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Estatística Aplicada a Área Financeira

A estatística tem importante relação com as finanças, visto que


estabelecem as medidas quantitativas, explicativas e preditivas do objeto das
finanças: a criação do valor.
A estatística associada à computação consegue desenvolver modelos
de análise préditivos e explicativos dos fenômenos financeiros. Para tanto
utilizam técnicas multivariadas de análise de dados, tais como Análise fatorial,
Analise de conglomerados e Técnicas de Regressão.
A estatística é responsável por grande parte da modelagem matemática
das teorias financeiras.
MERCADO FINANCEIRO
As empresas operam em um ambiente econômico no qual existem
agentes com recursos financeiros em excesso e outros com falta de recursos.
Agentes Superávitários:
São aqueles com excesso de recurso: pessoas físicas cujos rendimentos
acima de seus gastos, organizações com ganhos superiores às suas
oportunidades de investimento, governos com arrecadação maior do que suas
demandas econômicas, políticas e sociais.
Agentes deficitários:
São aqueles com falta de recurso: pessoas físicas cujos rendimentos
não cobrem suas despesas correntes, organizações com despesas e
oportunidades de investimento acima de suas receitas, governos cuja
arrecadação fica aquém de suas necessidades de recursos.
INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS
Quando o hiato de recebimento e pagamentos ocorre em um
determinado espaço de tempo, especialmente na situação de falta de dinheiro,
são os intermediários financeiros procuram canalizar os recursos dos agentes
superavitários para os agentes deficitários.
Portanto Mercado Financeiro é a reunião das instituições financeiras
capazes de intermediar recursos. Sua principal atividade é captar recursos dos
agentes superavitários, a quem remuneram e aplicar os recursos, por meio de
empréstimo, aos agentes deficitários dos quais recebem juros.
Como se dá a transferência dos agentes superavitários para os agentes
deficitários, através da intermediação financeira. Os mercados financeiros e de

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capitais surgiram para facilitar essas transferências e ajudar no
desenvolvimento dos negócios.

Fig. 1.1
Captação Aplicação

Agentes Agentes
Superavitários AGENTES Deficitários
INTERMEDIÁRIOS

O mercado financeiro pode assumir diversas formas, conforme o tipo de


intermediação de recursos realizada.

PRODUTOS DE INVESTIMENTO

Título Característica

CDB: Certificado de depósito Captação de recursos dos investidores


bancário para bancos
Cadernetas de poupança Aplicação de pequenos poupadores
Títulos Públicos Captação para o governo
Letras e bônus do Banco Central Fins de política monetária.

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PRODUTOS DE FINANCIAMENTO

Título Característica

Desconto de duplicatas e Notas Recursos de curto prazo para as


promissórias empresas
Leasing financeiro – arrendamento
Financiamento de médio e longo prazo
mercantil
CDC – crédito direto ao consumidor
Concessão de credito ao consumidor
final, por sociedade de crédito,
financiamento e investimento.
Contas garantidas cheque especial
Contrato de crédito rotativo
Instituição capta recursos no exterior em
Operação 63 dólares.

TIPOS DE EMPRESAS

 Instituições Financeiras.

 Empresas privadas, comerciais, industriais e prestadoras de serviços.

 Empresas e órgãos públicos.

 Organizações sem fins lucrativos, por exemplo, as ONGs

TÉCNICAS ESTATÍSTICAS

 Estatística Descritiva

 Inferência estatística

 Teste de Hipótese

 Correlação

 Séries temporais

 Análise Discriminante

 Regressão Logística

 Análise de Agrupamento

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ANALISE DE DISCIMINANTE
E uma técnica que pode ser utilizada para classificação de elementos de
uma amostra ou população. Para sua aplicação, e necessário que os grupos
para os quais cada elemento amostral pode ser classificado sejam pré
definidos, ou seja, conhecidos a priori, considerando-se suas características
gerais. Este conhecimento permite a elaboração de uma função matemática
chamada de regra de classificação ou discriminação, que é utilizada para
classificar novos elementos amostrais nos grupos já existentes. Portanto, o
numero de grupos é conhecido a priori, assim como nos métodos não
hierárquicos de agrupamentos, mas a regra de classificação é elaborada
utilizando-se procedimentos que em geral, vão alem de distancias
matemáticas.
Uma analise estatística do comportamento da p-caracteristicas medidas
permite identificar o perfil geral de cada grupo. Deste modo, se houver um novo
elemento amostral, não pertencente a nenhuma das duas amostras anteriores,
e cuja origem é incerta, seria possível comparado de algum modo com o perfil
dos grupos A e B e classificá-lo como pertencente ao grupo cujo perfil geral
fosse mais semelhante ao dele.
Na análise discriminante, a comparação do elemento amostral em relação aos
grupos candidatos, é em geral, feita através da construção de uma regra
matemática de classificação, ou discriminação fundamentada na teoria das
probabilidades. Para cada novo elemento amostral, a regra de classificação
permitirá ao pesquisador qual é a população mais provável de ter gerado seus
valores numéricos nas p-características avaliadas.

Exemplo: Para um banco, é importante identificar, a priori se uma


pessoa que está tentando fazer um empréstimo bancário será inadimplente ou
não. Assim, o banco pode buscar informações em seus arquivos sobre
algumas variáveis dos clientes que obtiveram empréstimo e honraram o
pagamento de seus compromissos de acordo com o contrato firmado e
daqueles com os quais isto não ocorreu. De posse das informações uma regra
matemática de classificação poderá ser elaborada, o que permitia ao banco
identificar os possíveis inadimplentes antes de conceder-lhes o empréstimo.
Algumas variáveis de interesse pode ser: renda media mensal, profissão,

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numero de cartões de credito, estado civil, idade, numero de filhos, historia
sobre empréstimos anteriores, se tem casa própria ou não, marca e modelo do
automóvel(quando possuir) etc.

Análise Discriminante

Análise Discriminante é uma técnica estatística utilizada para classificar


uma observação em um dos diversos grupos apresentados a priori, permitindo
resolver problemas que contenham não apenas variáveis numéricas, mas
também de natureza qualitativa.
Análise discriminante implica a derivação de uma combinação linear de
duas ou mais variáveis independentes que melhor classificam um elemento
entre grupos definidos previamente. Esta combinação linear, chamada de
função discriminante, tem a seguinte forma:
Z = a + W1X1 + W2X2 + ... + WnXn
onde,
Z: escore discriminante (variável dependente);
a: constante
Wi: coeficiente ou peso discriminante para a variável independente i;
Xi: variável independente i .
Os coeficientes discriminantes são calculados com o objetivo de maximizar
a variância entre os grupos, simultaneamente minimizando a variância entre os
indivíduos de cada grupo.

REGRESSÃO LOGISTICA

O modelo de regressão logística, segundo Hair et al (1998), pode ser


expresso da seguinte forma:

onde,
g(x)= a + W1X1 + W2X2 + ... + WnXn
A regressão logística consiste, fundamentalmente, na busca de um
modelo que permita relacionar uma variável y, chamada “variável resposta”, às

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variáveis explicativas X, que influenciariam as ocorrências de um evento. A
variável resposta deve ser do tipo dicotômica, assumindo apenas os valores 0
ou 1. Neste caso existe interesse apenas na ocorrência, ou não, do evento em
questão.
Exemplo: Análise de regressão
As técnicas estatísticas são necessárias para separar efeitos de fatores
diferentes. Por exemplo: é possível que, em uma comunidade, o consumo de
sorvete dependa do preço do produto, da renda média local, do número de
crianças na comunidade e da temperatura média. Se dispuser de observações
de todos os diferentes fatores em jogo, o leitor poderá aplicar a análise de
regressão para determinar quais fatores tem os efeitos mais importantes.

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Estatística Aplicada a Ciências Atuáriais

A ciência atuarial nasceu há aproximadamente 150 anos na Inglaterra


com o objetivo de estudar a mortalidade da população. Tais estudos, que
tradicionalmente eram destinados para entidades voltadas para
aposentadoria e pensões, se estenderam para a área de seguros no século
20. Continuando sua expansão, nas últimas décadas, a concepção de que
uma empresa de seguros ou de pensões faz parte do mercado financeiro fez
crescer a necessidade de um maior treinamento na área administrativa e
financeira, especialmente no que tange riscos financeiros e econômicos. Daí
a necessidade de um profissional específico para estas atribuições: o atuário.

No Brasil, a qualificação profissional dos atuários, necessariamente é


realizada através do curso de graduação em ciências atuariais. O Instituto
Brasileiro de Atuários (IBA) reconhece todos os formandos de cursos
autorizados pelo MEC, mas a partir deste ano aplicará um exame de
admissão obrigatório aos seus novos membros.

Existem, atualmente, aproximadamente treze faculdades ministrando


curso de graduação em atuária, das quais aproximadamente sete estão
sendo alvo ou foram reconhecidos pelo MEC nos últimos dois anos.

Como em vários outros países, existe uma grande variedade de


programas acadêmicos na formação dos atuários brasileiros. De uma forma
geral, os curriculuns devem contemplar matérias de diferentes institutos,
desde a área de contabilidade até a de matemática, com diversos níveis de
profundidade.

Origem, Evolução E Conceito De Atuária

Nos primórdios da civilização já se podia observar a idéia de uma


garantia mútua, coletiva e social de indivíduos. Nos anos de 4500 AC o papiro
"Les Tailleurs de Pierre de la Basse - Egipte" registrou uma "caixa" com o
objetivo de socorrer vítimas de certos infortúnios, como entre os operários
que construíram o primeiro grande templo dos judeus em Jerusalém na Idade

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Média e, ainda, o monopólio da caridade assumido pela Igreja com os
soldados pós-guerra.

No período de 753 a 510 AC, ou seja, no Império Romano, já se notava a


preocupação em registrar os nascimentos e as mortes ocorridos entre os
habitantes de algumas regiões, e foi Domitius Ulpiames, prefeito de Roma,
que deu os primeiros passos para o desenvolvimento do "seguro de vida",
pois, considerado o maior economista de sua época, interessou-se pelo
assunto e estudou documentos sobre "nascimentos" e "mortes", sendo que
suas observações concorreram para o progresso da atuária, daí o título de "o
primeiro atuário da História".

No século XVII, na Inglaterra e Holanda, instituições mercantis se


comprometiam, mediante recebimento de uma quantia única, em dinheiro, a
pagar a determinadas pessoas, pensões vitalícias, em cumprimento das
disposições testamentárias ou de natureza semelhante, das quais desejavam
se livrar os constantes devedores.

As quantias únicas, consideradas equivalentes aos compromissos


assumidos pela instituição mercantil, eram determinadas por meio empírico,
sem nenhum fundamento científico, insuficientes à responsabilidade a que se
destinavam, pois a operação não raramente resultava na bancarrota do
respectivo "segurador", com prejuízos irrecuperáveis para os beneficiários
das pensões contratadas, na maioria por viúvas e órfãos.

Ao mesmo tempo, os próprios governos realizaram operações desta


espécie, onde empenhavam-se em vender aos seus súditos títulos públicos
que asseguravam ao tomador a percepção de uma renda vitalícia. Logo, a
correta determinação da importância em dinheiro a ser cobrada em
contraprestação dessa obrigação a prazo incerto, naturalmente lhes
interessava de perto, e acabaram encarregando seus melhores matemáticos
de estudar o problema e encontrara a solução.

A base matemática necessária havia sido estabelecida no mesmo século


por Pascal e Fermat, na França, idealizadores do cálculo da probabilidade.

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De Witt, na Holanda, Graunt e Halley, na Inglaterra, estudaram o problema
levando em conta as leis da probabilidade e a longevidade humana, deduzida
esta dos registros de nascimentos e óbitos.

Havendo De Witt recomendado uma elevação substancial no preço de venda


dos referidos títulos públicos, o que não agradou ao governo da Holanda - este
suprimiu seu relatório durante dois séculos. Por outro lado, o relatório completo
de Halley, matemático e astrônomo, descobridor do cometa que leva seu
nome, publicado em 1693, recebeu ampla publicidade e tornou-se a pedra
angular da nova ciência, posteriormente chamada de "matemática atuarial".
A partir de então, a matemática atuarial se desenvolveu, principalmente à
medida que matemáticos, economistas e filósofos se interessaram pelo
assunto. Entre 1700 e 1900, tivemos a construção de várias tábuas de
mortalidade, como também o desenvolvimento das comutações, ferramenta
fundamental utilizada no cálculo atuarial. Foi ainda nesse período que as
empresas seguradoras passaram a oferecer programas de seguro de vida e
que também aconteceu o 1º Congresso Internacional de Atuária em Bruxelas -
1895.

Ciência por Trás da Tècnica


Demografia
Apresentaremos 3 definições de demografia:
1) A palavra demografia foi usada pela 1ª vez em 18 55 por um belga
chamado Achille
Guillard. Do grego:
DÊMOS = POPULAÇÃO
GRÁPHEIN = ESCREVER / DESCREVER / ESTUDAR
Portanto, o objetivo da Demografia é analisar populações humanas e suas
características gerais. Quais aspectos da populações o campo de estudo da
Demografia?
2)Demografia formal é o estudo de populações humanas em um
determinado momento com relação ao tamanho, a distribuição e a estrutura da
população. A demografia formal também analisa as mudanças que ocorrem na
população ao longo do tempo,principalmente o crescimento

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populacional.Nascimentos, óbitos e migrações são as causas básicas do
crescimento populacional.Assim, as variáveis demográficas são de dois tipos.
Um grupo de variáveis descreve algumas características de interesse da
população. Referem-se a um determinado espaço geográfico e a um instante
específico do tempo, por isso, compõem a análise estática dapopulação. São
elas:
TAMANHO da população o é simplesmente o número total de pessoas na
população.
DISTRIBUIÇÃO da população é o número de pessoas na população por
unidade Geográfica ou por situação do domicílio (rural; urbano).
ESTRUTURA ou COMPOSIÇÃO da população é o número de pessoas na
população por sexo (masculino; feminino) e/ou por grupo de idade (em geral,
de 5 em 5 anos).As demais variáveis, NATALIDADE, MORTALIDADE e
MIGRAÇÃO, referem-se a um determinado espaço geográfico e a um
determinado período de tempo. Fazem parte da dinâmica demográfica e são
descritas com detalhes em capítulos posteriores.
Na análise demográfica formal, há interesse em estudar a inter-relação
entre as variáveis da análise estática e da dinâmica demográfica.

3) Estudos Populacionais abrangem as variáveis demográficas e


também características étnicas, sociais, econômicas e biológicas da
população como desemprego, educação, saúde, etc. Portanto um campo
multidisciplinar. O campo dos estudos populacionais se amplia a medida
que aumenta o interesse pelas causas e conseqüências das dinâmica
demográfica. Neste contexto, a estrutura da população, no se restringe
apenas às variáveis sexo e grupo de idade. A população pode ser
classificada por características étnicas (raça/língua materna), sociais
(estado civil/estado marital/nível de escolaridade) e econômicas
(renda/ocupação).

Tábua de Mortalidade

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São tabelas em que cada linha representa uma idade variando de 0 anos até 115
anos, normalmente, onde em função de muitos anos coletando informações estatísticas
pode-se prever determinadas probabilidades de ocorrência de eventos. Exemplos de
tábuas biométricas são as "Tábuas de Mortalidade", "Tábuas de Entrada em Invalidez",
"Tábuas de Mortalidade de Inválidos", "Tábuas de Rotatividade", etc, onde determina-
se a probabilidade de uma pessoa morrer, em qualquer idade, por qualquer que seja a
causa (natural ou acidental), a probabilidade de uma pessoa se invalidar, em qualquer
idade, a probabilidade de uma pessoa inválida morrer, em qualquer idade e a
probabilidade de uma pessoa vir a se desligar de sua empresa, em qualquer idade,
respectivamente. EXEMPLOS

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ANEXO

Parecer Atuarial

Para fins da avaliação atuarial do Plano de Benefícios II da Previdência


Suplementar do METRUS – Instituto de Seguridade Social, foi utilizado o cadastro de
dados individuais fornecido pela entidade posicionado em 31/10/2005.Após a análise
detalhada desses dados e correções feitas pela entidade e por sua patrocinadora,
verificou-se que os mesmos estavam suficientemente completos,não havendo
necessidade de qualquer ajuste para realização da avaliação atuarial.

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A avaliação atuarial, a qual refere-se este parecer, contempla as modificações
regulamentares promovidas pela Resolução CGPC nº 6 de 30/10/2003. Tais
modificações constam em processo protocolizado na Secretaria de Previdência
Complementar, o qual aguarda aprovação, e seus respectivos impactos estão refletidos
nas provisões matemáticas de 31/12/2005 e no plano de custeio para 2006.
I – Estatísticas
O total de participantes ativos do plano é igual a 2.869 sendo 2.323 do
sexo masculino e 546 do sexo feminino. A idade média dos participantes ativos
é igual a 39,2 anos e o tempo médio de serviço faltante para aposentadoria
normal, ponderado pelo valor estimado do benefício de aposentadoria é igual a
19,9 anos. O total de participantes recebendo benefício é igual a 25 sendo 21
aposentados e 4 em gozo de benefício diferido por desligamento. O total de
grupos familiares recebendo o benefício de pensão por morte é igual a 9 e de
participantes aguardando o início de pagamento do benefício é igual a 15.Com
base na tábua de mortalidade geral utilizada na avaliação atuarial do Plano de
Benefícios II, os participantes aposentados válidos apresentam uma expectativa média
de vida, ponderada pelo valor do benefício, de 21 anos.
II – Hipóteses e Métodos Atuariais
O conjunto de hipóteses e métodos atuariais empregados nos cálculos atuariais dos
compromissos e custos do Plano de Benefícios II ora avaliado, resultou de um processo
de interação entre a Towers Perrin e o Metrus – Instituto de Seguridade Social, a quem
coube a decisão final após adquirir plena noção de seu impacto sobre os resultados
obtidos.

Para a apuração das provisões matemáticas foram utilizadas as seguintes


hipóteses e métodos atuariais, a saber:
 Hipóteses Financeiras
- Taxa real anual de juros: 5%
- Projeção de crescimento real de salário: 3 %
- Projeção de crescimento real dos benefícios do plano: 0%
- Fator de determinação do valor real ao longo do tempo:
- salários: 96%
- benefícios do plano: 96%
 Hipóteses Biométricas

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 Tábua de Mortalidade Geral: GAM – 1971(*)
 Tábua de Mortalidade de Inválidos: RRB – 1944
 Tábua de Entrada em Invalidez: RRB – 1944 modificada(**)
 Tábua de Rotatividade: Towers Perrin
(*) Tábua GAM-1971, adaptada para refletir a mortalidade feminina (probabilidade de morte da mulher
em cada idade corresponde à probabilidade de morte do homem 6 anos mais jovem).
(**) A Towers Perrin adota 50% das taxas da tábua de entrada em invalidez, publicada no “Annual
Report of the Railroad Retirement Board – 1944”.

A seguir descrevemos algumas razões para a seleção das principais hipóteses.


Um importante aspecto que sempre precisa ser levado em consideração, é que o Brasil
ainda é um país em desenvolvimento e sua economia está sempre sujeita a alterações em
função de fatores internos e externos que não podemos prever no momento. Dessa
forma, o conjunto de hipóteses atuariais deve periodicamente ser revisto para melhor se
adequar ao momento econômico do Brasil.
-Taxa real anual de juros
Esta taxa é utilizada para trazer a valor presente o valor futuro dos pagamentos com
benefícios. A utilização de uma taxa de 5% a.a. considera que os investimentos do plano
produzam rentabilidade mínima real de5% a.a..
 - Projeção de crescimento real de salário
Em geral, os salários têm sido ajustados pela inflação, mérito e
promoção.Embora não tenha sido realizada uma pesquisa sobre fatores que levam a um
mérito ou promoção, o patrocinador do plano considera que a taxa de projeção do
crescimento real dos salários de 3% a.a. reflete a expectativa com relação à evolução
futura média dos salários ao longo da carreira do empregado na empresa.
 Fator de determinação do valor real ao longo do tempo
Fator aplicado sobre os salários e benefícios, a fim de determinar um valor médio e
constante, em termos reais, durante o período de um ano. Este fator é calculado em
função do nível de inflação estimado e do número de reajustes, dos salários e benefícios,
que ocorrerão durante o período entre duas avaliações atuariais.
Na presente avaliação, o fator de determinação do valor real ao longo do
tempo foi alterado de 95% para 96%. A adoção de um fator de 96% reflete a expectativa
de uma inflação anual de aproximadamente 7%, enquanto que onde 95% corresponde à
expectativa de inflação anual de 10%. A mudança desse fator objetiva refletir melhor o
valor real dos salários e benefícios ao longo do tempo diante de uma perspectiva de
inflação mais baixa.

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Tábuas Biométricas
As tábuas biométricas foram selecionadas dentre um conjunto de tábuas geralmente
aceitas no Brasil para a avaliação dos compromissos com benefícios de longo prazo. A
sua utilização deve ser periodicamente revista à luz da experiência real da massa de
participantes do METRUS – Instituto de Seguridade Social.
Regimes Financeiros e Métodos Atuariais
Os benefícios do plano foram avaliados conforme os regimes e métodos
descritos a seguir:
Regime Financeiro de Capitalização
Método de Capitalização Financeira
Utilizado para os benefícios de Aposentadoria Normal, Aposentadoria
Antecipada e Benefício Proporcional, Benefício Diferido por Desligamento, parcela de
contribuição definida da Aposentadoria por Invalidez e da Pensão por Morte do
Aposentado, Resgate, Portabilidade.
Método de Crédito Unitário
Utilizado para a parcela de benefício definido da Aposentadoria por Invalidez, Pensão
por Morte do Aposentado e Benefício Mínimo.
Regime Financeiro de Capitais de Cobertura
Utilizado para os benefícios de Pensão por Morte do Ativo e Auxílio Doença.
Na presente avaliação foram mantidos os mesmos regimes financeiros e métodos
atuariais utilizados na avaliação atuarial de 2004.
Atendimento à Resolução CGPC nº 11/2002
Em atendimento ao disposto ao item 2 da Resolução CGPC nº 11/2002,
apuramos as expectativas de vida dos participantes ativos e aposentados
válidos utilizando as tábuas de mortalidade GAM-1971 e AT-1949 masculina.
Como resultado desses cálculos, obtivemos na tábua GAM-1971 a expectativa
média de vida igual a 19,6 anos para os participantes ativos e de 20,2 anos para os
aposentados válidos. Na tábua AT-1949 masculina, para as mesmas massas de ativos e
aposentados válidos, foram apuradas as expectativas de vida de 18,5 e 19,4 anos,
respectivamente. Isso demonstra que a tábua GAM-1971 adotada para avaliação atuarial
do Plano de Benefícios II atende ao limite mínimo imposto pela referida resolução. O
número de ocorrências de morte de válidos, entrada em invalidez, morte de inválidos e
rotatividade observado nos doze meses posteriores à avaliação anterior realizada em
31/10/2004, foi de 3; 3; 0 e 63, respectivamente, enquanto o número esperado de acordo

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com as hipóteses atuariais adotadas naquela avaliação foi de 5,7; 5,5; 0,3 e 42.
Índice de reajuste dos benefícios
Os benefícios concedidos por prazo determinado são reajustados mensalmente de
acordo com o retorno de investimentos. Os benefícios concedidos na forma de renda
vitalícia tem correção anual de acordo com o retorno de investimento descontado a taxa
de juros utilizada pelo Atuário, para determinação do valor inicial.
III – Apuração do Patrimônio
Com base no Balanço Patrimonial do Plano de Benefícios II da Previdência
Suplementar do METRUS – Instituto de Seguridade Social, em 31 de dezembro de
2005, o Ativo Líquido dos Exigíveis foi apurado conforme abaixo indicado:
Valores em R$
Ativo Bruto 109.700.269,42
Exigíveis
Operacional (-) 4.644.432,14
Contingencial (-) 0,00
Ativo Líquido dos Exigíveis 105.055.837,28
IV – Exigível Atuarial e Fundos
Com base nos dados cadastrais, utilizando as hipóteses e os métodos anteriormente
mencionados e o Balanço de 31 de dezembro de 2005, certificamos que a composição
do Exigível Atuarial e dos Fundos em 31 de dezembro de 2005 é a seguinte:
Valores em R$
Exigível Atuarial
 Provisões Matemáticas 97.259.409,03

 Benefícios Concedidos 3.548.395,48


- Benefícios do Plano 3.548.395,48
 Benefícios a Conceder 93.711.013,55
- Benefícios do Plano com a Geração Atual 105.837.957,58
- Benefício Definido 18.026.101,94
- Contribuição Definida 87.811.855,64
- Outras Contribuições da Geração Atual (12.126.944,03)
 Provisão Matemática a Constituir 0,00
- Serviço Passado (1.990.122,35)
- Déficit Equacionado 0,00
- Por Ajustes das Contribuições Extraordinárias 1.990.122,35
Fundos

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 Fundo Saldo Remanescente Patrocinadora

 Fundo de Ganhos e Perdas Atuariais – Participante

 Fundo de Ganhos e Perdas Atuariais – Patrocinadora

 Fundo Administrativo

 Fundo de Investimentos

280.336,27
3.645.159,18
1.796.489,26
1.590.586,31
483.857,23
O Fundo Previdencial, intitulado Saldo Remanescente Patrocinador, de acordo
com o Art. 66 parágrafo terceiro do Regulamento do Plano de Benefícios II da
Previdência Suplementar, está sendo constituído pela parte da Conta de Patrocinadora
que não for incluída no Saldo de Conta Total e poderá ser utilizado para reduzir as
contribuições futuras da Patrocinadora nos termos da legislação vigente.
O Fundo de Ganhos e Perdas Atuariais poderá absorver eventuais excedentes ou
insuficiências em relação às hipóteses atuariais de rentabilidade e evolução das
obrigações do plano de benefícios.
V – Plano de Custeio
De acordo com os resultados da avaliação atuarial de 31/10/2005, a
patrocinadora deveria contribuir durante o ano de 2006 com 1,028% da folha de salários
de participação dos participantes ativos do Plano de Benefícios II para cobertura dos
benefícios definidos deste plano, sendo 0,138% para amortização das Provisões
Matemáticas a Constituir - Serviço Passado e 0,89% correspondente ao custonormal.
Entretanto, em decorrência das oscilações favoráveis dos investimentos
ocorridas no exercício de 2005, excepcionalmente durante o ano de 2006, a
patrocinadora poderá reduzir a contribuição referente ao custo normal e não haverá
necessidade da patrocinadora realizar a contribuição referente à amortização do Serviço
Passado. Dessa forma, o percentual de contribuição da patrocinadora deverá ser de
0,817% sobre a folha de salários de participação dos participantes ativos do Plano de
Benefícios II para cobertura do custo normal.
Mensalmente, deverão ser creditadas pela reversão mensal da Conta por Ajustes
das Contribuições Extraordinárias o valor equivalente a 0,138% da folha de salários de
participação dos participantes ativos do Plano de Benefícios II para a amortização da
Provisão Matemática a Constituir - Serviço Passado.

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Adicionalmente, a patrocinadora deverá efetuar as contribuições definidas no
Regulamento do Plano de Benefícios II, estimadas em 3,27% da folha de salários dos
participantes ativos do Plano de Benefícios II. Em cumprimento ao art. 46 do
Regulamento do Plano de Benefícios II da Previdência Suplementar, os participantes
efetuarão, durante o ano de 2006, a contribuição de 0,89% da folha de salários do Plano
de Benefícios II para custeio dos benefícios definidos do Plano II. Pelas mesmas razões
acima apresentadas, excepcionalmente durante o ano de 2006, a taxa para cobertura do
custo normal será reduzida para 0,679%.
As contribuições dos participantes, definidas nos arts. 42 e 43 do Regulamento
do Plano de Benefícios II da Previdência Suplementar, foram estimadas no total de
4,42% da folha de salários dos participantes do Plano de Benefícios II.
O prazo remanescente de amortização da Provisão Matemática a Constituir –
Serviço Passado é de 14 anos e 10 meses contados a partir de 31/10/2005. Este prazo é
inferior ao prazo estabelecido pela Resolução que é de 19 anos e 11 meses, que
corresponde ao tempo médio de serviço futuro dos participantes ativos, ponderado pelo
benefício estimado de aposentadoria normal.
A contribuição destinada ao custeio das despesas administrativas da patrocinada
e dos participantes ativos é de 8% sobre das contribuições e dos participantes
aposentados de 0,61% do valor do benefício mensal.
Tendo em vista a natureza do plano de contribuição variável e
vinculação,nesse tipo de plano, da contribuição patronal com os fatos
efetivamente ocorridos tais como salários realmente pagos, contribuição
realizada pelos participantes e índice de adesão ao plano, as taxas
demonstradas neste parecer são estimativas, podendo, portanto,deixas de
coincidir com taxas efetivamente praticadas.
O método atuarial de Crédito Unitário gera custos crescentes, porém
este efeito pode ser minimizado caso haja afluxo suficiente de novos entrados.

VI – Conclusão
A reantabilidade do patrinmônio, considerando os fluxos de receitas e
despesas, apurada no período de 01/01/2005 a 31/15/2005 foi de IGP-DI
+14,87%.
Alertamos que rentabilidade medida não deve ser considerada para na
análise do desempenho da gestão dos investimentos,pois o critério utilizado se

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apóia na mensuração da taxa de retorno do patrimônio líquido e não na taxa de
retorno dos investimentos totais.
Face ao exposto, na qualidade de atuário responsável pela avaliação
atuarial anual regular do METRUS – Instituto de Seguridade Social,
informamos que o Plano de Benefícios II da Previdência Suplementar encontra-
se financeiramente equilibrado em conformidade com princípios atuariais
geralmente aceitos.

REFERENCIAS:
McClave,J.T; Benson, P.G. Statistics for Businness and Economics. Fifth
Edition, 1991.

19
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