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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM PUNÇÃO ARTERIAL

CURSO DE CAPACITAÇÃO EM PUNÇÃO ARTERIAL

Apostila organizada pelas enfermeiras Anna Karoline Fossa,


Franciele Arconti, Suzana Geremias Fernandes e Tamara Carina
de Araujo, para aplicação do Curso de Capacitação em Punção
Arterial, promovido por Hammes Cursos.

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Sumário

1. DEFINIÇÃO ............................................................................................................. 4
2. RESOLUÇÃO COFEN ............................................................................................. 5
3. INDICAÇÕES E CONTRA INDICAÇÕES ............................................................ 6
4. LOCAIS DE ESCOLHA ........................................................................................... 7
5. TESTE DE ALLEN .................................................................................................. 9
5.4 CLASSIFICAÇÃO DO RESULTADO .............................................................. 11
6. PUNÇÃO ARTERIAL PARA GASOMETRIA ..................................................... 12
7. PUNÇÃO PERCUTÂNEA PARA CATETERIZAÇÃO ARTERIAL .................. 15
7.3 MATERIAL ........................................................................................................ 16
8. CUIDADOS ............................................................................................................ 20
9. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 22

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1. DEFINIÇÃO

É o procedimento de punção à rede arterial do indivíduo, podendo ser realizada para


coleta de sangue para fins de monitorização bioquímica ou inserção de um cateter
periférico em artéria por meio de punção percutânea, conectado a um transdutor de
pressão, para obter a monitorização da pressão arterial sistêmica (sistólica, diastólica e
média).

A punção arterial é um procedimento muito comum em pacientes hospitalizados,


especialmente em unidades de tratamento intensivo (UTIs). Através dela são obtidas
medidas do sangue arterial como pH, pressão parcial de dióxido de carbono, pressão
parcial de oxigênio, saturação da hemoglobina pelo oxigênio e excesso ou falta de bases
plasmáticas, sendo o bicarbonato um exemplo, ou para monitorização da Pressão Arterial
Média PAM/ Pressão Arterial Invasiva PAI, onde é realizada na maioria das vezes em
pacientes instáveis hemodinamicamente, pacientes em prótese ventilatória que
necessitam de coletas frequentes de sangue arterial para gasometria.
Pressão Arterial Média é a pressão efetiva que leva o sangue aos tecidos durante o
ciclo cardíaco. A medida desta vem sendo realizada com maior frequência, em cirurgias
de médio e grande porte, devido à facilidade que ela representa na detecção de variações
rápidas e bruscas dos parâmetros hemodinâmicos desses pacientes. Tais medidas podem
ser obtidas de duas formas:

1- Método Direto ou Invasivo - Através da punção de artérias periféricas ou centrais


e ligação a sistemas que possibilitem a leitura da PAM.

2- Método Indireto ou Não-Invasivo - Através do método Auscultatório de Korotkof


(com auxílio de fórmulas - método demorado e pouco fidedigno) ou através dos chamados
aparelhos de pressão não-invasiva (equipamentos computadorizados que medem a PAM
intermitentemente com intervalos prefixados e informam através de painéis digitais.

Em 1856, Faiure obteve a PA de um paciente com o auxílio do cateterismo da


artéria femoral 1. Em 1925, Merke e Muller, dissecaram, cirurgicamente artérias
braquiais de pacientes para medidas diretas de PAM.

As primeiras punções da artéria braquial foram feitas por Wolf e Von Bondsdorff
com a inserção de agulhas nessas artérias para medidas diretas de PA, em 1931.

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Em, 1952, Fuller e col, mediram pressões arteriais e calcularam as pressões de pulso,
fazendo medidas comparativas de pressões nas Artérias Aórtica e medidas comparativas
de pressões nas Artérias Aórtica e Radial simultaneamente durante Cirurgias de
Coarctação de Aorta.

2. RESOLUÇÃO COFEN

RESOLUÇÃO COFEN Nº 390/2011

Normatiza a execução, pelo enfermeiro, da punção arterial tanto para fins de gasometria
como para monitorização de pressão arterial invasiva

O Conselho Federal de Enfermagem – COFEN, no uso das atribuições que lhe são
conferidas pel Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo Regimento da Autarquia,
aprovado pela Resolução Cofen nº 242, de 31 de agosto de 2000.

CONSIDERANDO o Artigo 11, inciso I, alínea “m”, da Lei nº 7.498, de 25 de junho de


1986, segundo o qual o Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-
lhe, privativamente, a execução de cuidados de enfermagem de maior complexidade
técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões
imediatas;

CONSIDERANDO a punção arterial para fins de gasometria e monitorização de pressão


arterial invasiva como um procedimento complexo, que demanda competência técnica e
científica em sua execução;

CONSIDERANDO a Resolução Cofen nº 358, de 15 de outubro de 2009, que dispõe


sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de
Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado
profissional de Enfermagem; e

CONSIDERANDO tudo mais que consta nos autos do PAD/Cofen nº 124/2011 e a


deliberação do Plenário em sua 407ª Reunião Ordinária.

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RESOLVE:

Art. 1º No âmbito da equipe de Enfermagem, a punção arterial tanto para fins de


gasometria como para monitorização da pressão arterial invasiva é um procedimento
privativo do Enfermeiro, observadas as disposições legais da profissão.

Parágrafo único O Enfermeiro deverá estar dotado dos conhecimentos, competências e


habilidades que garantam rigor técnico-científico ao procedimento, atentando para a
capacitação contínua necessária à sua realização.

Art. 2º O procedimento a que se refere o artigo anterior deve ser executado no contexto
do Processo de Enfermagem, atendendo-se as determinações da Resolução Cofen nº
358/2009.

Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

3. INDICAÇÕES E CONTRA INDICAÇÕES

3.1 INDICAÇÕES

Entre as principais indicações de punção arterial estão:

• Evitar o desconforto e a lesão decorrentes da punção arterial frequente (mais de 4


vezes em 24 horas ou avaliação do profissional);
• Administração de drogas intra-arteriais;
• Quando objetivo da punção é para o exame de gasometria arterial diário ou
esporádico, dá-se preferência à punção arterial sem colocação de cateter; em situações
emergenciais, pode-se optar pela coleta de sangue arterial para testes laboratoriais
quando o acesso venoso não for viável.
• Posição de um local para remoção rápida do volume sanguíneo, em situações de
sobrecarga volêmica;
• Mensuração acurada, frequente e contínua da pressão arterial nos pacientes que
utilizam drogas vasoativas potentes (nitroprussiato de sódio, adrenalina, dopamina,
etc).

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3.2 CONTRA INDICAÇÕES

Dentre as poucas contraindicações absolutas ao procedimento, estão um teste de


Allen modificado negativo e a presença de alterações no ponto de acesso arterial como
infecção, anatomia alterada, trombo, doença vascular periférica grave e síndrome de
Raynaud ativa, sendo indicado a realização em outra artéria ou considerar coleta de
sangue venoso.

Como contraindicações relativas, deve-se avaliar o risco-benefício da realização da


gasometria arterial em pacientes sob uso de anticoagulantes ou portadores de
coagulopatias e trombocitopenias, como valores críticos um RNI acima ou igual a 3 e/ou
um tempo de tromboplastina parcial ativada acima de 100 segundos. Histórico de doença
de Raynaud e sinais de má perfusão periférica também são motivos para maior atenção
por parte do profissional.

É importante ressaltar que o uso de agentes antiplaquetários, como aspirina, não é


configurado como contraindicação.

4. LOCAIS DE ESCOLHA

Durante a preparação para o procedimento é importante escolher um ponto cujo


acesso seja fácil e seguro, considerando a anatomia perivascular para evitar artérias sem
circulação colateral, de difícil compressão em caso de hemorragia, com vasos venosos
muito próximos ou com estruturas adjacentes muito sensíveis à dor. Em síntese, para a
escolha mais adequada, deve-se levar em consideração:

• facilidade de acesso ao vaso;


• integridade e sensibilidade dolorosa das estruturas adjacentes à artéria;
• proximidade de vasos venosos;
• presença de circulação colateral.

Dessa forma, são elencados como os locais mais utilizados para punção, sendo:

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• artéria radial;
• artéria braquial;
• artéria femoral;
• artéria dorsalis pedis.

Dentre as citadas, destaca-se a artéria radial por essa ser de fácil acesso, especialmente
ao nível do túnel do carpo, somado ao fato de não apresentar vasos importantes próximos
e ter a artéria ulnar como corresponsável pela circulação sanguínea da mão.

Como segunda opção, sugere-se a artéria braquial ao nível da fossa antecubital.

Deve-se evitar puncionar a artéria femoral por conta do risco de infecção e da ausência
de circulação colateral adequada abaixo do ligamento inguinal.

Para se certificar que o fluxo sanguíneo colateral da mão está íntegro, é indicado a
realização do teste de Allen modificado antes de puncionar a artéria radial.

Se necessário, pode-se utilizar ultrassonografia doppler, pletismografia e exame de


ressonância magnética para avaliar a circulação colateral, mas o uso com esta finalidade
é pouco frequente na prática.

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5. TESTE DE ALLEN

É um teste para a verificação da circulação arterial da mão, por meio da análise de


perfusão das artérias radial e ulnar.

Tem como finalidades:

• Testar a suficiência da artéria ulnar no suprimento sanguíneo da mão.


• Avaliar a presença da circulação colateral adequada para a mão.
• Observar a velocidade de retorno da circulação da mão.

5.1 INDICAÇÕES

• Pacientes com necessidade de punção da artéria radial para procedimentos


hemodinâmicos.
• Pacientes com necessidade de coleta de amostra de sangue arterial.

5.2 CONTRAINDICAÇÕES/RESTRIÇÕES

• Lesões nos locais de compressão das artérias ulnar e radial.


• Alterações vasculares diagnosticadas nos membros superiores.

Responsáveis pela execução: Enfermeiros, médicos.

5.3 DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS

• Explicar o procedimento a ser realizado e a sua finalidade ao paciente e/ou familiar,


obter o seu consentimento e realizar o exame físico específico.
• Higienizar as mãos.
• Colocar o paciente em decúbito dorsal (acamado) ou sentado (consciente).
• Colocar a mesa de cabeceira próxima ao paciente, quando estiver sentado.

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• Calçar as luvas de procedimento, se necessário.
• Solicitar ao paciente que estenda o braço, preferencialmente, o da mão não dominante,
sobre a cama ou sobre a mesa, com a palma da mão voltada para cima.
• Posicionar-se próximo ao tronco do paciente
• Localizar os pulsos das artérias radial e ulnar, palpando-os com os dedos indicador e
médio (2° e 3° quirodáctilo) de ambas as mãos (Ilustração 1 e Foto 1).
• Solicitar ao paciente que feche a mão.
• Comprimir as artérias radial e ulnar com os dedos, simultaneamente (Foto 2).
• Solicitar ao paciente que abra e feche a mão por algumas vezes, mantendo-a, em
seguida, aberta e relaxada (Foto 3).
• Aguardar alguns segundos até que a mão fique pálida.
• Liberar a pressão manual aplicada na artéria ulnar, mantendo a compressão na artéria
radial (Foto 4).
• Contar o tempo de enchimento capilar no relógio, observando o retorno da circulação
da artéria ulnar por meio da coloração avermelhada da palma da mão
• Repetir o teste no outro braço, caso o resultado seja insatisfatório (maior do que sete
segundos).
• Retirar as luvas de procedimento, se for o caso.
• Colocar o paciente em posição confortável, adequada e segura.
• Higienizar as mãos.
• Proceder às anotações de enfermagem, constando: resultado obtido (satisfatório ou
insatisfatório) e a conduta tomada.

O teste de Allen é subjetivo, qualitativo e depende da análise do observador. Para


aumentar a sua confiabilidade, poderá ser utilizada a oximetria de pulso,
simultaneamente, que permite observar o desaparecimento da onda de pulso na
compressão rádio/ulnar.

Proceder ao teste de Allen em pacientes não colaborativos ou inconscientes da


seguinte forma: elevar a mão acima da cabeça, comprimindo as artérias radial e ulnar por
alguns segundos até a mão ficar pálida; retornar a mão sobre o colchão e descomprimir a
artéria ulnar.

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5.4 CLASSIFICAÇÃO DO RESULTADO

Satisfatório ou negativo: quando o tempo de retorno da coloração palmar ocorrer até


sete segundos, após a descompressão da artéria ulnar.

Insatisfatório ou positivo: quando o tempo de retorno da coloração palmar for superior


a sete segundos.

Não puncionar a artéria radial no membro testado quando o teste de Allen apresentar
resultado insatisfatório, porque aumentam os riscos de complicações isquêmicas. Repetir
o teste no outro membro; se o resultado for satisfatório, a artéria poderá ser puncionada.

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6. PUNÇÃO ARTERIAL PARA GASOMETRIA

6.1 INDICAÇÕES

Considerado um procedimento de rotina em enfermarias e UTIs para auxiliar no


diagnóstico e na evolução de pacientes com desequilíbrio acidobásico, a realização de
gasometria arterial está indicada em pacientes:

• portadores de distúrbios metabólicos;


• cetoacidose diabética;
• doença renal crônica;
• pancreatite aguda com insuficiência respiratória:
• doença pulmonar obstrutiva crônica;
• pneumonia grave com hiperventilação em uso de ventilação mecânica.

6.2 MATERIAL NECESSÁRIO


• Equipamentos de Proteção Individual – EPI;Bandeja;
• Gaze estéril;
• Algodão;
• Álcool 70%;
• Luvas de procedimento;
• Fita adesiva hipoalergênica;
• Seringa para coleta de gasometria arterial (de preferência);
• Seringa de 3 ml + 0,2 ml de heparina sódica (na falta da seringa de gasometria
arterial);
• Frasco de heparina 5.000 UI (na falta da seringa de gasometria arterial);
• Tampa de borracha para ocluir a agulha (na falta da seringa de gasometria
arterial);
• 02 agulhas 25x7,0 (na maioria das vezes); Sempre escolher agulhas de tamanhos
que sejam apropriados para o local (os calibres menores têm mais probabilidade
de causar lise do espécime).

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• Fita de identificação com os dados do paciente (nome completo, prontuário,
número de leito, horário da coleta, temperatura, FIO2 e nome do responsável pela
coleta);

6.3 DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO

• Conferir a solicitação do exame;


• Explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante, se for o caso;
• Higienizar as mãos;
• Quando não tiver dispositivo específico para coleta de sangue arterial:
• Heparinizar a seringa;
• Realizar desinfecção do frasco de heparina sódica com álcool 70%, adaptar a agulha
25x7,0 mm e a seringa e aspirar 0,2ml de heparina sódica, lubrificando a seringa em
toda sua extensão, ejetar o excesso deixando somente 0,1 ml;
• Trocar a agulha pela de numeração 0,7 x 25 mm;
• Reunir o material e levar até o leito do paciente colocando em local de fácil acesso;
• Garantir a privacidade do paciente, colocando biombo, se necessário;
• Posicionar confortavelmente o paciente em decúbito dorsal ou sentado, se possível;
• Calçar luvas de procedimento;
• Para coleta na artéria radial: Realizar o Teste de Allen Modificado;
• Se teste positivo, identificar a artéria radial por meio de palpação próximo ao processo
estiloide do rádio e o tendão dos flexores do carpo (sente-se o pulso radial entre essas
duas estruturas anatômicas;
• Palpar a artéria usando os dedos indicador e médio de uma das mãos; segurar a seringa
com agulha (25x7,0) com o bisel para cima, inclinado num ângulo de 30º (artéria
radial) 45º (artéria braquial) e 90º (artéria femoral);
• Realizar a antissepsia com algodão umedecido com álcool 70% em movimentos
circulares com a mão dominante ou conforme protocolo institucional;
• Perfurar a pele e a parede arterial no angulo indicado para o local da coleta, com a
mão dominante, obedecendo o sentido da artéria. Avançar a agulha lentamente até
que o sangue arterial flua espontaneamente para a seringa. Caso o sangue não retorne

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espontaneamente, puxar o êmbolo da seringa com a mão dominante e coletar de 1 a 3
e ml de sangue;
• Retirar a agulha e comprimir imediatamente o local com a gaze, fazendo pressão por
5 a 10 minutos até obter a hemostasia. Na sequência realizar curativo oclusivo e
compressivo, utilizando gaze e fita adesiva hipoalérgica;
• Segurar a seringa na posição vertical, remover imediatamente as bolhas de ar da
seringa e tampar a seringa (figura 3) ou “espetar” na tampinha borracha (na falta da
seringa de gasometria arterial);

Realizar homogeneização e rotação da seringa entre as mãos, pôr no mínimo 10X


logo após a coleta (Figura 4);

Fixar no corpo da seringa a fita com os dados de identificação da amostra;

Encaminhar imediatamente a amostra para o laboratório, junto com o formulário


de solicitação de exames;

Registrar os dados de enfermagem no prontuário do paciente.

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FONTE: Google imagens.

7. PUNÇÃO PERCUTÂNEA PARA CATETERIZAÇÃO ARTERIAL

7.1 INDICAÇÕES

• Intra e Pós-operatório de grandes cirurgias;


• Clientes graves com instabilidade hemodinâmica (em choque; em uso de drogas
vasoativas e outros);
• Clientes com complicações ventilatórias;
• Clientes com rigoroso controle da pressão arterial sistêmica;
• Clientes críticos em posição prona, entre outras.

7.2 CONTRAINDICAÇÕES

• Teste de Allen insatisfatório (punção em artéria radial)


• Ausência de pulsos

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• Após três tentativas de punção percutânea sem sucesso
• Coagulopatias
• Uso de anticoagulantes e trombolíticos
• Arterosclerose avançada
• Presença de Fenômeno de Raynaud
• Membro lateral à mastectomia, ou com paresia/plegia e/ou com fístula
arteriovenosa

7.3 MATERIAL

• Equipamentos de Proteção Individual – EPI (avental descartável, luvas esterilizadas,


máscara cirúrgica, gorro e óculos de proteção/protetor facial);
• Suporte de soro;
• Mesa de apoio;
• Bandeja de curativo;
• Gazes esterilizadas;
• Clorexidine alcoólica 0,5%;
• Pequeno campo cirúrgico esterilizado;
• Abocath: o > 40kg = nº 20; o Lactente e pré-escolar = nº 22 -24; o Neonatos = nº 24;
• Kit descartável de transdutor de pressão arterial esterilizado;
• Suporte/placa do domo;
• Bolsa pressórica;
• Régua niveladora;
• Soro fisiológico (SF) 0,9%;
• Seringa 5ml;
• Agulha 40x12;
• Soro Fisiológico 0,9% 10ml;
• Heparina sódica (se prescrito pelo médico);
• Monitor com módulo e cabo para a monitorização de pressão arterial invasiva;
• Fita hipoalergênica ou transparente semipermeável, esterilizada e com boa
adesividade.

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7.4 DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS

• Checar a existência de circulação colateral (Teste Allen);


• Optar pelo lado não dominante;
• Utilizar as seguintes artérias na ordem de preferência: radial, ulnar, pediosa, tibial
posterior, femoral.
• Artéria radial – palpável na face radial e anterior do punho, 1 a 2 cm proximal à
dobra do punho;
• Artéria femoral – palpável no triângulo femoral, 1 a 2 cm do ligamento inguinal.

Preparo

• Se artéria radial, Teste de Allen modificado (descrito no próximo tópico);


• Posicionamento adequado do paciente e localização tátil e visual dos pontos de
referência anatômicos para orientação da punção vascular;
• Estabilização do local a ser puncionado;
• Conectar SF ao equipo de monitorização invasiva e pressurizar a 200 a 300 mmHg
(considerar manter infusão contínua a 3ml/h com esta pressurização);
• Conectar o cabo ao monitor e ao transdutor de pressão do equipo;
• Preencher todo o equipo de monitorização e extensão com SF 0,9%;
• Colocar suporte do transdutor da pressão alinhado com o eixo flebostático (ponto
de referência no tórax utilizado como linha de base para o posicionamento do
transdutor, representando o posicionamento do átrio pela intersecção do 4º espaço
intercostal com a linha axilar média);
• Zerar o sistema e o monitor;
• Higienização das mãos;
• Antissepsia com clorexidine alcoólica 0,5% por 30 segundos com movimentos de
vai e vem;
• Se necessário anestesia local, esta será realizada, exclusivamente pelo médico, e
com a menor dose possível de anestésico local, tendo cuidado de espalhá-lo ao
redor da artéria (evitar vasoespasmo).

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Técnica:

Artéria Radial: Posicionamento do paciente – mão com leve dorsiflexão do punho,


preferencialmente do membro não dominante (com auxílio de coxim);

Palpação da artéria ao longo do percurso até que ela penetre no retináculo flexor 1 cm
proximal à prega do punho;

Introduzir agulha da punção no ponto demarcado, com bisel para cima, em um ângulo de
30º a 45º em relação à pele;

Após a punção da artéria com refluxo de sangue, deve-se reduzir o ângulo para 15º;

Manter a mão firme, retirar a seringa e observar características do sangue, que deve fluir
livre e pulsátil. No caso de punção com Abocath®, neste ponto, já conectar o mesmo ao
sistema pressurizado;

Observar a curva de pressão arterial no monitor;

Curativo (na ausência de kit específico, fixar apenas com curativo);

Rechecar a adequada curva de pressão.

Artéria Femoral: Posicionamento do paciente – decúbito dorsal horizontal com leve


rotação lateral do membro a ser manipulado;

Palpação da artéria no triângulo femoral, em posição lateral à veia femoral;

Introduzir agulha da punção no ponto demarcado com direcionamento cranial, com bisel
para cima, em um ângulo de 30º a 45º em relação à pele;

Após a punção da artéria, observar fluxo pulsátil e vermelho-vivo;

Conectar o cateter ao sistema pressurizado já preenchido com soro;

Observar a curva de pressão arterial no monitor;

Fixar o cateter específico com sutura em suas aletas;

Curativo oclusivo;

Rechecar a adequada curva de pressão

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FONTE: Google imagens.

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8. CUIDADOS

Manter vigilância para possíveis complicações: sangramento no sítio de inserção do


cateter, especialmente em clientes portadores de coagulopatia, embolização arterial e
sistêmica; insuficiência vascular; necrose isquêmica; infecção; injeção acidental de
drogas intra-arterial; trombose; espasmo arterial; hematoma local; dor local e fístula
arteriovenosa.

Realizar troca do curativo conforme protocolos institucionais;

Não lavar o cateter com SF0,9%, por meio de pressão, caso esteja obstruído. Neste
caso, tentar primeiramente a aspiração, e se não for obtido sucesso, remover o cateter.

Trocar e rotular o frasco de SF 0,9% a cada 24 horas, ou antes, se necessário.

Trocar os transdutores, juntamente com os seus acessórios, a cada 96 horas.

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Avaliar diariamente a necessidade de manter o cateter arterial periférico.

Não trocar rotineiramente o cateter arterial periférico. Retirar o cateter arterial se não
houver mais a sua indicação e quando observado sinais flogísticos no sítio de inserção ou
mal funcionamento do sistema. Proceder: antissepsia no sítio de inserção com clorexidine
alcoólica, antes da retirada do cateter; compressão local com gazes dobradas por 5
minutos; aplicação de curativo levemente compressivo e vigília periódica do local por
duas horas.

Desprezar o kit do transdutor (material de uso único) no recipiente de descarte para


resíduos infectantes e o cateter intravascular periférico no recipiente de descarte de
perfurocortante.

Encaminhar a placa/suporte do domo, cabos e a bolsa pressórica à Central de


Equipamentos, para limpeza, desinfecção e armazenamento.

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9. REFERÊNCIAS

ARAÚJO, G. M. et al. Procedimento de gasometria arterial em unidade de terapia


intensiva: relato de experiência. Revista de Enfermagem, v. 11(11), p.72-79, 2015.
Disponível em:
http://revistas.fw.uri.br/index.php/revistadeenfermagem/article/view/1693. Acesso em:
08 de fevereiro de 2022.
BOWDEN, V. R.; GREENBERG, C. S. (Org.). Procedimentos de Enfermagem
Pediátrica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 744 p. BRASIL.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN). Resolução COFEN
nº 390/2011, de 20 de outubro de 2011. Acesso em fevereiro 2022.
CONSELHO REGINAL DE ENFERMAGEM DE MINAIS GERAIS. Competências
técnico-científica, ética e legal da equipe de enfermagem na assistência ao paciente em
uso de pressão intraarterial (PIA). Parecer técnico n° 49/2012 de 19 de novembro de 2019.
EBSERH. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ministério da Educação
Procedimentos Operacionais Padrão: Divisão de Enfermagem – Gerência de Atenção à
Saúde – Florianópolis: EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, 2019.
HU- UFSC- Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago. POP
NEPEN/DE/HU Punção arterial para gasometria. 2018. Disponível em:
http://www.hu.ufsc.br/pops/pop-externo/download?id=290. Acesso em janeiro de 2022
HU- UFGD- Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados.
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https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-centro-oeste/hu-
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gas/divisao-de-enfermagem/anexo-121-pop-de-035-coleta-de-gasometria-arterial-no-
adulto.pdf. Acesso em fevereiro 2022.
STACCIARINI, T.S.G.; CUNHA, M.H.R. Procedimentos Operacionais Padrão em
Enfermagem. Atheneu: São Paulo, 2014, 442p.
NORA, F. S.; GROBOCOPATEL, D. Métodos de aferição da pressão arterial média.
Revista Brasileira de Anestesiologia, v. 46, n. 4, 1996.
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais
de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
PINTO, JMA; SARACINI, KC; LIMA, LCA; SOUZA, LP; LIMA, MG; ALGERI,
EDBO. Gasometria arterial: aplicações e implicações para a enfermagem. Revista
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22
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