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Fundamentos da óptica geométrica


M.Sc. Prof. Thomaz Lopes
June 9, 2021

Nosso entendimento da Natureza pertence ao


mundo.

Luz: uma forma de energia radiante


Energia radiante é aquela que se propaga por meio
de ondas eletromagnéticas. Podem ser ondas de
rádio, TV, raios infravermelhos, raio X, raios gama
, etc. A velocidade de propagação da luz é:

c ≈ 3 × 108 m/s Feixe de luz

i) Cônicos divergentes - divergem a partir de um


Óptica: divisão e aplicações ponto P;
É a parte da Fı́sica que trata dos fenômenos que
têm como causa determinante a energia radiante, ii) Cônicos convergentes - converge a partir de um
em particular a luz ponto P;

iii) Cilı́ndricos - os raios da luz são paralelos entre


Fontes de Luz si;
As fontes de luz podem ser consideradas de duas
formas: Fontes Primárias e Secundárias. Fontes Fenômenos Ópticos
primárias são corpos que emitem luz própria(Sol,
vela acesa). Já as fontes secundárias, são corpos • Reflexão - Quando um raio de luz incide em
que refletem a luz que recebem de outras fontes uma superfı́cie de separação entre dois meios
(lâmpada apagada, espelho, parede clara). materiais e volta a se propagar no mesmo meio,
Além disso, uma fonte de luz pode ser consider- dizemos que esse raio de luz sofreu reflexão,
ada fonte pontual cujas dimensões são irrelevantes isto é, foi refletido. Como principal exemplo de
quando comparadas com as distâncias aos corpos superfı́cies que possuem grande capacidade de
iluminados por ela. Diferentemente, as fontes cujas reflexão da luz, podemos destacar os espelhos;
dimensões não podem ser desprezadas são denomi-
nadas fontes extensas. • Refração - Se um raio luminoso incide na su-
perfı́cie de separação entre dois meios trans-
parentes e passa de um meio para o outro,
Meios de propagação sua velocidade nesse meio é modificada. Dize-
i) Meios transparentes são aqueles que permitem mos então que esse raio luminoso sofreu uma
que a luz os atravessem descrevendo trajetórias refração, ou seja, foi refratado. Uma con-
regulares; sequência possı́vel na refração luminosa é o
desvio na direção de propagação da luz;
ii) Meios translúcidos são aqueles em que a luz
descreve trajetórias irregulares com o intenso • Absorção - Quando um feixe luminoso incide
espalhamento; em uma superfı́cie de separação entre dois
meios e parte desse feixe não refrata nem re-
iii) Meios opacos são aqueles dos quais a luz não flete, dizemos que ele foi absorvido pela su-
se propaga. perfı́cie. Como a luz transporta energia, a su-
perfı́cie absorve parte dessa energia e a con-

thomazjlopes@gmail.com verte em outras formas, como o calor;

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Curso preparatório do Márcio 2

Princı́pios da Óptica geométrica


Princı́pio da propagação retilı́nea da luz
Independentemente de a luz ser emitida por uma
fonte pontual ou extensa, sempre consideraremos
que, ao se propagar em meios homogêneos e trans-
parentes, essa propagação será retilı́nea.
obs:

Considerando um referencial no objeto:

• Se o espelho deslocar-se de uma distância


d, a imagem irá deslocar-se de uma
distância D=2d.
• Se o espelho deslocar-se a uma velocidade
i p0 v, a imagem irá deslocar-se a uma veloci-
= dade V=2v.
0 p
Considerando um referencial no espelho:
Princı́pio da reversibilidade dos raios lumi-
nosos • Se o objeto se deslocar de uma distância
d, a imagem irá deslocar-se de uma
Quando um raio luminoso segue determinada tra- distância d.
jetória, em razão de sucessivas reflexões ou re-
frações, essa trajetória não depende do sentido de • Se o objeto se deslocar a uma velocidade
propagação. v, a imagem irá deslocar-se a uma veloci-
dade v.

Imagens de um objeto entre dois espelhos


planos
360
n= −1
α

Espelhos Esféricos
Princı́pio da Independência dos raios de luz • Espelho esférico côncavo: 5 formas possı́veis
de imagens
Quando dois raios de luz ou feixes luminosos se
cruzam em determinado ponto, cada um segue a • Espelho esférico convexo: 1 forma possı́vel de
sua trajetória sem sofrer qualquer desvio ou al- imagem
teração.

Espelhos Planos
• 1º Lei: O raio incidente, a reta normal e o Equação de Gauss
raio refletido sempre estarão no mesmo plano.
A reta normal sempre será perpendicular à su- 1 1 1
= + 0
perfı́cie refletora no ponto de incidência do raio f p p
de luz.
Aumento Linear
• 2º Lei: O ângulo de incidência é igual ao i p0
ângulo de reflexão: i = r. A= =−
o p
Curso preparatório do Márcio 3

Refração, dispersão e reflexão total Ângulo Limite


da luz
A refração luminosa é um fenômeno óptico decor-
rente da mudança de velocidade na propagação da
luz quando esta muda de meio material.

Conceitos fundamentais

Índice de refração absoluto: n

c
n=
v
nmenor
onde c é velocidade da luz: c = 3 × 108 m/s senL =
nmaior
Índice de refração relativo:

Reflexão total

Leis da refração

• Primeira: Em toda refração luminosa, o raio


incidente, o raio refratado e a reta normal no
ponto de incidência são coplanares, ou seja,
estão contidos no mesmo plano.
Dioptro Plano

• Segunda lei, ou lei de Snell-Descartes: Em uma Vamos definir dioptro plano como o conjunto de
refração luminosa, o produto entre o ı́ndice dois meios homogêneos e transparentes separados
de refração absoluto de um meio material e o por uma superfı́cie plana (S).
seno do ângulo formado entre o raio luminoso
daquele meio e a reta normal no ponto de in-
cidência é constante em cada meio. Em outras
Reflexão total
palavras,

n1 · sen(i) = n2 · sen(r)

A segunda lei justifica:

• se a luz passa de um meio menos refringente


(menor ı́ndice de refração) para um meio mais
refringente (maior ı́ndice de refração), temos
que sen(i) < sen(r); assim, concluı́mos que o
raio de luz se aproxima da normal.

• se a luz passa de um meio mais refringente para


um menos refringente, então sen(r) > sen(i);
assim, concluı́mos que o raio de luz se afasta
da normal.
Curso preparatório do Márcio 4

Reflexão total • C1 e C2 - centros de curvatura

• R1 e R2 - raios de curvatura

• V1 e V2 - vértices

• O - centro óptico

• E - eixo principal

• e - espessura da lente

• n1 ı́ndice de refração do meio que envolve a


lente (ar)

• n2 ı́ndice de refração do material do qual a


lente é feita

Relação Matemática
Equação de Gauss

1 1 1
d0 n = + 0
= 0 f p p
di n
Aumento Linear transversal
Prisma
i p0
Na Óptica geométrica, prisma é um conjunto de A=− =
o p
três meios homogêneos e transparentes separados
por duas superfı́cies planas e não paralelas. Essas
superfı́cies serão chamadas de faces do prisma, e as Vergência de uma lente
intersecções dessas faces, de arestas. 1
V =
f
É possı́vel fazer associação de lentes, basta somar
as vergências de cada lente:

Veq = V1 + V2 + V3 + · · · + Vn

A Unidade da vergência é, no SI, m−1 ou


di(dioptria),que chamamos popularmente grau
quando nos referimos às vergências das lentes dos
óculos de grau.
sen(i) sen(e)
= =n
sen(r) sen(i1)
Defeitos visuais
D =i+e−A
• Mı́ope: O globo ocular do mı́ope é mais “alon-
Lentes gado”, o que faz os raios refratados no sistema
córnea-cristalino se cruzarem antes da retina,
Tipos de lente formando uma imagem sem nitidez. Para cor-
rigir a miopia, deve-se aumentar a distância
focal do sistema, o que se consegue com o uso
de lentes divergentes.

• Hipermetropia: O hipermetrope tem globo oc-


ular mais “curto”, o que faz os raios refrata-
dos no sistema córnea-cristalino se cruzarem
depois da retina, deixando a imagem sem ni-
tidez. Para corrigir a hipermetropia, deve-se
diminuir a distância focal do sistema, o que se
consegue com o uso de lentes convergentes.
Curso preparatório do Márcio 5

• Presbiopia: O presbita possui como car-


acterı́sticas o enrijecimento do cristalino e
a perda da capacidade de contração dos
músculos ciliares, o que leva à perda da ca-
pacidade de convergência do sistema refrator
do olho. Isso faz com que os raios que formam
as imagens de objetos próximos se cruzem
atrás da retina, deixando a imagem sem ni-
tidez. Também conhecida como vista cansada,
a presbiopia ocorre por volta dos 40 anos de
idade, tanto em pessoas sem nenhum defeito
visual como naquelas que já possuem algum.
Para corrigir a presbiopia, deve-se aumentar a
convergência do sistema, o que se consegue por
meio de lentes convergentes.

• Astigmatismo: O astigmata possui córnea ou


cristalino irregular, o que provoca o cruza-
mento dos raios que chegam à retina em mais
de um ponto; alguns raios se cruzam na retina,
enquanto outros se cruzam à frente e atrás
dela, deixando a imagem embaçada. Para cor-
rigir o astigmatismo, são necessárias lentes
cilı́ndricas.

• Presbiopia: O estrábico apresenta um de-


salinhamento dos olhos (ou perda de par-
alelismo). Observa-se maior incidência de ca-
sos na infância, mas também pode ocorrer em
adultos. A correção do estrabismo é feita com
lentes prismáticas.

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