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13 de julho de 2020
Controladoria-Geral da União - CGU
Secretaria Federal de Controle Interno
RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO
Órgão: MINISTERIO DA SAUDE
Unidade Examinada: Distrito Sanitário Especial Indígena - Yanomami
Município/UF: Boa Vista/Roraima
Ordem de Serviço: 201902638
Missão
Promover o aperfeiçoamento e a transparência da Gestão Pública, a
prevenção e o combate à corrupção, com participação social, por meio da
avaliação e controle das políticas públicas e da qualidade do gasto.
SUMÁRIO 5
INTRODUÇÃO 6
4. A nova licitação para contratação de serviços de horas de voo será realizada pela
Secretaria de Saúde Indígena - Sesai. 16
RECOMENDAÇÕES 27
CONCLUSÃO 28
ANEXOS 29
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RESULTADOS DOS EXAMES
1. Cancelamento de processo referente à contratação
emergencial de empresa para fretamento de aeronave.
Em 7 de dezembro de 2018, o Chefe do Serviço de Recursos Logísticos - Selog solicitou,
por meio do Memorando nº
144/2018/YANOMAMI/SELOG/YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS (SEI nº 7014782) e do
Documento de Formalização da Demanda (SEI nº 7014866), autorização para a abertura
de processo para a contratação na forma emergencial de serviços de fretamento de
aeronaves.
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Data Ato / Fato
27/03/2019 Informação de providências adotadas para atendimento das ressalvas apontadas
no Parecer nº 027/2019/CJU-RR/CGU/AGU (SEI nº 7695563), por meio do Despacho
YANOMAMI/SELOG/YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS (SEI nº 8541417)
28/03/2019 Encaminhamento do processo à Sesai para verificação de disponibilidade
orçamentaria e posterior autorização de governança, por meio do Despacho
YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS (SEI nº 8558742)
01/04/2019 Encaminhamento do processo à Coordenação Geral de Planejamento e Orçamento
- CGPO para verificação de disponibilidade orçamentaria, por meio do Despacho
SESAI/MS (SEI nº 8617636)
05/04/2019 Encaminhamento do processo ao Departamento de Gestão da Saúde Indígena -
Dgesi para análise de mérito, por meio do Despacho SESAI/CGPO/SESAI/MS (SEI nº
8711443)
12/04/2019 Emissão do Despacho DGESI/SESAI/MS (SEI nº 8798365) com análise da instrução
processual e várias considerações e recomendações
16/04/2019 Encaminhamento, por meio do Despacho SESAI/MS (SEI nº 8840744), do processo
ao DSEI-Y para observar recomendações deste despacho e do Despacho DGESI (SEI
nº 8798365)
22/04/2019 Assinatura de novos Mapa de Apuração (SEI nº 8881074) e Projeto Básico (SEI nº
8897103)
Emissão de Autorização (SEI nº 8897491) pelo então Coordenador Distrital de Saúde
Indígena, aprovando o Projeto Básico
Assinatura de novos Estudos Preliminares da Contratação (SEI nº 8900706)
Informação de providências adotadas para atendimento das recomendações do
Despacho SESAI (SEI nº 8840744), por meio do Despacho
YANOMAMI/SELOG/YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS (SEI nº 8890847)
Encaminhamento do processo à Sesai para autorização, por meio do Despacho
YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS (SEI nº 8925675)
08/05/2019 Encaminhamento do processo ao Dgesi para reanálise de mérito, por meio do
Despacho SESAI/MS (SEI nº 9013304)
16/05/2019 Encaminhamento do processo ao DSEI-Y para atender recomendações, pois a
instrução processual se encontrava parcialmente adequada, conforme Despacho
DGESI/SESAI/MS (SEI nº 9272876)
23/05/2019 Informação de providências adotadas para atendimento das recomendações do
Despacho DGESI (SEI nº 9272876), por meio do Despacho
YANOMAMI/SELOG/YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS (SEI nº 9370069)
Encaminhamento do processo à Sesai para reanálise e autorização superior, por
meio do Despacho YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS (SEI nº 9410974)
02/07/2019 Informação de que a instrução processual se encontrava adequada, conforme
Despacho COBIES/DASI/SESAI/MS (SEI nº 9918814)
Encaminhamento do processo à SAA para autorização de governança
05/07/2019 Encaminhamento do processo à Sesai e ao DSEI-Y para complementação da
instrução processual, conforme Despacho SAA/SE/MS (SEI nº 10041657)
11/07/2019 Assinatura das Notas Técnicas nº 13/2019 (SEI nº 10086997) e 14/2019 (SEI nº
10100085) pelo então Coordenador Distrital de Saúde Indígena
Assinatura do Despacho COBIES/DASI/SESAI/MS (SEI nº 10100494) pelo
Coordenador de Apoio à Gestão de Bens, Serviços e Insumos Estratégicos de Saúde
- Substituto, encaminhando o processo à CGPO para manifestação quanto à
disponibilidade orçamentaria
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Data Ato / Fato
12/07/2019 Assinatura das Notas Técnicas nº 13/2019 e 14/2019 pelo Chefe do Selog
Assinatura do Despacho COBIES/DASI/SESAI/MS (SEI nº 10100494) pela Diretora do
Departamento de Atenção à Saúde Indígena
Encaminhamento das Notas Técnicas nº 13/2019 e 14/2019 ao DSEI-Y para
considerações e posterior envio à Coordenação de Apoio à Gestão de Bens, Serviços
e Insumos Estratégicos de Saúde - Cobies, conforme Despacho
YANOMAMI/SELOG/YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS (SEI nº 0010185860)
15/07/2019 Solicitação de correção da Nota Técnica 14 (SEI nº 10100085), por meio do
Despacho SESAI/CGPO/SESAI/MS (SEI nº 0010212165)
Encaminhamento do processo à Cobies para reanálise e autorização, por meio do
Despacho YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS (SEI nº 0010216330)
Fonte: Processo nº 25064.002895/2018-31 no SEI-DSEI/YANOMAMI (acesso externo concedido em 31 de
outubro de 2019, com validade até 29 de janeiro de 2020).
Após todos esses trâmites administrativos, em 26 de julho de 2019, sete meses após o
início do processo, o atual Coordenador Distrital de Saúde Indígena solicitou à Secretária
Especial de Saúde Indígena o cancelamento do Processo nº 25064.002895/2018-31 e
autorização para abertura de um novo procedimento, visto que as propostas obtidas
estavam vencidas, conforme Ofício nº 528/2019/YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS (SEI nº
10468380, originalmente nº 0010421433 no Processo nº 25064.001238/2019-57):
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necessários a futura contratação, nos termos legais pretendidos. É necessário
esclarecer que após a emissão de parecer favorável pelo órgão de consultoria
jurídica da união todas as providências à cargo deste DSEI foram adotadas, no
entanto, até a presente data e nos termos do contido as folhas 747 do
processo administrativo de gestão, o Órgão Central de Governança tem a
obrigação de adoção de providências necessárias a autorização para a
celebração do contratado nos termos do Parecer emitido pela AGU, o que
torna imperiosa as providências para que sejam sanadas as possíveis
irregularidades administrativas.
10-De tudo que foi exposto solicito de Vossas Gestões no sentido de autorizar
a instauração de dispensa de Licitações, pelos motivos abaixo dispostos:
a) A Não existência de contrato para horas vôo;
b) A Possibilidade eminente de comprometimento da segurança e da vida
humana;
c) A Necessidade de revisão do Termo de Referência do processo citado
neste documento e do vencimento das propostas.
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Ainda no dia 31 de julho, o Coordenador Distrital de Saúde Indígena do DSEI-Y deferiu a
abertura de processo, por meio do Ofício nº 576/2019/YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS (SEI
nº 0010491019). Assim, foi iniciado o Processo nº 25064.001294/2019-91 para
contratação emergencial de serviços de fretamento de aeronaves.
Contudo, constata-se que não houve alterações relevantes nos Estudos Preliminares da
Contratação do processo anterior e o do mais novo. A modificação mais relevante foi no
objeto, com a inclusão de transporte aeromédico e outras especificações das aeronaves,
conforme transcrições a seguir:
Constatou-se também que o item “3. FORMA DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS” do Projeto
Básico (SEI nº 8897103) foi transformado no item “4.2. DETALHAMENTO DA
METODOLOGIA DE EXECUÇÃO/ENTREGAS” no Projeto Básico (SEI nº 0010561997).
Entretanto, no anterior (SEI nº 8897103) constavam procedimentos a serem observados
para a solicitação dos serviços pelo DSEI-Y e para a execução pela empresa contratada
que foram excluídos do Projeto Básico (SEI nº 0010561997), tais como:
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a) a expedição de Ordem de Missão pela contratante anterior aos deslocamentos
das aeronaves (item 3.1.1);
b) a forma de registro das horas de voo (item 3.1.2);
c) a operacionalização e as condições das aeronaves da contratada (itens 3.1.4 a
3.1.10);
d) o limite de bagagem por passageiro (item 3.1.14);
e) o modo de transportar artigos perigosos e cargas (itens 3.1.15 a 3.1.17);
f) os casos de urgência e emergência (item 3.1.18).
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“8.3.3. Por tratar-se de contratação emergencial, a análise da proposta mais
vantajosa para administração será realizada em etapa posterior a este projeto
básico.”
A IN/MP nº 5/2017, art. 20, estabeleceu que o projeto básico é uma etapa do
planejamento da contratação, III. Já a fase de seleção do fornecedor inicia-se com o
encaminhamento do projeto básico ao setor de licitações, conforme art. 33, da citada
IN/MP. Portanto, o fornecedor não deveria ter sido selecionado antes de o projeto
básico ter sido concluído.
[...]
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“Considerando que a 1ª colocada não apresentou habilitações exigidas na
minuta do projeto básico, este coordenador solicita a empresa PIQUIATUBA
TÁXI AÉREO LTDA, sobre a possibilidade de melhoria da proposta
inicialmente apresentada pela empresa supracitada, até às 14:00 do dia
05/08/2019, afim de subsidiar decisão quanto a proposta mais vantajosa
para administração.”
Nesse documento consta que a menor proposta foi de R$ 2.349,00, apresentada pela
empresa Voare Táxi Aéreo Ltda., e que a segunda classificada foi de R$ 2.350,00,
apresentada pela empresa Piquiatuba Táxi Aéreo Ltda. No entanto, o motivo para
inabilitar a empresa Voare Táxi Aéreo Ltda. foi a não apresentação de atestado de
capacidade técnica e a comprovação da falta de capacidade para a prestação dos
serviços aeromédicos, por meio de pesquisa, feita pelo DSEI-Y, no Sistema de Consulta
de Táxi Aéreo da ANAC.
Contudo, na minuta do Projeto Básico, encaminhada às empresas junto aos ofícios com
a solicitação de propostas, não constam os documentos necessários para habilitação das
empresas. Da mesma forma, no Projeto Básico não consta a exigência de apresentação
de documentos para habilitação. Somente nos Estudos Preliminares da Contratação
constam os requisitos da contratação, mas esse documento não foi enviado às
empresas. Desse modo, a empresa Voare Táxi Aéreo Ltda. não deveria ter sido
inabilitada ainda nessa fase do processo.
Além disso, quando o gestor solicitou nova da proposta à empresa Piquiatuba Táxi Aéreo
Ltda. incorreu em quebra de sigilo de proposta, conforme ele mesmo explanou no
parágrafo 6 do Ofício nº 606/2019/YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS, transcrito
anteriormente.
Portanto, conclui-se que a empresa Piquiatuba Táxi Aéreo Ltda. foi escolhida como
prestadora do serviço antes da conclusão da elaboração do Projeto Básico.
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Data / Horário Ato / Fato
31/07/2019 Assinatura da minuta do Projeto Básico (SEI nº 0010491554)
01/08/2019, das Assinatura dos ofícios com solicitação de proposta de preço para as empresas
16:44 até às 17:57
01/08/2019, às Assinatura do Ofício nº 606/2019 (SEI nº 0010515476), em resposta à solicitação
19:46 de cópia integral do processo de contratação emergencial, requerida pela
empresa Voare Táxi Aéreo Ltda.
02/08/2019 Proposta (SEI nº 0010548035) da empresa Piquiatuba Táxi Aéreo Ltda.
03/08/2019 Proposta (SEI nº 0010548088) da empresa Voare Táxi Aéreo Ltda.
05/08/2019, às Assinatura do Ofício nº 610/2019, solicitando à empresa Piquiatuba Táxi Aéreo
11:03 Ltda. melhoria da proposta inicialmente apresentada
05/08/2019 A empresa Piquiatuba Táxi Aéreo Ltda. enviou o OF. nº 08/2019-DC/PQB (SEI nº
0011273583) em resposta ao Ofício nº 610/2019
05/08/2019, a Assinatura dos “Estudos Preliminares da Contratação” (SEI nº 0010491328)
partir das 16:03
06/08/2019, às Assinatura do Projeto Básico (SEI nº 0010561997)
18:34
06/08/2019, às Assinatura da Análise nº 1/2019 (SEI nº 0010584268)
18:44
Fonte: Processo nº 25064. 001294/2019-91 no SEI-DSEI/YANOMAMI (acesso externo concedido em 10 de
outubro de 2019, com validade prorrogada até 14 de março de 2020).
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Desta forma, vislumbrou-se que excepcionalmente e em caráter emergencial
o objeto poderia ser único, desde que ao final do chamamento a contratação
se demonstrasse vantajosa, como de fato oportunamente se comprovou.
Desta feita, este coordenador entende que também poderia ser dispensável
o parcelamento do objeto em razão do estado de necessidade que a
circunstância apresentava.
(...)
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Secretaria de Saúde Indígena - Sesai e o Ministério Público Federal celebraram, em 22
de julho de 2019, um Termo de Ajustamento de Conduta - TAC, no qual se
comprometem na Cláusula Primeira:
Ainda foi informado que o referido TAC se encontra nos autos do Processo SEI nº
25000.117784/2019-53, anexo 0010378803.
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Tabela 1 - Notas fiscais emitida pela Piquiatuba Táxi Aéreo Ltda.
Nota Fiscal Data da NF Período de Execução Valor da Hora Horas Valor da NF
Voadas
2031 02/09/2019 18 a 31/08/2019 2.340,00 278:34 651.846,00
2042 26/09/2019 01 a 20/09/2019 2.340,00 434:52 1.017.588,00
2047 15/10/2019 21 a 30/09/2019 2.340,00 242:03 566.397,00
2050 22/10/2019 01 a 20/10/2019 2.340,00 590:40 1.382.160,00
2064 06/11/2019 21 a 31/10/2019 2.340,00 349:38 818.142,00
2067 22/11/2019 01 a 20/11/2019 2.340,00 560:46 1.312.194,00
2072 03/12/2019 21 a 30/11/2019 2.340,00 219:21 513.279,00
2077 20/12/2019 01 a 19/12/2019 2.340,00 438:41 1.026.519,00
2083 30/12/2019 20 a 29/12/2019 2.340,00 287:36 672.984,00
Total 7.961.109,00
Fonte: Processos nº 25064.001476/2019-62 e 25064.001834/2019-37 no SEI-DSEI/YANOMAMI
(acesso externo concedido em 14 de outubro de 2019, com validade prorrogada até 14 de março
de 2020).
Foram selecionadas para amostra as Notas Fiscais nº 2031 a 2067, cujo montante é de
R$ 5.748.327,00, representando 72,21% do somatório total de todas notas fiscais.
Para a execução dos serviços o DSEI-Y emite a Ordem de Missão Aérea - OMA e o registro
das horas de saída e chegada em cada localidade é feito pelos pilotos no Relatório de
Entrada e Saída de Pessoal e/ou Carga na Área Indígena Yanomami. Os dados desse
documento são consolidados por um funcionário da empresa contratada no Relatório
de Voo.
Como exemplo pode-se citar a OMA nº 0210 (SEI nº 0012024781), na qual consta que
foi acrescentada pela Piquiatuba uma perna para Demini, que não estava prevista, para
abastecer o avião. No Relatório de Voo nº 0465 (SEI nº 12184112) não foi discriminada
essa perna, ficando da seguinte forma:
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Trecho Saída Chegada Duração
Total de horas 5:46
Fonte: OMA nº 0210 (SEI nº 0012024781), Relatório de Voo nº 0465 (SEI nº 12184112).
Entretanto, no Relatório de Entrada e Saída (SEI nº 12184112) consta que essa perna
para Demini foi feita depois da ida para Araca, mas não conta a hora de saída de Demini
nem a de chegada em Baixo Catrimani, conforme a seguir:
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“Durante a vigência do contrato, este sistema na prática se demonstrou
ineficiente para se aferir o trajeto em tempo real do voo e passou a ser
utilizado, quando não falha, para constatar a realização do voo e nunca como
controle para fins de pagamento.
Tendo em vista que o próprio gestor do DSEI-Y afirmou que o monitoramento era
ineficiente, mesmo assim foi realizada licitação para contratar esse serviço novamente,
foi solicitada justificativa por meio da Solicitação de Auditoria nº 201902638-08, de 21
de janeiro de 2020.
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Diante do exposto, solicitamos que sejam corrigidas as falhas do sistema no
prazo de 05 dias para que assim possamos aferir todas as informações
necessárias dos voos contratados por este DSEI, não sendo atendida a
solicitação serão aplicadas as sanções previstas no edital e contrato.”
Apesar de a empresa contratada ter afirmado que as falhas foram corrigidas, o gestor
não apresentou o Relatório de Operação, o Relatório de Posição, o Mapa de Operação
ou outro documento que comprove que o serviço de monitoramento de aeronaves está
sendo eficiente.
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“(...) O Sistema de Gerenciamento de Frotas (AUTOVISION) com senhas de
acesso para 2 servidores do Setor, permite monitorar e gerar relatórios de
acompanhamentos dos voos que são realizados diariamente. Tais relatórios
permitem analisar através dos GPS instalados em cada aeronave cadastrada.
A empresa disponibiliza os GPS conforme a demanda utilizada e fixa na
aeronave, assim como, utiliza uma reserva de segurança para o caso de algum
equipamento apresentar defeito ou alguma aeronave necessitar de
manutenção. Os relatórios são anexados ao processo de fretamento de
aeronave para demonstrar a realização dos voos.”
Ainda foi constatado que três aeronaves da empresa Piquiatuba Táxi Aéreo Ltda., de
prefixos PR-DNA, PT-RNL e PT-ITL, prestaram serviço ao DSEI-Y, conforme OMA e os
Relatórios de Voo, mas não foram monitoradas, pois não constam nas relações com o
número de série de cada aparelho e o prefixo da aeronave na qual foi instalado, anexas
ao Ofício nº 227/2020/YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS, de 10 de fevereiro de 2020. Nos
relatórios gerados pela Central de Monitoramento, encaminhados pelo Ofício nº
302/2020/YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS, de 21 de fevereiro de 2020, não constam essas
aeronaves também.
22
No anexo 0013485647_2018 constam 23 equipamentos de monitoramento instalados
em 22 aeronaves. Essa diferença ocorreu porque dois aparelhos GPS, os de número de
série 4445796 e 4441546, constam na mesma aeronave de prefixo PT-XCG.
a) três aeronaves (PT-JDM, PT-KTI e PT-KKF) são operadas pela Piquiatuba Táxi
Aéreo Ltda., que só foi contratada pelo DSEI-Y em 2019;
b) uma aeronave (PT-YDG) é operada pela M3 Investimentos Eireli, que não tinha
contrato com o DSEI-Y;
c) duas aeronaves operadas pela Voare Táxi Aéreo Ltda. (PR-GPI e PT-KGC) estão
com status de operação negada para táxi aéreo pelo motivo de estarem
avariadas por acidente (os acidentes ocorreram em 2016 e 2017, conforme
Relatórios do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, de
27 de julho de 2018 e 11 de março de 2019);
d) uma aeronave (PT-HQZ) é operada pela Tarp Táxi Aéreo Ltda., que estava com
Certificado de Operador Aéreo (COA) suspenso e foi substituída pela Icaraí
Turismo Táxi Aéreo Ltda. a partir de agosto de 2018; e
e) o registro da aeronave PP-SLD não foi encontrado.
Além disso, as outras quatorze aeronaves eram operadas pela Voare Táxi Aéreo Ltda. ou
pela Amazonaves Táxi Aéreo Ltda., que era consorciada daquela empresa. Contudo, a
Voare Táxi Aéreo Ltda. suspendeu a execução dos serviços a partir de 17 de agosto de
2019, conforme VOARE/Carta nº 075/2019 (Processo nº 25064.001294/2019-91 - SEI nº
0011130546).
23
A nova contratada para prestar os serviços de hora de voo, conforme Contrato nº
10/2019 (Processo nº 25064.001294/2019-91 - SEI nº 0010767841), assinado em 17 de
agosto de 2019, foi a Piquiatuba Táxi Aéreo Ltda.
Devido a essa troca de prestador dos serviços de hora de voo, foi necessário trocar os
equipamentos de monitoramento das aeronaves da empresa anterior, Voare Táxi Aéreo
Ltda., para as da Piquiatuba Táxi Aéreo Ltda., mas no anexo 0013485826_2019 não
constam aeronaves operadas por esta empresa.
Tendo em vista que no Termo de Contrato nº 04/2018 (SEI nº 5201434) consta que o
serviço de rastreamento e monitoramento seria com o fornecimento do equipamento
em regime de comodato para atender vinte aeronaves, constata-se o superfaturamento
de serviço, pois em 2018 e em 2019 (até 17 de agosto) foram monitoradas quatorze
aeronaves, de 18 de agosto até 30 de setembro de 2019, nenhuma e a partir de 1º de
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outubro de 2019, seis. Isso representa um montante pago a maior de R$ 107.886,07,
dos serviços executados até dezembro de 2019:
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Assim, fica constatado o descumprimento de obrigação prevista em edital pela empresa
Radionet Ltda.
26
RECOMENDAÇÕES
Achado n° 5
Achado n° 6 e 7
Achado n° 8
Achado n° 9
27
CONCLUSÃO
Diante do exposto, conclui-se que a Dispensa de Licitação nº 1/2019 não foi precedida
de instrumentos de planejamento adequados, tendo em vista as falhas constatadas no
projeto básico. Apesar disso, considerou-se que a contratação foi regular e que os preços
previstos no orçamento de referência estão adequados aos valores de mercado.
Ressalta-se como boas práticas da gestão a adoção do registro de horas de voo por meio
do horário de acionamento e do corte do motor da aeronave, ao invés da tabela com as
horas pré-estabelecida por trecho, que era utilizada anteriormente.
28
ANEXOS
I – MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA E ANÁLISE DA
EQUIPE DE AUDITORIA
Achado nº 1.
Manifestação da Unidade Prestadora de Contas
Por meio do Ofício nº 1202/2020/YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS, de 8 de junho de 2020,
encaminhado via correio eletrônico (dseiyano.sesai@saude.gov.br), em 16 de junho de
2020, o Coordenador Distrital de Saúde Indígena Substituto apresentou a seguinte
manifestação com relação aos Achados de Auditoria:
Cumpre destacar que este coordenador entrou em exercício neste DSEI em 22.07.19,
somente três dias depois tomou conhecimento de que não existia contrato para a
prestação de serviços de transporte aéreo e que havia uma empresa prestando tal
serviço por reconhecimento de dívida desde o dia 09.01.2019.
Naquele momento de crise, no qual uma empresa estava prestando o serviço há sete
meses sem cobertura contratual e que os preços apresentados nas propostas poderiam
estar defasados em relação aos valores praticados no mercado, realmente não se
vislumbrou a possibilidade de consulta às empresas para revalidação. Ademais, se sentiu
a necessidade de ampliação da pesquisa, conforme foi feito no bojo do Processo nº
25064.001294/2019-91.
Insta salientar que, em 19.09.19 foi noticiado pela médica e pela enfermeira do DSEI, por
meio do Relatório (0011320119) no Processo nº 25064.001294/2019-91, que a empresa
que estava prestando o serviço por indenização por sete meses e por cinco anos relativos
29
ao Contrato nº 02/2013, realizava as remoções dos pacientes, em seus diversos estados
de gravidade, sem os devidos cuidados preconizados pelos manuais médicos, inferindo-
se que realizava sem a autorização da ANAC e previsão contratual, haja vista que não
havia esta especificação no Contrato nº 02/2013, eis que restou fracassado o item
referente ao serviço aero médico, do Pregão Eletrônico nº 30/2012 (Proc. nº
25064.000490/2012-72).
Esta alteração por si só já constitui mudança de grande relevância social, visto que os
administrados eram transportados em condições que violavam os protocolos médicos e
atentava contra a dignidade da pessoa humana, um dos fundamentos da República,
sedimentado na Constituição Federal de 1988 (Inciso III, art. 1º).
No que se refere à exclusão dos itens do Item 3 - Forma de Prestação dos Serviços, os
quesitos em questão, data venia, estão esparsos no novo Projeto Básico ou foram
excluídos por sua obviedade.
Os casos de urgência e emergência são definidos pelo setor do DSEI responsável por este
tipo de remoções, que somente são autorizadas por uma médica reguladora, que assiste
a equipe multidisciplinar localizada em área indígena.
30
Da mesma forma, quanto aos requisitos da contratação, a obrigação da empresa manter
equipamentos, pilotos e aeronaves para operar em qualquer dia da vigência do contrato,
inclusive sábados, domingos e feriados está inserida na Sub Cláusula 4.2.8 do Item 4 –
Descrição detalhada do objeto.
Quanto à disponibilidade de veículos para apoio logístico no translado, este quesito ficou
a critério da contratada, que deveria apresentar a solução adequada às especificações
descritas no Item 2 do Projeto Básico. De igual modo, a disponibilidade de hangar ficou
implícita no segundo parágrafo do Item 2.3 do Projeto Básico.A exclusão da obrigação
da empresa dispor de serviço de rastreamento e monitoramento de aeronaves se
justifica pelo fato do DSEI possuir contrato para esta finalidade, portanto, tal exigência
iria onerar desnecessariamente o contrato.
Por derradeiro, insta salientar que o Contrato nº 10/2019 foi assinado apenas dezessete
dias após a formalização da demanda, em contraponto ao processo emergencial
anterior, que já tramitava há oito meses e ainda estava na SESAI, em Brasília/DF, com
pendências e destituído de autorização de governança. E se a modalidade aero médico
não constava do Ofício nº 528/2019 como motivo de cancelamento do processo
emergencial anterior, isto comprova que não havia premeditação para tal desiderato, o
que ocorreu somente depois da análise do caso concreto.
Assim, tais exigências deveriam estar detalhadas no Projeto Básico e não terem ficado a
critério da contratada apresentar a solução adequada.
31
Com relação à obrigação da empresa de manter equipamentos, pilotos e aeronaves para
operar em qualquer dia da vigência do contrato, inclusive sábados, domingos e feriados,
foi informado que está inserida na Sub Cláusula 4.2.8 do Item 4 - Descrição detalhada
do objeto. Contudo essa cláusula não cosnta no Projeto Básico (SEI nº 0010561997) nem
no Contrato nº 10/2019 (SEI nº 0010767841).
Sobre a forma de registro das horas de voo, não obstante o gestor ter informado que foi
adotado o sistema de acionamento e corte e que isso gerou economia, tal procedimento
não foi especificado no Projeto Básico. De fato, esse controle de voo constava no Projeto
Básico (SEI nº 8897103) do Processo nº 25064.002895/2018-31, que foi cancelado.
32
OMA Data do Voo Aeronave SEI
1598 12/09/2019 PT-JDM 11183589
1599 12/09/2019 PT-KKF 11183927
1600 12/09/2019 PT-WEE 11184216
1601 12/09/2019 PT-KKF 11196721
1609 14/09/2019 PT-WEE 11219125
1610 14/09/2019 PT-KKF 11227609
1611 14/09/2019 PT-JDM 11228470
1615 14/09/2019 PR-BAP 11229620
1619 15/09/2019 PR-BAP 11229694
1621 16/09/2019 PT-JTP 11229893
1622 16/09/2019 PT-WEE 11229920
1636 18/09/2019 PT-JDM 11277839
1637 18/09/2019 PT-KKF 11278035
1638 19/09/2019 PT-JDM 11286479
1642 19/09/2019 PR-BAP 11298640
1645 20/09/2019 PT-KKF 11317004
1647 20/09/2019 PT-JDM 11319251
1652 20/09/2019 PR-BAP 11331046
1653 21/09/2019 PT-JTP 11340158
1667 23/09/2019 PT-JDM 11351680
1674 25/09/2019 PT-KKF 11386828
1675 25/09/2019 PT-JDM 11386908
1676 25/09/2019 PT-JDM 11386918
1679 25/09/2019 PR-BAP 11386990
1682 25/09/2019 PT-KKF 11387084
1686 26/09/2019 PR-BAP 11408374
1687 26/09/2019 PT-WEE 11408468
1693 26/09/2019 PR-BAP 11420960
1694 27/09/2019 PT-WEE 11427983
1699 27/09/2019 PT-WEE 11430957
1712 29/09/2019 PR-BAP 11452195
1732 02/10/2019 PT-KKF 11516482
1733 03/10/2019 PT-KKF 11523271
1737 03/10/2019 PT-JTP 11526007
003 04/10/2019 PT-JTP 11636366
005 04/10/2019 PT-JDM 11638547
010 04/10/2019 PT-WEE 11569554
011 05/10/2019 PT-KKF 11573068
048 10/10/2019 PT-JDM 11652917
049 10/10/2019 PT-KKF 11656388
050 10/10/2019 PR-BAP 11656550
056 11/10/2019 PT-WEE 11675953
069 14/10/2019 PT-JDM 11697711
084 15/10/2019 PR-BAP 11727822
086 17/10/2019 PT-KKF 11746207
089 17/10/2019 PR-BAP 11762263
096 18/10/2019 PT-KKF 11784354
102 19/10/2019 PR-BAP 11808716
103 19/10/2019 PT-JDM 11809851
109 19/10/2019 PT-KKF 11815382
113 22/10/2019 PT-JDM 11815935
117 20/10/2019 PT-WEE 11816126
121 21/10/2019 PR-BAP 11816186
123 21/10/2019 PT-KKF 11816936
33
OMA Data do Voo Aeronave SEI
129 22/10/2019 PT-KKF 11840149
136 23/10/2019 PT-WEE 12241819
144 25/10/2019 PT-JDM 11885735
151 24/10/2019 PR-BAP 12233813
152 26/10/2019 PR-BAP 11905094
155 25/10/2019 PT-WEE 11914550
161 26/10/2019 PT-WEE 11927881
162 26/10/2019 PT-JDM 11928066
164 26/10/2019 PR-BAP 11928391
172 27/10/2019 PT-KKF 11929363
174 28/10/2019 PR-BAP 11929524
184 29/10/2019 PT-JTP 11930359
188 30/10/2019 PR-BAP 11940849
191 31/10/2019 PT-JDM 11973840
192 31/10/2019 PT-JTP 11974132
Fonte: Processos nº 25064.001476/2019-62 e 25064.001834/2019-37.
Portanto, conclui-se que não houve a revisão do termo de referência que motivou o
cancelamento do Processo nº 25064.002895/2018-31.
Achado nº 2.
A redação do Item 3.7.1 do Projeto Básico remete a evento futuro à redação deste termo,
como pressuposto da escolha da proposta mais vantajosa para a Administração e
habilitada conforme a legislação.
Agora, quanto ao Item 8.3.3. do Projeto Básico, verifica-se que houve um erro de
redação, onde se lê “posterior”, deveria ter sido “anterior”.
Imagine a situação hipotética de que dez metros da Ponte dos Macuxi desabassem,
prejudicando milhares de pessoas que dependem dela, todos os dias.
34
Pela lógica, a urgência obrigaria a escolha do fornecedor que faria o reparo, antes
mesmo da existência do processo.
A fase interna da licitação prevê uma ampla pesquisa de mercado para se adotar o(s)
valor(es) de referência, porém, em alguns casos de dispensa de licitação, sobretudo, nos
casos emergenciais, a ampla pesquisa se confunde com a própria convocação dos
fornecedores, motivo pelo qual estes dados foram incluídos, a posteriori, no Projeto
Básico.
Todas as empresas consultadas receberam uma minuta do Projeto Básico sem constar o
valor de referência.
Neste sentido, não há fundamento fático ou jurídico para a afirmação de que houve
quebra de sigilo de propostas, que ocorre quando um fornecedor tem acesso ao valor
proposto por seu concorrente, ou ao valor de referência quando este deveria ser sigiloso,
o que não ocorreu no caso em tela.
Por derradeiro, ainda sobre este quesito, reitera-se que a descrição do objeto “aero
médico”, aliada à exigência de apresentação das Especificações Operativas (EO), por si
só, vinculam os fornecedores a comprovar suas habilitações junto à ANAC, que por sua
vez, se constituem prova de requisito essencial de habilitação.
35
Portanto, salvo melhor juízo, não houve quebra de sigilo das propostas e os dados
relativos à dotação orçamentária e ao julgamento das propostas (valor de referência)
foram inseridos no Projeto Básico somente após a escolha do fornecedor.
36
Verificou-se assim na análise processual transcrita no Achado 1 que essa contratação de
horas de voo e ocorreu pelos trâmites comuns a todos processos de dispensa de
licitação, tendo elaboração de projeto básico, pesquisa de preços, solicitação de parecer
jurídico, cancelamento do processo emergencial, revisão do termo de referência
(projeto básico), abertura de novo processo emergencial (Processo nº
25064.001294/2019-91), com aproveitamento do parecer jurídico do processo
anteriormente cancelado, tudo ao longo de cerca de oito meses, resultando na
assinatura do Contrato nº 10/2019, em 17 de agosto de 2019. Desse modo, não prospera
o argumento da Unidade de que a análise das propostas anteriormente à conclusão do
projeto básico se deu em decorrência da situação excepcional e imprevisível.
Com relação ao projeto básico a Unidade reconhece que houve diversos erros nas
disposições, como a utilização do termo “anterior” no lugar de “posterior”, análise das
propostas de preço antes da conclusão do projeto básico, sendo enviada aos
concorrentes “uma minuta do Projeto Básico sem constar o valor de referência”, em
desacordo com as disposições da Lei nº 8.666/93 e IN 05/17, que exigem a presença dos
preços de referência no projeto básico/termo de referência, bem como de ampla
pesquisa de preços anterior.
Assim, consoante o art. 6, IX, da Lei nº 8.666/93 a definição de projeto básico é atrelada
à necessidade de orçamento de referência:
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com
nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo
de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações
dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o
adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que
possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo
de execução, devendo conter os seguintes elementos:
...
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em
quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;
37
mercado, mediante pesquisa de preços, devendo a documentação pertinente
constar do respectivo processo de dispensa ou inexigibilidade. Acórdão
1379/2007 Plenário
Sobre a alegação de que os serviços de aeromédico e de EO vinculam a necessidade de
habilitação na ANAC, acolhe-se esse argumento. No entanto, ressalta-se que consoante
o contido no Achado 3, a ausência de parcelamento do objeto em lotes prejudicou a
competição desejável, favorecendo a empresa Piquiatuba Táxi Aéreo Ltda.
Por fim, quanto à quebra do sigilo da proposta acata-se a argumentação da Unidade.
Achado nº 3.
Ademais, a auditoria se restringiu apenas às pesquisas das duas empresas junto à ANAC,
para afirmar que somente a Piquiatuba possuía habilitações técnicas para o transporte
aero médico.
Há dez meses quando este gestor, leigo na administração de saúde indígena, assumiu a
Coordenação do DSEI, acreditava que o objeto em questão deveria ser único. Agora
suspeita que o fracionamento seja tecnicamente inviável.
Diante destes dados e sabendo que o ramo aeronáutico é dinâmico e que avião parado
é sinônimo de prejuízo, pergunta-se, qual empresa aérea brasileira poderia, em tese,
manter mobilizada uma ou mais aeronaves em espera, ociosa por dois dias, sem que isto
onerasse o contrato ou qual paciente, em estado de necessidade, localizado em plena
selva, poderia esperar por mais tempo uma aeronave se deslocar de regiões mais
longínquas do país para realizar seu resgate, sem que isto também aumentasse o custo
da operação?
38
Ao se deparar com esta reflexão é que devemos sopesar os princípios da dignidade da
pessoa humana e da eficiência com o da competição.
Por fim, depois de dez meses na gestão da saúde indígena Yanomami, a execução do
serviço de transporte aéreo de forma unificada parece ser o modo mais eficiente e
vantajoso para a administração.
39
· Homologação na categoria TPX e
transporte de enfermo.
Total
20.247.000,00
Fonte: Elaborado pela equipe de auditoria
40
Achado nº 4.
Reitero que a SESAI ficou incumbida de realizar licitação centralizada para contratação
de transporte aéreo e outros serviços para atender à saúde indígena em âmbito
nacional, por força do Termo de Ajustamento de Conduta (0010378803), assinado em
22.07.2019 com o Ministério Público Federal.
Achado nº 5.
Em relação aos relatórios de monitoramentos das aeronaves, informo que, os GPS foram
entregues a Piquiatuba Táxi Aéreo Ltda, prestadora do serviço a esse Dsei, através de
protocolo, na data de 26 Set 2019. Sendo gerados os relatórios a partir de 01 Out 2019.
Informo ainda, os relatórios referente aos meses - Out (0015011755, 0015011681,
0015011630, 0015011594, 0015011536, 0015011494), Nov(0015011427, 0015011378,
0015011259, 0015011226, 0015011183, 0015011145) e Dez (0015011105, 0015011063,
0015011012, 0015010935, 0015010879, 0015010853) 2019, encontram-se nos autos do
processo de pagamento (25064.001834/2019-37).
[...]
41
0015011494), novembro (0015011427, 0015011378, 0015011259, 0015011226,
0015011183, 0015011145) e dezembro de 2019 (0015011105, 0015011063,
0015011012, 0015010935, 0015010879, 0015010853), encontram-se no Processo nº
25064.001834/2019-37. Entretanto, os citados relatórios foram incluídos somente no
dia 26 de maio de 2020, após esta Controladoria Regional ter enviado o Relatório
Preliminar.
Achado nº 6.
42
Achado nº 7.
Não há o quer se falar nas fragilidades observadas no que tange ao monitoramento para
comprovar a quantidade de horas voadas, mas há que se considerar a presunção de boa-
fé visto que , a administração vem gradativamente aprendendo a fiscalizar a execução
de objetos extremamente complexos pois trata-se de sistema satelital , suscetível a
sofrer interferências desde o ajustamento do equipamento, as interferências
atmosféricas e até mesmo em regiões que interferem no sinal emitido, prejudicando
assim, o monitoramento ultra-preciso, fatos estes que somente no decorrer da execução
podem ser observados e , portanto, ajustados se essa verificação for feita através de um
acompanhamento online pelo distrito em cada voo. Todavia, não seria desarrazoável
afirmar que o relatório emitido pelo sistema de monitoramento é uma ferramenta
fundamental na comprovação da realização do voo e de sua rota, contemplando assim
dois itens da justificativa de abertura do processo do referido monitoramento.
Achado nº 8.
43
Não obstante a análise dos prefixos das aeronaves que constam no anexo do oficio nº
227/2020/YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS, referente ao ano de 2018 anexo nº 0013485647,
há que se levar em consideração alguns aspectos:
1 - As aeronaves operadas pela empresa Piquiatuba Táxi Aéreo Ltda (PT-JDM, PT-KTI e
PT-KKF), no início de 2018 foram contratadas pela Paramazônia Táxi Aéreo, visto que,
na época a empresa Paramazônia executava o contrato nº 02/2012 assinado junto ao
Distrito Yanomami. Por conseguinte, contratou a empresa Piquiatuba Táxi Aéreo Ltda
para realizar alguns voos para o Distrito Yanomami e, consequentemente, foram
instalados os GPS nas referidas aeronaves para registros dos voos.
2 - As aeronaves operadas pela TARP Táxi Aéreo (PT-YDG e PT-HQZ) eram utilizadas pela
empresa para atender ao Distrito Yanomami através do contrato nº 09/2017,
informamos ainda que os relatórios dos GPS eram encaminhados pela empresa sem
custo para o Distrito.
Entretanto, as aeronaves operadas pela Tarp Táxi Aéreo (PT-YDG e PT-HQZ) eram objeto
do Contrato nº 09/2017, cujos monitoramentos já estavam incluídos no próprio
contrato. Com relação às outras aeronaves (PT-YDG, PR-GPI, PT-KGC e PP-SLD), não há
informação.
Assim, das 22 aeronaves relacionadas, apenas dezessete deveriam ser monitorados pelo
Contrato nº 04/2018, pois as outras cinco não prestavam serviço para o DSEI-Y.
44
Tabela 5 - Cálculo dos valores pagos a maior
NF Valor da NF Período do Serviço Qtd. Valor Total Diferença a
Exec. Unit. Executado maior
5578 7.527,50 15 a 31/08/2018 17 752,75 6.398,38 1.129,12
5595 15.055,00 01 a 30/09/2018 17 752,75 12.796,75 2.258,25
5610 15.055,00 01 a 31/10/2018 17 752,75 12.796,75 2.258,25
5628 15.055,00 01 a 30/11/2018 17 752,75 12.796,75 2.258,25
5647 15.055,00 01 a 31/12/2018 17 752,75 12.796,75 2.258,25
5660 15.055,00 01 a 31/01/2019 17 752,75 12.796,75 2.258,25
5674 15.055,00 01 a 28/02/2019 17 752,75 12.796,75 2.258,25
5688 15.055,00 01 a 31/03/2019 17 752,75 12.796,75 2.258,25
5712 15.055,00 01 a 30/04/2019 17 752,75 12.796,75 2.258,25
5745 15.055,00 01 a 31/05/2019 17 752,75 12.796,75 2.258,25
5764 15.055,00 01 a 30/06/2019 17 752,75 12.796,75 2.258,25
5823 15.055,00 01 a 31/07/2019 17 752,75 12.796,75 2.258,25
5855 15.055,00 01 a 17/08/2019 17 752,75 7.017,57 8.037,43
18 a 31/08/2019 -0- 752,75 -0-
5880 15.055,00 01 a 30/09/2019 -0- 752,75 -0- 15.055,00
5897 15.055,00 01 a 31/10/2019 6 752,75 4.516,50 10.538,50
5941 15.055,00 01 a 30/11/2019 6 752,75 4.516,50 10.538,50
5997 15.055,00 01 a 31/12/2019 6 752,75 4.516,50 10.538,50
Total 248.407,50 167.729,70 80.677,80
Fonte: Processos nº 25064.000266/2018-76, 25064.002588/2018-50, 25064.000340/2019-35 e
25064.000692/2019-91, anexos 0013485647_2018 e 0013485826_2019 do Ofício nº
227/2020/YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS, de 10 de fevereiro de 2020, Ofício nº
302/2020/YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS, de 21 de fevereiro de 2020, e Ofício nº
1202/2020/YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS, de 8 de junho de 2020.
Assim, o montante pago a maior foi de R$ 80.677,80, dos serviços executados até
dezembro de 2019:
Achado nº 9.
Diante do exposto, informo que a empresa RADIONET LTDA ME foi informada através do
Ofício nº OFÍCIO Nº 550/2020/YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS (0014142028) a solicitação e
recolhimento de aparelho de monitoramento que a partir do recolhimento, a cobrança
por parte da contratada deverá ser feita exclusivamente dos aparelhos (10 unidades),
em uso efetivo pela contratante.”
45
Em sua manifestação o gestor informou que foi solicitado à empresa contratada o
recolhimento de aparelhos de monitoramento, por meio do Ofício nº
550/2020/YANOMAMI/DSEI/SESAI/MS (0014142028), de 25 de março de 2020:
46