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FANON, Frantz.

Os condenados da terra

Cap. I: Da violência

 Descolonização: sempre violenta. Substituição sem transição.


 Violência: Colonos exploram os colonizados.
 Toda descolonização é um triunfo  os últimos serão os primeiros: combate de
protagonistas (colonizados X colonos). Violência inevitável: colonizado que entra
no programa da descolonização é seu motor e está pronto para a violência.
 Mundo colonizado: dividido em 2 e a fronteira é dada por quartéis e pela polícia.
Violência direta para manter a separação: exibe e manifesta a violência para manter
a “ordem”.
 Colonizado = invejoso  quer tomar o lugar do colono.
 Destruir o mundo colonial implica destruir uma das zonas, a dos colonos (brancos,
estrangeiros, “os outros”)
 Mundo colonial = maniqueísta. Colonos descrevem a sociedade colonizada como
sem valores algum, mais do que isso, afirmam que são inimigos dos valores: é o mal
absoluto. Ele desumaniza o colonizado. (parecido com o que acontece com a cultura
afro no Brasil).
 Colonos tentando impor sua altura e valores superiores  violência.
 Durante a libertação a burguesia colonialista busca contatos com as “elites”
colonizadas: travar diálogo de cultura e valores e manter o domínio que se [esvai].
 Intelectual que busca a paz entre os dois mundos já foi dominado pelos valores do
colonialismo. Filhos mimados da burguesia colonial, pensam com os seus valores
(individualismo). Só conseguem romper com isso quando se aproximam do povo e
das lutas de libertação nacional.
 O colono é sempre inimigo: explorador, saqueador. Faz a história da metrópole em
um território explorado.
 Sonhar = se libertar.
 A opressão e a perseguição servem de estímulo à resistência. Tensão constante:
tomar o lugar do colono.
 Religião: apazigua a violência atribui a Deus a causa dos males. Superestrutura
mágica.
 Dança e possessão: carnalização da violência.  depois ela será reorientada para as
lutas de libertação.
 Partidos políticos: discurso filosófico-político; querem mais poder e o pedem para a
burguesia colonial. Violentos no discurso e reformistas na atitude  propõe à
violência do colonizado novas vias. Principalmente urbanos. Demandas liberais:
aumento de salários; representação; liberdade de imprensa e de associação: querem
se assimilar ao mundo colonial.
 Campesinato: só a violência compensa; não há chance de arranjo. Só uma violência
maior acaba com o colonialismo.
 Burguesia colonialista: não violência. Elites intelectuais e econômicas colonizadas
têm os mesmos interesses que a burguesia colonialista  acordo para garantir a
manutenção dos interesses, antes que as massas destruam.  utilização da religião.
 Violência atmosférica  leva os governos colonialistas a mover a libertação para a
direita: fazer a descolonização antes que o povo faça.
 Repressão só aumenta a intuição das massas de que sua libertação só pode vir pela
força.
 Apoio socialista: descolonização inserida na Guerra Fria. EUA com medo.
 Pro capitalismo a luta contra o racismo e a luta de libertação nacional são apenas
manifestações teleguiadas do exterior.
 Violência: práxis absoluta.  luta armada (única saída) unifica o povo.

Da violência no contexto internacional

 A opulência e o desenvolvimento europeus não são fruto do esforço e sim do


sangue dos escravos.
 “A maldição da independência”: o colonialismo retira seus capitais e técnicos,
estabelece uma pressão econômica fortíssima. As novas nações têm duas escolhas: ou
tentar se manter através da mobilização do povo faminto, ou virar economicamente
dependentes.
 Não-alinhamento: devem desenvolver valores e métodos próprios.
 Se a Alemanha nazista teve que pagar aos demais povos europeus pelos danos
causados por ela, por que a Europa não deve pagar aos povos explorados? “A riqueza
dos países imperialistas é também nossa riqueza”. “A Europa é literalmente a criação do
terceiro mundo”.

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