Você está na página 1de 7

1

UNISUL UNIVERSIDADE
ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO DE ENFERMAGEM

CICLO II – 2023/1

RICARDO AGNE MONTEIRO


RA: 652310674
9º SEMESTRE
Preceptora: Jonilda Hugen Souza

Balneário Camboriú, 2023.


2

Atividade 16/02/2023
Punção percutânea em artéria para aferição invasiva da pressão arterial sistêmica

1. Conceito: 2. Indicações:
 Inserção de um cateter em artéria  Intra e Pós-operatório de grandes cirurgias
periférica, por meio de punção percutânea,  Clientes graves com instabilidade
conectado a um transdutor de pressão, hemodinâmica (em choque; em uso de
para obter a monitorização da pressão drogas vasoativas e outros)
arterial sistêmica (sistólica, diastólica e  Clientes com complicações ventilatórias
média).  Clientes com rigoroso controle da pressão
arterial sistêmica
 Clientes críticos em posição prona
3. Finalidades: 4. Contraindicações/Restrições:
 Monitorização acurada e contínua da  Teste de Allen insatisfatório (punção em
pressão arterial artéria radial)
 Análise frequente do equilíbrio ácido-base,  Ausência de pulsos
por meio de coleta de amostra de sangue  Após três tentativas de punção percutânea
arterial sem sucesso
 Coagulopatias
 Uso de anticoagulantes e trombolíticos
 Arterosclerose avançada
 Presença de Fenômeno de Raynaud
(aracteriza-se por episódios reversíveis
de vasoespasmos de extremidades,
associados a palidez, seguido por
cianose e rubor de mãos e pés, que
ocorrem usualmente após estresse ou
exposição ao frio.)
 Tromboangeíte obliterante (doença
inflamatória segmentar não
aterosclerótica, que afeta as pequenas
e médias artérias e veias nas
extremidades superiores e inferiores do
corpo, sendo mãos e pés o principal
3

local de acometimento)
 Doença de Buerger (vasculite não
aterosclerótica que resulta em oclusões
segmentais de artérias de pequeno e
médio porte, comumente afetando os
membros inferiores de homens jovens
fumantes)
 Membro lateral à mastectomia, ou com
paresia/plegia e/ou com fístula
arteriovenosa

5. Materiais:
 Equipamentos de Proteção Individual – EPI (avental descartável, luvas esterilizadas, máscara
cirúrgica, gorro e óculos de proteção/protetor facial)
 Biombo
 Suporte de soro
 Mesa de apoio
 Bandeja
 Pinça esterilizada, se disponível
 Gazes esterilizadas
 Clorexidina alcoólica 0,5%
 Pequeno campo cirúrgico esterilizado
 Cateter arterial do tipo over the needle (abocath ® Arteriofix®) - Adultos – 20 Gauge; Crianças – 20 a
24 Gauge
 Kit descartável de transdutor de pressão arterial esterilizado
 Suporte/placa do domo (local onde o diafragma do equipo transdutor de pressão é posicionado)
 Bolsa pressórica
 Régua niveladora ou laser
 Soro fisiológico (SF) 0,9% (250 mL)
 Coxim
 Recipiente de descarte
 Monitor com módulo e cabo para a monitorização de pressão arterial invasiva

 Fita hipoalergênica/transparente semipermeável, esterilizada e com boa adesividade


4

6. Procedimento 7. Justificativa

1. Diminuir a ansiedade; favorecer a colaboração


do cliente; verificar se a artéria está palpável; se
1. Explicar o procedimento a ser realizado há a necessidade de remoção dos pelos com
e a sua finalidade ao cliente e/ou familiar, obter tesouras ou tricotomizador e realizar o teste de
o seu consentimento e realizar o exame físico Allen, caso a artéria radial seja a selecionada,
específico. para avaliar o fluxo sanguíneo da mão, por meio
da análise de perfusão das artérias radial e ulnar.
2. Higienizar as mãos. 2. Evitar a transmissão de micro-organismos.
3. Reunir os materiais e encaminhá-los à 3. Economizar tempo.
unidade.
4. Colocar os materiais sobre a mesa de 4. Facilitar a execução do procedimento.
cabeceira.
5. Colocar o biombo ao redor do leito, se 5. Promover privacidade ao cliente.
necessário.
6. Montar o circuito extra arterial
 Conectar o sistema do transdutor no
frasco de SF 0,9% e remover o ar do
circuito.
6. Promover a realização do
 Envolver a bolsa pressórica no frasco de procedimento.
SF 0,9% e insuflar até 300 mmHg.
 Acoplar a placa do domo em suporte de
soro.
 Ajustar o diafragma do transdutor na
placa do domo (lado do cliente para cima
e o cabo do transdutor para baixo).
Conectar o cabo do transdutor no cabo do
monitor.
7. Posicionar o cliente em decúbito dorsal 7. Facilitar o acesso à área de trabalho e a
ou sentado. execução do procedimento.
8. Higienizar as mãos. 8. Evitar a transmissão de micro-organismos.
9. Paramentar-se com o avental 9. Promover proteção individual.
descartável, máscara cirúrgica, gorro e óculos
protetor.
10. Abrir as embalagens das luvas, campos e 10. Facilitar a realização do
gazes, com técnica asséptica, deixando-as sobre procedimento.
a mesa de cabeceira.
11. Posicionar o membro, na qual a artéria
será puncionada.
11. Facilitar o acesso à artéria escolhida e
Membro superior – posicionar o braço com a
servir como suporte para o braço ou para a
palma da mão voltada para cima sobre a mesa
perna.
auxiliar - Elevar e flexionar o punho, sobre um
coxim, caso a punção seja em artéria radial.
Membro inferior – estender a perna sobre o
colchão.
12. Promover proteção individual e evitar a
12. Calçar as luvas esterilizadas. transmissão de micro-organismos.
13. Imobilizar o membro a ser puncionado com a 13. Evitar a movimentação do membro durante o
mão não dominante. procedimento.
5

14. Realizar a antissepsia ampla da pele no


local a ser puncionado, com gazes embebidas 14. Remover a flora bacteriana transitória e
com clorexidine alcoólica 0,5%, em reduzir a flora bacteriana residente da pele do
movimentos de vai e vem, com auxílio de cliente.
pinça, por 30 segundos. Aguardar a solução secar
espontaneamente.
15. Posicionar um pequeno campo cirúrgico 15. Aumentar a área estéril.
fenestrado na região a ser puncionada.
16. Palpar a artéria (radial ou pediosa) com a 16. Localizar a artéria e evitar a sua
mão dominante e delimitá-la entre os dedos movimentação.
indicador e médio (2° e 3° quirodáctilo) da mão
não dominante.
17. Puncionar a artéria com o cateter em
ângulo de 30° a 45°, com direção ao seu
contra fluxo, até verificar o retorno de sangue 17. Posicionar o cateter na luz da artéria, com
no canhão do cateter. segurança.
Observação: Limitar a duas tentativas de punção
periférica por profissional e, no máximo, quatro
no total. Comunicar ao médico, para providenciar
outro modo de acesso arterial, caso a punção
periférica não seja possível.
18. Diminuir o ângulo de inserção do cateter e 18. Evitar a transfixação da artéria.
continuar a avançar o cateter.
19. Retirar a agulha do cateter e acionar o 19. Permeabilizar o cateter. Promover
dispositivo de segurança. Desprezá-lo em segurança ocupacional e ambiental.
recipiente de descarte.
20. Observar a presença de curva pressórica 20. Confirmar se o cateter foi
registrada no monitor. posicionado na artéria.
21. Conectar o cateter ao equipo do transdutor. 21. Fechar o sistema.
22. Nivelar o diafragma do transdutor no 5º 22. Garantir uma medida acurada.
espaço intercostal e na altura da linha axilar
média, utilizando a régua niveladora ou laser.
23. Calibrar (zerar) o sistema:
 Fechar o three ways distal em direção 23. Garantir uma medida acurada. A zeragem do
para o cliente e abrir para o ambiente. sistema antes das medidas é essencial para
Acionar o dispositivo de calibragem do garantir o nivelamento do sistema circulatório e
monitor, conforme instruções do do transdutor de pressão.
equipamento.
 Após calibração, liberar transdutor para
o cliente e fechar para ambiente.
Ativar os alarmes.
24. Realizar o flush test (teste de resposta da 24. Verificar as características do traçado:
onda) com a solução salina do próprio circuito, normal; amortecido e subamortecido ou sem
acionando o dispositivo de fluxo rápido traçado.

25. Fixar o cateter com fita adesiva 25. Impedir a movimentação e a tração acidental
hipoalergênica esterilizada, preferencialmente, do cateter. Permitir a visualização do sítio de
transparente. Não utilizar suturas para estabilizar inserção do cateter. Diminuir o risco de infecção.
cateteres periféricos.
26. Identificar a fixação do cateter com data, 26. Monitorar o tempo de permanência do
horário e assinatura do curativo, à caneta curativo.
6

27. Identificar o sistema do transdutor à 27. Monitorar o tempo de permanência do


caneta com fita sistema.
crepe, registrando a data, o horário e a
assinatura do profissional.
28. Recolher os materiais. 28. Promover ambiente favorável.
29. Retirar os EPI. 29. Evitar transmissão de micro-
organismos.
30. Colocar o cliente em posição confortável, 30. Promover conforto e segurança.
adequada e segura.
31. Dar destino adequado aos materiais e 31. Promover ambiente favorável e dar destino
encaminhar os descartáveis ao expurgo. adequado aos materiais.
32. Higienizar as mãos. 32. Promover proteção individual
e evitar transmissão de micro-
organismos.
33. Proceder às anotações de enfermagem,
constando: realização do teste de Allen; 33. Promover qualidade à documentação e
realização do procedimento, valor da medida atender à legislação.
pressórica obtida, orientações dadas e presença
de intercorrências, se houver.

Intervenções e observações de enfermagem:

 A pressão arterial invasiva pode ser obtida por punção ou por canulação arterial. A
punção é o procedimento mais indicado, por permitir menor lesão da artéria;
deixando a indicação de canulação, após tentativas de punção sem sucesso. A
técnica por canulação é de responsabilidade médica.
 Dar preferência as punções periféricas em artérias radial (1° opção) e pediosa, para a
monitorização da pressão arterial contínua. A punção em artéria braquial deveria ser
evitada pelo potencial risco de complicações tromboembólicas em antebraço e mão. O
acesso às artérias centrais, femoral e axilar, é obtido por meio de canulação, e deverá ser
adotado precauções máximas de barreira, incluindo campo esterilizado ampliado, de
forma a cobrir todo o corpo do cliente (cabeça aos pés).
 Realizar os procedimentos para o preparo; inserção; manutenção e remoção do cateter
arterial, respeitando as responsabilidades de cada categoria profissional.

8. Ilustração
Composição do kit de transdutor de pressão arterial invasiva
7

Fonte: https://www.gov.br/ebserh/pt-br
Sistema Montado

Fonte: https://www.gov.br/ebserh/pt-br

9. Referencial Bibliográfico:

BRASIL, Ministério da Saúde. Punção Percutânea em Artéria para Aferição Invasiva da


Pressão Arterial Sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde. 2020. Disponível em:
<https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hc-uftm/
documentos/pops/pop-de-012-puncao-percutanea-em-arteria-para-afericao-invasiva-da-
pressao-arterial-sistemica-versao-4.pdf>. Acesso em: 16/02/2023

Você também pode gostar