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A necessidade de preservação da saúde, quando do julgamento do banimento, foi reafirmada

como imperativo constitucional, motivo pelo qual o argumento de uso supostamente seguro
do amianto como medida de proteção à empregabilidade acabou por ser rechaçado. O que se
pode extrair do acertado posicionamento do STF é que o conflito aparente entre os valores
jurídico-constitucionais da proteção dos direitos à vida, à saúde e ao meio ambiente hígido, de
um lado, e a empregabilidade, de outro, aponta para a prevalência daqueles sobre este último,
na medida em que as atividades econômicas desempenhadas pela cadeia produtiva do
amianto são reconhecidamente lesivas a todos que possam vir a ter contato com a fibra,
trabalhem ou não com isso. A exposição ao amianto, no trabalho ou fora dele, conforme já
reconhecido pelo STF, é causa notória de uma série de doenças de prognóstico letal, tais
como a asbestose, o câncer de pulmão e o mesotelioma.

Nesse momento, torna-se ainda mais relevante reafirmar esses importantes paradigmas: que
os estados devem atuar de forma protetiva em matéria de saúde e que o aparente conflito
entre economia e saúde não se sustenta em situações em que há perigos concretos à vida das
pessoas.

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