e to da criança3. Estudos com gêmeos
adulta por meio de efeitos de programa- isso pode resultar em problemas poste- sugerem que alguns aspectos do apeti-
ção, mas também por meio de efeitos riores, como a dificuldade de diferencia- te do lactente são altamente hereditá-
duradouros sobre as preferências ali- ção entre fome e outros sinais de estres- rios, inclusive a velocidade da alimenta-
mentares, o apetite e o comportamento se, o desconhecimento dos sinais de ção e a saciedade4, enquanto o apetite
alimentar. saciedade e a preferência por alimentos tem, provavelmente, uma relação causal
O atraso na introdução da alimentação inadequadamente doces e ricos em ca- com o ganho de peso5. Isso levanta a
complementar até os 4 meses pode pro- lorias. Entretanto, embora haja um claro possibilidade intrigante de identificar os
teger contra a obesidade na vida adulta componente genético relativo aos as- indivíduos em risco de se alimentar ex-
e talvez contra alergias e o desenvolvi- pectos de apetite e preferências por cessivamente em ambientes obesogê-
mento de doença celíaca, mas há pou- gostos e sabores, os pais e cuidadores nicos e intervir para prevenir resultados
cas evidências de que o momento de tal podem modificar as influências ambien- prejudiciais.
introdução tenha alguma influência após tais. As preferências inatas por sabores A evidência de que os aspectos “nu-
essa idade. doces e a aversão ao gosto amargo, por tricionais” da AC (o momento e o conte-
A alta ingestão de proteínas não apenas exemplo, podem ser modificadas pela údo da alimentação) têm influência nos
antes, mas durante o período de alimen- exposição a essas sensações durante a desfechos de saúde posteriores é limi-
tação complementar pode estar asso- gravidez e o início da vida por meio do tada em termos de quantidade e quali-
ciada a maior risco de obesidade. leite materno e das fórmulas infantis. dade, embora sugira que o adiamento
Além disso, tais preferências podem da introdução da AC até os 4 meses
As práticas de alimentação comple- persistir com a exposição contínua a de- pode proteger contra a obesidade na
mentar (AC) podem influenciar os des- terminado sabor1,2. O comportamento vida adulta6 e talvez contra alergias e o
fechos de saúde na vida adulta por meio dos pais também pode ter efeitos posi- desenvolvimento de doença celíaca,
de diversos mecanismos, incluindo os tivos sobre as práticas de alimentação e mas há poucas evidências de que o mo-
efeitos de programação, mas também o crescimento do lactente. Uma revisão mento de tal introdução tenha alguma
por meio de efeitos duradouros sobre as sistemática recente concluiu que as in- influência após essa idade7-9. Poucos
preferências alimentares, o apetite e o tervenções mais promissoras para redu- estudos investigaram os resultados pos-
comportamento alimentar. zir o risco de sobrepeso e de obesidade teriores com relação aos nutrientes ou
As práticas tradicionais de desmame, no início da vida e na primeira infância alimentos específicos consumidos du-
como alimentação para confortar o lac- são aquelas que focam na dieta e na ali- rante o período de AC, embora haja a
tente e “alimentação forçada”, assim mentação responsiva, inclusive a educa- preocupação de que a alta ingestão de
como nossas preferências por gostos e ção para reconhecer quando o lactente proteínas não apenas antes, mas duran-
sabores, evoluíram para adequar-se a está com fome ou demonstra sinais de te essa fase possa aumentar o risco de
condições de escassez de comida. Es- saciedade, além da não utilização de ali- obesidade9.

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uma vida saudável por
complementar?

Foto: Clipdealer

As práticas de AC apresentam varia- 2. Nehring I, Kostka T, von Kries R, Rehfuess E 6. Daniels L, Mallan KM, Fildes A, Wilson J: The
A: Impacts of in utero and early infant taste timing of solid introduction in an ‘obesogenic’
ções marcantes entre regiões e países. experiences on later taste acceptance: a environment: a narrative review of the
Considerando-se a interação entre a nu- systematic review. J Nutr 2015;145: evidence and methodological issues. Aust NZ
1271–1279. J Public Health 2015;39:366–373.
trição, o comportamento alimentar e os 3. Redsell SA, Edmonds B, Swift JA, 7. Anagnostou K, Stiefel G, Brough H, du Toit G,
fatores psicológicos desse período com- Siriwardena AN, Weng S, Nathan D, Lack G, Fox AT: Active management of food
Glazebrook C: Systematic review of allergy: an emerging concept. Arch Dis Child
plexa, faz-se necessária uma aborda- randomised controlled trials of interventions 2015;100:386–390.
gem holística, pois não é possível nem that aim to reduce the risk, either directly or 8. Szajewska H, Shamir R, Chmielewska A,
indirectly, of over- weight and obesity in Pieścik- Lech M, Auricchio R, Ivarsson A,
sensato usar o mesmo método para to- infancy and early childhood. Matern Child Kolacek S, Koletzko S, Korponay- Szabo I,
dos quando se leva em conta a variação Nutr 2015, DOI:10.1111/mcn.12184. Mearin ML, Ribes- Koninck x C, Troncone R;
4. Llewellyn CH, van Jaarsveld CH, Johnson L, PREVENTCD Study Group: Systematic review
existente entre lactentes, ambientes e Carnell S, Wardle J: Nature and nurture in with meta - analysis: early infant feeding and
fatores culturais. infant appetite: analysis of the Gemini twin coeliac disease – update 2015. Aliment
birth cohort. Am J Clin Nutr 2010;91: Pharmacol Ther 2015;41:1038–1054.
1172–1179. 9. Hörnell A, Lagström H, Lande B, Thorsdottir I:
Referências 5. van Jaarsveld CH, Llewellyn CH, Johnson L, Protein intake from 0 to 18 years of age and its
1. Mennella JA: Ontogeny of taste preferences: Wardle J: Prospective associations between relation to health: a systematic literature review
basic biology and implications for health. Am J appetitive traits and weight gain in infancy. for the 5th Nordic Nutrition Recommendations.
Clin Nutr 2014;9 9:704S–711S. Am J Clin Nutr 2011;94:1562–1567. Food Nutr Res 2013;57:21083.

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the
nest Alimentação
e imun
David M. Fleischer

Departamento de Pediatria da Escola de Medicina


LEAP-ON Efeito da descontinuação do consumo de amendoins
da Universidade do Colorado em Denver
Departamento de Alergias do Hospital da por 1 ano sobre a alergia a esse alimento.
Criança em Colorado
Aurora, CO, EUA Investigação sobre Investigação do efeito da introdução precoce de
david.fleischer@childrenscolorado.org Tolerância (EAT) 6 alimentos alergênicos em lactentes (3 meses) em
conjunto com amamentação versus introdução padrão
(6 meses); acompanhamento até os 3 anos de idade.
Mensagens principais Prevenção de Lactentes randomizados aos 4-6 meses para introdução
Os dados de um estudo controlado e Alergias a Ovo – alimentar de ovos ou placebo (efeito sobre a alergia a ovos
randomizado que investigou o momento Hen´s (HEAP) avaliado aos 12 meses).
da introdução alimentar de amendoins e Ensaio sobre Lactentes randomizados para introdução alimentar de
os desfechos de alergia a esse alimento Combate a Alergia ovos versus placebo aos 4-6 meses, com avaliação da
demonstram claramente que é possível a Ovo (BEAT) alergia a ovos aos 8 e 12 meses.
prevenir essa condição com a introdução Momento de Início Lactentes sem eczema, mas com mães atópicas,
antecipada de amendoins na dieta do para Proteína de randomizados para introdução alimentar de ovos versus
lactente. Embora haja mais estudos con- Ovo (STEP) placebo aos 4-6 meses.
trolados e randomizados (ECRs) em an- Tabela 1. Outros ECRs em andamento sobre prevenção a alergias alimentares.
damento, a mensagem de que a introdu-
ção antecipada de alimentos altamente ning Early About Peanut (LEAP)6 que in- cas a esse alimento. Após cinco anos
alergênicos pode prevenir alergias ali- vestigou o melhor momento para a de consumo de 2g de proteína de
mentares precisa ser comunicada a pro- introdução alimentar de amendoins. amendoim três vezes por semana ver-
fissionais de saúde que cuidam de crian- O LEAP, estudo de coorte com sus ausência de consumo, realizaram-
ças, em todo o mundo. 640 lactentes de alto risco, definidos se testes de desencadeamento ali-
como portadores de eczema grave e/ mentar. Uma análise por intenção de
A idade correta para introdução de ali- ou de alergia a ovos, randomizados tratar mostrou que 17,2% das crianças
mentação complementar que resultará para introdução precoce de amen- do grupo sem consumo de amen-
em tolerância oral vem sendo debatida há doins entre 4 e 11 meses de idade doins, em comparação com 3,2% das
décadas (Fig. 1). Em 2000, estabelece- versus a não introdução alimentar de crianças do grupo com consumo des-
ram-se recomendações de adiar a intro- amendoins até os 5 anos de idade. No se alimento, desenvolveram alergia
dução de alimentos alergênicos, como momento da inclusão no estudo, 542 comprovada por teste de desencade-
leite de vaca, ovos e amendoins1, mas em lactentes apresentaram testes alérgi- amento alimentar, o que corresponde
2008 essas recomendações foram retira- cos cutâneos prick test (SPT, na sigla à redução de 14% do risco absoluto e
das2; pois se baseavam em dados escas- em inglês) negativos para amendoins, de 80% do risco relativo.
sos. Entretanto, ao longo dos últimos enquanto 98 lactentes apresentaram Com base nesses dados do LEAP,
anos, estudos observacionais demonstra- pápulas após o SPT de 1-4 mm de di- as associações de Pediatria, Dermato-
ram que a introdução precoce de alimen- âmetro (SPT minimamente positivo). logia e Alergia de todo o mundo elabo-
tos altamente alergênicos pode prevenir o Um total de 76 crianças foram excluí- raram um consenso que recomenda a
início de alergias3-5. Foi publicado recente- das antes da randomização com base introdução precoce de amendoins (en-
mente, o primeiro e grande ECR de refe- em um SPT de amendoins >5 mm; tre 4 e 11 meses de idade) na dieta de
rência, realizado no Reino Unido, o Lear- sendo, portanto, consideradas alérgi- lactentes de alto risco em países onde

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complementar
idade

Antes de 2000 2000 2008 2012

Não há recomendações As mães devem eliminar Não há evidências Dados emergentes sugerem
formais sobre o que evitar amendoins e nozes e suficientemente convincentes que o adiamento da
ou incluir na dieta de considerar a exclusão para adiar a introdução introdução de alimentos
lactentes ou crianças maiores de ovos, leite de vaca, de alimentos altamente complementares pode
para prevenir alergias. peixes e talvez outros alergênicos específicos, aumentar o risco de alergia
alimentos de sua dieta mas também não há alimentar, asma ou eczema
enquanto amamentarem. diretrizes específicas sobre e que a introdução precoce
Recomendação de adiamento quando e como introduzir de alimentos alergênicos
da introdução dos seguintes esses alimentos. pode prevenir esse risco.
alimentos altamente
alergênicos na dieta de
lactentes com alto risco de
alergias para preveni-las: leite
de vaca (até 1 ano de idade);
ovos (até 2 anos de idade);
amendoins, nozes e peixes
(até 3 anos de idade).

Figura 1. Evolução da prevenção de alergias alimentares.

a alergia a esse alimento é prevalente alimentares importantes (Tab. 1), con- introduction of complementar y foods,
and hydrolyzed formulas. Pediatrics
para, dessa maneira, preveni-la7. Essas siderando-se que o momento especí- 2008;121:183–191.
associações também sugeriram que fico de introdução na dieta pode ser 3. Du Toit G, Katz Y, Sasieni P, Mesher D,
Maleki S J, Fisher HR, et al: Early consump -
determinados lactentes de alto risco, diferente de acordo com o tipo de ali- tion of peanuts in infancy is associated with a
como os que têm eczema grave de iní- mento e o paciente em risco. Entre- low prevalence of peanut allergy. J Allergy
Clin Immunol 20 08;122:984–991.
cio precoce ou alergias alimentares tanto, houve mudança clara do para-
4. Koplin JJ, Osborne NJ, Wake M, Martin PE,
mediadas por IgE, podem beneficiar- digma, agora com base em dados, de Gurrin LC, Robinson MN, et al: Can early
introduction of egg prevent egg allergy in
se de avaliações para diagnosticar pos- que a introdução precoce de alimenta-
infants? A population - based study. J Allergy
síveis alergias alimentares antes da in- ção complementar é melhor para a Clin Immunol 2010;126:807–813.
trodução do consumo de amendoins prevenção de alergias. 5. Katz Y, Rajuan N, Goldberg MR, Eisenberg E,
Heyman E, Cohen A , et al: Early exposure to
na dieta. O National Institutes of Health cow’s milk protein is protective against
(NIH), em conjunto com um painel de IgE- mediated cow’s milk protein allergy. J
Referências Allergy Clin Immunol 2010;126:77.e1–82.e1.
especialistas, está desenvolvendo dire- 1. American Academy of Pediatrics. Committee 6. Du Toit G, Roberts G, Sayre PH, Bahnson HT,
trizes formais para prevenção à alergia on Nutrition. Hypoallergenic infant formulas. Radulovic S, Santos AF, et al: Randomized
Pediatrics 2000;10 6:346–349. trial of peanut consumption in infants at risk
a amendoins. 2. Greer FR, Sicherer SH, Burks AW; American for peanut allergy. N Engl J Med
Um número maior de ECRs de in- Academy of Pediatrics Committee on 2015;372:803–813.
Nutrition, American Academy of Pediatrics 7. Fleischer DM, Sicherer S, Greenhawt M,
vestigação sobre adiamento versus Section on Allergy and Immunology: Effects Campbell D, Chan E, Muraro A, et al:
introdução precoce de alimentos será of early nutritional interventions on the Consensus communication on early peanut
development of atopic disease in infants and introduction and the prevention of peanut
publicado nos próximos anos, o que children: the role of maternal dietar y allergy in high -risk infants. J Allergy Clin
ajudará a identificar outros alérgenos restriction, breastfeeding, timing of Immunol 2015;136:258–261.

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the
nest Alimentação
para lactentes
Pinkal Patel
Jatinder Bhatia

Hospital da Criança da Geórgia


Faculdade de Medicina de Geórgia
Augusta, GA, EUA
pipatel@gru.edu
jatindeb@gru.edu

Mensagens principais
As crianças prematuras são uma popula- de alimentação, refluxo gastroesofágico e aos 4-6 meses de idade6. Estudos suge-
ção diversa, com necessidades nutricio- dificuldades respiratórias) podem adiar a rem que os lactentes prematuros apre-
nais, maturidade de desenvolvimento e introdução da alimentação complementar sentam probabilidade significativamente
desfechos de longo prazo diferentes dos no caso dos lactentes prematuros. maior de receber alimentos sólidos antes
observados nas crianças nascidas a ter- A alimentação complementar inclui dos lactentes nascidos a termo2.
mo. A introdução de alimentação comple- alimentos energéticos e nutritivos, sóli- A introdução precoce da alimentação
mentar é uma etapa crítica do avanço da dos ou semissólidos (ou líquidos), ofe- complementar associou-se a rápido ga-
alimentação de lactentes prematuros para recidos aos lactentes em associação ao nho de peso, obesidade, diabetes melli-
evitar atrasos no crescimento e deficiên- leite materno ou à fórmula infantil1. A tus, alergias e doença atópica. Entretanto,
cias nutricionais importantes. Deve-se introdução de alimentação complemen- a introdução tardia da alimentação com-
considerar o quanto o desenvolvimento tar é considerada uma etapa crítica na plementar pode levar a um estado nutri-
está completo, em vez da idade cronoló- dieta do lactente, pois pode afetar o cional inadequado e ao comprometimen-
gica, como fator importante na introdução crescimento, além de apresentar con- to do desenvolvimento imunológico7-10.
de alimentação complementar. sequências de saúde em longo prazo2. A seleção de alimentos complemen-
A Academia Americana de Pediatria tares deve basear-se na necessidade que
Os lactentes prematuros (23-37 se- (AAP) e a Organização Mundial da Saúde o lactente prematuro tem de fontes ener-
manas) compõem um grupo especial da (OMS) recomendam o aleitamento exclu- géticas equilibradas derivadas de proteí-
população, com requerimentos nutricio- sivo nos primeiros seis meses de vida, nas, carboidratos e gordura, especial-
nais diferentes dos observados em crian- com a introdução de alimentação com- mente ácidos graxos poli-insaturados de
ças nascidas a termo, especialmente em plementar, em conjunto com o aleita- cadeia longa, ferro e zinco. A prática mais
relação a energia, proteínas, ácidos graxos mento materno. Além disso, a Sociedade comum nos Estados Unidos é introduzir
poli-insaturados de cadeia longa, ferro, Europeia de Gastroenterologia, Hepatolo- cereais fortificados com ferro, seguidos
zinco, cálcio e selênio. A ingestão nutricio- gia e Nutrição Pediátrica (ESPGHAN) re- de frutas ou vegetais, com a introdução
nal ótima é muito importante nessa popu- comenda a introdução de alimentação posterior de carne1. Os sinais sobre quan-
lação, desde o nascimento até a primeira complementar não antes dos 4 meses to o desenvolvimento está completo em
infância, para promover o crescimento nem após os 6 meses de idade3-5. Não relação a alimentos sólidos entre os lac-
adequado, especialmente o crescimento há diretrizes específicas relativas aos lac- tentes incluem a redução do reflexo de
cerebral, o qual pode impactar os desfe- tentes prematuros. A AAP recomenda a tração da língua e a habilidade de susten-
chos de neurodesenvolvimento e o cres- introdução de alimentos sólidos com tar bem a cabeça, sentar-se em posição
cimento linear a longo prazo. As comorbi- base em o quanto o desenvolvimento que tenha apoio estável, abrir a boca e
dades associadas (tais como problemas está completo, o que geralmente ocorre inclinar-se na direção da colher8. Os pais

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complementar
nascidos prematuros

Potencial para melhora do estado nutricional

Sem aumento do risco de desenvolvimento de eczema

Controle da cabeça para alimentação segura

0 1 2 3 4 5 6

Idade (meses, corrigido)

Figura 1. Adaptada de Palmer e Makrides 8.

devem escolher um primeiro alimento contendo por exemplo carne bovina e 2. Braid S, Harvey EM, Bernstein J, Matoba N:
Early introduction of complementary foods in
que ofereça os nutrientes necessários e suína, além de aves1. A AAP incentiva o preterm infants. J Pediatr Gastroenterol Nutr
também ajude a satisfazer as necessida- consumo de carnes, vegetais de alto teor 2015;60:811–818.
3. Eidelman AK, Schanler RJ: Breastfeeding and
des energéticas. Não se deve introduzir de ferro e cereais enriquecidos com ferro
the use of human milk. Pediatrics
alimentos sólidos antes dos 6 meses de entre lactentes e crianças de 6 a 24 me- 2012;129:e817–e841.
4. World Health Organization, UNICEF: Global
idade, considerando-se que o desenvol- ses de idade1. O preparo da alimentação
strategy for infant and young child feeding.
vimento da função motora, especialmen- complementar deve ser feito em casa, http://whqlibdoc.who.int /publications/2003/
924562218.pdf.2003.
te do controle da cabeça, é muito impor- pelos pais ou cuidadores, de forma segu-
5. Agostoni C, Decsi T, Fewtrell M, et al:
tante para a introdução segura de alimen- ra e saudável. Complementar y feeding: a commentar y by the
tos sólidos1. A literatura sugere que, em razão da ESPGHAN Committee on Nutrition. J Pediatr
Gastroenterol Nutr 2008;46:99–110.
Os pais devem introduzir um novo falta de consenso e da insuficiência de 6. LaHood A, Bryant CA: Outpatient care of the
alimento “de um único ingrediente” de evidências, a decisão de introduzir ali- premature infant. Am Fam Physician
2007;76:1159–116 4.
cada vez, evitando a apresentação de ou- mentos sólidos ou suplementares na die- 7. King C: What’s new in enterally feeding the
tros novos alimentos durante período de ta dos lactentes prematuros deve ser to- preterm infant? Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed
2010;95:F304–F308.
pelo menos três a cinco dias. Por volta mada sobre avaliações individuais, consi- 8. Palmer DJ, Makrides M: Introducing solid foods
dos 7 ou 8 meses de idade, os lactentes derando-se o estado nutricional e as to preterm infants in developed countries. Ann
Nutr Metab 2012:60:31–38.
já devem estar consumindo alimentos de necessidades da criança, bem como o 9. King C: An evidence based guide to weaning
todos os grupos. O leite de vaca integral nível de desenvolvimento, especialmen- preterm infants. Paediatr Child Health
2009;19:405–414.
não deve ser introduzido antes dos 12 te o desenvolvimento motor7-11. 10. Weng SF, Redsell SA, Swift JA, et al: Systemic
meses de idade e os sucos de frutas só review and meta-analysis of risk factors for
childhood overweight identifiable during infancy.
devem ser oferecidos depois dos 6 me- Referências: Arch Dis Child 2012;97:1019–1026.
ses, mesmo assim com consumo limita- 1. American Academy of Pediatrics Committee on 11. Farano S, Borsani G, Vigi V: Complementary
Nutrition; Kleinman RE, Greer FR (eds): Pediatric feeding practices in preterm infants: an
do. Deve-se incluir na alimentação com-
Nutrition, ed 7. Elk Grove Village, American observational study in a cohort of Italian infants. J
plementar uma dieta rica em zinco e ferro, Academy of Pediatrics, 2013. Pediatr Gastroenterol Nutr 2007;45:S210–S214.

7
te
Ins titu
Nu trit ion Sui ça
, Ne stlé 00 Vevey -
©2 015 CH –18 res so na Suí
ça
Imp sil
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ido e Re
Tra duz

No. 39
/ Nove
mb ro 2015
Este material é protegido por leis de direitos
autorais. No entanto, pode ser reproduzido
sem permissão prévia por escrito do Nestlé
Nutrition Institute ou da S. Karger AG, mas
com a citação da publicação original.

O conteúdo deste folheto foi apresentado


rtância
da como material não publicado anteriormente,
A impo ação da
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progra ção complem exceto nos casos em que se atribuíram
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en créditos à fonte da qual alguns materiais
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Tomou-se muito cuidado para manter a


exatidão das informações contidas no
presente folheto. No entanto, nem o Nestlé
Nutrition Institute nem a S. Karger AG
podem ser responsabilizados por erros ou
por quaisquer consequências advindas do
uso das informações aqui contidas.

Publicado pela S. Karger AG, Suíça, para o


Nestlé Nutrition Institute
Avenue Reller 22
CH-1800 Vevey
Suíça
Traduzido e impresso no Brasil

© Copyright 2015 do Nestlé Nutrition


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Brasil, publicações e recursos, acesse:
www.nnibrasil.com.br ISSN 1270-9743

Nota importante:
O aleitamento materno é a melhor opção para a alimentação do lactente proporcionando não somente benefícios nutricionais e de proteção, como também afetivos.
É fundamental que a gestante e a nutriz tenham uma alimentação equilibrada durante a gestação e amamentação. O aleitamento materno deve ser exclusivo até o
sexto mês e a partir desse momento deve-se iniciar a alimentação complementar mantendo o aleitamento materno até os 2 anos de idade ou mais. O uso de
mamadeiras, bicos e chupetas deve ser desencorajado, pois pode prejudicar o aleitamento materno e dificultar o retorno à amamentação. No caso de utilização de
outros alimentos ou substitutos de leite materno, devem-se seguir rigorosamente as instruções de preparo para garantir a adequada higienização de utensílios e
objetos utilizados pelo lactente, para evitar prejuízos à saúde. A mãe deve estar ciente das implicações econômicas e sociais do não aleitamento ao seio. Para uma
alimentação exclusiva com mamadeira será necessária mais de uma lata de produto por semana, aumentando os custos no orçamento familiar. Deve-se lembrar à mãe
que o leite materno não é somente o melhor, mas também o mais econômico alimento para o bebê. A saúde do lactente pode ser prejudicada quando alimentos
artificiais são utilizados desnecessária ou inadequadamente. É importante que a família tenha uma alimentação equilibrada e que, no momento da introdução de
alimentos complementares na dieta da criança ou lactente, respeitem-se os hábitos culturais e que a criança seja orientada a ter escolhas alimentares saudáveis.
Em conformidade com o Decreto nº 8.552/15; a Lei 11265/06; Resolução Anvisa nº 222/02; OMS – Código Internacional de Comercialização dos Substitutos do Leite
Materno (Resolução WHA 34:22, maio de 1981): e Portaria M.S nº 2051 de 08 de novembro de 2001.

MATERIAL DESTINADO EXCLUSIVAMENTE AO PROFISSIONAL DE SAÚDE.


PROIBIDA A DISTRIBUIÇÃO AOS CONSUMIDORES.

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