Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Também em 31 de dezembro de 2013, a ABC vendeu a uma empresa portuguesa Ómega SA,
a empresa Beta obtendo em Portugal uma mais-valia fiscal de 3.000.000 euros, não tendo
havido qualquer pagamento de imposto (IRC) ao Estado português. O Sr. Jean Jacques era o
administrador responsável do pelouro contabilístico-financeiro da ABC na altura da venda da
Beta. Tanto os royalties como as mais valias fiscais, estão previstas nos ordenamentos
jurídicos luxemburguês e português.
Em 23 de julho de 2018, a Autoridade Tributária (AT) notificou Maria Antónia e o Sr. Jean
Jacques para o pagamento de IRC (imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas)
referente a 2014 relativo aos royalties, cada um em 50% do IRC devido (montante total de
IRC devido 250.000 euros). O Sr. Jean Jacques foi notificado relativamente ao IRC (750.000
euros) correspondente às mais valias fiscais da venda de Beta pela ABC. A sociedade Alfa
entende que a AT procedeu bem ao notificar a Maria Antónia e o Sr. Jean Jacques, uma vez
que cada um foi responsável pelo louro financeiro desde 2013.
Pontos a analisar:
1ª Paragrafo: Questão de sujeitos. ABC é um sujeito passivo não residente em Portugal e Alfa e
a Beta são sujeitos passivos residentes em Portugal;
R: ABC é um sujeito passivo não residente. Sendo um sujeito passivo está obrigada a cumprir
duas obrigações, a principal é o pagamento de imposto e tem a obrigação acessória para
cumprir. Então se a ABC tem uma obrigação principal para cumprir que é o imposto então
temos que identificar que tipo de imposto, que nesta situação vai obter um rendimento,
portanto é um imposto sobre o rendimento. Como estamos a falar de uma sociedade de
direito luxemburguês é uma pessoa coletiva, logo é o imposto sobre pessoa coletiva, ou seja,
IRC. Para Alfa e Beta, são pessoas coletivas que podem estar ligadas ou não a um imposto
sobre o rendimento, nós ainda não sabemos. “ A sociedade ABC é um sujeito passivo de um
imposto sobre o rendimento, IRC. As sociedades Alfa e Beta, poderão estar ligadas a um
imposto sobre o rendimento, IRC.”
R: Quem obteve rendimento em Portugal foi a empresa ABC. Então temos que fazer duas
perguntas: 1 Pergunta (quem): qual é a posição da ABC face ao ordenamento jurídico
português, isto é, é um sujeito passivo residente ou não residente? – Não residente, então
temos que ir ao IRC para fundamentarmos a resposta, na estrutura do imposto, então vamos à
incidência para verificar o quem. – art.º 2 do IRC, n.º 3, porque não tem sede ou direção
efetiva em Portugal.
Quando é que tinha que fazer a retenção na fonte? (Sabemos que foi pago à ABC em 03/2014)
Então verificamos no art.º 94, n.º 6 Codigo IRC.
Então vamos ao IRS art.º 5, rendimentos da categoria E – art.º 5, n.º 2, m) + art.º 94, n.º1 a) IRC
. O mês que temos que fazer a retenção. Art.º 7 do IRS – momento partir do qual ficam sujeitos
a tributação os rendimentos da categoria E. alínea m) “A alínea m) diz-nos que a retenção na
fonte dos royalties deve ser feito no momento do apuramento dos royalties”
Raciocínio: Partimos do IRC para verificar o tipo de rendimento (art.º94), no 94º n.º 6 há uma
remissão para o IRC, porque no código do IRC não temos a regra como temos que fazer a
retenção na fonte, essa regra está no IRS. Então fomos ver o rendimento igual ao que
corresponde no IRC e vimo que é na alínea m) n.º 2 art.º 5. Depois fomos ver o momento em
que temos que fazer a retenção que é dada no art.º 7, nº 1 conjugado com o n.º 3 a) que é
quando apuramos os royalties.
Então no caso prático o momento quando forma apurados os royalties foi em 31/12/2013,
quando Alfa recebe o débito, é nesse momento que é o apuramento dos royalties. Então Alfa
em Dezembro deveria ter reconhecido a retenção na fonte. Uma coisa é quando é feita a
retenção outra é quando temos que entregar ao Estado. A exigibilidade (entrega) da retenção
é 20 de Janeiro, é quando Alfa tem que entregar ao Estado. “Conclui-se que Alfa no dia
31/12/2013, deveria ter retido na fonte um milhão de euros a 25%, e em Março de 2014,
Alfa deveria ter pago o valor de 75000 euros e não um milhão de euros. “ Ou seja. Não
entregou ao Estado o devido e pagou a mais a ABC, ou seja cometeu uma infração, a não
retenção e entrega da mesma. Como Alfa não fez a retenção o prejuízo financeiro é de Alfa,
porque o Alfa como substituto deveria ter feito a retenção na fonte e não fez. A divida perante
o fisco português iniciou-se em 21/01/2014, porque deveria ter entregue até 20 de Janeiro e
começa a contar-se no dia seguinte. Então o Estado a partir desta data pode exigir o imposto.
3º paragrafo: Facto: mais-valia fiscal em Portugal, não houve IRC Facto: jean Jacques –
responsabilidade subsidiária
ABC vendeu Beta que é uma empresa portuguesa e obteve a mais-valia em Portugal. A
questão que se coloca é se vai ser tributada em Portuga ou não? Aqui entra a convecção de
Portugal-Luxemburgo. A mais valia localiza-se em Portugal, mas a ABC é um sujeito passivo não
residente. Aqui não há substituto nesta operação. Não vem ninguém do Luxemburgo pagar o
imposto em Portugal. Vamos ao tratado verificar as mais-valias, no art.º 13, n.º 1 e n.º 4.
4ª Paragrafo: Facto: inspeção tributaria (se correu dentro da normalidade, prazos) Facto:
liquidação adicional Aqui é relevante o aspeto da caducidade.
O imposto passava a ser calculado de acordo com o “o valor objetivo” de cada imóvel, um
valor a fixar pelos serviços de finanças atendendo à sua “localização”, “equipamentos” e
“antiguidade”, bem como a “outros fatores relevantes” que a lei em si mesma não
especificava. Por portaria do Ministro das Finanças haver-se-iam de precisar melhor estes
elementos e o peso relativo de cada um no cálculo do valor tributável.
Ao valor assim determinado aplicar-se-ia uma taxa única de 1,5% nas grandes cidades,
podendo fora delas oscilar entre a taxa de 0,7% e 1,3% consoante a deliberação das
assembleias municipais, uma solução que a Associação dos Municípios Portugueses sustenta
ser inconstitucional por reduzir em demasia a autonomia financeira local violando o
princípio da autonomia do Poder Local. A proposta dos Municípios era antes a de que na
generalidade dos municípios a taxa pudesse oscilar entre as 0,3% e os 2,5% e que por
deliberação das assembleias municipais se pudessem isentar de imposto todos os imóveis
situados em “zonas degradadas” a “pessoas abaixo do limiar da pobreza”, sendo definidos
pelos próprios municípios as “zonas degradadas” e a Segurança Social as “pessoas abaixo do
limiar da pobreza”.
Quid iuris?
1º paragrafo:
Existem dois factos relevantes: tipo de decreto-lei e qual é o âmbito material do decreto-lei, ou
seja, qual é matéria que o decreto-lei vai analisar.
Decreto-lei autorizado?
Âmbito material: alteração do imposto.
2º paragrafo:
1º facto relevante é o cálculo do valor a fixar, ou seja, a fase correspondente do imposto a que
o cálculo do valor pertence é à determinação de matéria tributável: incidência?
3º parágrafo:
De acordo com a lei 73/2013 as Assembleias Municipais até ao dia 31 de dezembro têm que
comunicar quais as taxas de imposto a vigorar para o ano seguinte. Neste caso vamos admitir
que o governo pretende impor uma taxa do imóvel para as grandes cidades de 0,7 e 1,3 para
fora das grandes cidades e que a associação dos municípios portugueses sustenta a sua
inconstitucionalidade fundamentado para tal, a desproporcionalidade entre as taxas propostas
pelo governo e as taxas propostas por si. Atendendo aos dados da hipótese, sou da opinião
que poderá haver uma inconstitucionalidade devido à desproporcionalidade das taxas
propostas pelo governo e pela associação de municípios. Adicionalmente, conforme dito
acima quem tem competência para fixar as taxas são as Assembleias municipais, de acordo
com o artº 16 da lei 76/2013 logo, se o governo mantiver as taxas do imóvel de 0,7 e 1,3
estamos perante uma inconstitucionalidade orgânica.
Atendendo aos critérios definidos n se verifica qualquer inconstitucionalidade e ilegalidade,
uma vez que, no art 16 está previsto que os benefícios fiscais sobre a forma de isenções seja
concedido pelos municípios através da AM.