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LEI DE DROGAS

JURISPRUDÊNCIAS E POLÊMICAS
Posso usar drogas?
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem
como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e
substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas,
ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem
como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas,
sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso
estritamente ritualístico-religioso.
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a
colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente
para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados,
mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.
Liberdade Religiosa
O chá de ayahuasca, também conhecido como Santo Daime, é
uma bebida, chamada HOASCAm feita a partir da infusão de
duas plantas amazônicas: o cipó-jagube e o arbusto-chacrona.

Hoasca contém a substância DMT (Dimetiltriptamina), que está


incluída na Portaria 344 da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa).
Resolução CONAD nº 1 de 25/01/2010
Considerando que o Grupo Multidisciplinar de Trabalho (GMT) baseou-
se, em seu Relatório Final, na legitimidade do uso religioso da
Ayahuasca, como matéria já examinada e decidida pelos plenários do
antigo Conselho Federal de Entorpecentes (CONFEN) e do Conselho
Nacional de Políticas sobre Drogas (CONAD), cabendo ao GMT, no
âmbito de sua competência, definida na Resolução nº 5 - CONAD,
2004, identificar normas e procedimentos compatíveis com o uso
religioso da Ayahuasca e implementar o estudo e a pesquisa sobre o
uso terapêutico da Ayahuasca em caráter experimental;

Menores de idade?
46. Tendo em vista a inexistência de suficientes evidências cientificas
e levando em conta a utilização secular da Ayahuasca, que não
demonstrou efeitos danosos à saúde, e os termos da Resolução nº
05/2004, do CONAD, o uso da Ayahuasca por menores de 18 (dezoito)
anos deve permanecer como objeto de deliberação dos pais ou
responsáveis, no adequado exercício do poder familiar (art. 1634 do
CC); e quanto às grávidas, cabe a elas a responsabilidade pela medida
de tal participação, atendendo, permanentemente, a preservação do
desenvolvimento e da estruturação da personalidade do menor e do
nascituro.

Rastafári?
ARE 1085661 AgR - 16/08/2018
Geraldo Antonio Baptista conhecido como Rás Geraldinho Rastafári, líder da Primeira Igreja
Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil, que prega a crença rastafári e o consumo de
maconha. STJ LHE NEGOU RECONHECIMENTO. Foi até o STF:

“Estabelecidas essas premissas , cabe verificar se ocorre o uso ritual, em celebrações


litúrgicas , de planta alucinógena e de drogas ilícitas. Entendo que não (...) Assim, a
liberdade de culto religioso só pode ser invocada se e somente se a prática ritualística não
entre em conflito com a lei penal do país.

Repito o seguinte trecho que demonstra que a ideia de ‘religião’ é apenas uma ‘fachada’
para o cultivo e a entrega da droga a consumo de terceiros”

Ainda diferenciou com Ayahuasca:


“ seu uso é restrito a rituais religiosos, em locais autorizados pelas
respectivas direções das entidades usuárias, vedado o seu uso associado a
substâncias psicoativas ilícitas ”

Foi feito pedido de Destaque pelo Min. Gilmar Mendes e nunca foi concluído,
e nem será:
STF 15/05/2023
Consulta ao sítio eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
(ação penal n. 0015072-53.2012.8.26.0019) revela extinta, em 15/2/2023, a
punibilidade do réu Geraldo Antonio Baptista, com fundamento no artigo
107, inciso I, do Código Penal. 2. Reconheço, assim, a prejudicialidade do
presente agravo interno em razão da perda superveniente do objeto.
FINS MEDICINAIS
STJ:
A 5ª Turma negava pedidos semelhantes a esse, enquanto que a 6ª
Turma deferia o pleito.
A 5ª Turma, contudo, mudou de entendimento e passou a se alinhar
com a 6ª Turma: As condutas de plantar maconha para fins medicinais
e importar sementes para o plantio não preenchem a tipicidade
material, motivo pelo qual se faz possível a expedição de salvo-
conduto, desde que comprovada a necessidade médica do
tratamento.
STJ. 5ª Turma. HC 779.289/DF, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 22/11/2022 (Info 758).
A ANVISA já classificou a maconha como planta medicinal (RDC nº
130/2016) e incluiu medicamentos à base de canabidiol e THC
que contenham até 30mg/ml de cada uma dessas substâncias na
lista A3 da Portaria nº 344/1998, de modo que a prescrição
passou a ser autorizada por meio de Notificação de Receita A e
de Termo de Consentimento Informado do Paciente.

HÁ UM PROCEDIMENTO:
1) PRESCRIÇÃO MÉDICA

CFM FOI EXTREMAMENTE RESISTENTE: primeiro permitiu só em alguns


quadros de epilepsia infanto-juvenil, e somente quando o paciente
não respondesse bem a outros tratamentos.
Atualmente: Resolução CFM nº 2.324/22 permitiu para tratamento de
epilepsias na infância e adolescência refratárias às terapias
convencionais na
Síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut e no Complexo de Esclerose
Tuberosa e, em estudos clínicos autorizados pelo Sistema CEP/CONEP

Proibido receita in natura.


2) Antes - 2015
Entrava-se com um processo de Importação junto com a ANVISA.
Demorava meses. De acordo com a agência, 5.406 pedidos para
importação foram autorizados por ela de 2015 até julho de 2018.

Os preços variam de US$ 158.00 (caixa com uma seringa de 3,0


gramas), de US$ 448.00 (caixa com um seringa de 10 gramas) e
US$ 2.400,00 (caixa com 06 seringas de 10 gramas).
2) Antes – 20/08/2018
A determinação dada no REsp 1.657.075 permitiu, pela primeira vez, a
importação direta de canabidiol por uma família de Pernambuco que tem
uma filha com paralisia cerebral. A criança sofre de epilepsia intratável,
tendo em média 240 crises epilépticas por mês. Diante da ineficácia dos
tratamentos tradicionais, os médicos indicaram o canabidiol como terapia
alternativa. O STJ confirmou decisão da Justiça Federal que, além de
permitir a importação direta, proibiu a União de destruir, devolver ou
impedir que o canabidiol importado chegue ao seu destino.

Cai o preço: US$ 70 (R$ 250), sem contar as taxas de transporte e


importação. Produtos com maior processamento são ainda mais caros – o
Mevatyl sai por R$ 2.896 reais (uma caixa contendo três frascos de 10 ml).
2) Atual
Importar Sementes + Plantação em casa.
STJ. 5ª Turma. HC 779.289/DF, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 22/11/2022 (Info 758).

Semente de maconha:
É atípica a conduta de importar pequena quantidade de sementes de maconha.
STF. 2ª Turma. HC 144161/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/9/2018 (Info 915).
STF HABEAS CORPUS 143.890 SÃO PAULO. Monocrática Celso de Mello. julgado em 15/05/2019 – ausência de THC - Para o ministro, se o exame
pericial efetuado sobre as sementes aponta a inexistência do princípio ativo da maconha, a conduta deve ser encarada como crime impossível
por absoluta impropriedade do objeto.

AHHH SE NÃO ENCAIXA EM DROGA É CONTRABANDO:


STJ: INSIGNIFICÂNCIA. RECURSO ORDINÁRIO EMHABEAS CORPUS. CONTRABANDO.IMPORTAÇÃO DE SEMENTES DEMACONHA. TRANCAMENTO
DAAÇÃO PENAL. PEQUENAQUANTIDADE DE SEMENTES.PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.INCIDÊNCIA. RECURSO PROVIDO. Data do Julgamento:
14/10/2020.

STJ AINDA RESISTIA, MAS:


STJ. É atípica a conduta de importar pequena quantidade de sementes de maconha. 3ª Seção. EREsp 1624564-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado
em 14/10/2020 (Info 683).
3) Quantidade?
07/06/2023:
STJ, o ministro Rogerio Schietti Cruz deu provimento a um recurso em habeas
corpus para autorizar um homem diagnosticado com ansiedade generalizada a
plantar e cultivar de 354 a 238 pés de cannabis por ano, com o objetivo de extrair
as propriedades medicinais da planta para uso terapêutico próprio.
O paciente detinha laudo de engenheiro agrônomo que indicava a quantidade de
plantas que deviam ser cultivadas para que a prescrição médica fosse atendida em
sua plenitude: de 96 a 57 por ciclo a cada 3 meses, totalizando de 354 a 238
plantas por ano, adicionadas as 10 plantas clonais.
"Fica vedada a comercialização, doação ou transferência a terceiros da matéria-
prima ou dos compostos derivados da erva. O benefício não impede o controle
administrativo do processo de plantio, cultura e transporte da substância, fora dos
termos ora especificados", concluiu.
ART. 28 USO - reincidência
Viola o princípio da proporcionalidade a consideração de
condenação anterior pelo delito do art. 28 da Lei nº 11.343/2006,
“porte de droga para consumo pessoal”, para fins de reincidência.
STF. 2ª Turma. RHC 178512 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin,
julgado em 22/3/2022 (Info 1048).
ART. 28 USO – revoga sursis
O processamento do réu pela prática da conduta descrita no art.
28 da Lei de Drogas no curso do período de prova deve ser
considerado como causa de revogação facultativa da suspensão
condicional do processo. (STJ, REsp 1.795.962/SP, j. 10/03/2020)
Art 28 e Insignificância
Entendimento do STF (aplicabilidade) STF (INAPLICABILIDADE) STJ (INAPLICABILIDADE)

PENAL. HABEAS CORPUS. Habeas corpus. 2. Posse de AG.REG. NO HABEAS CORPUS AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO
ARTIGO 28 DA LEI 1 (um grama) de maconha. 202.883 SÃO PAULO Segunda RECURSO EXTRAORDINÁRIO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RECURSO ORDINÁRIO EM
11.343/2006. PORTE 3. Condenação à pena de 6 Turma 15/09/2021 COM AGRAVO. PENAL. POSSE DE POSSE DE ENTORPECENTE PARA HABEAS CORPUS . ART. 28 DA
ILEGAL DESUBSTÂNCIA (seis) anos, 9 (nove) meses 1,8 gramas de maconha. Na linha ENTORPECENTES. USO PRÓPRIO. USO PRÓPRIO. CRIME DE PERIGO LEI N. 11.343/2006.
ENTORPECENTE. ÍNFIMA e 20 (vinte) dias de de cuidado-de-perigo ao bem PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. ABSTRATO. PEQUENA APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA
QUANTIDADE. PRINCÍPIO reclusão, em regime inicial jurídico tutelado pela norma ATIPICIDADE. IMPOSSIBILIDADE. QUANTIDADE DE DROGA INSIGNIFICÂNCIA.
DAINSIGNIFICÂNCIA. fechado. 4. Pedido de jurídico-penal, pode haver: (1) 2. A aplicação do princípio da INERENTE À NATUREZA DO IMPOSSIBILIDADE. Além disso,
APLICABILIDADE. WRIT absolvição. Atipicidade demonstração de dano – CRIMES insignificância exige que a DELITO PREVISTO NO ART. 28 DA trata-se de delito de perigo
CONCEDIDO. . (STF, HC material. 5. Violação aos DE DANO; (2) demonstração da conduta seja minimamente LEI N. 11.343/06. TIPICIDADE DA abstrato, dispensando-se a
110478/SC, 1ª Turma Rel. princípios da ofensividade, certeza de risco de dano – ofensiva, que o grau de CONDUTA. PRINCÍPIO DA demonstração de efetiva lesão
Min. Dias Toffoli, j. proporcionalidade e PERIGO CONCRETO; (3) reprovabilidade seja ínfimo, que INSIGNIFICÂNCIA. ao bem jurídico tutelado pela
14.02.2012.) insignificância. 6. Parecer demonstração da possibilidade de a lesão jurídica seja inexpressiva INAPLICABILIDADE. ILEGALIDADE norma – saúde pública.
da Procuradoria-Geral da risco de dano – PERIGO e, ainda, que esteja presente a NÃO DEMONSTRADA. RECURSO Precedentes. 2. Agravo
República pela concessão ABSTRATO; (4) não demonstração ausência de periculosidade do IMPROVIDO. 1. porque o delito regimental a que se nega
da ordem. 7. Ordem da possibilidade de risco de dano agente. In casu, não há previsto no art. 28 da Lei nº provimento. (STJ, AgRg no RHC
concedida para reconhecer ou impossibilidade de risco de elementos suficientes a fim de se 11.343/06 é crime de perigo 68686q/MS, 6ª Turma, Rel.
a atipicidade material. (HC dano - ATÍPICA. DIMENSÃO DA apreciar o preenchimento de abstrato e, além disso, o Min. Antonio Saldanha
127573, Relator(a): TIPICIDADE MATERIAL: POSITIVA todos os pressupostos hábeis à reduzido volume da droga é da Palheiro, DJe 12.09.2016.)
GILMAR MENDES, Segunda (BEM JURÍDICO MERECE aplicação do aludido princípio, a própria natureza do crime de
Turma, DJe 25.11.2019) PROTEÇÃO) DIMENSÃO fim de trancar a ação porte de entorpecentes para uso
NEGATIVA (LESIVIDADE AO BEM penal.(Grifamos) (STF, ARE próprio. (STJ, AgRg no AREsp
JURÍDICO) - este último, 728688/DF, Rel. Min. Luiz Fux, j. 1093488/RS, 5ª Turma, Rel. Min.
ofensividade que desagua no 17.09.2013.) Jorge Mussi, DJe 18.12.2017.
item 4.
PROCEDIMENTO - TCO
Art 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou
trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será
submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;


II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso
educativo.
Não há APF
Art. 48 (...)

§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art 28 desta Lei, não se


imporá prisão em flagrante,

Quem lavra o TCO?


Art. 48 (...) § 2º
devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo
competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele
comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se
as requisições dos exames e perícias necessários.

§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º


deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no
local em que se encontrar, vedada a detenção do agente.
Considerando-se que o termo circunstanciado não é procedimento
investigativo, mas sim uma mera peça informativa com descrição detalhada
do fato e as declarações do condutor do flagrante e do autor do fato, deve-
se reconhecer que a possibilidade de sua lavratura pela autoridade judicial
(magistrado) não ofende os §§ 1º e 4º do art. 144 da Constituição, nem
interfere na imparcialidade do julgador.
As normas dos §§ 2º e 3º do art. 48 da Lei nº 11.343/2006 foram editadas
em benefício do usuário de drogas, visando afastá-lo do ambiente policial
quando possível e evitar que seja indevidamente detido pela autoridade
policial.
STF. Plenário. ADI 3807, Rel. Cármen Lúcia, julgado em 29/06/2020 (Info 986
– clipping).
DESCRIMINALIZAÇÃO - RE 635.659
O tema, de amplo impacto na política criminal brasileira, começou a ser discutido em 2015
e tem repercussão geral reconhecida. O julgamento foi interrompido por pedido de vista do
ministro Teori Zavascki, seu sucessor na cadeira, o ministro Alexandre de Moraes liberou o
voto-vista em 2018 e desde então o caso estava na fila da pauta.

Até o momento, três ministros votaram. Relator, Gilmar Mendes propôs que a posse de
quaisquer drogas para uso pessoal não seja considerada crime, sob pena de ofensa à
privacidade e à intimidade do usuário. Luis Roberto Barroso e Luiz Edson Fachin votaram
pela descriminalização da posse apenas de maconha.

Incluído no calendário de julgamento pela Presidente


Data de Julgamento: 02/08/2023
TRÁFICO X LEI DE DROGAS
ART. 28 – PORTE PARA CONSUMO
§1º - SEMEIA, CULTIVA, COLHE PLANTAS PARA PREPARAÇÃO PARA SEU CONSUMO PESSOAL
Art. 33 – TRÁFICO
33 § 1º - TRÁFICO MATÉRIA PRIMA, INSUMO, PRODUTO PARA PREPARAR – SEMEIA / CULTIVA – UTILIZALOCAL/BEM
IV – AGENTE POLICIAL DISFARÇADO
33 § 2º - INDUÇÃO, INSTIGAÇÃO AO USO – 1 A 3 ANOS
33 § 3º - TRÁFICO COMPARTILHADO – 06 A 01
33 § 4º - TRÁFCO ‘PRIVILEGIADO’
34 – FABRICAÇÃO, MAQUINÁRIO, APARELHO
35 – ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO – 2 OU MAIS
36 – FINANCIAMENTO DO TRÁFICO – 8 A 20 ANOS
37 – COLABORADOR/INFORMANTE GRUPO/ORG./ASSOC
38 – PRESCRIÇÃO CULPOSA – 6 MESES 2 ANOS
39 CONDUÇÃO EMBARCAÇÃO AERONAVE
É HEDIONDO?
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
A Lei nº 13.964/2019, ao promover alterações na Lei de Execução
Penal, apenas afastou o caráter hediondo ou equiparado do
tráfico privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei nº 11.1343/2006), nada
dispondo sobre os demais dispositivos da Lei de Drogas.
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 754.913-MG, Rel. Ministro Jorge
Mussi, julgado em 6/12/2022 (Info 760).
CONSEQUÊNCIAS EQUIPARAÇÃO
1.
2.
3.
4.
5.
6.
CONSEQUÊNCIAS EQUIPARAÇÃO
1. INAFIANÇÁVEL
2. SEM GRAÇA
3. SEM ANISTIA
4. SEM INDULTO
5. PROGRESSÃO
6. LIVRAMENTO
ART 35 LEI DE DROGAS
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37
desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça,
indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de
suas penas em restritivas de direitos.

Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-


se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois terços
da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.
AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. CRIME DE
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. LIVRAMENTO CONDICIONAL. REQUISITO OBJETIVO.
CUMPRIMENTO DE 2/3. ART. 44, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI N. 11.343/2006.
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE. PRECEDENTES. DECISÃO MANTIDA. AGRAVO
IMPROVIDO.1. O acórdão do Tribunal de origem está de acordo com a
jurisprudência desta Corte, no sentido de que, independentemente de o crime de
associação para o tráfico não se enquadrar no rol de delitos hediondos, certo é que
a Lei n.º 11.343/06, em seu art. 44, parágrafo único, previu expressamente a
necessidade do cumprimento de 2/3 (dois terços) da pena, devendo essa previsão
legal prevalecer em relação ao art. 83 do Código Penal, em atenção ao princípio da
especialidade (AgRg no RHC 117.816/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR,
SEXTA TURMA, julgado em 12/05/2020, DJe 19/05/2020).2. Agravo regimental
improvido.(AgRg no HC 633.872/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA,
julgado em 09/02/2021, DJe 18/02/2021)

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