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ATIVIDADE CONTEXTUALIZADA DE TÓPICOS

INTEGRADORES II
Jádson Laurentino de Lima
01454374
Engenharia Elétrica

Ciclo de Brayton
O ciclo térmico de Brayton, também conhecido como ciclo de Joule, é um ciclo termodinâmico
que descreve o funcionamento de turbinas a gás e motores a combustão. Ele consiste em
quatro etapas principais: compressão,
aquecimento, expansão e resfriamento.

Fig. 1 – Ciclo de Brayton aberto

O ciclo de Brayton, em suas diferentes variações, está sempre relacionado à geração de calor
ou de potência. Essas variações foram desenvolvidas para atender a requisitos específicos e
otimizar o desempenho do ciclo. Por exemplo, o ciclo de Brayton pode ser implementado em
configurações de ciclo aberto ou fechado, onde o ar é continuamente aspirado e exaurido ou
recirculado dentro do sistema, respectivamente. Além disso, o ciclo de Brayton pode ser
combinado com técnicas de recuperação de calor, como o ciclo de regeneração, para
aumentar ainda mais a eficiência térmica.

As duas leis da termodinâmica têm relação direta com o ciclo de Brayton. A Primeira Lei da
Termodinâmica (Lei da Conservação da Energia), estabelece que a energia total de um
sistema isolado permanece constante ao longo de um ciclo. No ciclo de Brayton, a primeira lei
da termodinâmica é aplicada para o balanço energético, considerando a entrada de energia
na forma de calor e a saída de energia na forma de trabalho. Ela descreve a de energia
durante as etapas de compressão, adição de calor, expansão e rejeição de calor do ciclo.

A Segunda Lei da Termodinâmica, estabelece as limitações fundamentais sobre a eficiência


de conversão de calor em trabalho. Ela afirma que nenhum processo térmico pode ser
completamente reversível e que sempre haverá uma degradação da energia durante a
conversão. No ciclo de Brayton, a segunda lei da termodinâmica é aplicada para avaliar a
eficiência térmica do ciclo, considerando as irreversibilidades internas, como perdas de calor e
atrito. Essa lei define um limite máximo teórico para a eficiência do ciclo.

As etapas do ciclo de Brayton, e seus balanços energéticos são:

1. Compressão isentrópica (compressão em um compressor), nesta etapa, a energia


transferida é apenas na forma de trabalho mecânico, já que não ocorre troca de
calor. Por outro lado, a entropia permanece inalterada. O balanço energético para
a compressão é dado por: 𝑊𝐶 = 𝐻2 – 𝐻1.

2. Adição de calor isobárico (em um trocador de calor), durante a adição de calor,


ocorre a transferência de energia térmica para o ar comprimido. O balanço
energético para essa etapa é expresso como: 𝑄 𝑎𝑑𝑑 = 𝐻3 – 𝐻2.

3. Expansão isentrópica, nesta etapa, ocorre a conversão da energia térmica em


trabalho mecânico na turbina. O balanço energético para a expansão é dado por:
𝑊𝑇 = 𝐻4 – 𝐻3. Novamente a entropia não sofre alteração.

4. Rejeição de calor isobárica, durante a rejeição de calor, ocorre a transferência de


energia térmica do ar expandido para o ambiente. O balanço energético para
essa etapa é expresso como: 𝑄𝑟𝑒 = 𝐻4 – 𝐻1.
No ciclo de Brayton, a entalpia aumenta durante a compressão e a adição de calor, enquanto
diminui durante a expansão e a rejeição de calor. A entropia pode variar ao longo do ciclo,
dependendo das irreversibilidades presentes em cada etapa.
O comportamento da entalpia e da entropia no ciclo de Brayton é fundamental para entender
o desempenho termodinâmico do ciclo e projetar sistemas eficientes de turbinas a gás ou
motores de combustão interna.

Fig. 2 – Ciclo Ideal e Ciclo Real


É importante ressaltar que os valores de entalpia nos diferentes pontos dependem das
propriedades termodinâmicas do fluido de trabalho e das condições operacionais do ciclo, e
podem variar de acordo com as características específicas de cada ciclo de Brayton
implementado.

Em termos de vantagens, o ciclo de Brayton oferece alta eficiência térmica, especialmente


quando combinado com técnicas de recuperação de calor, como o ciclo de regeneração. Além
disso, ele permite a geração de energia a partir de uma variedade de combustíveis, como gás
natural, óleo combustível e biogás. O ciclo de Brayton também possui uma resposta rápida às
variações de carga, tornando-o adequado para aplicações que exigem flexibilidade
operacional.

No entanto, o ciclo de Brayton também apresenta algumas desvantagens. Ele requer um


sistema complexo de compressores, turbinas e trocadores de calor, o que pode aumentar os
custos de investimento e manutenção. Além disso, o ciclo de Brayton é sensível a variações
de temperatura ambiente, o que pode afetar sua eficiência operacional. A utilização de
combustíveis fósseis no ciclo de Brayton também contribui para a emissão de gases de efeito
estufa e impactos ambientais.
Em suma, o ciclo de Brayton e suas variações são amplamente aplicados em diversas
indústrias para a geração de calor ou potência. As duas leis da termodinâmica, a conservação
de energia e a degradação da energia, estão diretamente relacionadas ao ciclo de Brayton,
permitindo sua análise e otimização.
Embora apresente vantagens como alta eficiência e flexibilidade operacional, o ciclo de
Brayton também possui desvantagens, incluindo complexidade e impactos ambientais.

Referências:

https://www.thermal-engineering.org/pt-br/o-que-e-a-teoria-do-ciclo-de-brayton-brayton-
engine-definicao/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_Brayton

https://www.respondeai.com.br/conteudo/termodinamica/ciclos-de-potencia-segunda-lei-e-
relacoes-termodinamicas/ciclo-de-brayton/1746

http://www.fem.unicamp.br/~franklin/EM884/pdf/turbina_gas_ciclos.pdf

Livro Curso de Física Básica do professor H. Moysés Nussenzveig Volume 02.

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