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MORTE E MORRER

Profª Vanda Oliveira


v.pires07@gmail.com
15 de Maio de 2013
“Um homem estava andando por uma estrada,
quando avistou no chão uma caveira e uma flor
que havia nascido dentro desta. Após observar a
cena com atenção, recitou:
 
Oh! Triste flor que mal nasceste
Quão triste foste tua sorte
Ao primeiro passo que deste
Foste encontrar-te com a morte.
Deixar-te é muito triste
Levar-te é coisa forte
Porém deixar-te com a vida
É o mesmo que deixar-te com a morte.”
(desconhecido)
• Os profissionais de saúde são os que mais
lutam contra a morte, mas a sua formação e
carreira são marcados pelo afastamento dela.
• Não faz parte do programa de ensino das
universidades e quando ocorre o ensino é
superficial.
Negação
• situação de morte do paciente atemoriza e,
algumas vezes, imobiliza as ações de
enfermagem, tornando-a, em alguns
momentos, até mesmo desumana pelo fato
de não conseguir estar-junto-com-esse-ser,
mantendo-se afastada e evitando uma
aproximação.
O que acontece ?
• “Geralmente, quando eu tentava falar sobre
o tema, logo procuravam direcionar o
assunto para outro rumo, ou diziam ter algo
para fazer naquele instante, interrompendo a
conversa.” ( Bertoletti,
• Comportamento de fuga diante das situações
de morte e diante do assunto.
• A enfermagem tem em seus ideais o
compromisso com a vida. Não obstante ao
que tudo isso venha a significar, tem a
responsabilidade de assistir a clientela em
todo o seu ciclo vital, contemplando-a
holisticamente
• Em face a esse ritual obssesivo de negação da
morte, o individuo perde oportunidade de
melhorar , formar suas concepções sobre a
morte e o morrer.
• Negando a morte, a nossa cultura a mistificou
a impos tabus.
“Eis ai que a sociedade ocidental
contemporânea reduziu a morte a tudo , a tudo
a que a ela está associada: a nada”
(Maranhão,1985,p.19)

Percebemos assim, que mantemos a morte


envolta num silêncio quase absoluto.
A morte do outro…
• A sensação de impotência diante da morte de
um paciente, mesmo se tendo a certeza de
ter feito o possível, causa um impacto
emocional, evidentemente, em grau
diferente em cada profissional, mas, com
certeza, gera conflitos, os quais poderão
prejudicar o seu desempenho no trabalho
• Questão:
Deparar-se com a morte do outro é como dar-
se conta da própria finitude?
“(...) Poderíamos argumentar que se a
experiência da nossa própria morte é
impossível, podemos pelo menos ter a
experiência da morte do outro. No entanto, tal
experiência é também impossível; quando
muito podemos ter a experiência dos últimos
momentos da vida do outro, mas não podemos
ter a experiência do seu próprio morrer”.
(Garcia Roza, APUD: Ceccim, 1997) Marian Festugato de Souza-
marian@clinionco.com.br
• o ser humano possui a incrível capacidade de
relacionar-se com o outro, mesmo que
desconhecido até então, criando, em poucas
horas ou dias, laços de afetividade.
• Isso ocorre conforme os sentimentos de
cumplicidade que afloram numa relação
diante da situação que tanto o profissional
como o ser-doente estão vivenciando.

• Porém essas experiência são vivenciadas de


formas diferentes.
Como lembra Stedeford…
• “ocasionalmente, uma morte é
particularmente trágica ou dolorosa: a morte
de um paciente jovem ou de alguém com
quem muitos se identificam ou de uma
pessoa que esteve hospitalizada por muito
tempo. Todos estes aspectos aumentam o
pesar”. (1986, p.164).
• Diante dessas questões, motivamo-nos a ler,
a escrever e a dialogar sobre a morte, bem
como sobre o processo do morrer, numa
sociedade onde, não raras vezes, o ato de
morrer é ainda um “tabu”.
Maranhão diz que,
• “numa sociedade como a nossa,
completamente dirigida para a produtividade
e o progresso, não se pensa na morte e fala-
se dela o menos possível. Os novos costumes
exigem que a morte seja o objeto ausente
das conversas educadas”. (1985, p. 11)
• A produtividade, o progresso, o culto ao
corpo e a devoção a uma vida saudável fazem
parte da sociedade atual, de modo que os
indivíduos não pensam na morte; logo, é um
objeto geralmente ausente no diálogo
cotidiano entre as pessoas.
Ciência e Caridade, Picasso, 1897
Na primeira metade do século XIX, as pessoas
morriam em casa, rodeadas pela família e pelos
amigos. A morte era um acontecimento social.
Pessini relata que “era notável a simplicidade com
que os ritos da morte eram aceitos e cumpridos sem
dramaticidade ou emoção excessiva. [...] convivia-se
naturalmente com a morte, que era
aceita como parte do ciclo da vida”. (1990, p. 15 -
16).
Os avanços científicos e tecnológicos oferecidos ao
paciente (ser-doente) são hoje hipervalorizados.

Não se nega a importância desses avanços para a


vida de nossos semelhantes, contudo a ânsia por
essa atualização leva muitos profissionais da
enfermagem a dar ênfase ao atendimento
tecnológico em seu trabalho, reservando poucos
momentos para o convívio humano (GUEZZI,
1995).
• A atitude actual dos homens diante da dor,
sofrimento e morte é negá-lo como fim da
vida , prolongando esta até não mais poder
através de todos os dispositivos disponíveis
nos hospitais , afastando a morte do convívio
social reforçando o carácter de presença
incómoda e mística . Devendo como tal ser
ocultada e distanciada.
Morte X Morrer
• O morrer está ocorrendo em qualquer um, a
cada momento , e dependendo da forma
como se vive tem-se um medo intenso da
morte. Consequentemente lidar com a
terminalidade (morte) tornar-se-á tarefa
muito difícil para todos.
• A morte é um fenómeno biológico com uma
dimensão simbólica.
• Seus valores e significados variam de acordo
com o contexto socio-cultural (civilização
ocidental) e histórico (mundo medieval e
sociedade moderna contemporânea)
• No século XXI, a morte entrou na era da
altatecnologia, podendo ser qualificada por cinco
características:
1. um ato prolongado, gerado pelo desenvolvimento
tecnológico;
2. um fato científico, gerado pelo aperfeiçoamento da
monitoração;
3. um fato passivo, já que as decisões pertencem aos
médicos e familiares e não ao enfermo;
4. um ato profano, por não atender às crenças e
valores do paciente, e
5. ato de isolamento, pois o ser humano morre
socialmente em solidão.
A postura de
atendimento do
profissional de saúde
• Para ANGERAMI-CAMON (2002), o
profissional de saúde assume diferentes
posturas diante dos casos de urgência/morte,
ou ainda naqueles casos que não configuram
emergência.
• Essas posturas são denominadas como:
Posturas de atendimento do profissional de
saúde

• calosidade profissional,
• distanciamento crítico,
• empatia genuína
• profissionalismo afetivo
Calosidade profissional
• Postura adquirida após anos de experiência.
• Indiferença total pela dor do paciente.
• Impede o profissional de ser tocado pela dor do
paciente.
• Paciente tratado como sintoma.
• Necessidade de manter a identidade profissional
• Fuga ou esquiva da morte.
• Reação emocional diante da morte,
desestruturação familiar, consequência
sociais, não dizem respeito ao profissional de
saúde.
• A noção de fracasso ou eficácia tem a ver com
o seu envolvimento diante da dor e do
sofrimento emocional do paciente.
• Falta ao profissional uma visão mais lúcida de
que a dor do paciente sempre tem a ver com
a perspectiva do diagnostico.
Comentar
• “Ao negar a dor do outro o profissional da
saúde não apenas nega a dor do seu
semelhante como também nega a dor do
outro, pois de entre as virtudes humanas, uma
das que mais nos diferencia de outras espécies,
é justamente aquela que nos capacita a
compreender e a apreender a dor do outro
naqueles momentos onde a fragilidade
humana deveria evocar uma outra virtude
humana: a fraternidade”.
Exemplo
• Paciente com cancer de mama passa por
mastectomia e fica sabendo apenas após a
cirurgia.

• Desumanização da prática da saúde


Distanciamento crítico
• Necessidade de um certo afastamento
para que a dor do paciente seja
apreendida e compreendida na
totalidade de sua essência.
• Calosidade: Total indiferença
• Performance indispensável para um
bom desempenho profissional.
• Fruto de reflexão.
• O distanciamento crítico permite que o
profissional da saúde, a despeito do número
de pacientes que apresentam a dor e o
desespero estampados em seu seio de
sofrimento, lide com aspectos emocionais
desses pacientes de maneira lúcida, sem com
isso desastabilizar-se emocionalmente.
• É o distanciamento crítico que permite com
que ele, ainda que compreendendo a dor do
paciente, mesmo assim, tenha condições de
ajudá-lo, sem, com isso, ter que se apoiar no
próprio escombro de dor do sofrimento.
• Se não for devidamente balizado pode
tornar-se algo tão distante e meramente uma
calosidade profissional.
• Não se pode adotar uma postura de
indiferença das condições de adversidades
emocionais vividas pelo paciente
Empatia Genuína
Envolvimento singelo sem estabelecimento de
barreira.
Transcende limites estabelecidos na relação
profissional.
Médicos de familia: conselheiro, amigo, ouvinte,
membro da familia.
Doença e doente passam a ocupar a totalidade do
imaginário emocional do profissional, fazendo com
que esse transcenda inclusive os limites que possam
resguardar a sua privacidade pessoal.
É algo que nos torna capaz de um envolvimento com a
dor do paciente na sua condição humana,
estabelecendo uma relação interpessoal.

• A empatia genuína é um sentimento que necessitaria


ser resgatado na prática do profissional da saúde na
atualidade. Entretanto, por mais que se faça necessário
na busca de humanização, é algo que não se ensina
academicamente.

• humanos somos e como humanos devemos agir.


Profissionalismo Afetivo
Não ocorre empatia genuína , mas ainda
assim o profissional trata o paciente com
respeito à sua dor e sofrimento.
Adotado quando o profissional quer fazer
um trabalho sistematizado sem envolvimento
emocional.
Definida como atitude onde os sentimentos
do profissional da saúde, ainda que estando
presentes, não interferem na interacção.
Pode ser apreendida, refletida e transmitida
para uma performance profissional mais
satisfatória.
Implica na adequação de um conjunto de
procedimentos.
 Afloramento da sensibilidade emocional do
profissional diante da reflexão dos
procedimentos a serem adotados.
Elizabeth Kluber-Ross
• “Dentro dessa humanidade no atendimento ao
doente terminal, Kübler-Ross (1997) nos fala da
importância do acolhimento ao doente por parte
da equipe médica, da importância da verdade. O
que se questiona não é o dizer ou não a verdade,
mas sim como contar essa verdade, aproximando-
se da dor do paciente, colocando-se no lugar dele
para entender seu sofrimento. Essa seria a
verdadeira disponibilidade humana para ajudar o
outro em seu caminho em direção à morte.”
• Kluber-Ross descreve cinco estágio aquando
da aproximação da morte:
1. Negação e isolamento
2. Raiva
3. Barganha
4. Depressão
5. Aceitação
Primeiro Estágio: Negação e Isolamento

• A Negação e o Isolamento são mecanismos


de defesas temporários do Ego contra a dor
psíquica diante da morte.
• A intensidade e duração desses mecanismos
de defesa dependem de como a própria
pessoa que sofre e as outras pessoas ao seu
redor são capazes de lidar com essa dor.
• Em geral, a Negação e o Isolamento não
persistem por muito tempo.
Reacções:
• “Não, eu não, não pode ser verdade”.
• Buscam outras opiniões médicas;
• Refazem os exames;
• continuam a falar com otimismo de planos
para o futuro, sobre o que farão quando
melhorar;
• abandonar completamente o tratamento.
• Pode acontecer a beltrano, a fulano menos a
ele.
• A negação da morte é defendida pela
instituição (hospital) e por seu pessoal, o
doente recebe reforços para se manter no
estágio de negação, porque assim o pessoal
do hospital é protegido, evitando o risco do
envolvimento emocional.
• Isolamento de pacientes
• evitam toda e qualquer comunicação com
quem possa acabar com a sua negação, isto
é, falar sobre a doença.
• “Deixe-me em paz!”
• “Não me aborreçam!”
• Familiares devem compreender essa
negação.
• Sinal de que o enfermo não está preparado
emocionalmente para enfrentar a verdade
nesse momento.
O que fazer?

• Tempo
• Tratá-lo como a qualquer ser humano
necessitado e lembrar-se de que algumas
pessoas precisam desta não-aceitação, que
não devem ser forçadas artificialmente só
porque gostaríamos que assim fosse.
Diálogo respeitando a conveniencia do
paciente.
• Descobrir as necessidades dele, certificando-
se de suas forças, de suas fraquezas,
procurando uma comunicação aberta ou sutil
para avaliar se o paciente quer encarar a
realidade.
• Negação essencial para que o paciente se
mantenha equilibrado.
Exemplo:
• Mulher de 28 anos, mãe de duas crianças em idade
pré-escolar. Ela era incapaz de reconhecer a
proximidade de seu fim quando mal começava a
curtir seus filhos, e agarrava-se desesperadamente
ao apoio dado pelo curandeiro que a convencera de
sua excelente saúde.
• Foram necessários semanas e meses de companhia,
o mais das vezes silenciosa, para ajudá-la a aceitar a
morte sem suicídio e sem psicose.
• Lentamente a realidade da evidência se
instala, transformando a personalidade.
• Essa modificação de atitude ocorre, quase
sempre, com mais rapidez quando o doente
encontra alguém capaz de conversar com ele
de forma realista e de compartilhar os seus
sentimentos de medo, angústia e insegurança
Segundo Estágio: Raiva
• À medida que o mecanismo de negação vai se
atenuando, o moribundo começa a experimentar
sentimentos de raiva, de revolta, de inveja e de
ressentimento.
• hostilidade contra o médico, o enfermeiro, o
assistente social, os visitantes; critica a comida, os
tratamentos, os exames, as regras da instituição,
tudo!
• atitudes agressivas e de revolta
• Deus é o alvo privilegiado para a cólera:Ele é visto,
arbitrariamente, como Aquele que impõe a sentença de
morte.
• arbitrariamente, como Aquele que impõe a sentença de
morte.
• Dificil para a família e do pessoal de saúde, lidar com o
estágio da raiva.
• Pensamentos do paciente: por que eu?
• Colocar-se no lugar do enfermo e se perguntar de onde
vem essa raiva.
Também ficaríamos com raiva se:
• fossem interrompidas tão prematuramente
as atividades de nossas vidas;
• se todas as construções que começamos
tivessem de ficar inacabadas;
• Se tivéssemos economizado um dinheiro
suado para desfrutar mais tarde de alguns
anos de descanso e prazer.
• A revolta pode assumir proporções quase
paranóides:
"com tanta gente ruim pra morrer porque
eu, eu que sempre fiz o bem, sempre
trabalhei e fui honesto"...
 
 

• Transformar a dor psíquica em agressão é,


mais ou menos, o que acontece em crianças
com depressão.
• É importante, nesse estágio, haver
compreensão dos demais sobre a angústia
transformada em raiva na pessoa que sente
interrompidas suas atividades de vida pela
doença ou pela morte.
• Aprender a ouvir os nossos pacientes e até, às
vezes, a suportar alguma raiva irracional,
sabendo que o alívio proveniente do fato de tê-
la externado contribuirá para melhor aceitar as
horas finais.
• Conseguiremos fazer isso quando tivermos
enfrentado o medo da morte, os nossos desejos
de destruição e nos tivermos compenetrado de
nossas próprias defesas, que podem interferir
nos cuidados com o enfermo.
• Filme: Antes de partir
Terceiro estágio: BARGANHA
• Realizar acordos por um pouco mais de
tempo.
• Pactos consigo mesmos: “Se eu me curar,
farei isto ou aquilo”.
• Barganham sobretudo com com a intenção
de conseguir um indulto temporal ou
mudança de seu destino.
• Se não conseguimos enfrentar os tristes
acontecimentos e nos revoltamos contra
Deus e as pessoas, talvez possamos ser bem-
sucedidos entrando em algum tipo de acordo
que adie o desfecho inevitável.
Exemplo
• Um paciente que desejou estar vivo para poder
ir ao casamento do filho. Conseguiu e quando
chegou ao hospital de volta, falou para ela:
“Não se esqueça de que tenho outro filho!”.
• Psicologicamente, as promessas podem estar
associadas a uma culpa recôndita.
• Trabalho da equipe descobrir de onde vem a
culpa.
Quarto estágio: DEPRESSÃO
• estado de decaimento,
• já não entrevê mais possibilidades;
• a vida se acabou;
• tudo está irremediavelmente perdido.
• Entra num período de silêncio interior,
fechando-se em si mesmo, somente
manifestando um pequeno interesse tático por
aqueles que o atendem de forma imediata.
Dois tipos de depressão
• tratamento diferenciado.
• Depressão reactiva:
• pessoa lamenta perdas passadas, as coisas
que não fez, os erros cometidos.
• É quando o paciente se sente, por exemplo,
incapaz de conviver com a própria doença e
morte iminente.
O que fazer para ajudar?
• Procuramos encorajá-la a olhar o lado
risonho da vida, as coisas positivas e
coloridas que a circundam.
• Ex.:
uma mãe que teve tranqüilidade em saber
que suas crianças estavam bem, brincavam
felizes no jardim, tinham notas boas, apesar
da ausência dela.
• Depressão preparatória: no pesar
reparatório há pouca ou nenhuma
necessidade de palavras.
• O paciente está preste a perder tudo e todos
a quem ama.
Como ajudar?

• Se deixarmos que exteriorize seu pesar,


aceitará mais facilmente a situação e ficará
agradecido aos que puderem estar com ele
neste estado de depressão sem repetir
constantemente que não fique triste.
• toque carinhoso de mão, um afago nos
cabelos, ou apenas um silencioso “sentar-se
ao lado”.
• hora em que o paciente pode pedir para
rezar.
• Paciente preocupado com o que está á sua
frente e não com o que ficou para trás.
• É a hora em que a interferência excessiva de
visitantes que tentam reanimá-lo retarda sua
preparação emocional, em vez de incentivá-
la.
• fase a assistência é difícil e árdua. Provoca
culpa e outros sentimentos de aflição, como
insegurança quanto à capacidade profissional
da equipe hospitalar.
• Os parentes merecem atenção especial
durante esta fase.
• Risco de depressão
Quinto estágio: ACEITAÇÃO
• se realiza quando o paciente é capaz de
alcançar a aceitação.
• A verdadeira aceitação ocorre quando se
mostra capaz de entender sua situação com
todas as suas conseqüências.
• Está cansado, mas em paz.
• Quer dormir mais.
• “repouso derradeiro antes da longa viagem”
• provável que o doente queira apenas segurar
nossa mão e que se permaneça em silêncio.
• E um leve aperto de mão, um olhar, um
recostar no travesseiro podem dizer mais do
que muitas palavras “proferidas”.
• Mas como saber se um paciente se encontra
neste estágio ou se está se entregando “cedo
demais?”.
• Se não soubermos distinguir estas duas
situações, fazemos, mais mal do que bem aos
pacientes, e nos sentimos frustrados em
nossos esforços, além de fazermos de sua
morte uma última e penosa experiência.
• Devemos tomar consciência do enorme
trabalho em alcançar este estágio de
aceitação
• os pacientes que melhor reagem são aqueles
que foram encorajados a extravasar suas
raivas, a chorar durante o pesar preparatório,
a comunicar seus temores e fantasias a quem
puder sentar-se e ouvi-los em silêncio.
• A esperança é a última que morre e está
presente em todos os estágios.
fatores que dificultam a aceitação da
morte:
• Desequilíbrio financeiro que o tratamento
da doença ou a falta daquela pessoa podem
acarretar à família.
• Dificuldade da pessoa em aceitar
cuidados, quando esta estiver acostumada
com o cuidar.
• História e elaboração de perdas anteriores
e crenças com relação a morte.
• Momento em que a morte ocorre no ciclo da
vida, quanto mais jovem for o paciente, mais
difícil será a aceitação de sua morte.
• A morte súbita impede os familiares de
elaborarem gradativamente o luto, ao
contrário da morte prolongada.
Como ajudar o paciente
• Ajudar a pessoa a enfrentar a crise, auxiliando-a
a expressar seus sentimentos.
• Ajudar a pessoa a descobrir os fatos,
desmistificando fantasias e esclarecendo suas
dúvidas, evitando especulações sobre a doença.
• Não dar a pessoa uma falsa confiança,
oferecendo ajuda e reconhecendo a validade de
seus temores
• Não encorajar a pessoa a culpar as outras.
• Ajudá-la a aceitar ajuda.
• Incentivar e sugerir uma reorganização das
tarefas cotidianas, para que a pessoa receba
assistência.

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