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 Afiliação: Instituto Politécnico de Viseu

 Instituição: Escola Superior de Saúde de Viseu


 Nome do curso: Enfermagem
 1ºano/ 1ºsemestre -2023/2024
 Unidade Curricular: Epistemologia e Fundamentos da Enfermagem
 Professora: Emília Coutinho
 Identificação: Inês Fernandes Cardoso -27276

Autoentrevista
1. O QUE ENTENDO POR ENFERMAGEM?

Enfermagem para mim é difícil definir. Mas é algo mais do que apenas uma definição que se possa
encontrar na internet. A enfermagem pode ser definida pela palavra família. Aliás aquilo que
consideramos família, (apoio, conforto, cuidado, ajuda, compreensão), é o que a enfermagem.

Em termos gerais, é uma profissão de saúde, que muitas das vezes é desvalorizada pela comunidade
portuguesa e outras. É uma profissão de submissão aos médicos, para muitas pessoas.

Mas a enfermagem não é isso! Ou é?

É deveras complicado definir o que entendo por enfermagem, porque daquilo que vejo nas notícias
e na opinião de muitas pessoas é só uma profissão subestimada e de pouco valor, mas pelas
experiências que tive é cuidado, é saber sentir o que o outro sente, é não julgar os outros pelos seus
problemas e arranjar soluções para os solucionar.

É uma área onde se encontra pessoas capazes de entender a nossa dor, capazes de nos estender a
mão e colocarem a nossa saúde mental e física em 1º lugar.

A enfermagem é como um quadro pintado onde os artistas são os enfermeiros e o que eles pintam
são os pacientes e as suas respetivas emoções.

2. O QUE SIGNIFICA PARA MIM SER ENFERMEIRA?


Para mim, ser enfermeira é uma grande responsabilidade, pois não é todos os dias que se tem
pessoas nas mãos e onde a responsabilidade cai toda sobre as suas ações e decisões.

É preciso bastante coragem para seguir este caminho, pois ver pessoas em estado anormal de saúde
deve ser bastante complicado, ver pessoas a sofrer, pessoas a pedirem para morrer só porque a dor
é imensa e não puder estar no lugar delas, mas acho que mesmo não sentindo a dor fisicamente os
enfermeiros conseguem-na sentir só de olhar para as pessoas, pois são pessoas totalmente
empáticas.
Eles são o colo que precisamos quando estamos nas salas hospitalares. Eles são aqueles que
procuram sempre nos entender e nunca nos julgar. Eles funcionam como um abraço caloroso de
quem precisamos mais para que tudo desapareça. Sim, há sempre exceções, como também existem
dias maus para os pacientes também existem maus dias para os enfermeiros e às vezes podem
reagir de uma forma menos calorosa, mas também precisamos entender que trabalham duro para
que tudo esteja perfeito e para que todas as pessoas se sintam confortáveis e que não se sintam pior
do que já estão.

Aliás são apenas seres humanos, que carregam um peso enorme sobre eles e que deixam as suas
vidas para cuidar das dos outros, coisa que nem toda a gente consegue fazer. Deixar os filhos deles,
pequenos em casa e vir trabalhar, para depois verem uma criança da mesma idade sofrer, bem
como os pais dessa criança, é uma situação que os enfermeiros vivem. O papel do enfermeiro não é
apenas ver esse sofrimento, mas também carregá-lo, pois torna-se tudo tão real que eles só
conseguem pensar nas suas próprias famílias e em como gostariam de salvar e aliviar a dor a todo o
custo. É por isso que os enfermeiros tratam-nos como família, porque os pacientes deles acabam por
se tornar parte da sua vida.

Passa tanta coisa pelo dia deles que se muitas vezes nos contarem nem acreditamos, como diversas
em vezes, num segundo registaram a morte de uma criança e no segundo seguinte terão de agir
naturalmente e ir socorrer outra pessoa. Nem toda a gente tem estômago para isto. Nem todos
conseguem. Os enfermeiros sim são desvalorizados em muitos países, mas isso não os impede de
cumprir as suas funções, isso não os impede de lutar contra o tempo para salvar a vida de alguém,
não os impede de ser felizes na sua profissão, não os impede de nada, pois ser enfermeiro é ser um
herói, um herói com farda, que muitas vezes preferem ignorar e só dar atenção aos erros destes, são
heróis de corpo e de mente. Ao mínimo erro são apedrejados, e quando fazem algo de
extraordinário só sabem dizer que apenas é a profissão deles.

Mas para mim não, para mim ,são aqueles que sempre estarão lá para nós, que não estão só a seguir
regras e protocolos mas que se importam de verdade connosco, que se temos medo de tirar sangue,
contam nos histórias e ate nos colocam um «pensinho mágico» para não nos doer, são aqueles que
nos fazem encarar a vida como um conto de fadas mesmo nos últimos batimentos, são pessoas,
pessoas que têm capacidades anormais de nos fazerem sentir vivos, pessoas que não trabalham
apenas com as mãos mas sim com o coração.

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