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IVA - Operações puras triangulares e falsas

triangulares

II - Operações falsas triangulares

2 - A mais complicada acontece quando:

SP1 China; SP2 Portugal; SP3 França

SP1 vende e fatura a SP2 que por sua vez vende e fatura a SP3

mas

SP1 envia a mercadoria diretamente a SP3

Neste caso o desalfandegamento é efetuado em França e este facto acrescenta uma


operação interna (no território francês) à operação. Podendo complicar bastante a vida do
SP Português, pois uma operação interna implica IVA liquidado naquele território.

Se o desalfandegamento foi efetuado em nome da empresa portuguesa em França a


operação terá sido tratada como sendo uma importação da empresa portuguesa nesse
território, o que implica que, sendo a detentora dos bens já naquele espaço, a sua venda
ao cliente francês é feita também no mesmo espaço fiscal, sendo devido IVA em França
pela transmissão desses bens, o que poderia levar à necessidade de registo da empresa
portuguesa naquele território para proceder a essa entrega (e dedução do IVA suportado
na importação).

Porém, no caso do SP francês estar registado para efeitos de IVA naquele território poder-
se-á aplicar o método do reverse-charge. Assim, caberá ao adquirente francês a entrega
do imposto correspondente à sua aquisição de mercadorias feita à empresa portuguesa.

Em termos de IVA, as operações (tanto a importação, como a venda ao SP3) ficam aqui
fora do campo de imposto em Portugal, sendo tributáveis em França nos termos já
referidos.

Já no caso de o adquirente francês não estar registado para efeitos de IVA será necessário
o SP português registar-se para efeitos de IVA em França de modo a liquidar e deduzir o
imposto resultante da importação e da venda.

Ou em alternativa nomear um representante naquele estado que pagará o IVA em nome


do SP português na alfândega em França.
Tratando-se de imposto (IVA) liquidado noutro espaço fiscal, este não pode ser deduzido
em Portugal, pelo que não pode constar de declaração periódica enviada por sujeito
passivo de IVA português.

O imposto suportado noutro espaço fiscal, por sujeito passivo de IVA português, poderá
ser recuperado mediante pedido de reembolso feito a esse Estado (por via do Portal das
Finanças português), no âmbito do "Regime de reembolso do IVA a sujeitos passivos não
estabelecidos no Estado membro de reembolso”.

Existem ainda outras variantes de operações falsas triangulares, mas o objetivo deste texto
é alertar para a existência de vários enquadramentos neste tipo de operações e criar a
consciência da necessidade serem sempre estudados caso a caso. Não é substituir o
trabalho de um técnico ou abordar exaustivamente todos eles.

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