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História da Enfermagem:

conheça a origem e
evolução

Você conhece a história da Enfermagem? Sua origem e como foi a sua evolução ao
longo dos séculos?

Estamos tratando de um acontecimento que tem como protagonistas duas mulheres de


biografias repletas de lutas e conquistas, contrariando a realidade da época.

Parece enredo de filme de Hollywood, não é mesmo?

Mas é apenas o começo de uma bela história de uma das mais importantes carreiras na
área da saúde, a história da Enfermagem.

Curioso para conhecer toda ela? Então, fique por aqui e boa leitura!

História da Enfermagem
A história da Enfermagem, apesar de ter seus primeiros indícios lá nos primórdios da
civilização, só foi ganhar destaque, de verdade, durante o século XIX.
E é exatamente essa viagem no tempo que vamos começar a contar a partir de agora.

Embarque conosco!

Como e quando surgiu a Enfermagem?


A Enfermagem surgiu antes mesmo de Cristo – ainda que à época não tivesse esse nome
técnico.

Sua origem aponta para o trabalho de homens e mulheres abnegados que cuidavam do
bem-estar dos enfermos, tentando garantir a eles uma situação digna, de saúde básica e
de sobrevivência.

É claro que, com o passar do tempo, a profissão começou a ganhar corpo.

Entre os séculos V e VIII d.C, por exemplo, alguns princípios da Enfermagem eram
aplicados pelos detentores da fé. No caso, os sacerdotes.

Mais tarde, por volta do século XVI, a atividade era vista, na Europa, como uma
profissão que já começava a se institucionalizar, principalmente a partir da Revolução
Industrial.

No entanto, foi somente no século XIX, na Era Moderna, que ela, de fato, ganhou
notoriedade com as figuras de duas mulheres incríveis, das quais falaremos mais
adiante.

Fundamentos históricos da Enfermagem


No Brasil, a história da Enfermagem pode ser divididas em três períodos:

o A organização da Enfermagem: do período colonial ao final do século XIX


o O desenvolvimento da Enfermagem: do final do século XIX até a Segunda
Guerra Mundial
o Enfermagem Moderna: do final da Segunda Guerra Mundial até os dias atuais.

Vamos, agora, falar sobre cada uma dessas três fases.

Organização da Enfermagem
Essa primeira fase remete a uma Enfermagem mais instintiva e cultural, onde os pajés,
feiticeiros e outro líderes religiosos eram responsáveis por fazer rituais místicos com a
intenção de curar enfermidades.

Além disso, as mulheres é que deviam cuidar de crianças e idosos, pois tinham como
obrigação prezar pelo bem-estar da casa.

Com o processo de colonização, os europeus acabaram trazendo para cá diversas


doenças que, logo, se tornaram epidemias.
O curandeirismo era o que havia de mais próximo às práticas da Enfermagem até a
chegada dos padres jesuítas, que começavam a prestar assistência aos doentes nas Casas
de Misericórdia.

Desenvolvimento da Enfermagem
O segundo ciclo é marcado pelo exôdo rural.

Com muitas pessoas migrando do campo para a cidade, houve um crescimento urbano
descontrolado que, por sua vez, aumentou o número de doenças contagiosas e acelerou
as suas propagações.

Urgia a necessidade de mais atenção à saúde pública.

Então, o governo começou a assumir o controle dessa pasta, passando a criar órgãos
específicos responsáveis para dar assistência médica à população.

A profissão de enfermeiro começa a ganhar força com a atuação, especialmente, em


hospitais militares.

O trabalho consistia em dar suporte durante as grandes guerras do período, muito em


função da criação da Cruz Vermelha Brasileira

Foi nesse período também que as primeiras escolas de Enfermagem foram inauguradas.
E a atenção médica, por sua vez, desvinculada um pouco da religião.

Enfermagem Moderna
Passado o período de Guerras, se inicia o desenvolvimento da educação em
Enfermagem no Brasil.

Mais escolas são abertas, especialização criadas, conselhos, associações e sindicatos de


classe organizados, entre outras medidas.

A própria profissão de enfermeiro é regulamentada no último ciclo.

Além disso, mudanças importantes na saúde, de um modo geral, também foram


implementadas.

Dentre elas: a criação do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância


Sanitária (Anvisa) e do Sistema Único de Saúde (SUS).

Evolução da Enfermagem
Evolução da Enfermagem

Quando falamos de história da Enfermagem é impossível não citar o nome de duas


mulheres: Florence Nightingale e Ana Neri.

A primeira foi um marco para a Enfermagem mundial.

Já a segunda foi a precursora da área aqui no Brasil.

Pronto para conhecer um pouco mais da biografia dessas duas mulheres incríveis?

Prossiga com a leitura!

Florence Nightingale
Nasceu em 1820, em Florença, e é considerada, por todos, como a mãe da
Enfermagem moderna no mundo.

Não é para menos.

Afinal de contas, Florence realizou façanhas marcantes, especialmente por ser mulher
em uma realidade bem diferente da atual.

Nascida em uma família rica e cheia de posses, a jovem Nightingale, que viveu boa
parte de sua vida em Londres, se rebelou à ordem vigente, de que as mulheres deveriam
se tornar esposas submissas, responsáveis pelas tarefas doméstica e cuidados dos filhos.

Decidiu, então, se dedicar a caridade.


Em uma viagem ao Egito para conhecer hospitais, Florence sentiu despertar em si uma
vocação para ser enfermeira.

Paixão essa pela profissão de cuidar dos outros que só aumentou depois dela visitar, em
1846, o Hospital de Kaiserswerth, local fundado e administrado por freiras alemãs.

Na ocasião, a futura enfermeira se impressionou positivamente com o tratamento dado


aos pacientes e com o rigor religioso que as freiras guiavam seus atendimentos.

De volta à Inglaterra, Florence foi indicada para trabalhar em um hospital de caridade


da região, mas foi durante a Guerra da Crimeia que a enfermeira deu a sua principal
contribuição.

A Dama da Lâmpada

Atendendo feridos das batalhas no Campo de Scutari, Florence Nightingale e uma


equipe de 38 enfermeiras voluntárias treinadas por ela conseguiram baixar o índice de
mortalidade de 40% para menos de 5%.

Florence e suas colegas são consideradas heroínas de guerra e a enfermeira líder recebe
o apelido carinhoso de “Dama da Lâmpada”.

Isso porque ela percorria todas as alas com um pequeno objeto de chamas em suas mãos
para melhor atender os feridos.

Não é à toa, portanto, que a lâmpada acabou virando o símbolo do curso de


Enfermagem.

A primeira escola de Enfermagem de Londres

Embora responsável pelo atendimento durante a guerra, a colaboração de Florence para


a Enfermagem não se encerra aí.

Depois de contrair febre tifóide no período das batalhas e ficar com algumas sequelas, a
enfermeira teve que se abdicar da aplicação prática de seus conhecimentos.

Mas não encerrou a sua missão. Ela passou a se dedicar ao ensino da arte de cuidar do
próximo aos demais.

Foi então que, em 1860, fundou a Escola de Enfermagem do Hospital Saint Thomas, em
Londres.

Lá, era promovido um curso com duração de um ano, coordenado por uma enfermeira e
com aulas teóricas e práticas ministradas por médicos.

O reconhecimento da Rainha Vitória


Todo o esforço e a dedicação de Florence Nightingale foram reconhecidos pela Rainha
Vitória que em 1883, concedeu à enfermeira a Cruz Vermelha Real.

Anos depois, em 1907, a imperatriz também conferiu a ela a Ordem do Mérito.

Florence Nightingale se tornou, então, a primeira mulher a receber tamanha honraria.

Até hoje o Dia Internacional da Enfermagem é comemorado em 12 de maio, aniversário


de Florence.

A vida de escritora

Se não bastasse tudo isso, a enfermeira também escreveu muitos livros sobre o seu
ofício.

Um deles, “Notes on nursing” (notas sobre Enfermagem), teve grande destaque.

Na obra, a autora demonstra graficamente a importância de se investir em


procedimentos sanitários em hospitais de guerra.

Ela apresenta dados estatísticos de quantas vidas foram salvas com a adoção dessas
medidas no Campo de Scutari.

Ana Neri
A representatividade que Florence Nightingale tem para a Enfermagem internacional,
Ana Neri, guardada as devidas proporções, tem aqui no Brasil.

Nascida na cidade de Cachoeira, interior da Bahia, em 1810, Ana Neri tem uma história
semelhante com a de Florence.

A afinidade, no entanto, não é a mesma no quesito financeiro.

Afinal, a enfermeira brasileira teve uma origem humilde.

O que aproxima as duas é, na verdade, a relação com grandes guerras.

Guerra do Paraguai

Ana Neri também se voluntariou para defender as cores da bandeira de seu país, só que
na Guerra do Paraguai.

O pedido de oferecer seus serviços como enfermeira ao exército do Brasil foi também
uma maneira de ficar mais próxima de seus filhos, que serviam à pátria.

Então, depois de passar por um pequeno período de treinamento no Rio Grande do Sul,
aos 51 anos, a enfermeira integrou o Décimo Batalhão de Voluntários.
À época, começou a tratar pacientes em hospitais militares nas cidades de Salto,
Corrientes e Assunção.

Reconhecimento e homenagens

Com muito êxito em seu trabalho, Ana Neri voltou da Guerra e começou a receber
homenagens por seus serviços prestados.

Alguns reconhecimentos foram feitos em vida e outros, após o seu falecimento.

Em 1870, Ana recebeu duas medalhas: a de prata Geral de Campanha e a Humanitária


de Primeira Classe.

Além disso, o Imperador Dom Pedro II conferiu pensão vitalícia por decreto, para que
ela pudesse criar seus filhos, que haviam ficado órfãos de pai após a Guerra.

Ana Neri faleceu em 1880, mas as condecorações por seu pioneirismo continuaram
acontecendo.

Em 1923, a primeira escola de alto padrão em Enfermagem do Brasil foi batizada com o
nome da enfermeira.

História da Enfermagem contemporânea

História da Enfermagem contemporânea

As contribuições dessas duas mulheres para Enfermagem mundial, dentro de suas


realidades, são inestimáveis.

Elas ajudaram a impulsionar ainda mais o desenvolvimento dessa área da saúde

Graças também ao avanço de novas tecnologias e da criação áreas específicas dentro da


Enfermagem (obstetrícia, saúde da mulher, do idoso, do recém-nascido, cuidados
mentais e psiquiátricos) pode-se aprimorar a assistência aos pacientes, entendendo e
respeitando às suas necessidades.
Aos poucos, começaram a ser criadas instituições que regulam a profissão e ajudam na
padronização de alguns procedimentos, diagnósticos e linguagens próprias.

Nesse sentido, destacam-se os seguintes órgãos:

o North American Nursing Diagnosis Association (NANDA)


o International Council of Nurses (ICN)
o American Nurses Association (ANA)
o Classificação Internacional para a Prática da Enfermagem (CIPE).

História da Enfermagem no Brasil


Já em território nacional, a Enfermagem possui uma série de datas importantes , dentre
as quais têm mais relevância:

o (1553) Abertura da primeira Casa de Misericórdia no Brasil


o (1814) Nascimento de Ana Neri, primeira enfermeira do Brasil
o (1852) Irmãs de Caridade assumem a gestão da Santa Casa do Rio de Janeiro
o (1908) Fundação da Cruz Vermelha Brasileira
o (1923) Primeira Escola de Enfermagem do Brasil
o (1926) Surgimento da Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas no
Brasil, atual Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn)
o (1938) 12 de maio é instituído como o Dia do Enfermeiro
o (1973) Criado o Conselho Nacional de Enfermagem e os respectivos conselhos
regionais
o (1974) Criação da Conferência Nacional de Saúde, realizada a cada 4 anos
o (1979) Criação do Centro de Estudo e Pesquisa em Enfermagem (Cepen)
o (1986) Regulamentada a profissão de enfermeiro e técnico em Enfermagem no
País
o (1990) Regulamentação do Sistema Único de Saúde (SUS)
o (1994) Lançamento do Programa Saúde da Família.

A história da Enfermagem é rica e repleta de pequenas conquistas ao longo do tempo.


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FONTE: https://upis.br/blog/historia-da-enfermagem/

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