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CUSTOS E CUSTOS E

Custos e planejamento
PLANEJAMENTO PLANEJAMENTO
ORGANIZADOR CAROLINA GALHARDO
ORGANIZADOR CAROLINA GALHARDO

Fundamental para aprender a fazer orçamentos e planejamento de proje-


tos arquitetônicos, de design, este livro traz os conhecimentos necessários
para você tomar as melhores decisões antes de iniciar uma obra, seja uma
edificação nova, uma reforma, de área interna ou externa, grande ou
pequena. A autora aborda aspectos importantes nesta obra abrangente,
C
em quatro unidades: planejamento e orçamento de obras; análise de proje-
M
tos e execução de pequenas obras; custos e planejamentos exemplificados;
Y
e, por fim, custos e planejamentos específicos, focando em projetos pais-
CM
agísticos e de áreas externas.
MY

CY Tenha em mãos exemplos de planilhas para ver na prática o que você


CMY aprendeu neste conteúdo, que será um recurso importante para seus estu-
K dos. Aproveite!

GRUPO SER EDUCACIONAL

gente criando futuro


CUSTOS E
PLANEJAMENTO
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional.

Diretor de EAD: Enzo Moreira

Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato

Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes

Coordenadora educacional: Pamela Marques

Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa

Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha

Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi

Galhardo, Carolina.

Custos e Planejamento / Carolina Galhardo. – São Paulo: Cengage, 2020.

Bibliografia.

ISBN 9786555581508

1. Arquitetura. 2. Design interiores. 3. Gestão de custos de projetos.

Grupo Ser Educacional

Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro

CEP: 50100-160, Recife - PE

PABX: (81) 3413-4611

E-mail: sereducacional@sereducacional.com
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL

“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com


isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.

O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec,


tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da
democracia com a ampliação da escolaridade.

Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar


as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no
contexto da sociedade.”

Janguiê Diniz
Autoria
Carolina Galhardo
Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica de Minas gerais e
Especialista em Gestão de Cidades e Planejamento Urbano. Atualmente é professora de Projeto
Arquitetônico e Projeto Urbanos, e integra o Programa de Pós-Graduação em Desastres da Unesp/
Cemaden. Atua no mercado imobiliário há seis anos desenvolvendo projetos de interiores, reformas
e execução de obras e mobiliários.
SUMÁRIO

Prefácio..................................................................................................................................................8

UNIDADE 1 - Planejamento e orçamento de obras..........................................................................11


Introdução.............................................................................................................................................12
1. Introdução..........................................................................................................................................13
2. Diretrizes de planejamento................................................................................................................ 16
3. Fases do projeto e da obra................................................................................................................. 18
4. Orçamento para pequenas reformas................................................................................................. 26
PARA RESUMIR...............................................................................................................................30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................31

UNIDADE 2 - Análise de projetos e execução de pequenas obras.....................................................33


Introdução.............................................................................................................................................34
1 Análise de plantas de obras de pequena complexidade de interiores................................................ 35
2 Execução e acompanhamento de obras de pequena complexidade.................................................. 48
3 Interdisciplinaridade com profissões afins.......................................................................................... 51
4 Problemas de gestão de obras............................................................................................................ 54
PARA RESUMIR...............................................................................................................................57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................58

UNIDADE 3 - Custos e planejamentos exemplificados......................................................................59


Introdução.............................................................................................................................................60
1 Custos de obra.................................................................................................................................... 61
2 Custos e planejamento de projetos residenciais................................................................................ 63
3 Custos e planejamento de projetos comerciais.................................................................................. 68
4 Custos e planejamento de projetos de estandes................................................................................ 71
PARA RESUMIR...............................................................................................................................75
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................76
UNIDADE 4 - Custos e planejamentos específicos............................................................................77
Introdução.............................................................................................................................................78
1 Custos e planejamento de projetos paisagísticos............................................................................... 79
2 Custos e planejamento de projetos para áreas externas.................................................................... 86
3 Planejamento de projetos para eventos............................................................................................. 89
PARA RESUMIR...............................................................................................................................93
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................94
PREFÁCIO

Este livro traz os conhecimentos necessários para você fazer os orçamentos para
poder planejar obras novas, reformas, grandes e pequenas etc. Serão quatro unidades
que vão abordar os seguintes assuntos: planejamento e orçamento de obras; análise
de projetos e execução de pequenas obras; custos e planejamentos exemplificados; e,
por fim, custos e planejamentos específicos, focando em projetos paisagísticos e de
áreas externas.

Na primeira unidade, que trata do planejamento e orçamento de obras,


falaremos sobre o planejamento para obras da construção civil de reformas pequenas
apresentando os parâmetros que devem ser considerados no planejamento e na
execução desse tipo de empreendimento. Descreveremos as técnicas fundamentais
relacionadas às fases de elaboração de projeto e execução e anda mostraremos
algumas das principais ferramentas para se elaborar um orçamento que fornecerá as
principais chaves para custear uma obra de reforma.

A segunda unidade vai fazer a análise de projetos e execução de pequenas obras.


Serão apresentados os componentes de uma planta de projeto de interiores e como
analisá-la a fim de buscar a elaboração de orçamentos e fazer o planejamento da
execução do projeto. Você aprenderá aqui as maneiras de realizar o acompanhamento
da obra e qual a função do designer nessa etapa do projeto. Aqui ainda falaremos sobre
algumas das principais profissões envolvidas na execução de uma obra, as dificuldades
encontradas na gestão e soluções que ajudarão a chegar a um resultado positivo ao
final da entrega.

Já na unidade três os custos e planejamentos exemplificados serão abordados.


Explicaremos as noções e os conceitos preliminares que envolvem a criação de
uma planilha de custos e planejamento e como uma planilha de orçamento pode
ser elaborada. Aprenda ainda sobre custos e planejamento de obras para projetos
residenciais, comerciais e de estandes e entenda as questões específicas relacionadas
a cada um deles. Você poderá ver exemplos de planilhas de custos e planejamento
nesta unidade.

Na quarta unidade, abordaremos os custos e planejamentos específicos com foco


em projetos de paisagismo, projetos para áreas externas e projetos para eventos. Você
aprenderá de maneira prática como planejar e organizar esses projetos antes de sua
execução. Listaremos os principais custos envolvidos nesses projetos, onde buscar
esses valores e como tomar decisões de projeto em função do orçamento fornecido
pelo cliente.

Este livro tem uma linguagem clara e é repleto de ilustrações, planilhas de exemplos
entre outro recursos de aprendizagem. Bons estudos!
UNIDADE 1
Planejamento e orçamento de obras
Introdução
Olá,

Você está na unidade Planejamento e Orçamento de Obras. Conheça aqui como é feito
o planejamento para obras da construção civil de reformas pequenas e entenda quais
parâmetros devem ser considerados no planejamento e na execução desse tipo de
empreendimento.

Aprenda ainda técnicas fundamentais relacionadas às fases de elaboração de projeto e


execução e conheça algumas das principais ferramentas para se elaborar um orçamento
que fornecerá as principais chaves para custear uma obra de reforma.

Bons estudos!
13

1. INTRODUÇÃO
No contexto mais geral da construção civil, planejar atividades e custos e estabelecer objetivos
e traçar metas são pontos cruciais para a continuidade de uma empresa se manter competitiva
e atuante no mercado. E, quando falamos sobre obras de interiores, o cenário não se modifica.
Numa obra, seja ela de grande ou pequeno porte, o planejamento prévio das atividades e dos
custos que ela demandará é uma etapa fundamental.

Quando da inexistência de planejamento de ações e da previsão de monitoramento dos e


avaliação dos custos, um empreendimento pode até demonstrar bom funcionamento e obtenção
de lucros. Isso acontece pelo fato de que, se uma obra ou empresa não possui discussões,
quantificação de investimentos prévios e definição do que se almeja obter de resultado final,
não existirão parâmetros para se analisar se os resultados são positivos. Ou seja, não haverá uma
métrica para análise e comparação de resultados.

Cimino (1987) diz que o planejamento visa organizar o trabalho e procura sempre utilizar,
de forma racional e econômica, a mão de obra associada aos equipamentos e materiais de
construção, o que acaba por assegurar o bom desempenho na execução das atividades.

Já que o planejamento não é assunto exclusivo do âmbito de projetos e obras, muitos


métodos e tecnologias já foram desenvolvidos em prol da otimização dessa atividade e outros
novos surgem a todo momento. Neste sentido, existem diversas ferramentas que são utilizadas
por profissionais de diferentes áreas referentes a projetos e obras, principalmente gestores.
Quanto mais tempo dedicado às decisões tomadas, mais garantia de qualidade e seriedade no
desenvolvimento do empreendimento.

Figura 1 - Planejamento de obras


Fonte: Natee Meepian, Shutterstock (2020)

#ParaCegoVer: A imagem mostra dois homens analisando um projeto em frente a uma mesa
com um notebook, dois capacetes de obra, um nível de obra, trena, papeis e celular.
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Nas obras de construção civil, o planejamento de todo o processo, na maioria das vezes, considera
seu início desde as reuniões e predefinições de projeto, passando por projetos complementares, e
finaliza na entrega da obra e, em alguns casos, na Avaliação de Pós-Ocupação (APO).

O planejamento pode ser de curto, médio e longo prazo:

Planejamento de longo prazo

Considera um período de aproximadamente cinco anos, como é caso de obras de maior


dimensão, como edifícios, pontes, estradas etc.

Planejamento de médio prazo

Considera o período de aproximadamente um ano.

Planejamento de curto prazo

Envolve as frações do ano (meses, trimestres ou semanas).

Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:

1.1 Planejamento de obras


Empresas, de um modo geral, não funcionariam de maneira racional se simplesmente
expressassem seus objetivos de forma apensa qualitativa. Os compromissos de um
empreendimento devem estar descritos de forma clara e precisa, por meio de metas quantificadas
e formalizadas.

O controle de gestão sempre existiu, ainda que de maneira mais intuitiva e informal, mas esse
ramo de estudo atingiu níveis mais elaborados de operar e faz parte da rotina de toda empresa
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que visa organização e crescimento constante. Aliás, essa é também uma forma de lidar com
crises e baixas do mercado sem sair com danos irreparáveis.

Portanto, está claro que um gestor, atualmente, não pode se deixar guiar apenas pela
intuição para dirigir sua obra ou empreendimento. Portanto, deve ter em mente alguns assuntos
a se refletir durante as tomadas de decisão. Ambiente de negócios, inovações, transformações,
flexibilidade organizacional, estratégia e tecnologia são alguns deles. Assim, fica claro que o
planejamento de obras não deve estar pautado em suposições sem fundamentação, mas sim na
avaliação de na discussão de fatores relativos, seguidos de decisões precisas e bem calculadas.

Em uma obra, o planejamento é a função que apoia a coordenação de diversas atividades


de acordo com um plano de execução, a fim de se otimizar o alcance de seus objetivos, prever
riscos e organizar ações com racionalidade, economia e eficácia. Para Laufer e Tucker (1987 apud
SANTOS; MENDES, 2001, p. 2), “planejamento pode ser definido como processo de tomada
de decisão realizado para antecipar uma desejada ação futura, utilizando meios eficazes para
concretizá-la”. Assim, esse tipo de planejamento conta com a definição das atividades que serão
desenvolvidas, por quem, quando e como ela será executada, e quando será concluída, além de
determinar os sistemas construtivos adotados e definir os recursos que serão utilizados.

Por fim, o planejamento de obra é importante em vários níveis de análise do processo e


é fundamental para o sucesso do empreendimento, principalmente em momentos em que
recursos estão escassos. Ele orienta o funcionamento da obra e é utilizado desde fechamento de
contratos até para orientações técnicas e aquisições de materiais e possibilita a antecipação de
decisões de longo prazo, a fim de se atingir certo objetivo.

Possui todas as inúmeras atividades que fazem parte de um processo demonstradas e


pensadas de forma integrada e, sem ele, essas ações tendem a se isolar, ainda que sejam
interdependentes, comprometendo o andar da construção como um todo e, principalmente, os
resultados finais em termos financeiros e de qualidade de entrega.

1.2 Orçamento
Um dos itens de grande relevância do planejamento de obras são os custos. É por meio
do orçamento da obra que se deduz qual será o valor total necessário para sua execução sem
prejuízos ou necessidades de interrupções no processo devido à falta de recursos.

O orçamento é uma forma de se exprimir quantitativamente o que foi planejado para


determinado serviço. Constitui um instrumento de decisão quanto que deverá, ou não, ser
realizado, o que será empregado para sua realização e como as atividades deverão ser organizadas.
Permite a visualização antecipada de orçamentos, assim como a constante confrontação quanto
aos resultados. Por exemplo, se uma obra começa a ultrapassar o limite de gastos antes do tempo
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previsto, é possível analisar o porquê desse comportamento e como ele pode ser revertido.
Na falta do acompanhamento e da existência do orçamento prévio, essa percepção somente
acontecerá quando os recursos já serão escassos para a continuidade do empreendimento.

Quando na definição de custos relatados no orçamento de obras deve-se considerar


imprevistos e fatores que tendem a demonstrar comportamento variável no decorrer da execução.
É necessário incluir no documento possíveis ocorrências que vêm a interferir nos valores totais de
investimento e, ao final, definir uma margem de erro no custo final. Porcentagens de valores são
adicionadas ao custo final.

2. DIRETRIZES DE PLANEJAMENTO
Diretrizes de planejamento são aspectos que devem direcionar a tomada de decisões de uma
empresa ou um empreendimento específico. Quando existe um consenso comum para gerir e
tomar decisões, diz-se que o programa conta com uma política de gestão.

Neste sentido, alguns processos primordiais fazem parte do planejamento total de uma obra:

Processo de inicialização

A inicialização nada mais é do que os primeiros momentos de idealização do projeto. Nesse


momento serão feitos os primeiros contatos, contratos serão fechas e compromissos para a
execução do projeto serão firmados. Nesse momento o que conta é qual a necessidade a ser
suprida, ou seja, o que exatamente será feito, quais os recursos disponíveis, qual o limite de
tempo disponível, enfim, tudo que se deseja e se espera do empreendimento.

Processo de planejamento

O planejamento irá considerar o que foi tratado e informado no processo de inicialização. Nesse
momento, são abordadas estratégias para a execução do projeto. Se considerarmos o projeto de
reforma de um apartamento, com o projeto executivo em mãos, projetos complementares, o
valor limite a ser utilizado para cobrir os custos totais e o limite de tempo, por exemplo, é possível
analisar e definir o que e como pode ser executado. De forma geral, é no planejamento que se
organiza, analisa e define todas as ações que serão executadas ao longo dos demais processos.

Processo de execução

A execução, como o próprio nome já enuncia, diz respeito à concretização das ações
definidas no planejamento. Na execução, todos os colaboradores são contratados, os recursos,
disponibilizados e as ações são colocadas em prática, até que seja finalizada e, para tanto, esse
é o momento em que se mais se estabelece a coordenação de pessoas e de outros recursos. O
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planejamento é elaborado para que se minimize as incertezas e os erros durante a execução


da obra, mas, como os fatores aqui envolvidos são, em grande parte, relativos a recursos
humanos e fornecimento externo, a execução acaba por não atender à risca o que foi definido no
planejamento e essas variações devem ser levadas em conta.

Processo de controle

Como já mencionado, a execução de uma obra está passível de mudanças e readequações


no decorrer do tempo. Portanto, fazendo uso ativo do planejamento previamente elaborado, é
necessário que haja o acompanhamento da obra para supervisão e análise das ações descritas.
Caso alguma atividade não aconteça no prazo previsto, uma atualização no prazo de atividade
dependentes desta deve ser informada. O controle nesse tipo de processo aborda monitoração,
medição e ações corretivas, para que seja possível perceber o quanto antes o que não saiu como
previsto e para que medidas sejam tomadas para minimizar o impacto no resultado final da obra.
Vale ressaltar aqui que os processos de planejamento, de execução e controle comunicam-se entre
si, portanto, devem ser flexíveis e, dessa forma, passíveis de modificação um em relação aos outros.

Processo de encerramento

O final da obra não consiste apenas no encerramento dos serviços no canteiro, mas, sim, na
aceitação formal do produto pelos clientes e consequente finalização total do empreendimento.
Muitas vezes, detalhes de obra que não são notados em uma vistoria final, são percebidos logo
nos primeiros momentos de utilização. Assim, a realização da avaliação pós ocupação também
faz compõe esse processo de aceitação final da obra ou produto. As diretrizes apresentadas
discorrem de maneira sucinta e global o que deve orientar as fases de todo o processo, para que
haja um entendimento mais global sobre o assunto antes de aprofundarmos em cada um deles.

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3. FASES DO PROJETO E DA OBRA


Todo projeto se inicia com uma reunião entre profissionais e clientes a fim de se coletar todas
as informações necessárias para a elaboração do projeto. Nessa primeira reunião é elaborado o
“briefing”, que consiste em uma entrevista onde são perguntadas ao cliente sobre que se deseja
atingir com o projeto. Também são coletados nesse momento documentos referentes ao imóvel
e projetos existentes (em caso de reformas), sejam eles arquitetônicos, estruturais, elétricos,
hidráulicos etc.

Figura 2 - Fases do projeto e da obra


Fonte: Loco, Shutterstock (2020).

#ParaCegoVer: A imagem mostra um desenho técnico de projeto executivo e equipamentos


de proteção para operários.

Quanto mais informações forem obtidas nesse momento, mais assertivo serão os primeiros
estudos de projeto. Na falta de informações obtidas pelo cliente ou proprietário, consultas ao
órgão público, como o setor de projetos de uma prefeitura, podem ser o caminho para se chegar
a documentos existentes do edifício ou do lote.
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FIQUE DE OLHO
Se, depois de buscar com o cliente ou nos órgãos públicos ainda não foi verificada a
existência de projetos complementares da obra pré-existente, uma inspeção quanto
a estruturas não visíveis deve ser realizada antes que se inicie o projeto. Geralmente,
trabalhadores do setor da construção civil realizam essa inspeção e, acompanhados dos
projetistas, identificam a existência de estruturas metálicas, dutos de instalações elétricas e
equipamentos hidráulicos. Tipos de vedações e coberturas também podem ser verificadas
nesse momento. A importância dessa verificação prévia consiste em se evitar surpresas
durante a execução como canos estourados, estruturas abaladas ou até mesmo desastres
com que afetam as pessoas presentes no momento. Essas informações serão consideradas
em todos os projetos que farão parte do processo e, portanto, são fundamentais.

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A partir dos primeiros encontros é possível estabelecer algumas fases para o desenvolvimento
do projeto. Já é possível, por exemplo, fazer a elaboração do chamado programa de necessidades.
Nesses encontros, como foi dito, são fornecidas informações quanto ao que se deseja ou necessita
realizar. O programa de necessidades consiste na relação de ambientes que serão projetados, suas
especificações e pré-dimensionamentos. O seu desenvolvimento permite a quantificação inicial
da área mínima necessária à demanda identificada, ou seja, no desenvolvimento do desenho do
projeto, já se saberá qual o espaço mínimo deve ser adotado para cada ambiente. Dessa forma,
podemos antever a metragem total que a obra tende a atingir e calcular se os custos, de um
modo geral, estão dentro do orçamento disponível. Assim, já nesse momento, podem haver
readequações no programa.

Depois disso, a visita ao local é fundamental para se efetuar levantamentos como medições,
registros fotográficos, análises de estrutura, áreas mais comprometidas, patologias existentes,
vistas do local e o simples entendimento quanto ao contexto e características de uso do local
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onde será desenvolvido o projeto. Muitas vezes é necessário retornar ao local algumas vezes para
verificação de medidas ou detalhes que não foram relevantes na primeira vez. Também é um
momento no qual pode-se verificar a orientação da luz solar e como ela incide sobre o imóvel,
assim como as direções principais das correntes de vento.

Em seguida, o estudo de viabilidade permite que, após a realização dos levantamentos, seja
efetuado um estudo para se avaliar as possibilidades do projeto. Por meio de normas pode-se conferir
regras de recuos, área máxima construída, quantidade e dimensão de aberturas, entres outros
parâmetros construtivos. O Plano Diretor e o Código de Obras são dois dos principais documentos
que estabelecem regras gerais normalizadoras da construção civil de um munícipio, estabelecendo
área máxima construída, dimensões mínimas de ambientes e várias outras questões que devem ser
consideradas antes do início do projeto. Condomínios, tanto horizontais, quanto verticais, também
possuem suas próprias normas, que orientam as construções executadas ali, determinando até
mesmo horários de entrada e saída de materiais, por exemplo, permitem ou não a remoção de
paredes, a troca de revestimentos etc. Tendo ciência dos desejos do cliente, é possível averiguar se
existe permissão para tais modificações, ampliações ou construção, antes de seguir com um projeto
que poderia vir a ser descartado ao final do processo por alguma inviabilidade normativa.

O estudo preliminar é o momento onde se dá vazão a toda criatividade e quando se faz uso
da bagagem de conhecimento de cada profissional. Todas as informações coletadas, analisadas
e avaliadas servem como partida e direcionamento na criação, limitando algumas ideias e dando
origem a outras. Partido e conceitos arquitetônicos podem ser definidos nessa fase, assim como
a elaboração de fluxogramas, organogramas e plano de massas que são modos de se tomar
decisões mais gerais em relação ao projeto. Aqui se faz uso de ferramentas para expressar essas
primeiras ideias, como o desenho de croquis, que são desenhos rápidos e sem muita precisão
técnica, perspectivas de estudo volumétrico, maquetes virtuais (3D) e demais possibilidades de
se colocar no papel ou na tela do computador o que está sendo idealizando nesse ponto de
partida. No mercado, existem diversas ferramentas disponíveis para esse tipo de atividade e uma
delas, que se enquadra muito bem na fase de estudo preliminares, é o Sketchup. Esse software
permite o desenvolvimento de maquetes 3D de maneira mais intuitiva e fluida, características
favoráveis ao processo criativo.

Nesse momento, o conceito e os desenhos do projeto já estão bem definidos, então parte-
se para um aprofundamento que definirá aspectos mais técnicos e viabilidade construtiva. A
fase do chamado anteprojeto permite a elaboração do projeto executivo, possui especificações
como medidas de ambientes e cotas gerais, propostas de materiais a serem utilizados e, por isso,
contém em seu escopo mínimo:

• Plantas baixas (com as especificações de cada ambiente);

• Plantas de cobertura;
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• Cortes transversais e longitudinais;

• Fachadas (frontais, laterais e de fundo);

• Planta de localização do terreno (também chamada de locação);

• Planta de situação (localização do terreno no contexto urbano);

• Perspectivas 3D.

Esse é também o último momento no qual serão feitas modificações no projeto, já que
as próximas etapas são mais burocráticas e mudanças podem acarretar prejuízos de tempo e
financeiros. Portanto, é nessa fase que projetos complementares como projetos estrutural,
hidrossanitário e elétrico devem ser contratados, já que esses projetos podem demandar
modificações na proposta devido a questões técnicas. É importante deixar claro ao cliente que
sugestões e desejos de modificações devem acontecer até esse momento.

Então, o projeto legal ou de aprovação deve conter quase todas as informações contidas no
Anteprojeto e é um documento que será enviado para os órgãos exigidos para cada natureza de
obra. Projetos de construção são geralmente enviados à Prefeitura Municipal para ser avaliado
e alguns devem passar por outros órgãos, como Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros, por
exemplo. Essa fase do projeto possui peculiaridades locais, portanto, deve-se buscar informações
na cidade onde a obra será efetuada para que o serviço executado esteja dentro das normas
vigentes, se risco de problemas futuros por falta de adequação às leis ou de alguma documentação
necessária. No caso de projetos de interiores, em muitas localidades, é exigida apenas o Registro
de Responsabilidade Técnica (RRT) do profissional habilitado responsável pelo projeto e pela
execução e acompanhamento da obra.

Por fim, o projeto executivo documenta todas as informações necessárias e fundamentais


a execução da obra. Nele estão contidos todos os elementos do anteprojeto acompanhado de
dimensões, cotas, detalhes construtivos, indicações de tipo de material, especificações quanto a
aplicação desses materiais, especificações de portas, esquadrias, tipos de acabamento etc. esse
material é enviado ao mestre de obras ou demais executores da obra e são documentos que
garantem a fidelidade do objeto construído ao projeto idealizado. Por isso, é importante que seja
bastante detalhado e que passe por revisões de correção e adequação ao longo da obra, quando
necessário.

Vale ressaltar que, apesar de existirem diversos métodos de processo projetual que podem
ser utilizados, cada empresa ou profissional acaba desenvolvendo métodos próprios que variam
também em relação ao tipo de projeto desenvolvido.
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3.2 Fases da obra


Uma vez que todas as fases do projeto foram finalizadas, com o projeto executivo em
mão, pode-se dar início à execução da obra. É importante que nesse momento haja reuniões
de alinhamento para discussão, análise e entendimento do projeto com o responsável pela
obra, ou seja, o mestre de obras, e demais profissionais de outras áreas que farão parte do
empreendimento. Antes que a obra seja realmente iniciada, é importante se planejar como as
ações ocorrerão desse momento em diante, assim, um roteiro básico para o planejamento de
obra pode ser feito da seguinte forma:

Coleta de documentos e informações de clientes e profissionais contratados;

Reunião com os envolvidos;

Levantamento dos quantitativos dos serviços;

Estabelecimento de prazos e metas;

Elaboração do cronograma físico/financeiro;

Estabelecimento das diretrizes para acompanhamento e controle

O planejamento da obra tem a finalidade de reduzir custos e a duração da execução com


um todo, minimizando incertezas e surpresas que pode acometer a obra em meio ao seu
funcionamento. Tem por objetivo agrupar todas as ações e recursos e preparar soluções aos
problemas constritivos.

As atividades que constam no planejamento de obras devem ser relacionadas e suas


interdependências, identificadas. Atividades demonstradas isoladamente dificultam a execução
da obra e, por isso, o planejador deve pensa-las de maneira integrada, antecipando o que deve
ser iniciado com antecedência, qual ação vai depender da finalização de outra e assim por diante.
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Essa organização vai facilitar também para que a compra e entrega de materiais ocorram na data
mais apropriada e não seja necessário estocar no canteiro de obras produtos que não serão
utilizados de imediato.

O fluxo de ocorrência das atividades não é linear, já que nem todas demonstram ser
interdependentes. Sendo assim, alguma podem ter seu início em datas comuns e serão
relacionadas somente no meio ou ao final do processo. Existem no mercado, softwares que
auxiliam esse planejamento e isso será apresentado no próximo tópico.

As fases que compõem uma obra não são fixas, de fato. Há diferentes métodos para diferentes
tipos de empreendimentos, não sendo única a forma como se desenvolve uma obra. Mas, para
fins de conceitos gerais, destinados principalmente a obras de projetos de interiores, as fases a
seguir descritas podem ser empregadas nas obras sem receio de prejuízos. Lembre-se sempre
que, antes de começar qualquer obra, o projeto deve ser o pronto de partida, com todas as
etapas demonstradas anteriormente já cumpridas é que podemos dar início a obra.

1º passo: demolições

Como um projeto de interior é desenvolvido em um imóvel existente, é muito comum


que o projeto demande demolições no local. Podem ser paredes que não farão parte do novo
projeto ou cortes que serão necessários para receber novas instalações. Instalações elétricas
por exemplo, precisam de rasgos onde passarão conduítes e serão instaladas novas caixas para
tomadas e interruptores. Cortes para equipamentos hidráulicos, quando necessários, feitos no
contrapiso e nas paredes, para cubas, torneiras e vasos sanitários. Cortes para nichos devem
prever a espessura da parede existente e, para instalações de ar condicionados, é necessário
averiguar se a tensão elétrica do local suporta tal demanda. A fase de demolições gera bastante
resíduo e, por esse motivo, um serviço de caçambas deve ser contratado para que o entulho
seja destinado ao local mais adequado e não nas vias públicas ou dentro do imóvel, podendo
comprometer o rendimento dos trabalhos na obra.

2º passo: elétrica, hidráulica, iluminação, ar condicionado e estruturas de drywall

Nessa fase serão instaladas todo o tipo de infraestrutura necessária. Instalação dos conduítes
de cabeamentos elétricos, caixas de tomada e para interruptores, adequações elétricas para
iluminação, instalações de infraestrutura para equipamentos hidráulicos, como conexões, tubos,
válvulas, registros etc, e tubulação de ar condicionado. Nesse momento devem ser executadas
as estruturas das paredes de drywall, caso elas façam parte do projeto, pois toda a infraestrutura
mencionada acima deverá passar por dentro dessas paredes.
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3º passo: civil, massa, gesso e forro

Todos os rasgos feitos para receber infraestrutura, paredes que serão construídas, vedações
de gesso, amassamentos e lixamentos das paredes devem ser feitos nessa fase da obra. A
estruturas de drywall já estrão prontas e aptas a serem vedadas. Nesse momento também serão
instalados os forros nos ambientes que não receberão novos revestimento nas paredes, já que o
forro deve ser instalado por cima do revestimento pronto. Nos ambientes em que só será feita a
pintura, essa é a hora de instalar e dar os acabamentos necessários do forro.

4º passo: acabamentos

Na fase de acabamentos o pintor entra em cena para passar seladoras nas novas paredes e
dar a primeira demão de pintura. Nesse momento, sucessivas camadas de massas e lixamentos
serão necessárias até se obter a textura final das paredes, e depois disso, será aplicada a seladora.
A pintura não deve ser finalizada nesse momento, já que algumas atividades que acontecerão
ainda podem sujar ou danificar as paredes. Os ambientes que terão paredes e pisos revestidos
com materiais frios, como cerâmica, porcelanatos ou outros tipos de revestimentos, como
cozinhas, áreas de serviço e banheiros, podem receber a aplicação dos materiais nesse momento
da obra. Se o piso utilizado for algum tipo de madeira que deverá ser lixada, ele também deve ser
instalado nesse momento.

5º passo: forro e marmoraria

Nos ambientes onde o forro ainda não foi instalado devido à existência de paredes revestidas,
agora essa atividade já pode ser executada. O forro, quando instalado por cima do revestimento,
garante um melhor acabamento e melhor a estética do ambiente. Peças provindas da marmoraria,
como bancadas de cozinha e banheiro, nichos de parede, soleiras e baguetes, podem ser
instaladas, portanto, considere agendar a entrega desses materiais durante a instalação do forro.

6º passo: furação para luminárias e rejuntes

Antes que seja efetuada a pintura final, locais onde foram instalados novos forros e receberão
luminárias, precisam ser furados ou rasgados. As luminárias ainda não serão instaladas, mas esse
tipo de serviço costuma gerar poeira e alguma sujeira pode afetar tanto o forro quanto as paredes
circundantes, por isso deve ser feito antes da pintura final. Nos ambientes onde foram assentados
revestimentos, podem ser feitos agora o rejuntamento das superfícies, tanto de pisos quanto das
paredes. Também é nesse memento que os pintores darão acabamentos com massa e lixa nas
marcas que possam existir devido a rasgos efetuados nas paredes.

7º passo: piso

Caso o piso utilizado no projeto seja vinílico ou algum outro material relativo a ele, é nessa
25

fase que sua instalação deve ocorrer, quando todas as paredes já foram “masseadas” e já possuem
uma demão de pintura. Isso acontece para se evitar o derramamento de massa no piso instalado
ou para que se economize com proteções do mesmo.

8º passo: marcenaria, louças e metais

Louças sanitárias, como vasos e cubas, e metais, que seriam as torneiras, as duchas e cubas
da cozinha já podem ser instalados pelo encanador e fazem parte das ações finais da obra, assim
como a marcenaria. O encanador deve realizar seu serviço antes que a marcenaria seja instalada,
pois alguns mobiliários dificultam a instalação de sifões e demais peças que ficam no interior de
armários e gabinetes. Para a instalação da marcenaria, também é necessário que eletrodomésticos
que ficam embutidos nos móveis já estejam no local, como fornos elétrico e micro-ondas, que
possuem um tampão frontal de acabamento e só podem ser executados com o aparelho dentro.
Uma dica importante é não instalar corrediças de gavetas se algo ainda será lixado no ambiente,
pois o pó provindo de lixamentos compromete o funcionamento dessas peças.

9º passo: rodapés, última demão de pintura e luminárias

Os rodapés devem ser instalados somente depois que a marcenaria toda já foi instalada,
pois ele deve respeitar os limites de todo o mobiliário planejado e fixo nos ambientes. A pintura
já foi iniciada no decorrer da obra, mas após a instalação da marcenaria, a última demão deve
acontecer, já que os serviços executados nesse tempo podem ter deixado marcos de mãos e de
poeira e os acabamentos foram todos finalizados. Por último, devem ser instaladas as luminárias,
para que elas não atrapalhem a pintura e também não tenham respingos ou borrões de tinta.

10º passo: faxina, recebimento de móveis, mudanças, análise pós ocupação

Uma grande faxina precisa acontecer no imóvel antes de receber móveis novos e mudanças
dos proprietários. Existem empresas especializadas nesse tipo de serviço, que é bastante
minucioso, uma vez que o ambiente terá rastros de materiais como cimento, massas, rejuntes,
gesso e demais produtos que foram utilizados ali e não são removidos com muita facilidade. É
importante frisar para os clientes que móveis devem adentrar o ambiente somente ao final da
obra, para que os mesmos não interfiram na logística diária dos serviços efetuado e também não
corram o risco de serem danificados devido a eventuais acidentes. Depois de finalizada, a obra
deve ser verificada e aceita pelos clientes e visitas efetuadas depois da ocupação podem ser úteis
para sanas eventuais problemas verificados durantes a utilização diária do imóvel.
26

FIQUE DE OLHO
As peças de marmorarias serão entregues no 5º passo (de forro e marmoraria), mas devem
ter sido medidas e encomendas anteriormente, pois elas possuem prazos para serem
executadas e, se forem encomendadas no momento de instalação, atrasos na obra podem
acontecer. Um momento em que se pode efetuar as medições para essas peças é quando
as paredes já estiverem prontas, ainda que sem piso executado. Nesse caso, é importante
fornecer a espessura final do piso acabado, para que ela seja descontada na medida final
da peça. Para cortes de bancada, por exemplo, também devem ser fornecidas medidas das
cubas, torneiras, lixeiras e demais equipamentos que serão instaladas na peça.

4. ORÇAMENTO PARA PEQUENAS REFORMAS


Orçamento é o resultado de um processo de orçamentação. É, portanto, o documento final
que se obtém ao final de um processo de busca e análise de custos para uma obra e representa
quantitativamente.

Existem diversas ferramentas que facilitam a orçamentação no ramo da construção civil,


como tabelas que fornecem valores gerais de insumos ou softwares que auxiliam na organização,
na quantificação e no processamento dos dados coletados.

A Tabela de Composições de Preços e Orçamentos (TCPO) é um dos índices mais importantes


da construção civil consiste numa base de dados que tem fornecido informações confiáveis a
profissionais da área desde 1955. Sua versão final é produzida pela Pini, portal de notícias da
construção que também realiza pesquisas quantitativas e qualitativas nesse ramo do mercado.

Figura 3 - Planilha orçamentária


Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock (2020).

#ParaCegoVer: A imagem mostra um homem sentado em frente à tela de um computador


analisando uma planilha com várias linha e colunas, composta por frases e números.
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Uma tabela também muito utilizada no orçamento de obras é a tabela SINAPI, sigla para
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil. Essa tabela é mantida pela
Caixa Econômica Federal e pelo IBGE, que informa os custos e índices da Construção Civil de cada
região do Brasil e ela pode ser consultada nos sites da Caixa.

Outra ferramenta existente é o CUB, ou Custo Unitário Básico, que consiste em um método
paramétrico para se realizar o orçamento de uma obra. O cálculo do CUB é produzido pelas
unidades regionais do SINDUSCON (Sindicato das Indústrias da Construção Civil) e seus valores
podem ser conferido mensalmente nos sites do sindicato. Por ser uma metodologia mais
simplificada, o CUB traz maior incerteza em sua estimativa e, além disso, deve-se considerar que
seus dados são para tipologias padrão de construção, e não para quaisquer projetos.

Uma diversidade imensa de softwares está disponível no mercado e sua escolha depende
muito do tipo e projeto que está sendo trabalhado e da preferência de cada profissional, mas de
um modo geral, eles consistem em tabelas que facilitam o preenchimento e a sistematização de
dados. Porém, a interpretação do orçamentista é fundamental para que os dados obtidos nesses
programas tenham efeitos positivos no resultado observado na obra.

4.1 Elaboração do orçamento


O orçamento permite saber quanto será o custo total de uma obra, ajuda a programar
os momentos que os gastos serão efetuados, facilita a alteração de materiais que caibam no
orçamento limite que poderá der utilizado para o empreendimento. Dessa forma, devemos ter
em mão documentos como projetos, memoriais descritivos e projetos executivos para que os
dados levantados não sejam difiram da realidade.

Informações de logística, transporte, concretagem (se existe a possibilidade de ser usinado


ou se o concreto será produzido no local), custos direto e indiretos são algumas das informações
q deverão ser levantadas em um orçamento. Em alguns edifícios, os materiais não podem ser
levados pelo elevador por exemplo, portanto, a maneira como esses materiais serão conduzidos
até o local, seja por força humana ou por equipamentos externos, deverá ser contabilizada no
orçamento. Visitas prévias, atenção aos riscos, necessidade de estocagem de material, carga de
edifícios, aluguel de caçambas e contêineres compõem uma gama de custos que não são tão
óbvios assim, mas fazem diferença nos custos finais da obra.

Uma reforma possui comportamento bastante diferente de uma obra total de construção e,
dessa forma, seu orçamento também tem peculiaridades, portanto deve-se sempre considerar
que, quando falamos em reformas, existem diversos detalhes que se referem aquele projeto ou
edifício em especial e isso deve ser considerado na hora de se desenvolver o orçamento. A seguir,
iremos estudar um passo a passo para se elaborar o orçamento de uma reforma de pequeno
porte.
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Levantamento de quantitativos

Essa etapa diz respeito ao levantamento de quantitativo de todas as etapas que serão
executadas assim como dos materiais que serão utilizados. Devem estar relacionados todos os
profissionais que serão contratados, serviços de terceiros ou empresas contratadas. Os materiais
que serão utilizados podem ser quantificados a partir da análise do projeto executivo e do
memorial descritivo da obra. Esses documentos contêm medidas e indicações de materiais,
detalhes e especificações, portanto itens como estruturas, alvenarias, massas, piso, revestimentos
de paredes, louças, metais, forros e instalações de infraestrutura podem ser quantificados para a
realização do orçamento.

Fazer as CPUs

Esta é a sigla para Composição de Preços Unitários e consiste em uma tabela que sintetiza
todos os insumos levantados no item anterior, com suas quantidades totais, custo unitário e custo
total. Essa relação de custos pode ser feita através de softwares gratuitos ou, no caso de reformas
pequenas, ele pode ser manual.

Relacionar os custos indiretos

São custos que não compõem o escopo de materiais que serão diretamente empregados
na obra. Mão de obra indireta, equipamentos, máquinas, água, energia, transporte, telefone,
aluguéis, alimentação etc. esses custos devem estar presentes no orçamento mesmo quando se
demonstram irrisórios.

Criar o roteiro de orçamento

Agora é o momento de reunir todos CPUs, inserir custos indiretos e também os impostos que
incidem sobre os serviços e encargos sociais sobre a mão de obra contratada. A soma de todos
esses valores resultará no custo total de sua reforma.

Inserir BDI

Essa é a sigla para Bonificação de Despesas Indiretas. Essa etapa é para aqueles que irão
se responsabilizar pela execução de toda a obra e consiste no lucro que será obtido com tal
empreendimento. O valor do BDI pode ser contabilizado em porcentagens que possuem variações
diversas e dependem do tipo de obra e de serviço oferecido. Por exemplo, se o profissional apenas
acompanha a obra para checar se o projeto está sendo executado com fidelidade e qualidade,
essa porcentagem pode ser menor quando comparada a serviços no qual o profissional se
responsabilizará pelo gerenciamento de materiais e mão de obra, por exemplo.
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Ainda que não faça parte desse roteiro de elaboração do orçamento de obras, o controle
orçamentário é item fundamental que faz valer a adequação dos gastos realizados em obra ao
que foi planejado previamente. As datas de pagamentos, as adequações de gastos imprevistos
ou qualquer outro custo adicional que eventualmente venha a ocorrer deve ser adicionado ao
orçamento para se ter uma noção real do quanto está sendo investido na obra.

Tanto o proprietário quanto o construtor, prudentes, não se limitam a arquivar os contratos uma
vez assinados, pois tratam-se de documentos que devem estar sempre à mão na mesa do escritório,
pois ajudam a estudar as causas de qualquer contratempo ou diferença e a remediá-los em contratos
sucessivos. Com o tempo, chega-se a uma estrutura ou base de contrato inalterável, reforçada pela
jurisprudência estabelecida (NEUFERT, 1976, s.p.).

Por fim, vale ressaltar a importância de se laborar contratos de serviços e incluir o orçamento
nesses documentos, assim como cláusulas que esclareçam a possibilidade de modificação em
preços previamente tratados devido a imprevisibilidade com que contamos em uma reforma.
30

PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

• iconhecer os conceitos de planejamento e orçamento de obras;

• compreender as principais diretrizes desse tipo de planejamento;

• aprender sobre as a fases que compõem o projeto e a obra de reforma de interiores;

• estudar sobre elaboração de orçamentos para reformas pequenas e as diversas


ferramentas disponíveis para sua confecção.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTHONY, R. N.; GOVINDARAJAN, V. Sistemas de controle gerencial. São Paulo: Atlas,


2002.

CIMINO, J. R. Planejamento e execução de obra. 1 ed. São Paulo: Ed. Pini ltda, 1987.

NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura: princípios normas e descrições sobre cons-


trução, instalações, distribuição e programa de necessidades, dimensões de edifícios,
locai e utensílios. 5 ed. São Paulo: Gustavo Gili do Brasil, 1976.

SANTOS, A. P. L.; MENDES, R. Planejando um conjunto de 77 residências utilizando a li-


nha de balanceamento e last planner. In: II Simpósio Brasileiro de Gestão da Qualidade e
Organização do trabalho no Ambiente Construído II SIBRAGEQ. Fortaleza, 4 a 6 set. 2001.
ANTAC Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. Anais em CDROM,
Fortaleza, UFC, 2001.
UNIDADE 2
Análise de projetos e execução de
pequenas obras
Introdução
Olá,

Você está na unidade Análise de Projetos e Execução de Pequenas Obras. Conheça aqui
os componentes de uma planta de projeto de interiores. Entenda como analisá-las de
forma a buscar a elaboração de orçamentos e fazer o planejamento da execução do
projeto. Aprenda também sobre as maneiras de se realizar o acompanhamento da obra e
qual a função do designer nessa etapa do projeto. Conheça ainda algumas das principais
profissões envolvidas na execução de uma obra, as dificuldades encontradas na gestão e
soluções que ajudarão a chegar em um resultado positivo ao final da entrega.

Bons estudos!
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1 ANÁLISE DE PLANTAS DE OBRAS DE PEQUENA


COMPLEXIDADE DE INTERIORES
As modificações propostas pelo projeto de interiores para um determinado imóvel têm a
intenção de readequar os espaços às necessidades dos moradores, melhorar a qualidade do
ambiente, seja a nível estético ou de conforto, ou simplesmente inovar espaços que estejam
ultrapassados tecnologicamente.

Sendo assim, paredes podem ser removidas, outras construídas, a rede elétrica e hidráulica
pode sofrer mudanças e os pisos e revestimentos também podem ser modificados. Tudo isso
estará representado de forma gráfica nos projetos e, portanto, apenas entender o que significam
essas informações não é suficiente para se executar uma obra, por menor que ela seja.

Analisar uma planta de interiores requer, além do entendimento quanto ao significado dos
componentes, o conhecimento das etapas da obra, suas atividades interdependentes, tempos de
cada um e demais processos referentes a execução do projeto.

Assim, é sob a perspectiva de custos e planejamento que vamos trabalhar a análise de plantas
de obras de interiores. Para tanto, é preciso conhecer quais os componentes gráficos presentes
nesses documentos, sua importância e também como utilizar esses desenhos para planejar uma
obra de menor porte, portanto vamos falar sobre os itens que compõem um projeto e sobre a
importância deles no planejamento.

1.1 Componentes do projeto de interiores


Os componentes do projeto de interiores e de seus projetos complementares possuem
algumas especificações que precisam ser levadas em conta. Os principais são os seguintes:

Planta baixa, cortes e elevações

Esses são os desenhos originados do processo criativos apresentados para os clientes e que,
depois de feitas todas as modificações, chegam a sua versão final e dão origem a todos os outros
projetos e detalhamentos.

Layout

Uma das soluções fornecidas pelo designer de interiores é a disposição do mobiliário e a


planta que contém essa representação é a planta de layout. Já que alguns dos móveis podem
ocupar diversas posições em um mesmo ambiente, podem haver mais que uma solução para esse
quesito, resultando em mais que uma representação que será fornecida ao cliente. Essas plantas
são utilizadas na compra dos móveis e na montagem final do ambiente.
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Planta de construção e demolição

Como já foi dito, num projeto de reforma, teremos demolições e construções de novas
paredes e essas ações podem ser demonstradas em um mesmo desenho, a fim de se poder
calcular o metro quadrado de construção e demolição, assim como incluir essas informações no
planejamento da obra.

Projeto luminotécnico

Esse projeto é desenvolvido a partir da análise do ambiente, onde estão posicionados os


móveis, ou seja, a planta de layout, para se verificar qual a necessidade e a quantidade de
iluminação artificial. Nele constam o posicionamento de luminárias, arandelas, interruptores e
como todos esses elementos estão interligados. As especificações de cada elemento também
estarão presentes no desenho.

Projeto de instalações elétricas

Aqui estarão esquematizados todos os pontos elétricos existentes e a serem instalados no


local. Esse desenho também é desenvolvido a partir da planta de layput e possui representação
das tomadas, dos pontos de informática, da antena para TV, ligação para telefone, som,
condicionamento térmico etc.

Projeto de paginação de revestimento

A troca de pisos e revestimentos possui certas regras a serem seguidas e isso normalmente
varia a cada material. A paginação diz respeito ao desenho de assentamento, já que um mesmo
tipo de material pode ser assentado de diversas maneiras. Aqui pode estar indicado também o
tipo de rejunte a ser utilizado.

Projeto de gesso

Rebaixos, sancas, molduras, forros e tabicas são algumas das possibilidades de se utilizar
como detalhamento do gesso. Assim, o desenho do gesso será representado a fim de fornecer
essas informações, indicar a localização, as dimensões e a espessura do mesmo. Podem ser
representados em plantas, cortes de detalhamentos em escalas menores.

Projeto de móveis

O projeto de mobiliário é destinado aos profissionais que confeccionarão peças exclusivas,


feitas sob medida, pois contém toda a gama de detalhamentos pertinentes à sua confecção, ou
ainda, a relação de móveis que serão comprados prontos. Portanto, ele será utilizado para cálculo
e planejamento de gastos, mas para a execução da obra, a planta de layout é suficiente.
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Projeto de paisagismo

O projeto de paisagismo abrange tanto as áreas internas quanto as áreas externas consistindo
em um projeto complementar ao projeto de interiores, inserindo espécies de plantas em meio
ao projeto e contendo, inclusive, vasos ou canteiros. Esses últimos, por exemplo, devem ser
descritos no projeto executivo a fim de se indicar os locais que não deverão ter pavimentação ou
ainda locais que dever ter a pavimentação existente quebrada e retiradas para dar origem a um
canteiro de plantas.

Todas essas representações podem estar acompanhadas de perspectivas e representações em


maquetes 3D, o que facilita o entendimento dos desenhos na hora de contratar profissionais para
a execução assim como evita confusões na hora de se calcular materiais e realizar orçamentos.

1.2 Análise de projetos para execução de obra


A partir dos componentes que compõem o projeto de interiores é possível projetar uma
análise para realização de cálculo de custos e planejamento de obras. Para isso, utiliza-se a planta
de reforma elaborada para um apartamento específico, que contém alguns dos elementos citados
no item anterior, a fim de se exemplificar o assunto.

Como este é um projeto para o qual foram desenvolvidas imagens de maquetes 3D, a
apresentação inicial dessas imagens facilitará a compreensão dos desenhos técnicos.
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Figura 1 - Imagem 3D do apartamento completo


Fonte: Elaborada pela autora (2020).

#ParaCegoVer: Na imagem temos a planta completa de um apartamento em perspectiva,


contendo quartos, banheiro, sala, cozinha e área de serviço.

Na imagem acima podemos ver o uma representação 3D da proposta do apartamento


completo, que auxiliará na compreensão do projeto, e a seguir, temos algumas plantas e
elevações que mostrarão como o apartamento é originalmente e outras do projeto de interiores,
que indicarão informações relativas às modificações que serão efetuadas no local.
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Figura 2 - Planta original do apartamento


Fonte: Elaborada pela autora (2020).

#ParaCegoVer: Na imagem temos a planta completa de um apartamento, contendo quartos,


banheiro, sala, cozinha e área de serviço.

Essa é a planta original do apartamento, ou seja, o imóvel como está, sem nenhuma
modificação. O apartamento tem 70 m² divididos em sala, cozinha, área de serviço, banheiro
e dois quartos. As divisões são bem delimitadas por ambiente e a disposição dos cômodos
representam um padrão de desenho comumente encontrado em apartamentos de edifícios
Saber como o imóvel se encontra é fundamental para se efetuar a análise do das plantas dos
projetos, pois é preciso saber o que será modificado para seguir com cálculos, análises técnicas e
estruturais e planejamentos de obra.
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Abaixo, está demonstrada a proposta de projeto por meio da planta baixa e da planta de
layout, que já trazem modificações no desenho do apartamento:

Figura 3 - Proposta de modificação: planta baixa e planta layout


Fonte: Elaborada pela autora (2020).

#ParaCegoVer: A imagem acima está dividida em duas, ambas uma proposta de modificação
de um apartamento contendo quartos, banheiro, sala, cozinha e área de serviço: a primeira
detalha a planta completa e, a segunda, a planta de layout.

Na primeira planta podemos observar algumas mudanças estruturais, como a retirada de uma
parede existente, construção de uma parede de cobogós e a remoção da porta que existe entre a
cozinha e a área de serviço.

Como observado anteriormente, a planta desse apartamento possui um desenho padrão, com
cômodos bastante segregados e, portanto, a principal modificação dessa proposta diz respeito a
remoção de uma parede a fim de se integrar dois ambientes de uso social, que são a cozinha e a sala.

A planta layout traz a proposta para disposição geral de mobiliários tanto planejado, que são
feitos sob medidas para o local, quanto mobiliários que serão comprados prontos.

A seguir estão alguns desenhos que trazem mais informações sobre o que deverá ser
modificado no apartamento:
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Figura 4 - Proposta de modificação: piso


Fonte: Elaborada pela autora (2020).

#ParaCegoVer: Na imagem temos indicação dos cômodos onde serão modificados os pisos e
o tipo de assentamento: cozinha, área de serviço e banheiro.

Nessa planta estão indicados os ambientes que terão troca de pisos, portanto, através
desse desenho podemos calcular a quantidade de material necessário e buscar orçamentos dos
possíveis modelos. Com essa informação, pode-se também ir com o responsável pela obra para
tratar sobre a possibilidade de se retirar o piso existente ou, se o novo material for colocado por
cima do antigo, como será solucionada a diferença de nível que existirá entre um cômodo e outro.
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Figura 5 - Proposta de modificação: revestimento e massa


Fonte: Elaborada pela autora (2020).

#ParaCegoVer: Na imagem temos indicação dos cômodos onde serão modificados os


revestimentos e onde será passado a apenas massa para receber pintura.

Aqui estão demonstradas as paredes das quais serão removidos revestimentos existentes e
indicação de locais onde haverá um novo revestimento ou onde somente haverá a necessidade
de se passar a massa para receber pintura. Portanto, pode-se calcular a quantidade de material
através do cálculo de áreas dessa planta e através as elevações que estão representadas na
próxima imagem:
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Figura 6 - Proposta de modificação: revestimento e massa (elevação)


Fonte: Elaborada pela autora (2020).

#ParaCegoVer: Na imagem temos indicação em vistas das paredes da cozinha onde serão
modificados os revestimentos e onde será passado a apenas massa para receber pintura.

Informações relevantes estão sempre indicadas no desenho e, quando alguma informação


não pode ser representada graficamente, provavelmente haverá textos complementares que
trazem importantes assuntos que auxiliam no entendimento do projeto.

Abaixo está a planta com detalhes sobre a pintura, como local e cores. Um texto explicativo
traz informações que não constam no desenho, mas faze toda a diferença para o planejamento e
o orçamento da obra.
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Figura 7 - Proposta de modificação: pintura


Fonte: Elaborada pela autora (2020).

#ParaCegoVer: Na imagem temos indicação em planta as cores e os locais dos ambientes que
serão pintados, assim como textos explicativos quanto a detalhes que não são vistos no desenho.

Quando o projeto contém móveis planejados para o local, em áreas molhadas devem ser
construídas bases de alvenaria que servirão de apoio para a instalação do material e protegerão
as peças da água durante possíveis lavagens do ambiente. O desenho dessas bases nem sempre
está claro ou mesmo indicado no projeto, portanto, é algo para se atentar quando da existência
de mobiliário planejado na planta de layout.
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Figura 8 - Proposta de modificação: bases de alvenaria


Fonte: Elaborada pela autora (2020).

#ParaCegoVer: Na imagem temos indicação em planta dos locais onde deverão ser construídas
bases de alvenaria que servem de apoio e proteção aos móveis de MDF.

Alguns ambientes pedem detalhes que não são necessários a todo momento. Na figura 11,
por exemplo, está detalhado o caminho que um eletroduto galvanizado faz por toda a sala até
chegar a arandelas que serão instaladas nas paredes. Como esse elemento, além de ter sua
função elétrica, também consiste num elemento estético nesse projeto, portanto deve ter sua
execução bem orientada.
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No primeiro desenho da imagem, temos a indicação, em planta, de cada uma das paredes
que estão demonstradas nos próximos desenhos em forma de elevações. As elevações mostram
com clareza o local de instalação do elemento em questão, come medidas, posicionamento de
prateleiras e da TV.

Figura 9 - Proposta de modificação: instalação elétrica da sala


Fonte: Elaborada pela autora (2020).

#ParaCegoVer: Na imagem temos indicação em vistas da nova instalação elétrica que será
feita na sala.

Logo nos primeiros desenhos podemos notar que as bancadas do banheiro e da cozinha serão
modificadas e na figura 12 estão relacionadas as medidas exatas dessas peças.
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Figura 10 - Proposta de modificação: bancadas


Fonte: Elaborada pela autora (2020).

#ParaCegoVer: Na imagem temos indicação em plantas das dimensões das novas bancadas
que serão instaladas no banheiro e na cozinha.

Esses desenhos podem vir acompanhados de imagens em 3D, o que facilita o entendimento.
Mas somente através de medidas e detalhamentos é que se pode inferir o que deverá acontecer
na obra.

Outra questão importante é sobre ir até o local, juntamente com a mão de ora responsável
pela execução (construtora ou mestre de obras) com essas representações em mãos para avaliar
e comparar com o existente. Por exemplo, avaliar as tomadas existentes que serão mantidas,
checar a possiblidade de se instalar os novos pontos de elétrica, a necessidade de se trocar peças
do encanamento etc.

Neste momento, após a análise de alguns desenhos, é importante entender qual o papel do
designer ou projetista no momento de execução da obra.
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Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:

2 EXECUÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE OBRAS DE


PEQUENA COMPLEXIDADE
Uma vez que os projetos estão definidos e o projeto executivo está finalizado, o planejamento
da obra pode ser realizado. Após essas ações, é iniciada a obra e a maneira como será desenvolvida
a presença do designer nessa fase vai depender do que o cliente deseja. Existem diversas maneiras
desse serviço ser efetuado e a seguir vamos abordar pouco mais sobre esse assunto.

Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:

2.1 Acompanhamento e gerenciamento de obra


O olhar do projetista sobre a obra que está sendo executada é de extrema importância para
obtenção final da qualidade do empreendimento, portanto sua presença nesse processo deve ser
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incentivada. Mas a maneira como ela vai acontecer depende de alguns fatores. Antes de discorrer
sobre esses fatores, vamos entender como pode se desenvolver o trabalho do designer durante
a obra.

O trabalho do designer pode se restringir a verificar se a execução da obra está sendo fiel ao
projeto e se a qualidade resultante se adequa ao esperado ou acordado anteriormente. Esse tipo
de serviço chama-se acompanhamento de obras.

No acompanhamento de obras, o profissional possui um vínculo um tanto quanto restrito


com a obra, pois não está no canteiro a todo momento e também não se responsabiliza pelo
andar dos serviços, pelos materiais utilizados e pela mão de obra contratada. As visitas podem ser
combinadas e descritas em contrato como sendo semanais e, portanto, nesse tempo entre visitas,
muitas ações já foram efetivadas, fugindo ao controle total do profissional. Outra opção para
o cliente que não quer ter esse acompanhamento contínuo, é o pagamento de visitas técnicas
avulsas para sanar possíveis dúvidas ou problemas em obra.

O trabalho do designer nesse tipo de contratação assemelha-se ao uma fiscalização quanto


ao que está sendo efetuado. Muitas vezes, acontecem erros que passam desapercebidos ao olhar
de leigos e mesmo de profissionais, mas o designer deve estar atento aos detalhes, pois são eles
que farão a diferença no produto que será entregue ao cliente.

Outra questão importante no acompanhamento da obra é administrar possíveis imprevistos


durante a execução, e isso é extremamente comum em reformas. Se existe o acompanhamento
do profissional, esses momentos acabam se resolvendo com mais eficiência, uma vez que ele
estará a par do andamento da obra.

Outra opção para contratação do serviço é o de gerenciamento. Esse tipo de contratação


acarreta um vínculo maior entre designer e obra, assim como é maior também sua responsabilidade
pelo serviço que está sendo executado no imóvel.

O gerenciamento conta com contratação de mão de obra e de serviços de terceiros, compra e


recebimento de material, gestão de pessoal, adequação do serviço executado ao tempo e custos
que contam no planejamento, além das atribuições relacionadas ao acompanhamento da obra.

Na contratação de gerenciamento da obra, o cliente está atribuindo ao designer, ou outro


profissional que também posse efetuar esse serviço, toda a responsabilidade dos serviços que
acontecerão dali por diante. Assim, o profissional deve manter em dia os cálculos de materiais
comprados, os pagamentos que já foram efetuados, o que ainda será gasto, a adequação da
obra ao tempo percorrido, enfim, tudo o que acontece no canteiro de obras deve ser conhecido,
avaliado e analisado pelo gerenciador da mesma.
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Por fim, vale ressaltar que uma obra sem a presença de profissionais responsáveis e sem o
devido acompanhamento do projetista não terá o melhor resultado possível, podendo acarretar
diversos problemas e prejuízos ao cliente durante e após o processo da execução.

2.2 Etapas de execução de obras pequenas


A obras de menor porte pode ser atribuída uma maior facilidade de execução, o que não
exclui a importância de se planejar anteriormente sua execução. Por meio dos desenhos
demonstrados no primeiro item, foi possível compreender como que, através de representações
gráficas, podemos calcular quantidades de materiais, orçar custos, contratar mão de obra e
demais atividades que antecedem o início da obra. Agora, vamos entender como se organiza as
etapas da construção em função do que foi transmitido pelos desenhos.

Essa organização deve ser feita juntamente com quem executará a obra, já que, apesar
de algumas atividades serem interdependentes e determinarem por si só a ordem que serão
efetuadas, cada equipe contém uma forma de trabalhar, um número de pessoas no canteiro de
obra, e isso modificará o tempo em que ela acontecerá e também como a obra será planejada.

Falando agora sobre as etapas para se executar uma obra de pequeno porte, o primeiro passo
não se diferencia muito de obra de maior tamanho. A primeira ação é efetuar todas as demolições
necessárias no imóvel existente. Essas demolições devem ser amparadas por profissionais que
trabalhem com estruturas afim de não se arriscar retirar paredes que comprometerão e equilíbrio
estrutural do imóvel. Outra questão a se considerar nesse momento é a possível existência de
canos e dutos de eletricidade que passam por essa parede.

Num segundo momento são instaladas infraestrutura para elétrica, hidráulica, iluminação, ar
condicionado e também as estruturas de drywall. E então, pode-se seguir para a construção de
novas paredes, quando for o caso, assim como a aplicação de massa e gesso. Em ambientes que
não possuem paredes a serem revestidas, o forro também já pode ser instalado.

Daqui por diante, seguimos para alguns dos acabamentos e é nesse momento que a presença
do designer se faz fundamental. As paredes já começarão a ser revestidas e os pisos cerâmicos, o
porcelanato e madeiras que necessitam ser lixadas poderão ser assentados. Dessa forma, o estilo
de assentamento, a cor de rejuntes, a qualidade do serviço e a adequação ao projeto devem ser
conferidas nos momentos de início, pois se algo não sair bem nessa fase, o resultado final estará
profundamente comprometido e refazer essa fase do serviço demanda muitas despesas e tempo
extra. Esse é também o momento em que os pintores passam a seladora nas paredes novas e dão
a primeira demão de tinta nas paredes.

Agora que os revestimentos foram feitos, o forro desse ambiente também pode ser instalado
e também é chegado o momento de se instalar as peças vinda de marmoraria, como bancadas
51

e soleiras. Lembre-se de encomendar essas peças com antecedência e marcar sua entrega
enquanto o forro estiver sendo instalado.

Uma vez que os forros estão instalados, já podem ser feitas neles as furações e os rasgos
onde haverá novas luminárias e também o rejuntamento dos revestimento e pisos já assentados.
Atente-se para a cor do rejunte que foi comprado, pois esse é um erro muito comum nas obras.
Outra dica é deixar pisos de fácil aplicação, como os vinílicos, para essa etapa a obra, pois correrão
menos risco de acidentes que podem danificar as peças.

Agora é hora de se instalar toda a marcenaria, as louças sanitárias e os metais, que são as
torneiras, duchas e assessórios, serem instalados. Nos dias em que se instalam essas peças,
principalmente a mercenária, que são os móveis planejados, o acompanhamento é fundamental,
pois instalações incorretas podem acarretar na perda de um móvel todo. Depois que se instalam
os móveis que os rodapés devem ser feitos, pois isso vai permitir um melhor acabamento nesses
locais de encontro entre os dois.

Por fim, podem ser feitas as finalizações de última demão de pintura e instalações de
luminárias. Essas são as últimas peças a serem instaladas para se evitar manchas de tinta. Por
último, podem ser feitos a faxina, o recebimento de móveis, as mudanças e, finalmente, a
ocupação do imóvel.

FIQUE DE OLHO
Como profissional responsável pelo acompanhamento ou execução da obra, é importante
obter uma resposta quanto aos resultados do serviço depois que o imóvel já está sendo
utilizado. Isso dará credibilidade ao profissional e também servirá de parâmetro para
melhorias nos próximos serviços que serão oferecidos.

3 INTERDISCIPLINARIDADE COM PROFISSÕES


AFINS
Uma obra envolve diversas frentes de trabalho e o projetista é quem, a princípio se comunica
com todas elas, a fim de se garantir o entendimento e a execução correta do que foi estabelecido
em projeto. Sendo assim, é preciso conhecer sobre as várias profissões envolvidas na execução
da obra e também aprender a se comunicar, liderar e equilibrar o trabalho de todos para que haja
conexão e fluidez no decorrer dos serviços.
52

3.1 Os profissionais envolvidos em uma obra


Quando falamos sobre as etapas que antecedem a obra, os profissionais envolvidos são,
principalmente, designer de interiores, arquitetos e engenheiros. Esses profissionais são os
responsáveis por criar o projeto e planejar como a obra será executada, sempre sob demanda
dos clientes. Chegado o momento de se partir para a execução, o número de envolvidos aumenta
consideravelmente e cabe ao gestor da obra mediar a relação entre todos da equipe antes e
durante o processo de toda a obra.

Cada obra demanda uma equipe com determinados tipos de profissionais envolvidos, mas
título de conhecimento, podemos listar alguns que se fazem presente na maioria dos projetos
de interiores:

Mestre de obras

são os responsáveis pela intermediação entre funcionários da obra e gestor. Conhecem e


demandam as funções e execução de cada serviço.

Encarregados

um pouco menos qualificado que o mestre de obras, trabalha sob sua coordenação, mas
também conhece bem todas as etapas da obra.

Pedreiros

são os responsáveis por trabalhos de alvenaria, assentamentos de piso e revestimentos e


demais acabamentos. Atua na obra desde o início até a finalização dos acabamentos.

Serventes

são auxiliares dos trabalhadores da obra. Transportam materiais, preparam argamassa, fazem
a limpeza do canteiro de obras, entre outros.

Carpinteiro

quando necessário, são responsáveis pelas formas de vigas e pilares, tapumes etc.

Pintores

realizam a finalização das predes novas e pintura de todos os elementos que receberão tinta.

Eletricista
53

responsáveis pelas ligações elétricas, instalação de conduítes, passagem de fiação, instalação


de tomadas e interruptores.

Encanador

fazem a instalação de vasos sanitários, pias e torneiras e instalação de canos para ligação de
água e esgoto.

Marceneiro

nem trabalham diretamente no canteiro. São responsáveis pela confecção de peças em


madeiras, como os mobiliários feitos em MDF, por exemplo. Fabricam as peças em suas oficinas e
vão à obra somente para a instalação das mesmas.

Serralheiro

assim como o marceneiro, fabricam peças em suas oficinas e vão até a obra para instalação.
Nesse caso, fabricam peças metálicas.

Gesseiro

são responsáveis por todos os elementos feitos de gesso, como forros, sancas, massas etc.

3.2 Relacionamento entre as frentes de trabalho


Alguns gestores de obras já possuem equipes com todas as frentes montadas, com
profissionais de diversas áreas que já se conhecem e estão habituados a trabalharem juntos e
isso facilita tanto a contratação, quanto a execução da obra. Construtoras, por exemplo, possuem
vários profissionais e conseguem adequar seu quadro de funcionários nas obras que executa ao
mesmo tempo.

Quando esse não é o caso, a contratação se dá por equipes separadas, relativas a cada área
de atuação. Por exemplo, um mestre de obras que possui sua equipe de pedreiros e serventes,
outra empresa que é responsável pelo gesso ou pela pintura e assim por diante. Nesse caso, é
necessário ser ágil na comunicação e na administração dos serviços que serão executados.

Por si só, as equipes não conseguem se organizar para trabalhar em um mesmo, espaço,
principalmente quando ele não é extenso. Nesses casos, as equipes acabam entrando em conflito
por causa de materiais que podem atrapalhar a atuação do profissional, a ordem de serviços
que, às vezes, invalida o que já foi feito. Por exemplo, o marceneiro que é convidado a instalar os
móveis depois que a pintura já foi completamente finalizada e acaba sujando de pós de serragem
algumas paredes. O pintor é convidado a retornar à obra quando já está em meio a outro serviço
54

e isso acaba por desmotivar e demanda pagamentos extras.

Daí a necessidade de um bom planejamento e também da clareza na explicação e na


delegação de todos os procedimentos para cada responsável. Reuniões que antecedem a obra,
para esclarecimentos, assim como reuniões intermediárias para “feedbacks” e realinhamentos
dos serviços são úteis para que haja boa comunicação e ótimos resultados da equipe.

FIQUE DE OLHO
Bonificações por serviços bem executados são ótimas ferramentas de se manter o ritmo e a
qualidade dos serviços prestados. Equipes que trabalham em obras, quando contratadas por
empreita, costumam receber seus pagamentos semanalmente. Dessa forma, a inclusão de
metas semanais incentiva a conclusão dos serviços no tempo planejado e a devolutiva em
forma de pagamentos extras ou descanso mantém a equipe motivada.

4 PROBLEMAS DE GESTÃO DE OBRAS


Quando uma obra não vai bem, o problema, na maioria das vezes está na gestão. É preciso
avaliar o que está acontecendo no canteiro de obras a fim de gerar resoluções rápidas e minimizar
os prejuízos.

4.1 Erros na gestão de obras


Problemas e imprevistos acarretam, principalmente, perda de tempo e prejuízos financeiros
e esses são os pontos mais sensíveis de uma obra quando falamos sobre a satisfação do cliente.
Claro, que se o resultado for bom, ao final de tudo, o cliente sairá contente, porém, muito atraso
e gastos extras atrapalham profundamente o relacionamento entre profissionais e clientes.

Mau gerenciamento do tempo de trabalho e pouco controle das finanças são algumas das
atitudes que acarretam maus resultados. Quando uma obra enfrenta imprevistos graves, que não
foram verificados anteriormente ou não tiveram solução eficaz, o atraso acaba gerando gastos extras.

Tanto a falta de acompanhamento dos gastos, quanto a falta de controle do material que está
sendo gasto são algumas das falhas que mais comprometem o orçamento. Ainda sobre a compra
de materiais, o planejamento dessa etapa deve ser examinado, para não conter erros grotescos
que serão percebidos apenas no momento da compra, quando os quesitos relacionados ao
orçamento já foram acertados.
55

Assim como a falta de acompanhamento quanto ao que está sendo gasto a cada dia,
acaba por perder o total gasto na obra, podendo render em gasto excessivo antes do tempo
premeditado e até mesmo em paralização da obra por falta de verba. É sempre viável se conhecer
qual o caminho crítico do planejamento da obra, ou seja, aquela cadeia de atividades que são
extremamente interdependentes e, na falha de alguma, o tempo perdido afetará todas as outras.
Portanto, prazos flexíveis e atenção especial na execução dessas atividades podem dar mais
tempo de resolução a imprevistos que surgem no caminho.

A gestão das pessoas envolvidas e a comunicação entre gestor e equipe também são fatores
que facilitam o processo e execução. Integrar as diferentes áreas que estão trabalhando em um
mesmo local é importante para sem manter um bom clima de trabalho. Se problemas surgem
na obra, os envolvidos devem saber a quem podem comunicar e também é importante que se
sintam confortáveis para compartilhar. A falha na comunicação e o clima ruim no ambiente de
trabalho também pode levar a desmotivação dos indivíduos, o que abala sua produtividade e seu
comprometimento.

Treinamentos e acompanhamento constante são formas de se formar uma equipe mais


homogênea e concisa. A presença e a atenção do gestor conferem mais proximidade e confiança
nos trabalhadores, o que resulta em mais produtividade e satisfação com o trabalho.

4.2 Indicadores de problemas na gestão


O andamento da obra e os impasses que surgem acabam nos dando sinais de que a gestão
não está indo muito bem. Acidentes frequentes, falhas nos equipamentos e má qualidade dos
serviços podem indicar falha nos treinamentos e também na orientação quanto aos serviços
que estão sendo executados. Faltas e atrasos constantes indicam desmotivação e falta de
comprometimento com o serviço e isso pode acarretar em atraso na entrega da obra.

O canteiro de obras também demonstra muitos sinais sobre como o trabalho está sendo
executado. Canteiros desorganizados, com profissionais que possuem comportamento
inadequado, como falta de disciplina ou mesmo casos de alcoolismo, comprometem o rendimento
dos serviços. Canteiros organizados, com profissionais focados, geralmente são sinais de que o
trabalho está indo bem.

Mudanças e ajustes constantes no orçamento também pedem uma análise. Averiguar se isto
está acontecendo por demandas dos clientes, que muitas vezes começam a modificar o projeto
em meio a obra, ou se, por questões técnicas não estudas com antecedência, é o caminho para
sanar esses sinais. Entrar em acordo com o cliente e escolher um caminho a se seguir, reajustando
o tempo e o orçamento devem ser atitudes tomadas a tempo do prejuízo não ser catastrófico.
56

Por fim, o senso de urgência que assombra a maioria das obras e a falta de previsibilidade
quanto ao início e conclusão de serviços são demonstrativos de que as atividades saíram do
controle e o cronograma precisa ser revisado e readequado junto com todos os profissionais.

Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:


57

PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

• conhecer os componentes de uma planta de projeto de interiores;

• compreender e analisar plantas, a fim de se elaborar orçamentos e planejar a execu-


ção do projeto;

• aprender sobre as formas de se realizar o acompanhamento da obra qual a função


do designer nessa fase do projeto;

• estudar algumas das principais profissões envolvidas na execução de uma obra,


as dificuldades encontradas na gestão e as soluções que ajudarão a chegar em um
resultado positivo ao final da entrega.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTHONY, R. N.; GOVINDARAJAN, V. Sistemas de controle gerencial. São Paulo: Atlas,


2002.

CIMINO, J.R. Planejamento e execução de obra. 1ª ed. São Paulo: Ed. Pini ltda, 1987.

NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura: princípios normas e descrições sobre


construção, instalações, distribuição e programa de necessidades, dimensões de
edifícios, locais e utensílios. 5 ed. São Paulo: Gustavo Gili do Brasil, 1976.

SANTOS, A. P. L.; MENDES, R. Planejando um conjunto de 77 residências utilizando a


linha de balanceamento e last planner. In: II Simpósio Brasileiro de Gestão da Qualidade
e Organização do trabalho no Ambiente Construído II SIBRAGEQ. Fortaleza, 04 – 06 set.
2001. ANTAC Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. Anais em
CDROM, Fortaleza, UFC, 2001.
UNIDADE 3
Custos e planejamentos exemplificados
Introdução
Olá,

Você está na unidade Custos e Planejamentos Exemplificados. Conheça aqui noções e


conceitos preliminares que envolvem a criação de uma planilha de custos e planejamento.
Compreenda, de maneira prática, como uma planilha de orçamento pode ser elaborada
e veja exemplos de alguns modelos já formulados. Aprenda ainda sobre custos e
planejamento de obras para projetos residenciais, comerciais e de estandes e entenda as
questões específicas relacionadas a cada um deles.

Bons estudos!
61

1 CUSTOS DE OBRA
Um dos itens de grande relevância no planejamento de obras são os custos que ela terá. Por
isso, orçamento se torna tão importante: é ele que irá deduzir o valor total necessário para sua
execução sem prejuízos ou necessidades de interrupções no processo devido à falta de recursos.

O orçamento é uma forma de se exprimir quantitativamente o que foi planejado para


determinado serviço. Constitui um instrumento de decisão quanto que deverá, ou não,
ser realizado, o que será empregado para sua realização e como as atividades deverão ser
organizadas. Além disso, permite a visualização antecipada de orçamentos, assim como a
constante confrontação quanto aos resultados.

Se uma obra começa a ultrapassar o limite de gastos antes do tempo previsto, por exemplo,
é possível analisar os motivos desse comportamento e como ele pode ser revertido. Na falta
do acompanhamento e da existência do orçamento prévio, essa percepção somente acontecerá
quando os recursos já serão escassos para a continuidade do empreendimento.

Figura 1 - Custos e planejamento de obras


Fonte: wutzkohphoto, Shutterstock (2020).

#ParaCegoVer: A imagem mostra as duas mãos de uma pessoa sobre uma mesa: uma delas
está usando uma calculadora e a outra está com caneta fazendo anotações em uma agenda.

Quando se inclui os custos no orçamento de obras deve-se considerar imprevistos e fatores


que tendem a demonstrar comportamento variável no decorrer da execução. É necessário incluir
no documento possíveis ocorrências que vêm a interferir nos valores totais de investimento e,
ao final, definir uma margem de erro no custo final. Porcentagens de valores são adicionadas ao
custo final e esses valores são considerados margens de erro, para se ter disponível ainda um
valor a mais que o realmente necessário para cobrir os custos totais, em casos de imprevistos,
ajuste de valores ou erros na quantificação dos materiais.
62

Sistematizar os custos de obra é uma atividade que pede assertividade e organização. Todos
os projetos, e também os cronogramas das atividades, já devem estar bem definidos nesse
momento, para que não se levante informações erradas ou desnecessárias.

Para elaborar uma planilha de custos ou planilha orçamentária para uma obra, devemos
formular uma composição de preços para cada serviço levantado. Ou seja, cada serviço que será
realizado, deve ter seu valor orçado. Os custos diretos e os custos indiretos devem estar presentes
no documento, assim como a inserção de lucros sobre a gestão, se esse for o caso.

Claro que, com a existência de um orçamento limite de gastos, as decisões de projeto devem
levar em conta o valor dos materiais e da mão de obra, portanto durante o processo de criação,
orçamento também são realizados. Porém, nesse momento, estamos tratando de um documento
que trará informais finais sobre o quanto será gasto na obra, daí a necessidade de se obter um
projeto já solucionado.

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1.1 Valores regionais e softwares


Outra informação relevante em relação aos custos é como eles estão atrelados à região
onde será comprado. Existem diversas ferramentas que facilitam a orçamentação no ramo da
construção civil, como tabelas que fornecem valores gerais de insumos em cada região do país.
Os custos dessas plataformas possuem atualizações periódicas que acompanham as modificações
do mercado.

Alguns exemplos:

Tabela de Composições de Preços e Orçamentos (TCPO)

é um dos índices mais importantes da construção civil e consiste numa base de dados que
63

tem fornecido informações confiáveis a profissionais da área desde 1955.

Tabela Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil)

informa os custos e índices da Construção Civil de cada região do Brasil.

Custo Unitário Básico (CUB)

consiste em um método paramétrico para se realizar o orçamento de uma obra.

Claro que, além dessas ferramentas para levantamento de custos, tem-se também o modo
mais tradicional de se obter valores de cada produto, que seria solicitando orçamento diretamente
com as empresas fornecedoras. Essa etapa irá acontecer de qualquer maneira, quando a compra
dos materiais for realizada. As bases de custos existentes funcionam mais como uma pré-análise
de valores e funciona até mesmo como um balizador quanto aos preços encontrados no momento
da compra, ajudando o gestor a optar por materiais cujos os custos são mais competitivos.

Uma diversidade imensa de softwares está disponível no mercado, assim como existem
modelos prontos de tabelas a serem preenchidas manualmente, e sua escolha depende muito
do tipo e projeto que está sendo trabalhado e da preferência de cada profissional. De um modo
geral, no entanto, eles consistem em tabelas que facilitam o preenchimento e a sistematização
de quantidade e custos de materiais. Porém, a interpretação do orçamentista é fundamental para
que os dados obtidos nesses programas tenham efeitos positivos no planejamento da obra.

2 CUSTOS E PLANEJAMENTO DE PROJETOS


RESIDENCIAIS
Uma obra residencial começa já com as movimentações de terra no terreno, fabricação
de fundações, alvenarias, lajes, cobertura e tudo mais o que se precisa executar em uma obra
construída do zero. Neste caso, o processo costuma ser dividido em fases, atividades e tarefas
para ajudar no acompanhamento e no levantamento dos custos, que são calculados mensalmente
para dar uma visão do todo.
64

Tabela 1 - Tabela de custos de uma obra residencial


Fonte: Elaborada pela autora (2020).

#ParaCegoVer: Já os projetos de interiores podem ser desenvolvidos juntamente com o projeto


arquitetônico, mas nem sempre isso acontece. Esse tipo de projeto costuma ser elaborado para
residências já existentes, nas quais precisarão ser feitas modificações e adaptações em alvenarias,
na parte elétrica, nos pisos e revestimentos etc.

Sendo assim, não é possível estabelecer um modelo único de tabelas de custos para esse tipo
de serviço, já que a reforma demanda diferentes atividades. Mas vamos listar aqui alguns itens
que são mais frequentes, as quais podem ser adicionados outros novos quando necessário.

2.1 Modelo de planilha de custos para projetos residenciais


Nas planilhas de custos para projetos residenciais estão relacionados itens que geralmente
são utilizados em uma reforma de interiores. Tratam-se, portanto, de informações importantes de
constar em uma planilha: informações gerais sobre a obra, como endereço e natureza, descrição
65

dos serviços, a unidade quantitativa, as quantidades exatas de casa item, o preço unitário e o
preço total. É interessante também adicionar a porcentagem que cada custo representa no valor
total da obra.

No modelo trazido a seguir, as informações sobre a obra, descritas no cabeçalho, são fictícias e
os valores utilizados na planilha são custos hipotéticos, já que em cada região do país, um mesmo
produto terá valores diferentes. A intenção dessas representações é demonstrar de maneira
prática como pode ser organizada uma planilha orçamentária assim como servir de orientação
para a confecção de outras.
66
67

Tabela 2 - Modelo de planilha de custos para projetos residenciais


Fonte: Elaborada pela autora (2020).

Vale lembrar que, em cada etapa descrita, está incluso o valor parcial da mão de obra,
mas, em alguns casos, esse item é demonstrado separadamente na tabela. A última coluna do
documento calcula a porcentagem que cada item representa sobre o total de custos e, junto com
o planejamento da obra do cronograma físico financeiro, torna-se possível controlar os gatos
efetuados durante o processo.

No caso específico da planilha apresentada acima, o item de maior valor é o de número 12.1,
que se refere aos móveis planejados. Muitas vezes, as modificações sugeridas em um projeto de
interiores não dizem tanto respeito a grandes intervenções estruturais, sendo mais direcionada a
acabamentos, mobiliário e decoração.
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3 CUSTOS E PLANEJAMENTO DE PROJETOS


COMERCIAIS
Obras comerciais se diferem das outras quando o assunto é prazo, principalmente quando
se fala de empresas que já estão em funcionamento e necessitam interromper suas atividades
durante a execução do projeto.

Outro motivo pelo qual o tempo que será gasto nesse tipo de obra é item de extrema
importância se dá devido ao fato de que a maioria dos empreendimentos situam-se em imóveis
alugados. Portanto, esse é um custo que deve ser considerado no planejamento.

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3.1 Modelo de planilha de custos para projetos comerciais


Os custos existentes em obras de projetos comerciais muito se assemelham aos custos
contidos em obras residenciais. Mas diferem nas quantidades e em materiais para fachada e
vitrines, por exemplo.

Fachadas comerciais são áreas importantes quanto a visibilidade do local e seu nível de
atratividade. Portanto, são locais para onde se destinam maiores investimentos como letreiros,
revestimentos, vidros antirreflexo, paisagismo e mobiliários na calçada, toldos e coberturas,
enfim, o que estiver dentro do conceito do projeto e que enriqueça o local.

A iluminação de áreas comerciais também é sempre bem desenvolvida, ajudam a configurar


cenários e destacar ambiente e, consequentemente, produtos. Note na tabela que existe uma
grande quantidade de itens relacionado à iluminação, se pensarmos que estamos trabalhando
um cômodo de aproximadamente 50m².
69

Vale lembrar que, em alguns casos, esses cômodos precisam ser adaptados às exigências
legais impostas por leis urbanas. Adaptações dos ambientes às normas de necessidades também
são exigidas em projetos comerciais e elementos como rampas de acessibilidade muitas vezes
devem ser construídas.

A seguir segue um modelo de planilha com itens relacionados aos custos que podem vir a
compor uma obra comercial para um cômodo que já possui toda a estrutura necessária, como
paredes, banheiros e cozinha. Mais uma vez, os valores são hipotéticos, já que são informações
que podem variar em cada região do país, e os dados da obra são fictícios.
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Figura 2 - Planilha de custos para projetos comerciais


Fonte: Elaborada pela autora (2020).

3.2 Planejamento de obra para projeto comercial


O planejamento de uma obra comercial se difere do planejamento de uma obra residencial
apenas em alguns detalhes; portanto, as fases da obra podem ser consideradas praticamente as
mesmas.

A instalação dos móveis em um projeto comercial consiste em um momento bastante


minucioso e que demanda o acompanhamento do projetista. O mobiliário é o principal
formulador de cenários no ambiente e deve ter sua instalação bem executada, com localização
bem detalhada pelo projeto executivo. Dessa forma, atenção especial deve ser dada a esse
momento, com acompanhamento e bastante atenção para não cometer erros graves.

Outra diferença são a pintura e os acabamentos da fachada, que não tem o mesmo grau
de detalhamento e de instalações que uma residência. As atividades feitas na em uma fachada
comercial podem acompanhar o ritmo dos passos feitos internamente, como pintura e aplicação
de revestimentos, deixando por último a instalação de toldos e refletores. A instalação dos letreiros
da fachada devem ser um dos últimos detalhes instalados e devem estar a mostra somente no dia
da inauguração, para que cause certa curiosidade no público. Portanto, vale a pena providenciar
um material para cobrir esse letreiro quando ele precisar ser instalado com maior antecedência.
71

4 CUSTOS E PLANEJAMENTO DE PROJETOS DE


ESTANDES
Geralmente, empresas que não possuem lojas fixas encontram nas feiras uma grande
oportunidade de demonstração e promoção de seus produtos, sendo esses eventos locais onde
se fecham ótimos negócios. Também consiste em uma mentira que a empresa tem de mostrar
competitiva no mercado que atua, por isso, o projeto e a execução de um stand não podem falhar.

Feiras acontecem, normalmente, uma vez por ano ou um espaço de tempo maio e grandes
empresas que utilizam desses eventos como sua maior forma de divulgação, possuem calendários já
formulados com as datas de feiras que irão participar. Dessa forma, é possível contratar o projeto e a
execução dos estandes com antecedência, o que permite um bom planejamento do empreendimento.

As promotoras do evento elaboram regras relacionadas ao que pode ser feito no local a fim de
não haver grandes discrepâncias entre um stand e outro. É o caso, por exemplo, do(a):

• Sistemas construtivos;

• Localização de logos e letreiros;

• Teto de investimento.

4.1 Modelo de planilha de custos para projetos de estandes


O maior custo relacionado a esse tipo de empreendimento é o valor cobrado para se alugar
um espaço que será ocupado pelo estande dentro do pavilhão onde acontecerá a feira. Esse é
considerado um custo indireto e são alocados na planilha de custos juntamente com taxas que
por ventura podem ser cobradas, consumo de energia elétrica, que deve ser paga a promotora,
e transportes dos materiais.

Os custos diretos são estruturas de sustentação e cabos de aço, que podem ser içados no
teto do pavilhão e suportar toda a estruturação do estande, madeiras (MDF) para piso e parede,
pintura, lona ou tapeçaria para revestimento das paredes, tubulações elétricas e hidráulicas,
logos e letreiros. Não se esqueça de adicionar o valor da mão de obra a esses custos.

Alguns itens podem ser alugados ou comprados, como luminárias, mobiliários, vasos, plantas
e demais itens de decoração. Ao final, dependendo da demanda da empresa, vitrinistas pode
sem contratados para montagem de produtos no local. Os custos finais são relacionados a
desmontagem do estande, que deve ser feito em tempo hábil.

O custo de execução por metro quadrado de um estande personalizado pode variar entre
R$1.400,00 a R$2.000,00, e esses valores dependem do tipo de material utilizado, que vai conferir
72

um padrão mais simples ou mais sofisticado ao local. Essas decisões de custos dependem do
orçamento disponível e do conceito utilizado no projeto do estande, que deve considerar o
público alvo que a empresa quer atingir para definir o padrão da construção.

4.2 Planejamento de obra para projetos de estandes


Como já foi dito, a cada evento são definidas regras pelas promotoras e, portanto, elas devem
ser consultadas antes de se elaborar o projeto. Mas de maneira geral, o piso do pavilhão onde
acontecem diversas feiras nunca pode ser danificado, ou seja, o estande deve estar apoiado no
piso ou estirado no teto através de cabos de aço. Seguindo normas de corpo de bombeiros, os
estandes nunca devem bloquear as saídas e, segunda as normas de acessibilidade, precisam estar
adaptados a portadores de necessidades físicas. Posicionamento de logos e letreiros não podem
afetar os stands vizinhos.

As promotoras também traçam limitantes quanto aos materiais que podem ser utilizados e,
geralmente, concreto e alvenaria, que são materiais que demandam mais tempo de construção e
desmontagem, não são permitidos, a não ser que sejam objetos de exposição.

A maioria dos estandes são construídos com estruturas metálicas e vedações são feitas com
compensados de MDF finos e revestidos com tapeçaria. Paredes metálicas somente são utilizadas
quando é necessário vencer maiores vão. Os pisos são feitos de MDF laminado e são elevados,
permitindo a passagem de tubulações que levam água e energia elétrica para o estande.

Absolutamente todos os materiais que serão utilizados na montagem do stand são pré-
fabricados e possuem sua encomenda feita com bastante antecedência, pois, às montadoras, é
atribuído um prazo que costuma variar de 3 a 7 dias para a construção total do estande.

Sendo assim, o primeiro passo para a montagem de um estande é a montagem da estrutura


do piso, que é feita por serralherias e, logo em seguida, a carpintaria pode cobrir a estrutura com
as placas de MDF laminado. Enquanto isso é feito, se as estruturas das paredes e, na existência de
tetos suspensos, os cabos de aço podem ser içados nas estruturas no teto do pavilhão.

Em seguida, são montados os pilares e, finalizada essa etapa, são feitas as vedações. Uma vez
que as paredes estão prontas, elas já podem ser revestidas com as tapeçarias ou receber pinturas.
Em alguns casos, as paredes são masseadas e lixadas, porém o mais comum é a utilização de lonas
ou materiais relativos, que são grampeadas nas paredes de forma bem esticada, para se obter
uma textura lisa e homogênea. Podem ser utilizadas lona impressas, com cores e imagens.

Algumas empresas oferecem a possibilidade de pré-montagem em espaços que esses


fabricantes possuem, para que se possa averiguar como está sendo feito o material. Como todos
os materiais são fabricados antes da montagem, durante podem ser feitos alguns refinamentos,
73

como cortes de madeira ou ajustes simples que são necessários naquele momento.

Após a montagem das estruturas são instaladas as luminárias e demais materiais elétricos
que façam parte do projeto. Vitrinistas podem ser contratados nesse momento, caso os produtos
sejam expostos em vitrines e demandem um layout bem elaborado. Se não for o caso, os produtos
são levados e expostos pelo próprio fabricante.

Após finalizada a feira, a desmontagem do estande se inicia logo em seguida, pois o prazo
para esta etapa é extremamente curto e costuma durar no máximo até três dias. Peças que
foram locadas, como cadeiras, mesas, plantas, vasos, luminárias, entro outras, são devolvidas ao
locatário. Materiais utilizados nas paredes, no teto, nas estruturas, são comumente descartados,
gerando alto índice de desperdício desses eventos.

FIQUE DE OLHO
Algumas empresas estão começando a controlar melhor os resíduos gerados pelo
desmonte de stands e promovendo separação dos materiais para envio do descarte
a cooperativas de gerenciamento de resíduos. Outra forma também utilizada para
se otimizar a produção dos stands é utilizar os mesmos elementos construtivos em
diferentes feiras nas quais uma mesma empresa irá participar durante o período de um
ano, por exemplo. Dessa forma, as mesmas peças podem ser repintadas e reaproveitadas
mais vezes antes de serem descartadas.

Por fim, precisamos lembrar que, ainda que estejamos tratando de uma construção do tipo
efêmera, ela precisa ter um Registro de Responsabilidade Técnica emitido por um profissional
habilitado e toda a mão de obra presente na montagem deve utilizar todos os EPIs (Equipamentos
de Proteção Individual) exigidos por norma.

Enfim, é sempre recomendável que o profissional contábil esteja atento às legislações


atualizadas que envolvem os fatos a serem contabilizados. O cuidado com a avaliação patrimonial,
consolidação dos demonstrativos contábeis e também as eliminações necessárias, devem fazer
parte do escopo do contador do futuro.
74

Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:


75

PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

• conhecer as noções e conceitos preliminares que envolvem a criação de planilha de


custos;

• compreender de maneira prática como uma planilha de orçamento pode ser elaborada;

• aprender sobre custos e planejamento de obras para projetos residenciais, comer-


ciais e de stands.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTHONY, R. N.; GOVINDARAJAN, V. Sistemas de controle gerencial. São Paulo: Atlas,


2002.

CIMINO, J.R. Planejamento e execução de obra. 1 ed. São Paulo: Ed. Pini ltda, 1987.

DALL’OGLIO, S. Identificação de ferramentas de gerenciamento adequadas a obras


rápidas: estudo sobre o planejamento e execução de postos de combustíveis. 1999. 87f.
Relatório (Graduação em Engenharia Civil) - UNIOESTE, Cascavel.

NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura: princípios normas e descrições sobre


construção, instalações, distribuição e programa de necessidades, dimensões de
edifícios, locais e utensílios. 5 ed. São Paulo: Gustavo Gili do Brasil, 1976.

SANTOS, A. P. L.; MENDES, R. Planejando um conjunto de 77 residências utilizando a


linha de balanceamento e last planner. In: II Simpósio Brasileiro de Gestão da Qualidade
e Organização do trabalho no Ambiente Construído II SIBRAGEQ. Fortaleza, 04 – 06 set.
2001. ANTAC Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. Anais em
CDROM, Fortaleza, UFC, 2001.
UNIDADE 4
Custos e planejamentos específicos
Introdução
Você está na unidade Custos e Planejamentos Específicos. Conheça aqui o que deve
ser levado em consideração na hora de elaborar projetos de paisagismo, projetos para
áreas externas e projetos para eventos. Compreenda, de maneira prática, como planejar
e organizar esses projetos antes de sua execução. Aprenda sobre os principais custos
envolvidos nesses projetos, onde buscar esses valores e como tomar decisões de projeto
em função do orçamento fornecido pelo cliente.

Bons estudos!
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1 CUSTOS E PLANEJAMENTO DE PROJETOS


PAISAGÍSTICOS
Tanto em projetos de construção, quanto em projetos de paisagismo, os valores da execução
costumam variar, dadas as especificidades e a dimensão de cada projeto, que podem oscilar
devido ao padrão, às características do terreno e ao tipo de paisagismo demandado pelo cliente.

Terrenos mais íngremes, por exemplo, demandam diferentes estratégias de um terreno


completamente plano. Jardins mais densos, com um número alto de quantidade de espécies,
podem ser mais dispendiosos do que jardins com áreas mais livres e poucas plantas, enquanto
alguns podem possuir poucas plantas de valor bastante elevado.

A localização também importa, devido à disponibilidade de materiais acerca do local


e a necessidade, ou não, de se pagar fretes para entrega. Dessa forma, elaborar orçamentos
simplificados para esse tipo de serviço, torna-se algo bastante subjetivo e deve ser evitado.

De forma geral, os vários tipos possíveis de paisagismo têm princípios bem parecidos, mas
detalhes podem variar. Os tipos mais comuns de aplicação de projetos paisagísticos são:

• Residencial;

• Comercial;

• Jardins em pequenos espaços;

• Jardins internos;

• Jardins externos;

• Decoração com plantas em vasos;

• Jardins para piscinas;

• Jardins sobre laje.


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Figura 1 - Projetos paisagísticos


Fonte: 1000 Words, Shutterstock (2020).

#ParaCegoVer: A imagem mostra um caminho de grama com canteiros de flores de diversas


cores e formatos. Ao fundo, há árvores de grande porte limitando o espaço.

1.1 Planejamento de paisagismo


Assim como nos demais tipos de serviços que o design de interiores abrange, no paisagismo, o
primeiro passo é a elaboração do projeto. Muitas pessoas pensam que, para se fazer um jardim, é
necessário apenas a escolha das espécies e seu posterior plantio, mas o projeto é fundamental para:

• Determinar o que será feito;

• Alcançar exatamente o que se deseja com aquele espaço;

• Escolher adequadamente os tipos de planta para cada local;

• Determinar cores e tonalidades das plantas;

• Fazer prospecções de crescimento de cada planta;

• Quantificar os materiais;

• Executar o plantio.

Este é, portanto, o momento de se se fazer todo os ajustes técnicos necessários, sem que seja
comprometido o conceito do jardim.

O planejamento do projeto de paisagismo deve ainda se ater ao andamento da obra, caso ela
exista, pois podem ser ajustadas as datas da mão de obra para instalação de possíveis irrigadores
e equipamentos de iluminação.
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Assim como em uma obra, alguns critérios são fundamentais para que o projeto seja
executado com excelência. É o caso, por exemplo, do:

Uso de ferramentas e equipamentos adequados que permitam facilitar a execução e reduzem


o tempo da obra;

• Controle de prazos e custos ao longo da execução;

• Controle de materiais, visando a redução de desperdícios;

• Nível de acabamento do jardim.

Uma vez com o projeto bem definido, inicia-se a seleção de mudas que vão compor o espaço.
Essa escolha deve ser criteriosa, pois mudas em estado ruim de desenvolvimento podem não
sobreviver ao plantio. Em seguida, deve ser feita a preparação do solo, com análises agronômicas
e adubações necessárias a cada tipo de espécie utilizada. Depois de finalizada a preparação do
solo, são feitas as chamadas covas, que são os buracos onde serão plantadas cada uma das mudas.

De modo geral, os processos do paisagismo se resumem à elaboração do projeto, à execução


do jardim e à posterior manutenção do mesmo.

No entanto, antes de tomar qualquer decisão, é importante saber qual o estilo do jardim a ser
projeto, já que essa escolha está intimamente ligada ao local onde ele será executado. O tamanho
do terreno, a temperatura ambiente e a insolação no local são características que demonstram
quais os tipos de plantas que se adaptarão melhor nessas circunstâncias.

Para o planejamento da execução, é interessante seguir uma linha de desenvolvimento de


atividades que pode variar conforme os vários tipos de projetos e atividades. As mais comuns,
no entanto, são:

Escolha da data de plantio

o crescimento e a sobrevivência de uma muda dependem de vários fatores e nem sempre


eles podem ser controlados. Chuvas abundantes, secas, geadas, entre outros fatores climáticos,
podem comprometer todo um trabalho que já foi realizado. Portanto, ao se planejar a execução
de um projeto paisagístico deve se levar em conta o comportamento climático local e a melhor
época a se realizar o plantio. Muitas vezes, vale a pena esperar alguns meses até que se chegue
na melhor fase do ano, garantindo assim que um grande número de plantas tenha um bom
desenvolvimento. Plantios realizados no inverno, por exemplo, costumam demorar a desenvolver
e, dependendo do clima local, algumas plantas nem mesmo sobrevivem.
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Delimitação da área

delimitar o espaço onde estará localizado o jardim é a primeira ação a ser feita no canteiro,
assim como num canteiro de obras é feito primeiramente o gabarito da construção. Podem ser
delimitados caminhos, passadeiras, podem ser colocadas separadores que vão delimitar tipos de
plantas, forrações, pedras e demais elementos. Alguns limites podem ser feitos com materiais
que competem ao conceito do jardim, como pedras, madeiras, vasos etc.

Terra para plantio

o local onde serão plantadas as mudas selecionadas deve ser preparado para recebe-las.
Portanto, esse é momento onde serão adicionados os produtos e materiais necessários para que
o jardim prospere. O tipo de planta vai indicar qual o tipo de solo adequado e, por isso, nem todo
solo está propício a receber qualquer tipo de espécie.

Plantio

uma vez que o solo foi preparado e as mudas já foram compradas, o plantio pode ser realizado.
Para isso, as covas são feitas, com distanciamento necessário a cada espécie e, depois disso, elas
são plantas. Suas raízes devem estar completamente cobertas e após o plantio, uma rega deve
ser feita para umedecer o solo.

Manutenção

após a finalização da execução, é preciso manter um acompanhamento do jardim para


manutenção de plantas que não se adaptaram e substituir mudas e adubações e promover
ajustes necessários. Podas realizadas no período correto também são parte da manutenção
de um projeto paisagístico e, junto com todas as ações citadas, ajudam o jardim a manter seu
aspecto agradável durante todas as estações do ano.
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Figura 2 - Projeto paisagístico com elementos construtivos


Fonte: Jianghaistudio, Shutterstock (2020).

#ParaCegoVer: A imagem mostra um jardim com plantas verde claro e flores vermelhas e
rosa escuto. Há duas fontes que despejam água em dois vasos, degraus de madeira e uma tora de
madeira delimitando o espaço.

1.2 Custos de paisagismo


A estimativa de custos em um projeto paisagístico pode ser organizada em três fases: projeto,
execução e manutenção. Os valores de cada uma dessas fases, assim como na construção civil,
podem variar a cada região do país. Por este motivo, o modelo apresentado a seguir demonstra
apenas a organização de itens, a fim de indicar como podem ser organizados e o que pode ser
considerado para o cálculo orçamentário.

Projeto

a primeira fase é quando o desenvolvimento do projeto acontece e o profissional que


desenvolverá o projeto irá calcular o valor do serviço em função da dimensão, complexidade ou
do tempo de projeto.

Execução

para a execução do jardim deve-se incluir no cálculo os valores da mão de obra, os fretes do
transporte do material e equipamentos utilizados para o plantio. A mão de obra, geralmente,
é contratada por dias ou horas de trabalho ou por empreita, quando se fecha um valor para o
serviço como um todo. O frete é algo relevante que interfere na escolha, pois espécies que não
são encontradas no local tendem a ter o custo unitário elevado. Os equipamentos consistem
em separadores, irrigadores e infraestruturas elétricas ou hidráulicas. O material utilizado
para plantio, como adubos, terra, areia, fertilizantes, pedras, forrações, mudas e demais itens
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específicos ao projeto, correspondem à maior porcentagem do custo total, na maioria dos casos.
O custo da execução é efetivado nessa fase, mas deve ser calculado e planejado anteriormente,
na fase de projeto, para que não sejam feitas mudanças drásticas na hora da execução.

Manutenção

essa fase é pós plantio e depende do desenvolvimento das espécies para acontecer. São as
podas, as regas, adubações, controle de pragas e doenças e possíveis replantios de mudas que
não sobreviveram. Esse tipo de serviço demanda gastos com mão de obra e materiais que são
necessários em cada momento.

Cada jardim demanda uma quantidade de materiais e um tipo de produto específico, seja
para execução, seja para a manutenção. Portanto, cabe ao projetista adequar o projeto ao
valor que o cliente deseja investir no empreendimento, tanto para sua execução quanto para
sua manutenção. Escolher plantas que se adequam melhor ao local podem demandar menos
custo de manutenção, por exemplo. Em alguns momentos, pode-se ter um custo mais elevado
na execução, com espécies de custo mais elevado, mas que demandam pouca manutenção.
Portanto, um valor acaba por compensar o outro.

Como já mencionado, assim como na construção civil, um projeto paisagístico pode demandar
diferença nos custos em função do padrão de jardim adotado. O padrão que será adotado para
cada jardim dependerá do valor orçamentário fornecido pelo cliente, ou seja, a quantidade que
ele deseja investir na execução do projeto.

Algumas características de padrões de jardins que podem servir como orientação no momento
inicial do projeto são:

Padrão A

é o tipo mais simples, com plantas de pequeno porte pequenos canteiros de flores árvores
até dois metros de altura, também em menor quantidade. Pode-se utilizar cobertura maior de
grama e forrações, cujo valor, dependendo da espécie, é mais baixo, assim como plantas com
ciclo de vida maior, que demandarão menos manutenção. Podem existir alguns mobiliários, como
bancos, mas nos caminhos utilizam-se materiais permeáveis. O custo desse tipo de jardim pode
variar entre sessenta reais a oitenta reais por metro quadrado.

Padrão B

tem uma densidade maior no plantio e, por isso, é preciso adicionar espécies de árvores
e palmeiras de porte médio (entre três e quatro metros de altura) e canteiros arbustivos,
também com flores. A escolha de espécies pode abranger mudas mais desenvolvidas que no
padrão anterior, os mobiliários são um pouco mais desenvolvidos e os caminhos podem conter
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pavimentação. O custo desse jardim pode variais entre oitenta reais a cento e vinte reais por
metro quadrado.

Padrão C

são os jardins de alto padrão que contém plantas de alto valor unitário, árvores de grande
porte (de cinco metros para cima) e demandam, em sua execução, a utilização de equipamento
maiores, seja para escavação e movimentação de terra ou para transporte de plantas já formadas.
Pode-se ter a presença de mobiliários diferenciados, como pergolados, parques infantis, lagos e
áreas de lazer. O custo desse tipo de jardim pode ser considerado a partir de cento e vinte reais
por metro quadrado.

Figura 3 - Projeto paisagístico com maior porcentagem de área gramada e poucos mobiliários
Fonte: Pefkos, Shutterstock (2020).

#ParaCegoVer: A imagem mostra um jardim com um grande gramado central, árvores de


grande porte ao redor, arbustos e canteiros com flores. No gramado existe uma mesa redonda
com quatro cadeiras, todas as peças feitas de madeira.

FIQUE DE OLHO
Os custos de execução desse tipo de projeto costumam variar muito, mais do que
a execução de projetos de obras civis. Portanto, quando se deparar com valores
demasiadamente baixos, busque sabe sobre propriedades específicas do material que
está sendo comprado, como o tamanho das plantas, tipo e quantidade de fertilizantes,
mão de obra adequada etc. Economizar na execução pode demandar gastos excessivos
na manutenção do jardim e, dessa forma, toda economia acabará sendo mais
dispendiosa posteriormente.
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2 CUSTOS E PLANEJAMENTO DE PROJETOS PARA


ÁREAS EXTERNAS
Áreas externas consistem, geralmente, em áreas de lazer, como churrasqueiras, piscinas,
parques infantis, jardins e demais demandas específicas a cada cliente. Na maioria das vezes, o
projeto dessas áreas é feito junto com o projeto de toda a obra: nos projetos residenciais, por
exemplo, elas costumam ser idealizadas e planejadas juntamente com o restante do projeto.
Assim, tanto no planejamento da obra, quanto na orçamentação dos custos, a área externa estará
inclusa, o que pode trazer benefícios. Como os materiais e a mão de obra serão comprados e
contratados todos de uma só vez, isso pode baratear os custos, devido a diminuição de fretes,
aproveitamento de materiais e facilidade da mão de obra.

Porém, em muitos casos, essas áreas são feitas em momentos diferentes do restante da obra
e esse tipo de execução requer algumas considerações.

Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:

2.1 Planejamento de projeto para áreas externas


Ainda que essas áreas sejam feitas posteriormente a outras construções já existentes no lote,
é necessária a contratação de um profissional habilitado, assim como os documentos exigidos em
uma obra de construção civil, como alvará de construção e registro de responsabilidade técnica.
Portanto, esse é o primeiro passo a ser feito nesse tipo de projeto.

No planejamento da obra são seguidos os mesmos parâmetros de planejamento para uma


obra de construção civil, com alguns detalhes que acabam sendo relacionados ao local específico
onde essa obra será realizada.
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Mais uma vez, o tamanho do local irá determinar o que pode e o que não pode ser projetado.
Locais muito pequenos, por exemplo, podem não comportar a construção ou instalação de
uma piscina, mas comportam outras opões como ofurôs ou banheiras de hidromassagens. No
entanto, é preciso considerar também o transporte até o local dessas estruturas e das máquinas
e outros equipamentos necessários para escalação e movimentações de terra ou instalações. Se
for necessário adentrar o interior do lote com grandes estruturas, talvez as passagens existentes
não sejam suficientes.

Desta forma, antes de se definir o que vai ser construído e modificado, uma análise prática do
local dever ser feita avaliando como poderá ser feito o que o cliente deseja. Verificar a existência
de encanamentos subterrâneas no local, a possibilidade de conexão hidráulica e a facilidade de
exteriorização do esgoto que será gerado são itens importante a se avaliar nesse momento.

Essa avaliação é crucial para as decisões iniciais do projeto e, quando não feita, pode ser
percebida apenas no momento da construção. Se isso acontecer, prejuízos com materiais
comprados, atrasos na execução e modificações drásticas de projeto podem acontecer.

Outra questão importante nesse tipo de projeto é a escolha de materiais, uma vez que a sua
localização em áreas externas pode implicar em diversas limitações. Um elemento construtivo
que será localizado ou instalado em uma área descoberta, por exemplo, estará sujeito aos fatores
climáticos como a luz solar, a água da chuva e o vento. Portanto, elementos como pergolados e
materiais translúcidos de cobertura devem ser compostos por materiais específicos em função da
durabilidade e da manutenção. Pisos, churrasqueiras e móveis que serão colocados ou instalados
em varandas cobertas, sem vedação lateral (paredes, portas e afins), devem ter considerados um
material capaz de suportar todas as variações ambientais.

É preciso lembrar que radiação solar e umidade são propriedades que afetam o material,
influenciando em características como coloração, textura, consistência e resistência do mesmo.
Tecidos e madeira, por exemplos, se não forem devidamente impermeabilizados, absorvem a
umidade do local ou da chuva, o que os tornam propícios à fungos e posterior deterioração.
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Figura 4 - Projeto para áreas externas


Fonte: 1989studio, Shutterstock (2020).

#ParaCegoVer: A imagem mostra uma área de lazer residencial, com piscina, cadeiras para
tomas sol e grandes poltronas redondas. Ao fundo, delimitando o espaço, há um painel artístico
laranja e parede verdes de arbustos, também chamadas de cercas vivas.

Como pode-se perceber, o planejamento da obra deve ser pensado durante o projeto nesse
tipo de empreendimento. Além disso, alguns outros detalhes devem ser considerados quando da
decisão sobre a localização de cada ambiente. As áreas hidráulicas de banheiros e cozinha, por
exemplo, devem considerar como será feita a chegada da água e a saída de esgoto desses locais.
Portanto, em lotes em que outras construções já existem, a infraestrutura existente deve ser
identificada para que facilite a ligação com a nova construção.

2.2 Custos de projeto para áreas externas


Assim como no planejamento da obra, para o levantamento dos custos para projetos de
áreas externas podem ser considerados os parâmetros de custos para projetos de reformas de
interiores, ou seja, os custos básicos da construção civil.

Ou seja, bases de dados, como o CUB (Custo Básico Unitário) e a Tabela SINAPI (Sistema
Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), podem ser utilizadas para a busca
de materiais básicos a construção.

Nesse tipo de projeto, o que mais pode ser considerado para adequação ao orçamento limite
que poderá ser utilizado é o tipo de material e a sofisticação dos elementos.

Uma piscina, por exemplo, pode ser do tipo com escavação do solo, impermeabilização,
pavimentação e aplicação de revestimentos. Essas são as piscinas de alvenaria e têm como
vantagens a possibilidade de formatos e profundidades exclusivos e bem adequados ao projeto,
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além de demandar pouca manutenção estrutural, quando bem executadas. Caso contrário,
problemas de infiltração podem ocorrer e a resolução pode ser bastante dispendiosa.

Esse tipo de piscina demanda mais gastos com materiais e mão de obra, mas é uma opção
que torna o ambiente bastante atrativo. Porém, existem no mercado várias opções de piscinas
pré-fabricadas, como as piscinas de fibra, que são mais baratas que as piscinas de alvenaria e
cumprem seu papel no projeto.

Outro exemplo é quanto à utilização de materiais como madeira. A madeira é muito utilizada
nesse tipo de projeto, devido ao seu aspecto rústico e aconchegante. Porém, é um material que
necessita de manutenções periódicas quando exposta ao sol e à chuva. Ela deve ser lixada e
pintada para garantir sua durabilidade e também seu aspecto de boa conservação. Sendo assim,
muitas vezes pode-se de optar por utilizar materiais que são mais caros a princípio, mas não
demandarão custos de manutenção futuramente, como o aço inox por exemplo. Esse material
precisa de pintura, mas com menos constância do que a madeira.

Por fim, pode-se considerar que, em áreas externas, assim como em áreas internas, a busca
pelas informações de custos são as mesmas que de projetos de áreas internas. Porém, detalhes
de planejamento e escolhas de materiais devem considerar questões mais específicas.

3 PLANEJAMENTO DE PROJETOS PARA EVENTOS


O primeiro ponto a se pensar nesse tipo de projeto é o fato de serem instalações provisórias,
ou seja, ocuparão um determinado espaço por um tempo limitado. O exemplo mais comum de
eventos em áreas externas são casamentos, festas de aniversário e formaturas. Assim, antes
de se iniciar o projeto, deve-se conhecer o local onde o evento acontecerá e colher todas as
informações necessárias.

Portanto, esse é o primeiro passo para esse tipo de projeto: levantamento. Medidas e altura,
pontos elétricos e hidráulicos e a iluminação existente são as principais informações a serem
coletadas no primeiro momento. Em seguida, deve-se conhecer quais as regras existentes para
intervenção no local. É preciso saber qual o limite para se intervir na estrutura com furos, por
exemplo, ou se a estrutura existente não pode ser obstruída.

Nesse primeiro momento, também é necessário identificar se, para a natureza do evento em
questão, serão exigidos alvará, liberação de bombeiros e registro de reponsabilidade técnica dos
profissionais envolvidos. Caso seja necessário, esses documentos devem ser elaborados antes da
execução do projeto, para que não sejam exigidas pelos órgãos responsáveis pela aprovação do
projeto adequações posteriores, comprometendo o acontecimento do evento.

Após esses levantamentos técnicos e legais, a execução pode ser iniciada e, para a montagem
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e o tempo de montagem da estrutura do evento vai depender do que foi disponibilizado pelos
organizadores ou pelos responsáveis pelo local. Geralmente, o tempo de montagem é curto,
portanto, o planejamento das ações deve ser preciso.

Na maioria dos casos, estruturas para eventos são alugadas e montadas no local, o que facilita
o planejamento para uma execução que será relativamente rápida. Estruturas como palcos, sons,
iluminação, mesas, cadeiras, buffets, por exemplo, são alugadas e chegam ao local com datas e
horários previamente agendados. O que deve ser feito desse momento, é uma adequação quanto
a ordem de chagada e instalação desses itens.

Primeiramente, deve ser executado tudo o que é relativo à infraestrutura adicional


necessária, como ligações elétricas e hidráulicas provisórias que atenderão ao evento e depois
serão removidas. Posteriormente, podem ser instaladas a iluminação, sons, palcos e elementos
decorativos de teto e piso.

Uma vez que estruturas mais técnicas estão feitas, os mobiliários podem adentrar o local e,
por fim, detalhes de decoração. Quando houver itens de paisagismo, como vasos, plantas e afins,
devem ser os últimos a chegarem no recinto, para que não se perca o aspecto das plantas.

A desmontagem também faz parte do planejamento do evento e, geralmente, começa a


acontecer assim que o evento é finalizado, pois o tempo para desmonte costuma ser menor ainda
que o tempo disponibilizado para a montagem.

Figura 5 - Projeto para áreas externas


Fonte: satit sewtiw, Shutterstock (2020).

#ParaCegoVer: A imagem mostra um espaço ao ar livre com pessoas e uma mesa azul com
panelas embaçadas ao fundo e, em destaque, uma mesa de madeira comprida com buffet de
festa em inox e tampa de vidro.
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Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:

3.1 Custos para projeto para eventos


Os custos envolvidos nesse tipo de projeto são bastante variáveis e dependem muito do
tipo de evento que está sendo planejado. Mas, de maneira geral, é possível considerar algumas
constantes para a orçamentação de custos.

O aluguel do local é também o responsável pela maior porcentagem a que se destinam os gastos
em eventos. Na maioria das vezes, o proprietário não possui um espaço adequado para se realizar
um evento que abrangerá um número grande de pessoas. Sendo assim, a escolha do espaço é
feita depois de vários orçamentos realizados, negociações e comparações feitas em conjunto com o
cliente. Nesse momento, vale definir parâmetros para a escolha: espaços que já fornecem decoração
e jantar, outros que não cobram taxas de iluminação, ou aqueles que já possuem estruturas de som.
São infinitas as possibilidades e, para tomar essa decisão, é importante saber o que mais agrada
o cliente. O critério de escolha pode ser o valor final de todo o projeto, mas pode ser também a
preferência por um espaço que agrade mais ao gosto do cliente.

FIQUE DE OLHO
Na grande maioria das vezes, o aluguel de equipamentos e mobiliários sempre sai
mais barato do que a compra e algumas empresas especializadas costumam ofertar
diversos tipos de estruturas que podem ser utilizadas em eventos. Em alguns casos, o
espaço já contém algumas dessas estruturas e, em outros, os profissionais costumam
ter equipamentos próprios, como, por exemplo, músicos que já possuem estruturas de
palco e som, não necessitando busca por esses equipamentos.
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Uma questão importante, que nem sempre é considerada, é a acessibilidade do local. Para ser
aprovada, uma construção que terá uso coletivo deve ter acessibilidade em todos os ambientes
para as pessoas portadoras de necessidades especiais. Sendo assim, a maioria dos locais já
apresentam essa característica e o cuidado nesse tipo de caso deve ser em não obstruir essas
adequações com a ambientação que será feita com estruturas efêmeras. Porém, se o evento for
realizado em um local que não recebe eventos usualmente, essa adequação deve ser projetada e
planejada para o evento especificamente.

Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:

Enfim, é sempre recomendável que o profissional colha bastante informação sobre o que se
almeja alcançar com o evento antes de concretizar decisões, assim como estar sempre atento
às datas de parceiros e fornecedores, pois o cronograma desse tipo de projeto é de extrema
importância, já que muitas pessoas estarão envolvidas nesse acontecimento.
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PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

• conhecer um pouco mais sobre projetos de paisagismo, projetos para áreas externas
e projetos para eventos;

• compreender de maneira prática como planejar e organizar esses projetos antes de


sua execução;

• aprender sobre os principais custos envolvidos nesses projetos, onde buscar esses
valores e como tomar decisões de projeto em função do orçamento fornecido pelo
cliente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTHONY, R. N.; GOVINDARAJAN, V. Sistemas de controle gerencial. São Paulo: Atlas,


2002.

CIMINO, J. R. Planejamento e execução de obra. 1 ed. São Paulo: Editora Pini, 1987.

DALL’OGLIO, S. Identificação de ferramentas de gerenciamento adequadas a obras


rápidas: estudo sobre o planejamento e execução de postos de combustíveis. 1999. 87f.
Relatório (Graduação em Engenharia Civil)- UNIOESTE, Cascavel.

NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura: princípios normas e descrições sobre


construção, instalações, distribuição e programa de necessidades, dimensões de
edifícios, locai e utensílios. 21 ed. São Paulo: Gustavo Gili do Brasil, 1976.

SANTOS, A. P. L; MENDES, R. Planejando um conjunto de 77 residências utilizando a


linha de balanceamento e last planner. In: II Simpósio Brasileiro de Gestão da Qualidade
e Organização do trabalho no Ambiente Construído II SIBRAGEQ. Fortaleza, 04 – 06 set.
2001. ANTAC Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. Anais em
CDROM, Fortaleza, UFC, 2001.
Fundamental para aprender a fazer orçamentos e planejamento
de projetos arquitetônicos, de design, este livro traz os
conhecimentos necessários para você tomar as melhores decisões
antes de iniciar uma obra, seja uma edificação nova, uma reforma,
de área interna ou externa, grande ou pequena. A autora aborda
aspectos importantes nesta obra abrangente, em quatro unidades:
planejamento e orçamento de obras; análise de projetos e execução
de pequenas obras; custos e planejamentos exemplificados; e,
por fim, custos e planejamentos específicos, focando em projetos
paisagísticos e de áreas externas.

Tenha em mãos exemplos de planilhas para ver na prática o que


você aprendeu neste conteúdo, que será um recurso importante
para seus estudos. Aproveite!

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