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A PRIMEIRA

DEFESA
Ana Martha Moreira

MÓDULO 4 - REMOVER
XENOBIÓTICOS
O que são esses xenobióticos?
São substâncias químicas, a qual um organismo
está exposto no ambiente e que não pertencem
ao metabolismo daquele ser. São substâncias
estrangeiras, estranhas as células e que não
pertencem a nenhuma fase de metabolismo
daquele organismo. Nós temos hoje classificados
pelo FDA, o equivalente a oitenta mil tipos
diferentes de xenobióticos, ou seja, de moléculas
estranhas, que são disponibilizadas e liberadas
para o uso humano.

E qual é o grande problema


desses xenobióticos?
Primeiro como eles não são naturais, eles
tendem a não fazer parte do metabolismo dos
seres vivos. Desse modo, acabam se acumulando
na natureza. Eles entram e contaminam lençóis
freáticos e o solo, além de várias outras áreas do
ambiente e com isso acabamos tendo um efeito
cumulativo e normalmente tóxico relacionado a
ingesta ou ao uso desses tipos de substâncias.
Então o xenobiótico é algo que não é pertencente
ao nosso metabolismo. Eu dividi em algumas
classes para facilitar o entendimento, porque na
verdade tudo que é sintético é um xenobótico. Isso
pode ser observado na própria etimologia da
palavra, que determina algo que é estrangeiro e
relativo a vida, como por exemplo, antibióticos e
medicamentos no geral, além de agrotóxicos,
contaminantes ambientais, aditivos industriais e
outros aditivos encontrados em produtos de
beleza, como cremes e maquiagens, tudo isso se
comporta como xenobiótico.

E por que, que isso é um problema?

Quando o organismo detecta uma substância


dessa, que é potencialmente danosa, nós temos
meios de eliminar isso. Algo que é um processo
chamado de desintoxicação hepática. A gente vai
receber via corrente sanguínea esse xenobiótico e
o fígado vai reconhecer aquilo, iniciando e
transformando logo na fase 1 aquele composto em
algo mais simples. Pois, normalmente esse
complexo, tem a característica de ser amigo da
gordura, ou seja, ser lipofílico, sendo que para ser
excretado ele precisa ser mais hidrófilo e mais
apolar.
Então o fígado pegará essa substância extremamente
lipofílica e vai transformar ela por meio da fase 1, em
algo mais hidrofílico, para ser passível de excreção. Após
isso, ocorre a conjugação, ou fase 2, também por meio do
fígado.

A fase 1 vai pegar esse composto e transformar em algo


intermediário, que é passível de ser conjugado por
enzimas da fase 2. Só após isso, ele vai ser neutralizado,
para ficar de uma forma menos tóxica, sendo captado
pelas enzimas de transporte, a fim de ser eliminado do
nosso corpo, seja via suor, lágrima, xixi ou pela biles, que
leva a eliminação pelas fezes. Então nós temos esses
dois tipos de metabolização.

E por que é importante saber disso?

Porque quando eu sobrecarrego o meu fígado com


muitas coisas estranhas para ele metabolizar, eu estou
sobrecarregando minhas enzimas hepáticas e deixando
de fazer outras reações que são fisiológicas e
extremamente importantes. Então eu mobilizo as
minhas enzimas que para funcionar de forma
satisfatória, na maioria dos casos, necessitam de um
cofator, ou seja, de uma vitamina, ou de um mineral.
Então, a gente vai ter o consumo das nossas vitaminas,
principalmente aquelas relacionadas ao complexo B,
alguns minerais como o zinco e o magnésio, os quais são
importantes para o metabolismo da célula. E tudo isso só
para a eliminação desses compostos.
Logo no início já temos esse efeito. Outra consequência
que temos é que nessas reações teremos um dano do
DNA, podendo haver também um dano da mitocôndria,
pois, para tudo isso eu preciso de energia. Sendo assim, eu
vou gerar compostos reativos de oxigênio e isso gera uma
cascata inflamatória. A mitocôndria é a nossa fornalha
digamos assim, é ela que fornece energia para a célula
funcionar.

Então eu estou sobrecarregando as minhas células para


poder eliminar essas ciosas difíceis e estranhas, de modo
que, eu acabo produzindo muitos compostos reativos e
substâncias oxidantes. Consumindo os meus
antioxidantes naturais, porque eu estou tentando
neutralizar essas reações de oxidação e acabo gerando
inflamação nessas células e também dano no DNA. Por
isso que a gente encontra agrotóxicos relacionados aos
cânceres. Tem um cantor, da dupla, Leandro e Leonardo,
que teve câncer no pulmão, por uso de agrotóxicos em
plantações de tomate. Muitos desses agrotóxicos são
relacionados ao câncer, visto que, causam lesão de DNA,
podendo se relacionar também a infertilidade e danos
para o feto, ainda na barriga da mãe.
O agrotóxico Browm Dap, que é mundialmente utilizado
está associado ao aumento dos números de autismo, por
fazer alteração do metabolismo neurológico. Então por si
só esse contaminantes tem uma ação no nosso corpo de
inflamação.

Mas essas ações de inflamação também acontecem no


nosso intestino, por meio de lesão da mucosa, da barreira
de guarda do nosso intestino. Essa lesão ocorre porque eu
aumento o meu processo inflamatório, através da
oxidação e devido ao consumo dos fatores antioxidantes,
gerando desorganização desse DNA e da microbiota
intestinal.

Esses xenobióticos irão lesionar o intestino por


meio de três mecanismos: Redução do muco
protetor, inflamação dentro da célula e
desorganização desse DNA, além de alteração da
microbiota intestinal.

Alterando o processo natural desses três


mecanismos que são importantíssimos.

E dentro dessas classes de xenobióticos a gente vai ter


algumas ações muito peculiares, de modo que, não
podemos colocar todos no mesmo mecanismo de ação.
Por isso, dividimos em: Categorias dos medicamentos, dos
remédios que utilizamos no nosso dia a dia, também
pertencendo os compostos químicos presentes nos
produtos alimentícios, como os plásticos, que embalam
muitos alimentos.
E já existem estudos que mostram a contaminação da
comida dentro da embalagem, algo que é terrível, mas
universalmente presente na vida moderna. Outro ponto
importante é o dos compostos presentes em produtos
de limpeza e beleza, como o creme que passamos na
pele e perfumes. Tudo isso possui parabenos e outros
compostos que agem como xenobióticos. Além do
agrotóxico, como eu já comentei com vocês.

Vou falar agora sobre os medicamentos. Não é que nós


vamos parar de usar todo tipo de medicamento, isso
não é possível! É inconcebível vivermos em uma bolha
que não tenha presença de algum xenobiótico, nós
vivemos no século vinte e um, em um mundo que
praticamente todos possuem contato com o plástico
desde o nascimento até a morte. É impossível nós
vivermos em uma bolha que seja atóxica. Por isso, já
devemos partir do princípio que irá haver uma certa
toxicidade na nossa vida e aqui não é para a gente se
desesperar e se mudar para um sítio e viver de
agricultura orgânica familiar. Nem todo mundo tem
condições de fazer isso, na verdade grande parte das
pessoas tem um estilo de vida, que as fazem morar na
cidade.
Então eu não quero sobrecarregar vocês com coisas
que sejam impossíveis de serem feitas. O que eu
quero dizer é, para focarmos onde nos podermos
reduzir a nossa carga tóxica, aí vai se concentrar o
nosso esforço, ou seja, na presença desnecessária
desses tóxicos, que não vão nem acrescentar nada
na nossa qualidade de vida, nem a nossa rotina. É a
isso que eu quero me atentar, é sobre isso que eu
quero alertar.

Nem todos os tóxicos presentes no nosso dia a dia


são necessários para a nossa rotina, é pura
comodidade, então conseguimos fazer algumas
substituições e é isso que eu quero que vocês
percebam. Foquem naquilo que você e sua família
estão mais expostos e procure reduzir essa
exposição. Eu quero deixar isso bem claro, não
estou querendo que vocês fiquem sobrecarregados
achando que: “Já que está presente em tudo, eu não
vou fazer nada. Não!”

Anote e observe onde está sendo a maior exposição


e com isso tenha hábitos ou condutas que diminuam
esse fator. Não precisa ser tudo de uma vez, você
vai ouvir uma coisa aqui e vai fazer uma pesquisa,
vai olhar onde você consegue diminuir isso. Se
vocês dedicarem todo dia de cinco a dez minutos
focando em como melhorar, você já consegue obter
bons resultados, sem grandes modificações na
rotina diária.
Voltando ao assunto dos medicamentos, que talvez
sejam a classe mais difícil de contornar, porque
muitas vezes é impossível que vocês abandonem os
seus medicamentos e isso não é o que eu quero. Não
quero que vocês abandonem os tratamentos
convencionais, não é isso! Muitas vezes alguns
medicamentos são necessários, como em casos de
pacientes que precisam fazer alguma remissão de
doença autoimune, que esteja usando corticoide. Você
não vai largar esse corticoide pelo amor de Deus! O
corticoide é um medicamento associado a piora do
trato digestivo, entretanto, em muitos casos é
extremamente necessário. Porém, existem muitos
medicamentos a que somos expostos no dia a dia e
para realizar tratamentos que poderiam ser feitos de
outras condutas.

Quais são esses medicamentos, que poderiam ser


evitados?

Os antibióticos, os anti-inflamatórios, tanto os


esteroides, como os corticoides e os inflamatórios
não esteroides, como a Nimesulida e o Dicofenato.
Correspondendo principalmente a remédios que
normalmente a gente está usando para as dores nas
costas e as dores na cabeça. Além de
anticoncepcional oral, que hoje as meninas usam
desde a menarca e ficam anos usando isso e os
famosos antiácidos, que são terríveis e com muita
pouca indicação de uso.
Focando nos antibióticos, se houver uma
infecção bacteriana é claro que você vai
tratar com antibiótico. A questão é o exagero
do uso desse antibiótico. Essa venda
descontrolada que nós temos no brasil, onde
com quadros virais, as pessoas se
acostumam a usar antibiótico possibilita a
geração um ciclo vicioso. Porque esse
antibiótico vai matar as boas bactérias
intestinais e quanto menos bactérias boas a
gente tiver no intestino, maiores são as
chances da minha imunidade baixar e eu
necessitar de um novo ciclo de antibiótico.
Dessa maneira, eu tomo mais antibiótico,
mato mais as minhas bactérias intestinais e
aí eu acabo novamente diminuindo a minha
imunidade e necessitando de mais remédio,
levando a esse clico vicioso.

Antibiótico precisa ser usado em alguns


casos e é totalmente necessário, isso é óbvio,
o que deve ser evitado é o uso desnecessário
e descontrolado. Além disso, existem
maneiras de abordagem para diminuir o
estrago feito pelos antibióticos, como por
exemplo, o uso de probióticos. Mas, como a
gente faz isso?
Você vai usar o antibiótico por algum motivo qualquer,
digamos que você tenha um abscesso e por causa disso
precise realizar o uso de medicamento. Compre um
probiótico de farmácia mesmo, existem vários tipos, mas
qualquer uma das opções pode suprir essa necessidade.
Porém, especialmente nesse caso, como estamos fazendo
um apelo profilático, pode ser o flora, pode ser o probiatop,
o 20bi, além de tantos outros. Hoje nós temos na nossa
farmácia, ou seja, na farmácia comum muita variedade, não
precisa nem mandar manipular, nós já tempos algumas
opções boas de probióticos que são de fácil distribuição.

Então você vai fazer o uso do antibiótico por uma semana,


em um caso hipotético, mas isso você adequa de acordo
com a sua dose. Sendo assim, você vai comprar junto com o
seu antibiótico, o seu probiótico e se for tomar o seu
remédio duas vezes ao dia, conforme a prescrição médica,
tome também uma hora antes de cada dose, o probiótico.

Vamos supor que você está fazendo um tratamento para


infecção urinária, tomando remédio uma vez ao dia, durante
cinco dias. Nesse cenário, uma hora antes do seu
antibiótico, você vai tomar o seu probiótico e vai manter
isso por mais uma ou duas semanas após o término do uso
do medicamento para a infecção. Essa é a forma que nós
usamos para minimizar os efeitos do antibiótico, não é o
ideal, pois, o ideal seria não tomar. Mas nesse caso, se
você tem de fato, uma infecção bacteriana é obrigatório o
uso do antibiótico. Agora naquelas indicações virais,
aquelas pessoas que já tem antibiótico em casa e após um
espirro já começa a tomar, aí não! Evitem automedicação de
antibiótico. Só vai fazer mal e acabar com a sua imunidade,
acabando com as boas bactérias do seu intestino.
E se for necessário utilizar o antibiótico,
faça uso dos probióticos durante o tempo
de tratamento recomendando pelo seu
médico e uma semana pós encerrar. Se o
antibiótico for duas vezes por dia, durante
uma semana, você vai usar duas vezes por
dia o seu probiótico, uma hora antes da
dose do antibiótico, após esses primeiros
sete dias, você mantém uma vez ao dia, por
mais sete dias, tomando os probióticos.

E se for três vezes ao dia, durante cinco


dias? Cada vez que você for tomar o
antibiótico, uma hora antes, tome o
probiótico, ou seja, tome três vezes ao dia
nos primeiros cinco dias e continue
tomando por mais sete dias, uma vez ao
dia, após acabar o antibiótico.
Agora partindo para os anti-inflamatórios não
esteroides, eu digo para evitarem usar, por
uma razão óbvia, o uso inadequado e
prolongando de anti-inflamatório está
associado a lesões gástricas intensas. Hoje
inclusive a maior causa de úlceras gástricas é
infecção por H pylori e o uso inadequado de
anti-inflamatórios. As pessoas sentem dor e
não procuram a causa da dor. Por exemplo,
andam olhando para o celular o dia inteiro e
por isso ficam com dores nas costas e ao invés
de fazerem uma fisioterapia, uma osteopata,
acupuntura, crochetagem, ou alguma das
tantas outras soluções, tomam remédios
fortes. Existem hoje “n” técnicas de solução
para a dor, vocês não precisam ser reféns
do uso crônico de anti-inflamatório,
existem vários tratamentos não
medicamentosos que podem ajudar nos
mais variados casos. Existem também
recursos terapêuticos que são analgésicos e
não dependem de anti inflamatório. Quantas
pessoas tomaram muito anti-inflamatório por
enxaquecas, mas nunca pesquisaram
intolerâncias alimentares que podem estar
causando isso. Então assim: Procurem as
causas da sua dor!
“Ah mas a minha dor do joelho é crônica” Tá,
tudo bem a sua dor pode ser crônica, mas a
solução não será o abuso de anti-inflamatórios,
que só vão te adoecer, você precisa reabilitar o
seu joelho, seja por meio de fisioterapia,
fortalecimento muscular ou outras terapias
alternativas. Existem “N” alternativas que são
eficazes no tratamento e na reabilitação. Hoje
você usar a desculpa de que tem uma dor
crônica, para ser usuário crônico de anti-
inflamatório não cola mais, porque a gente
já tem tecnologia para poder tratar essa
dores, sem o uso de medicamentos, desde
que, você procure ajuda adequada para
isso, ajuda profissional. Procurar um
fisioterapeuta, um osteopata, um fonoaudiólogo
são precisos, você precisa sair da ideia de que, o
remédio cura tudo, esse é o movimento interno.
A gente tem que entender que o
medicamento é uma substância química,
que não é nossa e que ao te dar uma ação
terapêutica, cobra uma reação, ou seja, há
um efeito colateral, algo presente em todos
os medicamentos. Não é que você tenha que
se privar totalmente dos medicamentos, é que
existem outras alternativas além da pílula,
procurem, leiam, vão atrás de reabilitação, mais
do que só medicação.
Continuando então sobre os medicamentos, agora eu vou
falar sobre o corticoide. É claro que, se você tem uma
doença autoimune e está em fase de remissão, você
precisa fazer o uso crônico, você precisa fazer utilizar! É
diferente por exemplo, do abuso do corticoide em
quadros alérgicos que poderiam ficar sem. O nariz escorre
um pouquinho e a pessoa já toma corticoide, esse
remédio altera a microbiota, diminui a produção de
muco gástrico e intestinal, ele aumenta a chance de
aumentar essa permeabilidade intestinal. Então
quando você faz isso, acaba alterando a sua
resposta imunológica e favorecendo o aparecimento
de outras reações alérgicas, ou então algumas
infecções oportunistas. É comum quando você faz o
uso do corticoide, ocorrer uma alteração importante
dessa microbiota, gerando uma alteração importante
dessas respostas imunológicas, uma alteração importante,
até mesmo do seu metabolismo da glicose, da glicemia e
com isso favorecendo o aparecimento de infecções, como
as infecções fúngicas. Como no caso de mulheres que
fazem o uso de corticoide, e adquirem candidíase de
repetição, que nada mais é do que uma disbiose.
É diferente você fazer o uso por estar em um protocolo
de imunoterapia, do que, fazer uso por reações alérgicas
que poderiam ser manejadas de outras formas e até
mesmo descobrir como melhorar esses seu sistema
imune, o seu tônus da imunidade, para evitar essas
crises recorrentes de alergia. O uso do corticoide no
longo prazo vai favorecer esse ciclo vicioso da
alergia, por causa dessa diminuição do tônus da
imunidade.

Em seguida há o anticoncepcional e eu não tenho


nem o que falar, simplesmente não usem! Existem
muitos outros métodos e alternativas ao uso do
anticoncepcional oral. Para mim não há um universo que
há necessidade de você tomar o anticoncepcional oral,
seja para a anticoncepção, ou, para tratar alguma
doença. Se o intuito é a anticoncepção, converse com o
seu ginecologista sobre os métodos possíveis, como por
exemplo o DIU, ou o uso combinado do método de
billings com a camisinha. Mas para a anticoncepção, não
existe uma lógica que prescreva o anticoncepcional oral.
Se você me perguntar hoje qual é o pior inimigo da
saúde intestinal entre as mulheres é o anticoncepcional,
a gente pega mulheres jovens que tomaram durante 10
ou 15 anos e o intestino nunca funcional direito, é
sempre constipado. E eu te falo: Não vai funcionar
enquanto não retirar o anticoncepcional da
jogada.
“Ah, mas eu tenho endometriose”

O anticoncepcional não trata a endometriose, nem


ovários policísticos, ele atua apenas nos sintomas.
Então converse com o ginecologista de vocês e
procurem outras alternativas e se há mesmo a
necessidade de algum bloqueio hormonal. Existem
outras maneiras, como o DIU e mesmo que não seja
o ideal, é melhor que o anticoncepcional oral. Não
tomem!

Mudem o método de anticoncepção,


saiam desse ciclo altamente
prejudicial, não só na questão
intestinal como também na nossa
própria produção hormonal.
Partindo para os antiácidos, podemos observar que, eles estão
na categoria de medicamentos mais vendidos nos Estados
Unidos e no Brasil, sendo comprados sem receita médica. Em
alguns casos pegamos pessoas que tomam esses compostos
há vinte anos e nem sabem porque estão usando mais esse
antiácido. Acontece que esse antiácido simplesmente tira
um dos principais sinalizadores da digestão que é o ácido
clorídrico, sem ele no estomago nós não digerimos, aí
entra a grande questão porque, usar antiácido?

Antes de você parar de tomar o seu remédio, se você toma ele


a mais de três meses, não pare por conta própria. É preciso
um desmame, dessa medicação, não pare! Para quem toma
por conta própria, não tirem esse remédio de uma só vez,
quanto mais tempo você passou usando, mais complicado
pode ser o desmame, então é necessário uma ajuda de um
nutricionista ou de um gastroenterologista, que trabalhe com
essa linha funcional para poder programar esse desmame
progressivo do antiácido.

Quando a gente usa o antiácido, existem indicações que são


excelentes, pois, os antiácidos salvam vidas. Antigamente as
pessoas morriam de úlceras perfuradas e hoje isso não ocorre
mais, devido aos antiácidos. Então, esse medicamento salva
vidas quando bem indicado, como para tratamento de
úlceras e erosões, só que esse tratamento não é eterno,
tem que haver uma programação terapêutica, para fazer a
reparação do tecido e fazer o desmame do antiácido.

O seu uso prolongado diminui a produção do muco protetor e


favorece o aparecimento da gastrite erosiva. Olha que
paradoxo, ele é usado para o tratamento da gastrite erosiva,
porém, o abuso desse medicamento no longo prazo pode
gerar a gastrite erosiva.
Existem suas indicações, como para as pessoas que
utilizam de maneira crônica, ou como por exemplo
pessoas que possuem doenças reumatológicas, que
precisam desses medicamentos. Pessoas na UTI,
internadas em estado grave, utilizam esse ácido para
prevenir complicações mais graves, porém, tudo isso
representa uma população muito pequena, a grande
maioria das pessoas usam por uso crônico, porque
tem dores abdominais, desconforto abdominal e
queixas de digestão, fazendo o uso em excesso desse
tipo de medicamento.

Para essas queixas, como a de dores abdominais, o


tratamento é a remoção, é a dieta. É muito comum por
exemplo, pessoas que apresentam sintomas
combatíveis, como a doença do refluxo, que tem como o
tratamento de primeira linha a mudança do estilo de
vida, a perda de peso, a retirada de alguns alimentos
que são irritantes, como o álcool, o tabagismo e o
consumo de ultra processados, não realizem nada disso.
Ao invés de haver toda essa mudança no estilo
alimentar, a mudança na maneira que você mastiga o
alimento, a forma como você deita após a comida, é
mais fácil fazer a prescrição de um antiácido que vai
anestesiar e tirar o sintoma. O problema é que o
antiácido não trata esse refluxo, ele só tira o
desconforto e a dor, o refluxo continua havendo, mas
por estar refluindo em um não ácido, ele diminui a
sensação de desconforto e aí as pessoas acham que
estão tratando, quando na verdade não estão piorando
a própria situação.
Para quem já usa antiácido no longo prazo, é
fundamental o desmame desse medicamento, você
não vai conseguir uma melhora substancial dos seus
sintomas gástricos e intestinais se a gente não
remover o uso inadequado desses remédios.

E todas essas medicações eu me refiro ao uso


inadequado, algo que é diferente do uso com indicação.
Se tem indicação tem que toma! E se a indicação não
está bem clara, converse com o médico, vocês
precisam conversar: “Doutor, esse medicamento é
necessário? Existe alguma alternativa? Qual é o plano
de tratamento e durante quanto tempo eu vou utilizar?
Como vai ser o desmame? E como eu posso amenizar
os efeitos colaterais?”

Vocês têm que se comunicar com aqueles que estão


cuidando de vocês, é a saúde de vocês, é
imprescindível perguntar e tirar todas as dúvidas e
isso é totalmente diferente de você se rebelar e dizer
que não irá tomar. É preciso se questionar: Como fazer
isso de uma forma menos danosa? O antiácido não
deve ser utilizado para tratamento de refluxo sem
complicação, pois, existem várias outras soluções. A
não ser que seja nesse caso de haver complicações,
como quando há o estreitamento do esôfago, erosões
muito grandes ou presença de uma condição chamada
esôfago de Barret. Na presença dessas alterações pode
ser que haja necessidade do uso por algum tempo do
antiácido, entretanto, na grande maioria dos pacientes
com sintomas de refluxo, eles só estão tirando os
sintomas e não tratando a causa.
Nós já conversamos sobre os xenobióticos, que se
caracterizam como essas coisas que estão externas
a nós, não são comuns ao nosso metabolismo e que
são altamente danosas ao nosso trato digestivo.
Portanto, para ter uma saúde digestiva adequada é
necessário um manejo desses fatores, que estão
inflamando e alterando o nosso funcionamento
intestinal. Dentro desses xenobióticos nós
começamos a falar sobre os medicamentos, que
tem como principais categorias: Os antibióticos, os
anti-inflamatórios, os corticoides, anticoncepcional
e os antiácidos. É preciso haver um manejo desses
medicamentos de maneira racional, evitando o uso
sem indicação e trocando a prescrição, se possível,
como no caso do anticoncepcional. No caso dos
anti-inflamatórios e antiácidos, estes possuem
indicações muito específicas e se destinam a uma
pequena parcela da população. O antibiótico só deve
ser utilizado quando necessário, sendo associado
aos probióticos.
Eu quero deixar uma coisa agora bem claro, porque eu
vou iniciar essa parte do conteúdo, com os
contaminantes ambientais. Primeiro eu não quero
deixar vocês de cabelo em pé, porque nos sim
vivemos em um mundo tóxico e não tem como
recuperar isso, nossos lençóis freáticos, estão
contaminando com agrotóxicos, o ar que a gente
respira encontra-se com poluentes ambientais que
também são xenofóbicos e podem adentrar no nosso
organismo.

Mas o intuito disso não é alarmar, ou soar como


fatalista, nada disso! Até porque como eu expliquei
no começo, nosso corpo tem mecanismos
fisiológicos para eliminar grande parte desses
xenobióticos. O problema acontece quando há um
acúmulo, sobrecarregando o sistema de
desintoxicação e gerando danos no DNA das células,
roubando grande parte das vitaminas e minerais
para poder equilibrar a situação.
Então o problema é quando há um
excesso. O que podemos fazer
então?
É preciso reconhecer na nossa família, no nosso dia a dia,
onde estamos sendo mais expostos e fazer uma redução
dessa exposição. O propósito desse texto é alertar para
tentarmos reduzir a exposição, visando uma melhor
qualidade de vida, uma melhora do nosso processo de
desintoxicação hepática, melhor aproveitamento das
nossas enzimas e minerais, uma diminuição dos danos
celulares, uma redução do dano a nossa microbiota
intestinal e melhora do nosso sistema imune e
neurológico.

Então existem grandes benefícios se nós reduzirmos a


nossa exposição a esses tóxicos, a esses elementos
químicos que não pertencem ao nosso metabolismo.
Antes de continuar eu não quero soar alarmista, não é
essa a intenção, a intenção é mostrar para vocês que,
existem coisas no nosso ambiente que prejudicam o
nosso intestino e que muitas vezes a gente não se dá
conta disso. Então se você tirar cinco minutos por dia
para estudar um pouco sobre cada um desses que eu vou
citar e ver onde você pode reduzir a exposição, para
poder melhorar o seu ambiente familiar e para poder
melhorar a sua saúde, isso já será excelente. Cada
redução da exposição da sua saúde a esses xenobióticos,
já vai ser benéfica.
COMECE SEMPRE
LISTANDO ONDE VOCÊ
ESTÁ MAIS EXPOSTO E
PROCURE ALTERNATIVAS
PARA DIMINUIR ESSA
EXPOSIÇÃO,
ALTERNATIVAS QUE
SEJAM VIÁVEIS! NÃO É
QUE TEMOS QUE VIVER
EM UMA BOLHA, EM UM
SÍTIO ORGÂNICO, NÃO É
NADA DISSO!
Os contaminantes ambientais que atuam como esses
xenobióticos e que na maioria das vezes são disruptores
endócrinos, acabam com os nossos hormônios e com a
nossa microbiota intestinal.

Vamos iniciar com uma lista que realizei, mas lembrando


que o ideal é você fazer uma análise do seu ambiente
familiar, dos seus hábitos de consumo e ver que mudanças
vão requerer menor gasto seu, menor energia sua e maior
resultado, geralmente isso ocorre na área em que estamos
mais expostos. Por exemplo, meus filhos comem cuscuz
praticamente todos os dias e a minha cuscuzeira é de
alumínio, o qual é um metal pesado, então porque nos
expormos? Já sabemos que o alumínio tem uma ação
disruptiva do sistema endócrino e se existe outra
possibilidade porque não mudar?

Pensando nisso eu mudei a cuscuzeira para uma de inox,


também comprei uma frigideira boa e uma ou duas
caçarolas de inox, ou seja, eu não troquei meu jogo de
panelas inteiro, ainda possuo panelas de alumínio e teflon,
que é outro xenobiótico. Mas noventa por cento das minhas
comidas são feitas nessas novas panelas, inox, que é um
material que não passa resíduos para a comida. As piores
panelas são aquelas feitas de alumínio e claro você tem que
tomar cuidado om o teflon, as pessoas dizem que apenas se
o teflon for riscado ele eliminará resíduos, porém, não é
todo o risco que é visível, as vezes são pequenos risquinhos
e eles ficam ali, soltando fragmentos que vão para a comida
e a gente acaba ingerindo, por isso, se possível, troque!
Tenha uma boa panela, uma boa caçarola, não é preciso ter
o jogo completo.
Existem “N” opções, como as de cerâmica, de aço
cirúrgico, e as de vidro. Tenham uma, duas, três peças
que serão fundamentais e evite alguns materiais como
plástico e o alumínio,

Nunca aqueça sua comida, ou coloque comida quente em


recipientes de plástico, tenha outras opções. Porque nos
casos citados anteriormente fazem com que, os resíduos
acabem indo para o nosso organismo por meio do
alimento.

O plástico é outra coisa que é presente em praticamente


100% da nossa vida, tentem evitar comer coisas que
veem em embalagens de plástico, a gente já sabe que
ocorre a transferência desses plásticos para a comida
que está embalada. Na impossibilidade, porque sabemos
que nem sempre é possível, tudo bem! Mas dê
preferência para alimentos de açougue e feira, a
natureza já te concede a casca ideal, aproveite isso!
Evite essas contaminações, isso já gerará uma diferença,
são pequenas adições que já mudam um pouco do nosso
cenário. Outra coisa também, por exemplo, é o brinquedo
de criança, que vai muito a boca, evite que este seja de
plástico!
Maquiagem, produtos de cuidados com a pele,
cabelo e unha além de produtos da higiene
feminina, devem ser usados com cuidado. Eu por
exemplo, evito fazer a unha, pois, os esmaltes
possuem muitos compostos químicos que
podem ser danosos ao corpo. Como formaldeído
e os ftalados, eles ficam presentes nos esmaltes
em uma concentração dez vezes maior do que é
recomendado após a gente pintar a unha. Sem
contar que as vezes você leva a boca e acaba
deglutindo pequenos fragmentos daquele
esmalte. Existem opções no mercado, que são
hipoalérgicas e possuem menor quantidade
desses produtos tão agressivos. Então se for
para pintar a unha, que seja com esses produtos
que são hipoalergênicos, são escolhas que você
pode fazer! Compre uma ou duas cores, faça e
quando acabar compre outro. A gente precisa
aprender também a dar uma reduzida, tenha
poucos bons e vá comprando, conforme for
acabando. Evite o esmalte comum!
Produtos de beleza, como a maquiagem são
super contaminados com metais pesados para
adquirir por exemplo uma cor brilhosa, ou
maior possibilidade de fixação. Tome cuidado,
principalmente com os contra tipos, como por
exemplo, alguns produtos que vem da China, nos
quais não há uma fiscalização intensa, diferentes
de marcas consagradas, em que, há a
necessidade da formalização. Tenha um jogo de
sombra, um batom e um blush de boas marcas,
evite comprar produtos que não se sabe a
origem! Pois, pode haver contaminação e muita
falsificação.

Inclusive foi realizada uma pesquisa com alguns


produtos que veem da China e foi comprovada a
existência de inúmeros compostos danosos ao
corpo e em alguns casos, existia até mesmo a
presença de coliformes fecais, ou seja, as pessoas
estavam passando no rosto resíduos de coco.

Isso faz a gente pensar, existem muitas pessoas


que pegam conjuntivite bacteriana quando usam
esses produtos, além de várias outras doenças.
Evite comprar esses produtos que não possuem
tanta fiscalização, dê preferência a marcas
reconhecidas e às empresas veganas, que não
possuem petróleo e parabenos em sua
composição. Sua pele agradece!
Use perfume sempre na sua roupa e não na pele, evite as
fragrâncias sintéticas, a gente não consegue saber o que
há ali, em alguns casos você pode até mesmo realizar o
seu próprio perfume com óleos essenciais. Existem
milhares de cursos de saboaria artesanal, mas você pode
comprar de pessoas que possuem esses negócios,
visando minimizar esse impacto. O mesmo vale para os
produtos de limpeza e outros produtos de cuidado com a
pele e cabelo. Atualmente existem muitas opções no
mercado! Utilize óleos de coco, de rosa mosqueta ou de
jojoba, use, experimente novas possibilidades, o
mercado hoje é extremamente diverso!

Muitas vezes estamos utilizando algo que nos faz mal,


porque não nos demos ao trabalho de pesquisar ou
experimentar algo diferente. A nossa pele também é um
meio de absorção e isso tem tudo a ver com o nosso
intestino, tudo que é absorvido pela pele, acaba atuando
também como disruptor endócrino e quando você mexe
com os níveis de estrogênio, progesterona e de outros
hormônios, vai ter alteração da sua microbiota intestinal.
A pergunta não é como isso vai alterar a microbiota, é
existe alguma coisa que não altera a microbiota? Se
existe, eu ainda não conheço.

Então com relação a esses aditivos, essa carga tóxico


ambiental em que a gente vive, com excesso de produtos
à base de petróleo e óleos minerais que são artificias e
não existem na natureza, procure ver onde você está
consumindo mais e reduza nisso e aí você vai poupar o
seu sistema de desintoxicação para aquilo que
realmente importa.
A comida orgânica ainda não é uma realidade, eu
poderia falar para vocês: “Faça um esforço, vá para as
feiras ecológicas!”. Mas isso na grande parte das
vezes, não é uma realidade, se você tem essa
possibilidade de ir em feiras ecológicas, aproveite, é
um mundo perfeito! Mas no mundo real, em que nós
vivemos, tente ir na lista dos dez legumes e verduras
que mais possuem agrotóxicos e fuga desses dez
mais contaminados, essas listas estarão no material
de apoio. Tente priorizar e se for comprar algo
orgânico, escolha algum desses dez mais
contaminados. E dê preferência a consumir o produto
da estação, pois, o que é da estação, possui menor
exposição a agrotóxicos. Se puder consumir tudo
orgânico, consuma!

Se não conseguir não tem problema! Evite o que é


mais contaminado e dê prioridade a frutas, verduras
e legumes da época, só nisso você já reduz sua
exposição grandemente aos agrotóxicos, que são
um dos grandes xenobióticos, que causam alguns
maus terríveis.
A próxima parte é sobre alimentos inflamatórios,
dizendo respeito sobre o que remover, ou seja, o
que retirar, que gera a quebra a fisiologia normal
do trato digestivo, que inflama e que
sobrecarrega o mesmo. Removendo o excesso de
bactérias, parasitas e fungos.

E esse passo apesar de básico, é o principal, é o


fundamental, não tem como falar de saúde real
e verdadeira do trato digestivo se a gente não
tiver removendo aquilo que está inflamando.
Não levar a sério esse estágio da remoção irá
atrasar o período que você levaria para fazer a
sua recuperação intestinal e as vezes vai fazer
alguns sintomas permanecerem. É muito mais
fácil a gente ver pessoas errando nesse estágio
de remover, porque não levam a sério, como por
exemplo, no caso de não guardar comida quente
em coisas de plástico, ou de tomar o cafezinho no
copo de plástico, algo que acaba muitas vezes
alterando a relação da nossa microbiota.

E com a microbiota alterada é impossível


a gente ter uma boa saúde intestinal.
Então levem a sério esse módulo!

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