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20 de dezembro de 2023
Controladoria-Geral da União (CGU)
Secretaria Federal de Controle Interno (SFC)
RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO
Órgão: MINISTÉRIO DA FAZENDA
Unidade Examinada: Secretaria do Patrimônio da União
Município – UF: Brasília – DF
Relatório de Avaliação: 1355827
20 de dezembro de 2023
Missão
Elevar a credibilidade do Estado por meio da participação social, do controle
interno governamental e do combate à corrupção em defesa da sociedade.
Avaliação
O trabalho de avaliação, como parte da atividade de auditoria interna, consiste
na obtenção e na análise de evidências com o objetivo de fornecer opiniões ou
conclusões independentes sobre um objeto de auditoria. Objetiva também
avaliar a eficácia dos processos de governança, de gerenciamento de riscos e de
controles internos relativos ao objeto e à Unidade Auditada, e contribuir para o
seu aprimoramento. Especificamente, essa ação de controle visou avaliar o
andamento do Processo de Remição de Foro, no âmbito do Órgão Central e das
Superintendências Regionais selecionadas na amostra.
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POR QUE A CGU REALIZOU ESSE
QUAL FOI O TRABALHO?
TRABALHO A auditoria teve como origem o Planejamento
REALIZADO Operacional 2023 da CGU, elaborado a partir do
mapeamento do universo de auditoria com base
PELA CGU? em riscos, o qual identificou o objeto de alienação
de bens imóveis da união como área prioritária a
O objeto do trabalho foi o
ser auditada. Dada a recente regulamentação dos
procedimento simplificado de
procedimentos e do cronograma da realização da
remição de foro de que trata o
remição de foro, a qual se enquadra no objeto em
Art. 102 do Anexo I do Decreto
questão, e o início dos procedimentos de
nº 9.745, de 15.05.1998, e
alienação, de fato, no exercício de 2022, foi
regulamentado pela Portaria
considerada oportuna e conveniente uma
SPU/ME nº 7.778, de
avaliação.
30.06.2021.
O escopo englobou análise da QUAIS AS CONCLUSÕES
normatização, do planejamento
e do monitoramento do
ALCANÇADAS PELA CGU? QUAIS AS
programa por parte do RECOMENDAÇÕES QUE DEVERÃO
Secretaria do Patrimônio da SER ADOTADAS?
União (SPU), bem como a
execução local, por parte de Como resultado da auditoria, foi constatada ação
amostra de Superintendências da SPU na padronização do processo de remição
Regionais, abrangendo de foro mediante procedimento simplificado,
definição de imóveis elegíveis, bem como a seleção, a atualização cadastral, a
divulgação do programa, avaliação dos imóveis elegíveis e a concessão da
performance do aplicativo, remição de foro de acordo com o fluxo proposto
avaliação técnica e financeira e os normativos vigentes na amostra examinada.
dos imóveis elegíveis, valores No entanto, verificaram-se fragilidades na
para remição, registros no avaliação dos imóveis, especialmente, lacuna no
Sistema Integrado de processo de supervisão e revisão sobre
Administração Patrimonial - metodologias e cálculos efetuados pelas equipes
Siapa, pagamentos e emissão de técnicas das regionais da SPU. Identificou-se
certificados. deficiência no processo de divulgação da remição
de foro, o que pode ter contribuído para a baixa
demanda pelos foreiros dos imóveis elegíveis.
Ademais, não houve definição de resultados alvo
para o programa, mediante metas físico-
financeiras e indicadores, o que também pode ter
influenciado os baixos índices de remição de foro
atingidos entre 2021 e 2022.
Foram propostas recomendações estruturantes à
SPU para sanear as falhas anteriormente
reportadas.
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 7
RECOMENDAÇÕES 21
CONCLUSÃO 22
ANEXOS 23
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INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho foi avaliar o procedimento simplificado de remição de foro de que
trata o Art. 102 do Anexo I do Decreto nº 9.745, de 15.05.1998 e regulamentado pela Portaria
SPU/ME nº 7.778, de 30.06.2021. Também foram utilizadas como critério de auditoria as
Instruções Normativas nº 03, nº 43 e nº 67 que definiram os procedimentos específicos de
operacionalização do processo de remição de foro.
Embora a unidade auditada seja a Secretaria do Patrimônio da União (SPU), há que se ressaltar
que o escopo do trabalho não foi restrito tão somente a esta Unidade, sendo estendido,
mediante amostragem por critério de materialidade, às Superintendências Regionais da SPU
nos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Santa Catarina, do Espírito Santo e de
Pernambuco.
A remição de foro é a aquisição, por Pessoa Física ou Jurídica que seja foreiro, da parcela
correspondente a 17% do valor do terreno parcialmente pertencente à União para obter a
propriedade total do terreno. O objetivo principal da remição de foro é a desestatização de
ativos imobiliários da União. A Portaria SPU/ME nº 7.778/2021 regulamenta os procedimentos
e o cronograma para a realização da remição de foro mediante procedimento simplificado,
que pode ser realizado por intermédio do Aplicativo SPUApp, que deve ser baixado pelo
foreiro para habilitação ao processo de remição de foro.
A presente auditoria visou identificar a existência de procedimentos formalizados e avaliar a
adequação dos procedimentos realizados às normas estabelecidas, especialmente quanto à
elegibilidade, à revisão cadastral e à avaliação dos imóveis, assim como verificar a existência
de pontos de controle e de indicadores de desempenho que permitissem avaliar a eficiência
e a eficácia do processo.
O trabalho originou-se a partir da discussão e elaboração do Planejamento Operacional 2023
da CGU, mediante o mapeamento do universo de auditoria com base em risco. O
planejamento é o instrumento que estabelece prioridades e diretrizes para os trabalhos a
serem desenvolvidos pelas equipes de auditoria, considerando a missão, a visão e os objetivos
estratégicos da CGU e da Secretaria Federal de Controle Interno (SFC); o contexto e os desafios
atuais da administração pública federal; a necessidade de agregação de valor à gestão; as
atribuições legais da Secretaria; a conveniência e a oportunidade da avaliação; e os recursos
disponíveis à atividade de auditoria interna governamental, dentre outros.
O planejamento da presente auditoria foi realizado com base nos riscos inerentes mais
relevantes à eficiência do processo de remição de foro. Foram formuladas as seguintes
questões de auditoria de forma a orientar a definição dos testes a serem aplicados, tendo-se
como objeto o processo de remição de foro:
1) A avaliação dos imóveis para remição de foro foi realizada adequadamente de acordo com
a legislação, normas operacionais e metodologias aplicáveis?
2) A demanda por processos de remição de foro foi compatível com os objetivos e metas da
SPU?
3) O processo de remição de foro foi realizado com eficácia pela SPU e superintendências
regionais?
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O escopo englobou análise da normatização, do planejamento e do monitoramento do
programa por parte do Secretaria do Patrimônio da União (SPU), bem como a execução local,
por parte de amostra de Superintendências Regionais, abrangendo definição de imóveis
elegíveis, divulgação do programa, performance do aplicativo, avaliação técnica e financeira
dos imóveis elegíveis, valores para remição, registros no Sistema Integrado de Administração
Patrimonial (Siapa), pagamentos e emissão de certificados.
Para execução de testes específicos foram selecionados, por amostragem não probabilística,
25 imóveis de um total de 761 remidos, sendo cinco imóveis de maior materialidade, dentre
as cinco superintendências regionais de maior representatividade referente à remição de foro.
Os resultados da avaliação encontram-se organizados em achados de auditoria e foram
ordenados segundo a relevância materializando tanto as fragilidades identificadas quanto as
conformidades em relação aos aspectos avaliados, exceto o primeiro achado que contém
informações gerais sobre o objeto da auditoria. Na sequência, constam as recomendações a
serem implementadas pelo gestor federal para o saneamento das falhas identificadas. Por fim,
é apresentada a conclusão geral do trabalho, mediante respostas sucintas às questões de
auditoria que esta avaliação objetivou responder.
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RESULTADOS DOS EXAMES
1. Informações gerais sobre o processo de remição.
Com o objetivo de responder à questão de auditoria nº 1: “A avaliação dos imóveis para
remição de foro foi realizada adequadamente de acordo com a legislação, normas
operacionais e metodologias aplicáveis?”, efetuou-se a avaliação dos procedimentos
efetivados no âmbito do processo de remição de foro, o qual foi considerado apropriado em
linhas gerais, conforme será relatado a seguir.
Com base nas Notas Técnicas elaboradas pelas Superintendências Regionais e aprovadas pelo
Órgão Central, foi constatado que as cinco Regionais da amostra seguiram as etapas do
processo de remição de foro a seguir previstas, definidas pelo Órgão Central da SPU,
constantes do Fluxo Geral, conforme figura 1 do Anexo II:
Os trechos nos municípios selecionados na amostra foram aprovados pela Secretaria da SPU
por intermédio dos seguintes documentos:
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Nota Técnica SEI n° 54882/2021/ME (20311374), vinculada ao processo
SEI 19739.111116/2021-18, imóveis com valor de remição de até R$ 1.000.000,00, localizados
na Av. Atlântica, na cidade do Rio de Janeiro;
Nota Técnica SEI nº 56949/2021/ME (20624448), vinculada ao processo
SEI 19739.145201/2021-71, imóveis localizados em trechos nos municípios de Vitória (ES),
Recife (PE), Florianópolis (SC), Barueri (SP), Santana do Parnaíba (SP) e Santos (SP).
Após a aprovação dos trechos pela SPU, os registros no Siapa, e o encaminhamento via
correspondência postal aos foreiros dos imóveis elegíveis, o processo de remição simplificado
ocorreu via aplicativo SPUApp, ferramenta utilizada para notificação dos foreiros, registro de
interesse por parte deles e demais etapas.
Atualização Cadastral
Quanto à etapa de revisão cadastral dos imóveis elegíveis realizada pelas regionais da
amostra, constatou-se obediência ao fluxo de atualização cadastral, desenhado na Figura 2 do
Anexo II.
Quanto à forma de atualização da PVG dos imóveis elegíveis dos trechos objetos de remição
de foro simplificado, as regionais realizaram a revisão e a atualização da Planta de Valores
conforme orientação da SPU e seguindo a estrutura e o fluxo de atualização da PGV, disposto
nas figuras 3 e 4 do Anexo II.
Diferente das demais regionais que realizaram a atualização da PGV por tratamento científico,
utilizando-se do Método Comparativo Direto de Dados de Mercado (MCDDM), a
Superintendência Regional em Santa Catarina realizou a atualização dos valores da PGV a
partir da definição de um novo valor do terreno paradigma. O procedimento foi realizado
através da combinação do MCDDM e do chamado "Método Involutivo", em consonância com
o que preconiza a NBR 14653 (NBR-14.653-1/2019 e NBR-14.653-2/2011), e a Instrução
Normativa SPU nº 05/2018 (vigente à época).
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nos municípios de Vitória (ES), Recife (PE), Florianópolis (SC), Barueri (SP), Santa do Parnaíba
(SP) e Santos (SP).
O teor desse documento apresenta um sumário executivo, descrevendo as etapas já
realizadas dentro do processo. No que se refere ao Estudo Técnico para Atualização da Planta
de Valores Genéricos dos Imóveis da Etapa 2, faz citação às Notas Técnicas elaboradas pelas
superintendências regionais. Quanto às avaliações realizadas, o único destaque efetuado
refere-se ao prazo máximo de validade das avaliações de doze meses. Não existe qualquer
avaliação, comentário ou ressalva em relação às metodologias aplicadas, dados amostrados,
cálculos e resultados.
A aprovação evidenciada é sumária por meio de despacho eletrônico das diretorias envolvidas
e pela Secretária da Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União (SPU).
A temática foi objeto de questionamento por meio da Solicitação de Auditoria nº 10 e o teor
da manifestação do Órgão Central da SPU, por meio da Coordenação Geral de Avaliação e
Contabilidade (CGCAV), conforme Nota Técnica SEI nº 1355827, corrobora a conclusão da
auditoria de que houve fragilidade no processo de supervisão técnica das avaliações
realizadas.
A referida Nota Técnica informou, em resumo, que:
- não houve nenhuma informação específica ou diferente dos Normativos já apresentados,
tratados no âmbito da área de Avaliação de Imóveis para a realização de trabalho técnico
referente para remição de foro nas localidades prioritariamente constituídas;
- todos os normativos específicos para elaboração de plantas de valores ou qualquer outro
tipo de avaliação (seja avaliação de em massa ou de imóveis individuais) é tratado de forma
mais abrangente pela NBR 14653 e suas partes que é a Norma Brasileira de Referência para
avaliação de Imóveis, que em suas partes 1 e 2 trata especificamente de Avaliação de imóveis
Urbanos;
- todos os normativos estabelecidos pela SPU, mesmo que anteriores à data referência do
processo, assim como a Lei nº. 14.011, de 10.06.2020, e Instrução Normativa SPU/ME nº 67
de 20.09.2022 (mais recente), não estabelecem metodologia diferente da encontrada na NBR
14653 para tratamento de informações sobre Avaliação de Imóveis;
- em virtude da peculiaridade apesentada por todas as Superintendências Regionais da SPU,
não há como se adotar um norteador único para a avaliação dos imóveis;
- compete aos avaliadores das Unidades Regionais a adoção de melhores práticas para análise
de viabilidade das metodologias empregadas, de acordo com a dificuldade ou complexidade
dos trabalhos encontrados;
- a SPU, por meio de sua Coordenação Geral de Contabilidade e Avaliação, apresenta, em
todos os eventos (seminários, workshops e congressos), soluções para trabalhos com o
assunto Planta de Valores Genéricas, com a apresentação de estudos de caso, teses e
trabalhos elaborados pelos servidores da SPU para todas as Unidades da Federação.
Em suma, a unidade registrou que a avaliação dos imóveis (PVG, FCT e outros) deve seguir os
normativos, manuais e orientações expedidos pela SPU e gerais (NBR), seja para processo de
remição de foro ou para outras finalidades (taxa de ocupação, por exemplo) e que a escolha
da metodologia de avaliação depende do julgamento do avaliador diante do caso concreto.
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A manifestação ainda descreve a avaliação sobre as metodologias empregadas no âmbito das
superintendências; no entanto, foram produzidas a posteriori, em resposta à SA nº 10, e não
na ocasião da aprovação das Notas Técnicas.
A causa da fragilidade apontada deve-se a falta de previsão normativa de etapa de supervisão
sobre as avaliações por instância local, bem como de modelo de supervisão técnica a ser
empregado pela área técnica do Órgão Central da SPU.
Ressalte-se que, no caso de processo de remição de foro, após o pagamento e a emissão do
certificado de remição do imóvel, qualquer incorreção na avaliação do imóvel não pode ser
mais desfeita, situação em que eventual valor a menor apurado não pode ser revertido ou
cobrado do titular do imóvel.
Em contrapartida, em avaliação de imóvel para determinação da taxa de ocupação, por
exemplo, que tem menor materialidade em comparação à remição de foro, eventual
imprecisão poderia ser objeto de correção, cessando prejuízos futuros para a Administração.
Nesse sentido, parece ser plenamente justificável a existência de processo de revisão ante a
materialidade envolvida nos processos de remição e a impossibilidade de reversão ou
cobrança de valores a menor perante o titular do imóvel.
Complementando a resposta à questão de auditoria nº 1, em que pese a adequação
processual relatada no item 1, não existe, na rotina estabelecida pelas regionais ou pelo órgão
central, evidência de etapa de revisão da atualização dos imóveis executada pelos avaliadores.
Essa lacuna na supervisão pode impactar a qualidade e precisão das avaliações, sublinhando
a necessidade de implementar procedimentos efetivos de revisão e controle para assegurar a
integridade e consistência dos processos de avaliação de imóveis.
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remição de foro, sendo que, desses, 1.550 foram notificados pelo aplicativo, conforme Art.
107-E da Portaria Nº 7.890/2021.
Art. 107-E. O foreiro que baixar o aplicativo na forma do art. 107-C será
automaticamente notificado por intermédio de mensagem eletrônica,
disponibilizada pelo aplicativo SPUApp (Anexo XXX), e manifestará ciência do seu
recebimento mediante emissão de aceite em campo específico do aplicativo. (art.
107-D da IN 03/2016)
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estratégia de comunicação com o interessado, garantindo a ciência do processo e ampliando
a participação dos foreiros dos imóveis.
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Respondendo de forma sucinta à questão de auditoria nº 3, há prejuízo quanto a avaliação da
eficácia do processo uma vez que não houve definição de objetivos, metas e indicadores para
o programa de remição de foro.
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6. Baixo percentual de remições realizadas frente ao total de imóveis
elegíveis do programa de remição de foro simplificado.
Ainda como parte dos procedimentos aplicados para responder à questão de auditoria nº 3:
“O processo de remição de foro foi realizado com eficácia pela SPU e superintendências
regionais?”, procurou-se avaliar os resultados alcançados pela remição de foro via SPUApp em
âmbito nacional e regional.
A análise inicial remete para uma comparação entre o potencial do programa de remição de
foro e os resultados alcançados pelo programa, conforme dados do Painel de Remição de
Foro, disponibilizado pela SPU, para os quais foram criadas visualizações pela equipe de
auditoria.
O número total de imóveis enquadrados para realização da remição de foro mediante
procedimento simplificado foi de 14.569, cujo valor total dos imóveis com desconto seria de
R$ 396.851.052,00, conforme Figura 2 a seguir, distribuído pelas UF referenciadas nas Notas
Técnicas.
Figura 2: Potencial da Remição de Foro
Fonte: Gráficos criados pela equipe de auditoria a partir dos dados do Painel SPU.
A soma do valor da remição recebido referente a esses 761 imóveis foi de R$ 13.304.247,25,
que representa, apenas, 3,35% do potencial do programa. Os números de imóveis e a soma
dos valores recebidos por UF estão constam do gráfico a seguir:
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Figura 3: Pagamento da Remição de Foro
Fonte: Gráficos criados pela equipe de auditoria a partir dos dados do Painel SPU.
Os percentuais de valores recebidos com as remições por UF podem ser consultados na Tabela
2 abaixo:
Tabela 2: RIP por Etapa
Soma de Valor Total
Soma de Valor de Remição % Valor Recebido
UF Potencial de Remição com
Recebido (Total) / Valor Total
Desconto
A baixa taxa de imóveis remidos pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo a falta de
metas físico-financeiras e indicadores para o programa, problemas na divulgação do
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programa, modelo de monitoramento insuficiente adotado pelo Órgão Central e as lacunas
de normatização, conforme discutido nos achados 3, 4 e 5.
Completando a análise quanto à questão de auditoria nº 3, constata-se que o programa
obteve baixo percentual de remições realizadas frente ao seu potencial e baixo volume
arrecadatório aos cofres públicos, o que comprometeu a eficácia do processo se for
considerado o potencial existente. Devido ao desconto concedido e o processo simplificado
via aplicativo, esperavam-se melhores resultados, sendo necessários ajustes e melhorias para
diminuir os gargalos, melhorar a comunicação com os foreiros e aumentar o número de
interessados.
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RECOMENDAÇÕES
1. Normatizar e implantar, no fluxo de remição de foro, etapa de revisão local e/ou
Central das metodologias, dos cálculos e dos valores obtidos pela equipe técnica
quando da avaliação dos imóveis (PGV e FCT), tendo em vista a materialidade
envolvida e impossibilidade de recuperação de prejuízos pós emissão de certificado de
emissão de aforamento.
Achado nº 2
Achado nº 3
Achado nº 4
Achado nº 5
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CONCLUSÃO
Do trabalho realizado, pode-se concluir, frente às questões de auditoria propostas:
Questão de auditoria 1 - A avaliação dos imóveis para remição de foro foi realizada
adequadamente de acordo com a legislação, normas operacionais e metodologias aplicáveis?
Como registrado nos achados nº 1 e nº 2, constata-se que o processo de atualização cadastral
e de avaliação dos imóveis para remição de foro foi realizado de forma padronizada, seguindo
os normativos vigentes e as orientações do Órgão Central. No entanto, verificaram-se
fragilidades na supervisão e revisão da metodologia, amostras e dos cálculos efetuados na
atualização da PGV e FCT.
Questão de auditoria 2 - A demanda por processos de remição de foro foi compatível com os
objetivos e metas da SPU?
Como registrado no achado nº 3, a ausência de monitoramento sobre os AR das
correspondências postais encaminhadas aos foreiros informando sobre a remição de foro via
aplicativo SPUApp interferiu negativamente no processo. Entendeu-se que essa informação
poderia servir de insumo para que, junto com os dados disponíveis no Painel de Remição de
Foro, os gestores do programa pudessem decidir quanto à melhor estratégia de comunicação
com os possíveis interessados e elaborar um plano de ação para melhoria dos resultados.
Questão de auditoria 3 - O processo de remição de foro foi realizado com eficácia pela SPU e
superintendências regionais?
Como registrado no achado nº 4, não houve definição de objetivos, metas e indicadores para
o programa de remição de foro via SPUApp, o que prejudicou o acompanhamento, o
direcionamento do programa e os resultados.
Além disso, de acordo com o achado nº 5, apesar de ter sido realizado o acompanhamento
das etapas do programa via Painel de Remição de Foro, foram encontradas oportunidades de
melhoria no seu monitoramento, como a definição de métricas, elaboração de
relatórios/boletins do progresso do programa, entre outros.
Por fim, o achado nº 6 aponta o baixo percentual de remições realizadas frente ao potencial
de imóveis elegíveis, com apenas 5,2% dos imóveis remidos e 3,3% de valor arrecadado.
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ANEXOS
I – MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE AUDITADA E ANÁLISE DA EQUIPE DE
AUDITORIA
Por intermédio do OFÍCIO SEI Nº 152476/2023/MGI, a Secretaria do Patrimônio da União
apresentou manifestação acerca da Recomendação 2 constante do Relatório Preliminar, a
qual relaciona-se ao Achado nº 3 constante do presente relatório. Acerca dos Achados nº 2,
nº 4, nº 5 e nº 6, não foram apresentados esclarecimentos adicionais, permanecendo,
portanto, os entendimentos já relatados.
Achado nº 3
Ausência de monitoramento sobre o percentual de foreiros notificados por AR sobre o
programa de remição de foro simplificado.
III. Com as alterações ocorridas na estrutura dos Ministérios, a partir de janeiro de 2023 a SPU
passou a ser subordinada ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos,
incorrendo em alterações na estratégia de atuação da SPU, que priorizou outras ações em
decorrência da mudança do planejamento estratégico, para alinhamento às novas diretrizes
estabelecidas pelo Governo Federal.
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V. Ressaltamos que a solução disposta na supracitada Recomendação não se aplicaria, nesse
momento, a outros processos correlatos da SPU, considerando que na Grande Emissão os
DARFs são enviados aos responsáveis pelos imóveis para pagamento por meio de
correspondência simples, sem o Aviso de Recebimento - AR, bem como que já existe
sistemática de acompanhamento dos ARs enviados/devolvidos dentro do processo da Grande
Notificação, inclusive com painel de acompanhamento dos débitos notificados por AR.
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II – COMPLEMENTAÇÃO DE DADOS AO ITEM 1
Figura 4: Fluxo Geral da Remição de Foro
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Figura 6: Estrutura de Atualização da PGV
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