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CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE

FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

LILIAN JANUÁRIA DA CRUZ

ANÁLISE DAS VANTAGENS DA IMPLANTAÇÃO DO


E-PROCUREMENT
ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA DO RAMO DE CONSTRUÇÃO
CIVIL

São Paulo
2009
CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE
FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

LILIAN JANUÁRIA DA CRUZ

ANÁLISE DAS VANTAGENS DA IMPLANTAÇÃO DO


E-PROCUREMENT
ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA DO RAMO DE CONSTRUÇÃO
CIVIL

Monografia apresentada no curso de


Tecnologia em Logística com ênfase em
transporte na FATEC ZL como requerido
parcial para obter o Título de Tecnólogo
em Logística com ênfase em Transporte

Orientador: Profª Ma. Edda Wagner

São Paulo
2009
Cruz, Lilian Januária
S121d Análise das vantagens da implantação do e-procurement / Lilian
Januária da Cruz – São Paulo, SP : [s.n], 2009.
67f.

Orientador: Ms. Edda Wagner


Monografia (Pós-graduação) – Faculdade de Tecnologia da
Zona Leste
Bibliografia: f.

1. Logística. 2. Compras. 3.E-procurement. I.Edda Wagner II.


Faculdade de Tecnologia da Zona Leste.

CDU 576.72: 578


CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE
FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

LILIAN JANUÁRIA DA CRUZ

ANÁLISE DAS VANTAGENS DA IMPLANTAÇÃO DO E-


PROCUREMENT
ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA DO RAMO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia apresentada no curso de


Tecnologia em Logística com ênfase em
transporte na FATEC ZL como requerido
parcial para obter o Título de Tecnólogo
em Logística com ênfase em Transporte.

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________
Profª Ma. Edda Wagner
Faculdade de Tecnologia da Zona Leste

______________________________________
Prof. Ma.Georgette Ferrari Prioli
Faculdade de Tecnologia da Zona Leste

______________________________________
Prof. João Previz Rodrigues
Companhia de Engenharia de Tráfego

São Paulo, ____ de________ de 2009.


A Deus, aos meus pais e aos meus amigos...

companheiros de todas as horas...


AGRADECIMENTOS

A Deus, por ser minha força e fortaleza, meu amigo sempre presente.

A Profª Ma. Edda, braço amigo de todas as etapas deste trabalho.

A minha mãe Antônia pelo cuidado em todas as etapas da minha vida, sendo uma pessoa
muito especial que estará sempre guardada em meu coração, ao meu pai Pedro e meu
irmão Jusseí pelo apoio e motivação.

A meu amigo Saulo que sempre esteve ao meu lado, me apoiando e incentivando a seguir
em frente mesmo em meio às dificuldades.

Aos amigos e colegas de trabalho que colaboraram para a conclusão deste trabalho.

Aos amigos da Fatec que se tornaram verdadeiros companheiros, especialmente Carmen,


Mércia, Jacira, Eduardo Tosi e Andréia.

Aos professores e colegas de Curso, pois juntos trilhamos uma etapa importante de nossas
vidas.

Aos profissionais entrevistados, pela concessão de informações valiosas para a realização


deste estudo.

A todos que, de alguma forma colaboraram para a realização e finalização deste trabalho.
“Se existe uma forma

de fazer melhor, descubra-a.”

Thomas Edison
CRUZ, Lilian Januária.Análise das vantagens da implantação do e-procurement:
estudo de caso de uma empresa do ramo da construção civil. 2009. Monografia
(Tecnólogo em Logística: Ênfase em Transportes) – Faculdade de Tecnologia da
Zona Leste

RESUMO

O rápido desenvolvimento da tecnologia, bem como da internet, tem proporcionado


às empresas novas formas de relacionamento com seus clientes e fornecedores.
Diante deste quadro as organizações desenvolvem novas tecnologias, buscando
aumento da lucratividade e redução de custos a fim de manterem-se competitivas no
mercado. Dentro desta procura pela melhor gestão do negócio a função compras
tem se destacado, uma vez que, através dela pode-se obter aumento nos lucros.
Este trabalho tem como finalidade analisar os benefícios da implantação do e-
procurement, uma ferramenta que busca atingir maior eficiência, flexibilidade e
agilidade dos processos de compras. O estudo de caso refere-se a uma empresa do
ramo da construção civil que busca analisar os impactos da implantação do e-
procurement em seu processo.

Palavras-chave: logística;compras;internet;e-procurement.
CRUZ, Lilian Januária Analisy of e-procurement vantages implamentation: a
case study of a company in the civil construction.. 2009. Monografia (Tecnólogo
em Logística: Ênfase em Transportes) – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste

ABSTRACT

The fast development of tecnology, as like internet, has given to the companies new
ways for releationships with their customers and suppliers. In front of it, the
organisations make efforts to be involved with new tecnologies, looking for increasing
of profits and costs reductions in order to be considered as competitives in the
market. Inside this search for better management of business the function of
purchasing department has been enfased, once thru it we can get increasy of profits.
This research has the objective to analyse the benefits and dificulties of e-
procurement implantation, a tool which may bring more eficienty, flexibility and agility
in the purchasing process. The case study is about a company in the civil
construction segment that is looking for analysing the impacts of the implementation
of e-procuremtn in its process.

Key-words: logistics;purchasing;internet;e-procurement.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11
1.1 Problema ............................................................................................................ 11
1.2 Hipótese ............................................................................................................. 12
1.3 Objetivo Geral .................................................................................................... 12
1.4 Objetivos Especificos ......................................................................................... 12
1.5 Metodologia........................................................................................................ 13
1.6 Justificativa......................................................................................................... 13
2 LOGÍSTICA ........................................................................................................... 14
2.1 Conceito ............................................................................................................. 16
2.2 Missão da Logística............................................................................................ 17
2.3 A Logística e a agregação de valor .................................................................... 18
2.4 Estrutura da Logística ........................................................................................ 19
3 COMPRAS ............................................................................................................ 21
3.1 Conceito e evolução de compras ....................................................................... 21
3.2 Objetivos da função compras ............................................................................. 23
3.3 Processo de compras......................................................................................... 26
3.3.1 Preparação do processo ................................................................................. 28
3.3.2 Planejamento da compra................................................................................. 29
3.3.3 Seleção de fornecedores................................................................................. 29
3.3.4 Concorrência ................................................................................................... 30
3.3.5 Contratação..................................................................................................... 32
3.3.6 Controle de entrega......................................................................................... 33
3.4 Ética em compras............................................................................................... 34
4 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO........................................................................ 37
4.1 Conceito de Sistema de informação................................................................... 38
4.2 Conceito de Tecnologia da informação .............................................................. 38
4.3 A internet ............................................................................................................ 40
4.4 E-commerce e E-business ................................................................................. 42
4.4.1 Tipos de transações do CE ............................................................................. 44
5 E PROCUREMENT............................................................................................... 46
5.1 Conceito ............................................................................................................. 46
5.2 Funcionalidades do e-procurement .................................................................... 47
5.3 Vantagens da utilização do e-procurement ........................................................ 49
5.4 Problemas para implantação do e-procurement................................................. 51
5.5 Fases para implantação do e-procurement ........................................................ 52
6 ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 54
6.1 Apresentação da empresa ................................................................................. 54
6.2 Fluxo do setor de compras ................................................................................. 55
6.2.1 Tipos de transações do CE ........................................................................... 58
6.3 Apresentação do portal eletrônico E-construmarket........................................... 59
6.3.1 Funcionalidades do E-construmarket ............................................................ 60
6.4 Estudo final......................................................................................................... 61
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 64
REFERENCIAS........................................................................................................ 65
11

1 INTRODUÇÃO

A economia mundial tem sofrido diversas mudanças devido à

globalização, processo este que se caracteriza pela união de mercados e economias, desta

forma, as empresas precisam estar preparadas para sobreviver diante de um mercado cada

vez mais competitivo. Neste contexto, as organizações necessitam da maximização dos

lucros, de produtividade e a minimização dos custos totais, sendo assim, apenas preço e

qualidade não são suficientes, torna-se necessário uma gestão eficiente das operações.

Diante deste cenário o conceito de logística possui papel relevante, uma

vez que, é responsável pelo fluxo de materiais e serviços, tendo como objetivo

disponibilizá-lo no momento e local certos e na quantidade e qualidade desejadas. Sendo

assim, a estrutura de suprimentos das organizações tem se destacado como fonte de

redução de custos e, conseqüentemente, aumento dos lucros. Desta forma, as empresas

têm demonstrado preocupação quanto ao aprimoramento dos processos de compras com a

finalidade de agregar valor ao negócio.

O desenvolvimento da tecnologia e o crescimento da internet têm

modificado as formas de relacionamento das empresas tanto com seus clientes quanto com

seus fornecedores, tornando-se uma função estratégica para as organizações. Assim

sendo, o foco deste trabalho é analisar o processo de compras e os conceitos do e-

procurement, uma ferramenta utilizada no comércio eletrônico com a finalidade de melhorar

os processos de aquisição de materiais/serviços.

1.1. Problema

Atualmente, as organizações têm valorizado a função “compras” por

perceber que esta representa uma fonte de competitividade, porém, em muitas empresas

esta atividade tem sido um problema devido à falta de planejamento dos processos de
12

aquisição de bens, o que acarreta na demora do atendimento das requisições de compra, e

conseqüentemente, aumento dos custos, queda no nível de serviço, entre outros. Sendo

assim, é necessário que as organizações tenham uma atenção especial com esta área.

1.2. Hipótese

Busca-se o aprimoramento dos processos de aquisição de bens e

serviços, através da utilização de novos conceitos e ferramentas adequadas como o e-

procurement, foco do estudo deste trabalho, a fim de obter maior eficiência quanto ao

gerenciamento das atividades de compra, o que poderá garantir melhor desempenho do

setor e bons resultados para a organização.

1.3. Objetivo Geral

Sendo assim, com uma metodologia apropriada busca-se demonstrar que

a implantação do e-procurement , pode gerar melhorias e maior controle na gestão de

compras e identificar fatores que auxiliem as empresas no planejamento de aquisições de

bens e serviços a fim de manterem-se competitivas no mercado.

1.4. Objetivos Específicos

Melhorar a eficiência dos processos cotidianos da aquisição de bens e

serviços;

Reduzir a quantidade de papel gerada pelo processo de compra;

Aumentar o controle das compras efetuadas;

Reduzir o tempo do ciclo de compras;

Reduzir os custos administrativos e operacionais;


13

1.5. Metodologia

Para realização deste trabalho será utilizado a metodologia de Estudo de

caso de uma Empresa do Segmento da Construção Civil e ainda será realizado uma

Pesquisa Bibliográfica em diversos suportes como livros, artigos científicos, dissertações

entre outros para a revisão de literatura.

1.6. Justificativa

Diante de um mercado globalizado as organizações precisam

redimensionar seus processos a fim de obter vantagem competitiva, desta forma, as

empresas buscam investir em pontos estratégicos dentro de seus processos.

A função compras teve sua importância aumentada ao longo dos últimos

anos, devido o crescimento dos volumes e valores negociados, entretanto, a grau de

influência deste setor varia de acordo com o ramo de atividade, uma empresa prestadora

de serviço não possui o mesmo gasto que uma empresa focada em produção de plásticos.

Porém, independente da atividade da organização, muito pode ser feito através de uma boa

gestão de compras, tendo em vista que, os ganhos obtidos neste setor somam-se quase

diretamente aos “lucros” (DIAS e COSTA, 2000)

Neste contexto os gastos de empresas do ramo da construção civil são

diferentes das organizações de áreas diferentes como, por exemplo, da produção,

entretanto, uma redução nestes níveis significa um ganho expressivo para a empresa em

termos de lucratividade, além do valor agregado em termos de nível de serviço através da

boa gestão do setor de compras. Sendo assim, o estudo da gestão desta função e a

implantação de ferramentas inovadoras, com o intuito de garantir maior planejamento,

controle e eficiência das atividades de aquisição de bens e serviços é influência relevante

para a estratégia corporativa.


14

2 LOGÍSTICA

Segundo Ballou (2006,p. 25):

Nas épocas mais antigas da História documentada da humanidade,


as mercadorias mais necessárias não eram feitas perto dos lugares
nos quais eram mais consumidas, nem estavam disponíveis nas
épocas de maior procura. [...] Contudo, devido à inexistência de
sistemas desenvolvidos de transporte e armazenamento, o
movimento das mercadorias limitava-se àquilo que a pessoa
conseguia fazer por suas próprias forças, e os bens perecíveis só
podiam permanecer guardados por prazos muito curtos. Todo esse
limitado sistema de transporte-armazenamento normalmente
obrigava as pessoas a viver perto das fontes de produção e as
limitava ao consumo de uma escassa gama de mercadorias.

Percebe-se assim, que as atividades logísticas não representam

novidade, porém, eram realizadas de forma precária devido à falta de sistemas e

equipamentos que permitissem maior agilidade e eficiência ao processo.

Com o passar do tempo as técnicas e as atividades relacionadas à

logística foram evoluindo, entretanto, a origem do conceito de logística está ligada à década

de 40, época da Segunda Guerra Mundial quando foi utilizado pelos militares americanos,

com o propósito de atender as necessidades de víveres, munição, entre outros, visando

manter as estratégias de guerra.

A evolução da logística pode ser dividida em décadas, sendo assim, antes

dos anos 50 o comércio vive uma época de tranqüilidade, onde o nível de serviço e a plena

satisfação do cliente não existem, uma vez que a fluxo de saída de mercadorias é alto,

devido à guerra o clima era favorável às vendas, já que a economia dos EUA estava em

processo de rápido crescimento. Neste período as empresas fragmentam suas operações

estratégicas do nível de serviço, o que resulta em conflito entre os objetivos e as

responsabilidades das operações.

Segue-se o período compreendido entre as décadas de 50 e 70,

considerado como uma época de desenvolvimento, neste momento houve o


15

desenvolvimento da teoria e da prática logística, uma vez que, havia grande aceitação por

novidades na área administrativa, aliado à mudanças no mercado, tais como as migrações

para as áreas urbanas, e o aumento de variedade de produtos, o que levou às

organizações a se preocuparem com os custos financeiros de se manter altos níveis de

estoque.

Após os anos 70 as empresas passaram a enfrentar a competição

mundial, a falta de matérias-primas, bem como a elevação dos preços do petróleo e o

aumento da inflação, sendo assim, a filosofia das organizações que era centrada na

demanda passou para a gestão dos suprimentos, e as organizações perceberam que a

logística representa uma área estratégica para o sucesso dos negócios. (POZO, 2002,

p.14-21; CHING, 2001, p.15-25)

A partir de então, o conceito de logística começa a desenvolver-se, e

frente às exigências do mercado surge a necessidade da integração entre as organizações,

fornecedores e clientes, e conseqüentemente, a preocupação em se obter uma boa gestão

deste processo que ficou conhecido como Supply Chain Management ou Gestão da Cadeia

de Suprimentos.

Nesta fase, percebe-se a importância de agregar valor aos produtos e

serviços a fim de satisfazer as necessidades dos clientes, o que leva as empresas a buscar

novos mercados. Dá-se então, o crescimento do comércio mundial, surgindo assim,

possibilidades para a implementação da intermodalidade, uma vez que, a interligação entre

os mercados torna-se essencial. (ROCHA, 2007, p.14-16)

Neste contexto a logística torna-se ponto estratégico para as empresas

manterem-se competitivas no mercado, uma vez que, o fluxo de bens e serviços tornou-se

mais complexo e a competição no mercado globalizado exige maior eficiência das

empresas.
16

2.1 Conceito

Diversos autores contribuem para a conceituação da Logística, de acordo

com Martins e Alt (2006, p. 252):

A logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de


todo o fluxo de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora
até o consumidor. [...] Assim, dentro do espírito da empresa
moderna, o básico da atividade logística é o atendimento do cliente.

Segundo Christopher (2002, p. 2), logística possui o conceito de:

O processo de gerenciar estrategicamente a aquisição,


movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos
acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da
organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar
as lucratividades presente e futura através do atendimento dos
pedidos a baixo custo.[...] Logística empresarial abrange as áreas
que tratam diretamente com o fluxo de beneficiamento das matérias-
primas em produtos acabados, tanto no aspecto interno de uma
organização empresarial quanto no aspecto externo, envolvendo
todos os fornecedores de matérias-primas e partes que compõem um
produto, até o ponto de ocorrência da demanda deste produto pelo
consumidor final.

Estes autores definem a logística como sendo o gerenciamento tanto de

produtos quanto de informações desde o ponto de origem, ou seja, da aquisição de

matéria-prima até o consumidor final, para Martins e Alt (2006) o cliente é visto como

principal foco da logística, já Christopher (2002) cita o resultado obtido pela empresa

através do fornecimento de produtos ou serviços a baixo custo, o que pode ser considerado

como quesito de satisfação ao cliente, entretanto, há outros fatores que envolvem o nível

de serviço como será citado mais adiante.

Segundo Novaes (2004, p. 35):

A Logística Empresarial evoluiu muito desde seus primórdios.[...]


envolve também elementos humanos, materiais (prédios,veículos,
equipamentos, computadores), tecnológicos e de informação. Implica
também a otimização dos recursos pois, se de um lado se busca o
aumento da eficiência e a melhoria dos níveis de serviço ao cliente,
17

de outro, a competição no mercado obriga a uma redução contínua


nos custos.

Tendo em vista que, as empresas tornam-se mais competitivas quando

disponibilizam produtos/ serviços a um custo baixo ou de forma mais eficiente que seus

concorrentes, a logística destaca-se como ponto estratégico dentro das organizações, pois

envolve todos os setores da empresa, interferindo assim, no resultado dos negócios.

2.2 Missão da Logística

Tendo em vista que a logística responde por toda a movimentação de

materiais, iniciando-se com a aquisição de matéria-prima até a entrega ao consumidor final,

exercendo assim, influência sobre a eficiência e eficácia do processo, a logística tem como

principal objetivo a disponibilidade de produtos e serviços de forma eficaz. Pode se

perceber pela definição realizada por Ballou (1993, p.23): “sua missão é colocar as

mercadorias ou os serviços certos no lugar e no instante corretos e na condição desejada,

ao menor custo possível.”

Podem-se medir os serviços logísticos básicos de três formas:

disponibilidade, desempenho operacional e confiabilidade dos serviços. A disponibilidade

refere-se à manutenção de estoque capaz de atender as necessidades dos clientes,

entretanto, grande nível de estoque representa alto investimento por parte da empresa.

Desta forma, as organizações necessitam de estratégias que proporcionem uma alta

disponibilidade sem comprometer o capital, atualmente, o progresso da tecnologia tem

fornecido novos meios para que este objetivo seja atingido.

O desempenho operacional trata do tempo decorrido entre o recebimento

do pedido até a entrega ao cliente, está relacionado à forma como as empresas realizam

suas operações de modo a atender seus clientes da maneira mais rápida e eficaz possível,

incluindo possíveis falhas de serviço, neste caso, as organizações são medidas pelo tempo
18

gasto para solucionar este problema.

Confiabilidade de serviço envolve a qualidade das atividades logísticas,

sendo mensurada através da disponibilidade e do desempenho operacional, sendo

necessário que a empresa tenha um compromisso com o aperfeiçoamento contínuo.

(BOWERSOX e CLOSS, 2001, p. 23-26)

2.3 A logística e a agregação de valor

Tendo em vista o contexto altamente competitivo em que as organizações

estão envolvidas e as constantes modificações e imprevistos do mercado, tais como:

crescimento da demanda por produtos personalizados, altas taxas de inovação

tecnológicas, maior exigência quanto à preços e qualidade por parte do consumidor final; a

logística tem se tornado cada vez mais importante para a empresa alcançar e manter uma

vantagem competitiva, uma vez que atravessa a cadeia, envolvendo assim, todo o ciclo de

abastecimento de produto, incluindo o chamado pós-venda que refere-se ao suporte após a

venda do produto. (FARIA e COSTA, 2007, p. 1-8)

Segundo Ballou (2006, p. 33): “[...] O valor da logística é manifestado

primeiramente em termos de tempo e lugar [...]” Sendo assim, o produto ou serviço perde

quase todo o seu valor quando não estiver disponível no momento e lugar desejados.

De acordo com BAllou (2006) o conceito de que a logística gera além dos

valores já citados, o de forma e posse é generalizado, uma vez que o valor de forma está

ligado à produção, sendo esta responsável por transformar insumos em produtos

acabados. E o valor de posse, geralmente, relaciona-se com a função de marketing, tendo

em vista, que este setor responsabiliza-se em induzir o cliente a adquirir a mercadoria ou

serviço. Entretanto, como a logística está diretamente ligada à gestão da cadeia de

suprimento e esta envolve a produção, a forma pode ser considerada responsabilidade da

logística.
19

No entanto Novaes (2004) apresenta quatro tipos de valores, sendo eles:

valor de lugar, uma vez que o produto ou serviço possui valor apenas quando está

disponível no local certo; o valor de tempo, que se refere a estar disponível na hora

desejada; valor de qualidade, trata não apenas das especificações técnicas, mas também,

da percepção e das exigências do consumidor final quanto ao produto/ serviço que está

adquirindo; e o valor da informação, imprescindível no atual mercado onde a

disponibilização de dados referente às mercadorias ou serviços têm sido vital para o

sucesso dos negócios.

Sendo assim adota-se esta definição como a mais adequada para os fins

deste trabalho, uma vez que, engloba a informação como meio de agregar valor.

2.4 Estrutura da Logística

No processo logístico as atividades podem ser abordadas em dois

grandes grupos: atividades-chave e atividades de suporte. Sendo assim, a atividade-chave

é composta por: serviço ao cliente, transporte, gerenciamento de estoques e o fluxo de

informações. Da mesma forma as atividades de suporte também estão subdivididas em:

armazenagem, manuseio de materiais, aquisição de mercadorias, embalagem, cooperação

com produção/ operação e, manutenção de informações. Tendo em vista, que algumas

atividades ocorrem em todos os canais de logísticas enquanto outras dependem das

circunstâncias e características das empresas, fez se necessária esta separação.

As atividades-chave são assim conceituadas por representarem a maior

parcela dos custos totais, além de serem essenciais para o cumprimento dos objetivos

logísticos. Já as atividades de suporte são consideradas apenas contribuintes para a

realização da missão logística. (BALLOU, 2006, p. 31-32)

Embora alguns autores como Pozo (2004) classifiquem as atividades em

primárias e de apoio, eles não divergem quanto às razões pelas quais as atividades foram
20

separadas. Sendo neste caso as atividades primárias essenciais para a missão da

organização e as de apoio adicionais, dando suporte ao desempenho das outras funções.

Sendo importante ressaltar, que as atividades logísticas devem possuir

objetivos bem definidos, uma vez que, somente através de uma adequada administração

destas atividades as organizações conseguem obter vantagem tanto para seus clientes

quanto para a própria empresa.

Dentre as atividades que compõem a logística, este trabalho focará a

aquisição de materiais, desta forma, o capitulo 3 é direcionado a função compras.


21

3 COMPRAS

A função compras foi considerada durante muito tempo como um setor

lento, focado em realização de tarefas rotineiras e processos operacionais. Entretanto,

atualmente, a área de compras tem sido vista como setor estratégico capaz de agregar

valor à organização.

Segundo Martins e Alt (2006) o setor de compras assume este papel

estratégico devido o volume de recursos envolvidos, principalmente financeiros. O valor

gasto na aquisição de insumos tanto para o produto quanto para o serviço final varia de 50

a 80% do total das receitas brutas. Além disto, a evolução tecnológica, novas formas de

relacionamentos com fornecedores, entre outros fatores, tem influenciado a função. Sendo

assim, a estratégia de compras pode proporcionar à empresa uma grande vantagem

competitiva.

Conforme Dias (1993, p. 260):

A necessidade de se comprar cada vez melhor é enfatizada por


todos os empresários juntamente com as necessidades de estocar
em níveis adequados e de racionalizar o processo produtivo.
Comprar bem é um dos meios que a empresa deve usar para reduzir
custos.

Tendo em vista a importância crescente deste setor, este capítulo

pretende abordar o desenvolvimento do setor de compras, os processos desta função, bem

como sua definição de acordo com alguns autores.

3.1 Conceito e evolução de compras

Segundo Pozo (2004, p. 150) pode se definir a atividade de compras

como: “a capacidade de comprar materiais e produtos na qualidade certa, na quantidade

exata, no tempo certo, no preço correto e na fonte adequada”.


22

De acordo com Slack (2002, p. 417):

No lado suprimento da empresa, a função de compras estabelece


contratos com fornecedores para adquirir materiais e serviços.
Alguns desses materiais e serviços são utilizados diretamente na
produção de bens e serviços. Outros materiais e serviços são usados
para auxiliar a empresa a operar: por exemplo, serviços de
alimentação de funcionários ou óleo lubrificante para equipamentos.
Eles não fazem parte do produto ou serviço final, mas ainda assim
são essenciais para a produção.

A atividade de compras é responsável pelo fluxo de materiais na

organização, tanto dos que fazem parte do produto ou serviço final quanto dos itens que

não o constituem diretamente, entretanto, são essenciais para a continuidade das

atividades na empresa. Sendo responsável para que este material seja entregue dentro dos

prazos e qualidades necessárias e adquiridos a baixo custo, neste sentido é possível notar

a semelhança com os objetivos da logística, inclusive a agregação de valores de lugar e

tempo, desta forma, a atividade de compras dá início ao fluxo logístico do material.

De acordo com Arnold (1999, p. 207):

[...] Muitos supõem que essa é uma responsabilidade exclusiva do


departamento de compras. Entretanto, a função é muito mais ampla
e, se realizada com eficiência, envolve todos os departamentos da
empresa. [...] O departamento de compras tem a responsabilidade
principal de localizar fontes adequadas de suprimentos e de negociar
preços. O insumo vindo de outros departamentos é necessário para
a busca e a avaliação das fontes de suprimento, auxiliando também
o departamento de compras na negociação dos preços. Comprar,
nesse sentido amplo, é responsabilidade de todos.

Percebe-se que para realizar esta atividade com sucesso é importante o

envolvimento de toda a organização, tais como o envolvimento da área de projetos, da área

financeira, entre outros, para que as aquisições tragam benefícios para empresa. Segundo

Martins e Alt (2006, p. 68): “[...] A área de compras interage intensamente com todas as

outras, recebendo e processando informações, como também alimentando outros

departamentos de informações úteis para as tomadas de decisão. [...]”


23

O papel de compras sofreu várias modificações nas últimas décadas,

como resultado de fatores internos e externos que afetam seu desenvolvimento. De acordo

com Martins e Alt (2006) antes da Primeira Guerra Mundial o setor de compras possuía

uma função burocrática, entretanto, com o surgimento da crise do petróleo de 1973 – 1974

houve a redução de várias matérias-primas e sendo assim, o preço destes produtos

começou a aumentar, diante deste cenário, começou a crescer a importância do setor de

compras, uma vez que, saber o que, quanto, quando, como e o que comprar tornou se

essencial para a sobrevivência das organizações. Entretanto, ainda não foi o suficiente para

que os gestores reconhecessem a importância da função.

A partir do aparecimento de novas formas de gerenciamento da produção

como Just in time (JIT), Gerenciamento pela Qualidade Total, entre outros, que buscavam a

redução de custos e a melhoria da qualidade levaram o setor de compras a desenvolver

novas práticas de gerenciamento e assim, emergir como participante das vantagens

competitivas das organizações.

Conforme Cunha (2007) com a evolução tecnológica a tendência é que o

setor de compras esteja cada vez mais estruturado afim de proporcionar acesso rápido e

preciso às informações. Internet, centrais de compras on-line, leitores de códigos de barras

são apenas alguns exemplos das ferramentas disponibilizadas aos compradores, para que

estes forneçam a empresa melhores negócios e conseqüentemente, vantagem competitiva

frente aos concorrentes.

3.2 Objetivos da função compras

Segundo Slack (2002, p. 417):

Os gestores de compras fazem uma ligação vital entre a empresa e


seus fornecedores. Para serem eficazes, precisam compreender
tanto as necessidades de todos os processos da empresa, como as
capacitações dos fornecedores (algumas vezes, milhares deles) que
podem fornecer produtos e serviços para a organização [...]
24

Conforme Martins e Alt (2006, p. 67): “Os objetivos de compras devem

estar alinhados aos objetivos estratégicos da empresa como um todo, visando o melhor

atendimento ao cliente interno e externo. [...]”

Desta forma, a função compras é responsável pelo vínculo entre a

organização e os fornecedores, sendo essencial que o setor conheça não apenas as

necessidades da empresa, mas também os objetivos e suas estratégias para que desta

maneira, consiga resultados positivos para a organização.

Segundo Slack (2002) uma vez que entregas atrasadas ou incompletas, e

a má qualidade dos produtos podem causar a interrupção do andamento de uma operação,

ou no caso de produtos incertos, pode gerar um alto nível de estoque devido à inconstância

do fornecimento, ou mesmo entregas antecipadas podem causar transtornos caso a

empresa não esteja preparada para recebê-los torna-se essencial que a função compras

avalie a qualidade do produto ou serviço oferecido pelo fornecedor e os prazos de entregas,

realizando assim, o follow up que significa efetuar o acompanhamento dos pedidos, até que

os produtos ou serviços sejam fornecidos.

De acordo com Dias (1993) a qualidade do produto/ serviço é definido de

acordo com a política da empresa e os padrões de qualidade estabelecidos, dependendo

assim, de vários fatores tanto internos como condições dos materiais, instalações,

estocagem, entre outros, e fatores externos que se referem às exigências do cliente final.

Sendo assim, para que se mantenha um bom nível é necessário que

existe um Controle da Qualidade, entretanto, a qualidade é vista de diferentes formas de

acordo com o departamento, como exemplo pode se citar: o pessoal da execução do

produto ou serviço dará ênfase em custos, o de compras em preços baixos, o de projetos

em altos níveis de qualidade. Diante deste cenário torna se necessário definir padrões de

qualidade práticos ao máximo possível, não podendo ser nem muito simples e nem muito

complexa, mas deve ser criteriosamente estabelecida. De acordo com Dias (1993, p. 284):

“[...] qualidade correta significa melhor qualidade para determinado uso”


25

Conforme Dias e Costa (2000) somente depois de satisfeitos os quesitos

de qualidade e entregas no prazo correto deve se buscar entre os fornecedores

qualificados o menor custo possível, entendendo por custo o preço propriamente dito, de

acordo com as condições de pagamento, acrescido dos impostos, além de frete, entre

outros valores que podem ser adicionados ao valor do produto ou serviço adquirido.

Segundo Zacarelli (1973, p. 9):

Os compradores consideram-se eficientes quando conseguem as


melhores condições de preço. Mas, pode ocorrer que o fornecedor
que faz a melhor oferta peça um prazo de entrega longo e pouco
rígido. Então existe um conflito potencial. Os departamentos
produtivos podem, assim, ser prejudicados pelo fornecimento
demorado e irregular [...]

Diante deste quadro, percebe se que o custo do produto/ serviço não é o

principal fator para escolha do fornecedor, é necessário levar em consideração os outros

quesitos que podem afetar o andamento das atividades da empresa.

De acordo com Arnold (1999, p.209) os objetivos da função podem ser

divididos em:

Obter mercadorias e serviços na quantidade e com a qualidade

necessárias.

Obter mercadorias e serviços ao menor custo.

Garantir o melhor serviço possível e pronta entrega por parte do

fornecedor.

Desenvolver e manter boas relações com os fornecedores e desenvolver

fornecedores potenciais.

Sendo estes considerados os objetivos básicos do setor de compras,

entretanto, segundo Pooler apud Silva (2008, p. 13): “existem três objetivos da área de

compras mais notáveis nas organizações: controlar custos; assegurar a economia com
26

fornecimento; e contribuir para o lucro.”

Nota se que os objetivos de compra convergem para redução de custos

através da qual a empresa alcançará maior lucratividade, uma vez que, os preços entre as

organizações estão extremamente competitivos, os resultados da empresa também

dependem de uma boa gestão de compras.

3.3 Processo de compras

Para que os objetivos da função compras sejam atingidos torna-se

necessário que os processos de compras estejam bem definidos afim de que o setor gere

resultados positivos para a organização.

Hammer apud Martins (2006, p. 20) define processos como a “reunião de

tarefas ou atividades isoladas para alcançar certos resultados”.

“O processo de aquisição é a rotina diária da função compras. Ele inicia

no sinal de demanda que pode ser um setor (estoque, escritório) solicitando uma compra e

termina no pagamento da compra”.(LOPES, 2005, p. 66)

Definir as atividades de compras implica em estabelecer o fluxo do

processo de aquisição, que se inicia com uma requisição de material, a partir de então, uma

série de procedimentos são desencadeados com o intuito de atender a requisição.

De acordo com Dias (2002, p. 261) independente do porte da empresa,

devem ser considerados alguns princípios fundamentais para que as atividades de compras

sejam desenvolvidas, sendo eles: “autoridade para compras; registro de compras; registro

de preços; registro de estoques e consumo; registro de fornecedores; arquivos e

especificações e arquivos de catálogos”.

Para Pozo (2004, p. 148) as atividades centrais do processo de compras

são:
27

Assegurar descrição completa das necessidades;

Selecionar fontes de suprimentos;

Conseguir informações de preços;

Colocar os pedidos (ordens de compra);

Acompanhar (follow up) os pedidos;

Verificar notas fiscais;

Manter registros e arquivos;

Manter relacionamentos com vendedores.

Segundo Dias (2002, p. 261) as atividades típicas da função que variam

de empresa para empresa dependendo do tipo de negócio e do porte da organização, são:

Pesquisa dos fornecedores – que envolve: estudo do mercado e dos

materiais; análise de custos; investigação das fontes de fornecimento; inspeção das

fábricas dos fornecedores e desenvolvimento de fontes de fornecimento e de materiais

alternativos.

Aquisição – envolve: conferência de requisições; análise das cotações;

decidir comprar por meios de contratos ou no mercado aberto; entrevistar fornecedores e

efetuar as encomendas e acompanhar o recebimento dos materiais

Administração – envolve: manutenção de estoques mínimos;

transferências de materiais; evitar excessos e obsolescência de estoque e padronizar o que

for possível.

Diversos – envolvem: fazer estimativa de custo; dispor de materiais

desnecessários, obsoletos ou excedentes; cuidar das relações comerciais recíprocas. Além

de outras atividades partilhadas com outros setores, tais como: testes comparativos,

especificações e substituições de materiais, entre outros.


28

Figura 1: Fluxo básico da compra.

Fonte: Adaptado Viana, 2002

Conforme consta na figura acima Viana (2002, p. 177) também apresenta

as principais fases do processo de aquisição:

3.3.1 Preparação do processo

Esta etapa refere-se ao recebimento da documentação, ou seja, das

requisições.
29

De acordo com Arnold (1999, p. 210) as requisições devem possuir no

mínimo as seguintes informações: Identidade do requisitante, aprovação assinada, e conta

em que será debitado o custo; Especificação do material; Quantidade e unidade de medida;

Data e local de entrega exigidos e Qualquer outra informação complementar necessária.

De acordo com Dias e Costa (2000) é através da requisição que o setor

de compras realiza a aquisição do material ou serviço, sendo assim, não pode haver erros

ou dúvidas quanto às especificações, desta forma, usa-se a padronização de um

formulário, seja por via eletrônica ou não.

Desta forma, através das informações constantes nas requisições começa

a ser montado o processo de compra.

3.3.2 Planejamento da compra

Etapa que compreende a indicação de fornecedores e elaboração das

condições gerais e específicas.

Bertaglia (2005, p.152) avalia que o planejamento tem como objetivo

estabelecer ações para a aquisição de materiais necessários para atendimento da

demanda. Nesta etapa as principais atividades seriam: o tempo de ciclo empregado na

obtenção de materiais, custo do estoque, universo de fornecedores, nível de serviço dos

fornecedores, flexibilidade e desempenho de fornecedores.

3.3.3 Seleção de fornecedores

Nesta etapa é realizada a seleção dos fornecedores, levando-se em

consideração alguns critérios, tais como o desempenho do fornecedor, seja durante o

pedido ou durante a consulta.

Segundo Arnold (1999, p. 210) seja para itens rotineiros ou para aqueles
30

que nunca foram adquiridos antes, é necessário manter uma lista de fornecedores

aprovados, entretanto, se o produto nunca foi comprado e não houver nenhum fornecedor

em arquivo deve-se fazer uma pesquisa.

Francischini (2004, p. 21) acrescenta a importância de se manter um

banco de dados com informações relevantes do comportamento de fornecedores habituais

da empresa. A consulta de tais informações subsidiará decisões e análises como

eliminação de fornecedores da concorrência; controle das condições de fornecimento ao

longo do tempo; orientação ao comprador fornecendo-lhe subsídios para argumentação

com o fornecedor.

Esta etapa é responsável por definir se determinado fornecedor

participará da concorrência. Conforme Dias e Costa (2000, p. 103): “A correta identificação

dos fornecedores a serem consultados é etapa bastante importante para a obtenção das

condições comerciais mais vantajosas para a organização compradora.” Uma vez que,

apenas pode-se obter sucesso nas aquisições se o setor de compra escolher os

fornecedores que melhor representem o mercado como um todo.

3.3.4 Concorrência

Corresponde à etapa responsável pelas cotações de preços, análise e

avaliação de propostas, bem como o processo de negociação.

Nesta fase é emitida uma solicitação de cotações, que de acordo com

Arnold (1999, p. 210): “Trata-se de um requerimento por escrito que é enviado a um

número suficiente de fornecedores para garantir que cotações competitivas e confiáveis

sejam recebidas. Não se trata de um pedido de compra.”

Sendo assim, são realizadas coletas de preço através das cotações,

ressaltando que ainda não se trata de um pedido compra, e sim apenas uma pesquisa para

análise das melhores condições de preço, obediências as especificações, termos e


31

condições de venda, entrega e condições de pagamento.

Conforme Dias e Costa (2000) com o avanço da tecnologia os

profissionais de compras dispõem novos meios para obtenção de preços, tais como a

internet que modificou a forma de comunicação entre pessoas físicas e jurídicas,

proporcionando meios de conexão mais rápidos e eficientes. Após o recebimento das

propostas, segue a fase onde o setor de compra deve realizar a avaliação das condições

comerciais oferecidas, conforme dito anteriormente não é apenas a questão preço que

define o melhor fornecedor, há outros critérios envolvidos, tais como prazo de entrega. Esta

análise requer atenção, uma vez que qualquer desacordo com os parâmetros principais da

requisição pode causar sérios problemas.

Esta fase também inclui a Negociação que de acordo com Viana (2002, p.

225):

Trata-se de procedimento intermediário entre a concorrência e a


contratação. Não se formaliza um contrato sem negociação, a qual
visa obter o maior proveito possível, com vistas a vantagens técnicas
e, principalmente, financeiras, dos entendimentos entre comprador e
vendedor, durante o processo de aquisição de bens e serviços.

Pode se entender que a negociação é de suma importância antes de se

efetuar a contratação, sendo esta também parte integrante do processo de aquisição.

Francischini e Gurgel (2004, p. 73) acrescentam que: ”[...] Alterações pertinentes podem ser

incorporadas para que se chegue a um equilíbrio adequado entre as partes, termos de

preço, qualidade, serviços associados, etc., atendendo simultaneamente às necessidades

de compradores e vendedores.”

Sendo assim, a negociação torna-se importante não apenas para o

comprador, mas também para o vendedor, uma vez que através dela pode se chegar a

benefícios mútuos.
32

3.3.5 Contratação

Esta fase refere-se ao fechamento do pedido de compra, ou seja, a

emissão da Ordem de compra ou Pedido do Material.

De acordo com Arnold (1999, p. 210-211) Ordem de compra refere-se a:

“[...] uma oferta legal de compra. Uma vez aceita pelo fornecedor, ela
se torna um contrato legal para entrega das mercadorias de acordo
com os termos e condições especificados no contrato de compra [...]
O pedido de compra é preparado com base na requisição de compra
o nas cotações, e também em qualquer informação adicional
necessária.

Segundo Dias e Costa (2000, p. 175) trata-se de um documento de vital

importância, uma vez que, um pedido bem elaborado garante o resguardo da empresa

compradora, caso ocorra qualquer problema no atendimento do pedido. Sendo assim, uma

ordem de compra deve conter no mínimo os seguintes tópicos: Número do pedido; Data da

sua emissão; Dados da empresa compradora; Dados da empresa vendedora;

Especificação completa do material; Quantidade adquirida Unidade de medida do material;

Preço unitário; Impostos incidentes; Frete; Preço total; Condições de pagamento;

Condições de reajuste de preço; Prazo de entrega; Local e horário de entrega; Aprovação

por parte da empresa compradora; Reconhecimento do documento por parte da empresa

vendedora.

De acordo com Arnold (1999) a Ordem de compra deve ser enviada para

o fornecedor, bem como, aos outros departamentos envolvidos no processo, tais como:

setor requisitante, o setor financeiro, ressaltando que, o próprio setor de compra deve

guardar uma via do documento.

Francischini e Gurgel (2004, p. 24-25) relacionam os principais pontos

que devem ser considerados para que a Ordem de compra cumpra sua finalidade: O

fornecedor deve receber uma via, o Setor de compras deve arquivar uma cópia;

Almoxarifado, neste caso uma via deve ser emitida ao setor que receberá o produto, não
33

sendo necessário constar o preço e as condições comerciais; Contas a pagar, é importante

observar que a ligação entre o setor de compras e contas a pagar é de suma importância,

uma vez que, esta via encaminhada permite a realização do fluxo de caixa ou fluxo dos

compromissos financeiros assumidos para o futuro.

3.3.6 Controle de entrega

Nesta etapa ocorre o acompanhamento da compra, sendo que o processo

de aquisição é encerrado a partir do momento que o material é entregue.

De acordo com Dias e Costa (2000) o acompanhamento de entregas

também pode ser intitulado como “follow up”. Este acompanhamento evita problemas na

entrega do material, tais como atraso no prazo de entrega.

Arnold (1999) acrescenta que o setor de compra é responsável pelo

“follow up” e, no caso de quaisquer problemas, deve tomar as medidas corretivas que

podem ser: agilização do transporte, fontes alternativas de ressuprimentos, entre outras.

Após o recebimento e a inspeção da mercadoria,é realizada a autorização

para o pagamento da fatura do fornecedor.

Sendo assim, a eficiência do processo de compras está relacionada à

maneira como estas atividades se desenvolvem e a integração entre elas, de forma que, a

ineficiência de alguma delas pode comprometer o fluxo de materiais ou serviços da

empresa. Segundo POZO (2004, p.149) “a inadequação de prazos, especificações,

performance e preços causam transtorno ao processo operacional com atrasos na

produção, não atendimento da qualidade, elevação dos custos e insatisfação do cliente”.

3.4 Ética em compras

Uma questão importante em todas as funções de uma organização e que


34

é bastante abordada em compras é a Ética. Segundo Cuvilier, apud Pozo, 2004, p. 157

entende-se por ética “a parte da Filosofia que trata dos valores morais e dos princípios

ideais de conduta humana. Dentro da profissão há, um conjunto de princípios morais que

se deve observar e colocar em prática dentro de seu exercício.”

De acordo com Stevens apud Halter (2008, p. 21): “Existem múltiplas

definições para os códigos de ética, mas eles são principalmente utilizados para

compartilhar as normas e valores da organização e como instrumento para elevar a

responsabilidade social da empresa.”

Sendo assim, com o intuito de evitar problemas e manter a

responsabilidade social da organização é normal desenvolverem um “código de ética em

compras”, com a finalidade de preservar os interesses da empresa. Devido o setor de

compra lidar com grandes valores monetários, e gozar de prestígio e poder perante os

fornecedores, uma vez que possuem o poder decisório sobre seus pedidos a falta de ética

tende a aflorar mais neste setor. (DIAS E COSTA, 2000)

Cada empresa possui um código de ética de acordo com sua cultura,

entretanto segundo Martins (2006 p. 102) um código de ética bem elaborado deve

esclarecer questões como: Deve ser permitido aos compradores e pessoal da área técnica

receber brindes e presentes dos fornecedores (como agendas e canetas)? Como o assunto

deve ser abordado? Como o comprador deve proceder quando uma empresa oferecer uma

comissão, de modo a ser favorecida numa aquisição? Essas e outras questões devem

estar bem claras no código de ética da organização.

De acordo com Sucupira (2009) o código de ética deve observar os

seguintes temas:

Integridade pessoal dentro e fora da empresa: todo negociador deve

possuir uma boa reputação tanto em seu ambiente de trabalho, quanto fora da empresa no

seu ambiente social, sendo este o primeiro requisito para o reconhecimento de sua
35

seriedade nos negócios.

Competência pessoal: uma vez que o negociador possui influência direta

na lucratividade da empresa onde trabalha, é necessário que esteja preparado nos diversos

aspectos que envolvem os produtos que negocia e os comportamentos necessários para

levar a bom termo as negociações sob sua responsabilidade.

Cumprimento das legislações que afetam os negócios: Cumprir as

diversas legislações e regras de negócio são inerentes ao exercício da cidadania.

Conflito de interesses: toda vez que o negociador perceber que seus

interesses pessoais podem interferir em sua imparcialidade nas negociações, ele deve

avisar sua supervisão, isto pode ocorrer quando uma concorrente seja de propriedade ou

administrada por um amigo ou parente pessoal.

Manifestações de hospitalidade e presentes: a recepção de um presente

pode representar um vínculo entre o comprador e a empresa que o ofereceu, sendo assim,

é melhor que o comprador evite tais brindes. Em casos de hospitalidades como “almoços

de negócios”, a boa prática é que o comprador pague suas despesas normalmente, não

aceitando que o fornecedor as pague sozinho.

Confidencialidade de informações empresariais: o comprador possui duas

vertentes de informações, as relativas a empresa que trabalha e as relativas a seus

fornecedores. Em suas negociações o comprador não deve utilizar tais informações para

obter vantagens.

Comportamento ético nas negociações: Há vários aspectos que devem

ser respeitados durante uma negociação, tais como mentir sobre volumes de necessidades

para desta forma obter desconto em suas negociações é uma atitude desonesta, uma vez

que o fornecedor estará se baseando nesta promessa de compra que não se realizará e

deixará de confiar em suas informações. De acordo com o portal eletrônico do Conselho

Brasileiro dos Executivos em Compras:


36

É indispensável promover um clima de profissionalismo,


imparcialidade e respeito mútuo no relacionamento com os
fornecedores, evitando favoritismos danosos e assegurando
igualdade de condições na competição pela melhor oferta de
produtos e serviços. Embora seja aceitável o relacionamento
duradouro com fornecedores, há que assegurar condições para
manter a competitividade na compra.

Ecoeficiência: Atualmente não se pode desprezar a preocupação com o

meio ambiente, sendo assim, o comprador deve estar atento para que seus fornecedores

possuam processos e materiais que se preocupem com este fator, tais como: a otimização

do uso de materiais não renováveis, aumento da reciclagem de materiais, entre outros.

Responsabilidade Social: Os profissionais da área de compras possuem

influência para fazer com que seus fornecedores adotem posturas de responsabilidades

sociais, tais como elaborar contratos apenas com empresas que não contratem

funcionários abaixo dos limites estabelecidos pela legislação, que não mantenham seus

funcionários em situações de baixo nível de segurança, entre outros.


37

4 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Uma vez que a globalização da logística e dos negócios transformou-se

em uma exigência real, exigindo assim, algumas modificações tais como: modernização de

hardware e software específicos para atender as necessidades das organizações e a

exigência dos clientes; informações disponíveis com maior velocidade e facilidade;

capacidade de produzir e desenvolver produtos globalizados e respostas rápidas ao

mercado. (SANTANA, 2007)

Torna-se imprescindível a utilização da Tecnologia da Informação e seus

recursos disponíveis para atender a estas necessidades e complexidades dos negócios

empresariais, sendo difícil elaborar e administrar Sistemas de Informações sem envolver

esta moderna tecnologia.

Sendo assim, este capítulo tem como finalidade a conceituação de

Tecnologia da Informação e Sistema de Informação, bem como sua ligação com a internet

e o comércio eletrônico. Para conceituação inicial segundo Davenport e Prusack apud

Rezende e Abreu (2008, p. 36) tem se as seguintes definições de informação, dado,

informação e conhecimento:

[...] informação é todo o dado trabalhado, útil, tratado, com valor


significativo atribuído ou agregado a ele e com um sentido natural e
lógico para quem usa a informação. O dado é entendido com um
elemento da informação, um conjunto de letras, números ou dígitos,
que, tomado isoladamente não transmite nenhum conhecimento, ou
seja, não contém um significado claro. Quando a informação é
“trabalhada” por pessoas e pelos recursos computacionais,
possibilitando a geração de cenários, simulações e oportunidades,
pode ser chamada de conhecimento. O conceito de conhecimento
complementa o de informação com valor relevante e de propósito
definido.

Desta forma, as empresas devem realizar a seleção, organização e

correta administração destas informações para gerar os resultados esperados.


38

4.1 Conceito de Sistema de Informação

Segundo Dantas (1992) todo sistema é considerado um Sistema de

Informação (SI), uma vez que, este capta e envia informações entre os seus elementos que

estão relacionados, e deixa acessível para sua organização.

Conforme BIO apud Gomes e Ribeiro (2004, p.154) o SI é: “um

subsistema do sistema empresa e, dentro da mesma linha de raciocínio, pode-se concluir

que seja composto de um conjunto de subsistemas de informação, por definição,

interdependentes.” Cautela e Polloni (1991) acrescentam que estes subsistemas teriam a

função de gerar informações que auxiliem na tomada de decisões.

Conforme Rezende (2000, p. 62) pode se definir SI como:

O processo de transformação de dados em informações que são


utilizadas na estrutura decisória da empresa e que proporcionam a
sustentação administrativa, visando à otimização dos resultados
esperados.

Pode-se perceber, de acordo com as definições acima que os Sistemas

de Informação (Sis) são conjuntos de dados gerados pelas atividades da própria empresa,

organizados e acessíveis à organização com a finalidade de auxiliar na administração da

mesma.

4.2 Conceito de Tecnologia da Informação

De acordo com Gomes e Ribeiro (2004, p. 154):

As TIs possibilitam o processamento do conhecimento, no qual a


informação deixa de ser tratada como uma pequena burocracia
preestabelecida no interior de uma máquina para ser trabalhada de
forma livre e aberta dentro de uma empresa.

Desta forma, os dados gerados no cotidiano da organização são


39

armazenados e gerenciados pela Tecnologia da Informação - TI, estando assim,

disponíveis quando necessários.

Segundo Cruz (2000) pode se definir TI como a adequada utilização de

ferramentas da informática, comunicação e automação, em conjunto com as técnicas de

gestão,que em conformidade com a estratégia de negócios possuem o objetivo de

aumentar a competitividade da organização.

De acordo com Rezende e Abreu (2008, p. 52): “[...] sua principal

finalidade e utilidade, que é o desenvolvimento e a melhoria dos Sistemas de Informação,

para auxiliar a empresa em seus negócios, processos e atividades.”

Segundo Rezende (2000, p. 62) com a união do SI com a Tecnologia da

Informação (TI) tem se:

Um grupo de telas e relatórios, habitualmente gerados na Unidade de


Tecnologia da Informação, que possui a maioria dos recursos de
processamento de dados e gerencia a tecnologia da informação da
empresa e seus recursos, gerando informações profícuas e
oportunas aos clientes e/ou usuários

Sendo assim, pode se perceber que a Tecnologia da Informação contribui

para que as informações sejam gerenciadas de forma que estejam acessíveis quando

necessárias e possam auxiliar na tomada de decisões gerando assim, resultados positivos

para a organização.

4.3 A Internet

Em meio a conflitos bélicos, no início da década de 1950 o Departamento

de Defesa dos Estados Unidos realizou um estudo sobre os sistemas de defesa aérea

dentro do Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), este estudo sugeriu a criação de um

centro de estudos que veio a se chamar Laboratório Lincoln, sendo administrado pelo MIT e

pelos militares.
40

Após a explosão da primeira bomba de hidrogênio soviética em 1950, a

Força Aérea dos Estados Unidos deu início ao projeto Semi-Automatic Ground Environment

(SAGE) a fim de defender o território norte americano contra ataques de aviões

bombardeiros inimigo. Este projeto contava com vinte e três centros de processamento de

dados que processava informações de milhares de radares, fornecendo informações como

cálculo de rotas entre outros, com o intuito de viabilizar a tomada de decisão de forma

rápida e precisa. Os computadores estavam interligados entre si através de linhas

telefônicas, sendo o primeiro computador instalado em 1957 e o último em 1961.

Entretanto ao término do SAGE, este se encontrava obsoleto, uma vez

que a ameaça aos Estados Unidos não eram mais os aviões bombardeiros e sim os

mísseis balísticos intercontinentais, contudo, esta obsolescência foi passageira e o SAGE

trouxe diversas contribuições para a indústria da informática, tais como, o uso do modem

para realizar a comunicação digital através de linhas telefônicas comuns, uso da

computação gráfica entre outros. (CARVALHO, 2006, p. 6-8)

Surgindo a partir de então o conceito de internet, uma rede de redes de

computadores interligados, porém sem um comando central. Atualmente, a internet

abrange diversas redes no mundo inteiro, e não há um único lugar que a governe, tendo em

comum o Transmission Control Protocol/ Internet Protocol (TCP/ IP), que permite a

comunicação entre as redes. Segundo Laudon e Laudon (2007, p. 178) “A palavra internet

deriva de internetworking, ou seja, a ação de conectar redes separadas, cada uma das

quais retendo sua própria identidade, em uma rede interconectada.” Sendo considera na

última década como o sistema de comunicação público mais abrangente, rivalizando assim,

com o sistema telefônico.

De acordo com Gomes e Ribeiro (2004, p. 165):

A internet (intercontinental networks) é a rede mundial de


computadores interconectados, usando um padrão de protocolo de
tal forma que qualquer computador na rede possa enviar e receber
mensagens de qualquer outro computador.
41

Um dos serviços mais utilizados da internet é a World Wide Web (WWW),

que surgiu em 1993, trata se de um sofware denominado servidores da Web que interage

com milhares de computadores e redes de computador que operam juntas como parte do

serviço da internet, com a finalidade de lidar com todo tipo de dados e informações. Os

usuários da internet solicitam informações da Web através da utilização de softwares que

são chamados de navegadores da Web, pode se citar como exemplo de navegador o

Internet Explorer. (RITZMAN, 2004, p. 86)

Segundo Cummins (2002, p. 7-8):

A internet e a World Wide Web abriram as portas para que as


empresas se comunicassem diretamente com seus usuários finais,
trocassem dados quando necessário com seus parceiros de
negócios e estabelecessem novas relações de negócios com mais
rapidez. A internet é o novo mercado global [...] Novas relações
podem ser estabelecidas rapidamente, e o custo disso vem
baixando.

Sendo assim, as organizações vêm buscando novas alternativas tanto de

mercado quanto de gestão, uma vez que a internet tem sido considerada um mercado

global, as empresas precisam estar inseridas neste novo mercado para sobreviverem frente

às mudanças.

Através das novas formas de relações que as organizações

estabelecessem, pode se perceber grandes mudanças no comportamento e nos processos

de compras, segundo Slack (2002, p. 422):

[...] O desenvolvimento rápido da Internet, entretanto, abriu potencial


para mudanças muito mais fundamentais no comportamento de
compras. Em parte, isso foi resultado de informações colocadas à
disposição pela Internet. [...] Existia inércia no processo de compra
devido aos custos de procurar por novos fornecedores. Ao facilitar a
procura por novos fornecedores alternativos, a Internet muda a
economia do processo de procura e oferece potencial para buscas
mais amplas. Também mudou a economia de escala em compras
Compradores que requerem volumes relativamente mais baixos com
maior facilidade conseguem agrupar-se de modo a criar pedidos de
porte suficiente para garantir preços mais baixos.
42

Sendo assim, a internet aumentou o potencial de comunicação das

empresas e seus fornecedores, possibilitando assim, uma redução em seus custos devido

à maior facilidade oferecida na busca de novos fornecedores e conseqüentemente, nas

negociações.

4.4 E-commerce e E-business

Em 1995 deu-se início ao comércio eletrônico quando o Netscape.com

permitiu os primeiros anúncios de grandes corporações em seu portal, nesta época

ninguém previa o sucesso das vendas no varejo eletrônico, entretanto, nos anos seguintes

deu-se um crescimento rápido que gerou uma bolha no mercado de ações, que explodiu

em março de 2001 quando as ações de empresas relacionadas à tecnologia despencaram

em 90 por cento, e um grande número de empresas faliram, neste momento, muitos

acreditaram que o mercado eletrônico estagnaria.

Entretanto, algumas empresas se fortaleceram e em 2006 o comércio

eletrônico voltou a experimentar um sólido crescimento, sendo assim, a revolução no

comércio eletrônico está em fase inicial e à medida que mais produtos e serviços forem

inseridos, e houver o aumento ao acesso à internet, a tendência do comércio eletrônico é

crescer. (LAUDON e LAUDON, 2007, p. 271-272)

Os principais elementos do Comércio Eletrônico são: comunicação, dados

e segurança. A comunicação refere-se à troca de informações entre compradores e

vendedores com o intuito de oferecer suporte às transações. Os dados envolvem o

gerenciamento das informações e desempenham dois papéis, sendo o primeiro ligado à

criação e manutenção de bases de dados que forneçam informações a todo tipo de cliente;

e o segundo, a disponibilização de dados referente aos usuários à medida que navegam

pelo site, este quesito inclui a recuperação de informações valiosas.

O elemento que diz respeito à segurança tem como objetivo garantir a


43

segurança e confiança em relações via internet, uma vez que neste tipo de comércio não

existe a proximidade física, este mecanismo envolve a autenticação das informações e a

privacidade, que precisam ser atualizadas constantemente a fim de evitar problemas nesse

tipo de transação, que ainda assim ocorrem, tais como a utilização de informações de

cartões magnéticos por terceiros para efetuar aquisição de produtos ou saque em contas

bancárias. (Novaes, 2004, p. 76-78)

A partir do momento que o comércio eletrônico começou a surgir e

dominar o mercado, diversos autores desenvolveram conceitos referentes a este assunto,

de acordo com Gomes e Ribeiro (2004, p. 159):

CE, ou e-commerce, é a realização de toda cadeira de valor dos


processos de negócios em um ambiente eletrônico, por meio da
aplicação intensa de tecnologias de comunicação e de informação,
atendendo os objetivos de negócios. Também é definido como
qualquer negócio transacionado eletronicamente, ou insumos
transacionados por meio eletrônico [...] O CE é o termo usado para
compra e venda de bens e serviços pela Internet, especialmente pela
World Wide Web (WWW). O conceito de CE engloba a realização de
toda cadeia de valor dos processos de negócio em um ambiente
eletrônico, não se restringindo simplesmente à realização de
transações comerciais de compra e venda de produtos e serviços.
Inclui todos os tipos de esforços de pré-vendas e pós-vendas, assim
como um conjunto de atividades auxiliares.[...]

Segundo Kalakota e Robinson (2002, p. 20):

O e-commerce (comércio eletrônico) é simplesmente a compra e


venda de produtos e serviços através da Web. O conceito maior – e-
business (negócios eletrônicos) – representa todas as aplicações
tecnológicas e de processos de negócios que capacitam uma
empresa a fazer uma transação de e-commerce. Além de abranger o
comércio eletrônico, o e-business inclui tanto aplicações de negócios
como de suporte, que formam o motor central que impulsiona as
transações contemporâneas das empresas. No sentido mais amplo,
o e-business é a estratégia global de redefinir antigos modelos de
negócio, com o auxílio da tecnologia, para maximizar o valor do
cliente e os lucros.

Sampaio e Cunha (2006, p. 4) acrescentam que:

[...] o e-business diz respeito a como usar a conveniência,


44

disponibilidade e acessibilidade da internet para expandir e melhorar


os negócios existentes ou criar novos negócios virtuais. A mudança
da utilização do termo e-commerce para e-business significa uma
mudança de paradigma. Até então, vender era a única experiência
que as pessoas obtinham da web, e estender o conceito para
possibilitar novos tipos de negócios na web é que viabilizou o e-
business.

Sendo assim, percebe-se que o e-commerce está relacionado apenas

com a compra e venda de produtos/ serviços, enquanto o e-business possui um significado

maior estando envolvidas as estratégias de gestão, possibilitando às organizações

expandirem seus negócios, aumentarem sua lucratividade e desta forma, alcançarem

vantagem competitiva.

4.4.1 Tipos de transações do CE

De acordo com Gomes e Ribeiro (2004, p.159-165) o Comércio Eletrônico

envolve três tipos de transações: entre empresa e consumidor – business-to-consumer

(B2C) e entre consumidores – consumer-to-consumer (C2C) e entre duas empresas –

business-to-business (B2B)

O comércio entre empresa e consumidor (B2C) trata da transação entre

as empresas e as pessoas que utilizam a internet, são os “varejos virtuais”, também

conhecidos como “lojas virtuais”, as empresas oferecem catálogos eletrônicos onde o

cliente pode escolher o produto, além de permitir o pagamento por meios eletrônicos.

Segundo Novaes (2004, p. 86): “Neste tipo de atividade, o comprador é

uma pessoa física que, a partir de um computador pessoal, realiza suas buscas e adquire

um produto ou serviço através da Internet.”

Já o comércio entre consumidores (C2C) segundo Sampaio e Cunha

(2006, p. 4): “ocorre quando consumidores vendem para outros consumidores. As

atividades envolvem classificação de anúncios, atividades, comunicação baseada na web e


45

serviços pessoais [...]”

Sendo o B2B de acordo com Gomes e Ribeiro (2004) um comércio entre

empresas, onde não existe uma venda direta ao consumidor, ou seja, pessoa física, mas

sim negociações entre empresas e seus fornecedores. O B2B representa o lado atacadista

do comércio eletrônico. No comércio entre empresas a estrutura é mais simples que nos

outros tipos, uma vez que, em geral as partes das transações são mais bem conhecidas.

De acordo com Cunningham (2001, p. 17) o B2B pode ser definido como

“transações comerciais conduzidas através de redes públicas ou privadas, incluindo

transações públicas e privadas que usam a internet como veículo de realização.”

Desta forma, o B2B refere-se ao comércio realizado entre organizações

que podem ser conduzidas tanto por redes públicas quanto privadas, este trabalho

analisará apenas o comércio conduzido por redes privadas.

A internet proporciona aos profissionais de compras consideráveis

reduções nos custos de aquisição, diante destas mudanças nos negócios as organizações

se vêem obrigadas a comprar e vender pela internet para que mantenham os mesmos

custos que seus concorrentes, além dos baixos custos pode se obter redução de tempo

para processamento de pedidos, precisão e fluxo aprimorado das informações, entre

outros.
46

5 E PROCUREMENT

Segundo Franco Jr. (2001) o e-procurement representa uma importante

ferramenta integrada no e-business, que envolve não somente o processo de compras,

mas também toda a logística de fornecimento de materiais.

O e-procurement surgiu da necessidade das empresas tanto públicas

quanto privadas obterem soluções que atuassem nas etapas de aquisições de bens e

serviços, baseado em idéias de gestão de compras, via internet, permitindo assim, a

automatização dos processos de aquisição de produtos ou serviços, desde a fase do

recebimento da requisição até o recebimento da mercadoria, bem como aprovação do

pagamento da fatura.

Sendo assim, este capítulo destina-se ao estudo do conceito,

funcionalidades, as vantagens e desvantagens da utilização do e-procurement.

5.1 Conceito

De acordo com Franco Jr. (2001, p. 264)

E-procurement é o nome de batismo do processo de fazer cotações


de preços pela internet. As empresas que utilizam esses sistemas
selecionam fornecedores para participar de uma concorrência on-
line, O software analisa automaticamente as ofertas e escolhe os
melhores preços, prazos e condições de pagamento.

Conforme Sampaio e Cunha (2006, p. 5) pode se definir e-procurement da

seguinte forma:

É a automação da compra de bens e serviços, tais como materiais de


escritório e de informática, serviços profissionais e legais, copa,
serviços de manutenção dentre outros. A venda ocorre de forma
direta do fabricante ao consumidor, tendo uma intermediação do
portal eletrônico de e-procurement
47

Segundo Amor (2000) apud Mairesse (2007, p. 43) o e-procurement

caracteriza-se como uma ferramenta que facilita as compras corporativas através dos

benefícios da internet, transformando assim, os processos de compra, com a propagação

da web tornou se possível o aperfeiçoamento do sistema, dando lhe mais segurança e

integrando-o com os principais softwares de gestão das empresas.

Sendo assim, o e-procurement representa uma automação aos processos

de compras, através do qual são escolhidos os fornecedores, são realizadas as cotações, e

identificados os melhores preços, sendo um comércio do tipo B2B com a intermediação do

portal eletrônico. Desta forma, este sistema serve para adquirir bens e serviços através de

meios eletrônicos, tendo como objetivo fornecer um maior controle nos processos de

aquisição.

5.2 Funcionalidades do e-procurement

Todo sistema possui suas funcionalidades, ou seja, as operações que ele

executa e as informações que ele fornece aos usuários. Segundo Neef apud Lopes e

Santos (2006, p. 447) o e-procurement apresenta sete funcionalidades:

1- Oferta de catálogos eletrônicos dos produtos - Os fornecedores, em vez

de confeccionarem catálogos em papel, que podem ficar obsoletos em pouco tempo,

mantêm um catálogo eletrônico atualizado e disponível 24 horas por dia aos compradores.

2- Procura eletrônica por produtos – os compradores podem pesquisar

eletronicamente as opções do produto, facilitando e tornando mais rápido este processo.

3- Comparação de preços, características e disponibilidades dos produtos

disponíveis.

4- Diferentes tipos de pagamento – podem ser disponibilizados aos

compradores através do sistema de e-procurement. Como clientes diferentes têm

capacidades e procedimentos diferentes de pagamento, quanto mais opções o sistema


48

tiver, mais adequada será a solução. Além disso, deve ser possível efetuar pagamentos por

meio eletrônico, para que todo o procedimento ocorra digitalmente, com o mínimo de

interferências.

5- Requisição de materiais – ao contrário do sistema manual, onde as

encomendas são enviadas por via fax, por telefone ou formulários preenchidos por algum

funcionário do fornecedor, estas são enviadas de forma eletrônica, já integrada no sistema.

6- Acompanhamento e recepção dos produtos – para evitar comunicação

com o fornecedor ou com a empresa que irá entregar os produtos, o sistema pode fornecer

a localização exata do produto e a data prevista de entrega.

7- Apoio à decisão e à previsão da exigência – o sistema não deve ser

apenas uma forma de conduzir o processo de compra. Ele pode ir além e fornecer apoio

completo à gestão da cadeia de fornecimentos.

De acordo com Pinto et. al. (2004) o e-procurement faz parte de três fases

que podem melhorar o processo de compras em uma empresa, sendo elas:

Sourcing: Processos de identificação de fornecedores importantes para a

organização, em que se estabelecem contratos de fornecimento de bens e serviços e se

acordam regras comerciais, descontos de quantidade, volume de compras anuais, etc.;

E-procurement: Após o estabelecimento do contrato, cabe ao

departamento de compras disponibilizar informação dos produtos e serviços negociados.

Os outros departamentos não devem se preocupar em procurar melhores propostas, pois

têm a certeza que o que está disponível no catálogo de compras é o melhor negócio

possível. Nesta fase, são também definidos os fluxos de aprovações para as requisições de

cada departamento. Ou seja, existem regras pré-definidas para se realizarem compras e

estas são claras para qualquer colaborador da organização. Um dos objetivos do e-

procurement é possibilitar a interligação ponto a ponto entre os sistemas dos compradores

e dos fornecedores. É ainda objetivo do e-procurement possibilitar a interligação do sistema


49

de e-procurement com os sistemas financeiros da sua organização;

Análise: Uma vez que o sistema de e-procurement esteja perfeitamente

interligado com quaisquer outros sistemas, exemplo sistemas financeiros, o gestor passa a

ter a possibilidade de analisar em tempo real o que se passa na organização.

Percebe-se, que o e-procurement facilita as compras corporativas, uma

vez que seu processo envolve as atividades do setor de compras, tais como as requisições

de materiais, busca por fornecedores, processo de cotações, entre outros, além de

fornecedor apoio às tomadas de decisões.

5.3 Vantagens da utilização do e-procurement

Segundo Gomes (2004, p. 158):

O e-procurement é uma maneira de reduzir custos, tornando a


empresa mais competitiva e hábil a controlar melhor seus estoques e
otimizar o ciclo de produção. A vantagem do e-procurement está em
retirar custos desnecessários da operação de obtenção de recursos,
combinando a melhor forma de comprar com as tecnologias da
Internet.

Conforme Aberdeen apud Lopes e Santos (2006, p. 441): “e-procurement

permite às companhias automatizar processos [...] associados às compras. Os gestores

das compras, através do e-procurement, são capazes de evitar quantidades massivas de

documentos e dar passos críticos em eficiência.”

De acordo com Sampaio e Cunha (2006, p. 5): “[...] os benefícios para os

compradores são agilidade e dinamismo das compras, redução dos custos, menos

burocracia e decisões ágeis [...]”. Sendo assim, uma das principais vantagens do e-

procurement é a redução de custos que ocorre pela retirada de processos desnecessários,

e burocráticos, o que torna o processo mais ágil, e conseqüentemente, sobra maior tempo

para atividades que agregam valor, tais como maior tempo para negociações.
50

Segundo Thompkins apud Neiva (2006, p. 6) pode se citar outros

benefícios: Melhoria da comunicação entre a organização e os fornecedores; Recolhimento

de melhores dados que retratam com exatidão as despesas da organização; Informação

mais fiável para as atividades de negociação e acompanhamento de gastos; Consulta das

compras efetuadas; Redução da logística interna no tratamento do material ou serviços

adquiridos; Processo de aprovação transparente para o requisitante; Redução de número

de notas de encomenda; Redução significativa das tarefas administrativas da compra;

Redução do ciclo de compras dentro da organização; Possibilidade de acompanhamento

do processo por responsáveis não intervenientes; Maior responsabilidade para o

requerente; Os profissionais de compras focalizam-se em tarefas mais estratégicas para a

organização; Eficiência melhorada na obtenção de tempos reduzidos de ciclo; Melhorias no

cumprimento dos contratos com fornecedores chave; Compras com as melhores condições

negociadas de bens e serviços; Possibilidade de se realizarem previsões de consumo;

Redução dos processos de reconciliação de pagamentos de requisições de compra;

Redução dos custos administrativos e operacionais; Redução dos erros de processamento

de requisições e respectivas informações contabilísticas e menor risco no investimento.

De acordo com Amor apud Mairesse (2007, p. 43) a comprovação de

ganhos tanto em preços como em prazos têm estimulado as empresas a aderirem ao

processo do e-procurement, além dos benefícios já citados, pode se destacar ainda a

eliminação do uso de papel e o melhor acompanhamento do desempenho dos

fornecedores.

Tendo em vista que, os processos tradicionais de compras maximizam o

ciclo de aquisição e que os altos custos destes processos são abordados como um dos

principais problemas do setor, o sistema de e-procurement representa uma oportunidade de

ganhos tanto de eficiência quanto de flexibilidade dos processos, e conseqüentemente,

redução de custos.
51

5.4 Problemas para implantação do e-procurement

Algumas empresas têm evitado a implantação do sistema devido aos

problemas associados ao e-procurement, Thompkins apud Neiva (2006, p. 7) apontam as

seguintes dificuldades para adoção do sistema:

Problemas culturais: pode haver algumas resistências na implantação do

e-procurement, uma vez que, pode ir contra a cultura empresarial. Em algumas empresas,

as unidades de compras locais possuem muita autonomia e por esta razão, um processo

de compra centralizado pode não ser bem visto pelos gestores de negócio, caso estes

considerem este sistema uma perca de poder. Apenas quando verificarem o retorno

financeiro que o e-procurement proporcionam é que serão convencidos que o sistema

funciona.

Confiabilidade: Há desconfiança no caso dos leilões, uma vez que as

empresas, normalmente, não conhecem seus concorrentes e podem imaginar que a

empresa compradora possa criar um fornecedor virtual para participar do leilão com o

intuito de abaixar o preço a todo o momento.

Fornecedores: Para utilização do e-procurement é necessário possuir uma

infra-estrutura básica, como por exemplo, um acesso rápido à Internet, além disto, é preciso

haver treinamento dos colaboradores da empresa para a correta utilização do sistema,

entretanto, nem todos os fornecedores estão aptos para a implantação.

Manutenção: Um software de e-procurement, assim como qualquer

software, exige uma manutenção contínua.

Legislação: Uma das dificuldades encontradas é a ausência de uma

legislação clara no Brasil quanto às transações realizadas na Internet. Processos judiciais

referentes ao não cumprimento de alguma regra de fornecimento podem ser bem

desgastantes.
52

Sendo assim, percebe-se que apesar de todos os benefícios que o e-

procurement pode oferecer as empresas ainda encontrar dificuldades para sua implantação

tanto por barreiras no seu processo interno quanto externo. Desta forma, é necessário

alguns cuidados para se obter resultados positivos com o e-procurement.

5.5 Fases para implantação do e-procurement

Para a correta utilização do sistema é necessário seguir algumas fases

para a implantação, Lopes e Santos (2006, p. 449 - 450) apresentam 6 fases:

Fase 1 – Objetivos e visão: as organizações precisam estabelecer seus

objetivos básicos, que podem ser: automatizar processos, reduzir custos com despesas

burocráticas, aumento do número de fornecedores, entre outros. Através de objetivos claros

assegura-se que as estratégias do e-procurement possuam um fundamento lógico e

prático.

Fase 2 – Regras de conduta reguladoras: depois de identificados objetivos

e visão claras torna-se necessário a elaboração de regras de condutas reguladoras do e-

procurement, incluindo estatutos e leis administrativas. Estas regras facilitaram a utilização

pelos usuários do sistema.

Fase 3 – Análise dos processos existentes: esta fase inclui uma revisão

dos processos do setor de compras, análise do perfil dos fornecedores e uma avaliação das

capacidades e competências do pessoal, uma vez que a implantação do sistema exige uma

infra-estrutura da empresa e de seus fornecedores.

Fase 4 – Reengenharia dos processos: com a análise dos processos e a

identificação dos impedimentos e ineficiências pode-se traçar um plano de reengenharia,

para que desta forma, o treinamento das pessoas que utilizarão o sistema e a

automatização dos processos obtenha o resultado esperado.

Fase 5 – Escolhendo uma solução e plataforma (portal eletrônico): a


53

escolha do portal eletrônico que melhor se atenda as necessidades da empresa requer uma

análise custo-benefício e/ou análise de risco para comparar várias soluções e-procurement

e o seu impacto.

Fase 6 – Formulação e implementação de um plano: a formulação e

implantação do e-procurement irá incluir a alocação e a gestão dos recursos adequados

(recursos humanos e financeiros), esta fase inclui o treinamento dos colaboradores.

Desta forma, percebe-se que muitas das dificuldades da implantação do

sistema podem ser superadas através um correto planejamento e de uma boa gestão das

atividades.
54

6 ESTUDO DE CASO

6.1 Apresentação da empresa

A empresa estudada será denominada pela sigla ERC, foi fundada em 19

de setembro de 1981 por engenheiros eletricistas, nesta fase inicial dedicou-se a

montagens elétricas de baixa e média tensão.

Em 1986, foi alterada a sociedade, uma vez que, pode aumentar o seu

potencial em execuções não somente na área de instalações elétricas, mas também, na

área de arquitetura e construção civil. Trata-se de uma empresa de médio porte que possui

seu escritório no bairro da Vila Leopoldina na cidade de São Paulo.

A missão da empresa ECR é “Atender nossos clientes da melhor maneira

possível alcançando retorno para funcionários e sócios."

Seu quadro de colaboradores conta com 95 pessoas; para administração

de sua infra-estrutura e suas atividades a empresa possui em seu escritório os seguintes

setores:

Setor de Orçamentos: responsável pela elaboração dos orçamentos de

obras tanto de civil quanto de elétrica;

Setor de Projetos: responsável pela elaboração dos projetos de obras;

Setor de Compras/ Suprimentos: responsável pelo suprimento de bens e

serviços, tanto das obras quanto dos materiais necessários no escritório;

Setor Financeiro: responsável pelas contas a pagar e contas a receber;

Setor de Recursos Humanos: responsável pela gestão dos colaboradores

da empresa.

Neste estudo serão abordadas as atividades de aquisição de bens e


55

serviços realizadas pelo setor de compras/ suprimentos.

6.2 Fluxo do setor de compras

A gestão de compras da empresa ECR baseia-se na avaliação dos

seguintes quesitos:

Qualidade, fator importante uma vez que, para a realização de uma obra

civil deve ser utilizado material de qualidade. Em alguns casos o próprio cliente escolhe a

marca do material que será utilizado.

Prazo de entrega, tendo em vista que as obras possuem datas para sua

conclusão, podendo acarretar multas por atraso na finalização da obra, desta forma, o

material não pode sofrer atrasos de entrega;

Preço, pois a organização também necessita de redução de custos para

se manter competitiva.

As necessidades de materiais na obra são solicitadas pelo engenheiro

responsável, conforme sua necessidade e prioridade na utilização de cada produto ou

serviço, os compradores devem seguir os parâmetros e especificações realizadas pelo

engenheiro.

Como toda empresa a ECR possui procedimentos para a realização do

processo, a figura 2 apresenta o fluxograma do setor de compras:


56
Início

Recebimento da
Requisição

Encaminhamento para o
comprador
Uso do
papel

Seleção de
Fornecedores

Envio da Solicitação de
Cotações

Recebimento das
Cotações e Elaboração do Uso do
Mapa papel
de Coleta (MC)

Negociação dos Preços e


Atualização do MC

Envio do MC para
aprovação do gerente de
Uso do
compras papel

Pedido
Aprovado

Sim
Elaboração da Ordem de Uso do
Compra (OC)
papel

Encaminhamento da OC
para o fornecedor Fim

Follow up dos Recebimento e Inspeção Autorização do Pagamento


Pedidos do Material da Fatura

Figura 2: Fluxo do processo de compras


57

As requisições são realizadas por cada engenheiro na obra e são

enviadas para o escritório, seja via e-mail ou pessoalmente, e encaminhadas para o setor

de compras.

Quando recebida a requisição é direcionada para o comprador, este

realiza a análise de cada requisição quanto às especificações de cada material/ serviço; e

data da necessidade deste material na obra. Logo após há separação dos itens que podem

ser adquiridos juntos, ou seja, do mesmo fornecedor e com mesmo prazo de entrega.

Nesta etapa é realizada a seleção dos fornecedores, para os materiais

que já foram adquiridos há uma lista de fornecedores aprovados, sendo que, é necessário

estar atento quanto às marcas especificadas na requisição. Entretanto, quando não há

registros de compra de determinado material o comprador realiza uma pesquisa/busca por

novos fornecedores. Depois de selecionados os fornecedores são enviadas as solicitações

de cotações, podendo ser por e-mail ou via fax.

Quando do recebimento das cotações são gerados os Mapas de Coletas

de preços para que possam ser analisadas as cotações recebidas, de acordo com os

critérios de avaliação citados acima: qualidade, prazo de entrega e preço.

Após o preenchimento do Mapa de Coletas o comprador faz a negociação

com os fornecedores, afim de obter as melhores condições tanto de preço quanto de

condições de pagamento, prazo de entregas, entre outros. Nesta negociação são utilizados

como meio de contato, e-mails, telefonemas e raras vezes o fax.

Os materiais apenas podem ser adquiridos após a aprovação do gerente

de compras, sendo assim, após o preenchimento do Mapa de Coleta, este é encaminhado

ao gerente que avalia as cotações, este escolhe a melhor opção e devolve o Mapa

assinado. Caso nenhum fornecedor seja aprovado, é necessário realizar novas solicitações

de cotações.

Segue se após a aprovação, a elaboração da Ordem de compra, sendo


58

encaminhada uma via para o fornecedor geralmente via e-mail e outra via ficando em poder

do setor de compras.

Entretanto, o processo de compra só finaliza após o recebimento do

material, desta forma, segue o acompanhamento da entrega ou follow up, sendo importante

para evitar problemas quanto ao recebimento do material.

Segue então, o recebimento e inspeção do material e a autorização do

pagamento da fatura, finalizando assim, o processo de compras. Desta forma, a eficiência

do processo depende da forma como estas atividades são desenvolvidas e a integração

entre elas.

6.2.1 Diagnóstico do processo de compras

A empresa possui algumas deficiências no processo de aquisição de

materiais/ serviços, dentre elas pode se citar como base para o estudo:

De acordo com o fluxograma apresentado na Figura 2, nota-se uma

grande gasto com papel, tendo em vista que, sua utilização é necessária em 4 fases do

processo;

Há um processo burocrático longo, uma vez que, a informação deve

passar por várias pessoas envolvidas no processo, que vai desde o engenheiro que envia a

requisição ao setor de compras, passando pelo comprador, fornecedores, gerente de

compras, para só então concretizar a compra, além, da autorização de pagamento da fatura

feita ao setor de contas a pagar após o recebimento do material;

Pode se citar também um ciclo do processo de compra longo, tendo em

vista que, o processo interno que tem início no recebimento da requisição até o

encaminhamento da Ordem de compra ao fornecedor que leva em média 05 dias conforme

consta no Quadro 1, vale ressaltar que não está sendo levado em consideração o prazo de

entrega do material;
59

Fase do Processo Tempo de ciclo (dias)


Recebimento da requisição
Encaminhamento para o comprador
Seleção de fornecedores
Envio da solicitação de cotações 01
Recebimento das cotações e elaboração do Mapa de coleta (MC)
02
Negociação dos preços e atualização do MC
Envio do MC para aprovação do gerente de compras 01
Elaboração da Ordem de compra (OC)
01
Encaminhamento da OC para o fornecedor
Total do ciclo de compras 05
Quadro 1: Tempo de ciclo do processo de compras

Dificuldades para a realização do follow up, devido à grande quantidade

de atividades, como realização de cotações e atualizações dos Mapas de coletas, os

compradores acabam priorizando estas em detrimento daquelas. Sendo assim, há

constantes reclamações por atrasos no recebimento dos materiais.

6.3 Apresentação do portal eletrônico E-construmarket

O e-procurement como dito anteriormente, trata-se de uma ferramenta do

e-business que possui como finalidade proporcionar uma automação dos processos de

compras via internet através de um portal eletrônico. Algumas empresas da construção civil

têm utilizado o portal eletrônico e-construmarket, que tomaremos como estudo neste

trabalho.

O e-construmarket foi fundado em 1999 e desenvolve soluções de internet

com o intuito de tornar mais eficiente o trabalho dos profissionais da Arquitetura,

Engenharia e Construção. O portal eletrônico possui informação técnica e comercial de

forma neutra e objetiva e novas ferramentas que proporcionam maior eficiência nas

relações entre empresas e fornecedores.

O portal e-construmarket reúne uma comunidade com mais de 6.000

fornecedores e mais de 160.000 profissionais cadastrados que acessam diariamente o


60

portal para fazer negócios, colaborar e buscar informação técnica e comercial para seus

projetos e obras.

6.3.1 Funcionalidades do E-construmarket

Pode se citar algumas funcionalidades disponíveis através do portal tais

como:

Entrada de requisições facilitadas, o portal permite recuperar requisições

anteriores para evitar a re-digitação e, caso a empresa trabalhe com planilhas de Excel é

possível copiar e colar o conteúdo da planilha direto para a requisição. No caso das

empresas de construção civil que possuem seus engenheiros trabalhando diretamente na

obra, é possível, que este gere a requisição sem a necessidade de estar no escritório;

Após a liberação da requisição o comprador assume o domínio do

documento e o pessoal de obras fica apenas acompanhando a evolução do status da

cotação;

Escolha dos fornecedores que participarão da concorrência;

É possível o envio de informações complementares, bem como inserir

arquivos em anexo a cada cotação;

À medida que os fornecedores enviam as respostas, o sistema monta e

atualiza automaticamente visões comparativas das ofertas (mapa de comparação de

preços) Os melhores preços ficam destacados em vermelho e o resultado pode ser

transformado no formato de impressão a qualquer momento. O mapa permite ainda,

analisar com total facilidade os preços unitários e o valor presente dos produtos e serviços

cotados;

Há opção de envio de contra-ofertas, que sendo aceitas pelo comprador

são incorporadas automaticamente ao mapa de comparação de preços, sendo possível


61

utilizar este mecanismo com todos os fornecedores quantas vezes forem necessárias;

Existe um sistema de correio eletrônico atrelado a cada concorrência que

permite que o comprador se comunique em absoluta privacidade com todos ou alguns dos

fornecedores participantes. Desta forma, o andamento das negociações fica registrada no

sistema e o comprador ganha poder e velocidade para negociar com cada fornecedor em

sigilo;

Caso durante as negociações o comprador não esteja conseguindo atingir

seus objetivos, é possível ampliar o universo de concorrentes, cotando assim com mais

fornecedores;

Assim que decidida a compra o sistema envia automaticamente o pedido

(Ordem de Compra) para o fornecedor escolhido e agradece aos demais participantes da

concorrência. O pedido emitido transforma-se em um documento que contém além do logo

da empresa compradora, todas as informações necessárias à formalização da compra,

sendo possível ainda, enviar informações adicionais ao fornecedor vencedor da

concorrência, tais como a confirmação ou alteração de dados de faturamento;

O sistema possibilita o acompanhamento tanto das cotações quanto dos

pedidos em andamento, facilitando assim, as tomadas de decisões;

Após a emissão do pedido o pessoal da obra registra as entregas e o

setor de compras acompanha a evolução do pedido até o seu encerramento.

6.4 Estudo final

Para o estudo das vantagens da implantação do e-procurement este

trabalho tomou como base informações do processo de compras da empresa ECR, bem

como informações no portal eletrônico e-construmarket. Dar início a este processo

investigativo significou, acima de tudo, levar em conta as possibilidades, sob a luz dos

pressupostos teóricos, de coletar dados relativos à problemática do processo de compras


62

da empresa e dos benefícios oferecidos pelo portal eletrônico.

De acordo com os dados coletados pode-se perceber que o portal e-

construmarket oferece diversas funcionalidades que podem contribuir para melhoria do

processo de compras da ECR. Entretanto, antes da implantação do sistema torna-se

importante um bom planejamento e análise dos processos necessários para a utilização do

e-construmarket, tais como disponibilidade financeira, uma vez que haverá uma

manutenção continua do sistema, além da necessidade de treinamentos para todos os

envolvidos no processo; definição dos objetivos da empresa; entre outros. Estes fatores

não foram analisados neste estudo, entretanto, não podem ser ignorados devido sua

importância na obtenção de sucesso na implantação do sistema.

Desta forma, tomando como base os problemas mencionados acima e as

vantagens teóricas oferecidas pelo portal eletrônico propõe-se as seguintes melhorias no

processo de compras:

Redução da utilização de papéis, tendo em vista, que muitas informações

estarão no sistema à disposição dos usuários, não sendo necessário realizar a impressão;

Redução do ciclo do processo de compras, uma vez que algumas fases

são realizadas pelo sistema, como por exemplo após a negociação das condições de

fornecimento o Mapa de Coleta é atualizado automaticamente assim que são recebidas as

novas propostas, havendo assim, diminuição do tempo gasto no processo interno;

Redução dos gastos com telefone, uma vez que todas as negociações

podem ser realizadas através do sistema, ou seja, via internet;

Redução da burocracia, uma vez que o gerente de compras pode acessar

o sistema assim que o Mapa estiver pronto e dar sua autorização ou não para a compra do

material, desta forma, assim que a compra é aprovada o sistema gera automaticamente o

Pedido de compra sendo encaminhado à empresa vencedora da concorrência;

Agilidade no follow up dos Pedidos, tendo em vista, que o sistema


63

possibilita o acompanhamento dos Pedidos e sua evolução até que seja efetuada a

entrega.

Os benefícios apresentados acima têm como objetivo proporcionar maior

agilidade ao processo de compras, com a redução dos processos burocráticos e do tempo

gasto com a coleta de cotações e elaboração do Mapa de Coleta, o setor de compras fica

com tempo disponível para atividades que agreguem maior valor à empresa, como exemplo

pode-se citar maior tempo para análise dos preços e negociações junto aos fornecedores.

Diante deste quadro, a empresa tende a ganhar tanto em redução de

custos, quanto em aumento da velocidade de seus processos, redução do atraso dos

materiais na obra e aumento da lucratividade.


64

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As grandes mudanças na forma como as empresas têm interagido tanto

com seus fornecedores quanto com seus clientes, mostram que as organizações precisam

estar constantemente em busca de melhores formas de gestão para seus processos, afim

de obter melhor posicionamento no mercado.

Atualmente, a função compras tem se destacado como fonte de redução

de custos e aumento de lucratividade, com a evolução das tecnologias e o aumento do uso

da internet, têm surgido novas formas de relacionamentos nos negócios, dentre elas o e-

procurement, que possui como finalidade proporcionar maior agilidade e eficiência no

processo de compras.

Desta forma, foi possível verificar neste estudo, tendo como bases

práticas a empresa ECR e o portal eletrônico e-construmarket, que a utilização desta

tecnologia pode ser benéfica para o setor de compras apresentando bons resultados diante

do atendimento das requisições de compra, proporcionando reduções de custos, melhor

uso do tempo e rapidez nos processos.

Sob o aspecto logístico esse sistema torna-se uma alternativa para as

organizações, uma vez que possui como finalidade colocar o produto/serviço no lugar certo,

no momento adequado, nas melhores condições e ao menor custo, através da melhoria dos

processos.

Vale destacar que, há muito que ser estudado a respeito deste tema, em

vista de ser o assunto amplo, foi verificada durante a execução deste estudo a falta de

bibliografia nacional tratando do tema principal (e-procurement), desta forma, ainda pode

ser muito explorado em outros estudos, acrescentando novas informações.


65

REFERÊNCIAS

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aplicação. São Paulo: Atlas, 1999.

ARNOLD, J. R.T.Administração de materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas,


1999.

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5. ed, Porto Alegre: Bookman, 2006. Tradução: RUBENICH, R.

.___________. Logistica Empresarial. São Paulo: Atlas, 1993

BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São


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