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Manual de Implementação 5S

Sobre o manual

O 5S é uma técnica do Lean que vai te ajudar a organizar (e manter


organizado) o ambiente de trabalho.

Neste material, iremos apresentar um sucinto manual de como se


implementar cada uma das 5 etapas desta técnica:
Implementando o Seiri (1ºS)
Por onde começar?

Para saber o que é útil e o que não é útil devemos primeiro analisar o que é
feito na rotina do ambiente que queremos organizar.

Podemos acompanhar a maioria das atividades que são realizadas


rotineiramente, ou então, entrevistar as pessoas envolvidas no trabalho.

Algumas perguntas são bem úteis na entrevista:


Conhecendo o trabalho de rotina

• Qual é a atividade que mais se realiza aqui?


• Quais materiais/informações você precisa para realizá-la?
• Existem variações possíveis nessa atividade (mesma operação de montagem, porém
com uma
ferramenta diferente)?
• Quais atividades diferentes, dessa você se lembra de realizar na última semana?
• Quais materiais informações são necessárias?
• Quais atividades você realizou no último mês?
• Quais materiais são necessários?
• Existem variações para essas atividades que demandam informações/materiais
especiais?
• Onde ficam guardados todos estes materiais (os rotineiros, as variações, os semanais, os
mensais, etc)?
• Já houve dificuldade de precisar de um material/informação e não encontrá-lo?
Conhecendo a rotina de trabalho

Essas perguntas nos ajudarão bastante a saber o que é feito no dia a dia e o
que é necessário para se fazer as atividades com qualidade.

Lembrem-se: faltar itens necessários ao trabalho é tão ruim quanto ter


um excesso de itens disponíveis (o que chamamos de “bagunça”)
Analisando os itens disponíveis

Após entendermos o que precisamos, devemos ir até o ambiente e analisar


item a item que existe lá.

Temos que ver se eles são necessários, não necessários ou


esporadicamente necessários.
Analisando os itens disponíveis
Para cada item, devemos fazer as seguintes verificações:
Todo dia Classificar como alta utilização

Toda Classificar como média utilização


semana

Com que periodicidade Todo mês Classificar como baixa utilização


ele é necessário?

O item é necessário?

Devemos vendê-lo ou descartá-lo?


Analisando os itens disponíveis

Depois de classificarmos cada item, devemos passar para a próxima etapa, a


do Seiton (senso de organização).

Nela, vamos colocar cada coisa em seu lugar.


Implementando o Seiton (2ºS)
Por onde começar?

No Seiton, devemos organizar o ambiente. Partimos do ponto que


deixamos no último S (Seiri), portanto já devemos conhecer o que é útil e o
que não é e ter todos os materiais/informações classificados.

Sou útil
todo dia!
Como fazemos?
Devemos seguir a seguinte lógica:

• Se algo é útil todo dia deve estar próximo do local de uso (a gaveta da mesa
do escritório, o armarinho ao lado da linha, etc.);

• Se alto é útil toda semana deve estar em um “estoque” próximo, mas não
tomar espaço no ambiente de trabalho (estar no almoxarifado, por exemplo);

• Se algo é raramente usado deve estar disponível em um estoque com uma


clara indicação de sua localização (para o operador não ficar procurando item,
devemos colocar na instrução de trabalho padrão onde este item está
guardado.
Tudo disponível

Lembrem-se!

No Seiton devemos “aliviar a bagunça” do ambiente de trabalho, mas


também devemos garantir que todos os materiais estejam disponíveis,
mesmo aquelas ferramentas usadas apenas uma vez por mês.

A pessoa que as utiliza precisa saber claramente onde estão guardadas!


Conhecendo a rotina de trabalho

Essas perguntas nos ajudarão bastante a saber o que é feito no dia a dia e o
que é necessário para se fazer as atividades com qualidade.

Lembrem-se: faltar itens necessários ao trabalho é tão ruim quanto ter


um excesso de itens disponíveis (o que chamamos de “bagunça”)
Organização no Seiton -> Exemplos

Algumas soluções padrões são bem úteis no Seiton. Podemos citar algumas
delas:

O quadro de ferramentas organiza a


disposição de ferramentas úteis
esporadicamente em oficinas. Cada
ferramenta tem seu lugar determinado.

É possível resolver qualquer variação


do trabalho buscando a ferramenta
correta no quadro.
Organização no Seiton -> Exemplos

Prateleiras com pastas coloridas


separadas por assunto são ótimas opções
para se organizar itens de média
utilização.

Cada cor ou posição na prateleira pode


representar um tipo de trabalho ou uma
variação do trabalho a ser feito.

O acesso é rápido e a identificação é


visual, evitando erros.
Organização no Seiton -> Exemplos

Colocar a localização de peças,


informações ou pastas de computador na
instrução de trabalho (ou até mesmo
adicionar uma foto do local ou da tela) é
uma maneira excelente de garantir que as As informações estão na
pasta:
pessoas vão achá-las.
Documentos > Variações
Também é bom frisar na instrução a
importância de retornar as peças após o
uso.
Conhecendo a rotina de trabalho

Uma vez tudo organizado, devemos etiquetar e padronizar o estado de


organização. Falaremos mais sobre isso no quarto S, o Seiketsu.

Em seguida, vamos falar do senso de limpeza, ou Seiso.


Implementando o Seiso (3ºS)
Por onde começar?

No Seiso, temos que garantir que o ambiente sempre se mantenha limpo.

Temos duas ações que podemos tomar para isso:

• Organização de uma rotina para a limpeza;

• Evitando que se suje o ambiente.


Organizando uma rotina de limpeza

Rotinas de limpeza podem ser elaboradas usando os mais diversos


formulários.

Anexo nesta aula, está um exemplo em excel de um formulário de rotina de


limpeza.
Organizando uma rotina de limpeza

O mais importante para se estabelecer uma boa rotina é:

• Deixar claro o ambiente ou item que queremos limpar;

• Deixar claro o método de limpeza;

• Deixar clara a periodicidade de limpeza;

• Deixar claro o responsável pela limpeza.

Podemos adicionar outros itens também, como as ferramentas


necessárias para se realizar a limpeza.
Organizando uma rotina de limpeza

É muito importante também que todos saibam quem são os responsáveis


pela limpeza e os procedimentos para fazê-la.

Por isso, o responsável pelo programa de 5S deve comunicar todos os


envolvidos da nova rotina.
Evitando que se suje

Além de limpar, aqui temos que privar por não sujar.

Para se conseguir isso, devemos:

• Estudar os procedimentos padrões para deixá-los mais limpos;


• Treinar os colaboradores no novo procedimento;
• Melhorar continuamente o procedimento, tornando-o cada vez mais
limpo.
Estudando o padrão
Estudar o padrão é muito importante:

• Em qual parte do procedimento pode ocorrer um evento que suja


(derramamento de óleo, contato com alimentos, derramamento de água,
geração de poeira, geração de fumaça, etc.)?
• Como poderíamos, fazendo pequenas mudanças, eliminar essa fonte de
sujeira?
• Qual outra alternativa para eliminarmos a fonte de sujeira?
• Se não há como eliminar, o que geralmente fazemos para limpar?
• É a melhor maneira?
• Temos como fazer a sujeira se dispersar mais rapidamente?
Novo padrão

Uma vez melhorado o padrão, de forma a evitar que se suje, ou eliminando


a sujeira gerada rapidamente, devemos treinar os colaboradores no novo
padrão. Após o treinamento, verificamos como vai o novo padrão e
corrigimos eventuais erros, buscando sempre melhorá-lo.
Conhecendo a rotina de trabalho

Depois que foi trabalhado o senso de limpeza, devemos partir para o senso
de higiene, saúde e bem estar – o Seiketsu.

Falaremos mais sobre ele na próxima aula.


Implementando o Seiketsu (4ºS)
Por onde começar?

Já no Seiso, fizemos uma breve introdução sobre estudar os padrões e criar


cronogramas de organização para a limpeza.

O Seiketsu, ou Senso de Higiene, Segurança e Bem Estar, tem tudo a ver


com padrões.
Por onde começar?

Nele, vamos organizar e melhorar os padrões quanto à:

• Segurança (risco de acidentes);

• Ergonomia (conforto do operador que utiliza o ambiente);

• Risco de saúde a longo prazo;

• Felicidade laboral.
Analisando a segurança

Quanto à segurança, podemos nos perguntar:

• Quais os riscos do ambiente de trabalho? (mecânicos, elétricos, químicos,


biológicos)
• Por que existe esse risco? (qual etapa do procedimento promove o risco)?
• Como poderemos evitar que o risco exista?
• Se não podemos mudar o padrão para eliminar o risco, como amenizá-lo?
• Como conter o risco para que ele tenha um impacto pequeno?
• Qual procedimento precisamos ter para conter os efeitos do acidente
uma vez que ele ocorre?
• Quais procedimentos de rotina precisamos ter para evitar os acidentes?
Rotina de segurança

Da mesma forma que elaboramos uma rotina de limpeza, precisamos


elaborar uma rotina de segurança:

• O que deve ser feito periodicamente?


• Quem deve fazer?
• Como deve ser feito?
• Onde deve ser feito?

Também precisamos deixar a rotina clara e fazer com que ela seja
acompanhada.
Alguns riscos clássicos com respeito à segurança

Ruídos, Temperatura, Iluminação, Vibração,


FÍSICOS
Umidade e Radiação.

Poeiras, Fumos, Gases, Vapores,


QUÍMICOS Produtos Químicos.

BIOLÓGICOS Fungos, Ofídios, Insetos, Vírus.

Monotonia, Postura incorreta,


ERGONÔMICOS
Repetitividade.

Arranjo físico deficiente, Máquinas sem


ACIDENTE proteção, EPI e EPC inadequado.
Ergonomia e riscos de longo prazo

Da mesma maneira, analisamos os padrões para ergonomia:

• A posição para a realização do trabalho é confortável?


• Pode causar danos?
• De que maneira podemos modificar o trabalho para obter uma ergonomia
melhor?
• De que maneira podemos reduzir os riscos de longo prazo?
• Que ações periódicas podemos tomar para melhorar a ergonomia e a
saúde a longo prazo?
Padrões

Uma vez feito isso, podemos disseminar os padrões e procedimentos entre


os colaboradores.

Da mesma maneira que no Seiso, temos que estar sempre abertos para
melhorar cada vez mais os padrões, entendendo suas falhas e
desenvolvendo mudanças (muitas vezes criativas).
Indo além do padrão

Na próxima aula, iremos falar do último S, o Shitsuke, ou senso de


autodisciplina.

Com ele, espera-se que esse espírito de utilidade, organização, limpeza e


melhoria dos padrões se perpetue dentro da filosofia da organização.
Implementando o Shitsuke (5ºS)
Por onde começar?

O Shitsuke é a cereja no bolo


de todos os programas 5S.

Em geral, o implementamos
durante a implementação dos
S’s anteriores.

Como?
Por onde começar?

Fazendo com que as pessoas se sintam bem durante a implementação do


programa 5S!

Se elas sentirem prazer na atividade de organizar, rever os padrões, pensar


na limpeza e tudo mais, sem dúvidas elas desenvolverão o senso de
autodisciplina para manter o espírito.
Deixando o 5S uma atividade agradável

Podemos fazer algumas coisas para que as pessoas sintam prazer ao


implementar o 5S:

• Incentivar a participação de todos;


• Tratar cada sugestão com o devido respeito;
• Incentivar a criatividade das pessoas para resolver os problemas com os
padrões;
• Recompensar boas sugestões;
• Respeitar acordos de recompensas;
Deixando o 5S uma atividade agradável

Podemos fazer algumas coisas para que as pessoas sintam prazer ao


implementar o 5S:

• Reconhecer e celebrar toda e qualquer conquista alcançada;


• Ter uma comunicação clara das responsabilidades (tenha certeza que
todos saibam e concordem com as ações das quais são responsáveis);
• Treinar as pessoas e ensiná-los os princípios básicos do 5S;
• Ter paciência no treinamento e respeitar os limites de cada um dos
envolvidos.
Em todas as atividades

Todas as atividades conduzidas no programa precisam levar em conta estes


princípios.

Uma vez trabalhado isso, podemos colher os bons frutos do programa e 5S.
Site:
www.fm2s.com.br

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