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19 de dezembro de 2019
Controladoria-Geral da União - CGU
Secretaria Federal de Controle Interno
RELATÓRIO DE APURAÇÃO
Órgão: MINISTÉRIO DA SAÚDE
Unidade Examinada: SECRETARIA MUNICIPAL DE JANDIRA
Município/UF: Jandira/São Paulo
Ordem de Serviço: 201900743
Missão
Promover o aperfeiçoamento e a transparência da Gestão Pública, a
prevenção e o combate à corrupção, com participação social, por meio da
avaliação e controle das políticas públicas e da qualidade do gasto.
Apuração
O trabalho de apuração consiste na execução de procedimentos com a
finalidade de averiguar atos e fatos inquinados de ilegalidade ou de
irregularidade praticados por agentes públicos ou privados, na utilização de
recursos públicos federais.
POR QUE A CGU REALIZOU ESSE
QUAL FOI O TRABALHO?
TRABALHO Os trabalhos foram realizados devido à
REALIZADO criticidade inerente às parcerias da
Administração Pública com entidade do
PELA CGU? terceiro setor, uma vez que em Jandira/SP a
gestão do Pronto Atendimento Municipal é
Avaliação quanto à gerida pelo Instituto Brasileiro de Gestão
adequação das despesas Hospitalar – IBGH.
realizadas no Contrato de
Gestão nº 01/2018, firmado
entre a Prefeitura Municipal
de Jandira/SP e o Instituto
Brasileiro de Gestão
Hospitalar – IBGH. QUAIS AS CONCLUSÕES
Avaliação da regularidade dos
ALCANÇADAS PELA CGU? QUAIS
processos de contratação e de AS RECOMENDAÇÕES QUE
pagamento. DEVERÃO SER ADOTADAS?
Verificou-se não terem ocorrido os devidos
estudos que demonstrassem os ganhos de
eficiência para respaldar a opção pelo contrato
de gestão.
Ademais, observou-se inadequação nas
contratações efetuadas pela organização
social, além de falhas na comprovação do
cumprimento de metas e nos próprios serviços
médicos previstos no Contrato de Gestão.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
8. Médico consta como paciente e consultado por ele próprio em ficha de atendimento. 17
9. Falta de registro da empresa contratada e da carga horária dos médicos contratados pelo
IBGH no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES. 18
13. Repasses da Prefeitura Municipal de Jandira para o IBGH foram realizados com atraso. 28
RECOMENDAÇÕES 28
CONCLUSÃO 29
ANEXOS 30
I – MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA E ANÁLISE DA EQUIPE DE AUDITORIA 30
6
INTRODUÇÃO
A fiscalização teve como objetivo a análise do processo do Contrato de Gestão 01/2018,
firmado entre a Prefeitura Municipal de Jandira/SP e o Instituto Brasileiro de Gestão
Hospitalar - IBGH, tendo sido os trabalhos de campo executados no período de 20 a
31.05.2019.
7
RESULTADOS DOS EXAMES
8
necessária para o credenciamento das entidades excluiu quatro organizações por não
apresentarem a documentação exigida no edital.
9
A Prefeitura não apresentou e, também, não consta do Processo Administrativo nº
1306/2018, no qual se processou o Chamamento Público nº 01/18, demonstrativo
detalhado relacionado a quantitativos e custos unitários de serviços, bem como ganhos
de eficiência esperados que possam respaldar a opção pelo modelo de Contrato de
Gestão, adotado pela Prefeitura Municipal de Jandira/SP.
Por se tratar de um contrato que abrange múltiplas áreas de atuação, deve-se levar em
conta a ocorrência de uma série de outros itens relevantes que impactam o custo total
dos serviços a serem contratados e que não foram considerados.
Assim sendo, a celebração de contrato de gestão com uma organização social deve ter
como valor de referência, além de outros parâmetros como a produtividade e a
qualidade, o montante dos custos incorridos pelo próprio poder público para executar
os serviços que se quer contratar com tal organização social, o que não se verificou no
caso em pauta.
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Assim, em face do que foi apontado, conclui-se que a estimativa de preços apresentada
pelo IBGH constante do Contrato de Gestão nº 01/18, pela ausência de detalhamento
suficiente dos custos envolvidos na contratualização dos respectivos serviços, não é
apropriada para assegurar a adequação entre os meios sugeridos, seus custos,
cronogramas e resultados, porquanto não possibilita uma avaliação precisa dos
mesmos, quando cotejados com as atividades/áreas envolvidas no referido contrato.
Constatou-se que, conforme cláusula sexta, parágrafo oitavo, da minuta de contrato que
constava do Edital de Chamamento n.º 01/2018, essas despesas não poderiam ter sido
custeadas com recursos do Contrato de Gestão: “Os recursos financeiros repassados
para a execução do objeto do presente CONTRATO DE GESTÃO são exclusivos para
custear ações e atividades realizadas na unidade de saúde objeto deste contrato, bem
como despesas de investimentos exclusivos para esta unidade de saúde, não podendo,
em hipótese alguma, serem utilizados para outros fins como custeio de despesas da sede
da entidade, deslocamentos entre a sede da entidade e a unidade de saúde, ou despesas
pessoais de seus dirigentes e empregados.”(original sem grifo)
Entretanto, por motivo não identificado nos documentos verificados durante esta
fiscalização, o contrato firmado entre a OS e a PMJ não seguiu essa previsão, sendo
alterado de forma a permitir despesas administrativas da sede da OS: “Os recursos
financeiros repassados para a execução dos objeto do presente CONTRATO DE GESTÃO
são exclusivos para custear ações e atividades realizadas na unidade de saúde objeto
deste contrato, bem como despesas de investimentos exclusivos para esta unidade de
saúde, não podendo, em hipótese alguma, serem utilizados para outros fins, exceto o
custeio de despesas compartilhadas da sede da entidade e deslocamentos entre a sede
da entidade e a unidade de saúde, sendo vedado o custeio de despesas pessoais de seus
dirigentes e empregados e a cobrança de taxa de administração.”(original sem grifo)
Essa alteração não poderia ter sido realizada, pois modificou significativamente uma
regra concorrencial prevista no certame. Caso outras Organizações Sociais tivessem o
conhecimento de que elas poderiam lançar despesas administrativas na prestação de
contas, é razoável supor que poderiam ter maior interesse em participar do
Chamamento.
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Ademais, conforme modelos que também constavam do Edital de Chamamento Público
n.º 01/2018, não havia previsão de despesas administrativas na planilha orçamentária
mensal e de custos/despesas mensais.
Ao todo, segundo Relatórios Finais de Avaliação da Comissão para esse período, foram
glosados R$ 47.303,43 em despesas administrativas (já rateadas para este Contrato de
Gestão).
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5. Pagamento de despesas para deslocamento de colaboradores
do IBGH de Goiânia para Jandira não previstas no Edital de
Chamamento n.º 01/2018. Contrato pactuado em desacordo
com minuta prevista no certame.
Verificou-se que o IBGH relacionou nas prestações de contas despesas de deslocamento
(ida e volta) de colaboradores de sua sede, localizada no município de Goiânia/GO, para
o município Jandira/SP, no valor total de R$ 189.788,26, que não estavam previstas no
Edital de Chamamento n.º 01/2018.
Constatou-se que, conforme cláusula sexta, parágrafo oitavo, da minuta de contrato que
constava no Edital de Chamamento n.º 01/2018, essas despesas não poderiam ter sido
custeadas com recursos do Contrato de Gestão: “Os recursos financeiros repassados
para a execução do objeto do presente CONTRATO DE GESTÃO são exclusivos para
custear ações e atividades realizadas na unidade de saúde objeto deste contrato, bem
como despesas de investimentos exclusivos para esta unidade de saúde, não podendo,
em hipótese alguma, serem utilizados para outros fins como custeio de despesas da sede
da entidade, deslocamentos entre a sede da entidade e a unidade de saúde, ou despesas
pessoais de seus dirigentes e empregados.”(original sem grifo)
Entretanto, por motivo não identificado nos documentos verificados durante esta
fiscalização, o contrato firmado entre a OS e a PMJ não seguiu essa previsão, sendo
alterado de forma a permitir despesas de deslocamento: “Os recursos financeiros
repassados para a execução dos objeto do presente CONTRATO DE GESTÃO são
exclusivos para custear ações e atividades realizadas na unidade de saúde objeto deste
contrato, bem como despesas de investimentos exclusivos para esta unidade de saúde,
não podendo, em hipótese alguma, serem utilizados para outros fins, exceto o custeio
de despesas compartilhadas da sede da entidade e deslocamentos entre a sede da
entidade e a unidade de saúde, sendo vedado o custeio de despesas pessoais de seus
dirigentes e empregados e a cobrança de taxa de administração.” (original sem grifo)
Essa alteração não poderia ter sido realizada, pois modificou significativamente uma
regra concorrencial prevista no certame. Caso outras Organizações Sociais tivessem o
conhecimento de que elas poderiam lançar despesas de deslocamento na prestação de
contas, é razoável supor que poderiam ter maior interesse em participar do
Chamamento.
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6. Lucro obtido pelo IBGH na contratação de serviços médicos.
O IBGH contratou a empresa Lemes e Trancoso Gestão em Saúde Ltda., CNPJ
31.275.474/0001-70, para prestação de serviços médicos pelo valor de R$ 1.400,00 por
plantão de 12 horas para médico clínico geral, e R$ 1.450,00, por plantão de 12 horas
noturno para médico especialista. Ocorre que, na proposta apresentada pelo IBGH para
o contrato de gestão, o custo era de R$ 1.600,00 por plantão de 12 horas, no item de
serviços médicos. Portanto, somente neste item o IBGH está tendo um lucro aproximado
de mais de 11,5%, conforme detalhado abaixo.
As notas fiscais pagas pelo IBGH a Lemes & Trancoso foram planilhadas, no período de
outubro/2018 a abril/2019, possibilitando a comparação do montante recebido pelo
IBGH no contrato de gestão e o montante pago pelo IBGH a Lemes & Trancoso.
Conforme quadro acima, foram pagos a empresa Lemes & Trancoso 1.175 plantões de
12 horas (médico clínico geral) e 795 plantões de 12 horas (médico especialista),
totalizando 1.966 plantões de 12 horas.
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Verificou-se, para o mês de fevereiro de 2019, se a produção dos serviços de exames
laboratoriais, de radiologia e de atendimento médico, informada pelo IBGH no 2º
Relatório Trimestral de Produção Assistencial e Qualidade (dezembro de 2018 a
fevereiro de 2019) estava embasada em evidências de sua efetiva realização, tendo sido
constatadas as discrepâncias descritas no Quadro a seguir.
Após análise dos dados, constatou-se discrepância entre o relatório sintético e analítico
para o mês de fevereiro de 2019. Enquanto o relatório sintético aponta 9.069
atendimentos por clínicos gerais, pediatras e ortopedistas, o relatório analítico, com
detalhamento do nome dos pacientes e para o mesmo período, registra 8.473
atendimentos, o que resulta na diferença de 596 atendimentos (aproximadamente 7%
de divergência).
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Médico (n.º
Relatório Relatório Comprovantes
no Sistema
Especialidade Referência Sintético Analítico disponibilizados
Saúde –
(qtde.) (qtde.) (qtde.)
Focus)
822 Clínico Geral fev/19 86 66 38
Em suma:
- não foram apresentados comprovantes para 26% dos registros de produção médica.
Dessa forma, constata-se que os dados de produção apresentados pelo IBGH não são
confiáveis e podem ter gerado uma avaliação equivocada quanto ao atendimento das
metas quantitativas que a Organização Social deveria cumprir.
Ele foi registrado como o paciente n.º 325.375 e se autoprescreveu medicamentos que
foram retirados na própria Unidade de Saúde, conforme assinatura de técnica de
enfermagem que trabalhava no local.
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“Ainda que o Código de Ética Médica não tenha nenhum artigo abordando o tema,
julgamos inapropriado o médico solicitar exames para si próprio ou realizar qualquer ato
médico em si, como se auto-prescrever, se auto-examinar etc.
Também, na análise das folhas de ponto dos médicos contratados pela empresa Lemes
& Troncoso, constantes das prestações de contas dos meses de outubro/2018 a
abril/2019, verificou-se que, por amostragem, não há registro da carga horária
registrada no CNES, conforme relacionado abaixo:
Em consulta realizada ao CNES em junho 2019, o médico A tem carga horária total
registrada de 31 horas semanais em quatro estabelecimentos de saúde:
- Posto de Saúde da Vila Nova (municipal), São Roque/SP, médico clínico (estatutário –
4 h);
18
b) médico B, CPF ***.275.208-**, prestou serviços médicos no Pronto Atendimento
Municipal, nos meses de outubro 2018, novembro 2018, dezembro 2018, janeiro 2019,
fevereiro 2019 e março 2019, perfazendo em média 36 horas semanais.
Em consulta realizada ao CNES em junho 2019, o médico B tem carga horária total
registrada de 48 horas semanais em dois estabelecimentos de saúde:
- Unidade Mista e Maternidade Central (municipal), Embu das Artes/SP, médico clínico
(autônomo – 12 h);
Em consulta realizada ao CNES em junho 2019, o médico C tem carga horária total
registrada de 20 horas semanais em um estabelecimento de saúde:
- Hospital Regional Dr. Vivaldo Martins Simões (estadual), Osasco/SP, médico clínico
(estatutário – 20 h).
Em consulta realizada ao CNES em junho 2019, o médico D tem registro como Médico
Generalista bolsista na Unidade de Saúde da Família do Jardim São Manuel, em
Santos/SP, com carga horária de 40 horas semanais.
O Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde – CNES foi instituído pela Portaria
MS/SAS nº 376, de 03 de outubro de 2000, e a Portaria MS/SAS nº 511, de 29 de
dezembro de 2000, passa a normatizar o processo de cadastramento de
estabelecimentos de saúde em todo o território nacional.
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consultório médico isolado ou, ainda, uma Unidade de Vigilância Sanitária ou
Epidemiológica.
a) De acordo com os registros nas folhas de ponto constantes das prestações de contas
dos meses de outubro/2018 a abril/2019, o médico E, CPF ***.053.762-**, prestou
serviços médicos no Pronto Atendimento Municipal, nos meses de outubro 2018,
novembro 2018, dezembro 2018, janeiro 2019, fevereiro 2019 e março 2019,
perfazendo média semanal de 75 horas. No entanto, no registro do CNES constam 36
horas semanais relativas ao Pronto Atendimento Municipal, portanto, em quantidade
de horas muito menor do que as horas pagas pelo IBGH nesses seis meses.
b) De acordo com os registros nas folhas de ponto constantes das prestações de contas
dos meses de outubro/2018 a abril/2019, o médico F, CPF ***.238.948-**, prestou
serviços médicos no Pronto Atendimento Municipal, nos meses de outubro 2018,
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novembro 2018, fevereiro 2019 e março 2019, perfazendo média semanal de 24 horas.
No entanto, no registro do CNES consta 12 horas semanais relativas ao Pronto
Atendimento Municipal, portanto em quantidade de horas muito menor do que as horas
pagas pelo IBGH nesses quatro meses.
Em consulta realizada ao CNES em junho 2019, o médico F tem registro como Médico
da Estratégia de Saúde da Família bolsista na UBS Gabriela, em Jandira, com carga
horária de 40 horas semanais.
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d) O médico G, CPF ***.611.158-**, prestou plantões médicos no Pronto Atendimento
Municipal, no mês de fevereiro 2018, com jornada de 48 horas ininterruptas, nos dias
16 e 17, e 23 e 24.
Cabe ressaltar que as situações acima tendem a estar atreladas a sistemas de rodízios
entre os profissionais escalados para o mesmo plantão, os quais se revezam durante o
período de atendimento, e à elaboração de escalas que preconizam os interesses
privados do corpo clínico em detrimento do interesse público, onde se permite a
possibilidade de repousar durante a jornada, saídas antecipadas, ausências e atrasos
previamente acordados entre os plantonistas.
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Para operacionalizar o Contrato de Gestão nº 01/2018, firmado entre o IBGH e a
Prefeitura Municipal de Jandira, o Instituto contratou serviços de terceiros de diversas
áreas, seguindo o regulamento próprio de compras, editado em 07.08.2018.
Cabe ressaltar que outras empresas dos administradores da empresa Fiel Limpeza já são
prestadores de serviços da sede do IBGH, por meio das empresas Total Administração e
Serviços Ltda, CNPJ 02.312.256/0001-60, responsável pela prestação de serviços de
limpeza e copeira, e Fiel Vigilância Ltda., CNPJ 01.775.654/0001-50, responsável por
serviços de monitoramento eletrônico.
Consta nos contratos sociais das três empresas que o objetivo social é a atividade de
contabilidade; no entanto, o objeto da licitação prevê outros serviços que não são da
área de contabilidade, como por exemplo, apoio administrativo, gestão de patrimônio,
de frota, logística e de suprimentos, de modo que as três empresas que apresentaram
as propostas deveriam ser desclassificadas, por serem empresas que não executam
atividades previstas na licitação.
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Ainda, o endereço da Múltipla Soluções Tecnológicas foi o mesmo da empresa EUROSEC
– Europe Security Services do Brasil Eirelli, CNPJ 08.926.488/0001-94, de propriedade
do ex-Presidente A do IBGH, CPF ***.508.501-**, no período de 12.08.2014 a
19.01.2015, que já teve como sócios os administradores da empresa Fiel Limpeza.
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e) Direcionamento na contratação da empresa All Turismo Ltda. para fornecimento de
passagens aéreas e terrestres e reservas de hospedagens
A empresa All Turismo – Eirelli - EPP, CNPJ 03.794.297/0001-00, foi contratada para o
fornecimento de passagens aéreas e terrestres e reservas de hospedagens. A
contratação, realizada em caráter emergencial, segundo as justificativas apresentadas
no processo de contratação, era para suprir a necessidade de locomoção do corpo
diretivo do IBGH de Goiânia para Jandira em 48 horas.
O contrato com a All Turismo foi assinado pela sua sócia H, CPF ***.095.831-**, que já
foi sócia da empresa Fiel Limpeza, no período de 12.09.2008 a 17.05.2011, e é também
irmã de um dos administradores da Fiel Limpeza, sócio A, CPF ***.469.051-**, que
também já foi sócio-administrador dessa empresa, no período de 16.08.2000 a
25.08.2008, e da empresa EUROSEC – Europe Security Services do Brasil Eirelli, CNPJ
08.926.488/0001-94, no período de 08.07.2011 a 29.09.2016. O atual sócio da EUROSEC
é o ex-Presidente A do IBGH, CPF ***.508.501-**, no período de 12.08.2014 a
19.01.2015.
Nesse processo a comissão interna de seleção não atuou com rigor como em outros
processos. A única empresa que apresentou a proposta não cumpriu as exigências do
edital em diversos itens solicitados, portanto deveria ter sido desclassificada, como
ocorreu em outros processos acima analisados. A seguir estão os itens que não foram
cumpridos: 1) prova de regularidade com a Fazenda Federal (item 3.3.1 – g); 2) prova de
regularidade com a Fazenda Municipal (item 3.3.1 – 1); 3) comprovação de aptidão por
meio da apresentação de atestado de capacidade técnica emitida por pessoa jurídica de
direito público ou privado compatíveis com o objeto deste edital (item 3.4.3 – b).
Ainda, a empresa contratada foi constituída em 20.08.2018, dez dias antes da abertura
do processo de contratação, portanto, a empresa não teria a capacidade técnica para
atender à referida contratação.
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O contrato foi assinado em 10.09.2018, com prazo de vigência de doze meses, pelo valor
de R$ 440.200,00/mensal. Foram encontradas diversas irregularidades na execução do
contrato, relatadas nos itens 10, 11, 12, 13, 14 e 15.
Entretanto, o regime de pagamentos foi realizado com atraso desde outubro de 2019,
conforme demonstrado no Quadro a seguir:
Não foram realizados ainda pagamentos para os meses de abril e maio de 2019,
entretanto, como o Decreto Municipal n.º 4.080 (intervenção) foi publicado em
15.05.2019, considera-se, neste caso, que a necessidade de zelar por eventuais
ressarcimentos a serem realizados pode justificar esse atraso.
RECOMENDAÇÕES
Não se aplica
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CONCLUSÃO
1 - O processo de contratação da entidade escolhida contempla todas os parâmetros
exigidos pela Lei nº 9.637/1998 e Lei nº 8.666/1993 ou lei equivalente promulgada pelo
poder executivo local para a celebração de contrato de gestão entre Organização Social
e Poder Público?
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ANEXOS
I – MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA E ANÁLISE DA
EQUIPE DE AUDITORIA
Achado n.º 1. Contratação de Organização Social para a operacionalização do Pronto
Atendimento Municipal de Jandira/SP.
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Para o funcionamento normal do PAM Jandira, era necessário a contratação
de 10 plantões médicos por dia (3 clínicos/dia, 3 clínicos/noite, 2 pediatras
/dia, 1 pediatra/noite e 1 ortopedista/dia), o que equivale a 300 plantões por
mês e mais de 3.600 por ano, além dos médicos Diretor Técnico, Diretor
Clínico e dos demais profissionais de saúde (não médicos) podendo chegar
até 72 profissionais de saúde, além de mais 52 funcionários para as atividades
administrativas e de apoio. E mesmo que o governo optasse por um modelo
de gerenciamento próprio, o limite de gastos com pessoal poderia superar o
limite de Receita Corrente Liquida, previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.
O PAM Jandira, foi gerenciado por parceiros há muitos anos, conforme
quadro abaixo. Não há servidores efetivos para sua operacionalização por
meios próprios, pois, todos estes funcionários teriam de ser contratados por
meio de concurso público e efetivados, o que oneraria enormemente a folha
de pagamento.
Período Administração
Antes de 23/09/1993 Gerência própria e única pela SMS/PMJ
23/09/1993 a março/2003 Gerência pela empresa AMEVE - Associação Médica Venezian S/C
LTDA
Março/2003a21/04/2009 Gerencia pela OSCIP Associação Comunitária de Jandira que
depois mudou o nome para Associação Paulista de Serviços
Comunitários.
22/04/2009 a 05/05/2009 Gerência própria pela SMS/PMJ.
06/05/2009a06/11/2009 Contrato para prestação de serviços (contratação de pessoal) com
a cooperativa CPESP - Cooperativa dos Profissionais Estaduais e
Municipais do Estado de São Paulo.
07/11/2009 a 14/05/2012 Gerência própria pela SMS/PMJ.
15/05/2012 a 31/01/2013 Gerência pela OSS IBJ - instituto Bom Jesus por meio de contrato
de gestão.
01/02/2013 a 07/02/2013 Gerência própria e única pela SMS/PMJ
08/02/2013 a 10/03/2014 Gerência própria pela SMS/PMJ com contrato de prestação de
serviços médicos pela CAPES - Centro de Apoio Profissionalizante,
Educacional e Social.
11/03/2014 a 09/12/2014 Gerência própria e única pela SMS/PMJ.
10/12/2014 a 18/04/2017 Gerência pela FENAESC - Federação Nacional das Entidades
Sociais e Comunitárias.
13/06/2017 a 31/08/2019 intervenção do município no contrato com a FENAESC.
01/09/2018 a 31/08/2019 Gerência pelo IBGH - Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar
15/05/2019 a atual Intervenção por meio do Decreto 4.080 de 15/05/20/2019 do
município no contrato com o IBGH
31
então foram suspensos pelo Tribunal de Contas, outros fracassados, pelos
mais diversos motivos.
No Edital de Chamamento 01/2018 foram tomados todos os cuidados para
que não ocorresse nenhum tipo de impugnação, todos os pontos dos Editais
fracassados foram revistos e corrigidos. Foi designada uma Comissão de
Análise, Qualificação e Pontuação para o Chamamento Público 01/2018, para
processar e julgar o processo, nos termos da Portaria nº. 33.055 de 02 de
março de 2018; esta Comissão atuou da forma mais transparente possível e
sua composição contou com a participação de três membros do Conselho
Municipal de Saúde, inclusive um destes membros é um ex-vereador (Sr. R.
C.S. editado), que havia sido candidato a Prefeito no pleito em que foi eleito
o atual Prefeito. O trabalho desta Comissão transcorreu sem nenhuma forma
de pressão, indução ou direcionamento de qualquer forma, para beneficiar
ou prejudicar qualquer uma das entidades participantes e foi pautado nos
princípios da transparência, legalidade, probidade administrativa, ampla
participação licitatória, isonomia, igualdade e impessoalidade, como pode ser
observado pelas atas das reuniões da Comissão (ANEXO IV).
Ao final no processo de seleção, foi escolhida a Organização Social de Saúde,
qual seja o Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar, conforme Ata da Sessão
Reservada da Comissão de Análise, Qualificação e Pontuação para o
Chamamento Público 01/2018 do dia 16/05/2018 (ANEXO IV).
Houve ampla divulgação através do extrato do edital de chamada pública, em
Jornal de grande circulação (jornal Agora), no Diário Oficial do Estado de São
Paulo, e disponibilizada no site da Prefeitura Municipal de Jandira.
Diz o relatório em seguida que “o IMAPIS desiste de continuar sua
participação no processo seletivo, em desacordo com o disposto no item 7.5
do edital de chamamento: “Após a fase de habilitação, não caberá
desistência da proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato
superveniente e aceito pela Comissão Especial de Seleção”. Não constou do
processo justificativa para a desistência do IMAPIS, e que foi aceita pela
Comissão Especial de Licitação.”
Primeiramente, cabe registrar que o processo de qualificação do IMAPIS foi
tumultuado pelo representante do Conselho Municipal de Saúde na Comissão
de Análise, Qualificação e Pontuação para o Chamamento Público 01/2018,
Sr. R. C. S. (editado) que registrou sua posição de não concordar com a
habilitação da entidade IMAPIS, sugerindo que a referida entidade
apresentara um Contrato de Locação de sede na cidade de Jandira de origem
duvidosa, além de ter participado de uma diligência com os membros da
Comissão que constatou que a sala alugada pela entidade encontrava-se
totalmente vazia e sem funcionamento, como pode ser observado na ata de
sessão reservada da Comissão de Análise, Qualificação e Pontuação para o
Chamamento Público 01/2018 para análise dos contra recursos apresentados
pelas entidades participantes do dia 23/04/2018 (ANEXO IV). A Comissão
qualificou a referida entidade por entender que, embora não haja registro de
sede da entidade nos órgãos públicos competentes, houve declaração por
parte da entidade de que havia sede no município. Foi realizada diligência
pelos membros da Comissão, onde se verificou que a sala não estava
preparada para tal finalidade. Contudo, esta não era uma exigência prevista
no edital, logo, não justificaria sua inabilitação e seguiu o certame. Houve
pressão dos Conselheiros de Saúde (em especial do Sr. R. C. editado) pelo fato
da Comissão ter qualificado a entidade IMAPIS que, no entendimento do
Conselheiro, havia cometido irregularidades no processo licitatório. No dia 14
de maio de 2018, a representante do IMAPIS, Sra. L. A. A. (editado), enviou
32
um e-mail para o Presidente da Comissão que consta do Volume XIII do
Processo 1.306/18 nas páginas 2.771 a 2.775, com o seguinte texto:
“Na data de 13.05 e 14.05.2018, a Matriz do Instituto Marie Pierre de Saúde
recebeu mais de 20 (vinte) ligações VOLTANDO AO ASSUNTO DO CONTRATO
DE LOCAÇÃO da sala comercial na cidade de Jandira pelo Instituto. Com falas
ofensivas e sérias ameaças, repetindo várias vezes que este contrato de
locação não é válido, no entanto, já foi demonstrado o contrário a esta Digna
Comissão, e não acreditamos que partiu desta Comissão nenhuma ofensiva.
Diante da situação, e prosseguindo também exposições em MÍDIAS SOCIAIS,
locais de Jandira, veiculando o Nome da Instituição várias vezes, que, em
reunião convocada pelo Instituto se DECIDIU abdicar do Certame para Gestão
do PAM de Jandira, Chamamento Público nº 01/2018, uma vez que por
conhecimento de históricos ocorridos na Cidade de Jandira o Instituto prefere
retirar-se do Certame.
Registra-se que a COMISSÃO DE LICITAÇÃO em nada tem a ver com as
condutas em Paralelo citadas, e que em todo momento a Comissão atuou de
Forma Digna e Coerente frente aos Princípios da Administração Pública. Essa
é uma Posição Unilateral e em preservação a Instituição. Cientes de que não
haverá Danos, uma vez que a Comissão dispõe de mais 2 concorrentes aptas
ao Pleito.
Encerra-se assim a relação de interesse do IMAPIS para com o Chamamento
nº 01/2018 – SMS – Jandira – SP.
Que este e-mail sirva de prova documental para o Declínio. Estando o IMAPIS
a disposição de qualquer outra via documental que se faça necessário a esta
confirmação.
Que esta decisão é irrevogável pelo Instituto. Favor acusar recebimento.
Atenciosamente: L. A. A. M. (editado) - Diretora Administrativa e
representante no certame Tel: 11 (98688-nnnn) (editado). (ANEXO V).
Desta forma, a Comissão entendeu que houve sim, motivo justo decorrente
de fato superveniente e que foi prontamente aceito pela Comissão Especial
de Seleção e que conforme demonstrado anteriormente, constou do
processo a justificativa para a desistência do IMAPIS, nas páginas 2.770 a
2.775 do Volume XIII do Processo 1.306/18 (ANEXO V).
Mediante os eventos ocorridos, fatos relatados, justificativas apresentadas
pelo IMAPIS e a ausência de penalidades passíveis de serem aplicadas
previstas em edital, a comissão acatou a desistência do IMAPIS.
33
Por meio de mensagem eletrônica de 17.09.2019, a Prefeitura Municipal de Jandira
apresentou a seguinte manifestação:
34
Saúde (OSS), é uma alternativa concreta para obtenção de maior qualidade e
produtividade com menores custos. Neste modelo, a responsabilidade direta
pela administração da unidade passa a ser da Organização Social, mas o
município continua com a Gestão do Sistema Público de Saúde, onde a
unidade está inserida. No modelo de OSS, o município planeja o serviço a ser
executado, define as metas de produção e de qualidade, garante os recursos
orçamentários para o custeio dos serviços e cobra os resultados previamente
definidos em contrato além de prestar contas de forma transparente e
permanente, permitindo o indispensável controle social, em benefício do
atendimento das necessidades da população usuária do Sistema Único de
Saúde”
JUSTIFICATIVA
35
das ações, tecnologias e relações, visando intermediar a demanda dos
usuários por serviços de saúde e o efetivo acesso a estes, de forma a garantir
a eficiência, eficácia e efetividade do acesso aos serviços oferecidos pelas
unidades de saúde integrantes da Rede de Atenção à Saúde - RAS, tanto da
rede própria como da rede de referência, para que o usuário seja atendido no
local mais próximo de sua residência, no nível de complexidade necessário e
no menor tempo.
36
JUSTIFICATIVA TÉCNICA PARA CONTRATAÇÃO DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL PARA
GERENCIAMENTO DO PAM JANDIRA
Vale lembrar de antemão, que o governo do Estado de São Paulo, optou por
este modelo de gestão para algumas de suas unidades hospitalares e
ambulatoriais, com a implantação de organizações sociais de saúde (OSS),
gerenciadas por entidades públicas não-estatais, submetidas a contratos de
gestão, que são acompanhados e avaliados por estrutura da Secretaria
Estadual de Saúde, criada especificamente para este fim, mesmo modelo que
se pretende implantar para o PAM Jandira.
37
comparativo entre os salários praticados pela Gestão Própria da Prefeitura,
segundo dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Administração, e a
média salarial praticada pelos municípios da região apurado via contato
telefônico, os quais foram levados em conta para compor o custo mensal do
contrato com a entidade parceira, gerando uma economia anual na ordem de
R$ 1.013.018,40.
38
que observa, além dos limites legais para gasto com pessoal, critérios próprios
para alocação de recursos que nem sempre levam em consideração a
relevância do setor saúde para o desenvolvimento de um país, estado ou
município, mas apenas os gastos envolvidos com a oferta de serviços. Essa
lógica tecnocrática não incorpora a projeção sobre mudanças no perfil
demográfico e epidemiológico das regiões onde estão inseridas.
39
10. O contrato de gestão, assim concebido, é ferramenta indutora de busca
de eficiência do sistema ou como instrumento de regulação entre o setor
público e o privado. Para compor o custo mensal da contratação de entidade
para o gerenciamento do PAM Jandira foi considerado uma média de custeio
(materiais e insumos, contratos diversos, medicamentos, concessionárias e
etc.), baseado em meses anteriores, que pode ser reduzido, devido a agilidade
no processo de contratação. Esta redução está prevista na apresentação das
propostas pelas entidades interessadas, podendo chegar a um desconto de
5% sobre o montante total, resultando em uma economia de até R$
930.000,00 por ano.
Bibliografia consultada
J. P. (editado) J. A. S. N. (editado)
Secretária da Saúde Assessor Técnico Conv. e Planej.
40
Análise da equipe de auditoria
Achado n.º 3. Inexistência de proposta de preços detalhada com a estimativa, por área
de atuação, de quantitativos e custos unitários dos serviços no âmbito do Contrato de
Gestão nº 01/18.
41
o Chamamento Público 01/2018 entendeu que, a entidade apresentou as
informações exigidas no Anexo V e no Anexo VI, todas contempladas no
Dimensionamento do Quadro de Pessoal e na Planilha de Custos/Despesas
Mensais; e que, embora o formato não estava idêntico ao que foi solicitado
no Anexo VI do edital, as informações apresentadas nestas duas planilhas
atendiam ao detalhamento do quantitativo, os respectivos cargos e a
remuneração de cada cargo. Por fim, a Comissão de Análise, Qualificação e
Pontuação para o Chamamento Público 01/2018 entendeu que a exigência da
formalidade da formatação da planilha constante no anexo VI, poderia ser
vista como uma forma de ferir o princípio da ampla concorrência.
Em relação a esse item a CGU diz que constava na minuta contratual contida
no edital do chamamento 01/2018, uma vedação quanto ao custeio das
despesas da sede da entidade, e que, segundo o órgão, por motivos não
42
identificados, o contrato firmado foi alterado, passando a permitir o custeio
de despesas compartilhadas da sede da entidade e os deslocamentos, entre
a sede e a unidade de saúde.
Inicialmente, é importante dizer que a minuta contratual que acompanha o
edital não pode ser considerada imutável. Como é cediço, a Administração
tem a faculdade de proceder alterações contratuais, em especial quando as
peculiaridades do objeto assim exigirem. Importa destacar que o contratado
IBGH, por ocasião da apresentação da proposta financeira, discriminou todos
os custos inerentes inclusive o rateio das despesas administrativas da sede da
entidade.
É evidente que não haveria a possibilidade de uma Organização Social
administrar totalmente à distância uma unidade hospitalar, sem o devido
compartilhamento das despesas da sede da entidade, mesmo que esta fosse
instalada dentro do próprio Município contratante. A infraestrutura
tecnológica, diretoria, colaboradores, que trabalhassem externamente
gerariam custos já previstos nas planilhas do edital, e que teriam que ser
suportados pelo contrato. E no caso presente, como a estrutura
administrativa da entidade contratada fica lotada na sede geral, portanto,
não seria razoável nem tampouco proporcional que o Contratante utilizasse
a referida estrutura sem qualquer contraprestação pecuniária proporcional.
O contrato pode e deve ser firmado de modo diverso do disposto no
instrumento convocatório ou do ato de liberação da licitação e seus
respectivos anexos, se as novas condições favorecerem a Administração
Pública, a exemplo da diminuição do prazo de entrega do objeto contratado,
da oferta de garantia, quando esta não fora prevista no instrumento
convocatório ou no ato de liberação da licitação, e da entrega de
equipamento de última geração em lugar do licitado não ser assim
qualificado, sempre que ditas vantagens forem conseguidas em amigável
entendimento com o vencedor do certame ou do escolhido diretamente.
Conhecido o proponente vitorioso ou o escolhido diretamente, pode a
Administração Pública licitante interceder, na defesa do interesse público,
junto a esse licitante para obter uma proposta ainda melhor. Nada há de ilegal
ou inconstitucional nesse procedimento. De fato, trata-se, em relação ao
vencedor da licitação ou ao escolhido diretamente, de acerto que tem por
objeto direitos disponíveis e, no que é pertinente à Administração Pública
licitante, do cumprimento do princípio da boa administração, na medida em
que está obrigada a buscar o que há de melhor para o interesse público.
Consensualmente, criaram-se mais ônus, responsabilidades e obrigações ao
proponente e, ainda, conseguem-se mais vantagens para a Administração
Pública licitante. Nessas hipóteses, direito ou interesse algum, seja de quem
for, foi violado, pois se todos os participantes licitatórios aceitaram o
julgamento dado ser a proposta vencedora a mais vantajosa, não há por que
reclamar se com esse procedimento a oferta restará ainda melhor. Nada
podem exigir ou reclamar, pois nada lhes foi negado, retirado ou
desrespeitado. Melhor sorte não têm os não participantes da licitação, pois
se não tinham qualquer direito face à ausência do certame, nada podem
reivindicar ante a melhora da proposta feita pelo proponente vitorioso.
Atente-se: se seu afastamento do procedimento licitatório era demonstração
cabal de seu desinteresse, é certo, lógica e seguramente, afirmar-se que dito
desinteresse será ainda maior com a melhora da proposta. Diga-se, mais, que
a melhora da proposta sobre não afrontar qualquer norma licitatória,
prestigia o princípio da boa administração. Semelhantemente ocorre quando
a Administração Pública propugna e consegue amigavelmente melhorar a
proposta apresentada pelo escolhido diretamente. Mediante tal acordo a
43
Administração Pública ganha vantagens sem ferir direitos de quem quer que
seja. No caso, por cuidar-se de licitação prescindível e de proposta em
condições de aceitação, nada há de ilegal ou impediente desse procedimento
e da contratação em condições e termos diversos do que se anunciará.
A possibilidade de alteração de contratos administrativos, neste caso
encontra previsão no Art. 65, da Lei 8666/93, que dispõe:
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
.....
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os
encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção
do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de
sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências
incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou,
ainda, ainda em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe,
configurando álea econômica extraordinária e extracontratual”.
Neste sentido, cabe transcrever posicionamento doutrinário com discussões
sobre a obrigatoriedade de o contrato corresponder à minuta contratual
anexada ao ato convocatório:
“Não obstante ao que se disse acima, Adilson Abreu Dallari (2014) assinala
que ‘não se pode exigir que o texto do futuro contrato seja exatamente igual
à minuta que figurou no edital’. E continua. ‘Na verdade nada impede que se
aumentem os encargos do particular e as vantagens ou garantias da
Administração Pública. Isso não violaria os direitos ou interesses de eventuais
licitantes que não apresentaram propostas’.
Excepcionalmente, existem situações em que a doutrina tem admitido a
divergência entre a minuta do conteúdo do contrato e do contrato
propriamente dito, quando, por exemplo, a modificação se fizer necessária
para melhor atender aos interesses públicos, trouxer benéficos ou favorecer
a Administração Pública, assim como dela não decorrer prejuízo (restrições),
à competitividade, preservando-se, por conseguinte, o princípio da isonomia
entre os licitantes. (CEZAR, Cassiana de Almeida. Apontamentos sobre a
obrigatoriedade de o contrato corresponder à Minuta contratual anexada ao
ato convocatório. Disponível em:
HTTP://www.jmleventos.com.br/arquivos/coluna_juridica/doutrina-
parecer_69_3._apontamentos_sobre_a_obrigatoriedade_de_o_contrato_co
rresponder_a_minuta_contratual_anexada_ao_ato_convocat.pdf Acesso em
11/09/2019
Desta forma, no caso em que seja necessário a inserção de cláusulas distintas
das previstas no procedimento licitatório, tendo em vista o interesse público
e os benefícios à Administração, respeitando-se a isonomia entre os licitantes,
preço e condições de execução, poderá o Poder Público acrescentar
dispositivos ao ajuste assinado.”
Insta observar que a Administração Pública Municipal buscou, ao efetuar a
alteração na cláusula contratual citada, observou que a melhor opção para o
atingimento dos princípios da economicidade e da eficiência seria permitir o
custeio de despesas compartilhadas da sede da entidade, e também os
deslocamentos entre a sede da entidade e a unidade de saúde, por meio de
recursos repassados por força do contrato de gestão.
Restou demonstrado pelas planilhas apresentadas que o custo de
manutenção de todos os serviços necessários para o atingimento da plena
44
funcionalidade da unidade, como RH, contabilidade, finanças, compras etc.,
se feitos de forma centralizada, com rateio de custos, se mostrava muito mais
econômico, o que ajudaria na plena aplicação dos recursos.
E a economicidade consiste em um dever a ser observado não apenas quando
do julgamento das propostas, mas também quando da execução do contrato;
em outras palavras, desde o seu início e durante todo o prazo contratual
também se exige dos contratados e da Administração a comprovação
atualizada da economicidade.
A economicidade se encontra estritamente vinculada à eficiência, que
consiste em um dos fins perseguidos pela Administração Pública na execução
dos serviços públicos. A eficiência aliada à economicidade consiste em
benefícios que assegure não haver desperdício de recursos públicos na
escolha do melhor custo-benefício mediante a observação da conformidade
e do desempenho da opção realizada pelo agente em relação aos resultados
efetivamente obtidos com a ação administrativa.
Tendo em vista que a Administração Pública do município de Jandira atendeu
aos princípios da razoabilidade, da proporcionalidade e da manutenção do
equilíbrio contratual; tendo em vista que se não houvesse o rateio das
despesas da sede, certamente a execução do Contrato de Gestão n. 01/2018
sofreria consequências incalculáveis e retardadoras, prejudicando
demasiadamente o interesse público, que no caso é a prestação de serviços
de saúde, com consequente funcionamento pleno da entidade gerenciada;
optou-se em proceder a alteração para que o contrato pudesse ter plena
aplicabilidade.
Aponta o Relatório Preliminar, que ocorreu o rateio de 14,30% no custeio
total da sede da entidade; todavia, ele se encontra amparado na previsão
contratual contida na Cláusula sexta, Parágrafo oitavo do Contrato de Gestão
01/2018.
A CGU aponta ainda no rateio de 14,30% das despesas da sede foram
incluídas despesas de remuneração de membros da alta administração do
IBGH por meio de contratos de terceirização (pejotização) de mão de obra
dos seguintes cargos: Superintendente executivo que também é presidente
do IBGH, Diretor Geral, Diretor Administrativo, Diretor de Planejamento,
Diretor Financeiro, Diretor Operacional e Gestor de Compras. E que a
Comissão de Avaliação de Prestação de Contas do Contrato de Gestão
01/2018 realizou glosas referentes à sobreposição de atividades dos
dirigentes da OS nos meses de dezembro, de 2018, janeiro e fevereiro de
2019, revendo seus atos e apresentando sugestão de glosas administrativas
conforme Pareceres Finais de Prestação de Contas e Ofícios 062/2019 e
063/2019, no valor de R$ 47.303,43 (quarenta e sete mil trezentos e três reais
e quarenta e três centavos), não acatando as justificativas apresentadas pelo
IBGH neste sentido. E que em relação à atuação da Comissão de Avaliação e
Acompanhamento do Contrato de Gestão n.º 01/2018, teria ocorrido falta de
padronização na avaliação ao longo do tempo, em contraponto às despesas
que basicamente eram mantidas, em descrição e quantidade, mês a mês.
Disse, por exemplo, que nos meses de setembro a novembro de 2018, não
houve questionamentos em relação às despesas administrativas nos
relatórios finais. Mesmo após as observações que ocorreram entre dezembro
de 2018 e fevereiro de 2019, o relatório parcial de março de 2019 voltou a
não apresentar glosas para as despesas administrativas.
Mas não podemos deixar de mencionar que tão logo identificados erros na
aplicação dos recursos repassados, bem como nas prestações de contas, a
Administração Municipal determinou as devidas glosas, como constou no
relatório. E ocorreu o bloqueio de recursos que seriam repassados para a
45
entidade, no importe de R$ 397.887,17 (trezentos e noventa e sete mil,
oitocentos e oitenta e sete reais e dezessete centavos), através do processo
1001548-58.2019.8.26.0299, em trâmite perante a 1ª Vara Cível da Comarca
de Jandira, movido por esta Administração Municipal. Urge esclarecer que a
entidade também move ação de rescisão contratual contra a Prefeitura, e
onde requer que lhe sejam repassados recursos do montante de R$
3.486.056,81 (três milhões, quatrocentos e oitenta e seis mil, cinquenta e seis
reais e oitenta e um centavos), no processo 1001747-80.2019.8.26.0299, em
tramite perante a mesma 1ª Vara Cível.
Nota-se, pois, que a Administração Municipal não somente efetuou glosas
sobre os valores que entendeu não serem corretos quando das prestações de
contas, mas, cautelarmente, reteve recursos que seriam destinados à
Contratada, para compensação sobre eventuais valores indevidos. Tudo isto
é objeto ainda de levantamentos, pois, há de se considerar que são inúmeros
os dados para prestação de contas, e diante do clima de rescisão, alguns
documentos ainda não foram repassados para a Comissão de
Acompanhamento, de forma que se possa chegar aos números finais.
46
Por meio de mensagem eletrônica de 17.09.2019, a Prefeitura Municipal de Jandira
apresentou a seguinte manifestação:
47
A Prefeitura Municipal de Jandira questiona se os deslocamentos não estariam incluídos
na despesa administrativa previstas nas planilhas do edital. Entretanto, não foi
localizado esse item no Anexo V do Edital de Chamamento – Modelo de Planilha de
Custos e Despesas Mensais.
Depreende-se que a PMJ considera que tais despesas seriam justas. Dessa forma, elas
deveriam estar previstas no Edital de Chamamento Público, entretanto, constata-se
que, na realidade, elas estavam vedadas.
Caso as despesas de deslocamento estivessem previstas, haveria maior probabilidade
de vantagem concorrencial para Organizações Sociais mais próximas do município de
Jandira, ou com condições de viabilizar uma sede administrativa mais próxima do local
de prestação de serviços.
Seguindo a linha de raciocínio do órgão, caso algum serviço tenha sido mal
estimado, ocorrendo contratação com valores maiores, neste caso o IBGH
teria prejuízo? Óbvio que não!”
48
repassados para pagamento de despesas referentes aos serviços médicos
foram utilizados para suprir necessidades do próprio contrato de gestão,
neste sentido, não foram observadas evidências de lucro por parte do IBGH.
(ANEXO XVIII).
49
retirou-se a falha “Produtividade relatada pelo IBGH não corresponde
quantitativamente aos registros em sistemas de informação” do título deste achado.
Entretanto, não houve manifestação em relação às discrepâncias intrínsecas do Sistema
Focus e, tampouco, em relação à ausência de registro para 26% dos atendimentos
médicos.
Achado n.º 8. Médico consta como paciente e consultado por ele próprio em ficha de
atendimento.
Achado n.º 9. Falta de registro da empresa contratada e da carga horária dos médicos
contratados pelo IBGH no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES.
50
Seguem anexos os registros profissionais no CNES (ANEXO XX), dos meses de
outubro de 2018 a fevereiro de 2019 onde constam os registros no CNES e
suas atualizações. É rotina institucional ao ingresso de novos profissionais,
ainda que não diretamente vinculados, ou seja, através de prestadores de
serviço ou do contrato de gestão, realizar o cadastro e atualização de carga
horária no CNES (ANEXO XXI). Contudo há a possibilidade de que
eventualmente tenha havido a realização de plantões médicos sem o seu
registro no CNES, devido à cobertura esporádica de plantões por profissionais
médicos que não compõe o corpo clínico designado para a UPA. Essas
substituições se davam com o objetivo de suprir ausências em plantões a fim
de não prejudicar a assistência, além da falta de consolidação de um corpo
clínico e da dificuldade de fixação de profissionais.
A Prefeitura alega que: “...a alimentação dos dados do CNES é um processo dinâmico e
contínuo independente da estabilidade das equipes, uma vez que o corpo clínico não é
fixo na UPA Jandira.” Porém os médicos citados no apontamento realizaram plantões
rotineiros na unidade conforme detalhado na constatação, não se podendo aceitar a
justificativa de que o corpo clínico não é fixo.
51
Achado n.º 11. Médicos cumprem jornada excessiva nos plantões médicos.
Posto isso, informamos que todas as medidas foram tomadas por este
Instituto nos casos de descumprimento da referida cláusula.
A empresa Lemes & Trancoso alegou diversas vezes que a região não
disponibilizava profissionais médicos em quantidade adequada para atender
a escala de modo que não ultrapasse a carga de 12 horas, sugerindo a
descontinuidade do contrato e suspensão imediata das atividades caso não
fosse permitido os plantões de 24 horas.
Destacamos que, este instituto notificou a empresa Lemes & Trancos pelos
episódios dos quais acarretaram jornadas de trabalho acima de 24 horas,
entretanto, todos os plantões acima do tempo permitido foram justificados
pela empresa devido ausência não prevista pelo profissional e a necessidade
da continuidade da assistência, sendo ainda mais prejudicial a unidade não
ter a presença do profissional. Notem que as datas de maior prevalência
foram nas festividades de fim de ano ou ainda em feriados prolongados, dos
quais se o profissional permaneceu de plantão visando a continuidade da
assistência, tendo a unidade uma responsabilidade difícil de mensurar, em se
tratando da manutenção e a continuidade da assistência ao paciente e aos
usuários do SUS.”
A justificativa apresentada para plantões médicos excessivos foi: “...as datas de maior
prevalência foram nas festividades de fim de ano ou ainda em feriados prolongados, dos
quais se o profissional permaneceu de plantão visando a continuidade da assistência,
tendo a unidade uma responsabilidade difícil de mensurar, em se tratando da
manutenção e a continuidade da assistência ao paciente e aos usuários do SUS.” Porém,
os médicos citados no apontamento realizaram plantões rotineiros acima de 12 horas
na unidade conforme detalhado na constatação.
52
Achado n.º 12. Irregularidades em processos de contratação de empresas prestadoras
de serviços.
53
O supremo ao julgar a constitucionalidade da Lei n° 9637/98 aplicou
interpretação conforme da Constituição Federal, deixando expressamente
consignado que as Organizações Sociais não se submetem ao dever de licitar:
54
“Art. 5°. O procedimento de compras e contratações compreende
procedimento aberto, os quais serão amplamente divulgados e publicados no
sítio do Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar, sendo acessíveis ao público
e à participação de diversos fornecedores interessados.
55
Item 12.a) Inconsistências e potencial direcionamento na contratação da empresa Fiel
Ou seja, o Órgão uma hora pretendeu que a comissão fosse rígida, noutro giro
apontou a sua inflexibilidade, o que demonstra desproporcionalidade da
análise realizada. Portanto, podemos afirmar que toda análise realizada foi
tendenciosa!!!
A justificativa dada para a desclassificação da empresa Buriti foi que: “[...] a comissão
agiu conforme o edital, privilegiando o princípio da isonomia e da vinculação ao
instrumento convocatório, de modo que se por conta própria realizasse qualquer
consulta no estado de São Paulo, estaria infringindo os princípios basilares aos quais se
deve observância”. No entanto, em contradição à manifestação acima, em outra parte
da justificativa informa que: “Importante observar inicialmente que o modelo e gestão
através de Organizações Sociais possui peculiaridades, de modo que a atuação da
entidade não pode ser idêntica ao da administração pública sob pena de quebrar a lógica
da flexibilidade pretendida com a adoção do modelo.” Portanto, agindo dessa forma,
não é possível verificar se o Instituto obteve condições mais vantajosas na contratação,
bem como, a comprovação de atendimento aos princípios da economicidade,
impessoalidade, eficiência e razoabilidade na contratação de serviços.
56
Neste ponto o Órgão sustenta que as três empresas que participaram
deveriam ser desclassificadas, por serem empresas que não executam
atividades previstas na licitação.
A justificativa dada para a desclassificação da empresa T-13 Serviços foi que: “[...]a
Comissão Interna agiu conforme os princípios de vinculação ao instrumento
convocatório e da isonomia entre os participantes, de modo que não poderia infringir
estes preceitos, sob pena de aí sim privilegiar um concorrente que não observou as
exigências editalícias em prejuízo aos demais.” No entanto, em contradição a
justificativa acima, em outra parte da justificativa informa que: “Importante observar
inicialmente que o modelo e gestão através de Organizações Sociais possui
peculiaridades, de modo que a atuação da entidade não pode ser idêntica ao da
administração pública sob pena de quebrar a lógica da flexibilidade pretendida com a
adoção do modelo.” Assim, não é possível verificar se o Instituto obteve condições mais
vantajosas na contratação, bem como, a comprovação de atendimento aos princípios
da economicidade, da impessoalidade, eficiência e da moralidade.
57
Item 12.c) Inconsistências de contratação de serviços de assessoria em tecnologia da
informação com possível favorecimento de empresa com ligação junto a ex-presidente do
IBGH.
58
acordo, em última instância, com o grau de confiança que ela própria,
Administração, deposite na especialização desse contratado. É isso,
exatamente isso, o que diz o direito positivo. Vale dizer: nestes casos, o
requisito da confiança da Administração em quem deseje contratar é
subjetivo; logo, a realização de procedimento licitatório para a contratação
de tais serviços--- procedimento regido, entre outros pelo princípio do
julgamento objetivo--- é incompatível com a atribuição de exercício de
subjetividade que o direito positivo confere à Administração para a escolha
do trabalho essencial e indiscutivelmente mais adequado à plena satisfação
do objeto do contrato (cf. o parágrafo 1° do artigo 25 da Lei 8.666/93.
Ademais, a licitação desatenderia ao interesse público na medida em que
sujeitaria a Administração a contratar com quem, embora vencedor na
licitação, segundo a ponderação de critérios objetivos, dela não merecesse
o mais elevado grau de confiança” (grifamos)
59
No que toca a eventuais favorecimentos apontados, equivoca-se a CGU, pois
a mera ligação societária entre sócio da empresa Teixeira Sociedade
Individual de Advocacia e o ex presidente do IBGH não são capazes de induzir
eventual favorecimento, eis que o advogado foi contratado pela sua sabida
competência na condução de outros processos.
A justificativa apresentada foi a de que: “[...] não faz parte do escopo do IBGH diligenciar
sobre a vida pregressa dos sócios das empresas que pretendem prestar serviços à
entidade”. No entanto, a conexão dos sócios com as empresas pode ser facilmente
verificada pela análise dos respectivos contratos sociais constantes dos processos de
contratação. Assim, não é possível verificar se o Instituto obteve condições mais
vantajosas na contratação, bem como, a comprovação de atendimento aos princípios
da economicidade, da impessoalidade, eficiência e da moralidade.
60
concorrência, o que desmantela a análise imparcial feita pela Controladoria
Geral da União.
Achado n.º 13. Repasses da Prefeitura Municipal de Jandira para o IBGH foram
realizados com atraso.
61