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Defi~içã~ J
O folículo é a unidade morfofuncional do ovário, sendo e: Vasos
constituído por um oócito circundado por células somáticas
(células da granulosa e teca is). Ele desempenha duas funções
principais que são Interdependentes: uma endócrina (produ-
ção e liberação de hormônios esteroides e outros peptldios)
e a outra exócrina ou gametogênica. Nesta última função, o Corpo Folículo Ovulação
follculo é um elemento essencial para a manutenção da viabi- lúteo atrésico
lidade oocitária, assegurando o crescimento e a maturação de FIGURA 16.1 Ovário mamífero com suas principais estruturas.
1--f--f lfl píl"'
cresci
. . processo denominado ativa •
·...ord1a1s,
•mento o
.. lt' 1· -
ocitario, mu 1p 1caçao das ce' I
Çao, b
Ula
ção da morfologia dessas cél I s da gr ªtri.1
o s
e1y
nsforma , u as d ªri e
e tra ' b'ica Quando os fohculos apre e " ~1 0,
ara cu · sent "'ªv·1 ••
wsa P or células da granulosa com a ªtn llrri 1'rie~
. undado P • mbos o, '
C1rc e cúbico, eles sao classificados os f~ ~qt"
. entoso com 0 vrrri "
pavimd' , ioS ou de transição.' Em bovinos, ov· folíclll •to,
terme_iaer tro mede 42, ' 41 ' e 40,7 µm,3respectinos e ca" o, i~,
u d1am • 1va "r1n
se , ulos primários estao em fase mais lnerite o,.
os fo 11c , . avan .
. nto e apresentam um ooc1to imat Çada d
envolv1me , ur0 ed
s ruma camada de celulas da gra ceritr I e.
ndado po nulo a e·
cu . , N sse tipo de folículo, as células da gr sa de f ir,
cúbica. e . anulas orl))
• mero e tornam-se mais volumosa 10 a all,,,_1 •
tam em nU • • s. Em ·• en.
. prinos, esses fohculos tem diâmetr bovi
ovinos e ca o de 55 nos
m i respectivamente. ,1,, sii.
49, 8 µ , d• . t . e
·culos secun arios carac erizam-se Pel
Os folI a Pre
, ·to imaturo circundado por duas ou ma· sença d
um ooc1 , is carn e
, d granulosa cúbicas. Nos folículos secu d . ªdas d
celu 1as a n ario e
. ·os mais avançados, observa-se o apareciment d sern es.
t
teca que são recrutadas de precursores teca is
º~ ·
Celulos
da f 1· 1 Present
ovariano." Nesses o 1cu os, uma estrut es no
estrom a . . . ., ura hiai· .
d nominada zona peluc1da, tambem Ja Pod 1n120•
da, e . . . e ser evi
.. . .
. da em cortes h1stolog1cos co rados pelo métod
ão PAS (ácido period1co de Sch 1ff) hematoxilina."
º~e den.
olor•.
ç 1• ·d As Prot ·
nas que formam a zona pe uc1 a começam a ser 1 . . e1-
. s ntet1iad
a partir do início do crescimento dos folículos prirn .. as
., . f 1· 1 ord1a1s
são claramente v1s1ve1s em o 1cu os secundários.n O e
· · t · d" s Peque
nos folículos secun darios _em 1ametr~ de 81,' 73, e 83 ;
em bovinos, ovinos e caprinos, respect1vamente. Ern 6 _µm
, 1 d, . , - ovinos
grandes folicu os secun arios, com varias camadas de . '
. . celulas
da granulosa, po dem me d 1r ate 200 µm de diâmetro.
Folículos antrais
Com a intensa proliferação das células da granulosa , um a area,
preenchida por fluido folicular é identificada na camada gra-
FIGURA 16.2 Características morfológicas de folículos pré-antrais e an-
nulosa e, a partir disso, os folícul os passam a ser classificados
trais. A. Folículo primordial. B. Folículo primário. C. Folículo secundário. como antrais ou terciários. O início da formação de antro em
D. Folículo terciário. A: antro; O: oócito; G: células da granulosa; N: bovinos, ovinos e caprinos é observado quando os folículos
núcleo. ascendem a 250, 14 1192 e 130 µm, 3resp•', tlvamente. Os folícu-
los terciários ainda apresentam um oó, o imaturo, enquanto,
na maioria das espécies, somente o fo i,· Jio pré-ovulatário ou
Os folículos primordiais são os menores folículos encontra-
de De Graaf contém um oócito maturo A Figura 16.2 ilustra
dos no ovário. Em bovinos, ovinos e caprinos, o diâmetro dos
as características morfológicas de folículos pré-antrais e an-
folículos primordiais é de 35,2, 1 35' e 33 µm,3 respectivamente.
trais. O controle do desenvolvimento folicular na fase antral
Os folículos primordiais são os primeiros que se formam no
foi previamente descrito no Capítulo 3, Controle do Estro e da
ovário• e consistem em um oócito imaturo com localização
central, circundado por uma única camada de células da pré- Ovulação em Ruminantes.
granulosa de forma pavimentosa demarcada por uma mem-
brana basal,' que o separa do estrema ovariano.' Os folículos Origem
primordiais estão localizados na região periférica do córtex do
ovário,• constituem o pool de reserva de folículos quiescen- Especialmente em ruminantes a formação dos folículos ova·
. , 1
tes' e compreendem 90% de toda a população folicular do nanos, e consequentemente dos oócitos neles contidos, n
ovário mamífero.• Com o início do crescimento dos folículos eia-se no período pré-natal.' A oogênese e a folfculogênest!
dois P
.
sos simultaneos que precedem f ô
roces . -
ubsequente hberaçao do oócito mat
O en meno
Wtfiffl!-/b·i'
·o ·o e s .
sa vulaça rn humanos e ruminantes, a oogêne
Uro. Par- forma-se o · Est
o tee seeafo. zigoto, que evoluirá ao estágio de blastoclsto, e,
~-fté ,
dª iarrl'len podem ter uma longa duração, alcançand
ticu • ese . ,516 A o até toderma z, composto
, por duas estruturas, ou seja, o tro,ec-
d
10 gen h manos e ovinos. · relação entre . ou tro,oblasto e o botão embrionário, também e-
l·cU J1'l u • •. 0 s Proces-
1 eses e • e e foliculogenese e ilustrada na Figu norrunado
bot· embrioblasto
· ou massa celular interna. A partir do
deºº genes
6f1'1 ra 16.3.
505 ao
0
embrionário, três folhetos serão originados: o ectoder-
ma, mesoderma e o endoderma. Deste último folheto será
énese formado, dentre várias estruturas o saco vitelínico, do qual se-
OOU rocessos que compreende o desenvolvim rão originadas as CGPs, as quais s~ caracterizam por serem mó-
. to de P • . . . ento e
co nJun nc1aça
. •0 das celulas germinat1vas
• . primordiais (CGP) da veis e altamente invasivas.•• Ainda na vida fetal, nas espécies
difere , formação do oooto haploide fecundado A bovina e ovina, as CGPs migram para o mesênquima da crista
a ate a . . . •17 ntes
f.fi'lea no fohculo ovariano, a celula oocitária e· genital e colonizam a gônada indiferenciada.19 Nesse local, as
e incluso . . prece-
deser I ção de dois tipos celulares sucessivos a sab . CGPs Perdem a sua característica móvel e multiplicam-se por
evo u , er. as mitose, Podendo atingir, na espécie bovina, em torno de dois
dida da gônias. As CGPs têm origem extragonadal e •
e as oo , . . sao milhões de células por animal.'° Após um processo marcado
cGPS • durante o penodo embnonario, como expli d
w~
11 Qo Pelo crescimento celular e pela redistribuição de organelas
cons
aseguir. p
. A ós a fecundação do oócito pelo espermatozoid
e, citoplasmáticas, as CGPs, dentro do ovário, reproduzem-se ati-
vamente e diferenciam-se em oogônias. As oogônias sofrerão
tr ·
aco VI e líllCO
Oogênese
(Início)
..... ~ ~ Mitose
~ ~ Mitose
2• retomada da meiose
(N,-u-7M;;:;2:-->A
~Occó-c.-=2=-,;:- "2,;:>'"
T2")1
Fecundação
Oogênese
(Fim) - - -- -~
Zigoto
F
IGURA 11.3 Relação entre oogênese e follculogênese no processo de .ç. forma ão dos oócitos (Oóc.) e folículos. MCI: massa celular interna; cam.:
é-ovulatório; Ml : metáfase 1; A1: anáfase 1; T1 : telófase 1;
e,.,,,." e ·
-_' """1; GP célula germlnatíva primordial: Nu: nuc1eo,· P1 · prótase; PPO. p,co. pr. SPTZ· espermatozoide;
°2 ' Prótase 2; CP; corpúsculo polar: M2: metáfase 2: FPO: 1011cu1os pré-ovulat6nos, ·
· A2: an áfase 2·, T2·• telófase 2·, OHF·•
~haoloide fecundado.
mesoderma, circundam o oócito prim ano ,. o
em prófase 1), formando
. d' . o folículo primo . uA
rd1aI iniatllro
sucessivas mitoses e, posteriormente, sofrerão a primeira divi- dos folículos primor IaIs, as células da , · Pós (~,·
são meiótica (estágio de prófase 1), passando a denominar-se . . f , Pre-g af,
de rnu tIp 11car-se e o o1Icu 1o primordial rano 10 vrl'rl.i.:'
oócitos ou ovócitos. Os oócitos cujos núcleos encontram-se 1
dormência ou quiescência. A prolifera _entra no sa ~I¾ 1
na primeira divisão meiótica são conhecidos como primários
º'
somente quando o folículo primordialç(ao quI_celular e~en°<I
r Or1. '~
ou imaturos. O núcleo oocitário que se encontra na fase de crescer, meses ou anos
, após
. a sua form açao
• escent
1a e) eeto~"'
meiose I passará, sucessivamente, por quase todos os está-
sivarnente pelos estagias de folículos i ' Passa
gios pertencentes à prófase 1 (leptóteno, zigóteno, paquíteno rios e secundários (folículos pré-antra·is)ntermediá ~dos~C\1
et rios
e diplóteno). Porém, o processo meiótico é interrompido (pri-
antral! até alca~çar o estágio de folículo' r' _erciários
0
' Pr11\
meira parada da meiose) no estágio de diplóteno, também nologIa da oogenese e da foliculogênes p e vulató .(folic~1.
denominado dictioteno ou de vesícula germinativa (VG). O ,· b · · , e no p no ,
especIes ovIna • e ovma e mostrada no Quad eríod ºfe·~ cr().
núcleo do oócito permanecerá nesse estágio pelo menos até
A populaçao total de folículos no ova, no. ro 16.l . laln, ·•s
que o animal alcance a puberdade. Durante o período em que
posta por urna grande reserva de foli'cu 1os mamífe
. ro •
o núcleo oocitário se encontrar na fase de prófase I, o oócito,
centes, mas sua quantidade é prog ressiva . Pnniordi aiseCori,
em íntima inter-relação com as células somáticas inclusas no
durante a vida reprodutiva da fêmea 22 , mente r %1e,
compartimento folicular, empreenderá uma intensa fase de 1
crescimento (intermediários, primário s, ·secund
Ja os, falicu1eduijd
0
crescimento, caracterizada por aumento na atividade trans-
apresentam-se em número muito me norem arios , eantsetli
cripcional (síntese de ácido ribonucleico [RNA]), acúmulo de
feros.23 Alguns folículos primordiais 1
-nicIamo
.. ovarias den, tais)
lipídios e absorção ativa e/ou passiva de diferentes nutrientes.
tão logo sejam formados, mas outro s perma seu cres c1n,
. ªttii.
Quando o animal iniciar a puberdade, devido às liberações
tes. por meses ou anos. Na maioria da s especie
, necern qu·leseento
pré-ovulatórias de hormônio luteinizante (LH) algumas horas
ollcular . começa
. . com a transform açao • mo fs, o, cres c1nie e~
antes da ovulação, a meiose será retomada e o núcleo oocitá- f
culos primordraIs;
, nele, O oócito ci·rcundador ologica defointo 1
rio entrará em diacinese. Nesse momento, inicia-se o processo
de rompimento da VG, que é seguida das fases de metáfase 1 da ,de celulas
. da pré-granulosa pa vImentos
. Por urna cani ·
anáfase 1_e telófase 1, momento em que ocorrerá a expulsã~ foliculos intermediários e primári os, nos quais
as os
evolue
oó _rn Paraa.
citas São
d_ o primeiro corpúsculo polar, resultando na formação do oó-
cIto secundário, assim denominado pelo fato de seu núcleo
e_ncontrar-se na segunda divisão meiótica. Essa fase caracte-
' ' 1 ' ' 16.1
QUADRO • Cronologia da oogênese efoliculog"
riza-se por um~ '.ápida e, às vezes, inexistente fase de prófase de
I ' fetos
• t bli' · 1 ,, · f . d .- 1 en
· ~-···M&1;;.;-
complexa envolvendo a participação de diferentes fatores de
itfi'li'il ·
2.396 SI
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FIGURA 16.6 Principais matenais e equipamentos ull
_liZados no isolamento 8 na identificação de folículos ovarianos pré-antrais OOVn)s
FIGURA 16.7 Folículos pré-antrais isolados mecanicamente. A. Folículo primordial. B. Folículo primário. C. Folículo secundário.
enriquecidos com fontes proteicas (soro - fetal calf serum sistema são o colágeno do tipo I e o ágar, apesar de existirem
CS], estrus cow serum [ECS], steer serum [55] ou bovine serum relatos com cultivo em gotas de algi nato utilizando folículo
(~bumin [BSA]), hormõnios (FSH, LH, hormõnio do cresci- pré-a ntrais de murinos, humanos ou primatas não human~s... 1
:ento [GH], hormõnio antimü!leriano (AMHJ, andrógenos e É bem conhecido e relatado em diferentes artigos que existe
17 p-estradiol), peptídios (pept1dio intestinal va soativo [VIP]) uma relação direta entre forma e função celular. A forma da
e diversos fatores de crescimento (ativina, kit ligand, fator de célula é determinada, entre outros fatores, pelos componen-
crescimento queratinocitico [KGFJ, BMP-7, LIF, EGF, FGF, TGFa, tes do ci toesqueleto (acti na, tali na). Substratos à base de com-
TGFP, IGF-1, IGF-2 e GDF-9) em diferentes combinações e con- ponentes da matriz extracelular têm a propriedade de liga r-se
centrações. Independentemente da composição do meio para a proteínas transmembranárias denominadas integrinas, que
o sucesso do cultivo, a osmolaridade e o pH devem situar-se, por sua vez estão unidas aos componentes do citoesqueleto.
respectivamente, entre 280 e 31 O mOsm/f e 7,2 a 7,4. A dura- Agindo dessa maneira, as proteínas da matriz extracelular, atu-
çâo do cultivo pode variar de um a vários dias, de acordo com ando no citoesqueleto indiretamente por meio das integrinas,
a finalidade do experimento. Além do meio de cultivo, outro controla m a fo rm a da célula e, consequentemente, interferem
componente que não afeta propriamente a viabilidade do fo-
em sua função.
lículo, mas a sua habilidade de reagir a diferentes estímulos
(hormônios, peptídios e outros fatores de crescimento), é 0
substrato com o qual o folículo mantém contato. Do ponto de Protocolo de cultivo
vista didático, de acordo com a modo de contato do folículo A título de informação prática, serão apresentados a seguir,
com o substrato, podem-se classificar os sistemas de cultivo em detalhes, os protocolos de ativação de folículos primor-
em bi e tridimensionais, conforme ilustrado na Figura 16.8. No diais e de cultivo de folículos primários e secundários após
sistema bidimensional, o folículo encontra-se sobre o substra- isolamento. Diferentes métodos têm sido desenvolvidos
to. Este pode ser o próprio plástico da placa de cu ltivo recober- para o estudo da ativação de folículos primordiais. Em roe-
to ou não por ágar, por componentes da matriz extracelular dores, a pequena dimensão dos ovários possibilita o cultivo
purificados (colágeno do tipo 1, fibronectina, laminina e matri- do órgão inteiro, o que tem sido bastante útil para o estudo
gel) ou por monocamada de células somáticas (células da gra- da foliculogênese inicial em pequenos mamíferos. Eppig &
nulosa, fibroblastos e outros componen tes do estroma ovaria- O'Brien 67 obtiveram grande sucesso com a ativação de folícu-
no). No sistema tridimensional, o folículo encontra-se no inte- los primordiais in vitro e, a partir disso, esse modelo tem sido
rior do substrato, ou seja, totalmente circundado pelo subs- utilizado por diferentes grupos de pesquisadores. Por outro
trato. Os substratos mais comu mente utilizados nesse tipo de lado, devido às grandes dimensões dos ovários de animais
domésticos de médio e grande portes, não é possível utili-
Exemplos zar esse modelo. Para esses animais, o cultivo de pequenos
i
fragmentos de córtex ovariano, rico em folículos primordiais,
!
1 tem sido realizado para estudar a ativação de folículos pri-
Meiode
l l
Ê BE:J~~.
cultivo mordiais de caprinos,68 bovinos,'·69 primatas não humanos do
velho'º e novo mundo," e de humanos.58 Utilizando-se des-
ses modelos, os autores citados demonstraram que a maioria
dos folículos primordiais, até 80%, é ativada e se desenvolve
para o estágio de folículos primários. O cultivo de pequenos
Foilculo fragmentos de córtex ovariano tem a vantagem de manter
2 3 4 Substrato
A o contato celular e facilitar a perfusão do meio para o tecido
ovariano. 72
Diversos marcadores têm sido utilizados para detectar a
proliferação das células da granulosa durante o CIV. O antí-
geno nuclear de proliferação celular (PCNA) é uma proteína
presente somente em células em multiplicação relacionada
S u b s t r a t o ª Follculo com o início de crescimento folicular. 69 Nesse contexto, com
B auxílio da técnica de imuno-histoquímica, o PCNA tem sido
utilizado com sucesso como marcador da atividade prolifera-
FIGURA 18.8 Sistemas de cultivo de follculos pré-antrais. A. Sistema bi- tiva das células da granulosa de folículos primordiais de bo-
clmenak,na1 - folículo cultivado sobre o substrato. B. Sistema trid1men· vinos, babuínos'º e caprinos68 durante o CIV. Por outro lado,
llonal - follculo cultivado no interior do substrato. 1: suporte plástico
a incorporação de marcadores radioativos (timidina tritiada
lern revestimento; 2: suporte plástico revestido por células: 3: suporte
Plllauco revea1Jdo por matriz; 4: suporte plástico revestido por matriz [H'-timidina]) ou não radioativos (bromodesoxiuridina [BrdU])
COrlf8ndo Células sobre a sua superfície. no DNA de células com atividade proliferativa também tem
·"'- ..... .
. • . 1e à Human
81otécnicas Aplicadas à Reproduçao Anima
varo início do
sido utilizada com bastante êxito para compro . .d. )' e
. .. . (H'-tImI Ina
crescimento de folículos primord1a1s bovinos
felinos (BrdU).57 , . e
, 1 s primanos
De acordo com Figueiredo et al., fo11cu 0
73
. d manipulados
secundários destinados ao CIV são isola os e CS
previamente em M199 HEPES suplementado com 5% de F '
t
antibióticos (200 Ul/m( de penicilina, 200 µg/m f de eS repto-
.. , . lamento folicu lar,
micma) e 0,23 mM de piruvato. Apos o 1so
obtém-se uma suspensão de volume final igual a 20 me
(p~ra
um ovário inteiro). Dessa suspensão, após homogeneizaçao,
são retiradas alíquotas de 2 mf, posteriormente levadas ao
microscópio invertido para localização, seleção e manipula-
ção de FOPAs isolados. Os FOPAs selecionados são aspirados
com micropipetas e colocados, em grupo de quatro a cinco,
em microgotas de 50 µl do meio de isolamento. A utilização
de microgotas faci lita a localização dos folículos, agilizando
sua inserção nas placas de Petri. Em seguida, os folículos são
submetidos a três lavagens em microgotas, para eliminar as
células do estrema ovariano presentes na suspensão. Após a
lavagem, eles são introduzidos no meio de cultivo (cerca de
350 µt) contido no interior das fossas da placa de cultivo. O
meio de cultivo utilizado por nossa equipe é constituído de
a-MEM suplementado com antibióticos (200 UI/ me de penici-
lina, 200 µg/m l de estreptomicina), 10% de FCS e ITS (insulina
- 10 µg/mf , transferrina - 5,5 µg/ ml e selênio - 5 ng/mt). O
cultivo folicular é realizado em estufas contendo 5% de CO,
em ar a 39°C No caso de cultura de duração de 5 dias, o meio
é trocado 24 horas após o início do cultivo e, posteriormente,
a cada 48 horas,
• Análise do crescimento 1
FSH
LH
Promove crescimento esobrevivência folicular, eformação de antro (e, o, s), produção de estradiol (o, s) e
maruraçao meiótlca oocrtária (e, o, s)
Interage com LH eEGF (c), aumenta aexpressão de IGF-RI eLH·R (e) eamaturação ooc1tána (e, o)
Reduz as taxaS de extrusão oocitária (e) ediminui aexpressão de mRNA para BMPR-IA eBMPRII (c)
Esnmula ocrescimento follcular, afomnaçJo de antro, asecreção de estrad~I eamaturação oocitária (o) 225; 181; 192
-
produção.
Interage com o EGF eaumenta asobreviYêncla eocresomento folkular, promove aretomada da meiose ooc1tária
(b) eodesenwlvimentofollcular(c) mas.em concentrações superiores a5ng/ml, induz atresia folicular (e)
GH PromoYeaescimentofcllClllar(e;o) íormaçaodeantro(c)eaumentaastaxasdematuraçãooocitária ,n vrrro (c) 182: 116
lnsulilla nteragecomFSHeeslntUla.o emanténS11asobrevivênciafolicular eaumenta a 124; 118
ffe!IUla 226
oocit6rta (s) e mantém a 227; 228
UF °
Interage com FSH e promove formação de antro (o), maturação oocitária e desenvolvimento de embriões
partenogenéticos (c) 232
BMP-7 Promove crescimento folicular e interage com o FSH para aumentar a formação de antro e a expressão de RNAm 203
para BMP-7 e FSH-R (c)
BMP-1 5 Influencia positivamente a formação de antro. Promove o crescimento folicular e mantém a ultraestrutura (c) 81
b: bovinos; bu: bubalinos; e: caprinos; o: ovinos; s: suínos.
•
ovarianos folicular
Congelação lenta
Folículos
A título de informação, a seguir será apresentado o protoco- isolados
lo de criopreservação de folículos pré-antrais caprinos utili-
zado no Laboratório de Manipulação de Oócitos e Folículos
Equillbrio (20°C/20 min)
Ovarianos Pré-antrais (LAMOFOPA). Os ovários caprinos obti-
dos em abatedouros são transportados até ao laboratório a
20'C (freezer programável)
uma temperatura de 20ºC. No laboratório, eles são divididos
em pequenos fragmentos (3 a Smm) e equilibrados a 20ºCpor 2°C/min t
-7' C (seeding)
um período de 20 minutos em solução crioprotetora compos-
ta por MEM adicionado de 1,5 M de DMSO e 10% de SFB. Ao 0,3°C/min t Curva de
COngelaÇào
•
-33°C
término dos 20 minutos, os fragmentos ovarianos são trans-
feridos para um freezer programável, previamente resfriado a
-196ºC (NL,- período mínimo de 24 h)
20ºC e a uma velocidade de 2ºC/min a -7ºC. O tecido ovariano
é mantido nessa temperatura durante a indução da formação
•
Descongelação (1 min TA I banho-maria 37°C)
de cristais de gelo (seeding). O seeding é realizado manual-
mente, utilizando-se uma pinça pré-resfriada em nitrogénio
Remoção de crioprotetor (3 lavagens em MEM - 5 min)
líquido. Em seguida, a temperatura é reduzida a 0,3ºC/min até
+ •
1
alcançar -33ºC e, então, a temperatura é reduzida a uma velo-
Fragmentos ovarianos Folículos isolados
•
cidade de O, 1SºC/min até chegar a -33ºC. Finalmente, os frag-
mentos ovarianos são removidos do freezer e mergulhados em
Isolamento folicular
nitrogênio líquido a -196ºC.
Para a congelação, os fragmentos ovarianos são rapida-
mente expostos à temperatura ambiente por 1 minuto e de-
pois imersos em banho-maria a 37°C por um período suficien-
•
Folículos isolados
do sucesso obtido com a VSS, esse método fun- caprinos116.1a1 e ovinos,1s2 oócitos oriundos de folículos se-
Apesar • ltando
. na ern sistema aberto, ou seJa, em direto cantata com o cundários cultivados in vitro sofreram maturação, re~u .
,1_º,ogênio líquido ou seu v_apor, o que pode acarretar conta- na produção de embriões após FIV. Entretanto, a maioria ~as
r,J~nação do tecido com pnons, por exemplo. Por tal motivo, pesquisas referentes ao cultivo de folículos pré-antrais in v1tro
''" equipe desenvolveu o Ovarian nssue Cryosystem (OTC), foi realizada em animais de laboratório. Em ratos, relat_<>u-se
nossa s·,ste em uma peça metálica cilíndrica que promove .- f da fecundaçao de
que con . . , . a produção in vitro de embnoes, a par rr . . s-4
. •ficação de teodo ovariano ou fohculos isolados em um oócitos oriundos de folículos pré-antrais cultivados m v1tro.
a v1tri a hermeticamente fechado.17s O protocolo de vitrifica- Em camundongos, o desenvolvimento in vitro de folículos
si~temmbém viabiliza a utilização de passos para a exposição pré-antrals foi descrito por vários autores_si.sl.1u-1as Resultados
~u . '
do ACP, e suces~o ve,': sendo obtido com ~ecido ovariano de espetaculares foram relatados por Eppig & Schroeder,6 que
caprinos11s e ovinos, bem ~o~o c~m follculos secundários obtiveram o nascimento de camundongos a partir de folícu-
isolados ovinos ~ue, após a i~;tnficaçao, foram cultivados in vi- los pré-antrais que cresceram, maturaram e foram fecundados
r,oaté a formaçao de antro. in vitro. No ano seguinte, Carroll et ai. 169 publicaram um artigo
que representou grande marco na biotécnica de MOIFOPA.
Estado atual da biotécnica de manipulação Esses autores obtiveram produtos viáveis a partir do desenvol-
·nvitro de folículos ovarianos pré-antrais
,
....... ··················· · ···· · ············· .... ·········· ············
vimento in vitro de folículos pré-antrais de camundongos que
foram submetidos previamente a procedimentos de congela-
Superada a etapa de desenvolvimento de métodos eficazes ção e descongelação. De modo resumido, a Figura 16.11 mos-
para O resgate de FOPAs a partir dos ovários, o grande desafio tra o estado atual da biotécnica de MOIFOPA em diferentes
dos pesquisadores consiste na criação de sistemas de cultivo animais.
especiais que proporcionem condições adequadas para o de-
senvolvimento ótimo de FOPAs in vitro. Em felinos, Jewgenow Considerações finais e perspectivas
eraf.1' relataram o crescimento de folículos pré-antrais oriun-
dos de ovários de felídeos domésticos (gata) e silvestres (leoa Conforme abordado neste capítulo, a biotécnica de MOIFOPA
e tigresa). Em marsupiais, Butcher & Ullman 11ª mostraram que apresentou um avanço significativo na última década. Folículos
o FSH teve efeito positivo no crescimento in vitro de folículos pré-antrais oriundos de ovários de seres humanos, animais do-
pré-antrais de gambás sul -americanos. Nas espécies humana,sa mésticos, silvestres e de laboratório podem ser isolados e cul -
179
canina,21 e bovina, folículos pré-antrais isolados desenvolve- tivados in vitro em meios especiais que têm possibilitado um
ram-se in vitro até o estágio antral. Já em suínos, 2• bubalinos, 180 aumento da taxa de desenvolvimento folicular in vitro.
Pre.
possível criopreservar com sucesso tecido ovariano ou folícu- . . ·b·1· d . n1ma1 /
cultivados ,n v,tro, poss1 11tan o o crescimento e 'e ou
los isolados utilizando congelação lento ou vitrificação, com . 1 O , . a matura .
dos oócitos ne 1es me usos. s oootos maduros Pod • láo
posterior desenvolvimento folicular in vitro ou nascimento de ._ . era 0 se
cundados, e os embnoes obtidos poderão ter três des . rfe.
progênie viável após o transplante de tecido congelado.
CIVaté os estágios de mórula e blastocisto e poste . tinos:(J)
O rápido avanço da ciência, associado às facilidades ' norTE
do os embriões submetidos ou não à criopreseva . 'sen.
crescentes de trocas de informações entre laboratórios do , . • rçao; (2)
modificados pela tecn1ca de transgenese no está . ser
mundo inteiro, propiciará, no futuro, o desenvolvimento de gio Pron
clear e, posteriormente, submetidos à TE; (3) ser mulr1 . IJ.
sistemas de cultivo que promoverão excelente crescimento . . - . P11Cado
pela tecrnca de clonagem por transferenc1a nuclear O s
folicular com a preservação da viabilidade folicular. Isso pos- . d . d' 'd d . . essao,a
sibilitará, posteriormente, a utilização de oócitos oriundos neira, milhares e in 1v1 uos po enam ser produzidos a .·
, . , . t 'b . d . Partir
da numerosa população de folículos pré-antra is isolados e de um urnco avario, con n uin o, assim, pa ra a mulr1 1. .
. , . P1caçao
desenvolvidos in vitro, em programas de FIV, clonagem e TE, de animais de alto valor zootecrnco e/ou em perigo d .
e ext1n.
contribuindo a longo prazo para a multiplicação de animais ção (ver Figura 16.12).
de alto valor zootécn ico e daqueles em via de extinção. A cur-
to prazo, paralelamente ao estudo de crescimento folicu lar
in vitro, uma alternativa seria criar procedi mentos de isola- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
mento e congelação de folículos pré-antrais in vitro visando
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