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HOSPITAL DE CLÍNICAS
1. CONCEITO:
Inserção de um cateter em artéria periférica, por meio de punção percutânea, conectado a um
transdutor de pressão, para obter a monitorização da pressão arterial sistêmica (sistólica, diastólica e
média).
1.1 Responsável pela prescrição 1.2 Responsáveis pela execução
Médico Enfermeiro, médico e acadêmicos de enfermagem
e de medicina sob a supervisão do professor e/ou
responsável
1.3 Finalidades 1.4 Indicações
• Monitorização acurada e contínua da pressão • Intra e pós-operatório de grandes cirurgias
arterial • Clientes graves com instabilidade hemodinâmica
• Análise frequente do equilíbrio ácido-base, (em choque; em uso de drogas vasoativas e
por meio de coleta de amostra de sangue outros)
arterial • Clientes com complicações ventilatórias
• Clientes com rigoroso controle da pressão
arterial sistêmica
• Clientes críticos em posição prona
1.5 Contraindicações/Restrições
• Teste de Allen insatisfatório (punção em artéria
radial)
• Ausência de pulsos
• Após três tentativas de punção percutânea sem
sucesso
• Coagulopatias
• Uso de anticoagulantes e trombolíticos
• Arterosclerose avançada
• Presença de Fenômeno de Raynaud
• Tromboangeíte obliterante / Doença de Buerger
• Membro lateral à mastectomia, ou com
paresia/plegia e/ou com fístula arteriovenosa
2. MATERIAIS
• Cateter arterial do tipo over the needle (abocath ® Arteriofix®) - Adultos – 20 Gauge; Crianças – 20 a
24 Gauge
• Kit descartável de transdutor de pressão arterial esterilizado (Ilustração 1)
• Suporte/placa do domo (local onde o diafragma do equipo transdutor de pressão é posicionado)
• Bolsa pressórica
• Régua niveladora ou laser
• Soro fisiológico (SF) 0,9% (250 mL)
• Coxim
• Recipiente de descarte
• Monitor (Ilustração 2) com módulo e cabo para a monitorização de pressão arterial invasiva
• Fita hipoalergênica/transparente semipermeável, esterilizada e com boa adesividade
Continua
Continua
4. INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM/OBSERVAÇÕES
❖ A pressão arterial invasiva pode ser obtida por punção ou por canulação arterial.
A punção é o procedimento mais indicado, por permitir menor lesão da artéria;
deixando a indicação de canulação, após tentativas de punção sem sucesso. A técnica
por canulação é de responsabilidade médica.
• Dar preferência às punções periféricas em artérias radial (1° opção) e pediosa, para a monitorização
da pressão arterial contínua. A punção em artéria braquial deveria ser evitada pelo potencial risco de
complicações tromboembólicas em antebraço e mão. O acesso às artérias centrais, femoral e axilar é
obtido por meio de canulação e deverá ser adotado precaução máxima de barreira, incluindo campo
esterilizado ampliado, de forma a cobrir todo o corpo do cliente (cabeça aos pés).
• Realizar os procedimentos para o preparo; inserção; manutenção e remoção do cateter arterial,
respeitando as responsabilidades de cada categoria profissional (Quadro 1).
Quadro 1. Responsabilidades por categoria profissional
Categoria Reunir os Montagem Punção Manutenção Curativo Coleta de Remoção
Profissional materiais do sistema arterial Vigilância sangue
periférica
Enfermeiro x x x x x x x
Técnico de x x
Enfermagem
• Manter o frasco de SF 0,9% na bolsa com pressurização a 300 mmHg (adulto e pediátrico).
• Verificar as curvas pressóricas periodicamente, a fim de garantir que a medida registrada esteja sem
interferências. Algumas interferências técnicas são: fluxo retrógado do sistema (ocorre por falta da
pressurização adequada, podendo coagular o sistema); desconexão do sistema; coágulos na luz do
cateter; dobras do cateter ou do sistema.
• Manter nivelado o diafragma do transdutor na altura do 5º espaço intercostal e linha axilar média,
sempre após mudanças no ângulo da cabeceira do cliente.
• Realizar a calibragem do sistema sempre após transportes ou dúvidas quanto ao valor fidedigno da
pressão arterial (curvas amortecidas, por exemplo).
• Monitorar as medidas pressóricas (sistólica, média e diastólica), registrar a cada intervalo prescrito
e comunicar qualquer alteração. Valores aceitáveis da pressão arterial média de 70 a 100 mmHg.
• Inspecionar o sítio de inserção do cateter arterial e área adjacente quanto à temperatura, à
sensibilidade, à perfusão, à coloração e à mobilidade do membro, a cada 2 horas, e comunicar e
registrar qualquer alteração.
• Realizar curativo a cada 24 horas, ou antes, se úmido, solto ou sujo, se utilizado dispositivo de
estabilização não transparente.
• Manter o curativo por até 7 dias, se íntegro e seco, se utilizado dispositivo de estabilização
transparente semipermeável.
• Utilizar SF 0,9% para limpeza e clorexidine alcoólico 0,5% para a antissepsia, quando realizado o
curativo.
• Proteger o sítio de inserção e conexões com plástico durante o banho.
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• Realizar flush com solução salina do próprio circuito, sempre após coleta de sangue, suspeitas de
oclusão/ obstrução e calibração.
• Realizar a coleta de amostra de sangue arterial pela PAI – pressão arterial invasiva, seguindo os
passos:
✓ Reunir os materiais;
✓ Higienizar as mãos e paramentar-se (luvas de procedimento, máscara cirúrgica e avental
óculos de proteção/protetor facial);
✓ Fechar a pinça do rolete do equipo;
✓ Fazer a desinfecção do three ways proximal, principalmente na sua tampa protetora, com gaze
embebida em álcool 70%; com movimentos aplicados de forma a gerar fricção mecânica, de 5
a 15 segundos;
✓ Remover a tampa protetora do three ways;
✓ Conectar seringa de 5 mL no three ways;
✓ Fechar o fluxo em direção a solução salina, deixando aberto o fluxo entre a seringa e artéria;
✓ Aspirar 5 mL de sangue, a fim de remover a solução salina da extensão proximal do equipo;
✓ Fechar o fluxo no sentido para a artéria e retirar a seringa, reservando-a em local adequado,
para posterior descarte em recipiente de resíduo infectante;
✓ Conectar a nova seringa de coleta de amostra no three ways proximal;
✓ Fechar o fluxo em direção da solução salina, deixando aberto o fluxo entre a seringa e artéria;
✓ Aspirar a amostra de sangue (quantidade variável ao tipo de exame), fechar o fluxo do three
ways no sentido para o ambiente, retirar a seringa, remover bolhas de ar, se houver, colocar
o conteúdo nos tubos de coleta indicados, se for o caso, e acoplar suas respectivas tampas
protetoras. Reservar em local adequado;
✓ Conectar a seringa com 10 mL SF 0,9% no three ways proximal, abrir o fluxo para a seringa e a
artéria e realizar o flush, para remover o sangue residual;
✓ Fechar o fluxo no sentido para o ambiente e remover a seringa, reservando-a em local
adequado para posterior descarte em recipiente de resíduo comum;
✓ Posicionar nova tampa protetora do three ways proximal;
✓ Abrir a pinça do rolete do equipo;
✓ Checar a onda pressórica no monitor, a fim de detectar problemas ou obstrução no circuito;
✓ Identificar a seringa e/ou tubos de coletas e encaminhá-los ao laboratório, imediatamente.
✓ Desparamentar e higienizar as mãos.
• Manter vigilância para possíveis complicações: sangramento no sítio de inserção do cateter,
especialmente em clientes portadores de coagulopatia, embolização arterial e sistêmica; insuficiência
vascular; necrose isquêmica; infecção; injeção acidental de drogas intra-arterial; trombose; espasmo
arterial; hematoma local; dor local e fístula arteriovenosa.
• Não lavar o cateter com SF 0,9%, por meio de pressão, caso esteja obstruído. Neste caso, tentar
primeiramente a aspiração, e se não for obtido sucesso, remover o cateter.
• Trocar o dispositivo intravenoso e os transdutores, juntamente com os seus acessórios, a cada 96
horas, ou antes, se for o caso. Proceder: antissepsia no sítio de inserção com clorexidine alcoólica, antes
da retirada do cateter; compressão local com gazes dobradas por 5 minutos; aplicação de curativo
levemente compressivo e vigília periódica do local por duas horas.
• Avaliar diariamente a necessidade de manter o cateter arterial periférico.
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• Desprezar o kit do transdutor (material de uso único) no recipiente de descarte para resíduos
infectantes e o cateter intravascular periférico no recipiente de descarte de perfurocortante.
• Encaminhar a placa/suporte do domo, cabos e a bolsa pressórica à Central de Equipamentos, para
limpeza, desinfecção e armazenamento.
5. ILUSTRAÇÃO
Suporte do domo
1. Subida sistólica
2. Sistólica de pico
3. Descida sistólica
4. Comissura dicrótica
5. Rampa diastólica
6. Diastólica final
Fonte: STACCIARINI, T.S.G.; CUNHA, M. H.R. Procedimentos Operacionais Padrão em Enfermagem. Atheneu: São Paulo,
2014, 442p.
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6. REFERÊNCIAS
1. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Assistência segura: uma reflexão teórica aplicada à prática. Série
Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. 2017, 170p.
2. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Critérios diagnósticos de infecção relacionada à assistência à saúde.
Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. 2017, 89p.
3. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas de prevenção de infecção relacionada à assistência à saúde.
Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. 2017. 126p
4. CONSELHO REGINAL DE ENFERMAGEM DE MINAIS GERAIS. Competências técnico-científica, ética e legal da equipe de
enfermagem na assistência ao paciente em uso de pressão intra-arterial (PIA). Câmara Técnica. ÁREA TEMÁTICA
GERENCIAL ASSISTENCIAL. Parecer CT.GA. 08, de 19 de novembro de 2019.
5. LUCAS, R. M. Canulação arterial percutânea como competência do enfermeiro. Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva.
Dissertação de Mestrado em Terapia Intensiva. São Paulo, 2014. 25 p.
6. NUNES, R.S., TAMAKI, C.M., PENHA, H.H.R.P., TERRA, J.C.M.T., FIGUEIREDO, G.L., TEIXEIRA, G.C.A. Dorsal radial artery
catheterization for invasive blood pressure monitoring. Rev Bras Ter Intensiva, v. 32, n. 1, p. 153-55, 2020.
7. STACCIARINI, T.S.G.; CUNHA, M.H.R. Procedimentos Operacionais Padrão em Enfermagem. Atheneu: São Paulo, 2014,
442p.
8. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO. HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS - POP.DENF.002 - https://www.gov.br/ebserh/pt-
br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hc-uftm/documentos/pops/pop_higienizacao_das_maos_v5_final.pdf
7. HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO/REVISÃO
VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA AÇÃO/ALTERAÇÃO
5 1º/6/2022 Atualização do conteúdo e referências.